UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA MARCELO DE FARIA MENEGASSO ANÁLISE ECONÔMICA DA CULTURA DA SERINGUEIRA NO NOROESTE PAULISTA ILHA SOLTEIRA - SP 2024 2 MARCELO DE FARIA MENEGASSO ANÁLISE ECONÔMICA DA CULTURA DA SERINGUEIRA NO NOROESTE PAULISTA Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – Unesp como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. Profª Drª Jaqueline Bonfim de Carvalho Orientadora ILHA SOLTEIRA - SP 2024 3 4 5 AGRADECIMENTOS Aos meu pais, Cesar Luis Menegasso e Maria Angela de Faria, e a toda minha família. Aos meus irmãos de república Pé de Cana, que ficaram comigo por todo esse tempo, me dando suporte e estando comigo nas horas mais difíceis. Aos meus amigos de curso e de turma, pelos momentos de alegria vividos. A Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Ilha Solteira, por me desenvolver tanto do lado pessoal como profissional. Aos professores e servidores da UNESP, pelos ensinamentos, orientações e aprendizados. A professora Dra. Jaqueline Bonfim de Carvalho, que muito me auxiliou, orientou e me ajudou para que esse momento se concretizasse. 6 RESUMO A seringueira (Hevea brasiliensis) produz o látex, que é a principal matéria-prima para a produção de borracha natural. Trata-se de uma planta que exige um alto investimento nos anos iniciais de implantação do cultivo, apresentando uma fase juvenil entre 6 a 7 anos, sendo que somente após esse período que se inicia a extração do látex, e consequentemente, o retorno econômico. O objetivo do presente trabalho foi analisar economicamente um seringal nos primeiros anos de instalação, em uma fazenda no município de Tanabi-SP, localizado no Noroeste Paulista. Metodologicamente foram utilizados os três primeiros anos de formação para análise de custo de produção e para os indicadores de rentabilidade foram levados em consideração a sangria dos três primeiros anos produtivos (a partir do 6º ano da implantação do seringal). Os custos que mais oneraram os anos iniciais foram os gastos com mudas e com mão de obra. Em relação a análise de rentabilidade observou-se lucratividade de -31,98%, que indica que não há retorno do investimento inicial nestes três primeiros anos, e produção de equilíbrio de 7.392,41kg, indicando que possivelmente no 4° ano de produção o produtor já pode obter o retorno do investimento inicial. Desse modo, conclui-se que mesmo com os altos e baixos dos preços, a atividade em questão é rentável, validando o sucesso do investimento do produtor e o crescimento do setor, visto que a área pode ter uma produção de látex longeva por muitos anos. Palavras-chave: Hevea brasiliensis, Custo de produção, Rentabilidade, Indicadores econômicos, Heveicultura. 7 ECONOMIC ANALYSIS OF RUBBER CULTURE IN THE NORTHWEST OF SÃO PAULO ABSTRACT The rubber tree (Hevea brasiliensis) produces latex, which is the main raw material for the production of natural rubber. It is a plant that requires a high investment in the initial years of implementation, presenting a juvenile phase between 6 and 7 years, and only after this period does the extraction of latex begin, and consequently, the economic return. The objective of this work was to economically analyze a rubber plantation in the first years of installation, on a farm in the city of Tanabi-SP, located in the Northwest of São Paulo. Methodologically, the first three years were used to analyze production costs, and for the profitability indicators, the bleeding of the first three productive years (from the 6th year of the rubber plantation's implementation) was taken into account. The most significant costs in the initial years were expenses with seedlings and labor. Regarding the profitability analysis, a profitability of - 31.98% was observed, which indicates that there is no return on the initial investment in these first three years, and an equilibrium production of 7,392.41kg, indicating that possibly in the 4th year of production the producer can now obtain a return on the initial investment. Therefore, it is concluded that even with the ups and downs of prices, the activity in question is profitable, validating the success of the producer's investment and the growth of the sector, as the area can have long-lasting latex production for many years. Keywords: Hevea brasiliensis, Production costs, Profitability, Economic indicators, Heviculture. 