EMILLE MARTINS DOS REIS DESTINO TURÍSTICO INTELIGENTE: O USO DE EIXOS E INDICADORES NA GESTÃO PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CURITIBA Rosana 2023 EMILLE MARTINS DOS REIS DESTINO TURÍSTICO INTELIGENTE: O USO DE EIXOS E INDICADORES NA GESTÃO PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CURITIBA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo da Faculdade de Engenharia e Ciências - Câmpus de Rosana, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Turismo. Orientadora: Profa. Dra. Simone Batista Mamede Rosana 2023 R375d Reis, Emille Martins dos Destino Turístico Inteligente : O uso de eixos e indicadores na gestão pública do município de Curitiba / Emille Martins dos Reis. -- Rosana, 2023 45 f. : il., tabs. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado - Turismo) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Engenharia e Ciências, Rosana Orientadora: Simone Batista Mamede 1. Cidades Inteligentes. 2. Destino Turístico Inteligente. 3. Eixos. 4. Indicadores. 5. Curitiba. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Faculdade de Engenharia e Ciências, Rosana. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. EMILLE MARTINS DOS REIS DESTINO TURÍSTICO INTELIGENTE: O USO DE EIXOS E INDICADORES NA GESTÃO PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CURITIBA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Turismo da Faculdade de Engenharia e Ciências - Câmpus de Rosana, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Turismo. Rosana, 29/11/2023. Componentes da Banca Examinadora: Presidente e Orientador: Prof.ª Dr ª Simone Mamede. UNESP - Faculdade de Engenharia e Ciências (Câmpus de Rosana). Membro Titular: Prof. Dr. José Francisco Resende da Silva UNESP - Faculdade de Engenharia e Ciências (Câmpus de Rosana). Membro Titular: Prof. Dr. Roberson da Rocha Buscioli. UNESP - Faculdade de Engenharia e Ciências (Câmpus de Rosana). AGRADECIMENTOS Primeiramente, obrigada a minha orientadora Simone, por ter aceitado essa aventura comigo, ter sido tão paciente e compreensível nessa reta final da graduação, obrigada mesmo por sua resiliência e empatia, provavelmente não estaria aqui se não fosse você, serei eternamente grata. Gostaria de agradecer imensamente a meus pais Sheilinha e Nil, por terem me dado a oportunidade de viver essa experiência que foi ir morar em Rosana, obrigada pelo apoio, amor e carinho. Agradeço a meus irmãos Allan e Nicolas por terem me apoiado e serem presentes em minha vida até de longe. Obrigada Repzona, Pri, Joice, Cae e Sarinha, por terem me acolhido tão bem quando cheguei. A minha pequena grande família República Convento, levarei para sempre em meu coração tudo que vivemos juntas, obrigada por serem minhas companheiras, confidentes, amigas e irmãs, juntas construímos bem mais que um cantinho para chamar de lar, Obrigada Dho, Aninha, Joycinha, Isa e Jessiquinha, compartilhar a vida com vocês não tem preço, amo vocês. Mesmo durante um período de pandemia, ainda tive a oportunidade de ter amigos leais e de bom coração, não é à toa que viramos os amigos do coração, não importava o quão difícil as coisas estavam ou ficariam, vocês me deram amor, carinho, apoio e até algumas broncas, obrigada por todas as histórias e vivências amo vocês Daimesinha, Pompom e Valão. Obrigada a cada um que passou em minha vida e aos que estiveram ao meu lado durante a graduação e principalmente os encontros e reencontros durante pandemia, Clarissa, Miss, Mimo, obrigada por tudo amigos, aos meus bixinhos Zero, London, Laranjinha, Anitta, Croped, Tommy e Namie, obrigada pela amizade leve e cheia de aventuras, vocês fecharam meu ano de 2021 cheio de amor. Obrigada a UNESP por ter me apresentado grandes amigos e pela oportunidade de viver essa experiência maravilhosa que foi morar e estudar em Rosana, me deu força, garra e muito orgulho por conseguir finalizar esse ciclo e finalmente me tornar Bacharel e Turismo. RESUMO Esta monografia apresenta uma análise se o uso de eixos e indicadores auxilia na gestão pública do município de Curitiba para se tornar um Destino Turístico Inteligente. De início são apresentados os principais conceitos sobre Smart Cities e apresentação dos eixos e indicadores que determinam um ranking de avaliação feito pela Urban System, onde é apresentado que Curitiba é a cidade mais inteligente do Brasil. Mais adiante serão mostradas as definições de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI) e quais os eixos e indicadores definidos pelo município de Curitiba no Mapa Estratégico Curitiba Destino Turístico Inteligente - Horizonte 2030. Em seguida é feito questionário para levantar sobre a compreensão do gestor e principal norteador do projeto. O trabalho tem como finalidade demonstrar que é possível utilizar do método de eixos e indicadores para que Curitiba se concretize um DTI, aplicando projetos e melhorias em pontos específicos de modo mais estruturado. Por fim, este trabalho apresenta os resultados obtidos com as análises, que atestam a viabilidade a partir do uso desse método, e as conclusões do autor. Palavras-chave: Smart Cities; Destino Turístico Inteligente; Eixos; Indicadores: Curitiba. RESUMEN Esta monografía analiza si el uso de ejes e indicadores ayuda a la gestión pública del municipio de Curitiba a convertirse en un Destino Turístico Inteligente. En primer lugar, se presentan los principales conceptos de Ciudades inteligentes, así como los ejes e indicadores que determinan un ranking de evaluación realizado por Urban System, que muestra que Curitiba es la ciudad más inteligente de Brasil. A continuación, se presentan las definiciones de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI) y los ejes e indicadores definidos por el municipio de Curitiba en el Mapa Estratégico Curitiba - Destino Turístico Inteligente - Horizonte 2030. A continuación, se realiza un cuestionario para conocer la comprensión del gestor sobre el principal principio rector del proyecto. El objetivo del trabajo es demostrar que es posible utilizar el método de ejes e indicadores para que Curitiba realice un DTI, aplicando proyectos y mejoras en puntos específicos de forma más estructurada. Por último, el trabajo presenta los resultados obtenidos a partir de los análisis, que atestiguan la viabilidad de la utilización de este método, así como las conclusiones del autor Palabras-claves: Ciudades inteligentes; Destino turístico inteligente; Ejes; Indicadores: Curitiba. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Indicadores ............................................................................................................... 22 Figura 2 - Eixos ........................................................................................................................ 23 Figura 3 - Ranking Geral do Connected Smart Cities 2022 ..................................................... 25 Figura 4 - Ranking de Curitiba ................................................................................................. 26 Figura 5 - Eixo de Empreendedorismo ..................................................................................... 26 Figura 6 -Eixos temáticos Paraná Turístico .............................................................................. 