ISABELLI CRISTINI DOS SANTOS APLICAÇÃO DE SUBDOSES DE GLIFOSATO E ETEFON NO DESENVOLVIMENTO DA GRAMA SÃO CARLOS PLUS® Ilha Solteira 2022 ISABELLI CRISTINI DOS SANTOS APLICAÇÃO DE SUBDOSES DE GLIFOSATO E ETEFON NO DESENVOLVIMENTO DA GRAMA SÃO CARLOS PLUS® Ilha Solteira 2022 Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Engenharia do Campus de Ilha Solteira – UNESP, como requisito para obtenção do Título de Engenheira Agrônoma. Orientador: Profª Drª Regina Maria Monteiro de Castilho Dedico Aos meus avós Maria José da Paz Santos e Adelaido Guilhermino, por me acompanharem no dia a dia, por toda paciência, compreensão, apoio e muito amor. E principalmente a minha mãe Zeneide Maria Paes dos Santos, pelo apoio inenarrável, confiança e todo amor durante toda essa jornada. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Primeiramente, à Deus pela vida que tenho e por conceder a mim, minha família e amigos, muita saúde, para que pudesse chegar até aqui ao fim dessa jornada rodeada de pessoas que amo e queiram-me bem; A toda a minha família, que sempre me colocou em orações para que cada dificuldade durante essa jornada pude ser superada, pela compreensão, e principalmente por todo o apoio; Em especial, aos meus avós e a minha mãe, que sempre me guiaram e me apoiaram em todas as minhas decisões desde o início, por comemorarem comigo todas as minhas pequenas e grandes vitórias, pela compreensão nos momentos difíceis, por todas as orações, por serem a minha fonte de inspiração, motivação e vontade. Ao grupo Verde Cidade – Floricultura e Paisagismo e a minha orientadora Profª Drª Regina Maria Monteiro de Castilho pela oportunidade, confiança e por todo o auxílio e ensinamento que foi me passado durante esse projeto. Sou muito grata a meu companheiro de turma e de projeto, Kauan Augusto Ceriani de Luna, que me auxiliou em todas as etapas do projeto, desde a implantação, análises realizadas e descarte do experimento, tornando possível este trabalho. Por compartilhar comigo, todas as inseguranças e momentos difíceis, mas principalmente pela força, apoio e alegria durante toda a jornada. Grata também pela minha amiga Beatriz Villela e por todos meus colegas de faculdade, que me acompanharam durante toda a jornada, e me tornaram uma pessoa melhor. E aos meus amigos da vida, na qual Deus me abençoou com pessoas incríveis, aqui vai o meu muito obrigada a cada um de vocês que participaram direta ou indiretamente desse trabalho. Em especial, a minha amiga Júlia Cristina pelo companheirismo durante todo o percurso da faculdade, por todo o apoio de sempre, pela compreensão e amor, e por ser tão presente nessa fase tão importante da minha vida. AGRADECIMENTOS A todos os funcionários e professores da FEIS; Aos técnicos de laboratórios do DFTASE e DEFERS; À empresa Itograss Agrícola Alta Mogiana Ltda. do município de Pereira Barreto – SP pelo fornecimento dos tapetes da grama São Carlos. E ao meu grande amigo Marcelo Perazza, que me auxiliou no transporte dos tapetes para Ilha Solteira – SP; E a CNPq que me proporcionou uma bolsa através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e fez com que esse trabalho fosse possível. RESUMO Os processos erosivos dos taludes rodoviários continuamente acentuam acidentes, embargam o tráfego de veículos e comprometem a estrutura do local, o que pode causar impactos negativos em diversos setores na economia, sociais, ambientais e paisagísticos. Por conta disso, é importante o uso de revegetação nesses locais, para contenção de erosão. No Brasil, existem algumas espécies nativas como a grama São Carlos (Axonopus fissifolius) que pode ser utilizada em rodovias e estradas, para tal finalidade. Para redução dos custos de manutenção de gramados, os reguladores de crescimento ou aplicação de subdoses de herbicida, tem sido uma técnica alternativa a poda mecânica. O objetivo do presente trabalho foi analisar os efeitos da aplicação do herbicida Glifosato e o regulador de crescimento Etefon, no controle do crescimento da grama São Carlos Plus®. O experimento foi implantado no campus II da UNESP de Ilha Solteira – SP e foi conduzido no período de 12 de novembro de 2020 a 5 de março de 2021, em delineamento inteiramente casualizado, em um fatorial de subdoses (0, 25, 50 e 75%) e tempo (30, 60 e 90 DAA) dispostos em 24 jardineiras com 0,5x0,17m e 15cm de altura e com um volume de 0,012m³ cada uma delas preenchidas com uma mistura de de solo + areia (2:1), sob sol pleno. As aplicações de cada produto foram: 0, 25%, 50% e 75% do e.a. Os atributos analisados foram: altura da grama, índice de clorofila, massa fresca, massa seca e cobertura vegetal através do programa Canopeo®. Não houve diferença estatística entre as subdoses aplicadas de Glifosato no desenvolvimento da grama São Carlos Plus®, porém houve diferença estatística entre as subdoses de Etefon na massa fresca aos 30 DAA e na massa seca aos 60 DAA. PALAVRAS CHAVE: Regulador de crescimento. Axonopus fissifolius. Cobertura vegetal. APPLICATION OF SUBDOSES OF GLYPHOSATE AND ETPHON IN THE DEVELOPMENT OF CARPET GRASS ABSTRACT Erosive processes on road slopes continually accentuate accidents, impede vehicle traffic and compromise the structure of the site, which can cause negative impacts on various economic, social, environmental and landscape sectors. Because of this, it is important to use revegetation in these places to contain erosion. In Brazil, there are some native species such as Carpet grass (Axonopus fissifolius) that can be used on highways and roads for this purpose. To reduce lawn maintenance costs, growth regulators or application of sub- doses of herbicide have been an alternative technique to mechanical pruning. The objective of the present work was to analyze the effects of the application of the herbicide Glyphosate and the growth regulator Ethefon, in the control of the growth of the grass São Carlos Plus®. The experiment was implemented at UNESP campus II of Ilha Solteira - SP and was conducted from November 12, 2020 to March 5, 2021, in a completely randomized design, in a factorial of subdoses (0, 25, 50 and 75 %) and time (30, 60 and 90 DAA) arranged in 24 planters with 0.5x0.17m and 15cm in height and with a volume of 0.012m³ each filled with a mixture of soil + sand (2:1) , under full sun. The applications of each product were: 0, 25%, 50% and 75% of the e.a. The attributes analyzed were: grass height, chlorophyll index, fresh mass, dry mass and vegetation cover through the Canopeo® program. There was no statistical difference between the sub-doses of Glyphosate applied in the development of São Carlos Plus® grass, but there was a statistical difference between the sub-doses of Ethephon in the fresh mass at 30 DAA and in the dry mass at 60 DAA. KEYWORD: Growth regulator. Axonopus fissifolius. Vegetal cover. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Jardineiras dispostas sob sol pleno durante todo o experimento, localizada no Campus II da UNESP de Ilha Solteira. Foto tirada em 08/01/2021, Ilha Solteira, SP. - 20 Figura 2 - Médias mensais da precipitação pluvial (mm), temperatura média (ºC), umidade relativa do ar (%) e insolação (h/dia) obtidos no Canal CLIMA feis durante a condução do experimento. Ilha Solteira/SP, novembro de 2020 a março de 2021.------ 21 Figura 3 - Altura da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Glifosato (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. ------------------ 29 Figura 4 - Altura da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Etefon (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. ------------- -----29 Figura 5 - Índice de clorofila foliar da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Glifosato (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021 ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 32 Figura 6 - Índice de clorofila foliar da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Etefon (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021-- ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 33 Figura 7 - Índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Glifosato (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 35 Figura 8 - Índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Etefon (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. - ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 36 Figura 9 - Imagens do índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Glifosato (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise, através da análise de imagem obtida pelo programa Canopeo®. Ilha Solteira, 2021. ------ ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 37 Figura 10 - Imagens do índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® das diferentes subdoses de Etefon (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise, através da análise de imagem obtida pelo programa Canopeo®. Ilha Solteira, 2021. ------ ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 37 Figura 11 - Massa fresca das folhas da grama São Carlos Plus® nas subdoses de Glifosato ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. -------------------------------------- 40 Figura 12 - Massa fresca das folhas da grama São Carlos Plus® nas subdoses de Etefon ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. -------------------------------------- 40 Figura 13 - Massa seca das folhas da grama São Carlos Plus® nas subdoses de Glifosato ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. -------------------------------------- 44 Figura 14 - Massa seca das folhas da grama São Carlos Plus® nas subdoses de Etefon ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. -------------------------------------- 44 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Subdoses de Glifosato e Etefon aplicadas no experimento. Ilha Solteira, 2021 --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Análise química dos macronutrientes do solo e do substrato utilizados no experimento, Ilha Solteira, SP, 2020. ------------------------------------------------------------------ 21 Tabela 2 – Análise química dos micronutrientes do solo e do substrato utilizado no experimento. Ilha Solteira, SP, 2020. ------------------------------------------------------------------- 22 Tabela 3 – Dados da formulação do adubo Forth Jardim®, segundo o fabricante. ------ 23 Tabela 4 – Atributos