8 LISTA DE FIGURAS Página Figura 1. Brasil e Estado de São Paulo com destaque para a Região Noroeste Paulista......15 Figura 2. Imagem aérea da propriedade, totalizando 56,43 ha.............................................21 9 LISTA DE TABELAS Página Tabela 1. Custos operacionais totais de um seringal em Tanabi-SP, nos 3 primeiros anos de instalação do cultivo (R$/ha), 2023...........................................................................25 Tabela 2. Rentabilidade dos três primeiros anos de sangria (2021, 2022 e 2023) de um seringal em Tanabi – SP...................................................................................................27 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11 2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 13 2.1 Seringueira ........................................................................................................ 13 2.2 Destaque da produção agropecuária no Noroeste Paulista. ......................... 14 2.3 Importância da gestão de custos na atividade agrícola ................................ 17 3. OBJETIVOS ..................................................................................................... 19 4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 20 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 24 6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 29 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30 11 1. INTRODUÇÃO A seringueira (Hevea brasiliensis) pertence ao gênero Hevea, família Euphorbiaceae. Originária da região amazônica, é a principal fonte de borracha natural do mundo. Embora seja nativa, o Brasil produz somente cerca de 30% da demanda do mercado interno, sendo que os países asiáticos possuem três quartos da produção mundial de borracha natural, que advém, especialmente, da Indonésia, Tailândia, Vietnã e Malásia (Leal, 2017). A heveicultura é uma atividade de longo prazo, sendo necessário analisar alguns fatores quando se pretende investir na mesma. Por ser uma cultura perene, é preciso tomar o máximo cuidado com as práticas agrícolas, visto que, quando instalado o seu plantio, não há a possibilidade de refazê-lo (Instituto de Economia Agrícola, 2018). Outro ponto observado é a exploração ou extração do látex, sendo fundamental para determinação da vida útil e rendimentos das plantações de seringueira, respondendo por grande parte dos custos totais de produção (Silva et al., 2010). Assim como em qualquer outro sistema agropecuário, tanto a produtividade como a rentabilidade dos seringais irão depender principalmente do manejo adequado. Portanto, faz-se necessário atentar-se para a escolha adequada da área, preparo do solo, implantação da floresta, bem como a adoção de boas práticas agrícolas, para que o seu empreendimento tenha sucesso (Oliveira; Gonçalves, 2022). Desse modo, a avaliação econômica de um projeto abrange o uso de técnicas e critérios que comparam custos e receitas, com o objetivo de determinar se este é viável ou não (Dias et al., 2011). As estimativas de custo de produção de implantação, formação e produção de seringueira são essenciais na tomada de decisão (Oliveira; Gonçalves, 2019). Souza et al., (2023) citam que avaliar os indicadores econômicos e os custos de produção é essencial para determinar a viabilidade das culturas agrícolas. Consequentemente, avaliar se os investimentos são compatíveis com as receitas obtidas, ou se os produtores podem continuar a desenvolver a atividade. A seringueira é uma planta que exige um alto investimento nos anos iniciais de implantação do cultivo, apresentando uma fase juvenil entre 6 a 7 anos, sendo que somente após esse período que normalmente se inicia a extração do látex, e consequentemente, o retorno econômico (Oliveira; Gonçalves, 2022). A sua perenidade aliada com vida útil longa juntamente com suas características agronômicas como a sangria, época de produção, manejo do seringal complicam a apuração do custo de produção, visto que demanda longo acompanhamento desde a formação do seringal até o momento que se realiza a sangria. No 12 entanto, o custo de produção apresenta como uma ferramenta indispensável para o controle e gerenciamento das atividades produtivas, ademais, proporciona informações para auxiliar nas tomadas de decisões (CONAB, 2010). Dessa forma, realizar a análise econômica do empreendimento é de suma importância para a safra agrícola e sucesso do mesmo. No estado de São Paulo, 305 municípios cultivam seringueira em 132.659,12 hectares, sendo 65% da produção concentrada nas regiões noroeste e norte do estado, tendo os municípios São José do Rio Preto, Votuporanga, General Salgado, Barretos, Fernandópolis, Catanduva e Jales como os maiores produtores (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, 2023). Considerando a relevância da cultura da seringueira para o estado de São Paulo, principalmente na região noroeste, o presente trabalho objetivou avaliar análise econômica da cultura da seringueira no Noroeste Paulista, mais especificamente no município de Tanabi. 