RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta tese será disponibilizado somente a partir de 08/03/2026. UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araraquara Joissi Ferrari Zaniboni Efeito do desafio corrosivo-abrasivo sobre as propriedades superficiais de blocos cerâmicos CAD-CAM com diferentes protocolos de acabamento Araraquara 2024 UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araraquara Joissi Ferrari Zaniboni Efeito do desafio corrosivo-abrasivo sobre as propriedades superficiais de blocos cerâmicos CAD-CAM com diferentes protocolos de acabamento Tese apresentada à Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Odontologia, Araraquara para obtenção do título de Doutor em Ciências Odontológicas, na Área de Dentística Restauradora Orientador: Prof. Dr. Edson Alves de Campos Araraquara 2024 Z31e Zaniboni, Joissi Ferrari Efeito do desafio corrosivo-abrasivo sobre as propriedades superficiais de blocos cerâmicos CAD-CAM com diferentes protocolos de acabamento / Joissi Ferrari Zaniboni. -- Araraquara, 2024 70 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Odontologia, Araraquara Orientador: Prof. Dr. Edson Alves de Campos 1. Cerâmicas. 2. Erosão dentária. 3. Propriedades de superfície. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Faculdade de Odontologia, Araraquara. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. Joissi Ferrari Zaniboni Efeito do desafio corrosivo-abrasivo sobre as propriedades superficiais de blocos cerâmicos CAD-CAM com diferentes protocolos de acabamento Comissão julgadora Tese para obtenção do grau de Doutora em Dentística Restauradora Presidente e orientador: Prof. Dr. Edson Alves de Campos 2º Examinador: Prof. Dr. Lourenço Correr Sobrinho 3º Examinador: Prof. Dr. Aryvelto Miranda Silva 4º Examinador: Prof. Dr. Gelson Luís Adabo 5º Exainador: Prof. Dr. Marcelo Ferrarezi de Andrade Araraquara, 8 de março de 2024. DADOS CURRICULARES Joissi Ferrari Zaniboni NASCIMENTO: 11 de fevereiro de 1995, natural de Catanduva – SP FILIAÇÃO: Sionéia Aparecida Ferrari Zaniboni João Emilio Zaniboni 2013/2017: GRADUAÇÃO em Odontologia Faculdade de Odontologia de Araraquara – FOAr / UNESP 2016/2017: Curso de EXTENSÃO em Dentística Estética Integrada FAEPO / Araraquara 2018/2020: MESTRADO em Ciências Odontológicas – Área de Concentração: Dentística Restauradora Faculdade de Odontologia de Araraquara – FOAr / UNESP 2019/2022: ESPECIALIZAÇÃO em Dentística Restauradora Faculdade de Odontologia de Araraquara – FOAr / UNESP 2020/2024: DOUTORADO em Ciências Odontológicas – Área de Concentração: Dentística Restauradora Faculdade de Odontologia de Araraquara – FOAr / UNESP Dedico esse trabalho aos meus pais, João e Sionéia, que vivem comigo todos os meus sonhos e me dão um apoio incondicional. E em especial, dedico aos meus avós in memoriam, Alcides, “Vó Cida” e “Vó Gusta”, que sei que olham por mim onde quer que estejam. AGRADECIMENTOS À Deus, pois em sua infinita bondade me concedeu a graça de viver e é o responsável por eu estar concluindo essa fase hoje, assim como tudo que já experienciei até aqui. Além do mais, é por causa dEle que agradeço abaixo pessoas tão essenciais em minha vida. Aos meus pais, João e Sionéia, que são os amores da minha vida. “Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade”. Muito obrigada por todo apoio, paciência, ensinamentos e amor que sempre tiveram comigo. Obrigada por serem exemplos de seres humanos e por terem me guiado sempre pelos melhores caminhos. Eu amo muito vocês. Essa conquista é nossa! Ao meu orientador, Prof. Dr. Edson Alves de Campos, a quem agradeço imensamente pela orientação desde o mestrado. Edinho, obrigada por me ensinar muito sobre Odontologia, mas principalmente sobre a vida. Algo que admiro muito é como você transparece calma diante dos problemas, que tudo é passível de resolução sem a necessidade de tanto estresse. Obrigada por sempre falar e lembrar que o que vale é a caminhada, as vivências e por estimular que conexões, vínculos sejam criados. Saiba que você é uma referência para mim. Obrigada por confiar em mim em todos esses anos, por me mostrar que sou capaz quando não me imagino. Além de professor, também ganhei um amigo em que posso contar sempre com bons conselhos. Aos