analisados 22 dias após a implantação (0 DAA) e antes da aplicação das sub-doses de Glifosato e Etefon na grama São Carlos Plus®. Ilha Solteira, 2021 --- 25 Tabela 5 - Altura da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das sub-doses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021. -------------------------- 27 Tabela 6 - Índice de Clorofila da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das subdoses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021. ----------------- 30 Tabela 7 - Índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das sub-doses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021 ------ 34 Tabela 8 - Massa fresca das folhas da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das subdoses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021. ------ 39 Tabela 9 - Massa seca das folhas da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das subdoses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021 ------------------- 42 Tabela 10 - Análise química foliar da grama São Carlos Plus® antes da aplicação dos produtos e 90 DAA de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021 --------------------------------- 45 Tabela 11 - Análise de correlação da massa fresca das folhas da grama São Carlos Plus® com aplicação de Glifosato e Etefon e dos nutrientes presentes na análise química foliar aos 90 DAA. Ilha Solteira, 2021 ------------------------------------------------------------------------- 49 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 12 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................ 13 2.1 Processos erosivos em taludes e revegetação na contenção de processo erosivos.............................................................................. 13 2.2 Utilização de gramados na revegetação........................................... 14 2.2.1 Grama São Carlos Plus®........................................................... 16 2.3 Reguladores de crescimento e herbicidas......................................... 17 2.3.1 Glifosato .................................................................................... 18 2.3.2 Etefon ........................................................................................ 19 3. MATERIAIS E MÉTODO .................................................................... 19 3.1 Caracterização do local ................................................................... 19 3.2 Caracterização do solo.................................................................... 21 3.3 Condução do experimento.............................................................. 22 3.4 Avaliações ....................................................................................... 23 3.5 Análise estatística ........................................................................... 24 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................. 24 4.1 Altura da planta ................................................................................. 26 4.2 Índice de clorofila foliar (ICF) ....................................................... 30 4.3 Índice de cobertura vegetal (ICV) .................................................. 33 4.4 Massa fresca (MF) e massa seca (MS) de folhas de grama São Carlos PLUS® .................................................................................... 38 4.5 Análise química foliar de grama São Carlos Plus®........................ 44 5. CONCLUSÕES ..................................................................................... 49 REFERÊNCIAS .................................................................................... 49 12 1. INTRODUÇÃO As rodovias têm grande influência no desenvolvimento de um País, principalmente no Brasil, que tem o meio rodoviário como seu principal modal de transporte. A construção dessas vias de forma inadequada, sempre afeta negativamente o meio ambiente, e isto está relacionado com a estabilidade dos taludes, que sofrem processos erosivos, causando deslizamentos, uma vez que os solos ficam expostos e suscetíveis a ação da erosão e de intempéries da natureza ao longo do tempo (MATTOS, 2009). De acordo com DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (2009) os processos de erosão do solo ou transporte de massa continuamente acentuam acidentes, embargam o tráfego de veículos e comprometem a estrutura do local, o que pode causar impactos negativos em diversos setores. Os taludes de corte, apresentam fertilidade baixa como consequência das atividades relacionadas com a construção civil das rodovias, gerando deficiência de uma grande parte dos nutrientes, como o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, entre outros. Assim, Figueirôa (2018) apoia o uso da revegetação, empregada para a recuperação dos taludes, o que protege o solo dos impactos diretos das gotas de chuva, interceptação da incidência solar, além de possibilitar (através do sistema radicular da planta) uma área mais estável, com deposição de matéria orgânica, nutrientes e maior drenagem de água, melhorando suas características físicas e químicas. No Brasil, existem algumas espécies nativas como a grama São Carlos (Axonopus fissifolius) (GODOY e VILLAS BOAS, 2003), que é originaria da região Sul do Brasil, possui hábito de crescimento estolonífero, com folhas largas e pilosas e coloração forte, verde brilhante e pode ser utilizada em projetos específicos, como rodovias e estradas (GURGEL, 2003). Os reguladores de crescimento ou aplicação de subdoses de herbicida, tem sido uma técnica alternativa importante para redução dos custos de manutenção de gramados (MACIEL, POLETINE, RAIMONDI, 2011). Alguns autores como Richardson (2002); McCarty et al. (2004); Costa et al. (2009) já comentavam que os reguladores de crescimento podem agir no metabolismo da planta, suprindo o crescimento vegetativo 13 sem influenciar ou prejudicar a qualidade nutricional, a coloração e o afinamento das folhas, mas pouco se tem relatado do uso de sub-doses de herbicidas. O glifosato é o isômero principal do N – (fosfometil) glicina (C6H17N2O5P), que bloqueia totalmente a síntese de AIA, principal auxina natural, que atua diretamente no crescimento das plantas, responsável pelo alongamento e divisão celular, formação de raízes adventícias, crescimento de caule e raízes, dentre outras (TAIZ; ZEIGER, 2013); além de ser um produto de baixo custo e com alta disponibilidade no mercado (GITTI, ARF e PERON; 2011). O Etefon (Ethrel® 720) é um regulador de crescimento do grupo químico etileno, composto por 2-chloroethylphosphonic acid, que quando atinge o metabolismo da planta é convertido em etileno, age estimulando a senescência e a frutificação, é um agente de fosforilação e inibidor de butirilcolinesterase segundo o catálogo de Sigma Aldrich (2020). O uso dos reguladores de crescimento e herbicidas é uma ótima alternativa na redução da altura e consequentemente na redução da necessidade de manutenção sem prejudicar o desenvolvimento do gramado. Assim, esse trabalho objetivou analisar os efeitos da aplicação do herbicida Glifosato e o regulador de crescimento Etefon, no controle do desenvolvimento da grama São Carlos Plus®. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Processos erosivos em taludes e revegetação na contenção de processos erosivos Os processos erosivos podem ser explicados pela degradação ou destruição da estrutura do solo (IPT, 1991). É decorrente de diversos fatores que influenciam diretamente e indiretamente no processo. Os fatores que influenciam diretamente são os naturais, dando destaque para a chuva e o vento. Porém há fatores característicos como a tipologia do solo, presença de cobertura vegetal e declividade do terreno, que podem influenciar indiretamente e intensificar a erosão do solo. A chuva é um dos principais fatores climáticos diretos, devido a sua energia cinética e o impacto das gotas (BERTONI 14 e LOMBARDI NETO, 1990). Este processo também pode ser acelerado e intensificado por ações do homem, praticando mal manejo do solo. A vegetação é um fator muito importante no combate aos processos erosivos, pois, diminui a velocidade do escoamento superficial, aumenta a taxa de infiltração do solo e protege fisicamente contra o impacto das gotas da chuva (splash). Segundo Guerra e Cunha (2013) a erosão é reduzida quando a vegetação se torna densa em mais de 30% de cobertura vegetal. As raízes também atuam na estabilidade mecânica do solo, que proporciona maior resistência ao solo em relação ao impacto das gotas de chuva e na formação de húmus, que consequentemente aumenta a quantidade de matéria orgânica presente no solo. Estudos indicam que os lugares que apresentam maior intensidade do escoamento superficial são nas regiões áridas, onde há ausência da vegetação, deixando o terreno mais suscetível ao splash. Geralmente ao manejar o solo, a cobertura vegetal na superfície é retirada, deixando o solo exposto ao impacto das gotas de chuva. Esse impacto em conjunto com as enxurradas que podem acontecer, carregando porções de solo e nutrientes, modificam as características físicas da superfície do solo como rugosidade e a porosidade que afetam diretamente a drenagem de água (ALBUQUERQUE et al. 2002). E com a perda de nutrientes também afetam as características nutricionais, que vai afetar a produtividade do solo futuramente. Além do mais, a revegetação também possui ação isolante, devido a redução das variações da temperatura e umidade do solo. Essas variações, principalmente quando submetidas à longos períodos de tempo, podem causar a quebra de agregados e enfraquecimento da estrutura, diminuindo a coesão aparente do solo. Portanto, a ação isolante da revegetação é importante para que se possa evitar essas adversidades. A cobertura vegetal rasteira, uniforme e densa é o mais indicado para taludes, protegendo contra erosões e possibilitando rápida drenagem. As gramíneas em específico, possuem raízes densas fasciculadas que realizam um grampeamento natural do solo. Seus rizomas e estolões aumentam a estabilidade do talude. 