jrrr/Te-f^- IFT, TM - 03/80 Maurício Salveti de Oliveira Gravitacao com Campo Escalar Conformemente Invariante Dissert-açSo de Mestrado apresentada no Instituto de Física Teórica Orientador; Professor Antônio José Accioly São Paul o Agôsto de 1080 Agradecimentos Aos professores A. J. Accioly e R. Al dr ovandl pela amizade e orientação. Ao Instituto de Física Teórica pela acolhida. Aos demais professores, funcionários e colegas do IFT, em particular George E. A. Matsas e Luís D. Almeida. ^ CAPES C Coordenação de Ap>erfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior 2) pelo apoio financeiro. Resumo Um universo oscilante é obtido no contexto de uma teoria de gravitaçSo acoplada a um campo escalar conformemente invariante. Tal solução corresponde a um universo aberto e é caracterizada por um parâmetro interpretado como uma carga escalar. Este resultado nSo é conflitante com aqueles dos teoremas das singularidades, uma vez que uma das desigualdades básicas dos referidos teoremas, T^^t^t^>0 para qualquer vetor tipo-tempo t^, nSo se verifica neste caso. Uma soluçSo geral estática e esfericamente simétrica relativa à teoria tensorial-escalar é encontrada. Mostramos que a estrutura do horizonte de eventos associado à soluçSo usual de Schwarzschild é drasticamente alterada. A presença em um corpo de uma quantidade ainda que infinitesimal mente pequena de carga escalar é suficiente para conferir ao horizonte de Schwarzschild a topologia de um ponto. Com isto nSo se pode mais falar de buracos negros no sentido usual. Os parâmetros PPN da soluçSo modificada de Schwarzschild encontram-se em boa concordância com aqueles da relatividade geral. Conseqüentemente qualquer possivel correção aos testes clássicos da gravitação não é passível de detecção pelos atuais instrumentos de medição. Um potencial da forma ó adicionado à teoria original, preservando a invariância conforme desta última. Em decorrência obtêm-se um teorema "no—go" para o cenário inflacionário concernente ao modelo cosmológico isotrópico padrão. Abstract A bouncíng univers© is obbained in t,h© framework of a theory of gravitation with a conformally invariant- scalar field. This solution corresponds to an open univers© and is characterized by a parameter which is int©rpret©d as a scalar charge. This result does not conflict with thos© of th© singularity theorems, sinc© one of th© theorems’ basic i nequal i ti es, T^^t^t^>0 for any timelike vector t^, does not hold here. A general static spherically symmetric solution concerning the scalar-tensor theory is found. We show that the structure of the event horizon concerning the standard Schwarzschild solution is drastically changed. Even th© presence of a vanishingly small amount of scalar charge in a body is sufficient to give to the Schwarzschild horizon the topology of a point. As a result, we cannot speak of a black hol© in th© usual sense. The PPN parameters of the modified Schwarzschild solution are in good agreement with those of general relativity. Consequently any possible correction to classical tests of gravitation turns out to be undetectable by the present apparatus. a potential of the form Xip* is added to the original theory which does not break its conformai invariance. As a result, a no-go theorem for th© inflationary scenario concerning the standard isotropic cosmological model is obtained. índice INTRODUÇXO 1 Referências 5 I. UM UNIVERSO OSCILANTE 6 I.l - Universos de Robertson-Walker tendo como fonte um campo escalar conforme 6 1-2-0 campo escalar conforme é um fluido perfeito 9 ^•2 - Um "Hot Bouncing cosmological model “ lO Referências 11 II. ENCONTRA-SE O EFEITO DA CARGA ESCALAR AO ALCANCE DAS ATUAIS TÉCNICAS EXPERIMENTAIS? 