RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta tese será disponibilizado somente a partir de 11/03/2021. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUISTA FILHO” INSTITUTO DE ARTES SHIRLEI ESCOBAR TUDISSAKI A PERFORMANCE MUSICAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL SÃO PAULO 2019 SHIRLEI ESCOBAR TUDISSAKI A PERFORMANCE MUSICAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Música da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Campus de São Paulo, para obtenção do título de Doutora em Música. Orientadora: Profa. Dra. Sonia Regina Albano de Lima. SÃO PAULO 2019 Ficha catalográfica preparada pelo Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Artes da UNESP T911p Tudissaki, Shirlei Escobar, 1982- A performance musical da pessoa com deficiência visual / Shirlei Escobar Tudissaki. - São Paulo, 2019. 225 f. : il. color. Orientadora: Profª. Drª. Sonia Regina Albano de Lima. Tese (Doutorado em Música) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes. 1. Deficientes visuais. 2. Músicos com deficiências. 3. Música - Execução. 4. Música - Instrução e estudo. 5. Notação musical em Braille. I. Lima, Sonia Regina Albano de. II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes. III. Título. CDD 780.77 (Mariana Borges Gasparino - CRB 8/7762) SHIRLEI ESCOBAR TUDISSAKI A PERFORMANCE MUSICAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL Tese aprovada como requisito para obtenção do grau de Doutora em Música no Curso de Pós- Graduação em Música do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP, pela seguinte banca examinadora: __________________________________________ Profa. Dra. Sonia Regina Albano de Lima Universidade Estadual Paulista – UNESP (Orientadora) __________________________________________ Profa. Dra. Adriana do Nascimento Araújo Mendes Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP __________________________________________ Prof. Dr. Vilson Zattera Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN __________________________________________ Prof. Dr. Fábio Miguel Universidade Estadual Paulista – UNESP __________________________________________ Profa. Dra. Iveta Maria Borges Ávila Fernandes Universidade Estadual Paulista – UNESP São Paulo, ____ de ________________ de 2019. Para Pedro, com todo o meu amor. AGRADECIMENTOS A todas as pessoas que colaboraram para a realização desta pesquisa. Meus sinceros agradecimentos à minha querida orientadora, Sonia Regina Albano de Lima, pelo carinho, amizade e competência com a qual soube me auxiliar com o trabalho. A toda equipe do Programa de Pós-Graduação em Música do Instituto de Artes da UNESP, pelo auxílio prestado. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pelo apoio financeiro para realização desta pesquisa. Aos Professores Doutores Adriana Mendes e Vilson Zattera pelas valiosas contribuições oferecidas durante meu Exame de Qualificação. Aos Professores Doutores responsáveis pelas disciplinas cursadas durante o Doutorado: Adriana Bauer, Claudia Assumpção Galian, Elba Siqueira de Sá Barreto, Marcos Mesquita, Marisa Fonterrada e Sonia Albano de Lima. A Pedro Ulsen, pela revisão minuciosa do texto. À diretoria do Conservatório de Tatuí e do Instituto Fukuda por todo apoio recebido. Aos queridos amigos Marcio, Vanildo, Luciane, Daiane, Valdemir, Danilo e Luiz Rafael pela parceria e amizade. Aos meus amados pais, Miguel (in memoriam) e Neide. Minha profunda e eterna gratidão pelo carinho e amor recebido. Às minhas amadas irmãs, Sheila e Sharlene, companheiras de toda vida, por todo apoio e compreensão. Aos meus amados sobrinhos, Willian, Gabriel e Agnes, pelas alegrias e carinho recebido. A todos os músicos com deficiência visual que participaram desta pesquisa, que me mostraram que é possível ser águia, mesmo quando todos esperam que sejamos galinha. De modo especial, agradeço aos entrevistados: Favio Shifres, Hermeto Pascoal, Jorge Gonçalves, Marcelo Bratke e Vilson Zattera. Meu mais profundo respeito aos profissionais que, mesmo com todos os desafios impostos pela deficiência visual demonstram dedicação e excelência em seu trabalho. E, é claro, agradeço ao meu melhor amigo e companheiro, Pedro, cujo amor, apoio, orientação, inteligência e amizade constantes tornaram esta pesquisa possível. Minha eterna gratidão por tudo o que fez e faz por mim. – Águia, já que você é e sempre será águia, desperte de seu sono. Liberte sua natureza feita para as alturas. Deixe nascer o sol dentro de você. Abra suas asas! E voe para o infinito! Leonardo Boff RESUMO Esta pesquisa teve como objetivo investigar os processos educacionais, biológicos e cognitivos presentes na performance de músicos com deficiência visual, a fim de compreender como tais processos se desenvolvem e quais fatores externos podem afetá-los. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa/quantitativa, utilizando a entrevista semiestruturada e o questionário como técnicas para coleta de dados. A revisão de literatura concentrou-se em textos relacionados à Música, Educação, Cognição Musical e Medicina. As entrevistas foram realizadas com músicos performers com deficiência visual: Hermeto Pascoal, Jorge Gonçalves, Marcelo Bratke e Vilson Zattera. A entrevista concedida pelo músico e pesquisador Favio Shifres serviu de referencial teórico para a investigação. Foram aplicados três tipos de questionários: (a) para alunos de performance musical que apresentam deficiência visual; (b) para professores de performance musical que atuam ou atuaram com alunos com deficiência visual; (c) para pessoas com deficiência visual desistentes de cursos de performance musical. Para tabulação dos dados coletados com os questionários, foi utilizada a ferramenta de questionários Survey Monkey. Para avaliar os dados coletados nas entrevistas e questionários, foi utilizada a análise de conteúdo, de acordo com os critérios estabelecidos por Laurence Bardin (2016). De modo auxiliar a organização deste material coletado, foi utilizado o software NVivo. A partir da análise de conteúdo, foi possível identificar uma série de categorias mencionadas pelos entrevistados e questionados: (1) Apoio durante a fase escolar; (2) Musicografia braille