RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta tese será disponibilizado somente a partir de 01/10/2016. INSTITUTO DE ARTES EDUARDO TSUTOMU MURAYAMA A PINTURA DE JESUÍNO DO MONTE CARMELO EM SÃO PAULO E ITU: busca dos referenciais iconográficos e novas considerações São Paulo 2016 EDUARDO TSUTOMU MURAYAMA A PINTURA DE JESUÍNO DO MONTE CARMELO EM SÃO PAULO E ITU: busca dos referenciais iconográficos e novas considerações do título de Doutor em Artes. Área de Concentração: Artes Visuais Linha de Pesquisa: Abordagens teóricas, históricas e culturais da Arte Orientador: Prof. Dr. Percival Tirapeli São Paulo 2016 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. E-mail do autor: eduardomurayama@yahoo.com Ficha catalográfica preparada pelo Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Artes da UNESP M972p Murayama, Eduardo Tsutomu, 1981- A pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu: busca dos referenciais iconográficos e novas considerações / Eduardo Tsutomu Murayama. - São Paulo, 2016. 483 f. : il. Orientador: Prof. Dr. Percival Tirapeli. Tese (Doutorado em Artes) Universidade Estadual Paulista 1. Jesuíno do Monte Carmelo, 1764-1819. 2. Igreja Católica São Paulo. 3. Pintura colonial São Paulo. 4. Arte sacra São Paulo. I. Tirapeli, Percival. II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes. III. Título. CDD 759.981 mailto:eduardomurayama@yahoo.com Nome: MURAYAMA, Eduardo Tsutomu Título: A pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu: busca dos referenciais iconográficos e novas considerações rtes. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________________________________________ Julgamento: _________________________________________________________________ Assinatura: __________________________________________________________________ Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________________________________________ Julgamento: _________________________________________________________________ Assinatura: __________________________________________________________________ Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________________________________________ Julgamento: _________________________________________________________________ Assinatura: __________________________________________________________________ Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________________________________________ Julgamento: _________________________________________________________________ Assinatura: __________________________________________________________________ Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________________________________________ Julgamento: _________________________________________________________________ Assinatura: __________________________________________________________________ Para Patrícia Helena, Larissa e Henrique O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente Mário Quintana (1906-1994)* *Intrusão, Caderno H, São Paulo: Globo, 2006, p. 174. Página anterior: Detalhe de Nossa Senhora do Carmo. Jesuíno do Monte Carmelo, c. 1796-1798. Forro da nave da Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de São Paulo. Foto: E. Murayama, 2012. A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 13 AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Percival Tirapeli, pelo constante incentivo e inspiração; admiração e apreço pelo exemplo de docente, pesquisador e artista que é, apaixonado pela Arte, e pela humildade de compartilhar comigo e com tantos outros, ao longo de tantos anos, seus conhecimentos. Agradeço a confiança depositada em meu projeto, desde os tempos do mestrado, e pela oportunidade de ser seu orientando em mais esta jornada. Ao Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista IA/UNESP, pela realização do curso de doutorado. Aos professores participantes da Banca de Qualificação: Prof. Dr. Mozart Alberto Bonazzi da Costa (PUC-SP) e Profª. Dra. Claudete Ribeiro (IA-UNESP), pelas orientações e contribuições para o encaminhamento deste estudo. E aos professores que completaram a Banca de Defesa, além dos professores Mozart e Claudete, Profª. Dra. Ana Maria Netto Nogueira (ECA-USP) e Profª. Dra. Maria José Spiteri Tavolaro Passos (Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL); além dos professores suplentes: Prof. Dr. José Leonardo do Nascimento (IA- UNESP) e Profª. Dra. Maria Elisa Linardi de Oliveira Cezaretti. Ao Prof. Dr. Mário Fernando Bolognesi (IA-UNESP); aos funcionários da Secretaria de Pós-Graduação, Ângela Lunardi e Fábio Maeda; à Sebastiana Freschi, da Biblioteca do IA (BIA); ao Prof. Dr. Luciano Migliaccio (FAU-USP), ao Prof. Dr. Benedito Lima de Toledo (FAU-USP) e ao Prof. Dr. Magno Moraes Mello (Fafich-UFMG). Aos colegas pesquisadores pelo incentivo e troca de experiências: Ms. Danielle Manoel dos Santos Pereira, Ms. Rafael Schunk, Ms. Cristiana Cavaterra, Ms. Luciara Bruno Garcia, Ms. Viviane Comunale, 14 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Profª. Dra. Myriam Salomão, Ms. Karin Philippov e ao Dr. Mateus Rosada obrigado pelas fotos. Ao historiador Carlos Gutierrez Cerqueira, da 9ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de São Paulo 9ªSR-IPHAN-SP, pelo apoio e colaboração em compartilhar seus conhecimentos, pesquisas, relatórios, pareceres e textos sobre a obra do Padre Jesuíno do Monte Carmelo, seu objeto de admiração e estudo desde a década de 1980 e um dos principais incentivadores no resgate da obra do artista colonial. Ao restaurador Júlio Eduardo Corrêa Dias de Moraes, pelo apoio e prontidão com que disponibilizou o acesso aos trabalhos de restauro das pinturas da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo e da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, e seus respectivos relatórios técnicos; e aos funcionários e técnicos do Ateliê Júlio Moraes Conservação e Restauro Paula Tabanez, Cristiano Gimenes e Zenaide. Em Itu, agradeço a colaboração dos pesquisadores Eng° Jair de Oliveira e do Prof. Luís Roberto de Francisco; e ao Prior do Convento do Carmo, Frei Antônio Sílvio da Costa Jr, O.C. Agradeço também a colaboração do Padre José Arnaldo Juliano dos Santos, A.A., capelão da Igreja de Galvão; Fátima Paulino, do Museu de Arte Sacra de São Paulo; Jair Mongelli Júnior, diretor do Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo; e a Sra. Laura Carneiro. Por fim, agradeço aos meus familiares: Patrícia, Célia Maria, Olavo Cristiano, Tieko e Luci, pela paciência e suporte que me deram em todas as fases deste trabalho; e acima de tudo, e sempre, a Deus. A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 15 RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo dar continuidade ao trabalho iniciado na minha dissertação de mestrado, sobre a obra pictórica de Jesuíno Francisco de Paula Gusmão, conhecido na historiografia da arte brasileira como Padre Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819). Apresentada em 2010, os estudos iniciais cobriram as obras do artista então encontradas na Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo e seu processo de restauração, sob coordenação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN. Daquele momento até o presente, outras relevantes descobertas envolvendo Jesuíno foram efetuadas na cidade de Itu (SP): na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, onde o padre pintor trabalhou em parceria com o Mestre José Patrício da Silva Manso (1740-1801), foram resgatadas pinturas parietais do século XVIII e indícios da participação de outros artífices até então desconhecidos pelos pesquisadores, além de trechos de um tabuado com pinturas inéditas de Jesuíno. Desse modo, a finalização do restauro da Carmo paulistana, mais as recentes descobertas da Matriz ituana e a possível recuperação do painel do teto da Igreja do Carmo de Itu, também de autoria de Jesuíno, somadas à busca dos possíveis referenciais iconográficos utilizados pelo sacerdote artista, ampliam a obra pictórica do padre Jesuíno do Monte Carmelo e fornecem material para que se realize uma revisão sobre a relevância de sua produção para a história da arte paulista e brasileira. Palavras-chave: Padre Jesuíno do Monte Carmelo / Jesuíno Francisco de Paula Gusmão (1764-1819); Mestre José Patrício da Silva Manso (1740- 1801); Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo; Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu; Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Itu; Pintura Colonial Paulista; Arte Sacra Paulista. 16 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu ABSTRACT This research aims to continue the work started in my master's dissertation about the pictorial work of Jesuíno Francisco de Paula Gusmão, known in the history of Brazilian art as Priest Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819). Presented in 2010, the initial studies covered the works of the artist found in the Church of the Ordem Terceira do Carmo de São Paulo and its restoration process, coordinated by the Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. From that time until the present, other relevant discoveries involving Jesuíno were made in the city of Itu (SP): in the Church of Nossa Senhora da Candelária, where the painter priest worked with the Master José Patrício da Silva Manso (1740-1801), parietal paintings from the eighteenth century were rescued and evidence the involvement of other craftsmen hitherto unknown by the researchers, as well as fragments from a clapboard with new paintings by Jesuíno. Thus, the completion of the restoration of the Igreja do Carmo de São Paulo, more recent discoveries of Itu Mother Church and the possible recovery of the ceiling painting of the Igreja do Carmo de Itu, also authored by Jesuíno, together with the search for possible iconographic references used by the priest artist, extend the pictorial work of Priest Jesuíno do Monte Carmelo and provide material for that conduct a review of the relevance of its production to the history of São Paulo art and Brazilian art. Keywords: Priest Jesuíno do Monte Carmelo / Jesuíno Francisco de Paula Gusmão (1764-1819); Master José Patrício da Silva Manso (1740- 1801); Church of the Ordem Terceira do Carmo de São Paulo; Church of Nossa Senhora da Candelária de Itu; Church of Nossa Senhora do Carmo de Itu; Paulista Colonial painting; Sacred Paulista art. A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 17 SUMÁRIO Lista de figuras ............................................................................... 19 Lista de abreviaturas ....................................................................... 34 Introdução .................................................................................... . 37 Capítulo I Introdução à Iconografia Cristã / O Concílio de Trento e o Barroco ....................................................................... 59 1.1 Introdução à Iconografia Cristã ................................................ Cristã .............................................................................. 60 1.1.1 Arte Paleocristã: Origens das pinturas no espaço de culto religioso ................................................................................... 63 1.1.2 Iconoclastia e o II Concílio Ecumênico de Nicéia ............ 65 1.2 Concílio de Trento e a Contrarreforma .................................... 69 1.3 O Barroco e a Pintura Ilusionista ............................................. 73 1.3.1 A pintura ilusionista em Portugal ..................................... 81 1.3.2 Tipologia de forros e a pintura ilusionista no Brasil Colônia .................................................................................... 