12 II. 1 - SoluçSo de Schwarzschild modificada 12 ^^•2 - Limite de campo fraco Climite Newtonianoí 14 Referências 14 III. CAMPOS ESCALARES VERSUS BURACOS NEGROS 15 III.1 - Da métrica isotrópica para a de Schwarzschild .... 15 III. 2 - No black holes 16 Ref er ênci a 17 IV. incompatibilidade entre CENÁRIOS INFLACIONÁRIOS E INVARIANCIA CONFORME 18 IV. 1 - O que vem a ser "inflaçao", afinal? 18 IV. 2 - Um nSo-resultado 23 Referências 25 EPI LOGO 26 Ref erência 26 INTRODUÇÃO £ crença generalizada em nossos dias que a relatividade geral seja a mais simples teoria de gravitaçSo em concordância com todos os atuais dados experimentais. Grande confiança é tambóm depositada na conjectura sobre o censor cósmico** . De acordo com esta última as singularidades nuas seriam banidas pela natureza, a qual atuaria como uma espécie de "censor cósmico". Fisicamente isto significa que o colapso gravitacional completo de um corpo resulta sempre em um buraco negro ao invés de uma singularidade. Em outras palavras, todas as singularidades do colapso gravitacional estSo "escondidas" no interior de buracos negros onde nSo podem ser "vistas" por observadores distantes. Apesar do grande número de crentes na gravitaçSo de Einstein, bem como na hipótese sobre o censor cósmico - a qual, em certo sentido, está incorporada em seu bojo - esperanças existem de que versSes alternativas ou generalizadas da relatividade geral venham a ser formuladas onde, por um lado, universos nSo- -singulares e em expansSo possam ser gerados, superando assim as fortes restriçSes impostas pelos teoremas concernentes às singularidades*®^; e por outro, modelos destituídos do usual horizonte de eventos associado à tSo bem conhecida solução de Schwarzschild possam ser construídos. Certamente uma tal teoria, caso exista, deverá possuir alguma simetria física subjacente não encontrável na teoria convencional de Einstein. Neste sentido, parece que diversas razóes existem para se pensar na invarianc ia conform& como uma simetria desejável para a fisica fundamental*^ *°.^No entanto, como 1 é sabido, a açSo usual d© Einst®in-Hi1b®rb nao é conformement© invariante. Urna salda para esta dificuldade é, pelo menos em parte, considerar uma teoria tensorial—escalar onde o campo escalar seja conformemente invariante. Como conseqüôncia a açSo relativa à teoria separa-se naturalmente em duas partes: campo escalar conformemente invariante e gravitaçSo. A açSo conformemente invariante tem a forma = Jd*x vCT" -1 / ] . onde ^ ó o campo escalar conforme e
g J ^ « onde « é a constante de Einstein. Adotamos as convençSes de Papape trou para a métrica C+ J e as definiçSes dos tensores de Riemann e de Ricci'*^’. As unidades sSo escolhidas de modo tal que h=c=l , H —2 e portanto —- = G = M é a constante gravi taci onal Newtoniana. 8tt pl ® As correspondentes equações de campo sSo dadas por G + K T = O , C3D (UV /JV a
4> - ^g 4> - g
Chamamos a atençSo para o fato de que este é um tensor de
divergência nula, "igual" ao tensor de Einstein, e que nSo contém
derivadas da métrica. Como tal ele é o único t&nsor cL& momonto-
-energict correto.
Tomando-se o traço de C3D e usando-se C4D obtém-se
3
R = o , C65
vinculo que pode ser ut.ilizado para reescrever C3D e C45 nas formas
/jp
4$ $
I u
g $ + 2$ 7 V
fji> a (j V )
C7D
C8D
D$ = O co:>
onde $ = V k/6 <(>
Observe que a t-eoria previament-e delineada é uma teoria tensorial-
-escalar com constantB gravítacionai constante , e nSo deve ser
confundida com teorias gravitacionais com constante graxfi tacionai
"oarià.x>el como, por exemplo, a teoria de Brans—Dicke^* .
