UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL ALIMENTAÇÃO DE NOVILHAS LEITEIRAS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA MARINA CARLET ALVES JABOTICABAL – SP 1º Semestre/2024 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL ALIMENTAÇÃO DE NOVILHAS LEITEIRAS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA MARINA CARLET ALVES Orientador: Prof. Dr. Mauro Dal Secco de Oliveira Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para graduação em Zootecnia. JABOTICABAL – SP 1º Semestre/2024 A474a Alves, Marina Carlet Alimentação de novilhas leiteiras: revisão bibliográfica / Marina Carlet Alves. -- Jaboticabal, 2025 56 f. : tabs. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado - Zootecnia) - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal Orientador: Mauro Dal Secco de Oliveira 1. Nutrição animal. 2. Alimentação bovinos. 3. Alimentação novilhas. 4. Alimentação novilhas leiteiras. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Dados fornecidos pelo autor(a). ii DEDICO este trabalho a pessoas extraordinárias que fizeram parte de minha jornada acadêmica e pessoal. À minha querida psicóloga Anna, que está ao meu lado desde muito antes dos primeiros passos na faculdade, guiando meu caminho com sabedoria e muita paciência. Sua presença constante com certeza me ajudou nos caminhos desafiadores, tornando possível superar obstáculos e crescer como profissional e ser humano. Aos meus amados pais, Maria e Carlos, e demais familiares que me apoiaram, que não apenas me deram a oportunidade de buscar conhecimento, mas também foram fontes inesgotáveis de incentivo e carinho nesses anos. Em especial, ao meu tio Lelo. Cada conquista alcançada é resultado do amor e confiança que depositaram em mim. Aos amigos e amigas de Piracicaba, cuja amizade e colaboração direta foram essenciais para minha formação. Juntos, compartilhamos risadas, desafios e aprendizados, construindo memórias, principalmente aos fins de semana, que levo para toda a vida. A Ana Pavão merece um capítulo especial nesta dedicatória. Conviver com ela foi uma incrível oportunidade, repleta de saudades e aprendizados. Sua força, especialmente nos últimos meses, transformou minha perspectiva de vida, permitindo-me enxergar o mundo de uma maneira mais positiva. Ana, sempre um exemplo de bondade e uma manifestação viva da vontade de viver. Para sempre, saudades e admiração. A cada professor que cruzou meu caminho antes da formação na faculdade, meu sincero agradecimento. Cada um de vocês deixou uma marca indelével em minha jornada, contribuindo para meu crescimento intelectual e pessoal. iii A todos que compartilharam este trajeto comigo, meu profundo agradecimento. Este trabalho é dedicado a vocês, que foram peças fundamentais na construção do profissional e pessoal que me tornei. iv AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu orientador e professor, Mauro, cuja orientação e paciência foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho. Às pessoas que foram mais do que amigos, amigos inseparáveis ao longo da formação: Pietra, Raielly, Ana Caroline, Lucas, Poliana, Mariana e tantos outros. Sem a companhia e o apoio de vocês, a jornada na faculdade teria sido certamente mais desafiadora. Juntos, enfrentamos obstáculos, celebramos conquistas e construímos laços que levarei para toda a vida. Não posso deixar de lembrar da Flora, filha da Raielly, que nos alegrou com a notícia de sua vinda nos últimos meses. Um agradecimento especial à Simone, cujo humor e energia positiva iluminaram os dias mais cansativos. Sua presença foi uma verdadeira bênção. À equipe de funcionários da FCAV, em especial à portaria, com quem convivi diariamente. O profissionalismo e a gentileza de vocês fizeram toda a diferença, tornando o ambiente acadêmico mais acolhedor. Filipe, seu companheirismo e compreensão deixaram uma marca positiva em minha vida acadêmica e pessoal. Agradeço por compartilhar parte dessa jornada ao meu lado. A Valentina, minha coelha que compartilhou comigo todos os anos desta jornada, merece um agradecimento especial. Sua presença e companheirismo nas idas e vindas me trouxe conforto e alegria, tornando a casa que moramos juntas um verdadeiro lar. A todos que, de alguma forma, contribuíram para esta caminhada, meu sincero obrigado. Este trabalho é resultado de todo apoio e das experiências compartilhadas por cada um de vocês. Levarei para sempre comigo. v INDÍCE 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1 1.1 Objetivo ...................................................................................................................... 4 2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 5 2.1. Aspectos gerais sobre sistema de produção de leite com recria de novilhas ...... 5 2.2. Particularidades sobre a criação de novilhas leiteiras nas condições de Brasil 8 2.2.1. Em pastejo ......................................................................................................... 15 2.2.2. Em semi-confinamento ..................................................................................... 19 2.2.3. Em confinamento .............................................................................................. 22 2.3. Alimentação por faixa etária e manejo por fase de criação ............................... 25 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 38 4. RESUMO ................................................................................................................... 40 5. ABSTRACT ............................................................................................................... 41 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 42 1 1. INTRODUÇÃO O Brasil tem se destacado como um dos principais produtores de leite em escala global, mantendo uma posição constante entre os cinco maiores atores dessa indústria. Do ponto de vista econômico, a cadeia produtiva do leite desempenha um papel crucial no Produto Interno Bruto (PIB) do país, dada a sua relevância como um dos alimentos fundamentais na dieta da população brasileira (Martins et al., 2022). Esse cenário solidifica o setor leiteiro como um pilar estratégico na economia nacional, com impacto não apenas na produção agroindustrial, mas também no sustento e na nutrição de milhões de brasileiros. Nos últimos anos, observamos um cenário fascinante no setor de laticínios do Brasil. Apesar da diminuição do número de animais no rebanho leiteiro nacional, é surpreendente ver que a produção de leite continua a crescer. Essa aparente contradição é, em grande parte, o resultado da crescente adoção de tecnologias avançadas que estão 2 impulsionando a produtividade da cadeia leiteira. As práticas modernas, como o aprimoramento genético, a oferta de alimentação equilibrada, um manejo eficiente e a automação, têm permitido aos produtores obter um rendimento de leite por animal superior e otimizar seus sistemas de produção (Hunt et al., 2009). Esse progresso notável demonstra a capacidade do setor de se adaptar às demandas em evolução, mantendo o Brasil como um ator de destaque na produção global de laticínios. O avanço da indústria de laticínios no Brasil, com um enfoque claro na sustentabilidade, está impulsionando uma crescente necessidade de recursos alimentares de alto valor nutricional e baixo custo. Nesse contexto, visando a redução dos custos relacionados à alimentação, torna-se imperativo otimizar todos os aspectos inerentes à criação de rebanhos leiteiros. Um desses aspectos diz respeito à fase de recria de novilhas, na qual os animais ainda não apresentam produção direta de leite, o que resulta em um retorno de capital mais demorado. Para que os sistemas de produção leiteira alcancem uma integração bem-sucedida, sustentabilidade e adotem uma abordagem moderna, é fundamental priorizar a fase de recria de fêmeas destinadas à reposição do plantel. Essa estratégia é essencial para tornar a atividade mais competitiva do ponto de vista financeiro, possibilitando não apenas a continuidade da criação, mas também a distribuição eficaz dos custos fixos da propriedade. Os sistemas de produção animal desvelam uma intricada rede de complexidades, uma vez que estão sujeitos a uma diversidade impressionante de variáveis. Por conseguinte, é imperativo que as estratégias de manejo adotadas para as novilhas leiteiras sejam executadas com extrema diligência, dada a relevância central desses animais tanto no âmbito da produção como no reprodutivo. Essa abordagem cuidadosa emerge como 3 um elemento crucial para atingir níveis ótimos de eficiência e desempenho no contexto da pecuária leiteira, resultando em benefícios tanto econômicos quanto operacionais. Além de não ser uma tarefa de simplicidade, o manejo das novilhas leiteiras pode acarretar custos consideráveis. No entanto, quando conduzido de maneira adequada, pode assegurar a saúde dos animais, a produção de leite de alta qualidade e, como resultado, um retorno financeiro excepcional. Essa abordagem cuidadosa e investimento inicial, apesar de significativos, tendem a se traduzir em benefícios a longo prazo, não apenas para o bem-estar do rebanho, mas também para a rentabilidade do negócio de produção de leite. No entanto, é essencial reforçar que os custos envolvidos no manejo de novilhas estão diretamente associados ao tipo de sistema de produção adotado e ao investimento em genética de qualidade. No Brasil, predominam sistemas extensivos e semi-intensivos, nos quais o manejo depende significativamente das condições climáticas, da disponibilidade de pastagens e da capacidade de suplementação alimentar. Esses sistemas, embora mais econômicos em termos de estrutura inicial, podem apresentar desafios para alcançar os padrões nutricionais exigidos por novilhas de alto potencial genético (Embrapa, 2023). Por outro lado, sistemas intensivos, como o confinamento, demandam maior investimento em infraestrutura e alimentação concentrada, mas oferecem maior controle sobre a dieta e o desempenho reprodutivo (FAO, 2023). Além disso, a genética desempenha um papel crucial na eficiência do sistema. O investimento em linhagens de alto desempenho leiteiro, associadas a características como precocidade sexual e longevidade produtiva, pode elevar significativamente os custos iniciais (Lobato; Azambuja, 2002). Contudo, esses custos são compensados por resultados superiores, como maior produção de leite por lactação e maior eficiência 4 alimentar, otimizando o retorno econômico ao longo da vida produtiva do animal (Moraes et al., 2007). Assim, o planejamento financeiro do manejo deve considerar não apenas os custos operacionais, mas também o potencial de retorno associado à genética e ao sistema de produção utilizado, fortalecendo a sustentabilidade econômica da atividade. 