2.2 Utilização de gramados na revegetação Os taludes com inclinação superior a 18°, segundo DNIT (2009), dificultam a implantação e manutenção da vegetação na área, pois para a realização dessas operações são necessários uso de tratores e ceifadeiras autopropulsoras, portanto esta inclinação é o 15 limite para que não prejudique a segurança dessas operações. Para este caso, é recomendado o uso de gramas baixas ou forrações como vegetação, pois são espécies que não necessitam de maior manutenção, visando a segurança do tráfego. O gramado pertence ao grupo de plantas onde o fator estético é muito importante, portanto é necessário que, seja realizado podas periódicas com intervalos que variam da época ou estação do ano, e também das características da espécie de grama presente, principalmente no primeiro corte (RURALNEWS, 2003). O corte e o controle de plantas daninhas podem ser considerados fatores de maior custo na manutenção dos gramados. Segundo Unruh (2004) o corte das folhas no gramado podem provocar estresse, fazendo com que a planta perca água, desenvolva doenças, reduza o armazenamento de carboidratos, aumenta a densidade de brotação e diminui o crescimento das raízes. Sendo assim, a aplicação dos reguladores vegetais e/ou subdoses de herbicidas podem se tornar uma alternativa menos agressiva no manejo da altura dos gramados, além de proporcionar uma redução de corte constante e consequentemente reduzindo os custos de manutenção (RODRIGUES et al. 2004). A grama São Carlos (Axonopus fissifolius) em conjunto com a grama Batatais (Paspalum notatum) são as gramas nativas mais utilizadas no país. E segundo Antoniolli (2015) entre os anos de 2010 e 2015 houve um aumento de cerca de 43% na produção de grama no Brasil, devido principalmente a alta demanda de grama para os eventos esportivos como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 no Brasil. Porém segundo a última estimativa de produção de grama no Brasil, realizado Associação Nacional “Grama Legal” em 2018, foi indicado uma redução de produção no mercado. A participação de cada região na produção de grama em 2018 foi a seguinte: Sudeste - 45%, Sul - 24%, Centro-Oeste - 16%, Norte/Nordeste - 15% e atingiram cerca de 25.000 hectares de produção de grama no país, sendo impulsionado principalmente pelo uso de gramados em rodovias e aeroportos (VILLAS BÔAS, et al. 2020). As gramas são geralmente comercializadas em tapetes, com tamanhos pré- estabelecidos sendo 0,625m x 0,40m (GRAMA LEGAL, 2022). Mas também pode ser comercializada em formas de rolos, com medidas de 0,75 x 40 m e devido a sua maior uniformidade, pode proporcionar melhor rendimento no plantio (GODOY; ALMEIDA, 2015). Em relação a proteção superficial dos taludes, as formas mais utilizadas são gramas em placas e gramas armadas que são estruturas na qual é utilizado telas sobre a vegetação para fixação e redução de processos erosivos. Principalmente a grama em placas, por sua 16 implantação ser de fácil e rápida execução, além de ser de baixo custo, porém tem como desvantagens: a dependência climática, manutenção e crescimento de daninhas (SILVA e FILHO, 2018). Os rolos de grama cerca de 0,75m de largura e até 40 metros de comprimento. São indicados para áreas planas e taludes, dependem de equipamento e equipe técnica para plantio. Produto de alto desempenho (GRAMA LEGAL, 2022). 2.2.1 Grama São Carlos Plus® Em razão ao clima tropical do Brasil, as gramas de clima quente ganham destaque e podem ser divididos em quatro hábitos de crescimento: rizomatoso, estolonífero, rizomatoso e estolonífero e cespitoso (CHRISTIANS et al. 2016). Devido as suas diferentes características e particularidades, cada categoria é utilizada para determinadas situações, espaços, comercialização e tipo de manejo (GURGEL, 2003). A grama São Carlos é originária da região sul do Brasil, é menos resistente ao pisoteio comparado as outras espécies, devido aos seus estolões serem superficiais. Por apresentarem folhas largas, consegue se desenvolver em áreas semi sombreadas, pois as folhas compensam a escassez de luz (GURGEL, 2003; UNRUH, 2004). Portanto, é recomendada principalmente para áreas residenciais ou espaços onde não há muito tráfego (KOJOROSKI-SILVA et al. 2011; GODOY, et al. 2012). Possui coloração verde brilhante e é conhecida também por “sempre verde” devido a sua particularidade de permanecer verdes durante o inverno, diferente das outras espécies de gramíneas. Consegue se desenvolver normalmente mesmo em solos com teores baixos de nutrientes e com grandes variações de pH, além de serem resistentes a temperaturas mais baixas (GURGEL, 2003). A cultivar de grama São Carlos Plus® foi recentemente introduzida no Brasil, produz um tapete firme e uniforme, o que facilita seu transporte e plantio, melhorando a qualidade final do gramado, fato que não é observado nas demais variedades de São Carlos encontradas no mercado (ITOGRASS, 2022). Um diferencial na espécie é sua excelente tolerância a locais semi sombreados e menor exigência em adubação do que variedades como Bermuda e Esmeralda (GRAMA LEGAL, 2022). 17 2.3 Reguladores de crescimento e herbicidas O controle de crescimento dos gramados utilizando reguladores de crescimento pode ser considerado uma das descobertas do século XX. Com a sua utilização é possível controlar o crescimento e alongamento das plantas e melhorar a qualidade. O crescimento das gramas podem variar de acordo com o manejo, por conta da frequência de irrigação e disponibilidade de nutrientes, mas com a aplicação dos reguladores é possível uniformizar e controlar esse crescimento (McELROY, 2012). Os reguladores vegetais são compostos sintéticos que são utilizados a fim de reduzir o crescimento longitudinal das plantas sem que haja redução de produtividade (RADEMACHER, 2000). Nos Estados Unidos o uso de reguladores de crescimento em gramados é muito comum, diferente do Brasil, onde ainda é escasso. Os principais tipos de reguladores de crescimento utilizado nos EUA são aqueles que compõem o “Tipo I” onde sua ação é a inibição da divisão celular e o “Tipo II”, que são reguladores que inibem a elongação celular, inibindo a síntese de giberelina (McCULLOUGH et al. 2004; ERVIN; ZHANG, 2007). Os reguladores podem ter ação direta na parede celular das células vegetais, relacionando-se aos processos de expansão celular. Além da parede celular, os reguladores podem agir em outras estruturas celulares, começando pela membrana plasmática com as proteínas (SALISBURY; ROSS, 1994). É importante que a planta se encontre em estado de pleno equilíbrio nutricional e hormonal para que a aplicação dos reguladores vegetais possa ter o sucesso desejado. E em relação ao produto aplicado, para que ele seja devidamente absorvido pela planta, ele deve constar em determinada quantidade e nas células apropriadas. Precisa ser reconhecido e capturado pelos receptores da membrana plasmática localizadas nas células vegetais e estendidos na planta pelos mensageiros secundários (RODRIGUES, 2008). Os herbicidas sistêmicos são transportados dentro da planta, sendo assim, são muito eficientes mesmo com plantas daninhas bem estabelecidas (GWYNNE; MURRAY, 1985). Esses herbicidas podem ser divididos em quatro grupos químicos: reguladores de crescimento, os inibidores da síntese de aminoácidos aromáticos, de aminoácidos de cadeira ramificada e de lipídeos. Grande parte dos herbicidas classificados como reguladores de crescimento são absorvidos tanto pelas raízes quanto pelas folhas, e translocado tanto pelo floema quanto pelo xilema (PETERSON et al. 2001). 18 2.3.1 Glifosato O Glifosato pertence ao grupo químico das glicinas substituídas, e é um herbicida pós emergente. Tem ampla ação de controle, pode ser utilizado a diversas situações agrícolas independente do estágio de desenvolvimento das plantas, no controle de plantas daninhas na maioria das culturas, uso no manejo de solo auxiliando na dessecação da vegetação para cobertura vegetal em sistemas de plantio direto e também pode ser utilizado em áreas não agrícolas, possui ação sistêmica e é classificado como não-seletivo. (RODRIGUES; ALMEIDA, 1998; PURÍSSIMO, 1999; KRUSE; TREZZI; VIDAL, 2000; MAGALHÃES et al. 2001). As plantas absorvem o Glifosato através das folhas ou de outras partes fotossintéticas (SPRANKLE; MEGGITT; PENNER, 1975). Após sua aplicação, é necessário que haja um período de aproximadamente seis horas sem chuva, para que a sua absorção seja plena. Seu ciclo dentro da planta começa na absorção feita pela cutícula (RODRIGUES; ALMEIDA, 1998). A translocação é realizada via floema, e tem com maior concentração nas regiões meristemáticas. Sua ação sistemática consiste na inibição da enzima enol-piruvil chiquimato fosfato sintase (EPSPS), que levará ao acúmulo de chiquimato nos vacúolos, e consequentemente a perda do controle da retroalimentação e do fluxo de carbono na via do chiquimato, que é responsável por cerca de 35% da matéria seca da planta e 20% do carbono fixado pela fotossíntese (KRUSE; TREZZI; VIDAL, 2000). Com a inibição da EPSPS também há inibição da síntese de clorofila, estimula a produção de etileno, reduzindo a síntese de proteínas e eleva a concentração do ácido indol acético (AIA) (GALLI; MONTEZUMA, 2005). Também paralisa a síntese dos aminoácidos aromáticos tirosina, fenilalanina e triptofano e compostos como alcaloides, flavonoides e cumarinas (VIDAL, 1997; AMRHEIN et al. 1980; GALLI; MONTEZUMA, 2005; KRUSE; TREZZI; VIDAL, 2000). Segundo o trabalho realizado por Dias et al. (2019) doses de glifosato iguais ou superiores a 45 g/ha de e.a para grama Batatais (Paspalum notatum) e doses iguais ou superiores a 180 g/ha de e.a para grama São Carlos (Axonopus compressus) diminuíram a altura da planta. Dinalli et al (2015) também destacou o Glifosato como agente no controle de crescimento em grama esmeralda (Zoysia japonica) reduzindo 20,5% da altura da folha 19 em relação a testemunha com 30 DAA. E também com a aplicação do mesmo herbicida (600 g/ha do i.a) reduziu 22,0% a altura da grama centípede (Eremochloa ophiuroides), em relação a testemunha em 28 DAA (FRY, 1991). Não há registro do Glifosato como herbicida para utilização de gramados no Brasil, porém de acordo com Antoniolli (2015), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), estendeu a utilização de produtos químicos que são registrados para uso em pastagem, para também serem utilizados em gramados. Sendo assim, o uso de Glifosato em gramados passou a ser legalmente permitido (GALLI, 2009). 