Nosso propósito aqui é duplo. Inicialmente mostraremos
que é possivel obter-se um universo oscilante no contexto da
teoria acima. Em segundo lugar provaremos que a estrutura do
horizonte de eventos concernente À soluçSo padrão de Schwarzschild
é drasticamente modificada quando se considera esta teoria de
gravitação com campo escalar conforme. A presença de "carga
escalar" num corpo, mesmo em quantidade infinitesimal, é
suficiente para conferir ao horizonte de Schwarzschi1 d a topologia
de um ponto, acarretando em não mais se poder falar em buracos
negros no sentido usual.
O presente trabalho estã organizado como se segue. No
capitulo consideramos universos do tipo Robertson-Walker
tendo como fonte um campo escalar conforme. Uma classe geral de
soluçSes relativas a estes modelos é exibida e encontra—se que
entre estas salienta—se uma que representa um universo oscilante.
Tal solução corresponde a um universo aberto e caracteriza-se por
um parâmetro que é interpretado como uma "carga escalar". Este
3
resultado nSío 6 conriitante com aqueles dos teoremas sobre
singularidades. Já que uma das desigualdades básicas concernentes
a estes teoremas, T^^t^t*^>0 para qualquer vetor tipo tempo t^Ct^t^
>OD, nSo á satisfeita aqui. Uma decomposição tipo-fluido á
realizada com relaçSo ao tensor C8D, o qual se reduz á estrutura
de um fluido perfeito no caso dos modelos de Robertson-Walker. Na
especial situaçSo do universo oscilante somos levados á conclusão
bastante interessante de que é possivel ter-se um estágio denso em
nosso universo sem que para isso necessitemos recorrer a uma
singularidade tipo "big bang". Conseqüentemente, podemos dizer que
temos agora um "Hot Bouncing cosmological model" no lugar do usual
"Hot Big Bang cosmological model". Certamente neste ponto devemos
nos questionar se o efeito da carga escalar encontra-se dentro do
alcance das presentes técnicas experimentais. Para responder a
esta indagação determinamos, no capítulo a solução geral
estática e esfericamente simétrica de nossas equaçSes. Os
parâmetros PPN desta solução encontram-se em boa concordância com
os da relatividade geral. Segue-se, p>ois, que quaisquer possíveis
correçSes aos clássicos testes experimentais da gravitação
tornam-se não-detectáveis pelos atuais instrumentos. No capítulo
_ _ _ <15>
mostramos que o horizonte de eventos associado com a
solução modificada de Schwarzschi1d é reduzido a um ponto,
evitando assim a formação dos buracos negros. O capítulo IV é
devotado à discussão sobre a possibilidade da realização de um
cenário inflacionário no contexto de nossa teoria quando um
potencial V=X0‘* é adicionado à ação Cl D. Note que este é o único
termo local possível envolvendo uma constante de acoplamento
adimensional e que não quebra a invariância conforme da citada
4
açSo. Um ioor»mA tipo "no-go" ò oniSío demonstrado no caso do
modelo cosmológico isotrópico padrSío. Finalizamos este trabalho
apresentando no epilogo algumas especulaçSes sobre o significado
da carga escalar
REFERENCIAS
15 R.M. Wald, Ann. Phys. CN. Y. 5 82, 548 C19745.
25 P. S. Jang and R. M. Wald, J. Math. Phys. 18, 41 C19775.
35 G. W. Gibbons, S. W. Hawking, G. T. Horowitz and M. J. Perry , Commun.
Math.Phys. 88, 295 Cl9835.
45 R.M. Wald, General Relativity C The University of Chicago Press,
Chicago, 19845.
55 S. W. Hawking and G. F. R.Ellis, The Large Scale Structure of Space-
-time CCUP, Cambridge, 19735.
65 S.Deser, Ann. Phys. CN. Y. 5 59, 248 C19705.
T5 C.G. Callan, S. Coleman and R.Jackiw, Ann. Phys. CN. Y. 5 59, 42
C19705.