84 1.4 O Barroco em São Paulo .......................................................... 92 1.4.1 Fases da Arte Barroca em São Paulo .................................. 98 Capítulo II Pintura Sacra Paulista no Período Colonial ......... 107 2.1 Produção de arte em São Paulo no período colonial: mestres, oficiais e aprendizes ........................................................................ 117 2.2 A utilização de estampas e gravuras como modelos na pintura colonial .......................................................................................... 120 2.3 Mário de Andrade e a biografia de Jesuíno do Monte Carmelo ......................................................................................... 129 18 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Capítulo III Obra pictórica de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu ....................................................................... 141 3.1 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo: Igreja da Ordem Terceira do Carmo ........................................................ 145 3.1.1 Recolhimento de Santa Teresa ......................................... 165 3.1.2 Museu de Arte Sacra de São Paulo ................................... 179 3.2 Itu: Aspectos históricos ............................................................ 200 3.2.1 Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária ................. 203 3.2.2 Igreja do Carmo ............................................................... 220 3.2.3 Igreja do Bom Jesus ......................................................... 236 3.2.4 Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio ............................. 243 Capítulo IV Análises iconográficas Busca dos Referenciais Iconográficos Novas Descobertas ............................................. 249 4.1 A Virgem do Carmo da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo .................................................................................. 249 4.2 Painéis da Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu ........................................................................... 268 4.3 Pinturas da Igreja do Carmo de Itu .......................................... 314 Considerações finais ..................................................................... 325 Referências .................................................................................... 333 Anexos ................................................................................. ........... 403 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 19 LISTA DE FIGURAS Fig. 1 Virgem com o Menino e Profeta. Século II D.C. Afresco da catacumba de Santa Priscila, Roma............................................ 65 Fig. 2 Alegoria do Bom Pastor. Século II D.C. Afresco da Catacumba de São Pedro e Marcelino, Roma............................................... 65 Fig. 3 Pietro da Cortona. Alegoria da Divina Providência e do poder dos Barberini (1633-1639). Palazzo Barberini, Roma................ 76 Fig. 4 Giovanni Battista Gaulli. Glorificação do nome de Jesus (1672-1683). Igreja de Jesus, Roma.......................................... 77 Fig. 5 Andrea Pozzo. Glorificação de Santo Inácio (1691-1694). Igreja de Santo Inácio de Loyola, Roma.................................... 79 Fig. 6 Giovanni Battista Tiepolo. Assunção da Virgem (1759). Detalhe do afresco do teto do Oratório da Purificação, Udine... 80 Fig. 7 Vincenzo Baccarelli. Teto da portaria do Convento de São Vicente de Fora (1709), Lisboa................................................. 82 Fig. 8 Antônio Simões Ribeiro. Teto da Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra (1723-1724)..................................... 83 Fig. 9 Detalhe do teto artesoado da sacristia da Catedral Basílica de Salvador (c. 1660), Bahia.......................................................... 85 Fig. 10 Detalhe do forro da nave e da capela-mor da Igreja de São Francisco, em Salvador (c. 1660), Bahia. Pinturas da nave atribuídas ao frei Jerônimo da Graça, executados entre 1733 e 1737.......................................................................................... 86 Fig. 11 Caetano da Costa Coelho. Detalhe do forro da nave da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência (1737- 1743), Rio de Janeiro................................................................ 88 Fig. 12 Caetano da Costa Coelho. Detalhe do forro da nave da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência cena central visão de São Francisco (1737-1743), Rio de Janeiro.... 89 Fig. 13 José Joaquim da Rocha. Detalhe do forro da nave da Igreja da Ordem Terceira de São Domingos (século XVIII), Salvador..... 90 Fig. 14 Manuel da Costa Ataíde. Detalhe do forro da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência (1801-1812), Ouro Preto......................................................................................... 91 Fig. 15 Detalhe da pintura do forro da nave da Capela de Santo Antônio (1680), em São Roque................................................. 109 Fig. 16 Detalhe da pintura do forro da capela-mor da Capela de Santo Antônio (1680), em São Roque................................................. 109 Fig. 17 Detalhe da pintura do forro em caixotão da sacristia da Igreja de Nossa Senhora do Rosário (1700-1740), em Embu.............. 110 20 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Fig. 18 Detalhe da pintura do forro em caixotão da sacristia da Igreja de Nossa Senhora do Rosário (1700-1740), em Embu.............. 110 Fig. 19 Manoel do Sacramento. Pintura do forro da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de Mogi das Cruzes (1802). Foto: D. Pereira.................................................................................. 114 Fig. 20 José Patrício da Silva Manso. Pintura do forro da capela-mor da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência (1790-1801). Foto: E. Murayama............................................. 116 Fig. 21 Forro do coro da Igreja de Santo Antônio Galvão, do Mosteiro da Luz (c. 1802). Fotomontagem de Mateus Rosada ................ 116 Fig. 22 Forro da capela-mor da Igreja da Boa Morte (séc. XIX)............. 116 Fig. 23 Abraão e o sacrifício de Isaac. Prancha da Bíblia de DeMarne, Paris, 1728................................................................................ 123 Fig. 24 Manuel da Costa Ataíde. Abraão e o Sacrifício de Isaac (c.1799). Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência de Ouro Preto. Foto: J. Gelwan............................... 124 Fig. 25 Peter Paul Rubens. Cristo na Cruz entre dois ladrões (1619- 1620). Museu Real de Belas Artes da Antuérpia, Bélgica........... 127 Fig. 26 Boëtius à Bolswert. Cristo na Cruz entre dois ladrões Gravura a partir de Rubens (1631). Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda.................................................................................... 127 Fig. 27 Resultado da 2ª fase do processo de restauro da pintura do padre Jesuíno do Monte Carmelo (dezembro/2008) no forro da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo, com o retângulo central de cerca de 12 m². Foto: E. Murayama 145 Fig. 28 Visão de Nossa Senhora do Carmo. Detalhe do forro da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, c. 1796-1798. Foto: E. Murayama 147 Fig. 29 Forro da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, c. 1796-1798. Foto: E. Murayama, 2012.................................................................. 147 Fig. 30 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Grupo do entablamento: Santos Doutores da Igreja. Pintura da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).......................... 148 Fig. 31 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Grupo do entablamento: Santos Evangelistas. Pintura da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).......................... 149 Fig. 32 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Grupo do entablamento: Santos Apóstolos. Pintura da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798)........................................ 149 Fig. 33 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Grupo do entablamento: Santas e Beatas Carmelitas. Pintura da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).............. 150 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 21 Fig. 34 Detalhe da figura 33.................................................................. 150 Fig. 35 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Grupo do entablamento: Bispos e Reis Beatos. Pintura da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).......................... 151 Fig. 36 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Grupo do entablamento: Mártires e religiosos carmelitas. Pintura da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).............. 151 Fig. 37 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. São João Evangelista. Pintura da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).................................................................... 152 Fig. 38 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. São Pedro Papa. Pintura da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).............................................................................. 153 Fig. 39 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santos Mártires: Santo Ângelo da Sicília e Santo Alberto da Sicília. Pintura da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796- 1798)........................................................................................ 153 Fig. 40 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. São Simão Stock. Pintura do coro da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).............................................................................. 156 Fig. 41 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. São Pedro Tomás. Pintura do coro da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).............................................................................. 157 Fig. 42 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa. Pintura do coro da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).............................................................................. 158 Fig. 43 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. São João da Cruz. Pintura do coro da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).............................................................................. 159 Fig. 44 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Estrela Divina. Pintura do coro da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796-1798).............................................................................. 160 Fig. 45 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Visão do colar de Santa Teresa. Pintura do forro da capela-mor da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (1796).................................... 161 Fig. 46 Adriaen Collaert e Cornelis Galle. Visão do Colar de Santa Teresa. Gravura, 1630. S. Virginis Teresiæ a Iesv: ordinis carmelitarvm excalceatorvm piae restavratricis........................... 162 Fig. 47 Juan de Peñalosa y Sandoval. Visão do Colar de Santa Teresa (século XVII). Catedral de Astorga, Espanha............................. 163 Fig. 48 Visão do Colar de Santa Teresa, detalhe (século XVII). Escola cuzquenha. Museo Casa del Virrey Liniers, Alta Gracia, Córdoba, Argentina................................................................... 