13 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Seringueira A principal matéria-prima para a produção de borracha natural é o látex extraído da seringueira. Muitas espécies de vegetais tropicais apresentam potencial para a produção de borracha natural, especialmente na família das Euphorbiaceae, no entanto, quase toda a produção mundial provém da espécie Hevea brasiliensis, originária do Brasil (Nogueira et al., 2015). O Brasil já foi o maior produtor mundial de borracha natural, no início do século XIX, mas, nos dias de hoje, a participação brasileira no cenário internacional é muito reduzida, contribuindo apenas com 1% do total mundial, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura – FAO (Brisolara et al., 2023). No país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2022) a produção de borracha nacional no ano de 2022 foi de 416.964 toneladas, com uma área colhida de 182 ha e um rendimento médio de 2.291 kg ha-1. No que se refere a história da produção da borracha natural brasileira, mostra que o país desfrutou da condição de principal produtor e exportador mundial no final dos séculos XIX e início do século XX, passando a ser importador desta matéria-prima a partir do começo dos anos cinquenta, do século passado. Hoje, a sociedade paga pela histórica falta de controle do governo brasileiro sobre a biodiversidade e, como consequência, de único produtor mundial o país passou a importar cerca de 150.000 toneladas de borracha natural por ano (Bernardes et al., 2000). Desde 1916, com a introdução das primeiras sementes de seringueira no Estado de São Paulo e o plantio comercial da cultura a partir de 1950 até os dias atuais, a heveicultura vem solidificando suas bases no território paulista (Cati, 2010). Segundo Costa (2020) o estado de São Paulo é destaque no cultivo da seringueira no território nacional e a região Noroeste Paulista apresenta uma região favorável ao desenvolvimento do cultivo, devido ao clima que beneficia o desenvolvimento da planta. Nas avaliações de 1978 a 1980 já existiam áreas implantadas superiores a 2 mil hectares de seringais, e as estatísticas divulgadas pela antiga Superintendência do Desenvolvimento da Heveicultura (Sudhevea) mencionavam as produções paulistas. Aos poucos, os agricultores e o poder público foram verificando que a heveicultura, além de rentável, apresentava-se como uma 14 das importantes opções de cultivo permanente para a sustentação do desenvolvimento de várias regiões do Estado (Cati, 2010). O cultivo da seringueira, ou heveicultura, no Brasil, vem passando por um momento favorável desde a década de 1980, quando a produção de borracha natural começou a se firmar fora da região Amazônica e a partir de 1996, quando houve uma reestruturação da indústria de beneficiamento, com produção de borracha de elevado padrão de qualidade, contribuindo para a expansão e fortalecimento do setor produtivo como um todo (Francisco et al., 2009). Os fatores que propiciaram o surgimento de novos pólos de produção no país foram, praticamente, os mesmos que se deram no início da exploração na Ásia, como: clima favorável, clones mais produtivos e cultivo comercial em larga escala. Somaram-se a estes a mão-de-obra especializada, mais capital para investimento e produtores com maiores condições de absorver novas tecnologias. Além disso, grande parte das indústrias que utilizam a borracha natural estão instaladas nos estados produtores, principalmente em São Paulo. O desempenho da heveicultura nacional passa a ter um crescimento constante, cuja meta, em médio prazo, é a auto suficiência na produção de borracha natural e, a longo prazo, a reconquista do mercado internacional (Francisco et al., 2009). Em relação aos benefícios sociais, a heveicultura é destaque na geração de emprego no campo, aumento da renda familiar e fixação do homem no campo. Dentre os benefícios ambientais tem-se a proteção do solo contra a erosão, recuperação de áreas degradadas e fixação de gases causadores do efeito estufa. Os benefícios econômicos são o desenvolvimento econômico local e regional, receita com a venda da borracha; e valorização da terra, devido a área reflorestada (Colombo, 2009). 