34 Figura 7 - Eixos estratégicos Curitiba DTI ............................................................................... 37 Figura 8 - Projetos Estruturantes 2022 ..................................................................................... 38 Figura 9 - Indicadores de monitoramento ................................................................................. 39 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Eixos do Ranking do Connected Smart Cities .......................................................... 24 Tabela 2 - Eixos de Cidades Inteligentes .................................................................................. 29 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15 2. METODOLOGIA .............................................................................................................. 17 3. CIDADES INTELIGENTES (SMART CITY) .................................................................. 18 4. SMART CITY NO BRASIL .............................................................................................. 21 4.1 Eixos e Indicadores ..................................................................................................... 23 5. DESTINOS TURISTICOS INTELIGENTES ................................................................... 27 5.1 DTI em Curitiba .......................................................................................................... 32 6. RESULTADOS................................................................................................................... 35 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 40 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 42 15 1. INTRODUÇÃO O Turismo representa atualmente 7% do PIB nacional, formalmente, emprega 7 milhões de pessoas e impacta diretamente e indiretamente mais de 500 atividades econômicas (Embratur, 2023), possuí um trade turístico que diversas regiões têm apostado nessa área como motor de desenvolvimento. Com esse novo mercado é possível atribuir diversas indústrias, na qual propicia muitos empregos e novas formas de vida. Bem como o dualismo de seus efeitos, têm sido levados a uma antevisão sobre a necessidade de minimizar seus resultados negativos e aumentar os positivos, de modo que garanta um crescimento sustentável. Com o desenvolvimento das cidades e os avanços tecnológicos, surgiram as Cidades Inteligentes (CI), cujo objetivo é promover o progresso social e econômico sustentável, com um planejamento urbano fundamentado na sustentabilidade e na melhoria da qualidade de vida dos habitantes. Nesse contexto, a tecnologia não se limita apenas a beneficiar a administração municipal, mas também desempenha um papel crucial na busca por uma melhor qualidade de vida para os cidadãos. Propicia discussões políticas, sociais e culturais, conta com a atuação de várias instituições, sejam elas no setor público, privado, universidades e munícipes (LONGATO, 2020). No Brasil, para poder classificar a desenvoltura dos municípios foi criado o Ranking Connected Smart Cities realizado pela Urban Systems que busca avaliar através de eixos temáticos, considera o estágio de desenvolvimento econômico e urbano das cidades brasileiras, e visa adaptar e tropicalizar os eixos temáticos e indicadores utilizados, levando em consideração aspectos específicos do contexto nacional (Urban Systems, 2015). Com o avanço das cidades inteligentes (Smart Cities), surgiu uma vertente dos seus impactos, na qual a ONU foi pioneira ao introduzir o termo "Destino Turístico Inteligente" (DTI). Essa abordagem busca promover viagens com baixa emissão de carbono na indústria do turismo. Esse desafio inspirou diversos países a pesquisar e explorar os conceitos e modelos das cidades inteligentes, adaptando-os para o turismo e os destinos turísticos. (Tjolle, 2009). 16 A ideia por trás dos Destinos Turísticos Inteligentes é aproveitar os avanços tecnológicos e as soluções inovadoras das cidades inteligentes para melhorar a experiência do turista, promover a sustentabilidade ambiental e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico dos destinos. Isso envolve a implementação de tecnologias inteligentes nas áreas de infraestrutura turística, governança, mobilidade, segurança, meio ambiente e interação com os visitantes. Vários países têm se dedicado a pesquisar e desenvolver iniciativas de DTI, adaptando as estruturas das cidades inteligentes para incorporar as necessidades específicas do setor turístico. (LONGATO, 2020). Essa abordagem tem como finalidade não somente aprimorar a qualidade da experiência do turista, mas também promover a sustentabilidade e a preservação dos destinos turísticos, além de impulsionar a economia local. Assim, o conceito de Destino Turístico Inteligente se apresenta como uma evolução da ideia de cidade inteligente, empregando tecnologias e inovações para promover o setor do turismo de maneira sustentável, eficaz e atraente. (LONGATO, 2020). A cidade de Curitiba tem se destacado por ser considerada o município mais inteligente do Brasil atualmente de acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2022, o município desencadeou um projeto chamado “Mapa Estratégico Curitiba Destino Turístico Inteligente – Horizonte 2030” que conta com a adaptações realizadas nos eixos temáticos para atender as demandas necessárias da cidade (MEDEIROS, 2021), dessa forma instaurar projetos de políticas públicas para o avanço de se aprimorar como uma destinação inteligente. Posto isso o município foi escolhido para ser o objeto de estudo e do qual busca analisar se o uso de eixos e indicadores auxilia na gestão pública do município de Curitiba para se tornar DTI. Para objetificação mais específicas foram levantados os seguintes tópicos: 1 Realizar uma revisão teórica a respeito das Cidades Inteligentes e Destinos Turísticos Inteligentes; 2 Apontar o ranking brasileiro de Cidades inteligentes no Brasil; 3 Elaborar um questionário para compreender melhor a visão do gestor público envolvido nesse processo para uma análise do Mapa Estratégico Curitiba Destino Turístico Inteligente – Horizonte 2030; 17 2. METODOLOGIA No que diz respeito aos procedimentos, a pesquisa foi conduzida primeiramente por meio de uma abordagem bibliográfica, visando aprofundar o entendimento dos principais conceitos relacionados ao tema, tais como "cidades inteligentes", "destinos turísticos inteligentes" e ambos os seus eixos temáticos e indicadores. Para compreender melhor o uso de eixos e indicadores no processo de gestão pública no município de Curitiba foi analisado o Mapa Estratégico Curitiba Destino Turístico Inteligente - Horizonte 2030, isso serviu como base para a elaboração de um questionário aplicado no primeiro semestre de 2023, com o principal gestor de DTI do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba, o primeiro contato via telefone, para ver a viabilidade de participação da pesquisa, o gestor se mostrou prestativo e apresentou informações norteadoras para a pesquisa, se colocou a disposição para a participação ou mais esclarecimentos. Mesmo que representante e gestor do DTI no município, atualmente apenas ele é o responsável pelo setor e encaminhamento dos principais projetos voltados a temática, não foi obtido contato com sucesso com nenhum outro integrante do projeto, em todos os contatos o redirecionamento era sempre voltado a ele, e quando questionados sobre a participação, não foi obtido autorização. Contudo em um segundo momento de modo mais formal foi encaminhado o questionário em Forms que detém de 10 perguntas ao gestor. Este estudo assume uma abordagem qualitativa de natureza exploratória, pois tem como propósito a compreensão do significado de um fenômeno social específico, ou seja, os destinos turísticos inteligentes. É uma abordagem que leva em consideração a subjetividade do pesquisador e não se presta à quantificação (FILHO; FILHO, 2013). A finalidade da amostragem é gerar informações detalhadas e elucidativas, independentemente do tamanho da amostra o que importa é que seja capaz de produzir novas informações (GERHARDT,2009). 