163 22 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Fig. 49 Arnold van Westerhout. Visão do Colar de Santa Teresa. Gravura, 1716. Vita Effigiata della Serafica Vergine S. Teresa di Gesù, Roma.......................................................................... 164 Fig. 50 José Espinoza de Los Monteros. Visão do colar de Santa Teresa, 1682. Igreja do Convento de Santa Teresa, Cuzco, Peru.......................................................................................... 164 Fig. 51- 52 Vistas do corredor lateral da Igreja do Carmo onde estão expostos os painéis do padre Jesuíno recolhidos do Convento de Santa Teresa. Outubro de 2009. Foto: E. Murayama............ 171 Fig. 53 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Visão da coroação de Santa Teresa. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa................................................... 174 Fig. 54 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Alegoria das fundação do Mosteiro de São José. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa........................................ 174 Fig. 55 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Visão de Santa Teresa. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa.............................................................................. 174 Fig. 56 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa doente. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa.............................................................................. 174 Fig. 57 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Morte de Santa Teresa. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa......................................................................... 174 Fig. 58 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa e a visão do Espírito Santo. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa................................................... 174 Fig. 59 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa escritora. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa.............................................................................. 175 Fig. 60 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa e a visão de Santa Clara. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa................................................... 175 Fig. 61 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa e a visão de São Pedro de Alcântara. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa........................................ 175 Fig. 62 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa menina e seu irmão Rodrigo, indo à terra dos mouros. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa... 175 Fig. 63 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa construindo uma ermida. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa................................................... 175 Fig. 64 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa beijando a A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 23 mão do tio, D. Pedro Sanches de Cepeda. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa... 175 Fig. 65 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa ao pé de um altar. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa................................................... 176 Fig. 66 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Reflexão de Santa Teresa sobre Cristo no Horto. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa........................................ 176 Fig. 67 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Visão do Frei Pedro Ibañez (da Ordem de São Domingos). Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa.............. 176 Fig. 68 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa e a visão do Inferno. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa................................................... 176 Fig. 69 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa e a visão das mãos de Cristo. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa................................................... 176 Fig. 70 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Bodas Místicas de Santa Teresa. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa................................................... 176 Fig. 71 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa e o Coração Flamejante. Final do século XVIII, provenientes do antigo Recolhimento de Santa Teresa.................................................. 176 Fig. 72 Fotomontagem com algumas pranchas extraídas do livro Vita Effigiata della Serafica Vergine S. Teresa di Gesù, publicado originalmente em Roma, em 1716. As gravuras são de autoria de Arnold van Westerhout (1651-1716)................................... 177 Fig. 73 Adriaen Collaert e Cornelis Galle. Êxtase de Santa Teresa. Gravura, 1630. S. Virginis Teresiæ a Iesv: ordinis carmelitarvm excalceatorvm piae restavratricis................................................ 178 Fig. 74 Adriaen Collaert e Cornelis Galle. Santa Teresa e a Visão do Espírito Santo. Gravura, 1630. S. Virginis Teresiæ a Iesv: ordinis carmelitarvm excalceatorvm piae restavratricis............... 178 Fig. 75 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. São João Evangelista, século XIX. Museu de Arte Sacra de São Paulo......................... 182 Fig. 76 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. São Lucas Evangelista, século XIX. Museu de Arte Sacra de São Paulo......................... 182 Fig. 77 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. São Marcos Evangelista, século XIX. Museu de Arte Sacra de São Paulo...... 183 Fig. 78 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. São Mateus Evangelista, século XIX. Museu de Arte Sacra de São Paulo...... 183 Fig. 79 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. São Gregório Magno (início do século XIX). Museu de Arte Sacra de São Paulo........ 184 24 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Fig. 80 São Gregório. Gravado por Houatt, a partir do desenho de Antoine Dieu, publicado pela oficina de Nicolas-Jean-Baptiste de Poilly (Paris, 1734-1750)..................................................... 185 Fig. 81 Carlo Marata. Detalhe do quadro Doutores da Igreja discutem a Assunção da Virgem (1686)................................................... 185 Fig. 82 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. Santo Ambrósio (início do século XIX). Museu de Arte Sacra de São Paulo........ 186 Fig. 83 Santo Ambrósio. Gravado por Houatt, a partir do desenho de Antoine Dieu, publicado pela oficina de Nicolas-Jean-Baptiste de Poilly (Paris, 1734-1750)..................................................... 187 Fig. 84 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. Santo Agostinho (início do século XIX). Museu de Arte Sacra de São Paulo........ 188 Fig. 85 Santo Agostinho. Gravado por Houatt, a partir do desenho de Antoine Dieu, publicado pela oficina de Nicolas-Jean-Baptiste de Poilly (Paris, 1734-1750)..................................................... 189 Fig. 86 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. São Jerônimo (início do século XIX). Museu de Arte Sacra de São Paulo................... 190 Fig. 87 São Jerônimo. Gravado por Gérard Edelinck no início do século XVIII............................................................................. 191 Fig. 88 Philippe de Champagne. São Jerônimo, c.1630........................ 191 Fig. 89 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. São Tomás de Aquino (início do século XIX). Museu de Arte Sacra de São Paulo........ 192 Fig. 90 São Tomás de Aquino, gravura, século XVIII............................ 193 Fig. 91 São Tomás de Aquino, gravura, c.1610..................................... 193 Fig. 92 Atribuído a Jesuíno do Monte Carmelo. São Boaventura (início do século XIX). Museu de Arte Sacra de São Paulo........ 194 Fig. 93 Ateliê de Jorge Vedras. Assunção de Nossa Senhora e os Santos Doutores da Igreja, 1854. Igreja de Santo Frei Galvão.............. 197 Fig. 94 Gravura da Assunção de Nossa Senhora (século XIX)............... 197 Fig. 95 Assunção de Maria e os Santos Doutores da Igreja. Gravura de Jakob Frey, c. 1730. Biblioteca Nacional de Portugal................ 198 Fig. 96 Guido Reni. Assunção da Virgem, c. 1642. Alta Pinacoteca, Munique.................................................................................. 198 Fig. 97 Miguel Benício Dutra. Vista da Cidade de Itu (1851). Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo....................................... 200 Fig. 98 Detalhe da figura 97. ................................................................ 205 Fig. 99 Detalhe do cadeiral e das primeiras prospecções que indicaram existir pintura parietal na capela-mor da Igreja Matriz da Candelária de Itu. Foto de 2009. Foto: E. Murayama............... 208 Fig. 100 Fotomontagem de Victor Hugo Mori do lado da epístola da capela-mor da Matriz da Candelária de Itu após a retirada das camadas de tinta branca que cobriam as paredes, 2013.............. 209 Fig. 101 Fotomontagem de Victor Hugo Mori do lado do evangelho da A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 25 capela-mor da Matriz da Candelária de Itu após a retirada das camadas de tinta branca que cobriam as paredes, 2013.............. 210 Fig. 102 Outra vista da parede lateral da capela-mor da Igreja Matriz de N. Sra. da Candelária de Itu. Entre os quadros, os painéis parietais de autoria padre Jesuíno do Monte Carmelo, que lembram os painéis de madeira recortada que imitam azulejos. Foto: E. Murayama................................................................... 211 Fig. 103 Detalhe de painel parietal representando paisagem com pirâmide, provavelmente cópia de gravura europeia (2014). Foto: E. Murayama................................................................... 211 Fig. 104 Detalhe das paredes da capela-mor da Matriz da Candelária sem os quadros da vida de Jesus e Maria, durante intervenção de restauro, em 2015. Foto: E. Murayama................................ 213 Fig. 105 Detalhe das paredes da capela-mor da Matriz da Candelária sem os quadros da vida de Jesus e Maria, durante intervenção de restauro, em 2015. Foto: E. Murayama................................ 214 Fig. 106 Detalhe da assinatura do artista Mathias Teixeira da Silva, encontrada sob um dos quadros da capela-mor da Igreja Matriz da Candelária de Itu, 2014. Foto: Júlio Moraes......................... 215 Fig. 107 Detalhe da data 1788 registrada pelo artista Mathias Teixeira da Silva, encontrada sob um dos quadros da capela-mor da Igreja Matriz da Candelária de Itu, 2014. Foto: Júlio Moraes.... 215 Fig. 108 Cena de caça registrada pelo artista Mathias Teixeira da Silva, encontrada sob um dos quadros da capela-mor da Igreja Matriz da Candelária de Itu, 2014. Foto: Júlio Moraes......................... 215 Fig. 109 Detalhe de uma cena de caça, de autoria de Mathias Teixeira da Silva encontrada por sob um dos quadros da capela-mor da Matriz da Candelária de Itu, 2014. Foto: Júlio Moraes............. 216 Fig. 110 Monograma formado pelas iniciais do artista Mathias Teixeira da Silva, encontrada por sob um dos quadros da capela-mor da Matriz da Candelária de Itu, 2014. Foto: Júlio Moraes............. 216 Fig. 111 Detalhe de uma cena de caça, de autoria de Mathias Teixeira da Silva encontrada por sob um dos quadros da capela-mor da Matriz da Candelária de Itu, 2014. Foto: Júlio Moraes............. 217 Fig. 112 Resultados da intervenção de restauro executados entre 2014- 2016 na capela-mor da Igreja Matriz da Candelária de Itu........ 219 Fig. 113 Convento e Igreja do Carmo de Itu (1841). Aquarela de Miguel Dutra............................................................................ 