2.2 Destaque da produção agropecuária no Noroeste Paulista. A região Noroeste Paulista (Figura 1) compreende as regiões de São José do Rio Preto e Araçatuba. Segundo Demétrio e Baeninger (2023) essa região combina inúmeras vantagens competitivas para o agronegócio, com distintas características naturais, incluindo relevo do solo e fatores que favorecem a infraestrutura logística como ferrovias, rodovias e hidrovias, divisas com Estados do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, alavancando atividades econômicas como a piscicultura, e apoiando outras mais antigas, como frigoríficos de carne bovina e da agroindústria canavieira. Além desses segmentos do agronegócio, a região também se destaque no cultivo de culturas perenes, como a Seringueira e Frutíferas. 15 Figura 1 – Brasil e Estado de São Paulo com destaque para a Região Noroeste Paulista. Fonte: Oliveira Júnior (2011). São Paulo é o maior produtor de borracha do Brasil, e a maior parte da produção nacional se concentra no Noroeste do Estado. A heveicultura vem sendo adotada a cada ano por um número maior de proprietários de micro e pequenas propriedades rurais, pois se adequa bem à agricultura familiar, mesmo que o percentual de grandes produtores vem crescendo nos últimos anos (Machado et al., 2014). A seringueira no Noroeste paulista possui altas produtividades, chegando em cerca de 2.000 kg ha-1 ano, tendo uma média de produção superior a outros países produtores como Tailândia e Indonésia, devido às condições de solo e clima propícios, com quantidade de chuvas e umidade adequadas (Seringueira, 2009). Essa região também reúne a maior área plantada com seringueira do País – região denominada de “Pólo da Borracha”. Na microrregião geográfica de São José do Rio Preto, formada por 29 municípios, concentra-se o maior número de usinas de beneficiamento de borracha natural (Rossman; Gameiro, 2006). O clima quente do noroeste Paulista, favorece o cultivo da seringueira, e a região corresponde por mais de 65% de área plantada no Brasil e São José do Rio Preto corresponde a cerca de 27% deste total (Oliveira; Gonçalves, 2019). No Noroeste do Estado de São Paulo, desde 2009, diversos estudos envolvendo integração lavoura-pecuária-floresta têm apresentado resultados satisfatórios, sendo boa opção para produção agropecuária sustentável, nas condições edafoclimáticas da região (Borges et al., 2014). 16 Mas não é somente o cultivo da Seringueira que possui destaque no Noroeste Paulista. A partir de 2006, a cana-de-açúcar passou a ser a cultura mais importante em termos de Valor de Produção em 21 Escritórios de desenvolvimento Regional (EDR’s). Ao mesmo tempo, a pecuária de corte que era a principal atividade agroindustrial em 15 EDR’s em 2002, caiu para 09 EDR’s em 2006. Os cinco EDR’s que passaram a ter a cana-de-açúcar como principal fonte do Valor da Produção estão localizados nas regiões Oeste e Noroeste do estado, regiões onde antes era predominantes a pecuária de corte (Tanaca; Pereira; Pigatto, 2008). Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de Cana-de-Acúcar, sendo o maior destaque para o Estado de São Paulo com aproximadamente 53,6% de área cultivada no país (4,4 milhões de hectares) (Conab, 2019), sendo o noroeste do estado uma das áreas em expansão comercial da cultura (Bispo, 2020). A região noroeste do Estado de São Paulo apresenta a maior taxa de evapotranspiração do Estado (Hernandez et al., 2003) e por essa razão, informações agrometereorológicas são importantes para a prática da irrigação, quando se visa um manejo de água eficiente que proporcione a expansão racional da agricultura irrigada com consequências positivas para toda a região através dos seus efeitos multiplicadores (Bispo, 2020). Outro cultivo que também é utilizado na região é a soja, como reforma de canavial, sendo uma excelente alternativa para o sistema de rotação de culturas, em razão da possibilidade de controle de plantas daninhas, pragas e doenças. Tendo em vista que o estado de São Paulo é um grande produtor de cana-de-açúcar, a utilização das áreas de reforma é um meio importante para a expansão da produção de grãos da oleaginosa (Pavão et al., 2015). Conforme levantamento