2.3.2 Etefon Etefon é o nome utilizado referente ao ácido 2-cloroetilfosfônico (Amchem Products, Inc., 1968), consiste em uma substância cristalina branca, extremamente solúvel em água e outros solventes polares. A desintegração do Etefon é induzida pela remoção do fosfonato e decorrente da reação de desidrohalogenação. O mesmo tipo de reação acontece dentro das células vegetais, liberando etileno diretamente para a planta, sendo ele um hormônio regulador de crescimento, responsável pelo controle do amadurecimento acelerado da planta (ABELES et al. 1992). Mendes (2010), trabalhando com cana-de-açúcar e aplicação de Etefon, notou que na dose de 900 mg/L retardou a maior altura total média das plantas, em relação ao controle, quando avaliada aos 15 e 30 DAP. O mesmo acontece no trabalho de Castro et al (1985), onde após a pulverização foliar de ethephon em soqueiras de cana-de-açúcar foi observado uma diminuição na altura das plantas nas doses de 1; 2,1 e 4,2 ml/L 20 dias após o plantio. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Caracterização do local O experimento foi conduzido no Campus II da Faculdade de Engenharia – UNESP, Campus de Ilha Solteira, com latitude 20o 25’ S, longitude 51o 21’ W e altitude de 330m, no Município de Ilha Solteira – SP, a pleno sol (Figura 1), durante o período de 12 de novembro de 2020 a 5 de março de 2021. 20 Figura 1. Jardineiras dispostas sob sol pleno durante todo o experimento, localizada no Campus II da UNESP de Ilha Solteira. Foto tirada em 08/01/2021, Ilha Solteira, SP. Fonte: Próprio autor Segundo a classificação de Köppen, o clima da região é do tipo Aw, caracterizado por estação chuvosa no verão e seca no inverno, definido como tropical úmido. Durante a condução do experimento, a temperatura média foi de 26,83° C, com umidade relativa média de 78,08%, e precipitação média de 2,26mm (Figura 2). Figura 2. Médias mensais da precipitação pluvial (mm), temperatura média (ºC), umidade relativa do ar (%) e insolação (h/dia) obtidos no Canal CLIMA FEIS durante a condução do experimento. Ilha Solteira/SP, novembro de 2020 a março de 2021. 0 50 100 150 200 250 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 nov/20 dez/20 jan/21 fev/21 mar/21 Dados climáticos Temperatura (°C) Umidade relativa do ar (%) Insolação (h/dia) Chuva (mm) Fonte: Elaboração da própria autora. 21 3.2 Caracterização do Experimento Foi utilizada a cultivar de grama São Carlos Plus®, originária da empresa Ito Grass de Pereira Barreto – SP; esta foi implantadas em recipientes de plástico preto (jardineiras) com dimensões de 0,5x0,17m e 15cm de altura e com um volume de 0,012m³. As jardineiras foram preenchidas com mistura de solo+areia (2:1). O solo classificado como LATOSSOLO VERMELHO ESCURO Distrófico foi coletado em profundidade de 0,0 – 0,20 m e a areia utilizada foi do tipo grossa média e lavada. Foi realizado uma análise do solo e da mistura que foi utilizada, os dados constam na Tabela 1 e 2. Tabela 1. Análise química dos macronutrientes do solo e da mistura de solo utilizados no experimento, Ilha Solteira, SP, 2020. Fonte: Próprio autor. Tabela 2. Análise química dos micronutrientes do solo e da mistura de solo utilizados no experimento. Ilha Solteira, SP, 2020. Fonte: próprio autor. Os contêineres (jardineiras) foram irrigados manualmente até sua saturação e o manejo de daninhas foi realizado manualmente quando necessário. Tipo de solo P resina M.O pH K Ca Mg H+Al Al CTC SB V% mg/dm3 g/dm3 CaCl2 ------------------------ mmolc/dm3 -------------------- % Mistura de solo (2:1) 3 11 4,1 0,6 5 2 31 10 38,6 7,6 20 Solo 2 13 4,1 0,6 4 2 22 16 28,6 6,6 23 Tipo de solo S-SO4 B Cu Fe Mn Zn Ca/CTC Mg/CTC m ------------------------------ mg/dm3 ----------------------------------- ----------------- % ------------------ Mistura de solo (2:1) 2 0,14 0,9 30 10,8 0,4 13 5 57 Solo 3 0,12 1,1 16 10,9 0,2 14 7 71 22 3.3 Condução do experimento Os produtos utilizados foram Roundup® e Ethrel® 720 respectivamente com os princípios ativos Glifosato (360 g/L e.a) e Etefon (720 g/L e.a). As subdoses utilizadas foram obtidas através das porcentagens de 25%, 50% e 75% do e.a da menor dose recomendada pela bula de ambos os produtos. Não há recomendação de dose de Glifosato e Etefon para a grama São Carlos Plus®, sendo assim foi utilizado a menor dose recomendada pela bula de Glifosato para a grama batatais, sendo 4L/ha e a menor dose recomendada de Etefon para a cultura do arroz, sendo 330 ml/ha, ambos para volume de calda de 200 L/ha para determinar os valores de subdoses a serem aplicadas (Quadro 1). Quadro 1. Subdoses de Glifosato e Etefon aplicadas no experimento. Ilha Solteira, 2021. Roundup® (Glifosato 360 g/L e.a) Ethrel® 720 (Etefon 720 g/L e.a) Menor dose recomendada para grama batatais = 4L/ha Menor dose recomendada para a cultura do arroz = 330 ml/ha Subdoses:  0% do e.a - testemunha  25% do e.a - 360 g/ha  50% do e.a - 720 g/ha  75% do e.a - 1080 g/ha Subdoses:  0% do e.a - testemunha  25% do e.a - 61,20 g/ha  50% do e.a - 118 g/ha  75% do e.a - 196 g/há O experimento foi implantado no dia 12 de novembro de 2020, onde os tapetes da grama São Carlos Plus® foram recortados e transplantados para as jardineiras. Após o transplantio, no mesmo dia, a grama foi adubada com o fertilizante Forth Jardim®, sendo diluído 10g/L água, e aplicado 2L por jardineira. Os dados de formulação do Forth Jardim® constam da Tabela 4. As subdoses foram aplicadas 22 dias após a implantação, quando ambos produtos foram diluídos em 1L de água e aplicados manualmente em cada jardineira. Tabela 3. Dados da formulação do adubo Forth Jardim®, segundo o fabricante. N Ca B Fe P2O5* Mg Mo Cu K2O** S Mn Zn % 13,0 1,0 0,04 0,2 5,0 1,0 0,005 0,05 13,0 5,0 0,08 0,15 *Solúvel em CNA + água; ** Solúvel em água. 23 3.4 Avaliações As primeiras avaliações foram realizadas 22 dias após a implantação da grama, tempo suficiente para que os tapetes da grama fossem fixados ao solo e antes da aplicação dos produtos. Todas as avaliações foram realizadas em um intervalo médio de 30 dias sendo respectivamente nas datas de: 4 de dezembro de 2020 e 4 de janeiro, 3 de fevereiro e 5 de março de 2021. Sendo: Altura da planta (ALT): onde é medida manualmente através de uma régua, em três folhas adultas com três pontos diferentes da jardineira e depois realizado uma média. Índice de clorofila foliar (ICF): onde assim como a avaliação de altura, é medido a clorofila através de um clorofilômetro digital (AtLeaf).em três folhas em pontos diferentes da jardineira e depois realizado uma média. Massa fresca e seca das folhas (MF; MS): são coletadas todas as folhas com o uso de uma tesoura comum e colocadas em sacos de papel e pesados em uma balança de precisão, para determinar a massa fresca (MF). Posteriormente colocadas em estufa à 60°C e pesadas após 3 dias para obter a massa seca (MS). Análises de imagem: realizadas nas jardineiras após o corte, sendo utilizado smartphone e o programa Canopeo® e posteriormente determinando o índice de cobertura vegetal. Análise nutricional das folhas: realizada de acordo com metodologia descrita por Malavolta, Vitti e Oliveira (1997), determinando os macronutrientes e micronutrientes; foram realizadas duas análises, sendo elas: uma antes da aplicação dos produtos (0 DAA) e outra realizada no último mês de análise (90 DAA). 3.5 Análise estatística O experimento foi um delineamento inteiramente casualizado (DIC) tanto para a aplicação de Glifosato quanto para aplicação de Etefon, dispostos em esquema fatorial subdoses (0, 25%, 50% e 75%) por tempo (30, 60 e 90 DAA) para cada produto, com 8 tratamentos e 3 repetições, totalizando 24 jardineiras. Os resultados foram submetidos à análise de variância e Teste de Tukey a 5% de probabilidade e ao teste de Coeficiente de Correlação de Pearson a 5% de probabilidade, utilizando-se programa computacional Sistema para Análise de Variância - SISVAR (FERREIRA, 2019). 24 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na análise realizada 22 dias após a implantação (DAI) da grama (Tabela 4). É possível perceber que não existiu diferença estatística em nenhum atributo analisado. Tabela 4: Atributos analisados 22 dias após a implantação (0 DAA) e antes da aplicação das subdoses de Glifosato e Etefon na grama São Carlos Plus®. Ilha Solteira, 2021. Glifosato Aplic. (%) Altura (cm) Clorofila (%) Cob. Verde (%) MF (g/m²) MS (g/m²) 0 9,70 a 55,24 a 57,74 a 0,06 a 0,01 a 25 9,37 a 50,66 a 79,68 a 0,03 a 0,01 a 50 8,53 a 52,43 a 68,96 a 0,06 a 0,00 a 75 10,80 a 54,93 a 86,06 a 0,08 a 0,01 a DMS 5,41 8,63 60,36 0,08 0,01 CV (%) 21,55 6,19 31,56 49,72 55,94 F dose 0,63 0,34 0,49 0,26 0,88 Etefon Aplic. (%) Altura Clorofila Cob. Verde MF (g/m²) MS (g/m²) 0 10,83 a 51,40 a 63,71 a 0,06 a 0,00 a 25 10,96 a 53,97 a 89,74 a 0,08 a 0,01 a 50 11,06 a 55,15 a 87,50 a 0,06 a 0,01 a 75 12,13 a 55,43 a 63,71 a 0,08 a 0,01 a DMS 5,82 10,35 34,72 0,09 0,01 CV (%) 19,80 7,33 16,18 50,35 43,65 F dose 0,88 0,60 0,12 0,80 0,64 Essa análise foi realizada 22 dias após a implantação dos tapetes da grama São Carlos Plus® nas jardineiras, tempo suficiente para que a grama pudessem se adaptar ao substrato e se estabelecer nas jardineiras, antes da aplicação dos produtos. Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não se diferenciam entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. DMS – Diferença mínima significativa na coluna. Fonte: Próprio autor 25 A altura da planta desejada para a grama São Carlos é em torno de 5 a 7cm (FLORAGEM GRAMA, 2017), portanto a altura apresentada na Tabela 1, está acima do citado, onde foi possível concluir que o estabelecimento da grama foi bem-sucedido, sendo preciso realizar a primeira poda. Em relação ao teor de clorofila, ele tem relação direta com o teor de N nas plantas, que quando mantido em níveis adequados e desejados, promovem maior vigor, qualidade visual e maior poder de recuperação de injúrias (BOWMAN, et al. 2002). Além de que a planta com alto teor de clorofila consegue atingir taxas fotossintéticas mais altas (CHAPPELLE & KIM, 1992). Portanto, quanto maior o índice de clorofila, melhor para o desenvolvimento geral da planta. 