1.1 Objetivo A presente revisão de literatura teve como objetivo, verificar a importância da alimentação de novilhas leiteiras e suas implicações no desempenho das mesmas. 5 2. REVISÃO DA LITERATURA Foi conduzida uma revisão da literatura que disserta sobre a relevância da alimentação de novilhas leiteiras e suas implicações no desempenho em diversas dimensões. Com o intuito de facilitar a abordagem desse tema complexo, foram adotados itens e subitens abordando vários aspectos essenciais, como definição, tipos de alimentos, função, fatores associados ao uso de concentrado na dieta, bem como os impactos no desempenho das novilhas. Essa abordagem minuciosa proporcionou uma análise aprofundada dos elementos mais críticos relacionados ao desempenho das novilhas leiteiras, contribuindo para o entendimento aprimorado e o avanço no manejo nutricional desses animais. 2.1. Aspectos gerais sobre sistema de produção de leite com recria de novilhas A relação entre o número de bezerros desmamados e o total de fêmeas no rebanho é um fator de significativa importância, tanto de forma direta quanto indireta, para a rentabilidade na atividade pecuária do Brasil. Índices reprodutivos elevados permitem otimizar o aproveitamento de áreas destinadas a vacas não-gestantes e novilhas em crescimento, que podem ser direcionadas para categorias produtivas, principalmente vacas e novilhas prenhes. Esse gerenciamento eficaz dos recursos e a maximização da produção contribuem substancialmente para o sucesso econômico na pecuária, ressaltando a necessidade de atenção especial à eficiência reprodutiva como um dos pilares fundamentais desse setor (Pilau; Lobato, 2009). 6 O leite produzido por uma vaca leiteira é considerado um subproduto de sua função reprodutiva, sendo ambos dependentes de uma dieta cuidadosamente controlada. Através dessa alimentação, os bovinos obtêm os nutrientes necessários para manter sua saúde, promover o crescimento, sustentar a reprodução e permitir a produção, seja na forma de leite ou carne. Garantir uma dieta apropriada é de importância fundamental, tanto do ponto de vista nutricional quanto econômico. Em sistemas de produção de leite, os custos associados à alimentação do rebanho são significativos. De fato, quando se considera o custo total de produção de leite, a alimentação frequentemente representa entre 40% a 60% desse custo, podendo, em determinadas situações, alcançar percentagens ainda mais elevadas (Alvim et al., 2005). Portanto, a gestão eficaz da dieta dos animais é um fator crucial para otimizar a rentabilidade e a eficiência global na produção leiteira. Como ruminante, a vaca leiteira possui a capacidade única de converter alimentos que são não essenciais para não ruminantes, como forragens e forrageiras, em produtos de grande valor econômico. No entanto, à medida que se busca aumentar a produtividade por animal, os volumosos (pasto, silagem e feno) por si só não são suficientes para sustentar esse nível mais elevado de produção. Nesse contexto, a alimentação do gado leiteiro deve ser complementada com uma mistura de concentrados, minerais e algumas vitaminas. Essa estratégia alimentar proporciona aos animais os nutrientes essenciais e a energia necessária para alcançar e manter uma produtividade leiteira superior, ao mesmo tempo em que atende às demandas nutricionais específicas dos ruminantes (Alvim et al., 2005). O estado metabólico das vacas tem um impacto significativo em sua reserva corporal, produtividade e nas características físico-químicas do leite. Vacas com média a 7 alta produtividade frequentemente experimentam um balanço de energia negativo no início da lactação. Isso as torna mais suscetíveis à acidose metabólica, que pode resultar do consumo de quantidades substanciais de alimentos ricos em carboidratos não-fibrosos, que se degradam rapidamente no trato digestivo. A gestão nutricional precisa ser cuidadosamente ajustada para evitar desequilíbrios metabólicos e garantir o bem-estar e o desempenho ótimo das vacas leiteiras (Marques et al., 2011). A fase de recria, que abrange o período desde a desmama ou desaleitamento até a primeira cobrição ou inseminação, é considerada menos complexa do que a fase de cria, porém, isso de modo algum diminui a necessidade de atenção por parte dos produtores de leite. Durante essa fase, ocorrem mudanças significativas na composição corporal da bezerra ao longo do tempo. Inicialmente, observa-se um crescimento ósseo rápido e taxas elevadas de síntese de proteína. Posteriormente, a ênfase muda para uma maior acumulação de tecido adiposo (gordura). As novilhas de reposição desempenham um papel crítico na gestão de custos de uma fazenda leiteira, representando, em média, cerca de 25% dos gastos totais (Embrapa, 2013). No entanto, é importante destacar que esse investimento pode variar consideravelmente, dependendo da eficiência do programa de nutrição implementado e do número de novilhas mantidas no plantel. Um programa de nutrição bem planejado e executado pode ajudar a controlar custos, garantir o desenvolvimento saudável das novilhas e maximizar o retorno sobre o investimento. Além disso, o tamanho do plantel de novilhas também influenciará diretamente os custos, pois um maior número de animais requer mais recursos nutricionais e gerenciais. Portanto, a gestão eficaz das novilhas de reposição desempenha um papel crucial na eficiência econômica de uma fazenda leiteira (Aleixo, 2021). 8 É importante realizar estudos abrangentes para avaliar o impacto dos sistemas silvipastoris em diferentes contextos, incluindo condições climáticas e tipos de vegetação. Além disso, testes de tecnologia prática são necessários para demonstrar as vantagens reais desses sistemas em termos de produtividade animal, qualidade ambiental e sustentabilidade. À medida que mais pesquisas e evidências são coletadas, os sistemas silvipastoris podem se tornar uma opção viável e eficaz para a produção animal, contribuindo para a busca por práticas agrícolas mais sustentáveis e amigáveis ao meio ambiente. 2.2. Particularidades sobre a criação de novilhas leiteiras nas condições de Brasil O crescimento da indústria leiteira no Brasil, com um enfoque na sustentabilidade, tem resultado em uma maior demanda por alimentos volumosos que sejam tanto ricos em valor nutricional quanto economicamente acessíveis. Nesse contexto, e com o objetivo de reduzir os custos relacionados à alimentação, torna-se essencial otimizar todos os fatores envolvidos na criação de rebanhos leiteiros. A fase de recria de novilhas, na qual os animais ainda não estão em produção direta e não geram retorno de capital imediato, é um dos aspectos que requer atenção especial. A gestão eficaz desta etapa, com foco na nutrição, saúde e desenvolvimento adequado das novilhas, é fundamental para assegurar um rebanho saudável e produtivo a longo prazo, contribuindo assim para a sustentabilidade e rentabilidade da atividade leiteira no país (Campos; Assis, 2005). Entre os sistemas de produção utilizados no Brasil, destacam-se o extensivo, o intensivo e o rotacionado. O sistema extensivo, caracterizado pelo baixo uso de 9 tecnologias e manejo em grandes áreas, é predominante nas regiões Centro-Oeste e Norte, onde há ampla disponibilidade de terra. Por outro lado, o sistema intensivo é comum em regiões com alta densidade populacional, onde a limitação de terra exige maior produtividade por área. Já o sistema rotacionado, baseado na alternância de áreas de pastagem, apresenta-se como uma solução intermediária, combinando eficiência produtiva e sustentabilidade ambiental (Lobato; Azambuja, 2002). A inclusão de alimentos energéticos e proteicos na forma de misturas concentradas é uma prática comum em sistemas de produção de leite especializados, pois comprovadamente melhora o desempenho de vacas de alta produção (Gordon, 1996). A manipulação da dieta com o objetivo de alterar a produção e a composição do leite tornou- se uma prática amplamente adotada na indústria leiteira. Nesse sentido, a produção de leite e o teor de gordura são os aspectos mais notavelmente influenciados pela dieta. Essa estratégia de manejo nutricional permite aos produtores otimizar a eficiência de