18 3. CIDADES INTELIGENTES (SMART CITY) Em 1990, se iniciou as primeiras falas sobre Cidades Inteligentes (C.I) diante da crescente evolução da área de Tecnologia da Informação (T.I) e a forma na qual elas poderiam ser desenvolvidas nos municípios, nos últimos anos esse conceito aparece com frequência, devido ao crescimento da taxa de urbanização, associado aos desafios socioeconômicos, ambientais e de governança (TANGUAY et al, 2010) O autor Komninos (2009) descreve o percurso da expressão "Cidade inteligente" ou "Smart City", que teve origem a partir das pesquisas de Michael Batty. Batty entendia que o cerne da Cidade Inteligente residia na capacidade das cidades de utilizar eficientemente os recursos de tecnologia da informação e telecomunicações, conferindo-lhes uma vantagem em relação a outras localidades. Com o avanço das pesquisas, tornou-se evidente que existem múltiplas definições para o conceito de cidades inteligentes, o que acaba conferindo ao termo um caráter holístico. Podese compreender uma cidade inteligente por meio de atributos como o desenvolvimento de um espaço de inteligência territorial, o alto nível de educação dos cidadãos, a presença de empresas que fazem uso intensivo de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), a existência de parques tecnológicos, a interação entre a administração local e os residentes por meio de canais digitais, a participação ativa dos cidadãos na gestão da cidade, a incorporação das TICs no cotidiano dos cidadãos e o acesso a informações relacionadas ao transporte urbano (Giffinger et al., 2007). Existe um direcionamento tanto no planejamento quanto na implementação operacional da infraestrutura municipal, como mencionado anteriormente. Nos últimos tempos, essa abordagem tem se voltado cada vez mais para a aplicação desses conceitos, com o objetivo de proporcionar qualidade de vida e oferecer oportunidades para que os cidadãos participem ativamente na governança das cidades. 19 Como apresentado pelos autores Albino, Berardi e Dangelico (2015) Cidades Inteligentes possuem como características comuns: a) Infraestrutura de rede que permite a eficiência política, social, cultural e desenvolvimento; b) Ênfase em atividades de desenvolvimento urbano lideradas por empresas criativas para a promoção do crescimento urbano; c) Inclusão social de todos os residentes e equidade social no desenvolvimento urbano; d) Ambiente natural como um componente estratégico para o futuro. Esse conceito sublinha que as cidades inteligentes não se limitem à mera implementação de tecnologia, mas exijam que esta seja direcionada para promover avanços nos âmbitos político, social e cultural das localidades. Isso pressupõe não apenas a participação das autoridades públicas, mas também o engajamento ativo de empresas criativas na busca por soluções que aprimorem a vida urbana. O envolvimento do cidadão é importante no processo e o meio ambiente também. Em 2010 a União Europeia incluiu o conceito de Cidades Inteligentes na Agenda Digital pelo Programa Horizonte 2020, a fim de incentivar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental e crescimento econômico. Sendo assim com essa atitude possibilitou que as Tecnologias da Informação e Comunicação pudessem contribuir para o desenvolvimento da infraestrutura local, seja de mobilidade, acessibilidade, logística entre outras e a colaborar para o desenvolvimento sustentável da cidade e região em que se insere. Também tratando o cidadão como um ator importante nesse processo, pois ele pode colaborar com informações, pode fiscalizar e opinar o que é mais importante para a qualidade de sua vida. Desde então, a União Europeia financia projetos de pesquisa e desenvolvimento que geram conhecimento, identificam boas práticas e compartilham experiências. Sendo assim, quando falamos de Cidades Inteligentes falamos do envolvimento de poder público, poder privado por meio das empresas, cidadãos e universidades. Moreno Alonso (2015) cita que uma das iniciativas da comissão europeia foi a promoção de um consórcio, o European Innovation Partnership on Smart Cities and Comunities. Seu foco está no incentivo às inovações 20 urbanas relacionadas a comunidades inteligentes, agrupar cidades, empresas e cidadãos com um único objetivo: melhorar as soluções sustentáveis integradas nas cidades. Desta forma favorece inovações aplicadas, melhora o planejamento da cidade, cria modelos participativos para empresas e cidade, melhora eficiência energética, melhora transporte e a utilização inteligente das TICs, propiciando qualidade de vida ao cidadão. Embora não exista um modelo padrão de cidade inteligente ou projeto de smart city, há uma série de questões intrínsecas ao desenvolvimento e gestão das dinâmicas e processos urbanos, levando em consideração as especificidades de cada cidade. Isso permite a implementação de projetos diferentes de acordo com a realidade local. Vários fatores, como geografia, aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos e tecnológicos, influenciam nas dinâmicas e dimensões de um espaço urbano, criando assimetrias entre as cidades, mesmo dentro do mesmo país, que compartilha contexto jurídico e econômico. Na última década, houve um aumento significativo de projetos de cidades inteligentes em todo o mundo. No entanto, é importante ressaltar que nem todos esses projetos são realmente inteligentes. Alguns podem ser simplesmente estratégias de marketing, discursos políticos ou tentativas de dar nome a políticas públicas iniciais que não conseguem de fato consolidar as dinâmicas urbanas nem constituir um projeto verdadeiramente inteligente. Portanto, é necessário ter um olhar crítico ao analisar essas iniciativas e avaliar a efetividade e a abrangência das abordagens adotadas. Contudo, a busca por cidades inteligentes se transformou em uma tendência tanto local quanto internacional, o que resultou em certo desgaste do termo. Para que uma cidade seja capaz de implementar um projeto desse tipo, é fundamental realizar um estudo cuidadoso dos fatores que compõem sua realidade e compreender as interações entre os diversos atores envolvidos nos processos urbanos. A cidade em si é o ponto central para um planejamento eficiente nesse sentido. Em resumo, o conceito de Cidades Inteligentes tem evoluído ao longo dos anos, impulsionado pela rápida evolução da Tecnologia da Informação e pelos desafios socioeconômicos, ambientais e de governança enfrentados pelas áreas urbanas. Não existe um modelo único ou global de cidade inteligente, pois cada localidade possui suas particularidades. No entanto, há dimensões comuns, como tecnologia, sustentabilidade, interações sociais, relações de poder e serviços. 