UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
ALIMENTAÇÃO DE NOVILHAS LEITEIRAS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
MARINA CARLET ALVES
JABOTICABAL – SP
1º Semestre/2024
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
ALIMENTAÇÃO DE NOVILHAS LEITEIRAS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
MARINA CARLET ALVES
Orientador: Prof. Dr. Mauro Dal Secco de Oliveira
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
– Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte
das exigências para graduação em Zootecnia.
JABOTICABAL – SP
1º Semestre/2024
A474a
Alves, Marina Carlet
Alimentação de novilhas leiteiras: revisão bibliográfica
/ Marina Carlet Alves. -- Jaboticabal, 2025
56 f. : tabs.
Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado -
Zootecnia) - Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal
Orientador: Mauro Dal Secco de Oliveira
1. Nutrição animal. 2. Alimentação bovinos. 3.
Alimentação novilhas. 4. Alimentação novilhas leiteiras. I.
Título.
Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Dados
fornecidos pelo autor(a).
ii
DEDICO este trabalho a pessoas extraordinárias que fizeram parte de minha
jornada acadêmica e pessoal.
À minha querida psicóloga Anna, que está ao meu lado desde muito antes dos
primeiros passos na faculdade, guiando meu caminho com sabedoria e muita paciência.
Sua presença constante com certeza me ajudou nos caminhos desafiadores, tornando
possível superar obstáculos e crescer como profissional e ser humano.
Aos meus amados pais, Maria e Carlos, e demais familiares que me apoiaram, que
não apenas me deram a oportunidade de buscar conhecimento, mas também foram fontes
inesgotáveis de incentivo e carinho nesses anos. Em especial, ao meu tio Lelo. Cada
conquista alcançada é resultado do amor e confiança que depositaram em mim.
Aos amigos e amigas de Piracicaba, cuja amizade e colaboração direta foram
essenciais para minha formação. Juntos, compartilhamos risadas, desafios e
aprendizados, construindo memórias, principalmente aos fins de semana, que levo para
toda a vida.
A Ana Pavão merece um capítulo especial nesta dedicatória. Conviver com ela foi
uma incrível oportunidade, repleta de saudades e aprendizados. Sua força, especialmente
nos últimos meses, transformou minha perspectiva de vida, permitindo-me enxergar o
mundo de uma maneira mais positiva. Ana, sempre um exemplo de bondade e uma
manifestação viva da vontade de viver. Para sempre, saudades e admiração.
A cada professor que cruzou meu caminho antes da formação na faculdade, meu
sincero agradecimento. Cada um de vocês deixou uma marca indelével em minha jornada,
contribuindo para meu crescimento intelectual e pessoal.
iii
A todos que compartilharam este trajeto comigo, meu profundo agradecimento.
Este trabalho é dedicado a vocês, que foram peças fundamentais na construção do
profissional e pessoal que me tornei.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador e professor, Mauro, cuja orientação e paciência foram
fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho.
Às pessoas que foram mais do que amigos, amigos inseparáveis ao longo da
formação: Pietra, Raielly, Ana Caroline, Lucas, Poliana, Mariana e tantos outros. Sem a
companhia e o apoio de vocês, a jornada na faculdade teria sido certamente mais
desafiadora. Juntos, enfrentamos obstáculos, celebramos conquistas e construímos laços
que levarei para toda a vida. Não posso deixar de lembrar da Flora, filha da Raielly, que
nos alegrou com a notícia de sua vinda nos últimos meses.
Um agradecimento especial à Simone, cujo humor e energia positiva iluminaram
os dias mais cansativos. Sua presença foi uma verdadeira bênção.
À equipe de funcionários da FCAV, em especial à portaria, com quem convivi
diariamente. O profissionalismo e a gentileza de vocês fizeram toda a diferença, tornando
o ambiente acadêmico mais acolhedor.
Filipe, seu companheirismo e compreensão deixaram uma marca positiva em
minha vida acadêmica e pessoal. Agradeço por compartilhar parte dessa jornada ao meu
lado.
A Valentina, minha coelha que compartilhou comigo todos os anos desta jornada,
merece um agradecimento especial. Sua presença e companheirismo nas idas e vindas me
trouxe conforto e alegria, tornando a casa que moramos juntas um verdadeiro lar.
A todos que, de alguma forma, contribuíram para esta caminhada, meu sincero
obrigado. Este trabalho é resultado de todo apoio e das experiências compartilhadas por
cada um de vocês. Levarei para sempre comigo.
v
INDÍCE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1
1.1 Objetivo ...................................................................................................................... 4
2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 5
2.1. Aspectos gerais sobre sistema de produção de leite com recria de novilhas ...... 5
2.2. Particularidades sobre a criação de novilhas leiteiras nas condições de Brasil 8
2.2.1. Em pastejo ......................................................................................................... 15
2.2.2. Em semi-confinamento ..................................................................................... 19
2.2.3. Em confinamento .............................................................................................. 22
2.3. Alimentação por faixa etária e manejo por fase de criação ............................... 25
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 38
4. RESUMO ................................................................................................................... 40
5. ABSTRACT ............................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 42
1
1. INTRODUÇÃO
O Brasil tem se destacado como um dos principais produtores de leite em escala
global, mantendo uma posição constante entre os cinco maiores atores dessa indústria.
Do ponto de vista econômico, a cadeia produtiva do leite desempenha um papel crucial
no Produto Interno Bruto (PIB) do país, dada a sua relevância como um dos alimentos
fundamentais na dieta da população brasileira (Martins et al., 2022). Esse cenário
solidifica o setor leiteiro como um pilar estratégico na economia nacional, com impacto
não apenas na produção agroindustrial, mas também no sustento e na nutrição de milhões
de brasileiros.
Nos últimos anos, observamos um cenário fascinante no setor de laticínios do
Brasil. Apesar da diminuição do número de animais no rebanho leiteiro nacional, é
surpreendente ver que a produção de leite continua a crescer. Essa aparente contradição
é, em grande parte, o resultado da crescente adoção de tecnologias avançadas que estão
2
impulsionando a produtividade da cadeia leiteira. As práticas modernas, como o
aprimoramento genético, a oferta de alimentação equilibrada, um manejo eficiente e a
automação, têm permitido aos produtores obter um rendimento de leite por animal
superior e otimizar seus sistemas de produção (Hunt et al., 2009). Esse progresso notável
demonstra a capacidade do setor de se adaptar às demandas em evolução, mantendo o
Brasil como um ator de destaque na produção global de laticínios.
O avanço da indústria de laticínios no Brasil, com um enfoque claro na
sustentabilidade, está impulsionando uma crescente necessidade de recursos alimentares
de alto valor nutricional e baixo custo. Nesse contexto, visando a redução dos custos
relacionados à alimentação, torna-se imperativo otimizar todos os aspectos inerentes à
criação de rebanhos leiteiros. Um desses aspectos diz respeito à fase de recria de novilhas,
na qual os animais ainda não apresentam produção direta de leite, o que resulta em um
retorno de capital mais demorado.
Para que os sistemas de produção leiteira alcancem uma integração bem-sucedida,
sustentabilidade e adotem uma abordagem moderna, é fundamental priorizar a fase de
recria de fêmeas destinadas à reposição do plantel. Essa estratégia é essencial para tornar
a atividade mais competitiva do ponto de vista financeiro, possibilitando não apenas a
continuidade da criação, mas também a distribuição eficaz dos custos fixos da
propriedade.
Os sistemas de produção animal desvelam uma intricada rede de complexidades,
uma vez que estão sujeitos a uma diversidade impressionante de variáveis. Por
conseguinte, é imperativo que as estratégias de manejo adotadas para as novilhas leiteiras
sejam executadas com extrema diligência, dada a relevância central desses animais tanto
no âmbito da produção como no reprodutivo. Essa abordagem cuidadosa emerge como
3
um elemento crucial para atingir níveis ótimos de eficiência e desempenho no contexto
da pecuária leiteira, resultando em benefícios tanto econômicos quanto operacionais.
Além de não ser uma tarefa de simplicidade, o manejo das novilhas leiteiras pode
acarretar custos consideráveis. No entanto, quando conduzido de maneira adequada, pode
assegurar a saúde dos animais, a produção de leite de alta qualidade e, como resultado,
um retorno financeiro excepcional. Essa abordagem cuidadosa e investimento inicial,
apesar de significativos, tendem a se traduzir em benefícios a longo prazo, não apenas
para o bem-estar do rebanho, mas também para a rentabilidade do negócio de produção
de leite.
No entanto, é essencial reforçar que os custos envolvidos no manejo de novilhas
estão diretamente associados ao tipo de sistema de produção adotado e ao investimento
em genética de qualidade. No Brasil, predominam sistemas extensivos e semi-intensivos,
nos quais o manejo depende significativamente das condições climáticas, da
disponibilidade de pastagens e da capacidade de suplementação alimentar. Esses
sistemas, embora mais econômicos em termos de estrutura inicial, podem apresentar
desafios para alcançar os padrões nutricionais exigidos por novilhas de alto potencial
genético (Embrapa, 2023). Por outro lado, sistemas intensivos, como o confinamento,
demandam maior investimento em infraestrutura e alimentação concentrada, mas
oferecem maior controle sobre a dieta e o desempenho reprodutivo (FAO, 2023).