professores do departamento de Odontologia Restauradora, em especial Prof. Dr. Marcelo Ferrarezi de Andrade, a quem eu agradeço por todo incentivo, estímulo e oportunidades para aprimorar tanto a parte clínica quanto a experiência à docência. Obrigada por todas as aulas confiadas a mim, lembro da primeira em um curso, foi em 2019 e eu não sabia como iria conseguir falar por 2 horas, e consegui! E também ao Prof. Dr. Milton Carlos Kuga, pelas inúmeras oportunidades, principalmente, de desenvolver mais a parte científica. Obrigada por todos os ensinamentos Kuga, se hoje eu consigo escrever um artigo científico você com certeza teve papel principal nisso. Obrigada pela amizade, pela confiança depositada em mim, por acreditar em mim, muitas vezes, mais do que eu e por tornar a pós-graduação mais leve de ser vivida. À secretária do departamento, Creusa Maria Hortenci, por ser uma mãezona para nós todos ali. Obrigada por todas as palavras de carinho, companhia e conversas no meio do dia. Aos meus amigos de pós-graduação, que se tornaram meus amigos para a vida. Em 2018, ganhei o presente de conhecer o Aryvelto e o João Felipe, na época eu era aluna do mestrado e eles do doutorado, hoje eles já são professores universitários e eu sinto muito orgulho. É lindo ver a nossa amizade e o quanto somos presentes na vida uns dos outros. Obrigada por mesmo longe se fazerem sempre presentes, por continuarmos nos ajudando e vibrando pela conquista de cada um. Eu amo vocês! Em 2019, a Cristiane Alencar, chegou para aumentar essa rede de conexões e eu aprendi tanto com ela. Um exemplo de pessoa e profissional. Obrigada por tudo que vivemos minha amiga! 2020, 2021 não foram anos fáceis em virtude da pandemia que enfrentamos e a união com outros amigos, Taty Manzoli e Básia também se fortaleceram e foram anos inesquecíveis. Obrigada por tudo que vivemos, por tornarem a vida e a pós-graduação mais leve. E falando de conexões, em 2022, recebi mais dois presentes lindos em minha vida, Amanda e Mariana Gelio. Amanda chegou para o mestrado e eu a acolhi como fizeram comigo na minha vez e a partir do primeiro contato não paramos mais, deve ser coisa de almas. Obrigada pela amizade, sintonia, companheirismo, momentos de estudo, muitos atendimentos clínicos assim como muitos cafés, risadas e inúmeros momentos partilhados. Mari, minha amiga, irmã, companheira, guerreira e fiel escudeira, nos aproximamos em momentos necessários em nossas vidas e desde então, quantas coisas vividas. Agradeço a vocês duas por me ensinarem muita coisa, seja da vida e de Odontologia, com certeza cresci muito com vocês. Eu amo vocês! Às minhas amigas de vida, Júlia, Mariana Aiello, Mariana Granucci, amigas que a faculdade me deu, Alana, Ligia, Laís e Roberta, amigas de infância e colégio que sempre estamos juntas, uma pela outra, e são essenciais para o compartilhamento e enfrentamento da vida. Obrigada por tudo que já vivemos, sou fã de vocês! À Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, minha querida FOAr, em nome de seu diretor Prof. Dr. Edson Alves de Campos, pelos 11 anos aqui vividos. Foi um sonho realizado me formar cirurgiã-dentista nessa faculdade e ainda mais, finalizar toda a pós-graduação. Considero como sendo minha segunda casa, onde sempre me senti bem e feliz, podendo fazer o que julgo ser meu propósito de vida, ajudar os outros. Agradeço a confiança de todos os pacientes que pude atender em todos esses anos, assim como de todos os alunos que pude orientar no laboratório e clínica. Agradeço a atenção dos funcionários da Seção Técnica de Pós-graduação da FOAr, em especial ao Cristiano, que é sempre tão solícito com todos e de prontidão para solucionar todos os problemas. À CAPES, uma vez que o presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de financiamento 001. E por fim, agradeço a todos de coração, todos que sempre estiveram torcendo por mim, a toda minha família, em especial, meu avô Abílio e meu tio José Carlos, a todos meus amigos, todos meus professores e a todas as pessoas que sabem que existem um pedacinho delas aqui em meu coração. “A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.” Paulo Freire* * Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra; 1996. Zaniboni JF. Efeito do desafio corrosivo-abrasivo sobre as propriedades superficiais de blocos cerâmicos CAD-CAM com diferentes protocolos de acabamento [tese de doutorado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2024. RESUMO A perda da estrutura dentária causada por erosão dental pode ser reabilitada com restaurações indiretas. Embora as cerâmicas sejam consideradas quimicamente inertes, podem ser afetadas pelas soluções ácidas e pela ação mecânica da escovação dentária que é realizada diariamente. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do desafio corrosivo-abrasivo sobre a estabilidade de cor, translucidez, razão de contraste, brilho, microdureza e morfologia superficial de cerâmicas CAD- CAM submetidas a diferentes acabamentos de superfície (polimento manual, glaze convencional com uma e duas queimas e glaze estendido com uma e duas queimas) sob ação de ácido cítrico e escovação simulada. Para esse estudo in vitro foram obtidos sessenta espécimes de cada um dos seguintes materiais cerâmicos CAD/CAM: IPS e.max CAD (DIS), IPS Empress CAD (LEU), Cerec Blocs (FEL) e Celtra Duo (CEL). Os espécimes foram divididos em 6 grupos (n=10): Controle (C), Polimento (P), Glaze Convencional (GC), Glaze Convencional com 2 Queimas (GC2), Queima Estendida do Glaze (GE) e Queima Estendida do Glaze com 2 Queimas (GE2). As coordenadas para avaliações da cor (ΔEab e ΔE00), translucidez, e razão de contraste foram obtidas em espectrofotômetro, o brilho foi medido em um glossímetro, a microdureza Vickers foi mensurada em microdurômetro e as imagens da morfologia superficial foram obtidas em microscópio eletrônico de varredura (MEV). Após as análises iniciais, os espécimes foram imersos em solução de ácido cítrico por 96h sob agitação e depois foram submetidos a 100.000 ciclos de escovação dentária. Esse desafio corrosivo-abrasivo simulou 10 anos de situação clínica. Após, os testes foram repetidos. Os resultados obtidos em cada um dos testes foram submetidos previamente a análise estatística descritiva, teste de normalidade (Shapiro-Wilk) e homocedasticidade (Levene). Para análise dos dados de alteração de cor (ΔEab e ΔE00) foi utilizado ANOVA one-way com correção de Welch e pós-teste Games- Howell. Já as demais propriedades foram analisadas pelo teste ANOVA two-Way para medidas repetidas seguido do pós-teste Bonferroni. O nível de significância adotado foi de 5%. Os grupos C, P, GC e GC2 do material FEL apresentaram mudança de cor clinicamente inaceitável após o desafio corrosivo-abrasivo. Assim como os grupos GC dos outros materiais avaliados e o grupo CEL-C. Os grupos LEU-P, FEL-P, FEL-GE e CEL-GE apresentaram redução da translucidez após o desafio e nos grupos DIS-GC2 e DIS-GE2, aumentou. Nos materiais LEU e FEL os diferentes protocolos de acabamento após o desafio não foram diferentes entre si. A razão de contraste em todos os grupos e diferentes materiais foi próximo a 1 e os grupos do material FEL, com exceção do C, apresentaram uma diferença em relação ao baseline após o desafio. Os grupos DIS-P, LEU-GE2, FEL-P, FEL-GE2, CEL-P, CEL-GC2, CEL-GE2 tiveram uma redução do brilho após imersão em ácido e escovação. Os grupos GC e GC2 do material LEU apresentaram o pior brilho quando comparado aos grupos P, GE e GE2. A microdureza diminuiu após o contato com ácido e escovação nos grupos DIS-GE, DIS-GE2, grupos do material LEU, FEL e CEL, com exceção dos grupos LEU- GC, FEL-GC2 e CEL-GE2. Conclui-se que o contato dos espécimes cerâmicos com ácido cítrico e escovação simulada influencia nas propriedades avaliadas, e as alterações parecem ser dependentes do tratamento superficial utilizado. Palavras – chave: Cerâmicas. Erosão dentária. Propriedades de superfície. Zaniboni JF. Effect of corrosive-abrasive challenge on surface properties of CAD-CAM ceramic blocks with different finishing protocols [tese de doutorado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2024. ABSTRACT The loss of tooth structure caused by dental erosion can be rehabilitated with indirect restorations. Although ceramics are considered chemically inert, they can be affected by acidic solutions in addition to the mechanical action of tooth brushing that is carried out daily. Thus, the aim of this study was to evaluate the effect of the corrosive-abrasive