4.1 Altura da planta Não houve diferença entre as subdoses aplicadas de cada produto (Tabela 5), porém houve de cada dose dentro do tempo (30, 60 e 90 DAA). Em relação as aplicações de Glifosato, todas as subdoses aplicadas reduziram a altura da planta ao decorrer do tempo, ocorrendo o mesmo para a testemunha. A subdose de 1080 g/ha (75% do e.a) reduziu cerca de 7,4 cm da primeira análise (30 DAA) para a última análise (90 DAA). E as outras subdoses aplicadas de 360 e 720 g/ha (25 e 50% do e.a) reduziram respectivamente 4,46 e 6,27cm de altura da grama. Apesar de não haver aplicação de Glifosato na testemunha (0% do e.a), a altura também foi reduzida ao longo do tempo, podendo ser um resultado da falta de espaço para o desenvolvimento radicular, além também de poder ser uma consequência do corte das folhas durante as podas. Nas aplicações de Etefon, as subdoses aplicadas apresentaram um comportamento semelhante ás aplicações de Glifosato, onde todas as subdoses, incluindo a testemunha reduziram a altura ao longo do tempo, sendo a maior subdose aplicada de 75% do e.a (196 g/ha) com destaque, com 7,3cm da primeira análise (30 DAA) até a última análise (90 DAA). As subdoses de 61,2 e 118 g/ha (25 e 50% do e.a) reduziram respectivamente 5,3 e 6,4 cm de altura da grama em comparação da primeira análise (30 DAA) à última (90 DAA). 26 Tabela 5: Altura da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das subdoses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021. Altura (cm) Glifosato Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 10,63 aA 7,50 aB 4,36 aC 25 9,70 aA 6,16 aB 3,96 aB 50 9,16 aA 6,80 aB 4,70 aB 75 11,33 aA 7,06 aB 3,90 aC DMS1 2,54 DMS2 2,30 CV (%) 15,91 F tempo x dose 0,46 ns Etefon Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 9,20 aA 6,63 aAB 4,90 aC 25 10,30 aA 6,46 aB 4,96 aB 50 10,90 aA 6,50 aB 4,50 aB 75 11,06 aA 7,03 aB 3,76 aC DMS1 3,09 DMS2 2,80 CV (%) 19,12 F tempo x dose 0,59 ns Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não se diferenciam entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. DMS1 – Diferença mínima significativa na coluna. DMS2 – Diferença mínima significativa na linha. Fonte: Próprio autor Segundo o trabalho realizado por Dias et al. (2019) doses de glifosato iguais ou superiores a 45 g/ha de e.a para grama Batatais (Paspalum notatum) e doses iguais ou superiores a 180 g/ha de e.a para grama São Carlos (Axonopus compressus) diminuíram a altura da planta, confirmando com os resultados deste trabalho, que apesar de não haver diferença estatística entre as subdoses aplicadas, todas as aplicações correspondem as subdoses maiores que 180 g/ha, mas principalmente a aplicação de 25% do e.a (360g/ha) 27 a menor subdose, reduziu a altura em todas as análises, sendo 30 DAA, 60 DAA e 90 DAA. Leite, Correia e Braz (2010) verificaram uma redução de crescimento em grama batatais (Paspalum notatum) de 26,19% quando aplicado 216 g/ha do e.a do Glifosato em relação a testemunha 31 DAA. No presente trabalho, em 30 DAA a subdose de 720 g/ha (50% do e.a) de Glifosato reduziu a altura em apenas 13,83% em relação a testemunha. Dinalli et al (2015) também destacou o Glifosato como agente no controle de crescimento em grama esmeralda (Zoysia japonica) reduzindo 20,5% da altura da folha em relação a testemunha com 30 DAA. E também com a aplicação do mesmo herbicida (600 g/ha do i.a) reduziu 22,0% a altura da grama centípede (Eremochloa ophiuroides), em relação a testemunha em 28 DAA (FRY, 1991). Em 30 DAA a aplicação de Etefon com CEPA 900 e 1000 mg/L retardaram a altura das plantas de cana-de-açúcar e o mesmo ocorreu aos 45 DAA (MENDES, 2010). Os mesmos resultados foram observados no trabalho realizado por Castro et al. (1985) que após a pulverização foliar de Etefon em soqueiras de cana-de-açúcar foi observado uma diminuição na altura das plantas. Esses resultados são opostos aos dos presentes neste trabalho, que aos 30 DAA, todas as subdoses de Etefon aumentaram a altura da grama São Carlos Plus® em relação a testemunha. Por outro lado, em trabalho de Felisberto (2015) as subdoses de até 57,02 g i.a/ha de Etefon não conseguiram diminuir a altura das plantas de milho. Isso pode ter ocorrido, devido ao fato do Etefon ser um fitorregulador que libera etileno quando entra em contato com a planta, ou seja, as plantas podem ter metabolizado as subdoses do maturador. Corroborando com os resultados apresentados neste trabalho, que apesar de visualmente terem sido reduzidos alguns valores de altura em algumas aplicações, não foi o suficiente para diferir estatisticamente entre as subdoses aplicadas e a testemunha em nenhuma das análises. Existe um efeito chamado de “efeito hormese”, é quando o herbicida utilizado estimula o desenvolvimento da planta (SILVA et al. 2012), o que pode ter ocorrido com a aplicação de ambos produtos, sendo as subdoses 1080 e 360 g/ha (75% e 25% do e.a) de Glifosato que aumentaram a altura em relação a testemunha respectivamente em 30 e 90 DAA. Seguindo a mesma linha de raciocínio, o mesmo efeito pode ter ocorrido com as subdoses de Etefon, principalmente em 30 DAA, onde todas as aplicações aumentaram a altura em relação a testemunha. 28 A redução da altura decorrente a aplicação do herbicida pode ser explicada pelo aumento da atividade da fenilalanina amônia (PAL) que atua diminuindo a quantidade de fenilalanina livre e supostamente de tirosina, assim consequentemente inibindo a síntese de proteína. Também através da produção em níveis considerados tóxicos de amônia e/ou no aumento dos compostos fenólicos, que causam a inibição de crescimento (DUKE; HOAGLAND; ELMORE, 1980). O etileno causa a inibição do crescimento por conta da divisão e alongamento celular, onde a inibição é mais rápida em caules e raízes, sendo reversível (KERBAUY, 2008). Provavelmente a concentração de Etefon utilizada para C. estrellensis não foi o suficiente para estimular a produção de etileno endógeno, e com isso, não houve a inibição do crescimento (ORO et al. 2012). Sendo uma possível explicação para o efeito da aplicação dos herbicidas neste trabalho, na qual, não houve a inibição do crescimento estatisticamente. É desejável que se tenha uma altura menor, pois as plantas apresentam maior vigor e com a menor altura, conseguem ser mais resistentes e são mais propicias a sofrerem menos injúrias (STRASSBURGER et al. 2010). Nas Figura 3 e 4 é possível observar com maior clareza o comportamento de ambos produtos, onde todas as subdoses aplicadas incluindo a testemunha, diminuíram a altura ao decorrer do tempo. O que pode ser explicado não somente pelo efeito residual dos herbicidas, mas também por outros fatores que influenciam no desenvolvimento do gramado. 0 2 4 6 8 10 12 14 0 30 60 90 A lt u ra ( c m ) Dias após a aplicação (DAA) Glifosato 0 25 50 75 0 2 4 6 8 10 12 14 0 30 60 90 A lt u ra ( c m ) Dias após a aplicação (DAA) Etefon 0 25 50 75 Figura 3. Altura da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Glifosato (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. Figura 4. Altura da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Etefon (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. Fonte: Elaboração da própria autora. Fonte: Elaboração da própria autora. 29 4.2 Índice de clorofila foliar (ICF) Não houve diferença estatística entre as subdoses aplicadas de cada produto (Tabela 6), porém sim de cada dose dentro do tempo (30, 60 e 90 DAA). Tabela 6: Índice de Clorofila da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das subdoses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021. Índice de Clorofila (%) Glifosato Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 45,66 aA 36,36 aB 36,03 aB 25 43,83 aA 35,03 aB 34,26 aB 50 44,30 aA 36,13 aB 35,96 aB 75 47,50 aA 34,06 aB 35,43 aB DMS1 5,41 DMS2 4,90 CV (%) 6,21 F tempo x dose 0,59 ns Etefon Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 45,73 aA 35,70 aB 36,63 aB 25 44,50 aA 36,00 aB 35,16 aB 50 45,00 aA 34,86 aB 36,36 aB 75 47,53 aA 36,03 aB 36,43 aB DMS1 4,91 DMS2 4,44 CV (%) 5,56 F tempo x dose 0,88 ns Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não se diferenciam entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. DMS1 – Diferença mínima significativa na coluna. DMS2 – Diferença mínima significativa na linha. Fonte: Próprio autor 30 Todas as subdoses de Glifosato reduziram o índice de clorofila ao decorrer do tempo, diferindo estatisticamente a primeira análise (30 DAA) das duas últimas (60 e 90 DAA). Assim como no atributo de altura, a subdose que teve maior índice de redução foi a maior subdose (1080 g/ha), reduzindo cerca de 12% de 30 DAA para 90 DAA. Porém é possível observar que as reduções significativas foram apenas a partir da segunda análise (60 DAA), dela para a última análise os índices não reduziram significativamente e manterem-se constante (Tabela 6). A mesma situação aconteceu com as subdoses de Etefon, onde a maior subdose aplicada 196 g/ha (75% do e.a) apresentou a maior redução do índice de clorofila, com 11% reduzidos comparando a primeira análise (30 DAA) até a última análise (90 DAA) (Tabela 6). Uma condição para que o uso de herbicidas como reguladores de crescimento tenha sucesso é não deixar afetar o índice de clorofila da grama, pois afetará o fator estético (GAZOLA et al. 2016). Gazola (2017) observou que houve uma redução do ICF com o aumento das doses de Glifosato, reduzindo porcentagens de: 12; 7,2; 13 e 9,5%. Corroborando com o presente trabalho, na qual em todas as análises (30 DAA, 60 DAA e 90 DAA) todas subdoses de Glifosato (360, 720 e 1080 g/ha) reduziram o índice de clorofila em relação a testemunha, com exceção da subdose 1080 g/ha que em 30 DAA aumentou o índice de clorofila em relação a testemunha e as outras subdoses aplicadas. De acordo com Barbosa et al. (2017) a dosagem de 272 g/ha do e.a de Glifosato, apresentou queda nos teores de clorofila a e b da grama batatais (Paspalum notatum). Por outro lado, Gazola (2017) observou em seu trabalho realizado com as mesmas subdoses de Glifosato em grama esmeralda, que não houve influência do herbicida nos resultados de clorofila a e b do gramado. Corroborando com os resultados do presente trabalho, que não apresentou diferença mínima estatística entre as subdoses aplicadas de Glifosato em relação a testemunha em nenhuma das análises realizadas (30, 60 e 90 DAA). A redução do ICF com a aplicação do herbicida pode ser explicada com a inibição da formação de clorofila através da ação do herbicida na planta (COLE; CASELEY; DODGE, 1983), que tem efeito na síntese de clorofila (YAMADA; CASTRO, 2007). Também é importante lembrar que, o herbicida Glifosato inibe a enzima EPSPs que é codificada no núcleo celular e desempenha um papel de catalisação no cloroplasto (MOREIRA; CHRISTOFFOLETI, 2008). Segundo Tamanaha, Shimizu e Arditti (1979) a aplicação de 5 ppm de Etefon aumentou o teor de clorofila na cultura da orquídea. Esses resultados podem explicar o 31 motivo de apesar de não haver diferença estatística entre as subdoses de Etefon aplicadas para índice de clorofila, observando apenas os valores, em 30 DAA a subdose de 196 g/ha (75% do e.a) aumentou o índice de clorofila em relação a testemunha e em 90 DAA as subdoses 61,2 g/ha (25% do e.a) e 196 g/ha (75% do e.a) também aumentaram o índice de clorofila em relação a testemunha. Segundo Santos e Castilho (2015), a quantidade de N absorvida pelas plantas está relacionada indiretamente pelo teor de clorofila nas folhas. Sendo importante ressaltar, que o N é o nutriente requerido em maior quantidade pelas plantas no geral, e principalmente pelas gramas, trazendo qualidade visual, vigor e auxilio na recuperação de injúrias (GAZOLA, 2017). Nas Figura 5 e 6 é possível observar que as subdoses de ambos produtos realmente apresentam pouca diferença entre si, mas que ao longo do tempo todas elas diminuíram igualmente, como é possível comparar a primeira análise 0 DAA (antes da aplicação dos produtos) à última análise em 90 DAA. Fonte: elaboração de própria autora. 