Além disso, a genética desempenha um papel crucial na eficiência do sistema. O
investimento em linhagens de alto desempenho leiteiro, associadas a características como
precocidade sexual e longevidade produtiva, pode elevar significativamente os custos
iniciais (Lobato; Azambuja, 2002). Contudo, esses custos são compensados por
resultados superiores, como maior produção de leite por lactação e maior eficiência
4
alimentar, otimizando o retorno econômico ao longo da vida produtiva do animal (Moraes
et al., 2007). Assim, o planejamento financeiro do manejo deve considerar não apenas os
custos operacionais, mas também o potencial de retorno associado à genética e ao sistema
de produção utilizado, fortalecendo a sustentabilidade econômica da atividade.
1.1 Objetivo
A presente revisão de literatura teve como objetivo, verificar a importância da
alimentação de novilhas leiteiras e suas implicações no desempenho das mesmas.
5
2. REVISÃO DA LITERATURA
Foi conduzida uma revisão da literatura que disserta sobre a relevância da
alimentação de novilhas leiteiras e suas implicações no desempenho em diversas
dimensões. Com o intuito de facilitar a abordagem desse tema complexo, foram adotados
itens e subitens abordando vários aspectos essenciais, como definição, tipos de alimentos,
função, fatores associados ao uso de concentrado na dieta, bem como os impactos no
desempenho das novilhas. Essa abordagem minuciosa proporcionou uma análise
aprofundada dos elementos mais críticos relacionados ao desempenho das novilhas
leiteiras, contribuindo para o entendimento aprimorado e o avanço no manejo nutricional
desses animais.
2.1. Aspectos gerais sobre sistema de produção de leite com recria de novilhas
A relação entre o número de bezerros desmamados e o total de fêmeas no rebanho
é um fator de significativa importância, tanto de forma direta quanto indireta, para a
rentabilidade na atividade pecuária do Brasil. Índices reprodutivos elevados permitem
otimizar o aproveitamento de áreas destinadas a vacas não-gestantes e novilhas em
crescimento, que podem ser direcionadas para categorias produtivas, principalmente
vacas e novilhas prenhes. Esse gerenciamento eficaz dos recursos e a maximização da
produção contribuem substancialmente para o sucesso econômico na pecuária,
ressaltando a necessidade de atenção especial à eficiência reprodutiva como um dos
pilares fundamentais desse setor (Pilau; Lobato, 2009).
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O leite produzido por uma vaca leiteira é considerado um subproduto de sua
função reprodutiva, sendo ambos dependentes de uma dieta cuidadosamente controlada.
Através dessa alimentação, os bovinos obtêm os nutrientes necessários para manter sua
saúde, promover o crescimento, sustentar a reprodução e permitir a produção, seja na
forma de leite ou carne. Garantir uma dieta apropriada é de importância fundamental,
tanto do ponto de vista nutricional quanto econômico.
Em sistemas de produção de leite, os custos associados à alimentação do rebanho
são significativos. De fato, quando se considera o custo total de produção de leite, a
alimentação frequentemente representa entre 40% a 60% desse custo, podendo, em
determinadas situações, alcançar percentagens ainda mais elevadas (Alvim et al., 2005).
Portanto, a gestão eficaz da dieta dos animais é um fator crucial para otimizar a
rentabilidade e a eficiência global na produção leiteira.
Como ruminante, a vaca leiteira possui a capacidade única de converter alimentos
que são não essenciais para não ruminantes, como forragens e forrageiras, em produtos
de grande valor econômico. No entanto, à medida que se busca aumentar a produtividade
por animal, os volumosos (pasto, silagem e feno) por si só não são suficientes para
sustentar esse nível mais elevado de produção. Nesse contexto, a alimentação do gado
leiteiro deve ser complementada com uma mistura de concentrados, minerais e algumas
vitaminas. Essa estratégia alimentar proporciona aos animais os nutrientes essenciais e a
energia necessária para alcançar e manter uma produtividade leiteira superior, ao mesmo
tempo em que atende às demandas nutricionais específicas dos ruminantes (Alvim et al.,
2005).
O estado metabólico das vacas tem um impacto significativo em sua reserva
corporal, produtividade e nas características físico-químicas do leite. Vacas com média a
7
alta produtividade frequentemente experimentam um balanço de energia negativo no
início da lactação. Isso as torna mais suscetíveis à acidose metabólica, que pode resultar
do consumo de quantidades substanciais de alimentos ricos em carboidratos não-fibrosos,
que se degradam rapidamente no trato digestivo. A gestão nutricional precisa ser
cuidadosamente ajustada para evitar desequilíbrios metabólicos e garantir o bem-estar e
o desempenho ótimo das vacas leiteiras (Marques et al., 2011).
A fase de recria, que abrange o período desde a desmama ou desaleitamento até a
primeira cobrição ou inseminação, é considerada menos complexa do que a fase de cria,
porém, isso de modo algum diminui a necessidade de atenção por parte dos produtores de
leite. Durante essa fase, ocorrem mudanças significativas na composição corporal da
bezerra ao longo do tempo. Inicialmente, observa-se um crescimento ósseo rápido e taxas
elevadas de síntese de proteína. Posteriormente, a ênfase muda para uma maior
acumulação de tecido adiposo (gordura).
As novilhas de reposição desempenham um papel crítico na gestão de custos de
uma fazenda leiteira, representando, em média, cerca de 25% dos gastos totais (Embrapa,
2013). No entanto, é importante destacar que esse investimento pode variar
consideravelmente, dependendo da eficiência do programa de nutrição implementado e
do número de novilhas mantidas no plantel. Um programa de nutrição bem planejado e
executado pode ajudar a controlar custos, garantir o desenvolvimento saudável das
novilhas e maximizar o retorno sobre o investimento. Além disso, o tamanho do plantel
de novilhas também influenciará diretamente os custos, pois um maior número de animais
requer mais recursos nutricionais e gerenciais. Portanto, a gestão eficaz das novilhas de
reposição desempenha um papel crucial na eficiência econômica de uma fazenda leiteira
(Aleixo, 2021).
8
É importante realizar estudos abrangentes para avaliar o impacto dos sistemas
silvipastoris em diferentes contextos, incluindo condições climáticas e tipos de vegetação.
Além disso, testes de tecnologia prática são necessários para demonstrar as vantagens
reais desses sistemas em termos de produtividade animal, qualidade ambiental e
sustentabilidade. À medida que mais pesquisas e evidências são coletadas, os sistemas
silvipastoris podem se tornar uma opção viável e eficaz para a produção animal,
contribuindo para a busca por práticas agrícolas mais sustentáveis e amigáveis ao meio
ambiente.
2.2. Particularidades sobre a criação de novilhas leiteiras nas condições de
Brasil
O crescimento da indústria leiteira no Brasil, com um enfoque na sustentabilidade,
tem resultado em uma maior demanda por alimentos volumosos que sejam tanto ricos em
valor nutricional quanto economicamente acessíveis. Nesse contexto, e com o objetivo de
reduzir os custos relacionados à alimentação, torna-se essencial otimizar todos os fatores
envolvidos na criação de rebanhos leiteiros. A fase de recria de novilhas, na qual os
animais ainda não estão em produção direta e não geram retorno de capital imediato, é
um dos aspectos que requer atenção especial. A gestão eficaz desta etapa, com foco na
nutrição, saúde e desenvolvimento adequado das novilhas, é fundamental para assegurar
um rebanho saudável e produtivo a longo prazo, contribuindo assim para a
sustentabilidade e rentabilidade da atividade leiteira no país (Campos; Assis, 2005).
Entre os sistemas de produção utilizados no Brasil, destacam-se o extensivo, o
intensivo e o rotacionado. O sistema extensivo, caracterizado pelo baixo uso de
9
tecnologias e manejo em grandes áreas, é predominante nas regiões Centro-Oeste e Norte,
onde há ampla disponibilidade de terra. Por outro lado, o sistema intensivo é comum em
regiões com alta densidade populacional, onde a limitação de terra exige maior
produtividade por área. Já o sistema rotacionado, baseado na alternância de áreas de
pastagem, apresenta-se como uma solução intermediária, combinando eficiência
produtiva e sustentabilidade ambiental (Lobato; Azambuja, 2002).
A inclusão de alimentos energéticos e proteicos na forma de misturas
concentradas é uma prática comum em sistemas de produção de leite especializados, pois
comprovadamente melhora o desempenho de vacas de alta produção (Gordon, 1996). A
manipulação da dieta com o objetivo de alterar a produção e a composição do leite tornou-
se uma prática amplamente adotada na indústria leiteira. Nesse sentido, a produção de
leite e o teor de gordura são os aspectos mais notavelmente influenciados pela dieta. Essa
estratégia de manejo nutricional permite aos produtores otimizar a eficiência de suas
vacas leiteiras, atendendo às demandas específicas de nutrientes necessárias para manter
a produtividade e a qualidade do leite, resultando em melhores resultados econômicos
(Oliveira et al, 2007).
Para que os sistemas de produção leiteira sejam verdadeiramente integrados,
sustentáveis e modernos, é fundamental que se dê a devida importância à fase de recria
de fêmeas destinadas à reposição do plantel. Essa etapa desempenha um papel crítico para
tornar a atividade leiteira mais competitiva do ponto de vista financeiro. Ao investir no
desenvolvimento saudável e eficiente das novilhas, os produtores conseguem manter um
rebanho produtivo e de alta qualidade, reduzindo a necessidade de compra de animais de
reposição no mercado, o que pode ser dispendioso. Além disso, uma recria bem-sucedida
ajuda a diluir os custos fixos da propriedade ao longo do tempo, contribuindo para a
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rentabilidade a longo prazo e para a sustentabilidade da produção leiteira. (Schafhäuser,
2006; Cunha, Matuscello; 2009).