e partituras ampliadas; (2.1) Softwares aplicados na edição e transcrição de partituras em braille; (2.2) Transcrição de partituras em braille para performers cegos; (3) A influência do professor de performance musical; (4) Técnicas performáticas; (4.1) Técnica instrumental e de canto; (4.2) Postura; (4.3) Memória musical; (4.4) Criatividade e improvisação musical; (4.5) Tocar de ouvido. Conclui- se que o desenvolvimento da performance musical da pessoa com deficiência visual envolve uma série de questões, como a necessidade do apoio da família e professores durante a fase escolar, fortalecendo a autoestima destes indivíduos, de modo que consigam superar as dificuldades impostas pela deficiência para alcançarem o nível de excelência musical. Nota-se ainda que a utilização da musicografia braille e partituras ampliadas não é consenso, embora a maioria dos entrevistados e questionados apontem utilizar estas ferramentas, de forma a garantir a autonomia necessária para sua profissionalização. Para tanto, destaca-se a importância do professor de performance musical, que deve ser capaz de auxiliar o aluno frente à suas necessidades técnicas e musicais, a fim de que este consiga executar o instrumento com alto nível performático. Neste sentido, a memória musical surge como uma das habilidades a serem trabalhadas por estes performers e, de maneira contrária ao que popularmente se acredita, o músico com deficiência visual não apresenta uma memória mais apurada do que aquele que enxerga, necessitando de treino para seu desenvolvimento, assim como as demais habilidades musicais. A pesquisa apresenta seis capítulos que apontam as questões relacionadas ao desenvolvimento da performance musical da pessoa com deficiência visual. Palavras-chave: Deficiência visual; Performance musical; Cognição musical; Musicografia braille; Memória musical. ABSTRACT This research aimed to investigate the educational, biological and cognitive processes involved in the performance of visually impaired musicians in order to understand how these processes are developed and which external factors may affect them. For that, a qualitative-quantitative research was developed, using the semi-structured interview and the questionnaire as techniques for data collection. The literature review focused on texts related to Music, Education, Musical Cognition and Medicine. The interviews were conducted with performers with visual impairment: Hermeto Pascoal, Jorge Gonçalves, Marcelo Bratke and Vilson Zattera. The interview granted by the musician and researcher Favio Shifres served as a theoretical reference for the investigation. Three types of questionnaires were applied: (a) for musical performance students who are visually impaired; (b) for teachers of musical performance who act with students with visual impairment; (c) for visually impaired people who drop out of music performance courses. For tabulation of the data collected with the questionnaires, the Survey Monkey questionnaire tool was used. In order to evaluate the data collected in the interviews and questionnaires, content analysis was used, according to the criteria established by Laurence Bardin (2016). In order to aid in the organization of this collected material, NVivo software was used. From the analysis of content, it was possible to identify a series of categories mentioned by the respondents and questioned: (1) Support during the school phase; (2) Braille music and extended scores; (2.1) Software used in editing and transcription of braille music; (2.2) Transcription of braille music for blind performers; (3) The influence of the teacher of musical performance; (4) Performance techniques; (4.1) Instrumental and singing technique; (4.2) Posture; (4.3) Musical memory; (4.4) Creativity and musical improvisation; (4.5) Play by ear. It´s concluded that the development of the musical performance of the visually impaired person involves a series of questions, such as the need of the support of the family and teachers during the school phase, strengthening the self-esteem of these individuals, so that they overcome the difficulties imposed by the disability to reach the level of musical excellence. It´s also noted that the use of braille music and extended scores is not consensus, although the majority of interviewees and questioned point to using these tools, in order to guarantee the autonomy necessary for their professionalization. For this, stands out the importance of the teacher of musical performance, who must be able to assist the student in face of his technical and musical needs, stands out in order that this one can execute the instrument with high performative level. Thus, musical memory emerges as one of the skills to be developed by these performers and, contrary to what is popularly believed, the musician with visual impairment doesn´t present a more accurate memory than the one who sees, needing training for his development, as well as other musical skills. The research presents six chapters that points out the issues related to the development of the musical performance of the visually impaired person. Keywords: Visual impairment; Musical performance; Musical cognition; Braille music; Musical memory. RESUMEN Esta investigación tuvo como objetivo investigar los procesos educativos, biológicos y cognitivos presentes en la performance de músicos con deficiencia visual, a fin de comprender cómo tales procesos se desarrollan y qué factores externos pueden afectarlos. Para ello, se realizó una encuesta cualitativa, utilizando la entrevista semiestructurada y el cuestionario como técnicas para la recolección de datos. La revisión de literatura se centró en textos relacionados a la Música, Educación, Cognición Musical y Medicina. Las entrevistas fueron realizadas con músicos performers con deficiencia visual: Hermeto Pascoal, Jorge Gonçalves, Marcelo Bratke y Vilson Zattera. La entrevista concedida por el músico e investigador Favio Shifres sirvió de referencial teórico para la investigación. Fueron aplicados tres tipos de cuestionarios: (a) para alumnos de desempeño musical que presentan deficiencia visual; (b) para profesores de performance musical que actúan o