0 10 20 30 40 50 60 0 30 60 90 55,24 45,66 36,36 36,03 50,66 43,83 35,03 34,26 52,43 44,3 36,13 35,96 54,93 47,5 34,06 35,43 Ín d ic e d e cl o ro fi la f o lia r (% ) Dias após a aplicação (DAA) Glifosato 0 25 50 75 Figura 5. Índice de clorofila foliar da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Glifosato (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. 32 4.3 Índice de cobertura vegetal (ICV) Na Tabela 7, é possível observar que não houve diferença estatística entre as subdoses de ambos produtos. Porém em relação as subdoses de Glifosato, a maior subdose aplicada, sendo 1080 g/ha (75% do e.a), apresentou uma diferença estatística ao decorrer do tempo, onde houve uma redução do ICV da segunda análise (60 DAA) para a última (90 DAA). Comparando 30 DAA à 90 DAA, houve uma redução de cerca de 40,23% do índice com a aplicação da maior subdose. Nas aplicações de Etefon, todas as subdoses apresentaram diferença estatística ao decorrer do tempo, principalmente de 90 DAA em relação as outras análises (30 e 60 DAA). Porém a subdose que menos reduziu o ICV foi a maior, de 196g/ha (75% do e.a) e a que reduziu em maior porcentagem, foi a menor subdose 61,5g/ha (25% do e.a). Segundo trabalho de Begueline et al. (2021) a taxa de cobertura da grama bermuda foi decaindo linearmente conforme as subdoses de Glifosato foram aumentando em 35 DAP. Porém aos 52 DAP, a taxa de cobertura aumentou conforme o aumento das subdoses, comportamento oposto relacionado aos 35 DAP. Isso pode estar relacionado com a baixa exportação de nitrogênio através da folha aos tratamentos com subdoses de Glifosato, porém a densidade e as reservas de nutrientes podem aumentar com o uso de fitorreguladores, o que pode explicar o aumento da taxa de cobertura aos 52 DAP com as maiores doses de glifosato (RODRIGUES et al. 2004). Os resultados deste trabalho 0 10 20 30 40 50 60 0 30 60 90 51,4 45,73 35,7 36,63 53,97 44,5 36 35,16 55,15 45 34,86 36,36 55,43 47,53 36,03 36,43 Ín d ic e d e cl o ro fi la f o lia r (% ) Dias após a aplicação (DAA) Etefon 0 25 50 75 Fonte: elaboração de própria autora. Figura 6. Índice de clorofila foliar da grama São Carlos Plus® subdoses de Etefon (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. 33 corroboraram em partes, pois observando as diferentes subdoses em cada análise, aos 30 DAA apenas a subdose de 720 g/ha (75% do e.a) apresentou uma redução da taxa em relação a testemunha, as outras subdoses aumentaram a taxa de cobertura. Porém aos 60 e 90 DAA, todas as subdoses aumentaram a taxa de cobertura em relação a testemunha. Tabela 7: Índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das sub-doses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021. Cobertura vegetal (%) Glifosato Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 73,43 aA 64,70 aAB 36,60 aB 25 76,30 aA 70,10 aA 48,66 aA 50 62,86 aA 64,76 aA 47,10 aA 75 78,26 aA 69,66 aA 38,03 aB DMS1 31,11 DMS2 28,17 CV (%) 22,69 F tempo x dose 0,81 ns Etefon Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 64,10 aA 54,93 aA 37,70 aA 25 79,23 aA 74,03 aA 41,53 aB 50 69,73 aA 72,56 aA 33,50 aB 75 73,30 aA 74,93 aA 40,86 aB DMS1 32,18 DMS2 29,13 CV (%) 23,93 F tempo x dose 0,89 ns Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não se diferenciam entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. DMS1 – Diferença mínima significativa na coluna. DMS2 – Diferença mínima significativa na linha. Fonte: Próprio autor 34 O corte é um dos fatores que mais afetam a aparência de um gramado; cortes descontínuos podem remover grande parte da área foliar, causando um choque fisiológico e consequentemente ocasionando o aparecimento de áreas branqueadas sem folhas, ou folhas opacas. Isso diminuirá sua capacidade fotossintética e capacidade de absorção de nutrientes da planta, diminuindo as reservas do sistema radicular, deixando a planta suscetível a doenças e ataque de insetos (GREEN GRASS, 2013). Isso podendo ser um dos fatores que fizeram com que ao decorrer do tempo, o índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® fosse reduzido (Figura 7 e 8), como é possível observar nas Figuras 7 e 8, onde os valores de ICV foram inferiores em 90 DAA, comparado as primeiras análises, tanto com as aplicações de Etefon, quanto com as aplicações de Glifosato, dando indícios de que as aplicações não influenciaram ao decorrer do tempo assim como em cada análise realizada. Fonte: elaboração de própria autora. 0 20 40 60 80 100 0 30 60 90 57,74 73,43 64,7 36,6 79,68 79,23 70,1 48,66 68,96 62,86 64,76 47,1 86,06 78,26 69,66 40,86 Ín d ic e d e co b er tu ra v eg et al ( % ) Dias após a aplicação (DAA) Glifosato 0 25 50 75 Figura 7. Índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® das diferentes subdoses de Glifosato (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. 35 O solo exposto como consequência da redução da cobertura vegetal, é o principal fator para o desencadeamento dos processos erosivos (BERTONI E LOMBARDI NETO, 1999). A cobertura vegetal como proteção do solo vem sendo reconhecida cada vez mais, sua presença é capaz de diminuir graves consequências dos processos erosivos, evitando grandes rupturas no solo (MUD SLIDES, 2011). A partir disso, é importante ter o conhecimento de que o desejável é que se tenha o maior índice de cobertura vegetal possível, para não haja a presença de solo exposto, e assim intensificar os processos erosivos nos taludes. Fato que não acontece neste presente trabalho pois apesar das subdoses não se diferirem entre si, ao decorrer do tempo, o ICV foi reduzido de análise para análise (Figuras 9 e 10). A cor branca representa a presença de vegetação e a cor preta representa solo nu (exposto), ou seja, é possível observar nas imagens abaixo em ambas aplicações (Etefon e Glifosato) que a presença de solo exposto aos 90 DAA é maior do que nas primeiras análises, principalmente em relação a 0 DAA. 0 20 40 60 80 100 0 30 60 90 63,71 64,1 54,93 37,7 89,74 76,3 74,03 41,53 87,5 69,73 72,56 33,5 87,16 73,3 74,93 38,03 Ín d ic e d e co b er tu ra v eg et al % ) Dias após a aplicação (DAA) Etefon 0 25 50 75 Figura 8. Índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Etefon (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. Fonte: elaboração de própria autora. 36 Figura 10. Imagens do índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Etefon (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise, através da análise de imagem obtida pelo programa Canopeo®. Ilha Solteira, 2021. Figura 9. Imagens do índice de cobertura vegetal da grama São Carlos Plus® nas diferentes subdoses de Glifosato (0, 25, 50 e 75% do e.a) ao decorrer do tempo de análise, através da análise de imagem obtida pelo programa Canopeo®. Ilha Solteira, 2021. Fonte: elaboração de própria autora. Fonte: elaboração de própria autora. 37 4.4 Massa fresca (MF) e massa seca (MS) de folhas de grama São Carlos PLUS ® Na Tabela 8, é possível observar que não houve diferença estatística entre as subdoses aplicadas de Glifosato, porém houve diferença no decorrer do tempo, onde a massa fresca reduziu drasticamente com todas as subdoses incluindo a testemunha, aos 60 e 90 DAA comparado aos 30 DAA. Nas aplicações de Etefon, houve diferença estatística entre as subdoses aplicadas em 30 DAA, onde todas as subdoses aumentaram a massa fresca em relação a testemunha, principalmente a maior subdose aplicada de 196 g/ha (75% do e.a) que aumentou cerca de 792 g/m² de massa fresca em relação a testemunha. Em 60 e 90 DAA, não houve diferença estatística entre as subdoses. Porém, é possível observar que houve uma redução drástica da massa fresca em todas as aplicações ao longo do tempo de análise, diferindo estatisticamente a massa fresca aos 30 DAA das últimas análises 60 e 90 DAA. Segundo Akhavein (1971), a aplicação do Etefon inibiu o alongamento dos brotos, assim diminuindo a média de altura por broto em Agropyron repens L. (Beauv. ) que é uma espécie de quackgrass, além de ter reduzido também mesmo que ligeiramente, a massa fresca da folhas. Assim como no presente trabalho, que a aplicação de Etefon diminuiu a altura ao longo do tempo, e também a massa fresca e seca das folhas. No trabalho de Varga, Sum, Paragi. (1981) a massa fresca de uma “mistura de grama” onde estava presente espécies como Agrostis alba, Lolium perenne, Poa pratensis, Festuca rubra reduziu de peso conforme houve aumento das concentrações de Etefon, diferindo dos resultados presentes no trabalho, na qual em todas as análises (30, 60 e 90 DAA) todas as subdoses de Etefon aumentou a MF em relação a testemunha, principalmente a maior dose aplicada 196 g/ha. Silva, Souza e May (2016) observaram que a massa fresca do colmo de sorgo reduziu com a aplicação das doses de 1904 e 2132 g/ha do e.a, de Glifosato e com doses mais elevadas houve um aumento da massa fresca do colmo. Corroborando com os resultados deste trabalho, onde a maior sub-doses aplicadas sendo 1080 g/ha (75% do e.a) foi a que apresentou reduções da MF em todas as análises. 