220 Fig. 114 Jesuíno Francisco de Paula Gusmão. Detalhe do forro da capela-mor: Nossa Senhora do Carmo em glória, venerada Maria Magdalena de Pazzi; rodeada de anjos, c.1790-1792. Foto: E. Murayama................................................................... 223 26 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Fig. 115 Jesuíno Francisco de Paula Gusmão. Visão de Santa Teresa. Painel localizado no forro da nave da Igreja do Carmo de Itu, c.1790-1792. Foto: E. Murayama............................................. 224 Fig. 116 Jesuíno Francisco de Paula Gusmão. Papa com feições africanas. Personagem localizado na lateral do forro da capela- mor da Igreja do Carmo de Itu, c.1790-1792. Foto: E. Murayama................................................................................ 226 Fig. 117 Jesuíno Francisco de Paula Gusmão. Anjo mulato (personagem do centro, com grinalda de flores azuis). Personagens localizados na lateral do forro da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu, c.1790-1792. Foto: E. Murayama..................... 227 Fig. 118- 119 Pinturas em caixotão da Capela Velha da Igreja do Carmo de Itu. Último quarto do século XVIII (?). Autoria desconhecida.. 232 Fig. 120 Detalhe de uma das pinturas em caixotão da Capela Velha da Igreja do Carmo de Itu. Último quarto do século XVIII (?). Autoria desconhecida................................................................ 233 Fig. 121 Detalhe de Santa Teresa. Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Forro da capela-mor da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo, c. 1796..................................................................... 233 Fig. 122 Detalhe de uma das pinturas em caixotão da Capela Velha da Igreja do Carmo de Itu. Último quarto do século XVIII (?)....... 234 Fig. 123 Detalhe da Virgem Maria. Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Forro da capela-mor da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo, c. 1796.................................................................... 234 Fig. 124- 125 Pinturas em caixotão da Capela Velha da Igreja do Carmo de Itu. Último quarto do século XVIII (?). Autoria desconhecida. 234 Fig. 126- 127-128- 129 Pinturas em caixotão da Capela Velha da Igreja do Carmo de Itu. Último quarto do século XVIII (?). Autoria desconhecida...................................................................... 235 Fig. 130 Igreja do Bom Jesus (1841). Aquarela de Miguel Dutra............ 236 Fig. 131 Nossa Senhora da Conceição. Século XVIII. Salão lateral da Igreja do Bom Jesus de Itu........................................................ 238 Fig. 132 Alegoria dos quatro continentes. Século XVIII. Salão lateral da Igreja do Bom Jesus de Itu........................................................ 239 Fig. 133 Detalhe da Alegoria dos quatro continentes: Europa. Século XVIII. Salão lateral da Igreja do Bom Jesus de Itu. Foto: Júlio Moraes...................................................................................... 239 Fig. 134- 135 Detalhe do rosto de Nossa Senhora da Conceição. Século XVIII. Salão lateral da Igreja do Bom Jesus de Itu. Foto: Júlio Moraes e Nossa Senhora do Carmo de São Paulo..................... 240 Fig. 136 José Joaquim da Rocha. Detalhe do forro da nave da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, Salvador, Bahia, 1774. Foto: E. Murayama................................................................... 241 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 27 Fig. 137 Gravura com alegoria dos quatro continentes, século XVI......... 241 Fig. 138 Gravura extraída do livro: Elogia Mariana, prancha 27. Desenhos criados por Thomas Scheffler (1699-1756), gravados por Martin Engelbrecht (1684-1756) e publicado por August Casimir Redel em Augsburgo, em 1732.................................... 242 Fig. 139 Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio (1831). Aquarela de Miguel Dutra............................................................................ 243 Fig. 140 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. São João da Cruz, início do século XIX. Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, Itu............. 245 Fig. 141 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santo Anido, início do século XIX. Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, Itu. Fonte: Acervo do IPHAN.................................................................... 246 Fig. 142 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Teresa, início do século XIX. Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, Itu. Fonte: Acervo do IPHAN.................................................................... 246 Fig. 143 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Santa Maria Magdalena de Pazzi, início do século XIX. Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, Itu. Fonte: Acervo do IPHAN................................ 246 Fig. 144 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Pintura do forro da nave (detalhe) da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (c.1797). Foto: E. Murayama, 2014.......................................... 250 Fig. 145 Anônimo. Nossa Senhora do Carmo. Escola Cuzquenha, c. 1650.......................................................................................... 251 Fig. 146 Anônimo. Nossa Senhora do Carmo. Escola Mexicana, século XVIII........................................................................................ 251 Fig. 147 Escola de José Campeche Jordan (1751-1809). Nossa Senhora do Carmo (1829). Galeria Nacional del Instituto de Cultura Puortorriqueña.......................................................................... 252 Fig. 148 Vicente López Portaña (1772-1850). Nossa Senhora do Carmo com o Menino (1808). Museu de Belles Arts de Valencia......... 252 Fig. 149 Nossa Senhora do Monte Carmelo com os Santos Bispos, de Gaspar Miguel de Berrío, Potosí, Bolívia, 1764. Acervo do Museu de Arte da Filadélfia, Estados Unidos............................. 252 Fig. 150 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Pintura do forro da nave (detalhe da parte central) da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (c.1797). Foto: E. Murayama, 2014......... 253 Fig. 151 Túlio Mugnani. Visão do Profeta Elias (detalhe). Pintura do teto da Basílica do Carmo de São Paulo, c.1932-1934. Foto: E. Murayama, 2008....................................................................... 254 Fig. 152 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Pintura do forro da nave (detalhe dos Profetas Elias e Eliseu e do globo com a inscrição Beatam Me Dicent Omnes) da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (c.1797). Foto: E. Murayama, 2014......... 255 28 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Fig. 153 Giovanni Battista Tiepolo. A Imaculada Conceição (1767- 1768). Museu do Prado, Madri................................................. 256 Fig. 154 Peter Paul Rubens. Virgem da Imaculada Conceição (1626- 1628). Museu do Prado, Madri................................................. 257 Fig. 155 Jusepe de Ribera. A Imaculada Conceição (1650). Museu do Prado, Madri............................................................................. 257 Fig. 156- 157 Gravuras do século XVIII representando a Imaculada Conceição................................................................................. 257 Fig. 158 Bartolomé Esteban Murillo. A Anunciação (1655-1660). Museu Hermitage, São Petersburgo.......................................... 260 Fig. 159 Eustache Le Sueur. A Anunciação (1652). Museu do Louvre, Paris.......................................................................................... 260 Fig. 160 Luís Ninõ, c. 1735-1740. Nossa Senhora da Vitória de Málaga. Museu de Arte de Denver, Colorado, Estados Unidos............... 261 Fig. 161 Anônimo. Virgem Maria do Cerro Rico de Potosí, início do século XVIII. Casa Nacional de Moneda, Potosí, Bolívia.......... 262 Fig. 162 Anônimo. Nossa Senhora da Conceição. Escola Cuzquenha, século XVIII. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro... 262 Fig. 163 Anônimo. Imaculada Conceição com um Índio Doador. Peru ou Bolívia (?). Início do século XVII. Museu de Arte de Denver, Colorado, Estados Unidos........................................... 262 Fig. 164 Anônimo. Virgem de Belém. Escola Cuzquenha, c. 1700- 1720. Museu de Arte do Condado de Los Angeles - LACMA, Estados Unidos......................................................................... 262 Fig. 165 Anônimo. Nossa Senhora das Dores. Escola Cuzquenha, século XVIII. Frost Art Museum, Miami, Flórida............................... 263 Fig. 166 Detalhe de Santa Teresa em gravura de Adriaen Collaert e Cornelis Galle sobre a Vida de Santa Teresa, publicado em 1613......................................................................................... 267 Fig. 167- 168-169- 170-171 Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Pranchas descobertas na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, expostas na mostra Tesouros da Matriz de Itu, na Casa da Praça de Itu, em 2015................................................................................... 269- 270 Fig. 172 Mestre José Patrício da Silva Manso. Detalhe do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, o Mistério da Purificação, ou Apresentação do Menino Jesus no Templo, executado a partir de 1787............................ 273 Fig. 173- 174 Detalhes da figura 198.............................................................. 275- 276 Fig. 175 Mestre José Patrício da Silva Manso. Santo Ambrósio, detalhe do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, 1787............................................................. 277 Fig. 176 Mestre José Patrício da Silva Manso. Santo Agostinho, detalhe A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 29 do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, 1787............................................................ 277 Fig. 177 Mestre José Patrício da Silva Manso. São Gregório Magno, detalhe do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, 1787.......................................... 278 Fig. 178 Mestre José Patrício da Silva Manso. São Jerônimo, detalhe do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, 1787............................................................ 278 Fig. 179 Mater Puríssima. Gravura extraída do livro: Elogia Mariana, prancha 17. Desenhos criados por Thomas Scheffler (1699- 1756), gravados por Martin Engelbrecht (1684-1756) e publicado por August Casimir Redel em Augsburgo, em 1732.. 279 Fig. 180 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Anunciação (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu.................................................... 282 Fig. 181- 182 Variações de gravuras da Anunciação, século XVIII. Embora as duas gravuras pareçam ter como origem a mesma matriz, na figura do lado esquerdo, o anjo segura o lírio, ausente na figura à direita..................................................................................... 283 Fig. 183 François Lemoyne. A Anunciação, 1727. The National Gallery, Londres........................................................................ 283 Fig. 184 Laurent Cars (1699-1771), gravura a partir da pintura de François Lemoyne (figura 209). A Anunciação, século XVIII. Biblioteca Nacional da França, Paris.......................................... 