suas vacas leiteiras, atendendo às demandas específicas de nutrientes necessárias para manter a produtividade e a qualidade do leite, resultando em melhores resultados econômicos (Oliveira et al, 2007). Para que os sistemas de produção leiteira sejam verdadeiramente integrados, sustentáveis e modernos, é fundamental que se dê a devida importância à fase de recria de fêmeas destinadas à reposição do plantel. Essa etapa desempenha um papel crítico para tornar a atividade leiteira mais competitiva do ponto de vista financeiro. Ao investir no desenvolvimento saudável e eficiente das novilhas, os produtores conseguem manter um rebanho produtivo e de alta qualidade, reduzindo a necessidade de compra de animais de reposição no mercado, o que pode ser dispendioso. Além disso, uma recria bem-sucedida ajuda a diluir os custos fixos da propriedade ao longo do tempo, contribuindo para a 10 rentabilidade a longo prazo e para a sustentabilidade da produção leiteira. (Schafhäuser, 2006; Cunha, Matuscello; 2009). A fase de recria, abrangendo o período desde a desmama ou desaleitamento até a primeira cobrição ou inseminação, embora percebida como menos complexa do que a etapa de cria, não deixa de exigir atenção minuciosa e diligente por parte dos produtores do setor leiteiro. A composição do corpo da bezerra sofre transformações significativas à medida que o tempo avança. Inicialmente, testemunhamos um crescimento ósseo substancial e taxas de síntese de proteína elevadas, seguidas por uma fase subsequente, marcada pela significativa acumulação de tecido adiposo, ou seja, gordura. Essas transições no desenvolvimento do animal são intrinsecamente influenciadas por uma série de fatores, incluindo o peso do animal, o estágio do crescimento, o consumo de energia que supera os níveis requeridos para sustentar os processos fisiológicos normais, o status proteico e a projeção quanto ao tamanho que a novilha alcançará na idade adulta. (Campos; Liziere, 1998). Sendo assim, a estratégia nutricional ideal a ser implementada para as novilhas consiste naquela que, de maneira economicamente eficiente, viabiliza que esses animais alcancem o peso necessário para a puberdade e a capacidade reprodutiva o mais precocemente possível. O desempenho animal, por sua vez, é diretamente influenciado pelo consumo voluntário de alimentos em quantidades que atendam adequadamente às suas necessidades tanto para a manutenção de suas funções corporais quanto para a produção de leite. O plano alimentar adotado precisa, portanto, garantir que as novilhas atinjam o peso corporal adequado para a puberdade e para o início da reprodução, sem que isso acarrete efeitos adversos em sua vida produtiva (Daccarett et al., 1993). 11 À medida que o animal envelhece, observa-se uma diminuição na taxa de formação de ossos e proteína, acompanhada por um aumento significativo na deposição de gordura. Desde o início desta fase, que começa com o animal pesando cerca de 80 a 90 kg até a idade da puberdade, é de suma importância monitorar de perto o ganho de peso diário, que não deve ultrapassar os 900 gramas por dia. Esse acompanhamento rigoroso visa evitar a má-formação da glândula mamária, caracterizada pelo acúmulo de gordura e uma menor quantidade de tecido secretor de leite, o que, por sua vez, resulta em uma produção de leite reduzida durante a primeira lactação (Carvalho et al., 2003). A idade em que ocorre a primeira cobrição é um fator determinante na formulação do plano alimentar para as novilhas durante essa fase. Novilhas que atingem a primeira cobrição precocemente, por volta dos 15 a 16 meses de idade, requerem níveis mais elevados de alimentação em comparação com aquelas que atingem essa fase em idades mais avançadas, como 24 a 26 meses (Carvalho et al., 2003). Isso ocorre porque as novilhas mais precoces precisam alcançar o desenvolvimento reprodutivo mais cedo e, portanto, necessitam de uma dieta mais rica e robusta para atender a essas demandas aceleradas, enquanto as novilhas que amadurecem mais tardiamente podem ser alimentadas de forma mais moderada, dada a sua programação de reprodução diferenciada (Azambuja; Pilau; Lobato, 2008). A puberdade, ou a idade ao primeiro cio, é um reflexo da idade fisiológica das novilhas, que está relacionada ao seu tamanho e peso, e não meramente à sua idade cronológica. Portanto, o plano de alimentação a ser adotado para as novilhas deve visar, da maneira mais eficiente em termos econômicos, permitir que elas alcancem o peso necessário para a primeira cobrição o mais precocemente possível (Carvalho et al., 2003). Para o autor, o peso vivo requerido para a cobrição das novilhas varia de acordo com a 12 raça, com valores mínimos de referência estabelecidos em: 340 kg para a raça Holandesa, 330 kg para a Pardo-Suíça, 230 kg para a Jersey, 320 kg para as mestiças Holandês x Zebu e 280 kg para as mestiças Jersey x Zebu (Carvalho et al., 2003). Segundo Aleixo (2021), construir uma curva de crescimento desejada para que as novilhas alcancem a Idade ao Primeiro Parto (IPP) ideal requer atenção às metas de altura e peso em diferentes estágios-chave do desenvolvimento. O objetivo é garantir que, quando atingirem a IPP, as novilhas representem 94% do peso corporal maduro. Para isso, é importante estabelecer metas para o peso corporal em estágios específicos do crescimento. Alturas e pesos devem ser medidos nos estágios-chave da sua curva de crescimento e plotados em um gráfico para ver como está o programa de Bezerras & Novilhas. Acompanhe para garantir que os resultados do crescimento não estejam acima ou abaixo dos objetivos. Isso é útil para identificar gargalos no seu programa. Além disso, entenda seus custos e o custo por kg de ganho o máximo possível, para encontrar onde estão as suas deficiências (Aleixo, 2021). A incorporação de subprodutos agroindustriais surge como uma estratégia viável para otimizar um plano nutricional que não apenas aprimora os índices de produção das novilhas, mas também desempenha um papel fundamental na redução dos gastos relacionados à alimentação. Essa abordagem nutricional inteligente não apenas impulsiona a eficiência produtiva do rebanho de novilhas, mas também oferece uma solução economicamente vantajosa. Ela envolve o aproveitamento de subprodutos provenientes da indústria agroindustrial, maximizando assim o valor desses recursos em benefício da criação de gado leiteiro. Além disso, essa prática não apenas promove a 13 sustentabilidade na produção animal, mas também contribui para a economia global da fazenda (Souza et al., 2006). Conforme discutido por Aleixo (2021), a alimentação excessiva de novilhas pode representar um considerável dreno nos lucros de uma fazenda leiteira. Para ilustrar esse ponto, considere um cenário em que as novilhas têm o primeiro parto aos 23 meses, com uma taxa de descarte de 30%. Nesse caso, a fazenda necessita de 63 novilhas para cada 100 vacas para manter o tamanho do rebanho. No entanto, se você optar por aumentar a idade do primeiro parto para 24 meses e elevar a taxa de descarte para 40%, o mesmo rebanho precisará de 88 novilhas para cada 100 vacas. Essa alteração tem um impacto significativo na gestão do rebanho e nos custos. É importante considerar que a criação de novilhas adicionais pode não ser a estratégia mais vantajosa em um mercado tão dinâmico. Na realidade, em muitos casos, é preferível vender novilhas em excesso o mais cedo possível, especialmente considerando as condições do mercado atual. Informações úteis para ajudar a determinar o ponto ideal para a criação de novilhas, levando em conta diversos fatores, inclui-se a idade do primeiro parto e a taxa de descarte. Essas considerações são fundamentais para a gestão eficaz do rebanho e para a maximização dos lucros em uma fazenda leiteira. Tabela 1 - Produção Nacional de Fêmeas Bovinas no Brasil (Fonte: IBGE, 2023; Embrapa, 2023) Categoria Produção Anual (milhões de cabeças) Principais Finalidades Fêmeas de Corte 40 Reprodução, engorda e abate Fêmeas de Leite 20 Produção de leite e renovação do rebanho Total de Fêmeas Bovinas 60 Contribuição à produção de carne e leite 14 A produção de fêmeas bovinas no Brasil se faz necessária na manutenção e expansão dos setores de carne e leite, refletindo a relevância estratégica da pecuária nacional no cenário global. Estima-se que o rebanho de fêmeas bovinas atinja anualmente 60 milhões de cabeças, das quais 40 milhões estão inseridas no segmento de corte (Tabela 1). Essas fêmeas são destinadas principalmente à reprodução, engorda e abate, atividades que sustentam a robustez da cadeia produtiva de carne bovina, tanto para o consumo interno quanto para as exportações, nas quais o Brasil se destaca como um dos maiores fornecedores globais. Essa magnitude de produção é fundamental para atender à crescente demanda por carne bovina de alta qualidade, ao mesmo tempo que contribui significativamente para a geração de renda e emprego no meio rural. No setor leiteiro, a produção de aproximadamente 20 milhões de fêmeas bovinas é igualmente significativa, uma vez que essas fêmeas são responsáveis tanto pela produção de leite quanto pela renovação do rebanho leiteiro. A importância desse segmento vai além da contribuição direta para o mercado de leite, uma vez que está intrinsecamente ligada à segurança alimentar e ao fornecimento de derivados lácteos, que são amplamente consumidos pela população brasileira. Ademais, a eficiência na renovação do rebanho e no manejo dessas fêmeas é crucial para garantir a sustentabilidade do setor e manter altos níveis de produtividade ao longo do tempo. Esses dados, corroborados por levantamentos recentes do IBGE e da Embrapa (2023), evidenciam a liderança do Brasil na produção e exportação de carne bovina e na produção de leite, reforçando a importância do manejo adequado das fêmeas bovinas como um pilar estratégico da pecuária nacional. Além disso, a magnitude desses números 15 sublinha a relevância das políticas públicas e das práticas de manejo que visam otimizar a produtividade e a sustentabilidade desse segmento da agroindústria. 