actuaron con alumnos con discapacidad visual; (c) para personas con discapacidad visual que abandonaron los cursos de performance musical. Para la tabulación de los datos recogidos con los cuestionarios se utilizó la herramienta de cuestionarios Survey Monkey. Para evaluar los datos recogidos en las entrevistas y cuestionarios, se utilizó el análisis de contenido, de acuerdo con los criterios establecidos por Laurence Bardin (2016). De modo auxiliar a la organización de este material recogido, se utilizó el software NVivo. A partir del análisis de contenido, fueron identificadas una serie de categorías mencionadas por los entrevistados: (1) el apoyo durante la fase escolar; (2) Musicografía braille y partituras ampliadas; (2.1) Softwares aplicados en la edición y transcripción de partituras en braille; (2.2) Transcripción de partituras en braille para performers ciegos; (3) La influencia del profesor de performance musical; (4) Técnicas de desempeño; (4.1) Técnica instrumental y de canto; (4.2) Postura; (4.3) Memoria musical; (4.4) Creatividad e improvisación musical; (4.5) Tocar de oído. Se concluye que el desarrollo de la performance musical de la persona con discapacidad visual involucra una serie de cuestiones, como la necesidad del apoyo de la familia y profesores durante la fase escolar, fortaleciendo la autoestima de estos individuos, de modo que consigan superar las dificultades impuestas por la discapacidad para alcanzar el nivel de excelencia musical. Se observa además, que la utilización de la música braille y partituras ampliadas no es consensual, aunque la mayoría de los entrevistados y cuestionados apuntan a utilizar estas herramientas, para garantizar la autonomía necesaria para su profesionalización. Para ello, se destaca la importancia del profesor de performance musical, que debe ser capaz de auxiliar al alumno frente a sus necesidades técnicas y musicales, a fin de que éste pueda ejecutar el instrumento con un alto nivel de desempeño. En este sentido, la memoria musical surge como una de las habilidades a ser trabajadas por estos ejecutantes y, de manera contraria a lo que popularmente se cree, el músico con deficiencia visual no presenta una mejor memoria que el que ve, necesitando de entrenamiento para su desarrollo, así como las demás habilidades musicales. La investigación presenta seis capítulos que apuntan a las cuestiones relacionadas al desarrollo del performance musical de la persona con discapacidad visual. Palabras clave: Deficiencia visual; Performance musical; Cognición musical; Musicografía braille; Memoria musical. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Escolha dos entrevistados. ....................................................................................................23 Figura 2 – População brasileira com deficiência – percentual de acordo com a deficiência. ................32 Figura 3 – Pessoas com deficiência visual no Brasil. .............................................................................32 Figura 4 – Anatomia do olho humano. ...................................................................................................37 Figura 5 – Lobos cerebrais. ....................................................................................................................45 Figura 6 – Cóclea e circunvolução temporal transversa. ........................................................................46 Figura 7 – Áreas cerebrais corticais – vista lateral esquerda..................................................................47 Figura 8 – Áreas cerebrais corticais – vista medial direita. ....................................................................48 Figura 9 – Áreas funcionais musicais do córtex cerebral. ......................................................................49 Figura 10 – Memória segundo modelo modal da memória de Atkinson e Shiffrin. ..............................53 Figura 11 – Nuvem de palavras – entrevista Marcelo Bratke (BRATKE 2016). ...................................56 Figura 12 – Nuvem de palavras – entrevista Favio Shifres (SHIFRES, 2016). .....................................60 Figura 13 – Nuvem de palavras – entrevista Hermeto Pascoal (PASCOAL, 2017). .............................63 Figura 14 – Nuvem de palavras – Jorge Gonçalves (GONÇALVES, 2017). ........................................66 Figura 15 – Nuvem de palavras – entrevista Vilson Zattera (ZATTERA, 2018). .................................70 Figura 16 – Unidade Federativa dos alunos. ..........................................................................................76 Figura 17 – Faixa etária dos alunos. .......................................................................................................77 Figura 18 – Cegueira ou baixa visão - alunos. .......................................................................................78 Figura 19 – Deficiência visual ou adquirida – alunos. ...........................................................................78 Figura 20 – Tempo de estudo no instrumento – alunos. ........................................................................79 Figura 21 – Instrumentos musicais dos alunos. ......................................................................................80 Figura 22 – Repertório musical dos alunos. ...........................................................................................81 Figura 23 – Fluência na leitura e escrita braille – alunos. ......................................................................82 Figura 24 – Utilização da musicografia braille – alunos. .......................................................................82 Figura 25 – Em qual medida a musicografia braille o auxilia(ou) nos estudos performáticos. .............83 Figura 26 – Melhor forma para a pessoa com deficiência visual desenvolver performance musical. ...84 Figura 27 – Unidade Federativa dos professores. ..................................................................................86 Figura 28 – Escolaridade dos professores. .............................................................................................87 Figura 29 – Instrumento musical