21 As definições e discussões apresentadas neste tópico levam à compreensão a uma verdade: a participação do poder público, empresas, cidadãos e universidades é fundamental para o desenvolvimento e implementação de projetos de smart city. A busca por cidades inteligentes tornou-se uma tendência, embora seja necessário discernir entre projetos verdadeiramente inteligentes e iniciativas superficiais. O envolvimento ativo dos atores locais e um planejamento eficiente são essenciais para o sucesso de uma cidade inteligente. Com isso, busca-se promover melhorias na qualidade de vida, eficiência energética, transporte e uso inteligente das tecnologias, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das cidades e regiões em que estão inseridas. 4. SMART CITY NO BRASIL Na atualidade, é comum encontrar projetos e iniciativas de cidades inteligentes em praticamente todas as capitais do Brasil, assim como em outros países da América Latina. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lançou uma cartilha voltada para cidades inteligentes, um documento político desenvolvido em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), as Secretarias de Mobilidade, Desenvolvimento Regional e Urbano (SMDRU) e de Telecomunicações do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (SETEL/MCTIC), além de parceiros governamentais e não governamentais. Essa iniciativa faz parte da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNUD). De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional (2020), a elaboração da Carta é uma estratégia para promover o desenvolvimento econômico nacional e reduzir desigualdades, incorporando elementos da "Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável". Além disso, busca ser uma referência para pessoas e instituições engajadas na melhoria da qualidade de vida urbana, alinhando-se particularmente ao Objetivo 11 das ODS: "Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis". Os principais temas abordados são desenvolvimento urbano, meio ambiente e tecnologias. 22 A Carta se autodenomina como uma "agenda pública para a transformação digital nas cidades brasileiras", com o objetivo de cumprir a Nova Agenda Urbana (NAU), à qual o Brasil se comprometeu a: “adotar uma abordagem de cidade inteligente, que faça uso de oportunidades de digitalização, energia e tecnologias limpas, assim como tecnologias de transporte inovadoras, consequentemente proporcionando alternativas para os habitantes fazerem escolhas mais adequadas ao meio ambiente e impulsionarem o crescimento econômico sustentável e permitindo que as cidades melhorem sua prestação de serviços.” (NOVA AGENDA URBANA, ITEM 66) No Brasil, as cidades são avaliadas quanto ao seu nível de maturidade por meio de um modelo baseado nas recomendações da União Internacional de Telecomunicações para Smart City. Esse modelo serviu de base para o desenvolvimento de um Sistema de Indicadores, que permite avaliar o nível de maturidade das cidades brasileiras. Esse sistema foi adaptado para atender às especificidades e realidades do país conforme ilustra a Figura 1 abaixo. Figura 1- Indicadores Fonte: Ministério das comunicações, 2020. De maneira concisa esse capítulo busca dar início a compreensão do conjunto de indicadores e como eles devem abranger os aspectos de cidade inteligente sustentável em todo território 23 nacional e em cidades de diferentes contextos, porte populacional, prontidão tecnológica, desenvolvimento urbano, perfil econômico, dentre outros fatores 4.1 Eixos e Indicadores Desde 2015, o Ranking Connected Smart Cities tem conduzido pesquisas abrangentes sobre cidades inteligentes em todo o Brasil. Essa pesquisa, considerada a mais completa do país, utiliza uma metodologia desenvolvida pela Urban Systems em parceria com a Necta Inova, coletando informações e dados de municípios com mais de 50 mil habitantes. Figura 2-Eixos Fonte: Urban Systems, 2022 O ranking utiliza um método que envolve a ponderação de diversos indicadores, os quais são agrupados em 11 eixos como ilustrado na Figura 2, sendo eles mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, economia, educação, saúde, segurança, empreendedorismo e governança. Essa abordagem analítica permite comparar diferentes gestões e oferece referências importantes para o aprimoramento de políticas públicas, com potencial impacto positivo na qualidade de vida da população. 24 Tabela 1- Eixos do Ranking do Connected Smart Cities Eixo Temático Descrição Mobilidade (MOB) 10 indicadores elaborados para o eixo. Urbanismo (URB) 7 indicadores elaborados para o eixo. Meio Ambiente (MAM) 8 indicadores elaborados para o eixo. Energia (ENE) 5 indicadores elaborados para o eixo. Tecnologia e Inovação (TIC) 6 indicadores elaborados para o eixo. Economia (ECO) 7 indicadores elaborados para o eixo Educação (EDU) 11 indicadores elaborados para o eixo. Saúde (SAU) 6 indicadores elaborados para o eixo. Segurança (SEG) 5 indicadores elaborados para o eixo. Empreendedorismo (EMP) 5 indicadores elaborados para o eixo. Governança (GOV) 5 indicadores elaborados para o eixo. Fonte: Adaptado de Connected Smart Cities, 2022. Anualmente é realizado um evento do qual revela as cidades mais avançadas em termos de inteligência e conectividade tanto de forma geral quanto pelos 11 eixos temáticos abordados na Tabela 1, na última edição foi apresentado o Selo Connected Smart Cities, que visa incentivar o desenvolvimento e reconhecer as boas práticas em cidades inteligentes. O estudo é dividido em quatro categorias: classificação geral, classificação por eixos temáticos, classificação por região e classificação por faixa populacional. Ao todo, foram utilizados 75 indicadores para análise e pontuação de todos os 677 municípios avaliados. Esses dados são apresentados de forma lúdica em uma plataforma online, utiliza pesquisas conduzidas pela Urban System em colaboração com diversos setores, como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), CNS (Conselho Nacional de Saúde), RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), e outros institutos ligados a cada um dos eixos correspondentes. 25 Figura 3 - Ranking Geral do Connected Smart Cities 2022 Fonte: Urban Systems, 2022. Diante dos dados fornecidos pela Urban Systems no Ranking Connected Smart Cities de 2022, é essencial começar destacando a classificação a nível nacional, a fim de compreender por meio das pontuações desses municípios e, posteriormente, estabelecer uma relação do município em estudo. Conforme apresentado na Figura 3, podemos dar destaque aos 10 municípios mais bem posicionados no Brasil, ou seja, os 10 municípios mais inteligentes e conectados em 2022. Destacando-se, as três cidades que obtiveram o melhor desempenho foram: Curitiba (PR), com uma pontuação de 38,571, seguido por Florianópolis (SC), com 37,925 e São Paulo (SP), com 36,877. Na classificação geral de 2022, Curitiba (PR) se destacou como a cidade mais inteligente e conectada do Brasil ilustrada na Figura 4 abaixo. O município conquistou o primeiro lugar, com ênfase no eixo de empreendedorismo. Essa conquista possibilita uma análise dos eixos e indicadores presentes na cidade, proporcionando uma compreensão dos pontos fortes e das áreas que necessitam de melhorias. 