85 A. Zee, Ann. Phys. CN. Y. 5 151, 431 C19835.
95 L.Smolin, Nucl.Phys. 160 B, 253 Cl9795.
105 J. D. Bekenstein, Foundations of Physics 16, 423 Cl9865.
11^ A. Papapetrou , Lectures on General Relativity C D. Rei dei
Publishing Company, P. O. Box 17, Dordrecht, Holland, 19745.
125C.Brans and R. Dicke, Phys. Rev. 124, 925 C19615.
135A. J. Accioly and M. S. OIi veira: "Can a Scalar Charge Generate a
Bouncing Uni verse?", IFT-P 32/88 Csubm. à publ.no J. Math.Phys.5.
145A. J. Accioly and M. S. OIiveira: "Sealar Fields Versus Black Holes",
IFT-P 30/88 Csubmetido à publicação na Portugaliae Physica5.
155 A. J. Accioly and M. S. OI i vei ra: "Can Black Holes Be Avoided in the
Framework of a Gravity Theory with Conformai Scalar Field?"
Csubmetido à publicação na Revista Brasileira de Física5.
5
CAPITULO I
UM UNIVERSO oscilante'*'
I. 1 - Universos de robertson-walker tendo como fonte um campo
ESCALAR CONFORME
Consideraremos aqui universos de Robertson-Walker
Chomogêneos e isotrópicos^ tendo como fonte um campo escalar
conforme homogêneo. Tais modelos sSo uma excelente aproximação
para os estágios densos de qualquer modelo de Robertson-Walker que
contenha além do aludido campo escalar outras formas de matéria,
uma vez que em tais estágios densos os efeitos da matéria
são negligenciáveis em comparação com os do campo escalar. Vamos
empregar o elemento de linha de R-W na forma isotrópica,
ds^ = a^C>75 drí^ - dO^^Ck^j . Cl02)
2 3
onde aCr72> é o fator de escala cósmico e dO Ck2> é a métrica do R ,
3
ou , conforme a constante de curvatura k = O , +1 ou -1 ,
respectivamente. O vinculo R=0 C6D é, desta Tiianeira, integrável ,
a + ka=0 ; C112)
□§ = O CO!) traduz-se por
é a^ = Q . C125
enquanto que as equaçSes C72> e C82> fornecem uma terceira relação
independente de CllD e C12D, a saber,
- a aj 1^1 - a"^ + 2 Q a"‘ â ê , C13:>
que pode ainda ser reescrita, com o auxilio de C112> e C12D, como
6
C13’? |^Ca'í3 j ICa I + kCaí5* - k a® - à* = O
Pontos denotam derivaçSo com respeito a r} e Q é a "carga escalar".
Os conjuntos de soluçSes gerais que satisfazem
simultaneamente CllJ, C125 e C13D para cada valor de k sSo os que
se seguem:
a = A 7) + B
k = O : $ -Q
AC at?+b:>
1
F ci4:>
a = A senr? + B cost)
Q B senr) - A cosrt
k = +1 : $ = + F t Cl
A*+B^ A senr) + B cosy>
a = A coshr? + B senhT)
Q A senhr? - B coshr?
k = -1 : # = + F ; cie:>
2 2
A +B A coshí) + B senhr)
A^ = B^ ou q"" =
A, B e F sSo constantes de integraçSo.