A fase de recria, abrangendo o período desde a desmama ou desaleitamento até a
primeira cobrição ou inseminação, embora percebida como menos complexa do que a
etapa de cria, não deixa de exigir atenção minuciosa e diligente por parte dos produtores
do setor leiteiro. A composição do corpo da bezerra sofre transformações significativas à
medida que o tempo avança. Inicialmente, testemunhamos um crescimento ósseo
substancial e taxas de síntese de proteína elevadas, seguidas por uma fase subsequente,
marcada pela significativa acumulação de tecido adiposo, ou seja, gordura. Essas
transições no desenvolvimento do animal são intrinsecamente influenciadas por uma série
de fatores, incluindo o peso do animal, o estágio do crescimento, o consumo de energia
que supera os níveis requeridos para sustentar os processos fisiológicos normais, o status
proteico e a projeção quanto ao tamanho que a novilha alcançará na idade adulta.
(Campos; Liziere, 1998).
Sendo assim, a estratégia nutricional ideal a ser implementada para as novilhas
consiste naquela que, de maneira economicamente eficiente, viabiliza que esses animais
alcancem o peso necessário para a puberdade e a capacidade reprodutiva o mais
precocemente possível. O desempenho animal, por sua vez, é diretamente influenciado
pelo consumo voluntário de alimentos em quantidades que atendam adequadamente às
suas necessidades tanto para a manutenção de suas funções corporais quanto para a
produção de leite. O plano alimentar adotado precisa, portanto, garantir que as novilhas
atinjam o peso corporal adequado para a puberdade e para o início da reprodução, sem
que isso acarrete efeitos adversos em sua vida produtiva (Daccarett et al., 1993).
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À medida que o animal envelhece, observa-se uma diminuição na taxa de
formação de ossos e proteína, acompanhada por um aumento significativo na deposição
de gordura. Desde o início desta fase, que começa com o animal pesando cerca de 80 a
90 kg até a idade da puberdade, é de suma importância monitorar de perto o ganho de
peso diário, que não deve ultrapassar os 900 gramas por dia. Esse acompanhamento
rigoroso visa evitar a má-formação da glândula mamária, caracterizada pelo acúmulo de
gordura e uma menor quantidade de tecido secretor de leite, o que, por sua vez, resulta
em uma produção de leite reduzida durante a primeira lactação (Carvalho et al., 2003).
A idade em que ocorre a primeira cobrição é um fator determinante na formulação
do plano alimentar para as novilhas durante essa fase. Novilhas que atingem a primeira
cobrição precocemente, por volta dos 15 a 16 meses de idade, requerem níveis mais
elevados de alimentação em comparação com aquelas que atingem essa fase em idades
mais avançadas, como 24 a 26 meses (Carvalho et al., 2003). Isso ocorre porque as
novilhas mais precoces precisam alcançar o desenvolvimento reprodutivo mais cedo e,
portanto, necessitam de uma dieta mais rica e robusta para atender a essas demandas
aceleradas, enquanto as novilhas que amadurecem mais tardiamente podem ser
alimentadas de forma mais moderada, dada a sua programação de reprodução
diferenciada (Azambuja; Pilau; Lobato, 2008).
A puberdade, ou a idade ao primeiro cio, é um reflexo da idade fisiológica das
novilhas, que está relacionada ao seu tamanho e peso, e não meramente à sua idade
cronológica. Portanto, o plano de alimentação a ser adotado para as novilhas deve visar,
da maneira mais eficiente em termos econômicos, permitir que elas alcancem o peso
necessário para a primeira cobrição o mais precocemente possível (Carvalho et al., 2003).
Para o autor, o peso vivo requerido para a cobrição das novilhas varia de acordo com a
12
raça, com valores mínimos de referência estabelecidos em: 340 kg para a raça Holandesa,
330 kg para a Pardo-Suíça, 230 kg para a Jersey, 320 kg para as mestiças Holandês x
Zebu e 280 kg para as mestiças Jersey x Zebu (Carvalho et al., 2003).
Segundo Aleixo (2021), construir uma curva de crescimento desejada para que as
novilhas alcancem a Idade ao Primeiro Parto (IPP) ideal requer atenção às metas de altura
e peso em diferentes estágios-chave do desenvolvimento. O objetivo é garantir que,
quando atingirem a IPP, as novilhas representem 94% do peso corporal maduro. Para
isso, é importante estabelecer metas para o peso corporal em estágios específicos do
crescimento.
Alturas e pesos devem ser medidos nos estágios-chave da sua curva de
crescimento e plotados em um gráfico para ver como está o programa de Bezerras &
Novilhas. Acompanhe para garantir que os resultados do crescimento não estejam acima
ou abaixo dos objetivos. Isso é útil para identificar gargalos no seu programa. Além disso,
entenda seus custos e o custo por kg de ganho o máximo possível, para encontrar onde
estão as suas deficiências (Aleixo, 2021).
A incorporação de subprodutos agroindustriais surge como uma estratégia viável
para otimizar um plano nutricional que não apenas aprimora os índices de produção das
novilhas, mas também desempenha um papel fundamental na redução dos gastos
relacionados à alimentação. Essa abordagem nutricional inteligente não apenas
impulsiona a eficiência produtiva do rebanho de novilhas, mas também oferece uma
solução economicamente vantajosa. Ela envolve o aproveitamento de subprodutos
provenientes da indústria agroindustrial, maximizando assim o valor desses recursos em
benefício da criação de gado leiteiro. Além disso, essa prática não apenas promove a
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sustentabilidade na produção animal, mas também contribui para a economia global da
fazenda (Souza et al., 2006).
Conforme discutido por Aleixo (2021), a alimentação excessiva de novilhas pode
representar um considerável dreno nos lucros de uma fazenda leiteira. Para ilustrar esse
ponto, considere um cenário em que as novilhas têm o primeiro parto aos 23 meses, com
uma taxa de descarte de 30%. Nesse caso, a fazenda necessita de 63 novilhas para cada
100 vacas para manter o tamanho do rebanho. No entanto, se você optar por aumentar a
idade do primeiro parto para 24 meses e elevar a taxa de descarte para 40%, o mesmo
rebanho precisará de 88 novilhas para cada 100 vacas. Essa alteração tem um impacto
significativo na gestão do rebanho e nos custos.
É importante considerar que a criação de novilhas adicionais pode não ser a
estratégia mais vantajosa em um mercado tão dinâmico. Na realidade, em muitos casos,
é preferível vender novilhas em excesso o mais cedo possível, especialmente
considerando as condições do mercado atual. Informações úteis para ajudar a determinar
o ponto ideal para a criação de novilhas, levando em conta diversos fatores, inclui-se a
idade do primeiro parto e a taxa de descarte. Essas considerações são fundamentais para
a gestão eficaz do rebanho e para a maximização dos lucros em uma fazenda leiteira.
Tabela 1 - Produção Nacional de Fêmeas Bovinas no Brasil (Fonte: IBGE, 2023;
Embrapa, 2023)
Categoria Produção Anual (milhões
de cabeças)
Principais Finalidades
Fêmeas de Corte 40 Reprodução, engorda e
abate
Fêmeas de Leite 20 Produção de leite e
renovação do rebanho
Total de Fêmeas Bovinas 60 Contribuição à produção
de carne e leite
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A produção de fêmeas bovinas no Brasil se faz necessária na manutenção e
expansão dos setores de carne e leite, refletindo a relevância estratégica da pecuária
nacional no cenário global. Estima-se que o rebanho de fêmeas bovinas atinja anualmente
60 milhões de cabeças, das quais 40 milhões estão inseridas no segmento de corte (Tabela
1). Essas fêmeas são destinadas principalmente à reprodução, engorda e abate, atividades
que sustentam a robustez da cadeia produtiva de carne bovina, tanto para o consumo
interno quanto para as exportações, nas quais o Brasil se destaca como um dos maiores
fornecedores globais. Essa magnitude de produção é fundamental para atender à crescente
demanda por carne bovina de alta qualidade, ao mesmo tempo que contribui
significativamente para a geração de renda e emprego no meio rural.
No setor leiteiro, a produção de aproximadamente 20 milhões de fêmeas bovinas
é igualmente significativa, uma vez que essas fêmeas são responsáveis tanto pela
produção de leite quanto pela renovação do rebanho leiteiro. A importância desse
segmento vai além da contribuição direta para o mercado de leite, uma vez que está
intrinsecamente ligada à segurança alimentar e ao fornecimento de derivados lácteos, que
são amplamente consumidos pela população brasileira. Ademais, a eficiência na
renovação do rebanho e no manejo dessas fêmeas é crucial para garantir a sustentabilidade
do setor e manter altos níveis de produtividade ao longo do tempo.
Esses dados, corroborados por levantamentos recentes do IBGE e da Embrapa
(2023), evidenciam a liderança do Brasil na produção e exportação de carne bovina e na
produção de leite, reforçando a importância do manejo adequado das fêmeas bovinas
como um pilar estratégico da pecuária nacional. Além disso, a magnitude desses números
15
sublinha a relevância das políticas públicas e das práticas de manejo que visam otimizar
a produtividade e a sustentabilidade desse segmento da agroindústria.