26 Figura 4 - Ranking de Curitiba Fonte: Urban Systems, 2022. Como exemplificação Curitiba teve como destaque principal o eixo de Empreendedorismo, seguido pelo eixo de TIC com a colocação de 2º lugar e urbanismo em 3º lugar. Figura 5 - Eixo de Empreendedorismo Fonte: Urban Systems, 2022 Essas variáveis podem possuir mais de um eixo conectado, como apresentado na Figura 5, isso demonstra a potencialização que um projeto ou iniciativa pública na gestão do município, 27 beneficiando a todos os envolvidos no processo, pois obtiveram um ótimo desempenho nesse eixo pelo segundo ano consecutivo. Compreende-se então com esse capítulo, que a avaliação por meios de eixos e indicadores, é possível observar a desenvoltura de cada município de acordo com a sua realidade, apresentou em destaque a cidade de Curitiba, que obteve maior conectividade dentro desses eixos. Essa iniciativa tem como objetivo fornecer referências cruciais para a melhoria de políticas públicas, com o potencial de impactar positivamente a qualidade de vida da população. 5. DESTINOS TURISTICOS INTELIGENTES No ano de 2011, o Ministério de Indústria, Energia e Turismo na Espanha, representado pela Red.es - Red Española de Ciudades Inteligentes (RECI), assumiu um papel significativo ao incentivar o emprego, apoiar empresas em busca de tecnologias, criar programas de formação e consultoria para pequenas e médias empresas, e promover a eficiência econômica e pública por meio da utilização de tecnologias. Este órgão detém a responsabilidade de executar as ações vinculadas ao Plan Nacional de Ciudades Inteligentes, uma iniciativa concebida com o propósito de fomentar o desenvolvimento de soluções tecnológicas destinadas a abordar desafios urbanos. O escopo primordial do plano consiste em apoiar as entidades locais na transição de cidades inteligentes para Destinos Inteligentes, conforme alinhado com a estratégia estabelecida na Agenda Digital da Espanha. Esse foi o primeiro passo significativo na evolução dos conceitos de cidades inteligentes para Destinos Turísticos Inteligentes. Na Espanha, essa transição ocorreu em 2012, quando o Ministerio da Industria, Energia y Turismo reuniu atores públicos e privados do setor de turismo e áreas relacionadas para conceber o Plano Nacional e Integral de Turismo (PNIT) 2012-2015, direcionado para o desenvolvimento de Destinos Turísticos Inteligentes (Soria López, 2012). Essa mudança estratégica foi percebida como uma opção essencial para impulsionar a recuperação econômica do país, especialmente considerando o contexto de uma crise econômica. Aproveitaram o momento em que os turistas estavam cada vez mais conectados e buscavam informações online para planejar suas viagens, o plano envolveu não apenas o setor 28 público, mas também atribuiu responsabilidades a universidades e outras instituições de pesquisa para desenvolver metodologias visando à implementação dos Destinos Turísticos Inteligentes (DTI)." A fim de liderar a implementação e o aprimoramento do DTI com o intuito de otimizar os recursos econômicos, elevar a competitividade e a satisfação dos turistas em todos os destinos, foi criada a SEGITTUR. Como parte desse esforço, a SEGITTUR em 2012 introduziu o conceito de Destino Turístico Inteligente: “um destino inovador de uma consolidada infraestrutura tecnológica de vanguarda que garante o desenvolvimento sustentável no território do turismo e facilita a interação e integração do visitante com o meio ambiente e aumenta a qualidade de sua experiência.” (Dexeus, 2012 p.8) Conforme apresentado pela SEGITTUR no Libro Blanco Destinos Turísticos Inteligentes: construyendo el futuro, por meio da análise de dez dimensões estratégicas alimentadas por mais de sessenta indicadores, a plataforma de pesquisa IESE Cities in Motion Strategies, associada ao IESE Business School, elaborou, pelo segundo ano consecutivo, a classificação anual (2015) das cidades mais inteligentes/eficientes do mundo. Essa classificação é baseada no estudo de 148 cidades dos cinco continentes e foi publicada no portal de conhecimento IESE Insights. E entre as cidades que acumularam mais pontos com base nesses critérios, destacam-se Londres e Nova Iorque, que ocupam o primeiro e o segundo lugar, respectivamente, e Barcelona e Madrid, que estão classificadas entre as cinquenta melhores do mundo. As dez dimensões que foram utilizadas para avaliar o grau de inteligência das cidades, destaca pontos importantes de ações na gestão de políticas públicas, dos quais são essenciais para o desenvolvimento do município, conforme apresentado na Tabela 2: 29 Tabela 2 - Eixos de Cidades Inteligentes Eixos Descrição Governança Estreitamente relacionada com o nível de participação e colaboração cidadã. Gestão pública Refere-se à eficiência e à busca de inovação por parte da Administração. Planejamento urbano Um design urbano sustentável, acessível e escalável. Tecnologia Que impacta na qualidade e sustentabilidade do emprego e oferece vantagens competitivas. Meio ambiente Sustentabilidade ambiental, energias alternativas e gestão eficiente da água. Projeção internacional Envolve a melhoria da imagem da cidade por meio de planos estratégicos de turismo, atração de investimentos estrangeiros e representatividade em âmbito internacional. Coesão social Lida com a desigualdade, imigração, cuidados com os idosos, eficácia do sistema de saúde e segurança pública. Mobilidade e transporte Boa conectividade e fácil acesso aos serviços públicos de transporte. Capital humano Atrair e reter talentos, criar planos para aprimorar a educação e fomentar a criatividade e a pesquisa. Economia Promover a economia local, projetos industriais estratégicos e inovação. Fonte: Adaptado de SEGITTUR (2013). Com a apresentação dos eixos, a cartilha destacou a relevância da inovação, da aplicação de tecnologias e da sustentabilidade com o foco na satisfação dos visitantes. No entanto, à medida que se reconheceu a interligação entre Destinos Turísticos Inteligentes e Cidades Inteligentes (Soria López, 2015), emergiu a necessidade de incorporar elementos essenciais de governança, tais como a consideração dos residentes e a acessibilidade. Nesse sentido, em 2013 a SEGITTUR apresentou novo conceito: 30 “Destino Turístico Inteligente é um espaço inovador, acessível para todos, consolidado sobre uma infraestrutura tecnológica de vanguarda que garante o desenvolvimento sustentável do território, facilita a interação e integração do visitante com o entorno e incrementa a qualidade de sua experiência no destino e a qualidade de vida dos residentes”. (López de Ávila & Garcia Sánchez, 2013 p. 224) De acordo com Huang, Yuan e Shi (2012), a abordagem de um Destino Turístico Inteligente deve se concentrar nas necessidades dos turistas, combinando tecnologias de informação e comunicação (TICs) com a cultura informal e inovações na indústria do turismo. Isso visa aprimorar a qualidade dos serviços, a gestão e a expansão da indústria turística. Conforme Wang, Li e Li (2013), os Destinos Inteligentes transformaram a maneira como