challenge on the color stability, translucency, contrast ratio, gloss, microhardness and surface morphology of CAD-CAM ceramics subjected to different surface finishes (manual polishing, conventional glaze with one and two firings and extended glaze with one and two firings) under the action of citric acid and simulated brushing. For this in vitro study, sixty specimens of each CAD/CAM ceramic materials were obtained from the following materials: IPS e.max CAD (DIS), IPS Empress CAD (LEU), Cerec Blocs (FEL) and Celtra Duo (CEL). The specimens were divided into 6 groups (n=10): Control (C), Polishing (P), Conventional Glaze (CG), Conventional Glaze with 2 Firings (CG2), Extended Glaze Firing (EG) and Extended Glaze Firing with 2 Burns (EG2). The coordinates for evaluating color (ΔEab and ΔE00), translucency, and contrast ratio were obtained using a spectrophotometer, gloss was measured using a glossimeter, Vickers microhardness was measured using a microhardness meter and images of the surface morphology were obtained using an Electron Microscope Scanning (SEM). After initial analyses, the specimens were immersed in a citric acid solution for 96 hours under agitation and then subjected to 100,000 tooth brushing cycles. This corrosive- abrasive challenge simulated 10 years of clinical situation. Afterwards, the tests were repeated. The results obtained in each of the tests were previously subjected to descriptive statistical analysis, normality test (Shapiro-Wilk) and homoscedasticity (Levene). To analyze the color change data (ΔEab and ΔE00), one-way ANOVA with Welch's correction and Games-Howell post-test were used. The other properties were analyzed using the two-way ANOVA test for repeated measures followed by the Bonferroni post-test. The significance level adopted was 5%. Groups C, P, GC and GC2 of the FEL material showed clinically unacceptable color change after the corrosive-abrasive challenge. As well as the GC groups of the other evaluated materials and the CEL-C group. The LEU-P, FEL-P, FEL-GE and CEL-GE groups had a reduction in translucency after the challenge and the DIS-GC2 and DIS-GE2 groups had an increase. In the LEU and FEL materials, the different finishing protocols after the challenge were not different from each other. The contrast ratio in all groups and different materials was close to 1 and the FEL material groups, except for C, showed a difference in relation to the baseline after the challenge. The groups DIS-P, LEU- GE2, FEL-P, FEL-GE2, CEL-P, CEL-GC2, CEL-GE2 had a reduction in gloss after immersion in acid and brushing. The GC and GC2 groups of LEU material showed the worst gloss when compared to the P, GE and GE2 groups. Microhardness decreased after contact with acid and brushing in the DIS-GE, DIS-GE2 groups, LEU, FEL and CEL material groups, except for the LEU-GC, FEL-GC2 and CEL-GE2 groups. It was possible to conclude that that the contact of ceramic specimens with citric acid and simulated brushing influenced the properties evaluated, with different behaviors depending on the surface treatment used. Keywords: Ceramics. Tooth erosion. Surface properties. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13 2 PROPOSIÇÃO ........................................................................................................ 16 3 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 17 3.1 Cerâmicas CAD-CAM ......................................................................................... 17 3.1.1 Cerâmicas de matriz vítrea ............................................................................ 18 3.2 Acabamento Superficial das Cerâmicas: Polimento Versus Glaze .............. 20 3.3 Desafio Ácido e Abrasivo .................................................................................. 22 4 MATERIAL E MÉTODO ......................................................................................... 27 4.1 Grupos Experimentais: Protocolos de Acabamento e Solução Ácida ......... 29 4.2 Desafio Corrosivo-Abrasivo ............................................................................. 32 4.2.1 Teste piloto ...................................................................................................... 