38 Tabela 8: Massa fresca das folhas da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das subdoses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021. Massa fresca (g/m²) Glifosato Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 955 aA 171 aB 38 aB 25 1.010 aA 113 aB 58 aB 50 1.240 aA 121 aB 36 aB 75 880 aA 112 aB 43 aB DMS1 438 DMS2 484 CV (%) 53,83 F tempo x dose 0,75 ns Etefon Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 667 bA 84 aB 30 aB 25 1.027 abA 144 aB 60 aB 50 1.138 abA 116 aB 45 aB 75 1.459 aA 155 aB 58 aB DMS1 447 DMS2 494 CV (%) 52,82 F tempo x dose 0,11 ns Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não se diferenciam entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. DMS1 – Diferença mínima significativa na coluna. DMS2 – Diferença mínima significativa na linha. Fonte: Próprio autor Segundo o trabalho realizado por Silva, Souza e May (2016) houve uma queda da massa fresca ao longo do tempo na cultura do sorgo biomassa (Sorghum bicolor L) e 5 doses de glifosato (0, 720, 1.440, 2.160 e 2.880 g do ingrediente ativo/ha). Essa redução observada pode ser explicada pelo consumo de reservas da planta com o passar do tempo de aplicação das doses de Glifosato, após o florescimento a taxa de fotossíntese é reduzida com a senescência natural das folhas do sorgo. O mesmo pode ser observado na Figura 39 11, onde é possível verificar que ao longo do tempo de análise, o peso da MF foi reduzindo, comparando a última análise em 90 DAA com as primeiras (30 e 60 DAA). Porém ocorreu o mesmo com as subdoses de Etefon, na qual o peso de MF foi reduzido ao longo do tempo, principalmente aos 60 e 90 DAA, as últimas análises, incluindo a testemunha (Figura 12). É possível observar também que assim como os atributos de altura (Tabela 5), ICF (Tabela 6) e ICV (Tabela 7), a MF também foi reduzida ao longo do tempo, que pode ser explicado por uma possível relação entre esses atributos. O índice de clorofila indica a saúde da planta, pois a mesma utiliza da clorofila para realizar a fotossíntese, processo que gera energia para que a planta possa realizar todo o seu desenvolvimento, então é possível supor que com um baixo índice de clorofila, haverá uma baixa taxa fotossintética, diminuindo a energia disponível para a planta conseguir crescer e principalmente produzir matéria fresca, que diminuirá o ICV. Na Tabela 9, é possível observar que não houve diferença entre as subdoses aplicadas de Glifosato em nenhuma das análises, porém ocorreu nas doses, inclusive na testemunha, ao decorrer do tempo. Todas as subdoses aplicadas obtiveram uma massa seca menor em 30 DAA do que em 60 DAA, onde houve um aumento. Porém, houve uma redução significativa da massa seca em 90 DAA comparado as primeiras análises (30 e 90 DAA). A subdose de 0 500 1000 1500 2000 0 30 60 90 M as sa f re sc a (g /m ²) Dias após a aplicação (DAA) Etefon 0 25 50 75 0 500 1000 1500 0 30 60 90 M as sa f re sc a (g /m ²) Dias após a aplicação (DAA) Glifosato 0 25 50 75 Figura 12. Massa fresca das folhas da grama São Carlos Plus® nas subdoses de Etefon ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. Figura 11. Massa fresca das folhas da grama São Carlos Plus® nas subdoses de Glifosato ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. Fonte: elaboração de própria autora. Fonte: elaboração de própria autora. 40 720 g/ha (50% do e.a) de Glifosato foi a que mais reduziu a massa seca das folhas, com uma redução de 200 g/m² de 30 DAA à 90 DAA. Já nas aplicações de Etefon, houve diferença estatística entre as subdoses aplicadas em 30 DAA, onde todas as subdoses aumentaram a massa seca em relação a testemunha, principalmente a maior subdose aplicada de 196 g/ha (75% do e.a), aumentando cerca de 170 g/m² de massa seca em relação a testemunha. Aos 60 DAA, também houve diferença estatística, onde todas as subdoses aplicadas também aumentaram a massa seca, principalmente a maior subdose novamente, aumentando cerca de 265 g/m² da massa seca em relação a testemunha. Em 90 DAA, não houve diferença estatística entre as subdoses aplicadas. Também houve diferença estatística das subdoses de Etefon em relação ao tempo, onde todas as subdoses aplicadas reduziram a massa seca comparando a primeira análise em 30 DAA com a última análise em 90 DAA, incluindo a testemunha. Porém é importante ressaltar que em relação a primeira análise em 30 DAA com a segunda em 60 DAA, a massa seca aumentou com todas as subdoses, após a segunda análise que houve uma redução (Tabela 8). De acordo com o trabalho de Manjunatha et al. (2005) realizado com cana-de- açúcar, a aplicação de 100 mg/L de Etefon após 2 meses incrementou a massa fresca e seca da parte aérea em todas as variedades avaliadas. Naufel et al. (2008) também verificaram que com a aplicação de 0,5 L/ha de Etefon em toledes de cana, incrementou a massa fresca e seca da parte aérea em duas avaliações em 62 e 122 DAP. Esses dados corroboram com os resultados do trabalho, que foi possível observar que todas as sub- doses aplicadas de Etefon aumentaram a MS em relação com a testemunha, em todas as análises realizadas, principalmente a maior dose aplicada de 196 g/ha que apresentou os maiores valores de MS em todas as análises. Por outro lado, Campos et al. (2010) verificaram que com a aplicação de Etefon houve uma redução da massa seca da parte aérea em plantas de Gladiolus communis L. Segundo Gazola (2017) houve diferença estatística entre os valores de matéria seca em relação a testemunha, na grama esmeralda com a aplicação do Glifosato. O mesmo autor constatou uma redução linear da matéria seca foliar da grama esmeralda conforme o aumento das doses de Glifosato, principalmente na aplicação da maior dose (600 g/ha do i.a). Corroborando com os resultados do presente trabalho, onde a maior dose aplicada de Glifosato sendo 1080 g/ha (75% do e.a) foi a única subdose que conseguiu reduzir a MS em todas as análises realizadas. 41 Tabela 9: Massa seca das folhas da grama São Carlos Plus® durante os meses de análises após a aplicação das subdoses de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021. Massa seca (g/m²) Glifosato Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 220 aB 611 aA 137 aB 25 255 aAB 388 aB 146 aA 50 295 aAB 408 aB 95 aA 75 155 aB 388 aA 117 aB DMS1 218 DMS2 241 CV (%) 39,97 F tempo x dose 0,26 ns Etefon Aplicação (%) 30 DAA 60 DAA 90 DAA 0 161 aAB 277 aA 84 aB 25 277 aB 504 bA 145 aB 50 279 aAB 402 abA 124 aB 75 331 aB 542 bA 151 aC DMS1 173 DMS2 191 CV (%) 31,53 F tempo x dose 0,37 ns Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não se diferenciam entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. DMS1 – Diferença mínima significativa na coluna. DMS2 – Diferença mínima significativa na linha. Fonte: Próprio autor . Leite, Correia e Braz (2010) também constataram uma redução na massa seca da grama batatais aos 71 DAA com aplicação da dose de 216 g/ha do e.a de Glifosato, reduzindo cerca de 18,7% em relação a testemunha. Apresentando resultados semelhantes, onde a subdose aplicada mais próxima foi 360 g/ha que apresentou uma redução de 26,83% da MS em relação a testemunha aos 60 DAA. 42 A redução da massa seca foliar da grama esmeralda pode ser explicada pelo mecanismo de ação do herbicida Glifosato (FERREIRA; SILVA; FERREIRA, 2005; YAMADA; CASTRO, 2007; VELINI et al. 2009a; ZOBIOLE et al. 2011; OLIVEIRA JUNIOR, 2011; TAIZ; ZEIGER, 2013), que atua na via chiquimato, onde é realizado a formação dos compostos fenólicos, que representam cerca de 35% da biomassa vegetal (BOUDET; GRAZIANA; RANJEVA, 1985; KRUSE; MICHELANGELO; VIDAL, 2000; FURLANI JUNIOR et al. 2009). Assim como também pode explicar a redução da MF relacionada com as sub-doses aplicadas de Glifosato no presente trabalho. Não é desejado um valor muito alto de massa seca para gramados, pois ela acaba aumentando a necessidade de cortes para manutenção (AMARAL; CASTILHO, 2012). Com isso, aumentando os gastos com as máquinas, combustível e operadores (OLIVEIRA et al. 2015). No caso das rodovias, é preciso realizar cerca de nove cortes ao ano, para diminuir os riscos de incêndios, pois com muito acúmulo de matéria seca o perigo de incêndio é maior (AFFONSO; FREITAS, 2003; CHAER, 2015). Vale ressaltar também que em grama São Carlos (Axonopus affinis e Axonopus compressus) há dificuldade de escoamento da matéria seca segundo estudo realizado por Dourado e Silva (2011). Apesar de não ter diferido estatisticamente entre as subdoses, os valores de MS diminuíram ao longo do tempo, comparando a última análise em 90 DAA com as primeiras análises (Figura 13). Essa redução pode estar relacionada com o mecanismo de ação do herbicida Glifosato, que diminui a formação dos compostos fenólicos, que representam até 35% de massa seca (Kruse et al. 2000). Porém as subdoses de Etefon (Figura 14) também diminuíram ao longo do tempo, incluindo a testemunha. Essa diminuição é importante, juntamente com a altura e taxa de crescimento da planta, pois está diretamente relacionada com a necessidade de corte (Godoy et al, 2012). O efeito da aplicação dos herbicidas como regulares de crescimento podem variar de acordo com a dose aplicada, com a espécie de planta utilizada, número de aplicação, fatores edafoclimáticos e o tempo de aplicação (Dias et al. 2019). 43 4.5 Análise química foliar de grama São Carlos Plus® Na Tabela 10, estão presentes os dados da análise química foliar da grama São Carlos Plus® realizados antes da aplicação dos produtos para fins de comparação, e 90 DAA de Etefon e Glifosato. É possível observar que os valores da análise realizada antes da aplicação dos produtos estão bem mais altos na maioria dos nutrientes comparado com os valores da última análise em 90 DAA, principalmente o N, que apresenta mais do que o dobro da média dos valores em 90 DAA. Porém, seguindo a recomendação para a grama batatais de Van Raji et a. (1996), as concentrações ideais de N estão entre 12-22 g/kg, sendo assim, a primeira análise apresentando 33,16 g/kg está muito acima do que o recomendado. Enquanto que, em todas as aplicações de Glifosato o valor de N está abaixo de 12 g/kg, apresentando deficiência (Tabela 10). Esse fato pode ter influenciado também na redução do ICF (Tabela 6) ao longo das análises, principalmente aos 90 DAA. 0 100 200 300 400 500 0 30 60 90 M as sa s ec a (g /m ²) Dias após a aplicação (DAA) Etefon 0 25 50 75 0 100 200 300 400 500 0 30 60 90 M as sa s ec a (g /m ²) Dias após a aplicação (DAA) Glifosato 0 25 50 75 Figura 13. Massa seca das folhas da grama São Carlos Plus® nas subdoses de Glifosato ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. Figura 14. Massa seca das folhas da grama São Carlos Plus® nas subdoses de Etefon ao decorrer do tempo de análise. Ilha Solteira, 2021. Fonte: elaboração de própria autora. Fonte: elaboração de própria autora. 