2.2.1. Em pastejo
Durante o crescimento de bovinos, a produção de proteína microbiana no rúmen,
que chega ao intestino delgado, pode não ser suficiente para atender às necessidades de
proteína metabolizável, como destacado pelo NRC (2001). Nesse cenário, uma alternativa
viável, desde que sejam mantidos os níveis mínimos necessários de nitrogênio para o
crescimento microbiano, é aumentar o teor de proteína não-degradável no rúmen (PNDR)
na dieta dos animais. Essa estratégia visa suprir a entrada de aminoácidos a serem
absorvidos pelos bovinos, com o intuito de otimizar a síntese e ressíntese de novos
tecidos, impulsionando assim o crescimento e o desempenho animal. Essa abordagem
nutricional oferece uma solução eficaz para atender às necessidades proteicas dos bovinos
em crescimento e maximizar seu potencial de desenvolvimento (Ribeiro et al, 2005).
Quanto ao manejo de pastagens, o uso de forrageiras adequadas a cada estação do
ano é indispensável para garantir o desempenho das novilhas. Durante o verão, espécies
como capim-elefante e capim-marandu são recomendadas, pois apresentam elevada
produção de biomassa em temperaturas altas. No outono, a Brachiaria brizantha é uma
opção eficiente, pois mantém sua qualidade nutricional mesmo com a redução das chuvas.
Durante o inverno, forrageiras como azevém e aveia destacam-se pela adaptabilidade ao
frio e pela capacidade de evitar a perda de peso do rebanho. Por fim, na primavera, o
milheto é amplamente utilizado devido ao seu rápido crescimento e à elevada produção
de massa verde (Gordon, 1996). O manejo rotacionado dessas espécies não apenas
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potencializa a produtividade das pastagens, mas também assegura a preservação do solo,
evitando sua degradação.
Pastagens de excelente qualidade, adequadamente manejadas, podem fornecer os
nutrientes necessários para o crescimento das novilhas, contanto que uma mistura mineral
seja disponibilizada continuamente. Durante a época seca, quando a disponibilidade de
pastagem é reduzida, a suplementação de volumoso é essencial e pode ser feita por meio
de diversas fontes, como forragens verdes picadas, cana-de-açúcar enriquecida com 1%
de ureia, silagens ou feno. Quando se trata do fornecimento de volumosos em cochos, é
fundamental minimizar a competição por alimento entre os animais que são manejados
em grupos (Carvalho et al., 2003).
Isso pode ser alcançado fornecendo uma área de cocho adequada, permitindo que
todos os animais tenham igualdade de acesso à alimentação. A atenção a esses detalhes
de manejo nutricional, como a oferta de uma mistura mineral equilibrada e a garantia de
espaço adequado nos cochos, é vital para garantir o crescimento saudável e a nutrição
adequada das novilhas, contribuindo para seu desenvolvimento e desempenho
satisfatórios (Carvalho et al., 2003).
A afirmação de que a suplementação não influencia o peso vivo inicial, peso vivo
final, ganho de peso médio diário e a taxa de prenhez das novilhas pode ser verdadeira
em algumas situações específicas, mas é importante considerar que a eficácia da
suplementação nutricional pode variar dependendo de vários fatores, incluindo a
qualidade e quantidade dos alimentos disponíveis, a raça e genética das novilhas, e o
manejo nutricional adotado (Cavalcanti Filho et al, 2004).
Em muitos cenários, a suplementação nutricional é uma ferramenta valiosa para
garantir que as novilhas atinjam seus objetivos de crescimento e desenvolvimento. A
17
nutrição exerce influência direta sobre a reprodução, uma vez que o estado nutricional
adequado é essencial para garantir a maturidade sexual precoce, a eficiência reprodutiva
e a saúde geral das novilhas e vacas. Dietas deficientes em energia, proteína ou
micronutrientes podem atrasar a puberdade, reduzir a taxa de ovulação e comprometer a
qualidade dos óvulos e embriões. Por outro lado, uma nutrição excessiva, especialmente
durante a fase pré-púbere, pode levar ao acúmulo de gordura no trato reprodutivo,
prejudicando a fertilidade. Uma ferramenta amplamente utilizada para avaliar a relação
entre nutrição e reprodução é o escore de condição corporal (ECC), que mede a
quantidade de reservas energéticas do animal. O ECC permite prever o desempenho
reprodutivo, indicando se o animal está em condições ideais para atingir altas taxas de
concepção e gestação. Estudos demonstram que vacas com ECC entre 3 e 4 (em uma
escala de 1 a 5) possuem melhores taxas de prenhez e maior probabilidade de sucesso
reprodutivo, reforçando a necessidade de um manejo nutricional equilibrado.
A suplementação pode afetar o ganho de peso médio diário, o peso vivo inicial e
final, e até mesmo a taxa de prenhez, uma vez que a nutrição desempenha um papel
fundamental no ciclo reprodutivo dos animais. Portanto, é importante avaliar as
necessidades nutricionais específicas do rebanho, realizar um manejo adequado e
considerar os objetivos de produção ao decidir se a suplementação é necessária e em que
medida ela deve ser implementada. A orientação de um profissional especializado em
nutrição animal é valiosa para determinar a estratégia mais adequada para as novilhas em
um contexto específico (Cavalcanti Filho et al., 2004)
O fornecimento de concentrado às novilhas depende de vários fatores, incluindo
a idade, a qualidade do alimento volumoso disponível e o plano de alimentação adotado.
Como diretriz geral, até os seis meses de idade, é recomendado fornecer de 1 a 2 kg de
18
concentrado, contendo aproximadamente 12% de proteína bruta e 61% de nutrientes
digestíveis totais (Carvalho et al., 2003).
Para o autor, a suplementação de concentrado nessa faixa etária é essencial para
atender às demandas nutricionais das novilhas em crescimento, garantindo um aporte
adequado de proteína e nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável. No
entanto, é importante ressaltar que as quantidades e a composição específica do
concentrado podem variar com base nas condições de manejo, no acesso a alimentos
volumosos e em outros fatores relacionados à nutrição do gado leiteiro. Portanto, é
fundamental adaptar o fornecimento de concentrado às necessidades individuais do
rebanho e ao contexto da fazenda. (Carvalho et al., 2003).
Em vista das complexidades envolvidas na nutrição e no crescimento de bovinos,
é evidente que estratégias de suplementação nutricional desempenham um papel crucial
no desenvolvimento saudável e no desempenho desses animais. A produção de proteína
microbiana no rúmen pode não ser suficiente para atender às necessidades de proteína
metabolizável, tornando a inclusão de proteína não-degradável no rúmen uma alternativa
viável para otimizar o crescimento e a síntese de tecidos. A qualidade e disponibilidade
de pastagens, juntamente com a suplementação de volumoso, desempenham um papel
importante na nutrição de novilhas, especialmente durante a época seca (Pötter et al.,
2010).
A eficácia da suplementação nutricional varia dependendo de vários fatores, mas
é inegável que a nutrição desempenha um papel relevante no ciclo reprodutivo e no
desempenho dos animais. Portanto, a decisão de implementar a suplementação deve ser
baseada em uma avaliação cuidadosa das necessidades específicas do rebanho, levando
em consideração a qualidade dos alimentos disponíveis, a genética dos animais e o
19
manejo nutricional. Além disso, o fornecimento de concentrado, especialmente em
bovinos jovens, é fundamental para atender às demandas nutricionais e garantir um
desenvolvimento saudável. No entanto, a quantidade e a composição do concentrado
devem ser adaptadas às condições individuais de cada rebanho e às circunstâncias da
fazenda (Signoretti et al., 2013).
Os avanços técnicos e científicos ao longo das últimas décadas possibilitaram
melhorias significativas nos índices produtivos e reprodutivos das novilhas. Gráficos
históricos evidenciam que, enquanto no início dos anos 2000 o peso médio ao primeiro
acasalamento era inferior a 300 kg, atualmente, valores superiores a 306 kg são
recomendados para garantir taxas de prenhez acima de 70% (Moraes et al., 2007). Esses
números refletem o impacto positivo da adoção de tecnologias reprodutivas, como a
inseminação artificial, e de práticas de manejo nutricional e sanitário mais eficientes.
2.2.2. Em semiconfinamento
É importante ressaltar que o sucesso do semiconfinamento está intrinsecamente
ligado a boas práticas de implantação, manejo e diferimento das pastagens. A pastagem
desempenha um papel central na alimentação dos animais que estão sob esse regime, e,
portanto, sua qualidade e disponibilidade são cruciais para garantir um bom desempenho.
Para atender à crescente demanda por carne bovina de forma sustentável, é fundamental
que os produtores adotem práticas de manejo que maximizem o aproveitamento das
pastagens. Isso inclui o uso responsável dos recursos naturais, como o solo e a água, bem
como o controle de pragas e doenças que possam afetar a produtividade da pastagem
(Pinto et al., 2017).
20
Além disso, a implementação de estratégias de diferimento das pastagens,
permitindo que estas se recuperem e cresçam, é essencial para manter a produção
sustentável ao longo do tempo. O monitoramento constante da qualidade da pastagem, a
rotação adequada dos animais e a suplementação nutricional quando necessário são
práticas que podem contribuir significativamente para o sucesso do sistema de
semiconfinamento.