32 4.2.2 Desafio erosivo ............................................................................................... 33 4.2.3 Desafio abrasivo ............................................................................................. 34 4.3 Avaliação da Cor ................................................................................................ 34 4.3.1 Alteração de cor .............................................................................................. 35 4.3.2 Parâmetro de translucidez ............................................................................. 36 4.3.3 Razão de contraste ......................................................................................... 36 4.4 Avaliação do Brilho ........................................................................................... 37 4.5 Microdureza Vickers .......................................................................................... 37 4.6 Análise da Morfologia Superficial .................................................................... 38 4.7 Análise dos Dados ............................................................................................. 38 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 39 5.1 Alteração de Cor ................................................................................................ 39 5.2 Parâmetro de Translucidez ............................................................................... 42 5.3 Razão de Contraste ........................................................................................... 42 5.4 Avaliação do Brilho ........................................................................................... 46 5.5 Microdureza Vickers .......................................................................................... 47 5.6 Microscopia Eletrônica de Varredura:Morfologia Superficial ....................... 50 6 DISCUSSÃO ........................................................................................................... 55 7 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 63 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 64 13 1 INTRODUÇÃO Os avanços na tecnologia e pesquisa de materiais restauradores odontológicos indiretos levaram ao desenvolvimento de muitos novos tipos de cerâmicas e procedimentos de fabricação. Nos últimos anos, vários materiais estéticos com design e fabricação auxiliados por computador (CAD-CAM) foram introduzidos, permitindo a fabricação de restaurações monolíticas em apenas uma sessão clínica1. Os materiais totalmente cerâmicos têm ganhado cada vez mais popularidade, dentre os disponíveis para a usinagem, temos: feldspática, vitrocerâmicas de leucita, dissilicato de lítio, à base de silicato de lítio e zircônia2. As vitrocerâmicas apresentam excelentes propriedades mecânicas e estéticas, além da capacidade de imitar as características ópticas do esmalte e dentina, biocompatibilidade e durabilidade química3,4. A perda de estrutura dentária, seja na região cervical ou oclusal tem uma prevalência global estimada entre 20 e 45%5. Dentre os mecanismos de ação da etiologia dessas lesões não cariosas tem-se a biocorrosão6 que está associada à ação de ácidos de origem exógena (bebidas/alimentos ácidos)7-9, fatores endógenos como a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), bulimia nervosa, medicamentos, estilo de vida, dentre outros10. Dependendo do comprometimento da estrutura dentária, é necessária a reabilitação com restaurações indiretas11 para restabelecimento da anatomia dentária, função e estética. Caso os fatores etiológicos não sejam controlados, continuarão presentes após a realização do tratamento restaurador e podem prejudicar a longevidade da restauração12, pois além de causar biocorrosão dentária o ácido também provoca a corrosão das restaurações sejam elas diretas ou indiretas13. A estabilidade química dos materiais cerâmicos, em geral, pode ser afetada por diversos fatores como composição, características químicas, ambiente e exposição a soluções ácidas10,14. Kukiattrakoon et al.3 analisaram a lixiviação de íons em cerâmicas à base de alumina, feldspato e dissilicato de lítio imersas em agentes ácidos e foi revelado que cada tipo de cerâmica lixiviou significativamente vários íons alcalinos em