2.2.1. Em pastejo Durante o crescimento de bovinos, a produção de proteína microbiana no rúmen, que chega ao intestino delgado, pode não ser suficiente para atender às necessidades de proteína metabolizável, como destacado pelo NRC (2001). Nesse cenário, uma alternativa viável, desde que sejam mantidos os níveis mínimos necessários de nitrogênio para o crescimento microbiano, é aumentar o teor de proteína não-degradável no rúmen (PNDR) na dieta dos animais. Essa estratégia visa suprir a entrada de aminoácidos a serem absorvidos pelos bovinos, com o intuito de otimizar a síntese e ressíntese de novos tecidos, impulsionando assim o crescimento e o desempenho animal. Essa abordagem nutricional oferece uma solução eficaz para atender às necessidades proteicas dos bovinos em crescimento e maximizar seu potencial de desenvolvimento (Ribeiro et al, 2005). Quanto ao manejo de pastagens, o uso de forrageiras adequadas a cada estação do ano é indispensável para garantir o desempenho das novilhas. Durante o verão, espécies como capim-elefante e capim-marandu são recomendadas, pois apresentam elevada produção de biomassa em temperaturas altas. No outono, a Brachiaria brizantha é uma opção eficiente, pois mantém sua qualidade nutricional mesmo com a redução das chuvas. Durante o inverno, forrageiras como azevém e aveia destacam-se pela adaptabilidade ao frio e pela capacidade de evitar a perda de peso do rebanho. Por fim, na primavera, o milheto é amplamente utilizado devido ao seu rápido crescimento e à elevada produção de massa verde (Gordon, 1996). O manejo rotacionado dessas espécies não apenas 16 potencializa a produtividade das pastagens, mas também assegura a preservação do solo, evitando sua degradação. Pastagens de excelente qualidade, adequadamente manejadas, podem fornecer os nutrientes necessários para o crescimento das novilhas, contanto que uma mistura mineral seja disponibilizada continuamente. Durante a época seca, quando a disponibilidade de pastagem é reduzida, a suplementação de volumoso é essencial e pode ser feita por meio de diversas fontes, como forragens verdes picadas, cana-de-açúcar enriquecida com 1% de ureia, silagens ou feno. Quando se trata do fornecimento de volumosos em cochos, é fundamental minimizar a competição por alimento entre os animais que são manejados em grupos (Carvalho et al., 2003). Isso pode ser alcançado fornecendo uma área de cocho adequada, permitindo que todos os animais tenham igualdade de acesso à alimentação. A atenção a esses detalhes de manejo nutricional, como a oferta de uma mistura mineral equilibrada e a garantia de espaço adequado nos cochos, é vital para garantir o crescimento saudável e a nutrição adequada das novilhas, contribuindo para seu desenvolvimento e desempenho satisfatórios (Carvalho et al., 2003). A afirmação de que a suplementação não influencia o peso vivo inicial, peso vivo final, ganho de peso médio diário e a taxa de prenhez das novilhas pode ser verdadeira em algumas situações específicas, mas é importante considerar que a eficácia da suplementação nutricional pode variar dependendo de vários fatores, incluindo a qualidade e quantidade dos alimentos disponíveis, a raça e genética das novilhas, e o manejo nutricional adotado (Cavalcanti Filho et al, 2004). Em muitos cenários, a suplementação nutricional é uma ferramenta valiosa para garantir que as novilhas atinjam seus objetivos de crescimento e desenvolvimento. A 17 nutrição exerce influência direta sobre a reprodução, uma vez que o estado nutricional adequado é essencial para garantir a maturidade sexual precoce, a eficiência reprodutiva e a saúde geral das novilhas e vacas. Dietas deficientes em energia, proteína ou micronutrientes podem atrasar a puberdade, reduzir a taxa de ovulação e comprometer a qualidade dos óvulos e embriões. Por outro lado, uma nutrição excessiva, especialmente durante a fase pré-púbere, pode levar ao acúmulo de gordura no trato reprodutivo, prejudicando a fertilidade. Uma ferramenta amplamente utilizada para avaliar a relação entre nutrição e reprodução é o escore de condição corporal (ECC), que mede a quantidade de reservas energéticas do animal. O ECC permite prever o desempenho reprodutivo, indicando se o animal está em condições ideais para atingir altas taxas de concepção e gestação. Estudos demonstram que vacas com ECC entre 3 e 4 (em uma escala de 1 a 5) possuem melhores taxas de prenhez e maior probabilidade de sucesso reprodutivo, reforçando a necessidade de um manejo nutricional equilibrado. A suplementação pode afetar o ganho de peso médio diário, o peso vivo inicial e final, e até mesmo a taxa de prenhez, uma vez que a nutrição desempenha um papel fundamental no ciclo reprodutivo dos animais. Portanto, é importante avaliar as necessidades nutricionais específicas do rebanho, realizar um manejo adequado e considerar os objetivos de produção ao decidir se a suplementação é necessária e em que medida ela deve ser implementada. A orientação de um profissional especializado em nutrição animal é valiosa para determinar a estratégia mais adequada para as novilhas em um contexto específico (Cavalcanti Filho et al., 2004) O fornecimento de concentrado às novilhas depende de vários fatores, incluindo a idade, a qualidade do alimento volumoso disponível e o plano de alimentação adotado. Como diretriz geral, até os seis meses de idade, é recomendado fornecer de 1 a 2 kg de 18 concentrado, contendo aproximadamente 12% de proteína bruta e 61% de nutrientes digestíveis totais (Carvalho et al., 2003). Para o autor, a suplementação de concentrado nessa faixa etária é essencial para atender às demandas nutricionais das novilhas em crescimento, garantindo um aporte adequado de proteína e nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável. No entanto, é importante ressaltar que as quantidades e a composição específica do concentrado podem variar com base nas condições de manejo, no acesso a alimentos volumosos e em outros fatores relacionados à nutrição do gado leiteiro. Portanto, é fundamental adaptar o fornecimento de concentrado às necessidades individuais do rebanho e ao contexto da fazenda. (Carvalho et al., 2003). Em vista das complexidades envolvidas na nutrição e no crescimento de bovinos, é evidente que estratégias de suplementação nutricional desempenham um papel crucial no desenvolvimento saudável e no desempenho desses animais. A produção de proteína microbiana no rúmen pode não ser suficiente para atender às necessidades de proteína metabolizável, tornando a inclusão de proteína não-degradável no rúmen uma alternativa viável para otimizar o crescimento e a síntese de tecidos. A qualidade e disponibilidade de pastagens, juntamente com a suplementação de volumoso, desempenham um papel importante na nutrição de novilhas, especialmente durante a época seca (Pötter et al., 2010). A eficácia da suplementação nutricional varia dependendo de vários fatores, mas é inegável que a nutrição desempenha um papel relevante no ciclo reprodutivo e no desempenho dos animais. Portanto, a decisão de implementar a suplementação deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa das necessidades específicas do rebanho, levando em consideração a qualidade dos alimentos disponíveis, a genética dos animais e o 19 manejo nutricional. Além disso, o fornecimento de concentrado, especialmente em bovinos jovens, é fundamental para atender às demandas nutricionais e garantir um desenvolvimento saudável. No entanto, a quantidade e a composição do concentrado devem ser adaptadas às condições individuais de cada rebanho e às circunstâncias da fazenda (Signoretti et al., 2013). Os avanços técnicos e científicos ao longo das últimas décadas possibilitaram melhorias significativas nos índices produtivos e reprodutivos das novilhas. Gráficos históricos evidenciam que, enquanto no início dos anos 2000 o peso médio ao primeiro acasalamento era inferior a 300 kg, atualmente, valores superiores a 306 kg são recomendados para garantir taxas de prenhez acima de 70% (Moraes et al., 2007). Esses números refletem o impacto positivo da adoção de tecnologias reprodutivas, como a inseminação artificial, e de práticas de manejo nutricional e sanitário mais eficientes. 2.2.2. Em semiconfinamento É importante ressaltar que o sucesso do semiconfinamento está intrinsecamente ligado a boas práticas de implantação, manejo e diferimento das pastagens. A pastagem desempenha um papel central na alimentação dos animais que estão sob esse regime, e, portanto, sua qualidade e disponibilidade são cruciais para garantir um bom desempenho. Para atender à crescente demanda por carne bovina de forma sustentável, é fundamental que os produtores adotem práticas de manejo que maximizem o aproveitamento das pastagens. Isso inclui o uso responsável dos recursos naturais, como o solo e a água, bem como o controle de pragas e doenças que possam afetar a produtividade da pastagem (Pinto et al., 2017). 