284 Fig. 185 Gravura de Nicolas-Henri Tardieu (1674-1749) A Anunciação, século XVIII. Biblioteca Nacional da França, Paris.......................................................................................... 284 Fig. 186 Detalhe da Anunciação (figura 180) da capela-mor da Matriz de Itu........................................................................................ 285 Fig. 187 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Visitação (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu.................................................... 286 Fig. 188 Escola de Flandres. A Visitação, século XVII. Museu da Ville de Poitiers................................................................................. 286 Fig. 189 Jean André (1662-1753). A Visitação. Nacional Trust, Stourhead, Warminster, Inglaterra............................................ 286 Fig. 190 Algumas versões do tema A Visitação, originadas do quadro de Jean André (figura 189): gravura do século XVIII; André Gonçalves na Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Seixal (1730-1740) e André Gonçalves na Igreja da Madre de Deus (década de 1740)....................................................................... 287 Fig. 191 A Visitação (século XVIII). Pintura existente na capela da Imaculada Conceição da Igreja da Ordem Terceira do Seráfico 30 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu São Francisco das Chagas, em São Paulo................................... 287 Fig. 192 Detalhe da figura 187............................................................... 288 Fig. 193 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Nascimento de Maria (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu..................................... 289 Fig. 194 Carlo Maratta (1625-1713). O Nascimento da Virgem (século XVII)........................................................................................ 290 Fig. 195 Carlo Maratta. O Nascimento da Virgem (século XVII)........... 290 Fig. 196 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Nascimento de Jesus (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu......................................... 291 Fig. 197 Laurent Cars. Adoração dos Pastores (século XVIII). Gravura a partir do quadro de Charles-André (Carle Vanloo). Museu de Arte de Harvard........................................................................ 292 Fig. 198 Charles Vanloo. Adoração dos Pastores (século XVIII).............. 292 Fig. 199 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Detalhe do Nascimento de Jesus (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu................ 293 Fig. 200 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Apresentação de Maria no Templo (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu................ 294 Fig. 201 Detalhe da figura 200............................................................... 294 Fig. 202 João Nepumoceno Correia e Castro. Apresentação de Maria no Templo (1777-1787). Igreja de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais....................................... 295 Fig. 203 O batismo de Cristo (século XIX). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu.......................... 295 Fig. 204 Claude Duflos. Gravura do Batismo de Cristo (século XVIII), a partir da tela de Pierre Mignard. Museu de La Faience de Nevers....................................................................................... 296 Fig. 205 Pierre Mignard. Batismo de Cristo (1666). Igreja de Saint Eustache, em Paris.................................................................... 296 Fig. 206 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Lava-pés (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu.................................................... 297 Fig. 207 Jesus lavando os pés de seus discípulos, detalhe, c. 1630-1640... 297 Fig. 208 Adriaen Collaert, a partir de obra de Maarten de Vos. Jesus lavando os pés de seus discípulos (século XVI-XVII)................. 298 Fig. 209 Giovanni Stefano Danedi. Jesus lavando os pés de seus discípulos (século XVII)............................................................ 298 Fig. 210- 211 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. A Ceia (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu.................................................................. 299 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 31 Fig. 212 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Aparição a Madalena no jardim (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu................ 300 Fig. 213 Correggio. Noli me tangere (1523-1524). Museu do Prado, Madri........................................................................................ 300 Fig. 214 Noli me tangere (século XVI). Museu do Prado, Madri............ 300 Fig. 215 Aegidius Sadeler II. Noli me tangere (c. 1600). Gravura a partir de obra de Bartholomeus Spranger. Rijksmuseum, Amsterdam................................................................................ 301 Fig. 216 Albrecht Dürer. Noli me tangere (1510)................................... 301 Fig. 217 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Visita de Nicodemos (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu..................................... 302 Fig. 218 - 219 Gravuras do século XIX retratando o episódio do encontro entre Cristo e Nicodemos.......................................................... 302 Fig. 220 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Banquete em casa de Simão (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu......................... 303 Fig. 221 Harmen Janz Müller. Madalena lavando o pé de Cristo na casa de Simão (1566). Gravura a partir da obra de Maarten van Heemskerck 303 Fig. 222 Cornelis Galle I. Madalena ungindo os pés de Cristo (c. 1597). Gravura a partir da obra de Maarten de Vos, publicado na obra A vida, paixão e ressurreição de Cristo....................................... 304 Fig. 223 Jan Sadeler. Madalena na casa de Simão (c. 1582). Gravura executada por Sadeler para a Bíblia de Plantin, editada em 1583.......................................................................................... 304 Fig. 224 José Patrício da Silva Manso e Jesuíno do Monte Carmelo. Os discípulos de Emaús (c. 1788). Capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu.......................................... 305 Fig. 225 Detalhe da figura 224................................................................ 305 Fig. 226 Prancha de Bíblia publicada em Londres em 1790. Gravado pelo Reverendo Dr. Wright...................................................... 306 Fig. 227 O Sacrifício de Isaac. Painel de azulejaria fingida, c. 1788......... 308 Fig. 228 José vendido por seus irmãos. Painel de azulejaria fingida, c. 1788......................................................................................... 308 Fig. 229 José atirado ao/retirado do poço por seus irmãos. Painel de azulejaria fingida, c. 1788.......................................................... 308 Fig. 230 Moisés e a travessia do Mar Vermelho com os restos mortais de José do Egito. Painel de azulejaria fingida, c. 1788.................... 309 Fig. 231 Cena não identificada por conta do recorte da porta. Painel de azulejaria fingida, c. 1788.......................................................... 309 Fig. 232 Visão da Terra Prometida. Painel de azulejaria fingida, c. 1788. 309 32 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Fig. 233 Moisés e a visão da sarça ardente. Painel de azulejaria fingida, c. 1788..................................................................................... 310 Fig. 234 Moisés e o jorro de água. Painel de azulejaria fingida, c. 1788... 310 Fig. 235 Moisés implorando para entrar na terra prometida. Painel de azulejaria fingida, c. 1788.......................................................... 310 Fig. 236 Chuva de Maná. Painel de azulejaria fingida, c. 1788................ 311 Fig. 237 Adoração da Serpente. Painel de azulejaria fingida, c. 1788....... 311 Fig. 238 Frutos da Terra de Canaã. Painel de azulejaria fingida, c. 1788. 311 Fig. 239 Medalhão superior com paisagem. Painel de azulejaria fingida, c. 1788...................................................................................... 312 Fig. 240 Medalhão superior com paisagem. Painel de azulejaria fingida, c. 1788...................................................................................... 312 Fig. 241 Detalhe de parede lateral da capela-mor da Matriz de Itu.......... 313 Fig. 242 Detalhe de parede lateral da capela-mor da Matriz de Itu.......... 313 Fig. 243 Detalhe de prospecções no forro da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu............................................................................ 315 Fig. 244 Detalhe de prospecções no forro da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu............................................................................ 316 Fig. 245 Detalhe de prospecções no forro da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu............................................................................ 316 Fig. 246 Detalhe de prospecções no forro da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu............................................................................ 316 Fig. 247 Detalhe de prospecções no forro da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu............................................................................ 316 Fig. 248 Detalhe de anjos do forro da capela-mor da Igreja do Carmo de Itu............................................................................................. 318 Fig. 249 Detalhe de anjos do forro da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo............................................................. 318 Fig. 250 Detalhe de anjos do forro da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo............................................................ 318 Fig. 251 Fotomontagem com pinturas de rostos executadas pelo padre Jesuíno do Monte Carmelo....................................................... 319 Fig. 252 Fotomontagem com pinturas de rostos executadas pelo padre Jesuíno do Monte Carmelo....................................................... 321 Fig. 253 Mapa de Israel e localização do Monte Carmelo ....................... 371 Fig. 254 Agostino Cornacchini. Santo Elias (1727). Basílica de São Pedro, Vaticano........................................................................ 374 Fig. 255 José Camarón Boronat. A Virgem do Carmo impondo o escapulário à São Simão Stock (final do século XVIII)............... 377 Fig. 256 José Campeche Y Jordan. Visão de São Simão Stock (1806). Coleção Instituto de Cultura Porto-riquenha............................ 377 Fig. 257- 258 Variações na representação do escudo da Ordem do Carmo...... 379 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 33 Fig. 259- 260 Variações na representação do escudo da Ordem Terceira do Carmo, que se diferencia do escudo da Ordem do Carmo pela cruz sobre o Monte Carmelo..................................................... 379 Fig. 261 Jean-Baptiste Debret. A entrada da cidade a partir da Ladeira do Carmo (1827), aquarela. Coleção João da Cruz Vicente de Azevedo, São Paulo................................................................... 389 Fig. 262 Conjunto do Carmo de São Paulo Convento, Igreja da Ordem Primeira e da Ordem Terceira, em 1862. Fotografia de Militão Augusto de Azevedo. Arquivo do IPHAN.................... 