ministrado pelos professores. ............................................................88 Figura 30 – Repertório musical ministrado pelos professores. ..............................................................89 Figura 31 – Experiências pedagógicas dos professores – alunos cegos e baixa visão. ..........................90 Figura 32 – O professor utiliza a musicografia braille em suas aulas de performance? ........................91 Figura 33 – O professor participou de algum curso que capacitou atuar alunos deficiência visual? .....91 Figura 34 – Qual a melhor forma de uma pessoa com deficiência visual trabalhar as questões da performance musical? ............................................................................................................................92 Figura 35 – Faixa etária dos desistentes dos cursos de performance. ....................................................94 Figura 36 – Cegueira ou baixa visão - desistentes dos cursos de performance musical. .......................94 Figura 37 – Deficiência visual congênita ou adquirida – desistentes cursos de performance musical. .95 Figura 38 – Tempo de estudo no instrumento – desistentes dos cursos de performance musical. .........95 Figura 39 – Instrumento musical – desistentes dos cursos de performance musical. ............................96 Figura 40 – Repertório musical – desistentes dos cursos de performance musical. ...............................97 Figura 41 – Fluência na leitura e escrita braille – desistentes dos cursos de performance musical. ......97 Figura 42 – Cela braille. .......................................................................................................................105 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Instituições de ensino especializado no ensino para pessoas com deficiência visual no Brasil. .....................................................................................................................................................30 Quadro 2 – Categorias da deficiência visual. .........................................................................................35 Quadro 3 – Principais ordenamentos legais brasileiros que visam assegurar o direito ao ensino às pessoas com deficiência. ........................................................................................................................42 Quadro 4 – Categorias de análise de conteúdo. ....................................................................................101 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS UTILIZADAS ACAPO – Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (Portugal). AFB – American Foundation for the Blind (Estados Unidos). BME – Braille Music Editor. BMR – Braille Music Reader. CalArts – California Institute of the Arts (Estados Unidos). Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia. CEP – Comitê de Ética em Pesquisa. ENIM – Encontro de Investigação em Música (Portugal). Emesp – Escola de Música do Estado de São Paulo. FAAC – Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação. Fames – Faculdade de Música do Espírito Santo “Maurício de Oliveira”. FLACSO – Facultat Latinoamericana de Ciencias Sociales (Costa Rica). IA – Instituto de Artes. IBC – Instituto Benjamin Constant. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Icemat – Instituto de Cegos do Estado do Mato Grosso. IPC – Instituto Padre Chico. IPLeiria – Instituto Politécnico de Leiria (Portugal). Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual. MEC – Ministério da Educação. MIS – Museu da Imagem e do Som de São Paulo. NICS – Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora. ONCE – Organización Nacional de Ciegos Españoles (Espanha). Promuvi – Projeto Música Transformando Vidas. SPIM – Sociedade Portuguesa de Investigação em Música (Portugal). TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. UA – Universidade de Aveiro (Portugal). UBA – Universidad de Buenos Aires (Argentina). UCL – University College London (Inglaterra). UEMG – Universidade do Estado de Minas Gerais. UFF – Universidade Federal Fluminense. UFG – Universidade Federal de Goiás. UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais. UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. UMC – União Mundial de Cegos. UMinho – Universidade do Minho (Portugal). UMN – University of Minnesota (Estados Unidos). UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. USP – Universidade de São Paulo. UW – University of Washington (Estados Unidos). WHO/OMS – World Health Organization/Organização Mundial da Saúde. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................17 1 METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................................................................20 2 DEFICIÊNCIA VISUAL: percurso histórico, terminologias adotadas e políticas públicas ...............27 2.1 Percurso histórico .........................................................................................................................27 2.2 Terminologias adotadas................................................................................................................31 2.2.1 Baixa visão e cegueira ...........................................................................................................33 2.2.2 Deficiência visual congênita e adquirida ...............................................................................36 2.3 Políticas públicas brasileiras ........................................................................................................38 3 PROCESSOS COGNITIVOS ENVOLVIDOS NA PERFORMANCE MUSICAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL .............................................................................................................44 3.1 O cérebro ......................................................................................................................................44 3.2 Neuroplasticidade .........................................................................................................................49 3.3 Memória musical ..........................................................................................................................51 