20 Além disso, a implementação de estratégias de diferimento das pastagens, permitindo que estas se recuperem e cresçam, é essencial para manter a produção sustentável ao longo do tempo. O monitoramento constante da qualidade da pastagem, a rotação adequada dos animais e a suplementação nutricional quando necessário são práticas que podem contribuir significativamente para o sucesso do sistema de semiconfinamento. De acordo com Krug (2001), o sistema de semiconfinamento é amplamente adotado para gado de melhor padrão genético. Esse sistema é caracterizado pela combinação de pastoreio a campo, especialmente durante o período chuvoso, com a suplementação de alimentação volumosa e concentrada durante o período de estiagem, em um regime de confinamento parcial, quando necessário. A oferta de alimentos volumosos e concentrados pode ocorrer em cochos, que podem ser cobertos ou não, em instalações específicas, nas pastagens ou em piquetes. Essa abordagem de semiconfinamento é particularmente adequada para animais de alto valor genético, pois permite um melhor controle da dieta e do fornecimento de nutrientes ao longo do ano. O pastoreio a campo durante a estação chuvosa aproveita os recursos naturais de forma eficaz, enquanto a suplementação durante a estiagem garante que os animais recebam os nutrientes necessários para manter seu crescimento e desempenho. A flexibilidade desse sistema, que pode ser adaptado às condições locais e às necessidades do rebanho, o torna uma escolha estratégica para produtores que desejam maximizar a produtividade e o potencial de seus animais. A possibilidade de suplementação em cochos, sejam eles cobertos ou ao ar livre, oferece opções adicionais 21 para a gestão da alimentação dos animais, garantindo que suas necessidades nutricionais sejam atendidas de forma consistente ao longo do ano. Portanto, o sistema de semiconfinamento, como descrito por Krug (2001), destaca-se como uma abordagem eficaz para a produção de gado de melhor padrão genético, permitindo um equilíbrio entre o pastoreio a campo e a suplementação alimentar, contribuindo para o sucesso da pecuária e atendendo às demandas de manejo nutricional em diversas condições de criação. No sistema de semiconfinamento, o manejo da recria das fêmeas pode seguir um esquema semelhante ao adotado para as vacas em lactação e vacas secas. Após o processo de desmama ou desaleitamento das bezerras, e ao longo de sua evolução até a fase de novilhas, é possível conduzi-las em piquetes ou pastagens. Nesse contexto, é comum dividir as novilhas em grupos ou lotes, considerando critérios como idade ou peso, a fim de evitar competição por alimentos nos cochos, conforme orientado por Krug (2001). Essa prática de manejo permite otimizar a nutrição e o desenvolvimento das novilhas, garantindo que cada grupo tenha acesso adequado a recursos alimentares. A divisão em lotes com base em critérios específicos pode contribuir para evitar a competição por alimento, além de facilitar o acompanhamento do desempenho de cada grupo. Dessa forma, o sistema de semiconfinamento não se limita apenas às vacas em produção, mas também é aplicável com sucesso à recria de fêmeas, desde a desmama até a fase de novilhas, garantindo que esses animais atinjam seu potencial de crescimento e desempenho de maneira eficaz e sustentável. Esse manejo cuidadoso e adaptável é fundamental para a criação de um rebanho saudável e produtivo. 22 2.2.3. Em confinamento A engorda de novilhas em confinamento é uma prática amplamente adotada na pecuária atual. De acordo com dados da pesquisa realizada com os clientes de nutricionistas, 21,8% dos produtores optam por alimentar novilhas em confinamento, geralmente por um período médio de 68 dias, até que esses animais alcancem um peso vivo final médio de 364,1 kg (Parrili et al., 2011). Essa estratégia de engordar novilhas em confinamento é frequentemente empregada com objetivos específicos em mente. Ela permite um rápido giro de capital, uma vez que os animais atingem o peso desejado em um período relativamente curto, possibilitando a comercialização mais rápida e a entrada de novos animais no sistema de produção. Além disso, a prática de engorda em confinamento pode resultar em carcaças de melhor qualidade, o que pode valorizar os animais no mercado. A qualidade das carcaças é um fator-chave para a indústria da carne, e o confinamento estratégico de novilhas pode contribuir para a obtenção de carcaças mais valorizadas, atendendo às demandas dos consumidores e à busca por produtos de maior qualidade (Oliveira et al., 2009). No sistema de confinamento de novilhas, os alimentos são fornecidos diretamente às novilhas, que permanecem confinadas o tempo todo, sem acesso a pasto. A alimentação das novilhas é feita por meio de cochos, nos quais podem receber diferentes tipos de volumosos, como forrageira verde picada, silagem e/ou feno. Além disso, é essencial que uma mistura mineral seja mantida sempre à disposição, em cochos separados, independentemente do tipo de volumoso utilizado, conforme orientado por Carvalho et al. (2003). 23 Esse sistema de confinamento oferece maior controle sobre a dieta das novilhas, permitindo a oferta de alimentos específicos para atender às necessidades nutricionais dos animais. A disponibilidade de diferentes tipos de volumosos proporciona flexibilidade na formulação da dieta, de acordo com os recursos disponíveis e os objetivos de produção. A presença contínua de uma mistura mineral é fundamental para garantir que as novilhas recebam os nutrientes essenciais, como minerais e vitaminas, que podem não estar presentes em quantidades adequadas nos alimentos fornecidos. Essa prática contribui para a saúde e o desempenho das novilhas em confinamento (Carvalho et al., 2003). O uso de silagem de milho na dieta de novilhas é uma prática comum na pecuária, pois fornece uma fonte de alimento de alta qualidade. No entanto, é importante observar que, ao fornecer dietas à base de silagem de milho, é necessário considerar a necessidade de suplementação proteica, especialmente se não tiver sido utilizada ureia ou outra fonte de nitrogênio não-proteico no momento da ensilagem (Carvalho et al., 2003). A proteína é um componente essencial na dieta dos bovinos, e a qualidade da proteína presente na silagem de milho pode variar. Em alguns casos, pode ser necessário fornecer suplementos proteicos para atender às necessidades nutricionais das novilhas e garantir um crescimento saudável. A suplementação proteica pode ser realizada com a adição de alimentos concentrados ou outros suplementos que contenham proteína de alta qualidade (Oliveira et al., 2015). Além disso, é relevante mencionar que, em algumas situações, o consumo excessivo de silagem de milho pode levar as novilhas a se tornarem obesas. Portanto, é necessário monitorar o consumo de silagem e, se necessário, limitá-lo para evitar o excesso de ingestão de calorias e manter um equilíbrio adequado na dieta. O manejo nutricional das novilhas em dietas à base de silagem de milho requer atenção cuidadosa 24 para garantir que as necessidades nutricionais sejam atendidas de forma eficaz, evitando deficiências proteicas e o excesso de consumo de energia que pode levar à obesidade. Portanto, a supervisão e o ajuste constantes da dieta são práticas recomendadas para manter o desenvolvimento saudável das novilhas (Mendes Neto et al., 2007). Um feno de qualidade excepcional é, inquestionavelmente, uma escolha primordial quando se trata da alimentação de novilhas mantidas em sistema de confinamento. Esse tipo de feno é capaz de atender de maneira abrangente às necessidades nutricionais dessa categoria animal, podendo até mesmo servir como fonte exclusiva de alimento. Além disso, uma combinação equilibrada de feno e silagem de milho, em partes iguais com base na matéria seca, é uma opção de alimentação que se destaca como a melhor escolha para novilhas em confinamento. Essa combinação proporciona um balanço nutricional completo, assegurando que as novilhas recebam os nutrientes essenciais para seu crescimento e desempenho. A orientação de especialistas em nutrição animal, como sugerido por Carvalho et al. (2003), é fundamental para garantir que as novilhas recebam uma alimentação de qualidade e equilibrada, que atenda às suas necessidades de desenvolvimento de forma eficaz e saudável. Em sistemas de criação de novilhas confinadas, especialmente aquelas de raças especializadas para produção de leite, a suplementação de concentrado ao longo de toda a fase de recria é uma prática recomendada. A quantidade de concentrado a ser fornecida dependerá diretamente do ganho de peso desejado para as novilhas durante essa fase de desenvolvimento. Contudo, é crucial manter em mente que tanto a subalimentação quanto a superalimentação devem ser evitadas a todo custo, buscando um equilíbrio nutricional ideal. 25 O fornecimento controlado e equilibrado de concentrado é fundamental para assegurar que as novilhas alcancem o ganho de peso desejado, sem prejudicar seu desenvolvimento e saúde. O acompanhamento constante do progresso e das condições das novilhas, juntamente com o apoio de profissionais de nutrição animal, é essencial para garantir que o plano de alimentação seja ajustado de acordo com as necessidades individuais de cada animal, visando alcançar os objetivos estabelecidos de forma saudável e eficaz, conforme sugerido por Carvalho et al. (2003). 