alguns destinos apoiam a criação de experiências turísticas, a comunicação com os consumidores e a definição e mensuração da competitividade do destino. Por outro lado, Lamsfus, Xiang, AlzuaSorzabal e Martin (2013) destacam que o Destino Turístico Inteligente também está intrinsecamente relacionado ao contexto dos sistemas móveis de conhecimento. De acordo com Buhalis e Amaranggana (2014), um Destino Turístico Inteligente requer uma interconexão dinâmica das partes interessadas por meio de plataformas tecnológicas, permitindo a coleta, criação e troca de informações em tempo real, com o propósito de enriquecer as experiências turísticas. Por sua vez, Baggio e Del Chiappa (2015) conceituam o Destino Turístico Inteligente como um sistema em rede que conecta as partes interessadas envolvidas na prestação de serviços aos turistas. Essa rede é suportada por uma infraestrutura tecnológica que cria ambientes digitais, promovendo a colaboração, a compartilhamento de conhecimento e a inovação de maneira aberta. Conforme definido por Gretzel, Werthner, Koo e Lamsfus (2015), Destinos Turísticos Inteligentes são sistemas de turismo que fazem uso da tecnologia inteligente para criar, gerenciar e oferecer serviços e experiências inteligentes. Isso é caracterizado pela partilha de informações para a cocriação de valor. Inicialmente, a discussão sobre Destinos Turísticos Inteligentes aborda a aplicação da tecnologia, conforme destacado por Wang, Li e Li (2013), que descrevem como o serviço de internet do usuário final é mediado pela internet para acessar 31 serviços na nuvem. Além disso, como observado por Koo et al. (2013), existem sites da web e aplicativos de telefone inteligente que permitem a conexão e compartilhamento de informações por meio de SMS, Facebook e Twitter. Por fim, chegamos ao conceito e modelo de Destino Turístico Inteligente proposto pela SEGITTUR na Espanha, que aborda os seguintes pilares de Tecnologia Inovação, Acessibilidade/Mobilidade, Sustentabilidade, Governança. É importante notar que Inovação e Tecnologia são temas transversais que permeiam todos os outros pilares. Este conceito e método se tornaram amplamente difundidos no contexto de Destinos Turísticos Inteligentes, e muitos destinos já obtiveram certificação. Atualmente, essa abordagem está se expandindo com a implementação de ações voltadas para a América Latina e o Caribe. Com base nas apresentações realizadas até o momento sobre podemos observar que com o avanço das Tecnologias da Informação e Comunicação, surgiu a possibilidade de aplicá-las no desenvolvimento das cidades. Já era viável desde a década de 90 criar estratégias para monitorar e controlar tanto as pessoas quanto os veículos nas cidades, e a acessibilidade à Internet permitia que as informações sobre a cidade fossem acessadas em tempo real por qualquer pessoa. Essa evolução levou ao desenvolvimento de sites e aplicativos destinados a colaborar com a gestão urbana, mobilidade e sustentabilidade. Essa progressão também proporcionou oportunidades para as empresas desenvolverem soluções criativas. Foi uma sequência de inovações que beneficiou a sociedade como um todo. Posteriormente, a aplicação dessas tecnologias em Destinos Turísticos Inteligentes se tornou um passo natural, e hoje esse conceito se espalhou pelo mundo, tendo sua origem na Espanha. Recentemente, a Argentina iniciou políticas de Destinos Turísticos Inteligentes, com a consultoria da SEGITTUR, órgão responsável por certificar esses destinos na Espanha. Cada vez mais, os destinos reconhecem as vantagens de se tornarem Destinos Turísticos Inteligentes, e políticas públicas estão sendo criadas e financiamentos obtidos para apoiar esse desenvolvimento. 32 5.1 DTI em Curitiba Por meio de uma colaboração com o Instituto Argentino Ciudades Del Futuro (ICF) e a Sociedade Mercantil Estatal para a Gestão da Inovação e das Tecnologias Turísticas (SEGITTUR) da Espanha, o Ministério do Turismo do Brasil lançou o projeto DTI Brasil. Esse projeto-piloto tem como principal objetivo a seleção de 10 cidades brasileiras com vistas a promover e estimular o desenvolvimento destas áreas, transformando-as em Destinos Turísticos Inteligentes. Paralelamente, o DTI Brasil almeja desenvolver uma metodologia customizada, que se adeque às especificidades do contexto brasileiro. A ‘Cartilha DTI Brasil’ apresentada pelo Ministério do Turismo em 2021, apresentou os eixos como norteadores da metodologia que será aplicada em cada destino. Adicionalmente, o projeto busca conduzir um diagnóstico abrangente das condições atuais dos destinos selecionados e proporcionar treinamento aos gestores, tanto a nível federal quanto local. (MTur, 2021) No âmbito das ações do projeto, estão previstas a implementação e monitoramento de soluções em áreas críticas, tais como governança, gestão eficiente dos recursos públicos, conformidade com normas de acessibilidade, aderência aos princípios de sustentabilidade, bem como a exploração das potencialidades tecnológicas para valorizar os destinos e seus patrimônios. O Paraná Turístico 2026 representa uma ferramenta diretriz que visa moldar os esforços para a transformação da realidade turística do estado do Paraná até 2026. Esse processo é coordenado pelo Conselho Paranaense de Turismo (Cepatur) e supervisionado por uma Câmara Técnica de Gestão. Trata-se de uma iniciativa de construção colaborativa e consensual que envolve o poder público, o setor privado e a sociedade civil em todo o estado e suas respetivas regiões turísticas. Um dos objetivos estratégicos desse plano é estabelecer Curitiba como um Destino Turístico Inteligente de destaque. Curitiba está entre as oito cidades inovadoras da América Latina, pois foi a pioneira na região a adotar o planejamento urbano inteligente e implementar novas modalidades de transporte, como o sistema rápido de ônibus. Além disso, é reconhecida por sua criação de áreas verdes 33 que, durante os períodos chuvosos, impedem inundações e, na época seca, se convertem em agradáveis parques frequentados pela comunidade local e visitantes. (Cruz, M. M., Gândara, J. M., & Silveira, C. E, 2016). Uma evidência desse destaque é a alta classificação que a cidade de Curitiba recebeu em um estudo divulgado pelo Ministério do Turismo em 2011 sobre a competitividade de produtos turísticos. Neste estudo, Curitiba é reconhecida como um destino apropriado para a realização de feiras de negócios, alcançando a mesma classificação de nível 4 atribuída à cidade de São Paulo, o que representa um estágio avançado de desenvolvimento para atividades desse segmento. O estudo identificou em Curitiba infraestruturas abrangentes e uma ampla variedade de serviços, elementos essenciais para a realização bem-sucedida de feiras de negócios. Além disso, a cidade é conhecida como a "Cidade dos Parques", representando a segunda linha de produtos turísticos. Os parques urbanos, originalmente concebidos como uma solução para desafios urbanos, acabaram por contribuir significativamente para a identidade da cidade, criando ambientes naturais preservados que se tornaram ícones da história e cultura local. (CURITIBA. Plano Diretor, 2015) O desenvolvimento do turismo no Paraná no horizonte 2016-2026 será regido por três eixos estratégicos de ação, cuja definição