Examinemos com especial atençSo o caso k =-l , que
corresponde a um universo aberto; um conveniente ajuste das
constantes CB=0; A=1Z> reduz C16D a
{
a = coshrí
S = 0 tghr) + -Á
C17:>
+Q
O fator de escala é agora uma funçSo de r) que atinge seu valor
7
mlnlmo a=l »m 17=0. Trat^a—s»t portant^o, d© uma soluçSo livr© d»
singularidades da métrica. Ora, é sabido que o "superego" da
Cosmologia sâo os chamados t»or»mas das singuLaridad&s, os quais
obrigam a existência destas últimas - exceto em situaçSes
particulares. A fim de verificar se estamos ou nSo incorrendo em
blasfêmia analisemos aquela afirmaçSo dos referidos teoremas
segundo a qual
^O, IT t^l>0, tt^>0 fJU ' IJV f ' fj
3D ausência de singularidades
sSo ocorrências mutuamente excludentes Cesta constitui a primeira
parte da chamada condição de energia dominanteD. Na parametrização
isotrêpica, 3a ^Ca a - a^D , o que para a solução em questão
significa 3a ^Ccosh^r?-senh^T7Í> = 3a Adotando t^=Ca ^,0,0,0D
temos R^^t^t^= R^^t°t°= 3a * >0 . Já que as equaç3es de campo C75
nos dizem que © '^fjv sinais opostos Cw > 02) chega-se a
— .jj V
^ ^ ^ ©» conseqüentemente, à conclusão de que podemos ter uma
solução com g livre de singularidades sem contrariar os
tJV
"teor emas".
Chamamos a atenção para o fato de que dados cosmológicos
recentes não conflitam com a idéia de um universo aberto.
Teoricamente este ponto d© vista é até corroborado por teorias
gravitacionais que incorporam o conceito de quebra espontânea de
simetria^^'^\
Uma vez apresentada a possibilidade de se ter um
universo aberto cujo fator de escala "oscila" em torno de 77=0 sem
Jamais se anular, nosso próximo passo é o de esclarecer qual o
papel desempenhado pela fonte de tal universo, fonte esta
constituída pelo campo escalar conformemente invariante.
8
I. 2 - o CAMPO ESCALAR CONFORME E UM FLUIDO PERFEITO
Nossa meta nesta secçâo é procurar associar o tensor de
momento-ener gi a do campo escalar conforme dado por CSD ao de um
, , <4,3, =0. Assume-se o potencial efetivo de Coleman-Weinberg para a
quebra de simetria SUC65 ■♦SUC35 xSUC2DxUCl5 em aproximaçSo de 1-1 oop
e a temperatura T finita,
= ~ J dx X* In^ 1 - exp “ ^ 9j | ^
5625
512
j^^^l nC ^/o'5 - ’ ^■^25
com e ~ 4.5xl0‘‘*GeV
forma aproximada
t emper atur a*'*N
figura 1 -
Polenciol «f^livo X
paro. vario» vaVor«s
2
e g ~
deste
» <4>>=0 e a simetria é
>'©staurada; enquanto que para T < ° minimo em 4>=o' é estável e
aquele em ~T, enquanto que continua a valer
aproximadamente o ~T , de modo que no interior das bolhas OUT
permanece <4>>« a por um intervalo de tempo razoavelmente longo, ao
invés do ráoido <«*>■♦ cf assumido por Guth. Entre <^=0 e 0 ~T r 'T OUT
a barreira torna-se "suave" a ponto do tunelamento de uma fase
metastável em ^=0 para uma fase estável em 4>=o> dar lugar a um
processo no qual o campo "escorrega" lentamente ao longo do
potencial de um estado instétx>&l <4>>=0 para a fase de simetria
quebrada <4>>=o>. Atingido este ponto a transição está terminada,
conseqüentemente a expansão exponencial cessa e o reaquecimento se
dá por pequenas oscilações Ccom período « H ^ D do campo em torno
do mínimo, amortecidas por criação de partículas Cfótons, etc. 3.
31
Estlma.-se o tempo que dura a evoluçSo de ^=0 para 4>~o'
através da equaçSo de Klein-Gordon ordinária ^ = O ou, levando-se
* * Ô *
em conta a curvatura, ^ + 3 ~ ^ = O . Conclui—se que mesmo no caso
a
menos favorével Co primeiroD as bolhas se expandem atingindo um
tamanho muitas ordens de grandeza maior do que o do universo atual
~ 10 cm. Portanto nosso universo estaria naturalmente contido em
uma única bolha e o quebra-cabeças resolvido.