2.3. Alimentação por faixa etária e manejo por fase de criação De acordo com Mascarello (2020), durante o período que compreende os 4 aos 10 meses de vida, ocorre o desenvolvimento das glândulas mamárias nas novilhas. Portanto, é crucial monitorar o ganho de peso diário nessa fase e assegurar que não ultrapasse 850 g, a fim de evitar o acúmulo excessivo de gordura no úbere. O excesso de gordura nessa região pode ter impactos negativos na produção futura do animal. É importante destacar que, uma vez desenvolvidas, as células de gordura não podem ser revertidas, o que significa que, após sua formação, elas apenas reduzem de tamanho, mas não são eliminadas. Esse acúmulo de gordura no úbere pode prejudicar as células produtoras de leite, afetando a capacidade de produção leiteira do animal. Portanto, um manejo adequado do ganho de peso nessa fase é essencial para preservar o potencial produtivo das novilhas. A Tabela 2 apresenta os pesos corporais ideais para a primeira cobertura e para a parição de fêmeas bovinas, diferenciados por grupos raciais, conforme critérios estabelecidos pela Embrapa. Esses parâmetros refletem o peso como uma variável crítica 26 no manejo reprodutivo de novilhas, sendo o peso corporal ideal calculado como um percentual do peso adulto do animal. Tabela 2 - Pesos Recomendados para Primeira Cobertura e Parição por Raça (Fonte: Lobato; Azambuja, 2002) Raça Peso Corporal Ideal na 1ª Cobertura (% do peso adulto Peso Corporal Ideal na Parição (% do peso adulto) Europeias 60% 85% Zebuínas 65% 85% Para as raças europeias, o peso ideal para a primeira cobertura corresponde a 60% do peso adulto, enquanto, para as raças zebuínas, esse valor aumenta para 65%. Essa diferença é atribuída às particularidades genéticas e fisiológicas de cada grupo, uma vez que as zebuínas, devido à sua adaptação às condições tropicais e maior resistência ao estresse ambiental, apresentam maior exigência de peso para atingir maturidade sexual e garantir bons índices de prenhez. Em ambas as categorias raciais, o peso ideal na parição é de 85% do peso adulto, garantindo que as fêmeas tenham reservas corporais suficientes para enfrentar as demandas energéticas associadas à gestação, ao parto e à lactação inicial. Os valores apresentados na tabela não apenas orientam o manejo nutricional e reprodutivo, mas também estão diretamente ligados à eficiência produtiva. Pesquisas, como as realizadas por Lobato e Azambuja (2002), apontam que o não atendimento desses pesos recomendados compromete a taxa de prenhez e, em longo prazo, a produtividade do rebanho. Assim, o uso desses parâmetros como guia para a gestão de rebanhos bovinos é fundamental para promover maior retorno econômico ao produtor, otimizando o desempenho reprodutivo e assegurando a saúde e o bem-estar animal. 27 Para avaliar o desenvolvimento adequado nessa fase, é essencial conhecer os padrões ideais de altura e peso para os animais de acordo com a raça em questão. Conforme Mascarello (2020), se a altura estiver em conformidade com as recomendações, mas o peso estiver abaixo do ideal, isso indica uma carência de energia na dieta. Por outro lado, se o peso estiver de acordo com as diretrizes, mas a altura estiver abaixo do esperado, é um sinal de deficiência de proteína na alimentação. Figura 1 - Pesos Recomendados para Primeira Cobrição (Fonte: Autoria Própria) A seleção de novilhas de corte para reprodução é uma etapa fundamental na pecuária, principalmente no Brasil, onde a bovinocultura de corte desempenha um papel estratégico na economia. No que se refere aos critérios para a primeira cobertura, a Embrapa estabelece que o peso corporal ideal varia conforme a raça. Para as raças europeias, recomenda-se que as novilhas atinjam 60% do peso adulto antes da primeira cobertura, enquanto para as raças zebuínas, o percentual ideal é de 65% (Lobato e Azambuja, 2002). Essa diferença reflete as características fisiológicas distintas entre os 28 grupos raciais, como o tempo de maturação sexual. No momento da parição, espera-se que as fêmeas atinjam 85% do peso adulto, garantindo tanto a viabilidade reprodutiva quanto a saúde da mãe e do bezerro. Estudos como os realizados por Moraes et al. (2007) mostram que o peso corporal adequado é um dos fatores mais eficientes para determinar o sucesso reprodutivo, sobretudo em sistemas extensivos. No que tange à alimentação das novilhas, subprodutos agroindustriais desempenham um papel significativo. Ingredientes como farelo de soja e farelo de algodão são amplamente utilizados devido ao seu elevado teor proteico, essencial para promover o desenvolvimento muscular e atingir os pesos recomendados para reprodução (Cachapuz, 1997). Além disso, a polpa cítrica e o bagaço de cana surgem como fontes energéticas viáveis, especialmente em períodos de menor disponibilidade de pasto. Outros componentes, como a casca de arroz e o farelo de trigo, são utilizados para complementar a dieta com fibra, melhorando a digestibilidade. Esses subprodutos tornam-se uma solução economicamente viável, especialmente em sistemas intensivos e semi-intensivos, ao mesmo tempo que contribuem para a sustentabilidade da atividade agropecuária. Seguindo as orientações de Campos (2021), para raças de grande porte com o objetivo de concepção aos 15 meses, as novilhas devem ganhar entre 650 e 700 g por dia desde o desaleitamento, que ocorre por volta dos dois meses de idade e peso entre 55 e 65 kg, até alcançar os 340 kg de peso vivo. Esse ganho de peso pode ser alcançado através do fornecimento de volumosos de excelente qualidade à vontade, ou complementado com 1 a 2 kg de concentrado por dia, se necessário. Essas estratégias visam garantir que as novilhas atinjam o desenvolvimento adequado de acordo com os objetivos de criação estabelecidos. 29 A utilização de dietas completas oferece diversas vantagens, que vão desde a economia de mão-de-obra e tempo até a redução da competição entre os animais. Com dietas completas disponíveis continuamente, cada animal pode acessar sua parcela diária de alimento ao longo do dia, realizando várias refeições menores em vez de depender de uma ou duas grandes refeições. Esse sistema é particularmente crucial no período que antecede a puberdade, abrangendo o intervalo de peso vivo entre 80-90 kg e 270-280 kg. Durante esse estágio, é fundamental manter um crescimento uniforme e saudável das bezerras, conforme destacado por Campos (2021). Isso não apenas promove a saúde e o bem-estar dos animais, mas também contribui para atingir os objetivos de produção de forma eficaz. Conforme Carvalho et al. (2021), considerando o manejo das novilhas quanto a alimentação, destaca-se o manejo das novilhas aptas à reprodução é uma etapa crucial no processo de reprodução bovina. Para facilitar a detecção de cio, essas novilhas devem ser introduzidas no mesmo ambiente das vacas em lactação. A alimentação nesse período desempenha um papel fundamental, pois a perda de peso ou a diminuição da condição corporal das novilhas pode afetar negativamente a manifestação do cio. Durante essa fase, os animais devem estar ganhando peso a uma taxa de 400 a 600 gramas por dia. É importante prestar atenção especial para evitar a dominação das vacas sobre as novilhas, o que pode impactar negativamente na ingestão de alimentos por essas últimas. Uma estratégia amplamente recomendada para mitigar esse problema é o manejo por meio de lotes separados. Ao agrupar os animais em lotes distintos com base na idade, peso ou estágio produtivo, é possível reduzir a competição por alimento e assegurar que as novilhas tenham acesso prioritário aos recursos nutricionais necessários para o seu desenvolvimento. 30 Os lotes também permitem a formulação de dietas específicas para atender às exigências nutricionais de cada grupo, melhorando o desempenho zootécnico. Além disso, a separação dos animais em lotes reduz o estresse social causado pela hierarquia de dominância, que geralmente favorece as vacas adultas em detrimento das novilhas. Assim, o uso de lotes é uma ferramenta eficiente para otimizar a ingestão alimentar, minimizar perdas produtivas e promover um ambiente mais equilibrado no manejo reprodutivo e nutricional. Para garantir uma alimentação adequada, é essencial proporcionar espaço suficiente nos cochos, permitindo que todas as novilhas se alimentem com tranquilidade. Esse cuidado ajuda a manter as novilhas em boas condições e prontas para o processo reprodutivo. Para as novilhas de raças grandes, que devem ser cobertas com um peso de 340 kg e atingir um peso ao parto de 500 a 550 kg, é necessário um ganho diário de peso entre 700 e 800 gramas. Já as novilhas mestiças, visando um peso ao primeiro parto de 450 a 500 kg, devem ganhar de 450 a 600 gramas por dia durante a gestação. É importante destacar que, nesta fase, são aceitáveis planos de alimentação que permitam ganhos de peso superiores a 1 kg por dia, o que pode ser necessário para a recuperação de animais que, por algum motivo, apresentam um peso abaixo do ideal. A quantidade de concentrado a ser fornecida dependerá, principalmente, da qualidade do volumoso disponível. Se as novilhas estiverem recebendo um volumoso de excelente qualidade, com mais de 60% de Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) na matéria seca (MS), podem ser oferecidos de 0,9 a 1,8 kg de concentrado por animal por dia. No caso de um volumoso de baixa qualidade, com menos de 60% de NDT na MS, a quantidade de concentrado oferecida deve ser maior, variando de 1,8 a 