vários graus depois da imersão. Esses íons alcalinos são muito menos estáveis nas cerâmicas vítreas do que nas cerâmicas de fase cristalina na composição14. Para estudos in vitro, líquidos de simulação de alimentos são usados para avaliar a degradação química de restaurações. Entre os líquidos comumente 14 utilizados está o ácido cítrico que simula alimentos como frutas e vegetais e é um acidulante presente nas bebidas gaseificadas15. Embora as cerâmicas odontológicas sejam consideradas materiais restauradores quimicamente inertes, pode haver grande diferença nas composições químicas e microestruturais das cerâmicas. Elas possuem diferentes propriedades químicas e diversos estudos2,10,14,16 demonstraram que o fenômeno da lixiviação pode afetar as propriedades mecânicas desses materiais4, dentre elas a rugosidade10,17-19. A rugosidade superficial influencia no aumento da abrasão com a superfície antagonista20 e, consequentemente, desgaste dos dentes/materiais restauradores2, microdureza7,13,16, comprometimento da estética das restaurações cerâmicas com alteração de cor18,21, diminuição da resistência à flexão22 e aumento da adesão de placa bacteriana. Além dos desafios ácidos, é muito difícil distinguir entre pacientes com desgaste dentário se é apenas um processo mecânico ou químico, uma vez que o desgaste dental é considerado multifatorial6,12. A escovação dentária, realizada diariamente, é um importante fator que contribui para a abrasão superficial e alteração da rugosidade do material23, pois sua combinação com episódios de pH extremamente baixo pode potencializar o envelhecimento e degradação dos materiais restauradores CAD-CAM. Assim, é de extrema importância conhecer o comportamento desses materiais quando expostos a severos desafios na cavidade bucal. Após a obtenção da peça cerâmica, a aplicação do glaze é realizada a fim de obter superfícies estéticas e higiênicas24, uma vez que tende a deixar a superfície mais lisa, além de reduzir os tamanhos das falhas superficiais que são criadas durante o processo de fabricação dos materiais cerâmicos que poderiam enfraquecer o material25. Além do glaze, as peças cerâmicas podem ser finalizadas com polimento manual através de borrachas abrasivas. A literatura é inconclusiva sobre qual o melhor protocolo de acabamento das cerâmicas CAD-CAM. Estudos que avaliaram propriedades das cerâmicas vítreas imersas em soluções ácidas que estavam apenas polidas apontam para a importância da avaliação de espécimes com aplicação prévia do glaze uma vez que simularia a situação clínica trazendo resultados mais precisos15,17. Outro fator que deve ser levado em consideração é a necessidade de mais um ou múltiplos ciclos de queima, seja de caracterização ou glaze, uma vez que podem ser necessários ajustes estéticos ou funcionais após a fabricação da peça cerâmica26. Múltiplas queimas podem afetar 15 a resistência à flexão das cerâmicas27. Em contrapartida, um estudo recente apontou não haver diferença entre uma e duas queimas do glaze na rugosidade, microdureza e índice de fragilidade28. Há uma lacuna na literatura desses protocolos de acabamento superficial associado a desafio corrosivo-abrasivo, necessitando ser investigado. Além da queima convencional do glaze, tem sido investigado se a variação do protocolo de queima do glaze pode influenciar a qualidade final de restaurações à base de dissilicato de lítio, feldspato e leucita. Segundo Aurélio et al.29 a queima estendida do glaze, quando comparada à queima convencional, proporciona maior bloqueio das fissuras, desenvolve tensões residuais toleráveis, produz alterações de cor dentro do limiar de aceitabilidade clínica e não altera a microestrutura do material, porém o desgaste superficial aparenta ser maior28. Embora os desafios ácidos não afetem os materiais restauradores na mesma intensidade que os tecidos dentários, desafios erosivos frequentes associados à escovação dentária, que é um hábito indispensável, podem comprometer as propriedades mecânicas dos materiais restauradores, reduzindo assim sua longevidade30. Uma restauração pode ser considerada bem-sucedida quando, além de restabelecer a função e a estética, sobrevive no ambiente oral por vários anos sem fraturar ou alterar a cor31. Assim, não se sabe se os diferentes protocolos de acabamento superficial podem atuar como um efeito protetor em cerâmicas monolíticas feldspática, vitrocêramicas de leucita, dissilicato de lítio e silicato de lítio reforçada por dióxido de zircônio frente aos efeitos do desafio corrosivo-abrasivo quanto à estabilidade de cor, brilho e microdureza. 