389 Fig. 263 Retábulo-mor da antiga Igreja do Carmo (década de 1920), antes da demolição. Acervo fotográfico do Museu da Cidade de São Paulo.................................................................................. 391 Fig. 264 Retábulo e capela lateral no transepto da antiga Igreja do Carmo (década de 1920), antes da demolição. Acervo fotográfico do Museu da Cidade de São Paulo........................... 391 Fig. 265 Vista da pintura da chamada Capela Esquecida quando da demolição da antiga Igreja do Carmo (final da década de 1930). Acervo da 9ªSR-IPHAN/SP........................................... 393 Fig. 266 Vista da chamada Capela Esquecida quando da demolição da antiga Igreja do Carmo (final da década de 1930). Acervo da 9ªSR-IPHAN/SP....................................................................... 394 Fig. 267 Detalhe de pintura da Capela Esquecida, composição do início do século XX. Acervo da 9ªSR-IPHAN/SP................................ 394 Fig. 268 Conjunto do Carmo (1847). Aquarela de Miguel Dutra........... 401 Fig. 269 José Patrício da Silva Manso. Nossa Senhora com o Menino e Santa Maria Magdalena de Pazzi (1785). Foto: J. Moraes.......... 405 Fig. 270 Conjunto do Carmo com a nova torre da Igreja da Ordem Terceira, 1912........................................................................... 414 Fig. 271 Teto da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, em 1942. Fotografia de H. Graeser. Acervo do IPHAN.................. 428 Fig. 272 Teto da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, em 1942. Fotografia de H. Graeser. Acervo do IPHAN.................. 429 Fig. 273 Painel central da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo após as intervenções de J. Schulte (2007). Foto: E. Murayama.. 429 Fig. 274 Teto da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo em 2004. 430 Fig. 275- 276-277 Detalhes da primeira fase do restauro do painel central do forro da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. Fotos: Acervo do IPHAN Carlos Cerqueira Júlio Moraes (2008). ..................................................................................... 434 Fig. 278 Fotomontagem do restaurador Júlio Moraes mostrando detalhes do rosto de Nossa Senhora no momento da decapagem (lado esquerdo) e após a limpeza e reintegração cromática (2008) ...................................................................... 435 34 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Fig. 279 Resultado da 2ª fase do processo de restauro da pintura do padre Jesuíno do Monte Carmelo (dezembro/2008) no forro da nave da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo, com o retângulo central de cerca de 12 m². Foto: E. Murayama 436 Fig. 280 Retirada dos arcos segmentadores e descoberta das figuras dos profetas Elias e Eliseu. Foto: E. Murayama................................ 437 Fig. 281 Retirada dos arcos segmentadores e descoberta das figuras de vasos e cercados rococós. Foto: E. Murayama............................ 438 Fig. 282 Cercados e molduras no estilo rococó encontrados acima da sanefa do arco-cruzeiro. Foto: E. Murayama.............................. 439 Fig. 283 Cercados e molduras no estilo rococó encontrados acima do coro. Foto: E. Murayama.......................................................... 439 LISTA DE ABREVIATURAS A.A. Pia Societas Presbyterorum ab Assumptione; Assumptionistae Congregação dos Agostinianos da Assunção; Pia Sociedade dos Padres da Assunção; Assuncionistas ANS Arquivo Noronha Santos CONDEPHAAT Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico CONPRESP Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. FNpM Fundação Nacional Pró-Memória IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional O.C. Ordem do Carmo O.C.D. Ordem dos Carmelitas Descalços PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo SPHAN Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (de 1937 até 1946) e Secretaria do Patrimônio Histórico e artístico Nacional (de 1979 até 1990) 9ª SR 9ª Superintendência Regional VOT Venerável Ordem Terceira https://pt.wikipedia.org/wiki/Congrega%C3%A7%C3%A3o_dos_Agostinianos_da_Assun%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Pia_Sociedade_dos_Padres_da_Assun%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Pia_Sociedade_dos_Padres_da_Assun%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Assuncionistas Página anterior: Forro da nave da Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de São Paulo. Jesuíno do Monte Carmelo, c. 1796-1798. Foto: E. Murayama, 2012. A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 37 INTRODUÇÃO No início do ano de 2012, sob supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN, o restaurador Júlio Moraes e sua equipe encerraram, com grande êxito, a 3ª fase do processo de restauro do forro da Capela de Santa Teresa da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo da cidade de São Paulo, ou simplesmente, Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. Tal procedimento já vinha causando grande euforia entre os estudiosos e pesquisadores da arte colonial paulista desde o final de 2008, quando da divulgação dos resultados da 2ª fase dos trabalhos de recuperação da pintura localizada na porção central do teto da nave do referido templo. Naquele momento, a exaltação justificava-se por se tratar de uma composição inédita do artista santista Jesuíno Francisco de Paula Gusmão (1764-1819), mais conhecido pelo nome que adotou ao abraçar a vida religiosa, padre Jesuíno do Monte Carmelo. A Virgem do Carmo em glória concebida no final do século XVIII, rodeada de anjinhos entre as nuvens, num pequeno retângulo de cerca de 12 m², provavelmente não era vista pelos fiéis há, pelo menos, um século, já que se encontrava oculta por inúmeras camadas de repintura acrescentadas posteriormente num intervalo entre o final do século XIX e meados do século XX. A qualidade plástica e estética da concepção primitiva do padre Jesuíno ora encontrada foi tão surpreendente que o 38 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu IPHAN, por meio de sua 9ª Superintendência Regional de São Paulo, investiu no restauro completo das pinturas do forro da igreja dos terceiros carmelitas: teto da nave, teto do coro e teto da capela-mor. A coordenação de todas as etapas desse projeto de restauro ficou a cargo do historiador Carlos Gutierrez Cerqueira, pesquisador responsável pelo tombamento, pelo órgão de proteção federal, das pinturas de Jesuíno Francisco na capital paulista. Desde a década de 1980, Cerqueira estudava a obra do sacerdote artista, empenhando-se para garantir que inclusive a suposta pintura oculta da capela carmelita, a composição setecentista, fosse incluída no parecer do tombamento, que ocorreu em 1996. Contudo, essa empreitada foi a coroação de uma jornada iniciada muito antes, há cerca de sete décadas, em 1945, com a publicação da biografia Padre Jesuíno do Monte Carmelo, escrita pelo crítico de arte Mário de Andrade (1893-1945). Foi o modernista, no início da década de 1940, quem primeiro levantou a hipótese de que o painel central do forro da igreja dos irmãos terceiros do Carmo poderia não ser de autoria do artista colonial, cuja obra minuciosamente estudava para compor sua biografia. Desse modo, Mário de Andrade lançou a teoria da pintura invisível do padre Jesuíno do Monte Carmelo. Em 2010 concluí minha dissertação de mestrado, submetida ao Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho IA-UNESP, onde descrevi o desenvolvimento da teoria da A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 39 pintura invisível de Jesuíno, o processo de redescoberta, o início do restauro das pinturas e algumas primeiras análises iconográficas das composições encontradas até a 2ª fase do processo de restauro.1 Finalizado o restauro integral do forro da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo, pude dar continuidade e aprofundamento aos estudos sobre a obra pictórica2 do padre Jesuíno do Monte Carmelo na capital. E, acrescento ao material paulistano as relevantes e surpreendentes descobertas ocorridas na cidade Itu nos últimos anos, local onde Jesuíno viveu a maior parte de sua vida. Como exemplo da evidência em que se encontra a obra de Jesuíno em Itu, posso citar a recente descoberta, divulgada pelo IPHAN, de cerca de treze pranchas de madeira com pinturas inéditas, embora incompletas, de uma composição com o tema Deposição da Cruz, que são atribuídas ao padre artista. Foram encontradas por acaso3, nas dependências da 1 A primeira fase do restauro das pinturas de Jesuíno do Monte Carmelo na Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo compreendeu a verificação do estado de conservação das pinturas do forro prospecções, calas e estratigrafias, em 2007. A segunda fase focou o restauro do painel central (2008) e a terceira fase (2009-2012) foi a recuperação integral das pinturas do teto da nave, da capela-mor e do coro. 2 Refiro-me à obra pictórica, especificamente a pintura de forros e quadros/painéis, pois como tantos outros artistas do período colonial, Jesuíno também se dedicou a outras modalidades artísticas: além de pintor, foi arquiteto, escultor, encarnador de imagens, entalhador, dourador, músico e renomado compositor de peças musicais sacras (ANDRADE, 2012, p. 37). 3 As primeiras pranchas teriam sido encontradas durante uma das intervenções de restauro pelas quais a Igreja Matriz de Itu passou nessa primeira década do século XXI. As tábuas pintadas, porém cobertas de cal, estavam próximas da escadaria que conduz à torre e também protegiam internamente o relógio da fachada da igreja e os sinos da torre. Entretanto, informado o IPHAN da descoberta, por medidas de segurança, as pinturas ficaram ocultas, em processo de catalogação e limpeza, para 40 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, pelo professor e maestro Luís Roberto de Francisco, pesquisador do Museu da Música de Itu, em 2001. Sua procedência ainda é misteriosa e precisa ser confirmada. Aliás, a matriz ituana, que se encontra em processo de restauro4, não deixa de surpreender os estudiosos, tanto por conta das pinturas parietais da capela-mor, como pela descoberta de desenhos e uma assinatura datada de um artista até agora desconhecido para a historiografia da arte paulista, encontrado sob os quadros do padre Jesuíno que adornavam o presbitério: Mathias Teixeira da Silva e a data: 1788. Também na cidade de Itu encontra-se a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, ornamentada por Jesuíno Francisco no início da década de 1790, e que está aguardando o início do seu restauro. Prospecções realizadas, a pedido do IPHAN, em 2009, indicam que a pintura executada pelo padre artista na capela-mor foi bastante retocada, a exemplo do que aconteceu no forro da Carmo paulistana, mas que a composição original permanece e está em condições de ser recuperada. futuro tombamento pelo órgão de proteção. Apenas em 2014 foi divulgada sua descoberta. De fevereiro a agosto de 2015 as pranchas ficaram expostas na mostra Tesouros da Matriz de Itu, com visitação aberta ao público. Cf. CERQUEIRA, Carlos G. Tesouros da Matriz de Itu. Disponível em < https://sites.google.com/site/resgatehistoriaearte/noticias>. Acesso em 15.mai.2015. 