2,7 kg por animal por dia. A escolha da 31 quantidade de concentrado deve levar em consideração a qualidade do alimento base, garantindo que as novilhas alcancem os ganhos de peso desejados durante a gestação (Carvalho et al, 2021). Já o manejo das novilhas antes do parto, conforme orientações de Carvalho et al. (2021), envolve uma série de práticas essenciais para garantir uma transição suave para a fase de lactação. Inicialmente, é recomendado que as novilhas sejam introduzidas na rotina de manejo, alimentação e instalação das vacas em lactação, cerca de três a quatro semanas antes da data prevista para o parto. Essa abordagem permite que as novilhas se aclimatem ao novo ambiente, bem como ao tipo e à quantidade de dieta que receberão durante a lactação. O objetivo é minimizar o estresse associado ao parto e proporcionar uma adaptação antecipada. Além disso, é crucial preparar as novilhas para a lactação, o que envolve práticas de treinamento e cuidado. Isso inclui a realização de massagens no úbere para facilitar a descida do leite. No caso de ordenha mecânica, é essencial que as teteiras sejam removidas assim que a produção de leite diminuir, garantindo um processo eficiente e confortável para as novilhas. Outro aspecto importante é a condição corporal das novilhas no momento do parto. É recomendado que elas apresentem um escore de condição corporal entre 3,5 e 3,8. Novilhas que parirem abaixo do peso ideal podem enfrentar dificuldades no parto, resultando em bezerros com peso reduzido, menor produção de colostro, e possivelmente uma lactação menos produtiva. Por outro lado, novilhas que estão acima do peso ideal também podem enfrentar desafios no momento do parto, o que pode aumentar os custos e manejo. Portanto, é essencial evitar dietas com altos níveis de silagem de milho nesta fase (Carvalho et al., 2021). 32 Por fim, Carvalho et al. (2021) descreve que, caso as vacas em lactação estejam recebendo nitrogênio não-proteico, como ureia, em suas dietas, é importante que as novilhas sejam gradualmente introduzidas a esse componente nutricional. Isso permite que elas se adaptem a esse tipo de alimento e mantenham a saúde e o desempenho adequados durante a lactação. Essas práticas são fundamentais para garantir que o parto das novilhas seja tranquilo e bem-sucedido, promovendo uma transição eficaz para a fase de lactação. Após o parto, as novilhas vão exigir nutrientes para a produção de leite, para mantença e crescimento, e para voltarem à atividade reprodutiva. Vacas de primeira lactação mal alimentadas, principalmente nos dois primeiros meses pós-parto, têm sua produção de leite reduzida, o que pode acarretar erro ao se fazer descartes, além de apresentarem período de serviço maior. Convém ressaltar que as vacas mais velhas e as novilhas mais pesadas podem competir com as mais jovens e mais leves no consumo de alimentos. Portanto, há de se propiciar área suficiente de cocho ou manter o alimento à disposição dos animais durante as 24 horas, para minimizar os efeitos desta competição (Carvalho et al., 2021). Conforme as diretrizes de Mascarello (2020), o planejamento para o primeiro parto das novilhas, idealmente aos 2 anos de idade, requer atenção durante diferentes fases de suas vidas, com foco em prepará-las para a inseminação. Entre os 10 e 16 meses de idade, as novilhas devem receber uma alimentação que inclui pastagem de qualidade, feno, concentrado e acesso a sal mineral à vontade. Para novilhas com baixa condição corporal, a oferta de silagem pode ser necessária. A inseminação artificial deve ser realizada após a terceira manifestação de cio, uma vez que isso garante que as glândulas mamárias estejam bem desenvolvidas, contribuindo para uma maior produção de leite. 33 Na faixa etária de 16 a 24 meses, as novilhas passam pelo período de gestação. Durante essa fase, o peso ao primeiro parto deve ser de cerca de 80% do peso do animal adulto. É importante ressaltar que, nesse estágio, as novilhas ainda estão em crescimento, destacando a necessidade de uma dieta mais rica em energia. Além disso, a condição corporal deve ser monitorada, visando que, no dia do parto, esteja entre 3,0 e 3,5. Essa faixa de escore corporal garante a saúde da novilha, especialmente durante o período de balanço energético negativo causado pela produção de leite para o bezerro. Essas medidas garantem uma transição bem-sucedida para a fase de reprodução e a produção de leite subsequente (Mendes Neto et al., 2007). Oferecer uma dieta mais rica em nutrientes, mas com restrição na ingestão, em comparação a uma dieta com maior volume e menor teor energético, apresenta diversas vantagens, como ressaltado por Educapoint (2021). Essa abordagem resulta em um maior tempo de permanência da dieta no trato digestivo, uma taxa de passagem mais lenta, o que, por sua vez, leva a uma maior digestibilidade da dieta. Além disso, a produção fecal é reduzida e, em última instância, a eficiência alimentar é melhorada. No entanto, há desvantagens associadas a essa estratégia, principalmente relacionadas ao comportamento das novilhas, que podem descansar menos e vocalizar mais, de acordo com Educapoint (2021). O manejo reprodutivo das novilhas leiteiras é um aspecto de extrema importância, do ponto de vista econômico, que requer atenção especial. Quando esse manejo é executado de maneira adequada, as novilhas podem alcançar a puberdade precocemente, algumas até mesmo antes de completar um ano de idade, tornando-as aptas a participar de programas reprodutivos. No entanto, é crucial que, antes disso, elas atinjam o peso 34 vivo ideal, a fim de evitar complicações no parto ou no período pós-parto, conforme destacado pela Revista Agropecuária (2023). Independentemente da raça, os produtores têm à disposição várias opções de manejo reprodutivo, como acasalamento com touros, observação diária de cio e inseminação artificial (IA), sincronização de cio e IA após detecção de cio, ou ainda sincronização de ovulação e IATF. A escolha da técnica mais adequada dependerá dos objetivos específicos de cada produtor, conforme ressaltado pela Revista Agropecuária (2023). O exemplo de Bernardes (2021) destaca a relevância do intervalo entre partos no contexto da pecuária leiteira, o qual está intrinsecamente ligado às diferentes categorias animais presentes no rebanho. Um rebanho com uma idade média ao primeiro parto de 24 meses, considerada ideal, apresenta sete categorias quando excluídos os machos: vacas em lactação, vacas secas, bezerras de 0 a 2 meses, bezerras de 2 a 6 meses, bezerras de 6 a 12 meses, novilhas de 12 a 18 meses e novilhas de 18 a 24 meses. No entanto, caso a idade média ao primeiro parto seja estendida para 27 meses, o rebanho terá oito categorias, com a inclusão de novilhas de 24 a 27 meses. Embora a diferença entre os dois cenários possa parecer pequena, no segundo caso, com idade ao primeiro parto de 27 meses, há uma categoria adicional no rebanho que não está contribuindo para a produção de leite. Quanto mais tardia a idade ao primeiro parto, maior é o número de novilhas no rebanho gerando custos, e menor a proporção de vacas em lactação em relação ao rebanho total, como apontado por Bernardes (2021). Se realizarmos uma análise de um rebanho com uma idade média ao primeiro parto de 27 meses, excluindo os machos, teremos um total de 8 categorias distintas. Essas categorias incluem vacas em lactação, vacas secas, bezerras de 0 a 2 meses, bezerras de 35 2 a 6 meses, bezerras de 6 a 12 meses, novilhas de 12 a 18 meses, novilhas de 18 a 24 meses e novilhas de 24 a 27 meses. A diferença entre esses dois cenários, embora possa parecer sutil, tem implicações significativas. No segundo caso, com a idade ao primeiro parto estendida para 27 meses, uma categoria adicional de novilhas está presente no rebanho, mas sem contribuir para a produção de leite. Isso significa que quanto mais tardia for a idade ao primeiro parto, maior será a quantidade de novilhas no rebanho que geram custos sem proporcionar produção de leite, resultando em uma redução na proporção de vacas em lactação em relação ao rebanho total, como destacado por Bernardes (2021). Além disso, existem outros benefícios significativos associados a uma idade mais jovem ao primeiro parto, conforme ressaltado por Bernardes (2021). Isso inclui um retorno mais rápido do capital investido, uma redução nos custos relacionados a animais improdutivos, um aumento na vida produtiva das fêmeas e uma aceleração no ganho genético. Portanto, adotar uma estratégia que promova uma idade ao primeiro parto mais precoce pode resultar em impactos econômicos e produtivos positivos para o rebanho leiteiro. A adequada alimentação de novilhas leiteiras da desmama aos vinte e quatro meses de idade é frequentemente um desafio nas fazendas leiteiras. A nutrição inadequada desses animais leva a um baixo crescimento e a um peso inadequado na idade desejada para a cobertura. Como resultado, as novilhas tendem a parir acima dos 24 meses de idade e produzem consideravelmente menos leite durante sua vida produtiva do que novilhas bem alimentadas e desenvolvidas (Rodrigues, 2023). Se realizarmos uma análise de um rebanho com uma idade média ao primeiro parto de 27 meses, excluindo os machos, teremos um total de 8 categorias distintas. Essas categorias incluem vacas em lactação, vacas secas, bezerras de 0 a 2 meses, bezerras de 36 2 a 6 meses, bezerras de 6 a 12 meses, novilhas de 12 a 18 meses, novilhas de 18 a 24 meses e novilhas de 24 a 27 