De acordo com Krug (2001), o sistema de semiconfinamento é amplamente
adotado para gado de melhor padrão genético. Esse sistema é caracterizado pela
combinação de pastoreio a campo, especialmente durante o período chuvoso, com a
suplementação de alimentação volumosa e concentrada durante o período de estiagem,
em um regime de confinamento parcial, quando necessário. A oferta de alimentos
volumosos e concentrados pode ocorrer em cochos, que podem ser cobertos ou não, em
instalações específicas, nas pastagens ou em piquetes.
Essa abordagem de semiconfinamento é particularmente adequada para animais
de alto valor genético, pois permite um melhor controle da dieta e do fornecimento de
nutrientes ao longo do ano. O pastoreio a campo durante a estação chuvosa aproveita os
recursos naturais de forma eficaz, enquanto a suplementação durante a estiagem garante
que os animais recebam os nutrientes necessários para manter seu crescimento e
desempenho.
A flexibilidade desse sistema, que pode ser adaptado às condições locais e às
necessidades do rebanho, o torna uma escolha estratégica para produtores que desejam
maximizar a produtividade e o potencial de seus animais. A possibilidade de
suplementação em cochos, sejam eles cobertos ou ao ar livre, oferece opções adicionais
21
para a gestão da alimentação dos animais, garantindo que suas necessidades nutricionais
sejam atendidas de forma consistente ao longo do ano.
Portanto, o sistema de semiconfinamento, como descrito por Krug (2001),
destaca-se como uma abordagem eficaz para a produção de gado de melhor padrão
genético, permitindo um equilíbrio entre o pastoreio a campo e a suplementação
alimentar, contribuindo para o sucesso da pecuária e atendendo às demandas de manejo
nutricional em diversas condições de criação.
No sistema de semiconfinamento, o manejo da recria das fêmeas pode seguir um
esquema semelhante ao adotado para as vacas em lactação e vacas secas. Após o processo
de desmama ou desaleitamento das bezerras, e ao longo de sua evolução até a fase de
novilhas, é possível conduzi-las em piquetes ou pastagens. Nesse contexto, é comum
dividir as novilhas em grupos ou lotes, considerando critérios como idade ou peso, a fim
de evitar competição por alimentos nos cochos, conforme orientado por Krug (2001).
Essa prática de manejo permite otimizar a nutrição e o desenvolvimento das
novilhas, garantindo que cada grupo tenha acesso adequado a recursos alimentares. A
divisão em lotes com base em critérios específicos pode contribuir para evitar a
competição por alimento, além de facilitar o acompanhamento do desempenho de cada
grupo.
Dessa forma, o sistema de semiconfinamento não se limita apenas às vacas em
produção, mas também é aplicável com sucesso à recria de fêmeas, desde a desmama até
a fase de novilhas, garantindo que esses animais atinjam seu potencial de crescimento e
desempenho de maneira eficaz e sustentável. Esse manejo cuidadoso e adaptável é
fundamental para a criação de um rebanho saudável e produtivo.
22
2.2.3. Em confinamento
A engorda de novilhas em confinamento é uma prática amplamente adotada na
pecuária atual. De acordo com dados da pesquisa realizada com os clientes de
nutricionistas, 21,8% dos produtores optam por alimentar novilhas em confinamento,
geralmente por um período médio de 68 dias, até que esses animais alcancem um peso
vivo final médio de 364,1 kg (Parrili et al., 2011).
Essa estratégia de engordar novilhas em confinamento é frequentemente
empregada com objetivos específicos em mente. Ela permite um rápido giro de capital,
uma vez que os animais atingem o peso desejado em um período relativamente curto,
possibilitando a comercialização mais rápida e a entrada de novos animais no sistema de
produção. Além disso, a prática de engorda em confinamento pode resultar em carcaças
de melhor qualidade, o que pode valorizar os animais no mercado. A qualidade das
carcaças é um fator-chave para a indústria da carne, e o confinamento estratégico de
novilhas pode contribuir para a obtenção de carcaças mais valorizadas, atendendo às
demandas dos consumidores e à busca por produtos de maior qualidade (Oliveira et al.,
2009).
No sistema de confinamento de novilhas, os alimentos são fornecidos diretamente
às novilhas, que permanecem confinadas o tempo todo, sem acesso a pasto. A alimentação
das novilhas é feita por meio de cochos, nos quais podem receber diferentes tipos de
volumosos, como forrageira verde picada, silagem e/ou feno. Além disso, é essencial que
uma mistura mineral seja mantida sempre à disposição, em cochos separados,
independentemente do tipo de volumoso utilizado, conforme orientado por Carvalho et
al. (2003).
23
Esse sistema de confinamento oferece maior controle sobre a dieta das novilhas,
permitindo a oferta de alimentos específicos para atender às necessidades nutricionais dos
animais. A disponibilidade de diferentes tipos de volumosos proporciona flexibilidade na
formulação da dieta, de acordo com os recursos disponíveis e os objetivos de produção.
A presença contínua de uma mistura mineral é fundamental para garantir que as novilhas
recebam os nutrientes essenciais, como minerais e vitaminas, que podem não estar
presentes em quantidades adequadas nos alimentos fornecidos. Essa prática contribui para
a saúde e o desempenho das novilhas em confinamento (Carvalho et al., 2003).
O uso de silagem de milho na dieta de novilhas é uma prática comum na pecuária,
pois fornece uma fonte de alimento de alta qualidade. No entanto, é importante observar
que, ao fornecer dietas à base de silagem de milho, é necessário considerar a necessidade
de suplementação proteica, especialmente se não tiver sido utilizada ureia ou outra fonte
de nitrogênio não-proteico no momento da ensilagem (Carvalho et al., 2003). A proteína
é um componente essencial na dieta dos bovinos, e a qualidade da proteína presente na
silagem de milho pode variar. Em alguns casos, pode ser necessário fornecer suplementos
proteicos para atender às necessidades nutricionais das novilhas e garantir um
crescimento saudável. A suplementação proteica pode ser realizada com a adição de
alimentos concentrados ou outros suplementos que contenham proteína de alta qualidade
(Oliveira et al., 2015).
Além disso, é relevante mencionar que, em algumas situações, o consumo
excessivo de silagem de milho pode levar as novilhas a se tornarem obesas. Portanto, é
necessário monitorar o consumo de silagem e, se necessário, limitá-lo para evitar o
excesso de ingestão de calorias e manter um equilíbrio adequado na dieta. O manejo
nutricional das novilhas em dietas à base de silagem de milho requer atenção cuidadosa
24
para garantir que as necessidades nutricionais sejam atendidas de forma eficaz, evitando
deficiências proteicas e o excesso de consumo de energia que pode levar à obesidade.
Portanto, a supervisão e o ajuste constantes da dieta são práticas recomendadas para
manter o desenvolvimento saudável das novilhas (Mendes Neto et al., 2007).
Um feno de qualidade excepcional é, inquestionavelmente, uma escolha
primordial quando se trata da alimentação de novilhas mantidas em sistema de
confinamento. Esse tipo de feno é capaz de atender de maneira abrangente às
necessidades nutricionais dessa categoria animal, podendo até mesmo servir como fonte
exclusiva de alimento.
Além disso, uma combinação equilibrada de feno e silagem de milho, em partes
iguais com base na matéria seca, é uma opção de alimentação que se destaca como a
melhor escolha para novilhas em confinamento. Essa combinação proporciona um
balanço nutricional completo, assegurando que as novilhas recebam os nutrientes
essenciais para seu crescimento e desempenho. A orientação de especialistas em nutrição
animal, como sugerido por Carvalho et al. (2003), é fundamental para garantir que as
novilhas recebam uma alimentação de qualidade e equilibrada, que atenda às suas
necessidades de desenvolvimento de forma eficaz e saudável.
Em sistemas de criação de novilhas confinadas, especialmente aquelas de raças
especializadas para produção de leite, a suplementação de concentrado ao longo de toda
a fase de recria é uma prática recomendada. A quantidade de concentrado a ser fornecida
dependerá diretamente do ganho de peso desejado para as novilhas durante essa fase de
desenvolvimento. Contudo, é crucial manter em mente que tanto a subalimentação quanto
a superalimentação devem ser evitadas a todo custo, buscando um equilíbrio nutricional
ideal.
25
O fornecimento controlado e equilibrado de concentrado é fundamental para
assegurar que as novilhas alcancem o ganho de peso desejado, sem prejudicar seu
desenvolvimento e saúde. O acompanhamento constante do progresso e das condições
das novilhas, juntamente com o apoio de profissionais de nutrição animal, é essencial
para garantir que o plano de alimentação seja ajustado de acordo com as necessidades
individuais de cada animal, visando alcançar os objetivos estabelecidos de forma saudável
e eficaz, conforme sugerido por Carvalho et al. (2003).
2.3. Alimentação por faixa etária e manejo por fase de criação
De acordo com Mascarello (2020), durante o período que compreende os 4 aos 10
meses de vida, ocorre o desenvolvimento das glândulas mamárias nas novilhas. Portanto,
é crucial monitorar o ganho de peso diário nessa fase e assegurar que não ultrapasse 850
g, a fim de evitar o acúmulo excessivo de gordura no úbere. O excesso de gordura nessa
região pode ter impactos negativos na produção futura do animal. É importante destacar
que, uma vez desenvolvidas, as células de gordura não podem ser revertidas, o que
significa que, após sua formação, elas apenas reduzem de tamanho, mas não são
eliminadas. Esse acúmulo de gordura no úbere pode prejudicar as células produtoras de
leite, afetando a capacidade de produção leiteira do animal. Portanto, um manejo
adequado do ganho de peso nessa fase é essencial para preservar o potencial produtivo
das novilhas.