4 O restauro da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária de Itu é executado pela empresa do restaurador Júlio Moraes e coordenado pelo historiador Carlos Cerqueira, do IPHAN, os mesmos responsáveis pela descoberta e resgate da pintura do padre Jesuíno do Monte Carmelo na Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. https://sites.google.com/site/resgatehistoriaearte/noticias A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 41 Dessa maneira, a partir das iniciativas do IPHAN, na busca pelo resgate e preservação da memória histórica e artística do período colonial paulista, as pinturas do padre Jesuíno do Monte Carmelo nunca estiveram tanto em evidência como na última década. Por consequência, uma revisão histórica e uma análise iconográfica acerca das pinturas paulistanas e ituanas vêm sendo realizadas, e delas surgem novas contribuições à história da arte paulista. Não nos esqueçamos de que a cidade de Itu ainda guarda outros mistérios não desvendados, como a autoria das pinturas do teto em caixotão da sala de reuniões da Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a pintura do forro de uma sala da Igreja do Bom Jesus, que provavelmente é de autoria de Jesuíno, já que a visão da Virgem na Bom Jesus apresenta uma estrutura muito próxima da Nossa Senhora na Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. Após o final do restauro integral do forro da Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo (2011), algumas características da composição de Jesuíno Francisco passaram a me chamar atenção: por que o painel central não apresenta uma visão convencional de Nossa Senhora do Carmo? De acordo com a iconografia carmelita tradicional, a Virgem do Carmelo costuma ser representada trajando o hábito marrom e branco, muitas vezes adornado com o emblema da Ordem, coroada em sinal de sua majestade, carregando o Menino Jesus com um dos braços; e com o outro, apresentando o escapulário. Entretanto, a Nossa Senhora do Carmo da nave do templo paulistano não está segurando o Menino Jesus 42 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu nos braços, e tampouco estende a mão para entregar o escapulário. A mulher representada por Jesuíno, com as mãos repousadas sobre o peito, seria a Virgem do Carmelo? Pesquisas e análises iconográficas indicam tratar-se de uma Virgem da Conceição. Entretanto, uma Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de devoção franciscana, no forro de uma capela carmelita? Certas passagens da devoção carmelitana foram amplamente divulgadas pelo programa iconográfico da Ordem nos templos edificados a partir do século XVII, inclusive no Brasil Colônia. A principal delas fazia referência à visão de São Simão Stock (1165-1265), num milagre ocorrido em 16 de julho de 1251, em Cambridge, Inglaterra; quando a Virgem Maria apareceu ao religioso e lhe entregou um escapulário. Outra imagem recorrente é a visão do profeta Elias (c. 980-918 A.C.), venerado como o fundador da Ordem Carmelita, por conta da visão profética que teve da Virgem Maria sob a forma de brancas nuvens que vinham em direção ao Monte Carmelo, em Israel, e que teria dado início ao culto carmelitano; ou ainda o episódio onde Elias é arrebatado aos céus numa carruagem de fogo, jogando seu manto para seu discípulo e sucessor, o profeta Eliseu. O programa iconográfico carmelita também incluía a representação da Fonte Mística de Elias e de alegorias e visões com outros -1582), São João da Cruz (1542-1591), Santa Maria Magdalena de Pazzi (1566-1607), Santo Alberto da Sicília (? 1306), Santo André Corsino (1302-1374), São Cirilo de Alexandria (375-444) e São Bertholdo di Calabria (?-1195). O A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 43 que significa que outras tantas passagens extremamente ligadas ao culto de Nossa Senhora do Carmo poderiam ter sido utilizadas por Jesuíno no painel central, mas não foram. A Capela da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo possui, em suas pinturas, representações dos personagens do devocionário carmelita descritos anteriormente, partindo do entablamento, todavia, no painel central do forro a Nossa Senhora concebida por Jesuíno Francisco não é propriamente a Virgem do Carmelo na acepção da iconografia tradicional. Como explicar a escolha, por parte de Jesuíno, ou da Mesa Administrativa que encomendou o trabalho, de uma suposta Imaculada Conceição trajando o hábito carmelitano, para decorar a parte mais impactante, aos olhos do observador, do forro da nave de um templo carmelita? Frei Silvio Antonio da Costa Júnior, ex-Prior da Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Itu, consultor e colaborador do IPHAN durante o processo de restauro das pinturas do padre artista em São Paulo, foi quem identificou a Virgem no painel central do forro da nave como uma representação de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. A existência de um globo ou de uma lua, símbolo de fertilidade logo abaixo da figura da Virgem, com a inscrição Beatam me dicent omnes (me considerarão Bem-Aventurada), frase extraída do cântico Magnificat do Evangelho de São Lucas, é indicação de que a mulher ali representada é a Virgem Maria grávida, que carrega Jesus Cristo em seu ventre. As futuras gerações a considerarão bem-aventurada por conta de Deus encarnado 44 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu em seu útero. A cena é reforçada pela presença dos anjos com lírios símbolos da pureza, inocência e virgindade de Maria. Tal cena poderia ser interpretada como a visão profética que o profeta Elias teria tido da futura mãe do Salvador? Acreditando-se que a Virgem concebida por Jesuíno Francisco é a Imaculada Conceição ou a representação de Nossa Senhora da Anunciação, tais invocações marianas fazem parte do programa iconográfico dos carmelitas? É provável que Jesuíno já tivesse iniciando seus estudos de teologia, preparando-se para se ordenar sacerdote, quando começou a pintura da igreja dos terceiros carmelitas de São Paulo, em 1796. Portanto, a concepção de uma Nossa Senhora do Carmo não tradicional foi resultado de seus estudos teológicos? Questão de originalidade e liberdade de criação do artista? Segundo o levantamento realizado por José Bento Faria Ferraz, secretario de Mário de Andrade, no início da década de 1940, e averiguadas posteriormente pelo historiador Carlos Cerqueira do IPHAN, as únicas referências nos livros de termos, receitas e despesas da Ordem Terceira do Carmo dizem respeito aos valores pagos a Jesuíno pelo trabalho executado, todavia sem especificação do serviço realizado: Dinheiro que se deu ao Jesuíno por duas vêzes de pintar a capela: 150$000, ou ainda Do. Jesuíno por conta da pintura do côro 2$000 e 50$000 um e 58$200 outro (...) dinheiro que levou o Irmão Prior, para pagar ao pintor (ANDRADE, 1963, p. 163). A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 45 Um único registro sobre ajuste de pintura foi encontrado na página 43 do Livro de Atas e Termos nº3 (1742-1820), mas se referia a uma composição anterior à de Jesuíno: O prior, o reverendo padre comissário e irmãos abaixo assinados se convocaram a 24 de agôsto de 1759 para se ajustar a obra de pintura da capela-mor que logo se ajustou com João Pereira da Silva por preço de sessenta e quatro mil-réis, ficando êle obrigado a pôr todas as tintas que fôr necessário exceto o andaime que êste será obrigado a ordem a pô-lo pronto; outrossim será êle dito obrigado a pintar o antedito fôrro a (letra ilegível) andado da mesma sorte que estava o antigo, só com a diferença de que no meio levará uma tarja e dentro dela a Sra. Teresa (ANDRADE, 1963, p. 153). A historiadora da arte Hannah Levy (1912-1984), alemã que esteve no Brasil entre 1937 e 1947, e escreveu artigos antológicos para a Revista da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional SPHAN, no texto intitulado Modelos Europeus na Pintura Colonial5, comparou os painéis do Mestre Ataíde (1762-1830) na Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e na Matriz de Cachoeira do Campo, e as pinturas de João Nepomuceno Correia e Castro (?-1795) no Santuário de Congonhas do Campo, com as gravuras que lhes deram origem, no caso as ilustrações de uma bíblia alemã encontrada na Biblioteca Nacional (Bíblia de Demarne - Histoire sacrée de la providence et de la conduite de Dieu sur les hommes, 1728). Desse modo, Levy apresentou a teoria de que muito da pintura sacra colonial tem suas fontes nos modelos europeus, e que muitas dessas fontes podem ainda ser 5 Cf. LEVY, Hannah. Modelos Europeus na Pintura Colonial. Revista do SPHAN, nº 8, 1944. 46 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu encontradas na Biblioteca Nacional e nos arquivos das ordens religiosas espalhadas pelo país afora, e completou: Como os modelos europeus principalmente gravuras eram de autores e estilos diferentes, só os artistas nacionais de maior talento conseguiram dar a suas obras um caráter de unidade estilística e um cunho todo pessoal (LEVY, 1978, p. 99). A teoria de Levy se aplica aos painéis paulistanos e ituanos de Jesuíno Francisco? O artista valeu-se de gravuras e estampas europeias para compor suas pinturas? É possível identificar os referenciais iconográficos da obra pictórica do padre Jesuíno? Mário de Andrade, ao analisar os quadros da Matriz de Itu, acreditava que os desenhos da fase inicial da arte de Jesuíno provavelmente provinham de cópias, talvez passadas a ele pelo parceiro de trabalho, o Mestre José Patrício da Silva Manso; ou ainda pela observação direta de outros referenciais iconográficos existentes na região. Para muitos colegas pesquisadores, como o Prof. Dr. Mozart Bonazzi, a Profª. Dra. Maria José Spiteri e a Profª. Myriam Salomão, entre outros, a Virgem da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo lembra, por conta de sua disposição triangular e a maneira como o seu manto foi adornado, as representações das Nossas Senhoras hispânicas do período colonial como a Nossa Senhora da Vitória de Málaga (de Luis Niño, c. 1735-1740), ou A Virgem Maria do Cerro Rico de Potosí (do início do século XVIII). Procede supor que o artista teve contato com alguma dessas representações da América espanhola? A Virgem do Carmo A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 47 paulistana é uma adaptação, pelo menos no que diz respeito à visualidade, de uma Nossa Senhora de uma colônia espanhola? E quanto aos outros personagens representados por Jesuíno no entablamento e na capela-mor do templo dos terceiros em São Paulo e nas pinturas das igrejas de Itu, é possível identificar alguma influência estética ou seus possíveis referenciais iconográficos? Para a compreensão da obra de Jesuíno Francisco, é preciso também analisar o cenário da ornamentação e pintura de forros de igrejas do Brasil Colônia, desenvolvidas dentro da estética do período Barroco e Rococó, especialmente as realizadas no estado de São Paulo, principalmente ao longo do século XVIII, na qual a obra do artista estudado está inserida. A pintura decorativa de tetos ilusionista nos edifícios religiosos, a chamada pintura monumental, aquela que rompe com os limites da arquitetura interna do templo, dando a impressão de que o teto se abre para uma visão celestial chamada di sotto in sù, ou seja, visto de baixo para cima alcança seu esplendor no período Barroco. Aliás, tal estilo de pintura é resultante do modelo iniciado na Itália por Antonio da Corregio (1489-1534) ainda no Renascimento; passando pela decoração de Pietro da Cortona (1596-1669) no teto do salão do Palácio dos Barberini (1633-1639), até a técnica atingir seu ápice com a pintura de Giovanni Battista Gaulli (1639-1709), chamado de Baciccio, no teto da Igreja de Jesus (Il Gesù); e finalmente com a pintura do padre jesuíta 48 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Andrea Pozzo (1642-1709) no teto da Igreja de Santo Inácio de Loyola, ambas em Roma. Nesse sentido, Pozzo é considerado o expoente máximo da vertente da pintura decorativa de tetos chamada de pintura de perspectiva ou pintura quadraturista, ou ainda, pintura de falsa arquitetura. Essa modalidade foi amplamente divulgada para os outros países europeus, atingindo até as colônias ibéricas nas Américas, por conta do tratado escrito por Pozzo, publicado em dois volumes entre 1693 e 1700, Perspectivae Pictorum atque Architectorum. Outra modalidade de pintura de teto ilusionista que também se desenvolveu nos períodos Barroco e Rococó foi a chamada pintura de perspectiva aérea, e se baseava apenas nas figuras esvoaçando em pleno céu, onde a ilusão de profundidade era reforçada pela visão das figuras em escorço, flutuando no espaço, com a intensa graduação de luz e cor das nuvens e do céu. O grande expoente dessa vertente pictórica foi o artista veneziano Giovanni Battista Tiepolo (1696-1770), que influenciou inúmeros artistas principalmente na Europa central.6 Da Itália barroca da Contrarreforma, a técnica da pintura ilusionista foi levada para Portugal pelo artista florentino Vincenzo Baccarelli (1672-1745), que lá viveu por cerca de duas décadas, introduzindo a técnica quadraturista e executando obras em Lisboa, mas que foram quase todas destruídas no Terremoto de 1755, restando 6 Cf. OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de, 1997, p. 445. A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 49 apenas o teto da portaria do Convento de São Vicente de Fora (1709). Entre seus seguidores, podemos citar: Manuel Xavier Caetano Fortuna, Antônio Lobo, Pedro Alexandrino de Carvalho, Paschoal Parente, entre outros. No Brasil, a pintura de tetos ilusionista chegou ainda na primeira metade do século XVIII, com Caetano da Costa Coelho, que executou, em 1732, a pintura do forro da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência do Rio de Janeiro. Na Bahia setecentista, destacam-se as obras de Antônio Simões Ribeiro (?