realizado pela Cati de Rio Preto (2010) e pelo Instituto de Economia Agrícola (2018), a evolução de plantações de soja é crescente a partir do ano de 2000, principalmente nos 24 municípios da regional da Cati. Em 2000, os dados apontam 1.715 hectares de plantações de soja na região de Rio Preto, sendo que os números foram aumentando para 11 mil hectares em 2018, e para 20.225 hectares em 2021 (Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, 2023). A região oeste do Estado de São Paulo, da qual a noroeste integra, vem-se destacando na produção de frutas, e, segundo o Programa Setorial Integrado de Promoção de Exportações de Sucos Tropicais, elaborado pela Associação das Indústrias Processadoras de Frutos Tropicais, essa região é apontada como um dos principais polo de frutas tropicais no Brasil (Ruggiero, 2001). https://ageconsearch.umn.edu/search?f1=author&as=1&sf=title&so=a&rm=&m1=e&p1=Pereira%2C%20Jonathas%20Alfredo%20Zakir&ln=en https://ageconsearch.umn.edu/search?f1=author&as=1&sf=title&so=a&rm=&m1=e&p1=Pigatto%2C%20Gessuir&ln=en 17 A atividade aquícola no Brasil tem aumentado nos últimos anos, sendo a tilápia a espécie mais produzida (150 mil toneladas), de acordo com o último levantamento divulgado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, de 2010. A região Noroeste Paulista é considerada a maior produtora de tilápias do Estado de São Paulo. Essa espécie exótica vem sendo criada no sistema de tanques-rede, instalados nos reservatórios de hidrelétricas, como o de Ilha Solteira e Nova Avanhandava (Castellani et al., 2013). Dado a importância dos cultivos agropecuários para a região Noroeste Paulista, o enfoque no presente trabalho será para o cultivo da Seringueira, destacando os principais custos de produção do segmento. Santana et al., (2018) citam que a heveicultura é uma atividade competitiva e lucrativa, do ponto de vista privado e social, a longo prazo. Entretanto, os autores reforçam que os produtores são afetados negativamente pela presença de medida das políticas incidentes sobre os insumos produtivos e preço do produto, como mudanças no preço da borracha natural, que possuem forte impacto na competitividade deste sistema produtivo. Dessa forma, tem-se a importância de avaliar a gestão de custos no Sistema produtivo. 2.3. Importância da gestão de custos na atividade agrícola Gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos que envolvem o planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras da empresa. O objetivo da gestão financeira é melhorar os resultados apresentados pela empresa e aumentar o valor do patrimônio por meio da geração de lucro líquido proveniente das atividades operacionais. Uma correta administração financeira permite que se visualize a atual situação da empresa. Registros adequados permitem análises e colaboram com o planejamento para otimizar resultados (Rosa, 2020). É muito importante que o empreendedor conheça o próprio negócio para não deixar, nas mãos de terceiros, cuidados essenciais como uma boa gestão de custos. O conhecimento do assunto auxilia o proprietário do negócio a ter uma boa gestão financeira, administrar e controlar os custos gerados na produção e comercialização de serviços ou produtos (SEBRAE, 2019). O conhecimento do custo de produção agrícola é uma excepcional ferramenta de controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geração de importantes informações para subsidiar as tomadas de decisões pelos produtores (Conab, 2010). 18 Frequentemente o agricultor paga mais pelos insumos necessários para o cultivo e recebe menos pelo produto colhido. Em vista disso, o empresário rural deve buscar meios para diminuir o custo da produção, evitar desperdícios e melhorar o planejamento e controle das atividades, possibilitando gerar informações precisas e oportunas sobre a situação real da produção e resultado das culturas de sua propriedade. Um dos métodos possíveis para o controle se dá por meio da contabilidade de custos (Hofer et al., 2006). A Contabilidade Rural é um dos principais sistemas de controle e informação das Empresas Rurais. Com a análise do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício é possível verificar a situação da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como análise de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios e de terceiros, de retorno de investimentos, etc. A Contabilidade Rural também fornece informações sobre condições de