A Tabela 2 apresenta os pesos corporais ideais para a primeira cobertura e para a
parição de fêmeas bovinas, diferenciados por grupos raciais, conforme critérios
estabelecidos pela Embrapa. Esses parâmetros refletem o peso como uma variável crítica
26
no manejo reprodutivo de novilhas, sendo o peso corporal ideal calculado como um
percentual do peso adulto do animal.
Tabela 2 - Pesos Recomendados para Primeira Cobertura e Parição por Raça
(Fonte: Lobato; Azambuja, 2002)
Raça
Peso Corporal Ideal na 1ª
Cobertura (% do peso adulto
Peso Corporal Ideal na Parição (%
do peso adulto)
Europeias 60% 85%
Zebuínas 65% 85%
Para as raças europeias, o peso ideal para a primeira cobertura corresponde a 60%
do peso adulto, enquanto, para as raças zebuínas, esse valor aumenta para 65%. Essa
diferença é atribuída às particularidades genéticas e fisiológicas de cada grupo, uma vez
que as zebuínas, devido à sua adaptação às condições tropicais e maior resistência ao
estresse ambiental, apresentam maior exigência de peso para atingir maturidade sexual e
garantir bons índices de prenhez. Em ambas as categorias raciais, o peso ideal na parição
é de 85% do peso adulto, garantindo que as fêmeas tenham reservas corporais suficientes
para enfrentar as demandas energéticas associadas à gestação, ao parto e à lactação inicial.
Os valores apresentados na tabela não apenas orientam o manejo nutricional e
reprodutivo, mas também estão diretamente ligados à eficiência produtiva. Pesquisas,
como as realizadas por Lobato e Azambuja (2002), apontam que o não atendimento
desses pesos recomendados compromete a taxa de prenhez e, em longo prazo, a
produtividade do rebanho. Assim, o uso desses parâmetros como guia para a gestão de
rebanhos bovinos é fundamental para promover maior retorno econômico ao produtor,
otimizando o desempenho reprodutivo e assegurando a saúde e o bem-estar animal.
27
Para avaliar o desenvolvimento adequado nessa fase, é essencial conhecer os
padrões ideais de altura e peso para os animais de acordo com a raça em questão.
Conforme Mascarello (2020), se a altura estiver em conformidade com as
recomendações, mas o peso estiver abaixo do ideal, isso indica uma carência de energia
na dieta. Por outro lado, se o peso estiver de acordo com as diretrizes, mas a altura estiver
abaixo do esperado, é um sinal de deficiência de proteína na alimentação.
Figura 1 - Pesos Recomendados para Primeira Cobrição (Fonte: Autoria Própria)
A seleção de novilhas de corte para reprodução é uma etapa fundamental na
pecuária, principalmente no Brasil, onde a bovinocultura de corte desempenha um papel
estratégico na economia. No que se refere aos critérios para a primeira cobertura, a
Embrapa estabelece que o peso corporal ideal varia conforme a raça. Para as raças
europeias, recomenda-se que as novilhas atinjam 60% do peso adulto antes da primeira
cobertura, enquanto para as raças zebuínas, o percentual ideal é de 65% (Lobato e
Azambuja, 2002). Essa diferença reflete as características fisiológicas distintas entre os
28
grupos raciais, como o tempo de maturação sexual. No momento da parição, espera-se
que as fêmeas atinjam 85% do peso adulto, garantindo tanto a viabilidade reprodutiva
quanto a saúde da mãe e do bezerro. Estudos como os realizados por Moraes et al. (2007)
mostram que o peso corporal adequado é um dos fatores mais eficientes para determinar
o sucesso reprodutivo, sobretudo em sistemas extensivos.
No que tange à alimentação das novilhas, subprodutos agroindustriais
desempenham um papel significativo. Ingredientes como farelo de soja e farelo de
algodão são amplamente utilizados devido ao seu elevado teor proteico, essencial para
promover o desenvolvimento muscular e atingir os pesos recomendados para reprodução
(Cachapuz, 1997). Além disso, a polpa cítrica e o bagaço de cana surgem como fontes
energéticas viáveis, especialmente em períodos de menor disponibilidade de pasto.
Outros componentes, como a casca de arroz e o farelo de trigo, são utilizados para
complementar a dieta com fibra, melhorando a digestibilidade. Esses subprodutos
tornam-se uma solução economicamente viável, especialmente em sistemas intensivos e
semi-intensivos, ao mesmo tempo que contribuem para a sustentabilidade da atividade
agropecuária.
Seguindo as orientações de Campos (2021), para raças de grande porte com o
objetivo de concepção aos 15 meses, as novilhas devem ganhar entre 650 e 700 g por dia
desde o desaleitamento, que ocorre por volta dos dois meses de idade e peso entre 55 e
65 kg, até alcançar os 340 kg de peso vivo. Esse ganho de peso pode ser alcançado através
do fornecimento de volumosos de excelente qualidade à vontade, ou complementado com
1 a 2 kg de concentrado por dia, se necessário. Essas estratégias visam garantir que as
novilhas atinjam o desenvolvimento adequado de acordo com os objetivos de criação
estabelecidos.
29
A utilização de dietas completas oferece diversas vantagens, que vão desde a
economia de mão-de-obra e tempo até a redução da competição entre os animais. Com
dietas completas disponíveis continuamente, cada animal pode acessar sua parcela diária
de alimento ao longo do dia, realizando várias refeições menores em vez de depender de
uma ou duas grandes refeições. Esse sistema é particularmente crucial no período que
antecede a puberdade, abrangendo o intervalo de peso vivo entre 80-90 kg e 270-280 kg.
Durante esse estágio, é fundamental manter um crescimento uniforme e saudável das
bezerras, conforme destacado por Campos (2021). Isso não apenas promove a saúde e o
bem-estar dos animais, mas também contribui para atingir os objetivos de produção de
forma eficaz.
Conforme Carvalho et al. (2021), considerando o manejo das novilhas quanto a
alimentação, destaca-se o manejo das novilhas aptas à reprodução é uma etapa crucial no
processo de reprodução bovina. Para facilitar a detecção de cio, essas novilhas devem ser
introduzidas no mesmo ambiente das vacas em lactação. A alimentação nesse período
desempenha um papel fundamental, pois a perda de peso ou a diminuição da condição
corporal das novilhas pode afetar negativamente a manifestação do cio. Durante essa fase,
os animais devem estar ganhando peso a uma taxa de 400 a 600 gramas por dia.
É importante prestar atenção especial para evitar a dominação das vacas sobre as
novilhas, o que pode impactar negativamente na ingestão de alimentos por essas últimas.
Uma estratégia amplamente recomendada para mitigar esse problema é o manejo por
meio de lotes separados. Ao agrupar os animais em lotes distintos com base na idade,
peso ou estágio produtivo, é possível reduzir a competição por alimento e assegurar que
as novilhas tenham acesso prioritário aos recursos nutricionais necessários para o seu
desenvolvimento.
30
Os lotes também permitem a formulação de dietas específicas para atender às
exigências nutricionais de cada grupo, melhorando o desempenho zootécnico. Além
disso, a separação dos animais em lotes reduz o estresse social causado pela hierarquia de
dominância, que geralmente favorece as vacas adultas em detrimento das novilhas.
Assim, o uso de lotes é uma ferramenta eficiente para otimizar a ingestão alimentar,
minimizar perdas produtivas e promover um ambiente mais equilibrado no manejo
reprodutivo e nutricional.
Para garantir uma alimentação adequada, é essencial proporcionar espaço
suficiente nos cochos, permitindo que todas as novilhas se alimentem com tranquilidade.
Esse cuidado ajuda a manter as novilhas em boas condições e prontas para o processo
reprodutivo.
Para as novilhas de raças grandes, que devem ser cobertas com um peso de 340
kg e atingir um peso ao parto de 500 a 550 kg, é necessário um ganho diário de peso entre
700 e 800 gramas. Já as novilhas mestiças, visando um peso ao primeiro parto de 450 a
500 kg, devem ganhar de 450 a 600 gramas por dia durante a gestação. É importante
destacar que, nesta fase, são aceitáveis planos de alimentação que permitam ganhos de
peso superiores a 1 kg por dia, o que pode ser necessário para a recuperação de animais
que, por algum motivo, apresentam um peso abaixo do ideal. A quantidade de
concentrado a ser fornecida dependerá, principalmente, da qualidade do volumoso
disponível. Se as novilhas estiverem recebendo um volumoso de excelente qualidade,
com mais de 60% de Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) na matéria seca (MS), podem
ser oferecidos de 0,9 a 1,8 kg de concentrado por animal por dia. No caso de um volumoso
de baixa qualidade, com menos de 60% de NDT na MS, a quantidade de concentrado
oferecida deve ser maior, variando de 1,8 a 2,7 kg por animal por dia. A escolha da
31
quantidade de concentrado deve levar em consideração a qualidade do alimento base,
garantindo que as novilhas alcancem os ganhos de peso desejados durante a gestação
(Carvalho et al, 2021).