-1755) e de José Joaquim da Rocha (1737-1807), que pintou, em 1774, o teto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador; além de José Teófilo de Jesus (1758-1847). Em Pernambuco, sobressai-se a obra de João de Deus Sepúlveda, autor do teto da Igreja de São Pedro dos Clérigos do Recife (1764). Em Minas Gerais, são relevantes as obras do Guarda-mor José Soares de Araújo (1723-1799), de João Batista de Figueiredo, de João Nepomuceno Correia (?-1795), e amplamente reconhecida a atuação de Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), o Mestre Ataíde, atuante já nas primeiras décadas do século XIX. Entretanto, diferente do que ocorreu com as cidades litorâneas da região Nordeste do Brasil, com o Rio de Janeiro e Minas Gerais que receberam a atenção de pesquisadores de renome do Barroco em meados do século XX, a produção artística do período colonial no estado de São Paulo somente passou a ser resgatada pela historiografia da arte com os artigos de Mário de Andrade e, a partir da década de 1970, com as 50 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu pesquisas de Eduardo Etzel. Basicamente, as cidades de São Roque, Embu, Guararema, Santos, Mogi das Cruzes, Itu e São Paulo incluído aqui o distrito de São Miguel Paulista , são as que, de alguma maneira, preservaram os monumentos seiscentistas e setecentistas cuja produção artística, em sua maioria, era resultante do mecenato da Igreja e das ordens religiosas, financiados pela elite da lavoura canavieira.7 7 Nesse ponto, é interessante ressaltar que a historiografia da arte paulista do século XX justificou a falta de relevância da produção plástica paulistana dentro do cenário artístico nacional do período colonial por conta do isolamento geográfico, da pobreza e da pouca relevância política e econômica da cidade em contraponto à riqueza propiciada pelo café no século XIX. Todavia, análises mais recentes desmistificam o panorama de reclusão e pobreza de São Paulo. No século XVIII, a capital da capitania possuía uma elite detentora de grandes fortunas, resultantes da ativa estrutura mercantil baseada na economia de abastecimento, ligadas à lavoura do açúcar e ao comércio de animais e mantimentos. Todavia, o que persistiu no imaginário foi a modéstia e o provincianismo ressaltado pelos cronistas, viajantes estrangeiros e memorialistas, que não se atentaram a analisar mais profundamente a complexidade com que a riqueza permeou o cotidiano paulistano no período colonial e início do império recursos financeiros estes que propiciaram a construção, decoração e ornamentação de qualidade dos inúmeros templos da cidade. Para maiores aprofundamentos, conferir: Maria Lucília Viveiros de Araújo. Os caminhos da riqueza dos paulistanos na primeira metade dos Oitocentos. São Paulo: Hucitec/FAPESP, 2006; Richard Morse. Formação Histórica de São Paulo, de comunidade à metrópole. São Paulo: Difel, 1970; Maria Luiza Marcílio. A cidade de São Paulo Povoamento e População (1750-1850). São Paulo: Pioneira, 1973; Elizabeth Darwiche Rabello. As elites na sociedade paulista na segunda metade do século XVIII (São Paulo: Safady, 1980) e Os comerciantes na sociedade paulistana na primeira metade do século XIX (Assis: UNESP, 1988); Ilana Blaj. Agricultores e comerciantes em São Paulo nos inícios do século XVIII: o processo de sedimentação da elite paulistana in Revista Brasileira de História, v. 18, n. 36, 1998; Jorge Caldeira. O banqueiro do sertão. São Paulo: Mameluco, 2006 e Heloísa Liberalli Bellotto. Autoridade e conflito no Brasil Colonial: o governo do Morgado de Mateus em São Paulo, 1765-1775. São Paulo: Alameda Editorial, 2007. A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 51 No caso da cidade de São Paulo e suas igrejas coloniais, mais especificamente, não existem forros ilusionistas barrocos com tons tenebristas e figuras presas a um desenho arquitetônico, submissas à matemática da quadratura (TIRAPELI, 2004, p. 64).8 Na região do centro histórico da cidade de São Paulo, dos templos sobreviventes9, cuja decoração interior sobreviveu até os nossos dias, podemos enumerar as pinturas da Igreja de São Francisco, da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, Igreja do Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, Igreja da Ordem Terceira do Carmo e Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte. Nos forros pintados que adornam esses templos, a pintura ilusionista é figurativa, mais voltada à visão das figuras celestes soltas e esvoaçantes pelo teto, e não presas à quadratura. Igualmente na cidade de Itu na Igreja Matriz da Candelária, na Igreja do Carmo e na Igreja do 8 Embora no estado de São Paulo tenham sido preservados alguns exemplares da pintura de forros de período anterior às pinturas ilusionistas, como os forros ornamentais os grotescos de arabescos florais da jesuíta Capela de Santo Antônio (1681), em São Roque, e de outros tetos em caixotão (Nossa Senhora do Rosário de Embu), o único exemplar de pintura em perspectiva arquitetônica é o da Igreja do Carmo de Mogi das Cruzes (1802), de Manoel do Sacramento (atribuição confirmada pela pesquisa de mestrado de Danielle M. S. Pereira, 2012). 9 A cidade de São Paulo do período colonial recebeu a alcunha de cidade de barro, por conta das construções civis e religiosas - executadas na técnica da taipa de pilão. Com o passar dos anos, a falta de manutenção e o abandono levaram muitas dessas construções a ruir ou serem demolidas para a remodelação do centro da cidade, que visava transformar a pacata capital de província na metrópole de concreto do século XX. Desse modo, a exemplo do que aconteceu em outras tantas cidades brasileiras no início do século passado, São Paulo teve quarteirões arrasados. Sucumbiu a antiga Catedral da Sé, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de São Pedro dos Clérigos, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, a Igreja jesuíta do Pátio do Colégio, os antigos mosteiros de São Bento, do Carmo e o Recolhimento de Santa Teresa. Cf. ETZEL, Eduardo, 1974. 52 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Bom Jesus as pinturas ilusionistas pertencem ao partido da perspectiva aérea, da visão das figuras soltas pelo céu, sem a presença de elementos arquitetônicos colunas, tribunas, balcões, arcos que caracterizam a pintura de quadratura. Como objetivos da pesquisa, verificou-se, feito o levantamento das obras do padre artista em São Paulo e Itu, se Jesuíno do Monte Carmelo utilizou gravuras e estampas de missais, bíblias ou livros religiosos como fizeram grande parte dos pintores nacionais no período colonial e realizou-se a busca pelos referenciais iconográficos dessas composições e uma possível aproximação com a iconografia de Nossa Senhora difundida pela América espanhola. Se Jesuíno utilizou o artifício da cópia, pode-se constatar se o artista permaneceu fiel às estampas originais ou se foi capaz de transpor o limite da cópia e imprimir um estilo pessoal às suas criações. Por fim, o trabalho realizou uma revisão das obras pictóricas de Jesuíno a partir das recentes descobertas na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, contribuindo assim para mais um passo no processo de valorização da obra de Jesuíno para a história da arte colonial paulista. Na tentativa de elucidar os problemas apresentados e para atender aos objetivos propostos, inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica, efetuando-se o registro iconográfico das pinturas atribuídas ao padre Jesuíno em São Paulo e em Itu para, a partir de então, juntamente com os dados técnicos levantados ao longo do processo de restauro e com as informações disponibilizadas pelo IPHAN, proceder à A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu 53 descrição, análise e comparação da iconografia obtida, a partir do Método Iconológico de Erwin Panofsky (1892-1968), abordando-o também junto a outros artistas contemporâneos seus, no contexto da pintura sacra paulista dos setecentos. Para a fundamentação teórica e construção da tese foram consultados, além dos autores já citados Mário de Andrade, Carlos Gutierrez Cerqueira, Hannah Levy, Percival Tirapeli, Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, Gauvin Alexander Bailey, Hector Schenone os seguintes autores: Émile Mâle, Louis Réau, Giulio Carlo Argan, Germain Bazin, Francisco Nardy Filho, Frei Adalberto Ortmann, Dom Clemente Maria da Silva-Nigra, Luís Jardim, Benedito Lima de Toledo, Carlos Del Negro, Clarival do Prado Valladares, Carlos Ott, Maria Lucília Viveiros Araújo, Magno Moraes Mello, Rodrigo Bastos, Carla Mary S. de Oliveira, entre outros. Para a compreensão do objeto desta pesquisa, a realização das análises estéticas e contextualizações históricas, este trabalho estruturou-se da seguinte maneira: o primeiro capítulo é dedicado ao levantamento e as considerações históricas acerca da iconografia cristã e utilização das pinturas no interior dos espaços religiosos, iniciada nos primeiros séculos da cristandade nas Catacumbas romanas a chamada Arte Paleocristã , passando pelos concílios ecumênicos da Idade Média e seus pareceres no que diz respeito à utilização das imagens nos templos católicos como recurso para propagar a doutrina, até as resoluções do Concílio de Trento e os seus desdobramentos na arte religiosa, com o movimento da 54 A Pintura de Jesuíno do Monte Carmelo em São Paulo e Itu Contrarreforma, incluindo então os conceitos de decoro que nortearão a produção artística do período. Em seguida, retomar os conceitos do estilo Barroco e o desenvolvimento das pinturas ilusionistas na Europa, sua irradiação da Itália para os outros países europeus, e então, para as colônias ibéricas na América, chegando ao Brasil e em São Paulo. O segundo capítulo resgata o histórico da pintura de forros nas igrejas paulistas do período colonial, dos remanescentes da pintura sacra desenvolvida na Capela de Santo Antônio em São Roque ao trabalho realizado em fins do sé