expandir-se, sobre necessidades de reduzir custos ou despesas, necessidade de buscar recursos, etc. Está aí a finalidade da Contabilidade Rural: o planejamento (Crepaldi, 1998). A busca pela maximização da renda requer gestão no “o quê, onde, como, quando e por quê” produzir. Para isso, o levantamento dos custos de produção e a suas relações com o preço de mercado, possibilita analisar os componentes que envolvem a produção, o custo/benefício e identificar os riscos e as oportunidades ao longo dos anos (Artuzo, 2018). Baseado nos custos de produção agrícola, é possível avaliar a rentabilidade, a lucratividade e a eficiência do sistema de produção adotado pelo produtor rural (Richetti, 2016). 19 3. OBJETIVOS Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi analisar economicamente um seringal nos primeiros anos de instalação, em uma fazenda no município de Tanabi-SP, localizado no Noroeste Paulista. De maneira específica foram analisados os principais custos relacionados a atividade no que se refere aos custos fixos e variáveis, bem como avaliou-se os principais parâmetros de rentabilidade a partir dos três primeiros anos de sangria (período produtivo da cultura). 20 4. MATERIAL E MÉTODOS A presente pesquisa é de natureza aplicada, pois, de acordo com Appolinário (2011) esse tipo de estudo é feito com o intuito de “resolver” necessidades ou problemas imediatos e concretos. Quanto seu objetivo se caracteriza como descritiva, o qual busca descrever as características do objeto que está sendo investigado, e permite uma nova visão sobre uma determinada realidade já existente (Del-Masso et al., 2014) empregando meios quantitativos com coleta sistemática de dados. No que se refere a estratégia de abordagem do problema é classificada como Estudo de Caso. Conforme Yin (2001) a pesquisa do estudo de caso leva em considerações questões "como" ou "por quê?”; possui ausência ou ainda pouco controle do pesquisador sobre eventos comportamentais; e o foco do estudo é um fenômeno contemporâneo. Segundo Del-Masso et al., (2014) no Estudo de Caso, o pesquisador opta, de acordo com a sua perspectiva de estudo, uma situação ou um caso particular que considerou representativo dentre um conjunto de casos semelhantes. O estado de São Paulo, possui uma área territorial de 248.219,485 km2, com 645 municípios. Sua população no censo de 2022 foi de 44.411.238 pessoas. Já o município de Tanabi, pertencente ao Noroeste do estado, possui uma área territorial de 741.218 km2 e uma população de 25.265 pessoas, segundo censo de 2022 (IBGE cidades, 2024). Ainda segundo o IBGE cidades (2024) e o censo agropecuário de 2017 o município possui 316 estabelecimentos agropecuários que produzem borracha, esses com 50 pés ou mais, produzindo 2.048 toneladas de látex coagulado com um valor da produção de R$5.367.174. Vale lembrar que no estado de São Paulo, 26 municípios cultivam seringueira, dentre eles Monte Aprazível, Tanabi, Barretos, Nhandeara e Poloni, totalizam quase 50% da área, que se concentra principalmente na região noroeste do Estado. A maior parte dos seringais cultivados possui área de 10 a 100 ha, sendo que apenas 2% dos seringais com área de 500 a 1.000 ha (Francisco et al., 2009). O clima da região de estudo é Aw, segundo classificação de Koppen, caracterizado por estação chuvosa no verão e período seco no inverno, com precipitações anuais médias de 1.100 a 1.300 mm (Alvarez, 2013). A propriedade, é localizada no município de Tanabi, no Km 08 vicinal Atilio Zanetoni, Fazenda Cachoeira dos Felicios. Possui um total de 56,43 hectares (Figura 2). A área considerada na pesquisa, possui um total de 40 ha, sendo um seringal com uma população de 528 plantas ha-1, totalizando 21.120 plantas na área total da propriedade. 21 Figura 2. Imagem aérea da propriedade, totalizando 56,43 ha. Fonte: Google Earth, 2024. O espaçamento médio utilizado foi de 3 metros entre linhas e 6 metros entre plantas, numa densidade de 18 m2 por planta. O clone utilizado foi o RRIM 600, do Rubber Research Institute of Malaysia, e segundo Lau et al., (2016) no que se refere à eficiência de produção, o clone apresenta elevada produtividade, sendo também uma das variedades mais amplamente cultivadas globalmente. Para o preparo da área foram realizadas as operações mecanizadas que consistiam em aração, gradagem, calagem e pulverização. As operações manuais foram referentes ao alinhamento do terreno para a abertura das covas, plantio das