44 Tabela 10. Análise química foliar da grama São Carlos Plus® antes da aplicação dos produtos e 90 DAA de Glifosato e Etefon. Ilha Solteira, 2021. Fonte: própria autora. Segundo Santos e Castilho (2015), a quantidade de N absorvida pelas plantas está relacionada indiretamente pelo teor de clorofila nas folhas. Sendo importante ressaltar, que o N é o nutriente requerido em maior quantidade pelas plantas no geral, e principalmente pelas gramas, trazendo qualidade visual, vigor e auxilio na recuperação de injúrias (GAZOLA, 2017). A mesma autora confirmou em seu trabalho através dos resultados de ICF, a influência do N na coloração verde dos gramados, quanto maior as doses de N, mais intensa a coloração verde. Plantas com a coloração verde mais intensa têm maior capacidade de fotossíntese, pois a clorofila é a molécula responsável pela captação de energia luminosa da radiação solar (GODOY et al. 2012). Em relação ao P, seguindo os teores recomendados por Van Raji et al. (1996) para grama batatais, os valores adequados devem permanecer na faixa de 1,0-3,0 g/kg, sendo assim, todos os tratamentos apresentaram concentrações maiores do que o adequado. O fósforo (P) é fundamental no crescimento dos gramados, apesar de ser um dos macronutrientes menos exigidos pelas gramas. Possui função estrutural como o N, sendo componentes importantes de biomoléculas das plantas que fazem armazenamento e transferência de energia, importante para o desenvolvimento das raízes (JIMÉNEZ, 2008; GODOY et al. 2012). O Glifosato pode também induzir genes transportadores de P, consequentemente aumentando sua translocação dentro da planta (GODOY, 2007). Tratamento N P K Ca Mg S Cu Fe Mn Zn ------------------------------ g.kg-1 ---------------------- --------------- mg.kg-1 ----------- Tempo 0 DAA Sem aplicação 33,16 4,93 9,36 6,66 7,27 5,16 13 556 409 257 90 DAA Testemunha 11,69 3,65 12,87 2,84 6,44 1,90 13 1073 161 307 Glifosato 25% 10,43 3,67 8,85 4,78 6,84 1,89 16 562 594 303 Glifosato 50% 10,78 4,29 9,72 5,28 6,98 2,40 63 204 537 307 Glifosato 75% 11,69 3,39 10,78 4,71 6,94 1,86 15 332 523 307 Etefon 25% 12,67 3,87 10,03 2,90 6,28 1,86 16 582 219 307 Etefon 50% 12,74 4,54 8,81 2,56 6,20 3,27 17 434 175 300 Etefon 75% 11,76 3,70 12,79 2,84 6,55 1,52 14 1062 212 338 45 Os valores adequados seguindo o Van Raji et al. (1996) para a grama batatais de K estão em um intervalo de 12-25 g/kg, apenas a testemunha e o tratamento de 75% do e.a de Etefon se encontram dentro dessa faixa, todos os outros tratamentos apresentam uma deficiência do K. O potássio (K) tem atuação na fotossíntese, importante para a circulação dos produtos fotossintetizados, auxiliando no acúmulo de carboidratos nos órgãos de reserva, além de ser o segundo nutriente mais exigido pelas gramas. É essencial também na resistência das plantas a condições de estresse, como: frio, seca, temperaturas muito altas e pisoteio (JIMÉNEZ, 2008; GODOY et al. 2012) sendo umas das características essenciais para gramados. O K também auxilia no controle dos estômatos, conseguindo reduzir as perdas d’água e permitindo maior entrada de CO2 (GODOY; VILLAS BÔAS, 2003). Todos os tratamentos com Etefon e a testemunha apresentaram deficiência de Ca, enquanto que as aplicações de Glifosato e a primeira análise realizada antes da aplicação apresentaram valores maiores do que o recomendado, tendo em vista aos valores adequados de 3-6 g/kg segundo Van Raji et al. (1996), e somente a primeira análise apresentou concentração maior do que o desejável. O Ca é constituinte da parede celular, proporcionando rigidez e maior proteção ao tecido vegetal, influenciando diretamente no crescimento das plantas, pois está relacionado com o aumento de volume das células do tecido vegetal (GODOY et al. 2012). Sendo muito importante no desenvolvimento e crescimento das raízes em gramado (GODOY; VILLAS BÔAS, 2003). Todos os tratamentos, incluindo a testemunha e a primeira análise realizada antes da aplicação dos produtos, apresentaram teores muito superiores de Mg aos recomendados por Van Raji et al. (1996), numa faixa de 2-4 g/kg. Vale ressaltar a importância de manter a concentração de Mg foliar adequadas, pois é um nutriente que faz parte diretamente da molécula de clorofila, que é essencial para a fotossíntese das gramas, e é também um ativador de enzimas, acelerando diversas reações das plantas, como a síntese proteica (GODOY et al. 2012). Além disso, plantas com deficiência de Mg é sensível ao glifosato (Cakmak, 2007). Segundo trabalho realizado por Gazola (2017) houve um aumento linear de Mg nas folhas de grama esmeralda com a aplicação de doses de glifosato. Em relação ao S apenas o tratamento com 50% do e.a de Etefon e a primeira análise apresentaram teores superiores aos recomendados por Van Raji et al. (1996), os outros tratamentos estão na faixa recomendada de 0,8-2,5 g/kg. O S assim como o N, é constituinte de aminoácidos, proteínas, enzimas, coenzimas e vitaminas, além disso 46 também tem influência na coloração verde dos gramados e no crescimento das plantas (GODOY; VILLAS BÔAS, 2003; GODOY et al. 2012). Todos os tratamentos apresentaram teores muito superiores de Cu aos recomendados por Van Raji et al. (1996), principalmente o tratamento de 50% do e.a de Glifosato que apresentou uma concentração de 63 mg/kg enquanto que a faixa recomendada é de 4-12 mg/kg. O Cu tem efeito indireto na fixação de N, além de ser importante em processos como a fotossíntese, respiração, regulação hormonal e também auxilia na tolerância de doenças (MESCHEDE et al., 2009; GODOY et al. 2012). Segundo trabalho realizado por Gazola (2017) as concentrações foliares de Cu aumentaram conforme aumentou-se doses de Glifosato. Nas concentrações de Fe, apenas o tratamento de 50% do e.a Glifosato apresentou os valores entre a faixa recomendada por Van Raji et al. (1996), todos os tratamentos apresentaram teores muito superiores aos recomendados, que é de 50-250 mg/kg, com destaque para a testemunha e para o tratamento de 75% do e.a de Etefon que apresentaram teores maiores de 1000 mg/kg. O Fe constituinte do citocromos e ferro- proteínas envolvidas na fotossíntese e respiração das plantas (TAIZ; ZEIGER, 2013), atuando como catalisador da síntese de clorofila, o que consequentemente influencia na coloração verde do gramado, que é uma característica desejável para o fator estético (GODOY et al. 2012). Todos os tratamentos com Glifosato apresentaram teores elevados de Mn em relação aos valores recomendados por Van Raji et al. (1996), os outros tratamentos permaneceram na faixa desejada, que é de 40-250 mg/kg. O Mn também atua na fotossíntese e na assimilação de N, além de auxiliar na tolerância a doenças e na ativação de enzimas (GODOY et al. 2012). Segundo os teores de Zn recomendados por Van Raji et al. (1996), os teores apresentados na Tabela 10 estão exageradamente superiores, pois a faixa recomendada é de 20-50 mg/kg. A disponibilidade dos macros e micronutrientes nas plantas podem ser influenciados pela aplicação do herbicida Glifosato, porém há poucos estudos na literatura que comprovam essa influência na absorção dos nutrientes (EKER et al. 2006; MESCHEDE et al. 2009; RABELLO; MONNERAT; VASCONCELOS JÚNIOR, 2014). Segundo EKER et al. (2006) o Glifosato atua como antagonista na absorção, transporte e acúmulo de Ca, Mg, Mn e Fe, devido a formação de complexos que não são tão solúveis com estes cátions. Este fato pôde ser comprovado por Gazola (2017) que em seu trabalho 47 verificou que a concentração de Mn reduziu linearmente com as aplicações de Glifosato. De acordo com Damin e Trivelin (2011) o Glifosato é um herbicida que também modifica o N na planta. O Glifosato também pode atuar na inibição da formação do triptofano na planta, possivelmente influenciando na deficiência de alguns nutrientes (SANTOS et al. 2007), pois o triptofano é um percursor da biossíntese de AIA (YAMADA; CASTRO, 2007). E o Zn e o B atuam na ativação do AIA oxidase (MARSCHNER, 1995). Porém, na Tabela 11 é possível observar que não houve correlação significativa entre os valores de massa seca com aplicação de glifosato e a maioria dos nutrientes presentes na análise química foliar aos 90 DAA, com exceção do Zn, que apresentou correlação positiva. Já a MF com a aplicação das doses de Etefon, também não apresentou correlação significativa entre a maioria dos nutrientes, com exceção do Mn que houve correlação positiva com a MF. Tabela 11. Análise de correlação da massa fresca das folhas da grama São Carlos Plus® com aplicação de Glifosato e Etefon e dos nutrientes presentes na análise química foliar aos 90 DAA. Ilha Solteira, 2021. 5. CONCLUSÕES 6. CONCLUSAO Não houve diferença estatística entre as subdoses aplicadas de Glifosato no desenvolvimento da grama São Carlos Plus®, porém houve diferença estatística entre as subdoses de Etefon na massa fresca aos 30 DAA e na massa seca aos 60 DAA. Atributo N P K Ca Mg S Cu Fe Mn Zn ------------------------------ g.kg-1 ---------------------- --------------- mg.kg-1 ----------- Glifosato MF (massa fresca g/m²) 0.726ns 0.050ns 0.632ns 0.385ns 0.385ns 0.519ns 0.479ns 0.880ns 0.506ns 0.955* Etefon MF (massa fresca g/m²) 0.553ns 0.271ns 0.069ns 0.775ns 0.490ns 0.271ns 0.277ns 0.359ns 0.997* 0.516ns Médias submetidas ao teste de Coeficiente de correlação de Pearson a 5% de significância, valores acompanhados de ns não apresentam significância e valores acompanhados de * apresentam significância. Fonte: elaboração de própria autora. 48 REFERÊNCIAS ABELES, F. B.; MORGAN, P.W.; SALTVEIT JR, M. E. Ethylene in Plant Biology. 2.ed. São Diego: Academic Press, 1992. 414p. AFFONSO, C. H. A.; FREITAS, L. G. B. Implantação e manejo de gramíneas em estradas e rodovias. In: VILLAS BÔAS, R. L.; GODOY, L. J. G.; OLIVEIRA, M. V. A. M.; KAGI, F. Y.; KAWAHARADA, I. D.; SALES, M. R. P.; ARIGONI, P.; SOLER, S. R.; BRIZOLLA, T. F. (Org.). 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