4 DIALOGANDO COM AS ENTREVISTAS ......................................................................................55 4.1 Marcelo Bratke .............................................................................................................................55 4.2 Favio Shifres ................................................................................................................................59 4.3 Hermeto Pascoal ...........................................................................................................................61 4.4 Jorge Gonçalves ...........................................................................................................................65 4.5 Vilson Zattera ...............................................................................................................................69 5 CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS DADOS COLETADOS NOS QUESTIONÁRIOS ................75 5.1 Questionário 1 – Alunos de performance com deficiência visual ................................................76 5.2 Questionário 2 – Professores de performance que atuam com alunos com deficiência visual ....85 5.3 Questionário 3 – Pessoas com deficiência visual desistentes de cursos direcionados à performance musical ..........................................................................................................................93 6 ANÁLISE DE CONTEÚDO ............................................................................................................100 6.1 Apoio durante a fase escolar ......................................................................................................101 6.2 Musicografia braille e partituras ampliadas ...............................................................................104 6.2.1 Softwares para edição e transcrição de partituras em braille ..............................................109 6.2.2 Transcrição de partituras em braille para performers cegos ................................................111 6.3 A influência do professor de performance musical ....................................................................112 6.4 Técnicas performáticas ...............................................................................................................115 6.4.1 Técnica instrumental e de canto ..........................................................................................115 6.4.2 Postura .................................................................................................................................117 6.4.3 Memória musical .................................................................................................................119 6.4.4 Criatividade e improvisação musical ..................................................................................121 6.4.5 Tocar de ouvido ...................................................................................................................124 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................................127 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................132 Bibliografia consultada ....................................................................................................................138 Legislação consultada ......................................................................................................................141 Entrevistas ........................................................................................................................................144 APÊNDICE A – Entrevista com Marcelo Bratke ................................................................................145 APÊNDICE B – Entrevista com Favio Shifres ....................................................................................160 APÊNDICE C – Entrevista com Hermeto Pascoal ..............................................................................172 APÊNDICE D – Entrevista com Jorge Gonçalves ...............................................................................189 APÊNDICE E – Entrevista com Vilson Zattera ...................................................................................203 APÊNDICE F – Questionários .............................................................................................................215 Questionário 1 – Alunos de performance musical com deficiência visual ......................................215 Questionário 2 – Professores de performance musical que atuam ou atuaram com alunos com deficiência visual ..............................................................................................................................217 Questionário 3 – Pessoas com deficiência visual desistentes de cursos direcionados à performance musical .............................................................................................................................................219 APÊNDICE G – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ............................................221 NOTAS ................................................................................................................................................223 17 INTRODUÇÃO A presente pesquisa teve como objetivo investigar os processos educacionais, biológicos e cognitivos presentes na performance de músicos com deficiência visual, a fim de compreender como tais processos se desenvolvem e quais fatores externos podem afetá-los. Em pesquisa anterior, desenvolvida durante o mestrado, defendido em 2014, no Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), intitulada Ensino de Música para pessoas com deficiência visual, posteriormente publicada em formato de livro, investigou-se os processos de ensino e aprendizagem musical destinados às pessoas com deficiência visual, ou seja, à iniciação musical destes indivíduos. A pesquisa de doutorado, por sua vez, focalizou os aspectos relacionados à performance musical da pessoa com deficiência visual, sob uma perspectiva interdisciplinar. A motivação para realização deste trabalho deve-se ao contato