Apesar do sucesso - sujeito a criticas e modificaçSes
sugeridas*^~*°*- o "novo cenério inflacionário" possui um caráter,
digamos, artificial que nSo deixa de ser desagradável; da maneira
cui hoc pela qual é introduzida na cosmologia, inflação mais parece
uma criação dos físicos do que um atributo da natureza. Incomodado
com isto, Linde***^ acabou por verificar que crescimento
inflacionário é uma conseqüôncia natural - não, mais que isso . . .
ineuttàuel - de condiçSes iniciais caóticas no universo primordial.
Senão, vejamos: consideremos um potencial incomparavelmente mais
1. -4
prosaico do que C42D, que é VC(^:)= com X « 1. Nossa descrição
do universo começa depois de transcorrido um tempo
quando a densidade de energia cai abaixo de . O campo pode
assumir valores praticamente arbitrários em regiSes diferentes do
universo - suficientemente afastadas umas das outras - sujeitos
apenas à restrição 4> * modo que VC^5= <
< M * * Ce d éd^é < M a fim de que a região não se situe na era
" pl cC ^ **l
pré-planckiana3. Assim, existem inicialmente infinitos domínios em
que M < O . C485
Uma vez que estamos interessados em expansao, B = 0 e, conseqüente
mente
aCt5 = a exp VR/12 t 2 tj = y^ C405
Em particular, para T = g V , G = —« g V ^ R = 4wV , temos
aCtD = a^exp = a^expIj^CSnV/S^^^^^/M^j^jtl C43*:>
Em poucas palavras, quando k = O , R > O significa expansSo
exponencial do fator de escala cósmico. Por outro lado, o único
termo de potencial que podemos introduzir na ação Cl D sem quebrar
a sua invariância conforme 6 V = ^^4^ • Assim, continua valendo o
vinculo R = O C6D, "marca registrada" desta invariância. Ora, com
isto C47D se reduz a a^j = -2k , o que resulta em a~t*'^* para
k=0 e a~t para k=-l, insuficientes para a ocorrência de inflação.
Desse modo, a realização de um cenário inflacionário passa Cna
presente situação? inevitavelmente pela quebra da invariância
conforme da ação Cl?, único meio de se satisfazer a desigualdade
R > O .
24
REFERENQAS
15 A. J.Accioly and M. S. Oliveira: "Can a Scalar Charge Generate a
Bouncing Universe?*\ IFT-P 32/88 Csubm. à publ.no J. Math. Phys. 5.
25 A. H.Guth, Phys.Rev. D 23, 347 C19815.
35 A. D. Linde, Phys.Lett. 108 B, 380 C10825.
45 A. Albrecht and P. J. Steinhardt, Phys. Rev. Lett. 48, 1220 C10825.
55 S. W. Hawking, Phys. Lett. 115 B, 295 C19825.
65 A. A. Starobinskii , Phys.Lett. 117 B, 175 C19825.
75 A.H.Guth and S.-Y. Pi, Phys. Rev. Lett. 49, 1110 C19825.
85 J.M. Bardeen, P. J. Stei nhardt and M. S. Turner, Phys.Rev. D 28, 679
C19835.
05 M.S. Turner, Phys.Rev. D 28, 1243 C10835.
105P. J. Steinhardt and M. S. Turner , Phys.Rev. D 20, 2162 C10845.
115 A. D. Linde, Phys.Lett. 129 B, 177 C19835.
25
epílogo
Cert^amonie o significado da carga «scalar doverÀ sor
procurado no seio da teoria quântica de campos. Entretanto a nivel
clássico -domínio ao qual este trabalho está confinado- é possível
encontrar-se uma explicaçSo ingônua para o efeito que a carga
escalar exerce sobre a geometria. De fato, um simples exame da eq.