se baseia na Política Estadual de Turismo e na análise aprofundada de diversos documentos pertinentes. É fundamental destacar que esses eixos estratégicos apresentam interconexões e complementaridades intrínsecas. A partir da delimitação desses eixos, foi conduzido um diagnóstico minucioso que avaliou a situação atual, em consonância com o contexto específico de cada eixo. Tal diagnóstico gerou informações essenciais que orientaram a formulação de objetivos e estratégias de atuação. Essas diretrizes têm como finalidade direcionar a ação proativa e a cooperação entre todos os intervenientes do setor, desempenhando um papel fundamental no processo de desenvolvimento turístico conforme apresentado na Figura 6 abaixo (CEPATUR, 2016): 34 Figura 6 -Eixos temáticos Paraná Turístico Fonte: CEPATUR, 2016. Portanto, a compreensão e a implementação de uma estratégia para transformar Curitiba em um Destino Turístico Inteligente, levando em consideração suas oportunidades e desafios, se revelam como um caminho promissor para que o destino e as empresas turísticas que operam nele possam prosperar de maneira sustentável neste novo cenário. Esse novo direcionamento estratégico segue as orientações do projeto Destinos Turísticos Inteligentes, resultado da colaboração entre o Ministério do Turismo (MTUR), o Instituto Ciudades del Futuro (ICF) e a Sociedad Mercantil Estatal para la Gestión de la Innovación y las Tecnologías Turísticas (SEGITTUR). Essas diretrizes orientam a jornada de transformação 35 de Curitiba em um destino turístico inteligente e são expressas por meio do Mapa Estratégico Curitiba Destino Turístico Inteligente - Horizonte 2030. 6. RESULTADOS Para compreender melhor o uso de eixos e indicadores no processo de gestão pública no município de Curitiba foi analisado o Mapa Estratégico Curitiba Destino Turístico Inteligente - Horizonte 2030, isso serviu como base para a elaboração de um questionário aplicado no primeiro semestre de 2023, com o principal gestor de DTI do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba, o primeiro contato via telefone, o gestor se mostrou prestativo e apresentou informações norteadoras para a pesquisa, se colocou a disposição para a participação ou mais esclarecimentos. Mesmo que representante e gestor do DTI no município, não foi obtido contato com sucesso com nenhum outro integrante do projeto, em todos os contatos o redirecionamento era sempre voltado a ele, e quando questionados sobre a participação, não foi obtido autorização. Contudo em um segundo momento de modo mais formal foi encaminhado o questionário em Forms que detém de 10 perguntas ao gestor. A primeira sessão foi destinada a Smart City, no qual a primeira pergunta questiona se era de conhecimento o termo de Cidades Inteligentes, foi respondido que sim. Como aprofundamento, foi levantado se obtinha conhecimento sobre os eixos e indicadores do Ranking Connected Smart Cities. O gestor respondeu que teve contato durante a pós. Foi questionado se o modelo de eixos e indicadores da Smart City auxilia na gestão pública. Afirmou que: “Sim, pois serve como norteadores da metodologia para cidades inteligentes e ajudam a gestão pública a identificar potencialidades e fraquezas do município. Assim é possível desenvolver programas e ações para o atendimento da melhoria dos indicadores.” Quando perguntado se considerava Curitiba uma cidade inteligente, afirmou que “Sim” e justificou da seguinte forma: “Curitiba tem avançado na prestação de serviços de forma digital em todas as secretarias. A pandemia acabou acelerando esse processo, fazendo com que mais serviços passassem a serem prestados no ambiente virtual. Além que se entende que a inovação sempre esteve presente na gestão da cidade, pois foram desenvolvidas soluções urbanísticas e 36 planejamento urbano, que contribuíram para a construção da marca da cidade como uma cidade modelo, preocupada com a sustentabilidade e agora como cidade inteligente.” Na segunda sessão, quando questionado sobre sua visão do turismo em Curitiba, relatou que a atividade turística no município é mais voltada por motivações de negócios e eventos, entretanto notou aumento do turismo de lazer e férias, destaca principalmente nos meses de dezembro a fevereiro e julho. Ainda frisa que, “Curitiba tem cada vez mais aumentado sua competitividade turística, sendo destino de nível A no mapa do turismo brasileiro e figurando como um dos três mais buscados por estrangeiro, quando se trata de viagem a negócios e eventos.” Ao trazer uma perspectiva mais voltada ao Mapa estratégico a pergunta aborda se com o uso dos eixos e indicadores é possível auxiliar na gestão do turismo. Foi respondido que para o modelo para destinos turísticos inteligentes, tem sido adotado o proposto pela MTUR, do qual trabalha com 9 eixos e 105 requisitos, dos quais foram inspirados na metodologia da SEGITTUR. Na pergunta que aborda quando iniciado as atividades para o desenvolvimento de DTI, foi respondido que em 2020, e na questão em seguida, ao questionar sobre se considera Curitiba um Destino turístico inteligente, enfatizou: “Somos, conforme certificado recebido pelo MTUR em agosto de 2022, um Destino Turístico Inteligente em transformação.”. Ao indagar sobre quais os planos e projetos que foram e estão sendo desenvolvidos no molde da SEGUITTUR, o gestou respondeu que: “Desenvolvemos um mapa estratégico Curitiba DTI com ações nos 9 eixos da metodologia DTI Brasil, do MTUR, mais Experiência, eixo proposto pelo nosso Ecossistema Curitiba DTI.” Conforme análise das respostas obtidas e Mapa estratégico o município de Curitiba, foi perceptivel a adaptação dos eixos de acordo com a sua realidade, representam os elementos fundamentais que caracterizam um Destino Turístico Inteligente. 37 É relevante destacar que esses eixos estratégicos apresentam interconexões, transversalidades e complementaridades significativas. Dentro do contexto de cada um desses eixos estratégicos, foram delineadas diretrizes e projetos estruturantes que, por sua vez, têm o propósito de orientar a iniciativa e a colaboração coordenada de todas as partes envolvidas no processo de transformação de Curitiba em um Destino Turístico Inteligente. Figura 7 -Eixos estratégicos Curitiba DTI Fonte: IMT (Instituto Municipal de Turismo) 2022. Com a utilização dos eixos apresentados na Figura 7 o município conseguiu traçar projetos de estruturação para alcançar a concretização de se tornar um DTI, conforme a Figura 8 é possível observar as ações e projetos programadas para o primeiro e segundo semestre do ano de 2022, essas propostas trazem reuniões com as partes interessadas, com gestores do setor público e privado, como ações de reestruturações urbanas para melhorias de mobilidade tecnologia e desenvolvimento sustentável. 38 Figura 8 - Projetos Estruturantes 2022 Fonte: IMT (Instituto Municipal de Turismo) 2022. O plano apresenta os indicadores de monitoramento, que constituem uma ferramenta de natureza quantitativa e qualitativa, baseada em parâmetros predefinidos, que podem ser mensurados e têm a finalidade de avaliar e acompanhar diversos aspectos relacionados ao progresso da estratégia do município. A utilização de indicadores proporciona às partes envolvidas um meio mais eficaz de monitorar e tomar decisões ao longo do processo. É essencial salientar a necessidade de uma revisão constante, atualização e ampliação dos indicadores, à medida que o contexto e as etapas do projeto evoluem De forma mais lúdica é possível analisar na Figura 9, a relação desses indicadores com os eixos temáticos estabelecidos pelo mapa estratégico de Curitiba. 