que esta pesquisadora teve com alguns músicos profissionais com deficiência visual que apresentavam um altíssimo nível de performance musical, tanto na área erudita quanto popular e que, muitas vezes, não utilizavam a musicografia braille (para o caso dos músicos cegos) ou partituras ampliadas (no caso de músicos com baixa visão). Dessa forma, compreender como eles chegaram a um alto nível performático tornou-se um dos objetivos centrais desta investigação de doutorado. Observou-se que o conceito de performance musical é bastante diversificado, muitas vezes empregado com significado similar aos termos prática musical, execução e interpretação musical. Isso ocorre também em outras línguas, como o inglês e o alemão, nas quais as palavras performance e interpretation (inglês) e vortrag e aufführung (alemão) são utilizadas como termos correlatos. Nesta investigação será adotado o conceito de performance conforme relatado pelos pesquisadores Sonia Albano de Lima, Flávio Apro e Márcio Carvalho (2006), ou seja, a performance engloba tanto os aspectos ligados a interpretação musical como aqueles que dizem respeito à prática musical, no intuito de revelar relações e implicações conceituais existentes no texto musical. Justifica-se a realização desta investigação devido à escassez de materiais publicados na Língua Portuguesa relacionados à performance musical e a deficiência visual. Ao realizar uma consulta aos catálogos de teses e dissertações brasileiras, disponibilizados pelos portais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes1e da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD2, verificou-se que ambos não apresentam pesquisas referendando em seus títulos os termos performance musical e deficiência visual. Com relação 18 aos termos deficiência visual, ensino de música/educação musical e musicografia braille, até o final do ano de 2017, foram publicadas apenas três teses de doutorado (TRINDADE, 2008; BONILHA, 2010; MELO, 2014) e 20 dissertações de mestrado acerca da temática. A dificuldade de acesso aos materiais científicos no Brasil com respeito a esta temática também é recorrente em Portugal. Tal fato foi comprovado quando esta pesquisadora realizou uma comunicação no VII Encontro de Investigação em Música (ENIM), promovido pela Sociedade Portuguesa de Investigação em Música (SPIM), na Universidade do Minho (UMinho), em Braga, Portugal, em novembro de 2017. Na ocasião, duas pesquisadoras portuguesas que estavam desenvolvendo uma pesquisa envolvendo a música e pessoas com deficiência visual, tomaram como referencial bibliográfico os materiais publicados por pesquisadores brasileiros, como Fabiana Bonilha (2006; 2010), Shirlei Escobar Tudissaki (2014; 2015) e Shirlei Escobar Tudissaki e Sonia Albano de Lima (2012). No portal dos Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)3, também não foi encontrada nenhuma pesquisa publicada em Portugal, referendando os termos performance musical e deficiência visual. No que diz respeito aos termos deficiência visual, ensino de música/educação musical e musicografia braille foram encontradas apenas três investigações de mestrado (GUERREIRO, 2014; ROCHA, 2016; MAUÁ, 2017), e nenhuma tese de doutorado. Vale acrescentar que, embora não conste no Portal RCAAP, foram desenvolvidas as pesquisas de mestrado e doutorado da brasileira Dolores Tomé em Portugal, relacionadas à musicografia braille (TOMÉ, 2003; 2016). Este levantamento prévio, de certa forma, justificou a realização desta pesquisa, bem como a leitura dos ordenamentos legais vigentes no país relacionados à temática, considerando- se que a legislação educacional admite que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos a um ensino que os demais cidadãos. Nesse sentido, destacam-se: o artigo 208 da Constituição Federal Brasileira, de 5 de outubro de 1988; os artigos 4, 58, 59 e 60 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996; a Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001; a Resolução CNE/CEB n. 2, de 11 de setembro de 2001; a Portaria do Ministério da Educação (MEC) n. 3.284, de 7 de novembro de 2003 e o Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009, que promulgou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo facultativo, assinados em Nova York, no ano de 2007. Além da questão legal, não poderia ser ignorada a importância social da pesquisa, uma vez que a inclusão das pessoas com deficiência visual tem fundamental importância para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. 19 No capítulo 1 é apresentada a metodologia de pesquisa adotada. Além do levantamento bibliográfico efetuado, foram adotadas as abordagens qualitativa e quantitativa (pesquisa quali- quanti) e, como metodologia de análise para os dados coletados, utilizou-se os critérios estabelecidos pela análise de conteúdo, focalizando aspectos direcionados à temática em várias áreas de conhecimento. No capítulo 2 foram abordados os seguintes tópicos: percurso histórico das pessoas com deficiência visual desde o período pré-histórico até os dias atuais; as iniciativas de inclusão de pessoas com deficiência visual no Brasil, como a criação de instituições de ensino especializado para esses indivíduos; terminologias relacionadas à deficiência visual: baixa visão e cegueira, e as categorias da deficiência visual praticadas atualmente; a anatomia do olho e os aspectos referentes à deficiência visual congênita e adquirida. Também foram mencionadas as políticas públicas voltadas à garantia dos direitos educacionais a todos os indivíduos brasileiros, incluindo as pessoas com deficiência. No capítulo 3 foram relacionados os processos cognitivos envolvidos na performance musical. Neste sentido, o primeiro aspecto selecionado foi o cérebro, bem como a apresentação das regiões cerebrais: localização e funções. Por razões óbvias, as regiões cerebrais destinadas ao processamento musical foram relatadas de maneira especial. Na sequência, foram apresentados os estudos relacionados à neuroplasticidade e à memória musical, considerados essenciais para os aspectos performáticos da pessoa com deficiência visual. O capítulo 4 descreve aspectos importantes das entrevistas realizadas com músicos de destaque que possuem a deficiência visual, a saber: Marcelo Bratke, Hermeto Pascoal, Jorge Gonçalves e Vilson Zattera, além do pesquisador Favio Shifres, músico e pesquisador de destaque no campo da cognição musical. Na sequência, no capítulo 5, são apresentados os resultados obtidos com os questionários realizados com alunos de performance musical com deficiência visual, professores de performance que atuam ou atuaram com estes alunos e pessoas com deficiência visual desistentes de cursos de performance musical. O capítulo 6, por sua vez, discute e analisa os dados obtidos a partir das entrevistas e questionários mencionados. 