meses. A diferença entre esses dois cenários, embora possa parecer sutil, tem implicações significativas. No segundo caso, com a idade ao primeiro parto estendida para 27 meses, uma categoria adicional de novilhas está presente no rebanho, mas sem contribuir para a produção de leite. Isso significa que quanto mais tardia for a idade ao primeiro parto, maior será a quantidade de novilhas no rebanho que geram custos sem proporcionar produção de leite, resultando em uma redução na proporção de vacas em lactação em relação ao rebanho total, como destacado por Bernardes (2021). Além disso, existem outros benefícios significativos associados a uma idade mais jovem ao primeiro parto, conforme ressaltado por Bernardes (2021). Isso inclui um retorno mais rápido do capital investido, uma redução nos custos relacionados a animais improdutivos, um aumento na vida produtiva das fêmeas e uma aceleração no ganho genético. Portanto, adotar uma estratégia que promova uma idade ao primeiro parto mais precoce pode resultar em impactos econômicos e produtivos positivos para o rebanho leiteiro. Conforme as orientações de Rodrigues (2023), o manejo nutricional das bezerras passa por diferentes estágios que levam em consideração a idade e a capacidade de digestão dos animais. No período que compreende de 60 a 180 dias, logo após a desmama, as bezerras possuem uma capacidade limitada de digestão da matéria seca, o que torna desafiador o aproveitamento de grandes quantidades de fibra encontradas em forragens, especialmente se essas forragens não apresentam boa qualidade. Portanto, nesse estágio, é recomendado fornecer volumosos com baixo teor de fibra para atender às necessidades das bezerras. 37 A partir dos seis meses até um ano de idade, as bezerras começam a apresentar maior capacidade de ingestão e digestão de fibras, além de uma redução nas exigências de proteína bruta. Essas mudanças permitem que uma maior quantidade de forragem seja incluída na dieta, possibilitando a diminuição da quantidade de concentrado fornecido para 1,0 kg por animal/dia até os 12 meses de idade. Esse ajuste na dieta reflete as mudanças nas necessidades nutricionais das bezerras à medida que crescem. Já entre um ano de idade e o momento da cobertura, pastos de excelente qualidade, desde que bem manejados, podem suprir as necessidades nutricionais das novilhas durante o período das águas. Contudo, é essencial que uma mistura mineral esteja sempre disponível para garantir que os nutrientes essenciais, como minerais e vitaminas, sejam adequadamente fornecidos. Além disso, a suplementação volumosa na época seca se faz necessária e pode ser realizada por meio de forragens verdes picadas, cana-de-açúcar acrescida de 1% de ureia, silagens ou fenos. Para evitar a competição por alimento entre os animais, é fundamental proporcionar uma área de cocho suficiente, permitindo que todos tenham acesso à alimentação (Oliveira et al., 2007). Vale ressaltar que minerais e vitaminas desempenham um papel fundamental no crescimento das novilhas. Manter níveis inadequados desses nutrientes pode afetar a eficiência da alimentação, o desenvolvimento dos cascos, a reprodução e a integridade do sistema imunológico. Embora as deficiências não causem impacto imediato no crescimento, elas podem se manifestar no futuro como baixo desempenho reprodutivo ou problemas de saúde, conforme destacado por Aleixo (2021). Portanto, o manejo nutricional adequado durante todas as fases do desenvolvimento das novilhas é essencial para garantir seu crescimento saudável e desempenho reprodutivo adequado. 38 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A redução da idade ao primeiro parto para valores abaixo das recomendações atuais (22 a 24 meses) apresenta o potencial de encurtar o período entre o investimento inicial e a geração de renda, além de reduzir custos associados ao período não produtivo das novilhas. Essa redução pode ser alcançada por meio de maiores taxas de ganho de peso no período pré-púbere, resultando em menor idade para inseminação e, consequentemente, menor idade ao primeiro parto. No entanto, é crucial destacar que o aumento excessivo no ganho de peso durante a fase pré-púbere pode impactar negativamente o desenvolvimento da glândula mamária, comprometendo a produção de leite na primeira lactação. Assim, a estratégia deve ser cuidadosamente balanceada para maximizar os benefícios econômicos sem prejudicar o desempenho futuro dos animais. Na fase inicial de desenvolvimento, o manejo nutricional adequado apresenta resultados evidentes tanto no curto quanto no longo prazo. No curto prazo, observa-se novilhas mais saudáveis e ativas, com maior ganho de peso, melhor condição corporal, fezes consistentes e desempenho reprodutivo otimizado já aos 13-14 meses, além de redução dos custos até o início da lactação. No longo prazo, os benefícios se ampliam: as novilhas passam a parir com maior produção de leite, maior eficiência alimentar (mais leite com o mesmo alimento), melhor desempenho reprodutivo e maior resistência a doenças. Esses resultados positivos reforçam a importância de estabelecer metas claras de crescimento em cada fase do desenvolvimento. Quando essas metas não são atingidas, os animais perdem a oportunidade de expressar plenamente seu potencial genético, resultando em menores níveis de produção e eficiência ao longo da vida. Por isso, o 39 manejo nutricional planejado e estratégico deve ser tratado como uma prioridade para alcançar ganhos sustentáveis na produtividade e rentabilidade da propriedade. 40 4. RESUMO ALIMENTAÇÃO DE NOVILHAS LEITEIRAS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A fase de recria, que compreende o período desde a desmama ou desaleitamento até a primeira cobrição ou inseminação artificial das novilhas leiteiras, embora muitas vezes considerada menos complexa que a fase de cria, exige atenção redobrada dos produtores. Durante essa etapa, aspectos cruciais como a relação entre o nível de alimentação pré- puberal, a idade de início da puberdade, o desenvolvimento adequado da glândula mamária e o impacto na futura produção de leite desempenham um papel central na eficiência do sistema produtivo. É fundamental que o manejo nutricional seja planejado para promover taxas adequadas de ganho de peso, de forma a equilibrar a redução da idade de início da puberdade com o desenvolvimento saudável da glândula mamária, assegurando o desempenho produtivo nas lactações futuras. Embora altas taxas de ganho de peso possam reduzir a idade para o início da puberdade, esta estratégia deve ser utilizada com cautela. Pesquisas indicam que um ganho de peso excessivo durante a fase pré-púbere pode comprometer a formação adequada da glândula mamária, resultando em menor capacidade produtiva durante as primeiras lactações. Dessa forma, o planejamento nutricional deve priorizar não apenas o crescimento rápido, mas também a qualidade do desenvolvimento corporal e reprodutivo das novilhas. Uma abordagem equilibrada, com dieta ajustada às exigências específicas da fase, possibilita a criação de matrizes saudáveis, com alta eficiência reprodutiva e produtiva, assegurando a sustentabilidade do sistema leiteiro. Ao preparar as novilhas para atingir todo o seu potencial genético, o produtor não apenas melhora os índices zootécnicos, mas também contribui para a longevidade produtiva do rebanho, maximizando a rentabilidade e a eficiência do sistema. Palavras-chave: Bovino. Exigência nutricional. Recria. Reprodução. Úbere. 41 5. ABSTRACT FEEDING OF DAIRY HEIFERS: LITERATURE REVIEW The rearing phase, which encompasses the period from weaning or milk withdrawal to the first breeding or artificial insemination of dairy heifers, although often considered less complex than the calf-rearing phase, requires heightened attention from producers. During this stage, critical aspects such as the relationship between pre-pubertal feeding levels, the age of puberty onset, proper mammary gland development, and its impact on future milk production play a central role in the efficiency of the production system. It is essential that nutritional management be planned to promote appropriate weight gain rates, balancing the reduction in puberty onset age with the healthy development of the mammary gland, ensuring productive performance in future lactations. Although high weight gain rates can reduce the age at which puberty begins, this strategy must be used with caution. Research indicates that excessive weight gain during the pre-pubertal phase can compromise proper mammary gland formation, resulting in lower productive capacity during the first lactations. Thus, nutritional planning should prioritize not only rapid growth but also the quality of the body and reproductive development of the heifers. A balanced approach, with a diet tailored to the specific demands of the phase, enables the development of healthy cows with high reproductive and productive efficiency, ensuring the sustainability of the dairy system. By preparing heifers to reach their full genetic potential, producers not only improve zootechnical indices but also contribute to the productive longevity of the herd, maximizing profitability and system efficiency. Key words: Cattle. Nutritional requirement. Recreates. Reproduction. Udder. 42 REFERÊNCIAS ALEIXO, Antonio Cesar Pedroso. De bezerras a vacas produtivas no tempo certo, maximize suas chances na criação de novilhas melhores. 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