39 Figura 9 - Indicadores de monitoramento Fonte: IMT (Instituto Municipal de Turismo) 2022. Para finalizar, foi levantado que se com o rótulo de Cidade inteligente ou destino inteligente, acreditam chamar a atenção do público para visitação, o gestor contestou: “Mesmo não sendo o propósito maior de se trabalhar o modelo DTI, o aumento de turistas na cidade, e sim a melhoria de gestão, da experiência do turista e que gere benefícios aos moradores, não se pode ignorar que as pessoas tenham interesse em conhecer o que Curitiba tem de tão diferente de outras cidades, para ser considerada um exemplo de planejamento urbano, preservação do meio- ambiente e qualidade de vida.” 40 É notório que a criação do mapa estratégico, serviu como norte para que Curitiba pudesse se concretizar como DTI, conforme apresentado pelo gestor, a apresentação de eixos e indicadores, estariam voltados para uma metodologia de fiscalização de desenvoltura das ações e projetos que estão e serão desenvolvidos, é possível traçar os pontos fortes e fracos, a partir deles redirecionar os projetos e ações para assistência no indicador. Essa visão se faz importante, afinal é por esses eixos que são realizados os rankings de avanço do município. Contudo é um processo colaborativo e em constante evolução, envolvendo a participação de conselheiros municipais de turismo, especialistas técnicos, proprietários de pequenos empreendimentos turísticos e representantes de diversas instituições parceiras. Demonstra que a importância da participação de toda a comunidade nesse processo para a desenvoltura do município. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na seção de Fundamentação Teórica, foram apresentados os conceitos e modelos de Cidades Inteligentes, bem como os conceitos e modelos de Destinos Turísticos Inteligentes. Ficou evidente que as iniciativas relacionadas às Tecnologias da Informação e Comunicação desencadearam aprimoramentos em áreas como governança urbana, mobilidade, acessibilidade a informações, que são características marcantes das cidades inteligentes. Com o passar do tempo, tornou-se evidente que o enfoque não deve se restringir apenas ao cidadão e sua qualidade de vida, mas que ao priorizar o turista e suas necessidades, pode-se promover um desenvolvimento mais eficiente de uma cidade turística. Esse enfoque não apenas torna a cidade atrativa para os moradores, mas também a torna um destino de interesse para os visitantes. A evolução dos conceitos e modelos de cidades inteligentes culminou na criação de conceitos e modelos de destinos turísticos inteligentes, que colocam o turista no centro das atenções e proporcionam benefícios tanto para os residentes quanto por meio de ações relacionadas à tecnologia, inovação, governança, mobilidade e sustentabilidade. 41 A utilização dos eixos e indicadores tem servido como um guia não apenas para os gestores públicos que estão elaborando suas estratégias de atuação, mas também como um meio de avaliação e classificação do desempenho de cada município. A subdivisão em 10 eixos temáticos proposta pelo Ministério do Turismo não impede que um município adapte e inclua um novo eixo temático de acordo com suas necessidades específicas, permitindo a identificação não apenas de seu progresso, mas também das áreas em que precisa melhorar. Podemos concluir que Curitiba tem sido considerada uma Destinação Turística Inteligente em transformação, a cidade tem adotado uma série de iniciativas que abordam áreas como tecnologia, mobilidade, acessibilidade e sustentabilidade, características essenciais de destinos turísticos inteligentes. Além disso, tem se esforçado para melhorar a experiência dos visitantes e a qualidade de vida dos residentes assim como apresentado pelo gestor durante a pesquisa. Contudo, a obtenção da classificação definitiva como um destino turístico inteligente depende da análise aprofundada do desempenho da cidade com base em critérios específicos e diretrizes estabelecidas para esse propósito. Estes critérios são essenciais para avaliar o desempenho atual e determinar as áreas que necessitam de investimentos e melhorias na gestão do município. 42 REFERÊNCIAS ALBINO, V., BERARDI, U., & DANGELICO, R. M. Smart Cities: Definitions, dimensions, performance, and initiatives. Journal or Urban Technology, 2015. Avila Muñoz, A. L., & Sánchez, S. G. (2013). Destinos turísticos inteligentes: Antonio López de Ávila, Presidente de Segittur. Harvard Deusto business review, (224), 58-67. BASTIDAS MANZANO, Ana Belén et al. Destinos turísticos inteligentes: un análisis de su origen, evolución y potencial de futuro. 2020. BASTIDAS-MANZANO, Ana-Belén; SÁNCHEZ-FERNÁNDEZ, Juan; CASADO- ARANDA, Luis-Alberto. The past, present, and future of smart tourism destinations: A bibliometric analysis. Journal of Hospitality & Tourism Research, v. 45, n. 3, p. 529-552, 2021. BRANDÃO, Mariana; JOIA, Luiz Antonio; TELES, Adonai. Destino turístico inteligente: um caminho para transformação. 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Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu consentimento em participar da pesquisa sim CURITIBA COMO CIDADE INTELIGENTE Curitiba - DTI em desenvolvimento E - mail 46 Você conhece o termo Cidades Inteligentes ? Tem conhecimento sobre os eixos e indicadores do Ranking Connected Smart Cieties? 47 Sobre o Turismo... O modelo de eixos e indicadores da Smart City auxilia na gestão pública? Você considera Curitiba uma cidade inteligente ? Justifique sua resposta 48 Qual a sua visão sobre o Turismo em Curitiba? Com o uso dos eixos e indicadores é possível auxiliar na gestão do turismo ? Quais os planos e projetos que foram e estão sendo desenvolvidos no molde da SEGUITTUR? Quando iniciou atividades para desenvolver o DTI? Você considera Curitiba um Destino turístico inteligente ? 49 Com o rótulo de Cidade inteligente ou destino inteligente, acreditam chamar * a atenção do público para visitação ? Mesmo não sendo o propósito maior de se trabalhar o modelo DTI, o aumento de turistas na cidade, e sim a melhoria de gestão,da experiência do turista e que gere benefícios aos moradores, não se pode ignorar que as pessoas tenham interesse em conhecer o que Curitiba tem de tão diferente de outras cidades, para ser considerada um exemplo de planejamento urbano, preservação do meio-ambiente e qualidade de vida. Este formulário foi criado em Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Formulários https://www.google.com/forms/about/?utm_source=product&utm_medium=forms_logo&utm_campaign=forms https://www.google.com/forms/about/?utm_source=product&utm_medium=forms_logo&utm_campaign=forms https://www.google.com/forms/about/?utm_source=product&utm_medium=forms_logo&utm_campaign=forms b598662e1b78a04316040c1169518dd222fa43c0a02e1ad3379a66865167fd51.pdf 0a194377e13904d8526f8df51969b468831faf51089e477572ea9b24f9415f26.pdf b598662e1b78a04316040c1169518dd222fa43c0a02e1ad3379a66865167fd51.pdf