63 7 CONCLUSÃO Pode-se concluir que: O desafio corrosivo-abrasivo influenciou na alteração de cor (ΔEab e ΔE00) de forma perceptível nos quatro materiais cerâmicos e nos diferentes protocolos de acabamento. A queima convencional de glaze (GC) apresentou o pior comportamento, sendo inaceitável clinicamente em todos os materiais avaliados. Entre os materiais, a cerâmica feldspática também apresentou os grupos C, P e GC2 com uma alta variação de cor, sendo inaceitável clinicamente; A translucidez sofreu influência após o desafio em alguns grupos dos materiais cerâmicos, porém apenas DIS-GC2 e FEL-P tiveram uma alteração perceptível, sendo aceitável clinicamente. A razão de contraste apenas se alterou na cerâmica feldspática, porém todos os materiais foram considerados mais opacos; Dependendo do tratamento superficial adotado nas diferentes cerâmicas CAD- CAM, houve redução do brilho, porém aceitável clinicamente. Os grupos de polimento dos materiais dissilicato de lítio, feldspática e silicato de lítio reforçado com zircônia sofreram com o desafio corrosivo-abrasivo, assim como os grupos submetidos a duas queimas de glaze estendido; Houve diminuição da microdureza nos quatros materiais cerâmicos avaliados comparado ao baseline, independente do protocolo de acabamento utilizado, com exceção do dissilicato de lítio que se mostrou mais estável, apresentando apenas uma diminuição nos grupos com queima estendida do glaze, porém não foi diferente dos outros tratamentos quando o tempo de avaliação foi levado em consideração. 64 REFERÊNCIAS* 1. Batalha-Silva S, Andrada MAC, Maia HP, Magne P. Fatigue resistance and crack propensity of large MOD composite resin restorations: direct versus CAD/CAM inlays. Dent Mater. 2013; 29(3): 324-31. 2. Kukiattrakoon B, Hengtrakool C, Kedjarune-Leggat U. The effect of acidic agents on surface ion leaching and surface characteristics of dental porcelains. J Prosthet Dent. 2010; 103(3): 148-62. 3. Kelly JR, Benatti P. Ceramic materials in dentistry: historical evolution and current practice. Aust Dent J. 2011; 56(1): 84-96. 4. Denry I, Kelly JR. Emerging ceramic-based materials for dentistry. J Dent Res. 2014; 93: 1235-42. 5. Schlueter N, Luka B. Erosive tooth wear: a review on global prevalence and on its prevalence in risk groups. Br Dent J. 2018; 224(5): 364-70. 6. Soares PV, Grippo JO. Noncarious cervical lesions and cervical dentin hypersensitivity: etiology, diagnosis, and treatment. São Paulo: Quintessence; 2018. 7. Alghilan MA, Cook NB, Platt JA, Eckert GJ, Hara AT. Susceptibility of restorations and adjacent enamel/dentine to erosion under different salivary flow conditions. J Dent. 2015; 43(12): 1476-82. 8. Buzalaf MAR, Magalhães AC, Rios D. Prevention of erosive tooth wear: targeting nutritional and patient-related risks factors. Br Dent J. 2018; 224(5): 371-8. 9. Lussi A, Schlueter N, Rakhmatullina E, Ganss C. Dental erosion - an overview with emphasis on chemical and histopathological aspects. Caries Res. 2011; 45(1): 2-12. 10. Al-Thobity AM, Gad MM, Farooq I, Alshahrani AS, Al-Dulaijan YA. Acid effects on the physical properties of different CAD/CAM ceramic materials: an in vitro analysis. J Prosthodont. 2021; 30(2): 135-41. 11. Backer AD, Münchow EA, Eckert GJ, Hara AT, Platt JA, Bottino MC. Effects of simulated gastric juice on CAD/CAM resin composites-morphological and mechanical evaluations. J Prosthodont. 2017; 26(5): 424-31. 12. Crins LAMJ, Opdam NJM, Kreulen CM, Sterenborg BAMM, Bronkhorst EM, Fokkinga WA et al. Prospective study on CAD/CAM nano-ceramic (composite) restorations in the treatment of severe tooth wear. J Adhes Dent. 2022; 24(1): 105-16. 13. Colombo M, Poggio C, Lasagna A, Chiesa M, Scribante A. Vickers micro- hardness of new restorative CAD/CAM dental materials: evaluation and comparison after exposure to acidic drink. Materials (Basel). 2019; 12(8): 1246. 14. 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