mudas, adubações, coroamentos, desbrotas e as capinas que foram executadas no primeiro ano da cultura. Os produtores optaram por realizar irrigação até o segundo ano da cultura, em especial nos meses de déficit hídrico e em caso de veranicos, pois segundo Hernandez (2005), o uso da irrigação na cultura da seringueira abriria a possibilidade da redução do tempo de início de sangria, passando dos atuais 7-8 anos para 5-6 anos, antecipando a recuperação do investimento realizado pelo produtor. Quando os produtores adquiriram a propriedade já havia sido feito o terraceamento na área, não sendo necessário a realização desta operação. Antes do plantio foi realizado a calagem na dose 900 kg ha-1 em área total, com incorporação de 20 cm no perfil do solo, visando atingir a saturação por bases (V%) de 50% (Raij et al., 1996). Na adubação de plantio foi utilizado o formulado 19-10-19 (N-P-K) com a dose de 30 gramas por cova, totalizando 15,84 kg ha-1. No 22 primeiro ano após o plantio realizou-se a adubação de cobertura, utilizando o formulado 20-05- 20 com a dose de 20,00 kg ha-1. Durante a formação do seringal foi realizado o controle de plantas daninhas, evitando a competição entre as plantas. Essas operações foram realizadas durante os três primeiros anos de cultivo. Os herbicidas utilizados foram o glyphosate (720 g i.a kg-1) com a dose de 2,5 L ha- 1 na pós-emergência das plantas daninhas e 2,4 D (670 g ia L-1) na dose 1L ha-1 na pré e pós- emergência. As aplicações de herbicidas foram feitas a cada três meses, totalizando quatro aplicações por ano. Foi também realizada aplicação de formicida na área no primeiro e segundo ano de formação, duas vezes por ano. O replantio foi realizado 30 dias após o plantio, com uma taxa de 5% de replantio das mudas. O coroamento foi realizado nas mudas após o plantio de forma manual feito por diarista, depois foi realizado coroamento somente quando se notava necessidade durante as capinas, que eram realizadas 3 vezes ao ano, também durante os dois primeiros anos de cultivo. A irrigação foi realizada no início do plantio e em ocasiões com período de estiagem, utilizando uma mangueira acoplada em um trator de 80 cv, com uma média de 20 litros de água cova-1, totalizando 12 irrigações durante o primeiro ano de condução. O valor considerado para essa atividade foi a quantidade de tempo gasto para a operação em HD (Homem Dia-1), já que a água utilizada era proveniente de uma fonte de água já existente na propriedade. As desbrotas foram feitas no início do desenvolvimento das plantas, aproximadamente até 2,0 m de altura de maneira periódica com o intuito de eliminação de ramos laterais, obtendo haste única da planta, totalizando 8 desbrotas durante o primeiro ano. A implantação foi realizada em dezembro de 2015, sendo o 6º ano (2021) o momento que se inicia a extração do látex da seringueira pelo produtor. Dessa maneira, só após esse período que se inicia o momento de amortização do investimento inicial realizado (Oliveira, Gonçalves, 2022). O DRC% (teor de borracha seca - Dry Rubber Content) extraído das plantas foi de 60%. O sistema de sangria utilizado foi o D/4, correspondendo a um intervalo de sangria de 4 dias, e o tipo de corte de sangria utilizado foi o S/2, onde é feita a retirada da casca em meio espiral, com declividade definida e sempre em sequência. É o sistema mais usual de corte. Para o cálculo do custo de produção foi utilizada a estrutura do Instituo de Economia Agrícola (IEA) determinando o Custo Operacional Total (COT) definida por Matsunaga et al., (1976). Para resultar no COT foi necessário determinar o Custo Operacional Efetivo (COE) que por sua vez é composto dos itens: operações manuais e mecanizadas, além dos insumos 23 necessários para realização da atividade agrícola. O COT é o somatório do COE, acrescido de depreciação (utilizada pelo método linear), juros de custeio e outras despesas. No trabalho foi considerado encargos sociais como 33% da mão de obra; despesas gerais 5% do COE e juros de custeio de 6% ao ano (PRONAF custeio) sobre 50% do COE. O período de avaliação econômica foi relativo à produção por ciclo anual produtivo, nos três primeiros anos produtivos (2021, 2022 e 2023), com produções médias por hectare ano-1 de 1.557,45 kg; 2.136,45 kg; 1.907,03 kg respetivamente. O preço médio pago pelo látex com DRC de 60% foi de R$3,32 kg no ano de 2023, valor considerado nos cálculos dos índices de rentabilidade. Todos os outros