Já o manejo das novilhas antes do parto, conforme orientações de Carvalho et al.
(2021), envolve uma série de práticas essenciais para garantir uma transição suave para a
fase de lactação. Inicialmente, é recomendado que as novilhas sejam introduzidas na
rotina de manejo, alimentação e instalação das vacas em lactação, cerca de três a quatro
semanas antes da data prevista para o parto. Essa abordagem permite que as novilhas se
aclimatem ao novo ambiente, bem como ao tipo e à quantidade de dieta que receberão
durante a lactação. O objetivo é minimizar o estresse associado ao parto e proporcionar
uma adaptação antecipada.
Além disso, é crucial preparar as novilhas para a lactação, o que envolve práticas
de treinamento e cuidado. Isso inclui a realização de massagens no úbere para facilitar a
descida do leite. No caso de ordenha mecânica, é essencial que as teteiras sejam
removidas assim que a produção de leite diminuir, garantindo um processo eficiente e
confortável para as novilhas.
Outro aspecto importante é a condição corporal das novilhas no momento do
parto. É recomendado que elas apresentem um escore de condição corporal entre 3,5 e
3,8. Novilhas que parirem abaixo do peso ideal podem enfrentar dificuldades no parto,
resultando em bezerros com peso reduzido, menor produção de colostro, e possivelmente
uma lactação menos produtiva. Por outro lado, novilhas que estão acima do peso ideal
também podem enfrentar desafios no momento do parto, o que pode aumentar os custos
e manejo. Portanto, é essencial evitar dietas com altos níveis de silagem de milho nesta
fase (Carvalho et al., 2021).
32
Por fim, Carvalho et al. (2021) descreve que, caso as vacas em lactação estejam
recebendo nitrogênio não-proteico, como ureia, em suas dietas, é importante que as
novilhas sejam gradualmente introduzidas a esse componente nutricional. Isso permite
que elas se adaptem a esse tipo de alimento e mantenham a saúde e o desempenho
adequados durante a lactação. Essas práticas são fundamentais para garantir que o parto
das novilhas seja tranquilo e bem-sucedido, promovendo uma transição eficaz para a fase
de lactação.
Após o parto, as novilhas vão exigir nutrientes para a produção de leite, para
mantença e crescimento, e para voltarem à atividade reprodutiva. Vacas de primeira
lactação mal alimentadas, principalmente nos dois primeiros meses pós-parto, têm sua
produção de leite reduzida, o que pode acarretar erro ao se fazer descartes, além de
apresentarem período de serviço maior. Convém ressaltar que as vacas mais velhas e as
novilhas mais pesadas podem competir com as mais jovens e mais leves no consumo de
alimentos. Portanto, há de se propiciar área suficiente de cocho ou manter o alimento à
disposição dos animais durante as 24 horas, para minimizar os efeitos desta competição
(Carvalho et al., 2021).
Conforme as diretrizes de Mascarello (2020), o planejamento para o primeiro
parto das novilhas, idealmente aos 2 anos de idade, requer atenção durante diferentes
fases de suas vidas, com foco em prepará-las para a inseminação. Entre os 10 e 16 meses
de idade, as novilhas devem receber uma alimentação que inclui pastagem de qualidade,
feno, concentrado e acesso a sal mineral à vontade. Para novilhas com baixa condição
corporal, a oferta de silagem pode ser necessária. A inseminação artificial deve ser
realizada após a terceira manifestação de cio, uma vez que isso garante que as glândulas
mamárias estejam bem desenvolvidas, contribuindo para uma maior produção de leite.
33
Na faixa etária de 16 a 24 meses, as novilhas passam pelo período de gestação.
Durante essa fase, o peso ao primeiro parto deve ser de cerca de 80% do peso do animal
adulto. É importante ressaltar que, nesse estágio, as novilhas ainda estão em crescimento,
destacando a necessidade de uma dieta mais rica em energia. Além disso, a condição
corporal deve ser monitorada, visando que, no dia do parto, esteja entre 3,0 e 3,5. Essa
faixa de escore corporal garante a saúde da novilha, especialmente durante o período de
balanço energético negativo causado pela produção de leite para o bezerro. Essas medidas
garantem uma transição bem-sucedida para a fase de reprodução e a produção de leite
subsequente (Mendes Neto et al., 2007).
Oferecer uma dieta mais rica em nutrientes, mas com restrição na ingestão, em
comparação a uma dieta com maior volume e menor teor energético, apresenta diversas
vantagens, como ressaltado por Educapoint (2021). Essa abordagem resulta em um maior
tempo de permanência da dieta no trato digestivo, uma taxa de passagem mais lenta, o
que, por sua vez, leva a uma maior digestibilidade da dieta. Além disso, a produção fecal
é reduzida e, em última instância, a eficiência alimentar é melhorada. No entanto, há
desvantagens associadas a essa estratégia, principalmente relacionadas ao
comportamento das novilhas, que podem descansar menos e vocalizar mais, de acordo
com Educapoint (2021).
O manejo reprodutivo das novilhas leiteiras é um aspecto de extrema importância,
do ponto de vista econômico, que requer atenção especial. Quando esse manejo é
executado de maneira adequada, as novilhas podem alcançar a puberdade precocemente,
algumas até mesmo antes de completar um ano de idade, tornando-as aptas a participar
de programas reprodutivos. No entanto, é crucial que, antes disso, elas atinjam o peso
34
vivo ideal, a fim de evitar complicações no parto ou no período pós-parto, conforme
destacado pela Revista Agropecuária (2023).
Independentemente da raça, os produtores têm à disposição várias opções de
manejo reprodutivo, como acasalamento com touros, observação diária de cio e
inseminação artificial (IA), sincronização de cio e IA após detecção de cio, ou ainda
sincronização de ovulação e IATF. A escolha da técnica mais adequada dependerá dos
objetivos específicos de cada produtor, conforme ressaltado pela Revista Agropecuária
(2023).
O exemplo de Bernardes (2021) destaca a relevância do intervalo entre partos no
contexto da pecuária leiteira, o qual está intrinsecamente ligado às diferentes categorias
animais presentes no rebanho. Um rebanho com uma idade média ao primeiro parto de
24 meses, considerada ideal, apresenta sete categorias quando excluídos os machos: vacas
em lactação, vacas secas, bezerras de 0 a 2 meses, bezerras de 2 a 6 meses, bezerras de 6
a 12 meses, novilhas de 12 a 18 meses e novilhas de 18 a 24 meses. No entanto, caso a
idade média ao primeiro parto seja estendida para 27 meses, o rebanho terá oito
categorias, com a inclusão de novilhas de 24 a 27 meses. Embora a diferença entre os dois
cenários possa parecer pequena, no segundo caso, com idade ao primeiro parto de 27
meses, há uma categoria adicional no rebanho que não está contribuindo para a produção
de leite. Quanto mais tardia a idade ao primeiro parto, maior é o número de novilhas no
rebanho gerando custos, e menor a proporção de vacas em lactação em relação ao rebanho
total, como apontado por Bernardes (2021).
Se realizarmos uma análise de um rebanho com uma idade média ao primeiro
parto de 27 meses, excluindo os machos, teremos um total de 8 categorias distintas. Essas
categorias incluem vacas em lactação, vacas secas, bezerras de 0 a 2 meses, bezerras de
35
2 a 6 meses, bezerras de 6 a 12 meses, novilhas de 12 a 18 meses, novilhas de 18 a 24
meses e novilhas de 24 a 27 meses. A diferença entre esses dois cenários, embora possa
parecer sutil, tem implicações significativas. No segundo caso, com a idade ao primeiro
parto estendida para 27 meses, uma categoria adicional de novilhas está presente no
rebanho, mas sem contribuir para a produção de leite. Isso significa que quanto mais
tardia for a idade ao primeiro parto, maior será a quantidade de novilhas no rebanho que
geram custos sem proporcionar produção de leite, resultando em uma redução na
proporção de vacas em lactação em relação ao rebanho total, como destacado por
Bernardes (2021).
Além disso, existem outros benefícios significativos associados a uma idade mais
jovem ao primeiro parto, conforme ressaltado por Bernardes (2021). Isso inclui um
retorno mais rápido do capital investido, uma redução nos custos relacionados a animais
improdutivos, um aumento na vida produtiva das fêmeas e uma aceleração no ganho
genético. Portanto, adotar uma estratégia que promova uma idade ao primeiro parto mais
precoce pode resultar em impactos econômicos e produtivos positivos para o rebanho
leiteiro. A adequada alimentação de novilhas leiteiras da desmama aos vinte e quatro
meses de idade é frequentemente um desafio nas fazendas leiteiras. A nutrição inadequada
desses animais leva a um baixo crescimento e a um peso inadequado na idade desejada
para a cobertura. Como resultado, as novilhas tendem a parir acima dos 24 meses de idade
e produzem consideravelmente menos leite durante sua vida produtiva do que novilhas
bem alimentadas e desenvolvidas (Rodrigues, 2023).