C34D nos permite concluir que o papel da carga escalar no contexto
da teoria em consideração á o de provocar a diminuição da massa
geomátrica original m . Isto ó, a nova massa geométrica é agora
expressa por
Uma provável explicação para a carga escalar talvez
possa ser encontrada a nivel quântico na linha proposta por
Hawklng para descrever a evaporação de buracos negros. Este é
um assunto fascinante que tem ocupado a imaginação de muitos
pesquisadores. Indubitavelmente, investigaçSes nessa direção, no
caso da carga escalar, merecem atenção.
O presente trabalho, apesar de não poder ser considerado
exaustivo, indica que a assumpção de uma teoria de gravitação com
campo escalar conforme nos leva a modelos com propriedades fisicas
bastante interessantes e não-usuais.
REFERENCIA
ID S.W. Hawklng, Commun. Math. Phys. 43, 199 C1975Z).
fluido ,
T = pt t+qt+tq-|ph +nl , Cl Sii
onde p e p sSo respectivamente a densidade de energia e a pressSo
exercida pelo fluido, q é uma medida de sua nSo-homogeneidade e
n de sua anisotropia, eh = g - t t . Para o cumprimento de
fUí> ^(Jt> fj V
tal objetivo temos à nossa disposição um único vetor que
iZ> está diretamente relacionado com o campo escalar conforme,
ÜD aparece em C8D,
iiiZ) é tipo-tempo e
iv5 p>ossui comprimento unitário:
t^ _ — ■ - . ci9:>
t4 CK
Certamente não é em todas as situaçSes de interesse que se pode
encontrar um tal vetor tipo—tempo; o problema estático,
esfericamente simétrico, com o campo escalar exibindo a mesma
simetria que o espaço-tempo - resolvido no capítulo II - constitui
um exemplo no qual isto não é possível Ctem-se Nos casos,
porém, em que tanto o campo escalar quanto o espaço-tempo de fundo
estão evoluindo dinamicamente - como é de se esperar de um modelo
cosmológico realístico - a existência deste vetor tipo-tempo está
praticamente assegurada.
Da definição Cl 95 conclui-se que h é um tensor que
U V
projeta sobre hipersuperfícies tipo-espaço ortogonais a t'"^, h t =
= o. Assume-se ainda que q t^= O, H t = O e TI O. Com isso C185 ^ OL fJV jj
9
ImplicA. »m
p=T ; q =T ; fí sph +H =-T ; p= ^ H C30)
aft fj (ji> /jv> ^jv aft fj V ' ^ 3 a
Substituindo C85 em C205 obtém-se
P =
2$
$ $
c*
a. §^$*^7 7 $
P V*
C215
= K‘-*“]]
-1 2$
ví ’$ $
a
0(
/• *
-
_ V
ft a ^ C225
L n T- 1 V p = “ p -♦ n = -T h' - — ph
3 pv cx/? p V 3 pi>
2$ $
7 7 +
p i>
$ $
a
a
p V
I- a
/? ^py
S*^7 -f$ 7 +$ 7 1
a I V v« pj
í .C233
Para modelos de Robertson-Walker [$ =cé,0,0,0D], independentemente
da particular parametrizaçSo adotada para a métrica [seja CIOD ou
C45D do capítulo IV3 , C21D, C22D e C23D assumem, com a ajuda de
C125 e C13j, a estrutura
P ' 3 ^ . P = ^ p . q = 0 , n = O . ca4>
« a
que é a de um fluido perfeito.
I. 3 - Um "hot bouncing cosmological model"
o nosso modelo nSo-singular Cosci1anteD, aberto Ck=-lj e
em expansSo, apresentado na secçSo I.l deste capítulo, é descrito
por C17:3. Levando-se esta última na expressão para a densidade de
energia em C24:> chega-se a um valor absoluto para p que é máximo
no instante inicial rj=0, decaindo para r? posteriores:
10
3
C255
X cosh^r)
Vemos, assim, que é possível realizar um estágio denso no universo
primitivo no contexto de nosso modelo, o que equivale a dizer sem
que pr&cis&mí^s r&correr a •uma. singxilaricia