127 CONSIDERAÇÕES FINAIS No que diz respeito aos objetivos da pesquisa, foi possível compreender e analisar os processos educacionais, biológicos e cognitivos envolvidos durante a performance musical destes indivíduos e, dessa forma, compreender como se desenvolvem tais processos e quais fatores externos podem afetá-los. Neste sentido, a abrangência das entrevistas realizadas e dos questionários aplicados permitiu conhecer e considerar como ocorre o desenvolvimento musical destas pessoas, uma vez que foram analisados dados fornecidos por músicos profissionais, alunos, professores e desistentes de cursos de performance musical que possuem deficiência visual. A proposta de investigação direcionada aos processos desenvolvidos durante a performance musical de pessoas com deficiência visual permitiu que a pesquisa estivesse aberta a categorias de análise não previstas em seu início. Adotar tal postura permitiu a compreensão da performance musical da pessoa com deficiência visual diante da sua complexidade. Destaca-se o fato de que, atualmente, no Brasil, não existe uma entidade que apresente informações acerca das pessoas com deficiência visual que cursam ou cursaram cursos livres, técnicos ou universitários de música, bem como professores de performance que atuam ou atuaram com este público. Ou seja, ainda predomina a informalidade e o relacionamento pessoal entre os interessados. Uma possível recomendação é a institucionalização de uma entidade capacitada a desenvolver um trabalho de pesquisa acerca destes grupos, por meio da criação de uma associação ou organização não governamental. Tal auxílio poderia ser efetuado, inclusive, nos meios acadêmicos, a partir da realização de debates ou incentivos às pesquisas. A criação de um site ou blog que pudesse condensar as informações obtidas também seria de grande valia para os músicos cegos e interessados neste campo de estudo. Durante a categorização dos resultados obtidos a partir das entrevistas e questionários, ficou evidente a necessidade de apoio da família e dos professores durante a fase escolar, seja nas atividades cotidianas ou no início do estudo de um instrumento musical. A não aceitação familiar frente à deficiência visual também foi apontada como um fator determinante no que diz respeito à leitura de partituras ampliadas ou musicografia braille. Se os pais não conseguem aceitar que o filho apresenta um déficit visual, que dirá aceitar que ele necessita utilizar um livro ampliado ou em braille? No que diz respeito à utilização da musicografia braille pelos músicos cegos, isso não é consenso. Prova disto é que pouco mais da metade dos alunos de performance, 65,22%, utiliza 128 a musicografia em seus estudos performáticos e 100% dos desistentes não utilizava a grafia. Dos professores que responderam ao questionário, 61% afirmou utilizar a grafia, ressaltando- se o fato de que alguns dos professores que defendem a utilização de partituras em braille pelos alunos cegos em suas aulas de performance nem sempre são conhecedores profundos da grafia. Fica evidente, portanto, a necessidade de que as escolas de música tenham núcleos direcionados à acessibilidade musical destes indivíduos, de modo a facilitar o acesso às partituras em braille para alunos cegos. Neste mesmo sentido, músicos performers, professores e alunos defendem a utilização dos softwares de edição de partituras em braille para o caso de músicos cegos, que podem ser utilizados como ferramentas importantes para o desenvolvimento musical destes, permitindo o acesso às partituras de forma simples e direta. No entanto, vale mencionar que os softwares mais precisos com maiores recursos ainda apresentam custo elevado, podendo ser um fator limitante para grande parte dos interessados. No que diz respeito à expressão tocar de ouvido, esta foi frequentemente mencionada pelos participantes da pesquisa, que, em alguns casos, afirmaram fazer pouca ou nenhuma utilização de partituras ampliadas ou em braille quando estudam uma nova peça musical. Apesar de não descartar a possibilidade de o músico com deficiência visual tocar seu instrumento de ouvido, o acesso à musicografia braille e às partituras ampliadas pode auxiliar na autonomia do músico cego, fazendo com que este possa ter acesso ao material expresso pelo compositor na obra musical. A pessoa com deficiência visual que toca apenas de ouvido tende a limitar-se apenas à percepção auditiva e, para o caso do músico erudito, pode acabar deixando de lado a proposta original do compositor, realizando, portanto, uma espécie de ‘releitura’ do material expresso pelo compositor. A dificuldade do acesso das pessoas com deficiência visual às partituras ampliadas ou em braille também pode ser um fator limitante para que estes indivíduos consigam se profissionalizar na música, restringindo, por exemplo, seu acesso à uma faculdade de música, ou até mesmo aos grupos musicais que utilizam a notação musical regularmente. Dessa forma, destacam-se as experiências mencionadas pelos performers cegos Vilson Zattera e Jorge Gonçalves, que defendem a utilização de partituras musicais em braille, de modo a permitir que o músico com deficiência visual tenha acesso ao material expresso na obra musical, ou, conforme menciona Jorge Gonçalves, permitir o acesso às ideias originais do compositor, da mesma forma que um músico que enxerga. Os músicos Marcelo Bratke e Hermeto Pascoal, por sua vez, não chegaram a utilizar a musicografia braille, mas corroboram 129 com a ideia de que ela pode auxiliar no desenvolvimento performático de músicos com