Se realizarmos uma análise de um rebanho com uma idade média ao primeiro
parto de 27 meses, excluindo os machos, teremos um total de 8 categorias distintas. Essas
categorias incluem vacas em lactação, vacas secas, bezerras de 0 a 2 meses, bezerras de
36
2 a 6 meses, bezerras de 6 a 12 meses, novilhas de 12 a 18 meses, novilhas de 18 a 24
meses e novilhas de 24 a 27 meses. A diferença entre esses dois cenários, embora possa
parecer sutil, tem implicações significativas. No segundo caso, com a idade ao primeiro
parto estendida para 27 meses, uma categoria adicional de novilhas está presente no
rebanho, mas sem contribuir para a produção de leite. Isso significa que quanto mais
tardia for a idade ao primeiro parto, maior será a quantidade de novilhas no rebanho que
geram custos sem proporcionar produção de leite, resultando em uma redução na
proporção de vacas em lactação em relação ao rebanho total, como destacado por
Bernardes (2021).
Além disso, existem outros benefícios significativos associados a uma idade mais
jovem ao primeiro parto, conforme ressaltado por Bernardes (2021). Isso inclui um
retorno mais rápido do capital investido, uma redução nos custos relacionados a animais
improdutivos, um aumento na vida produtiva das fêmeas e uma aceleração no ganho
genético. Portanto, adotar uma estratégia que promova uma idade ao primeiro parto mais
precoce pode resultar em impactos econômicos e produtivos positivos para o rebanho
leiteiro.
Conforme as orientações de Rodrigues (2023), o manejo nutricional das bezerras
passa por diferentes estágios que levam em consideração a idade e a capacidade de
digestão dos animais. No período que compreende de 60 a 180 dias, logo após a desmama,
as bezerras possuem uma capacidade limitada de digestão da matéria seca, o que torna
desafiador o aproveitamento de grandes quantidades de fibra encontradas em forragens,
especialmente se essas forragens não apresentam boa qualidade. Portanto, nesse estágio,
é recomendado fornecer volumosos com baixo teor de fibra para atender às necessidades
das bezerras.
37
A partir dos seis meses até um ano de idade, as bezerras começam a apresentar
maior capacidade de ingestão e digestão de fibras, além de uma redução nas exigências
de proteína bruta. Essas mudanças permitem que uma maior quantidade de forragem seja
incluída na dieta, possibilitando a diminuição da quantidade de concentrado fornecido
para 1,0 kg por animal/dia até os 12 meses de idade. Esse ajuste na dieta reflete as
mudanças nas necessidades nutricionais das bezerras à medida que crescem.
Já entre um ano de idade e o momento da cobertura, pastos de excelente qualidade,
desde que bem manejados, podem suprir as necessidades nutricionais das novilhas
durante o período das águas. Contudo, é essencial que uma mistura mineral esteja sempre
disponível para garantir que os nutrientes essenciais, como minerais e vitaminas, sejam
adequadamente fornecidos. Além disso, a suplementação volumosa na época seca se faz
necessária e pode ser realizada por meio de forragens verdes picadas, cana-de-açúcar
acrescida de 1% de ureia, silagens ou fenos. Para evitar a competição por alimento entre
os animais, é fundamental proporcionar uma área de cocho suficiente, permitindo que
todos tenham acesso à alimentação (Oliveira et al., 2007).
Vale ressaltar que minerais e vitaminas desempenham um papel fundamental no
crescimento das novilhas. Manter níveis inadequados desses nutrientes pode afetar a
eficiência da alimentação, o desenvolvimento dos cascos, a reprodução e a integridade do
sistema imunológico. Embora as deficiências não causem impacto imediato no
crescimento, elas podem se manifestar no futuro como baixo desempenho reprodutivo ou
problemas de saúde, conforme destacado por Aleixo (2021). Portanto, o manejo
nutricional adequado durante todas as fases do desenvolvimento das novilhas é essencial
para garantir seu crescimento saudável e desempenho reprodutivo adequado.
38
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A redução da idade ao primeiro parto para valores abaixo das recomendações
atuais (22 a 24 meses) apresenta o potencial de encurtar o período entre o investimento
inicial e a geração de renda, além de reduzir custos associados ao período não produtivo
das novilhas. Essa redução pode ser alcançada por meio de maiores taxas de ganho de
peso no período pré-púbere, resultando em menor idade para inseminação e,
consequentemente, menor idade ao primeiro parto. No entanto, é crucial destacar que o
aumento excessivo no ganho de peso durante a fase pré-púbere pode impactar
negativamente o desenvolvimento da glândula mamária, comprometendo a produção de
leite na primeira lactação. Assim, a estratégia deve ser cuidadosamente balanceada para
maximizar os benefícios econômicos sem prejudicar o desempenho futuro dos animais.
Na fase inicial de desenvolvimento, o manejo nutricional adequado apresenta
resultados evidentes tanto no curto quanto no longo prazo. No curto prazo, observa-se
novilhas mais saudáveis e ativas, com maior ganho de peso, melhor condição corporal,
fezes consistentes e desempenho reprodutivo otimizado já aos 13-14 meses, além de
redução dos custos até o início da lactação. No longo prazo, os benefícios se ampliam: as
novilhas passam a parir com maior produção de leite, maior eficiência alimentar (mais
leite com o mesmo alimento), melhor desempenho reprodutivo e maior resistência a
doenças.
Esses resultados positivos reforçam a importância de estabelecer metas claras de
crescimento em cada fase do desenvolvimento. Quando essas metas não são atingidas, os
animais perdem a oportunidade de expressar plenamente seu potencial genético,
resultando em menores níveis de produção e eficiência ao longo da vida. Por isso, o
39
manejo nutricional planejado e estratégico deve ser tratado como uma prioridade para
alcançar ganhos sustentáveis na produtividade e rentabilidade da propriedade.
40
4. RESUMO
ALIMENTAÇÃO DE NOVILHAS LEITEIRAS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A fase de recria, que compreende o período desde a desmama ou desaleitamento até a
primeira cobrição ou inseminação artificial das novilhas leiteiras, embora muitas vezes
considerada menos complexa que a fase de cria, exige atenção redobrada dos produtores.
Durante essa etapa, aspectos cruciais como a relação entre o nível de alimentação pré-
puberal, a idade de início da puberdade, o desenvolvimento adequado da glândula
mamária e o impacto na futura produção de leite desempenham um papel central na
eficiência do sistema produtivo. É fundamental que o manejo nutricional seja planejado
para promover taxas adequadas de ganho de peso, de forma a equilibrar a redução da
idade de início da puberdade com o desenvolvimento saudável da glândula mamária,
assegurando o desempenho produtivo nas lactações futuras. Embora altas taxas de ganho
de peso possam reduzir a idade para o início da puberdade, esta estratégia deve ser
utilizada com cautela. Pesquisas indicam que um ganho de peso excessivo durante a fase
pré-púbere pode comprometer a formação adequada da glândula mamária, resultando em
menor capacidade produtiva durante as primeiras lactações. Dessa forma, o planejamento
nutricional deve priorizar não apenas o crescimento rápido, mas também a qualidade do
desenvolvimento corporal e reprodutivo das novilhas. Uma abordagem equilibrada, com
dieta ajustada às exigências específicas da fase, possibilita a criação de matrizes
saudáveis, com alta eficiência reprodutiva e produtiva, assegurando a sustentabilidade do
sistema leiteiro. Ao preparar as novilhas para atingir todo o seu potencial genético, o
produtor não apenas melhora os índices zootécnicos, mas também contribui para a
longevidade produtiva do rebanho, maximizando a rentabilidade e a eficiência do sistema.
Palavras-chave: Bovino. Exigência nutricional. Recria. Reprodução. Úbere.
41
5. ABSTRACT
FEEDING OF DAIRY HEIFERS: LITERATURE REVIEW
The rearing phase, which encompasses the period from weaning or milk withdrawal to
the first breeding or artificial insemination of dairy heifers, although often considered less
complex than the calf-rearing phase, requires heightened attention from producers.
During this stage, critical aspects such as the relationship between pre-pubertal feeding
levels, the age of puberty onset, proper mammary gland development, and its impact on
future milk production play a central role in the efficiency of the production system. It is
essential that nutritional management be planned to promote appropriate weight gain
rates, balancing the reduction in puberty onset age with the healthy development of the
mammary gland, ensuring productive performance in future lactations. Although high
weight gain rates can reduce the age at which puberty begins, this strategy must be used
with caution. Research indicates that excessive weight gain during the pre-pubertal phase
can compromise proper mammary gland formation, resulting in lower productive
capacity during the first lactations. Thus, nutritional planning should prioritize not only
rapid growth but also the quality of the body and reproductive development of the heifers.
A balanced approach, with a diet tailored to the specific demands of the phase, enables
the development of healthy cows with high reproductive and productive efficiency,
ensuring the sustainability of the dairy system. By preparing heifers to reach their full
genetic potential, producers not only improve zootechnical indices but also contribute to
the productive longevity of the herd, maximizing profitability and system efficiency.
Key words: Cattle. Nutritional requirement. Recreates. Reproduction. Udder.
42
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c722681e68d4441c0b59e195a15ed9cddcb7fc42cde00846b8a6d5c7091218b5.pdf
1. INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Aspectos gerais sobre sistema de produção de leite com recria de novilhas
2.2. Particularidades sobre a criação de novilhas leiteiras nas condições de Brasil
2.2.1. Em pastejo
2.2.2. Em semiconfinamento
2.2.3. Em confinamento
2.3. Alimentação por faixa etária e manejo por fase de criação
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. RESUMO
5. ABSTRACT
REFERÊNCIAS