deficiência visual. Vale ainda mencionar o número considerável de professores de performance questionados que também acreditam na necessidade de que os alunos cegos utilizem a musicografia braille como forma de trazer maior autonomia, visando à profissionalização musical destes indivíduos. Após as questões expostas, torna-se imprescindível mencionar a importância do professor de instrumento/canto para a formação do músico performático. Este professor, além de ser um profundo conhecedor do instrumento, deve ser capaz de estimular a musicalidade do aluno, a fim de que ele consiga executar seu instrumento com excelência. Vale ainda mencionar a necessidade de que esta relação entre aluno e professor seja de profundo respeito e harmonia entre as partes. Com relação às particularidades do ensino performático para pessoas com deficiência visual, alguns dos professores participantes – especialmente os professores de piano – apontam que este trabalho exige algumas adaptações específicas, por conta do déficit visual dos alunos, mencionando a necessidade de desenvolver dedilhados estratégicos, memória motora e espacial no instrumento. Em contrapartida, professores de canto acreditam que, para o caso do trabalho performático para o canto, não existem diferenças marcantes entre o aluno cego e o aluno que enxerga. Para estes casos, estes professores mencionam trabalhar a partir das sensações corporais do cantor, transmitindo as orientações sempre de forma oral, seja um aluno cego ou vidente. A memória musical aparece como uma das habilidades primordiais para o músico com deficiência visual, exigindo estudo e dedicação, da mesma forma que as demais habilidades musicais. Neste sentido, justifica-se o mito de que pessoas com deficiência visual apresentam mais facilidade de memorização, uma vez que, por conta do déficit visual, necessitam desenvolver uma memória mais apurada para as atividades cotidianas, facilitando, de certa forma, a memorização das obras musicais. Conforme apontam os dados coletados pelos questionários, há predomínio de alunos acima dos 36 anos de idade, sugerindo, portanto, que a profissionalização do músico com deficiência visual ocorra de forma tardia, se comparada aos músicos que enxergam. Tal constatação corrobora com os escritos de Lúcia Reily (2008), que aponta que a formação musical de pessoas com deficiência visual apresenta um início tardio com relação à população geral. 130 A referida autora destaca que, dentre os motivos para este estudo tardio, encontram-se: a valorização da propensão inata do cego para a música (a crença de que por conta desta propensão inata não precise estudar para se profissionalizar); o despreparo e a falta de capacitação para os professores de música; e condições socioeconômicas desfavoráveis de grande parte das famílias de pessoas cegas (REILY, 2008). Os motivos para este estudo tardio foram encontrados nas falas dos entrevistados e questionados, fortalecendo o argumento de que ainda é preciso muito trabalho para conscientizar que músicos com deficiência visual não possuem um dom divino, mas precisam estudar música a fim de se profissionalizar, assim como qualquer pessoa. Dessa forma, é necessário divulgar o trabalho desenvolvido por professores de música que, com empenho e dedicação, conseguem trabalhar a performance musical de alunos com deficiência visual da mesma forma que o aluno que enxerga. Torna-se imprescindível, portanto, ao professor de música, conhecer algumas das ferramentas pedagógicas destinadas ao ensino de música para pessoas com deficiência visual, de modo a atender de maneira satisfatória todos os alunos. No que diz respeito às condições econômicas desfavoráveis, é louvável o trabalho desenvolvido por projetos sociais direcionados à inclusão por meio da educação musical de crianças e jovens; assim como o trabalho desenvolvido de forma gratuita por escolas de música de referência, buscando o desenvolvimento da performance musical de pessoas com deficiência visual, com vistas à profissionalização musical. A título de exemplo, temos os trabalhos desenvolvidos no Estado de São Paulo, pelo Conservatório Dramático e Musical ‘Dr. Carlos de Campos’, de Tatuí e pela Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp). Ambas são escolas de excelência no que diz respeito à profissionalização de músicos e dispõem do curso de musicografia braille, com o qual buscam integrar as atividades desenvolvidas durante as aulas de performance musical com as necessidades pedagógicas dos alunos que apresentam a deficiência visual. Não houve a intenção de que os dados apresentados nesta tese de doutorado fossem generalizados, embora considere-se que reflexões acerca da temática possam ser exploradas em pesquisas futuras com a finalidade de obter outros dados que expressem como ocorre a performance musical da pessoa com deficiência visual. Neste sentido, defende-se a necessidade de novas pesquisas abordando aspectos relacionados à performance musical destes indivíduos, de forma a contribuir efetivamente para o desenvolvimento musical, visando à profissionalização. 131 Por fim, espera-se que as reflexões desenvolvidas por esta pesquisa possam contribuir para o desenvolvimento de novas práticas pedagógicas, possibilitando um olhar interdisciplinar para o ensino da performance, ultrapassando os julgamentos acerca das pessoas com deficiência visual previamente estabelecidos, permitindo a busca e a implementação de estratégias que, colocadas em diálogo, poderão contribuir para a performance musical destes indivíduos. 132 REFERÊNCIAS ALCÂNTARA NETO, D. Aprendizagens em percepção musical: um estudo de caso com alunos de um curso superior de música popular. 2010. 241 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Música, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. ALONSO, L. G. 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Coimbra, nov. 2017. PASCOAL, H. [Entrevista cedida a] Shirlei Escobar Tudissaki para a presente tese. São Paulo, abr. 2017. SHIFRES, F. [Entrevista cedida a] Shirlei Escobar Tudissaki para a presente tese. Buenos Aires, jul. 2016. ZATTERA, V. [Entrevista cedida a] Shirlei Escobar Tudissaki para a presente tese. Campinas, jan. 2018.