demais preços coletados na presente pesquisa foram em moeda Real (R$) referente ao praticado na região do estudo relativos ao período de maio de 2023. Para os índices de rentabilidade da atividade agrícola, foram feitas segundo Martin et al., (1997) em que: Receita Bruta (RB): é considerado a receita aguardada para determinada produção, para um preço de venda recebido, sendo: RB = Pr x Pu, onde Pr = produção da atividade e Pu = preço unitário do produto; Lucro Operacional (LO): resultado da subtração entre a RB e COT (LO = RB – COT). Este indicador mede a lucratividade da atividade no curto prazo, mostrando as condições financeiras e operacionais da atividade; Índice de Lucratividade (IL): representado pela descrição entre o lucro operacional e a receita bruta, dada em porcentagem (%), expressa pela equação: IL = (LO / RB) x 100. É um indicativo importante a respeito da rentabilidade da atividade extrativa, uma vez que mostra a taxa disponível de receita da atividade após o pagamento de todos os custos operacionais; Ponto de Equilíbrio (PE): indicador de custo em relação à unidade do produto, definindo em termos numéricos qual é a produção mínima necessária para cobrir o custo, dado o preço de venda unitário (Pu). Dessa forma, levou-se em consideração a equação expressa por PE = COT / Pu. 24 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta os custos operacionais totais por hectare nos 3 primeiros anos de implantação e formação do cultivo da cultura da seringueira na região de Tanabi. O custo operacional efetivo do 1° ano foi de R$11.358,00 ha-1, as despesas com materiais representaram 57,6% desse total, operações manuais 36,3% e operações mecanizadas 6,1%. Das despesas com materiais as mudas se destacam com R$5.880,00 ha-1, ou seja, 89,9% deste total. Segundo Oliveira et al., (2017) que analisou o custo de formação de seringais em propriedades agrícolas na região Noroeste do Estado de São Paulo o segundo maior item de despesas foram os gastos com mudas, e segundo os autores isso acontece devido a dois fatores: o custo das mudas e a quantidade de mudas utilizadas para formar o seringal, além do replantio que é necessário realizar para assegurar o stand ideal na área. 25 Tabela 1. Custos operacionais totais de um seringal em Tanabi-SP, nos 3 primeiros anos de instalação do cultivo (R$/ha), 2023. DESCRIÇÃO Espec. v.u N° vezes Qtd. Total (R$) N° vezes Qtd. Total (R$) N° vezes Qtd. Total (R$) A - Operações mecanizadas 1° ano 2° ano 3° ano Aração HM 170,00 1 1 170,00 - - - - - - Gradagem HM 170,00 1 1 170,00 - - - - - - Calagem HM 120,00 1 1 120,00 - - - - - - Pulverização HM 120,00 2 1 240,00 2 1 240,00 1 1 120,00 Subtotal A 700,00 240,00 120,00 B - Operações manuais Alinhamento terreno HD 100,00 1 0,5 50,00 - - - - - - Plantio e adubação HD 100,00 1 10 1000,00 - - - - - - Capinas HD 100,00 4 1 400,00 4 1 400,00 4 1 400,00 Desbrota HD 100,00 8 0,5 400,00 8 0,5 400,00 4 0,5 200,00 Coroamento HD 100,00 3 4 1200,00 1 4 400,00 - - - Insp. fitossanitária HD 100,00 6 0,5 300,00 4 0,5 200,00 - - - Irrigação HD 100,00 12 0,6 720,00 - - - - - - Replantio HD 100,00 1 0,5 50,00 - - - - - - Subtotal B 4120,00 1400,00 600,00 C - Material Calcário t 210,30 1 0,9 189,23 - - - - - - Fórmula 19-10-19 t 2219,00 1 0,01 22,19 - - - - - - Fórmula 20-05-20 t 2837,00 1 0,02 56,74 - - - - - - Glyphosate L 26,40 4 2,5 264,00 4 2,5 264,00 4 2,5 264,00 2,4 - D L 28,00 4 1 112,00 4 2 224,00 4 2 224,00 Mudas (RRIM 600) un. 10,50 1 560 5880,00 - - - - - - Isca formicida kg 6,86 2 1 13,72 2 1 13,72 2 1 13,72 Subtotal C 6537,90 501,72 501,72 COE - (A + B + C) 11358,00 2141,70 1222,00 Encargos sociais1 1359,60 462,00 198,00 Despesas gerais2 5678,90 1070,90 611,00 Encargos financeiros3 340,74 64,25 36,70 COT (R$/ha/ano) 18737,00 3738,80 2067,00 1 – 33% da mão de obra; 2 – 5% do COE; 3 - Taxa de juros de 6,0% a.a. sobre 50% do valor do COE, durante o ciclo produtivo; HD – Homem Dia-1; HM – Hora Máquina-1 É importante ressaltar que a qualidade das mudas é fundamental, visto que seu reflexo permanecerá por cerca de meio século (Leal, 2017). E nas operações manuais os gastos com 26 plantio, adubação e coroamento representam os maiores gastos com 53,4% deste total. Em uma única operação de sulcagem o produtor já fez a marcação, alinhamento e o coveamento. Para a implantação de um bom seringal, além da qualidade das mudas, deve-se também ser considerado o tipo de muda que melhor se ajusta as condições especificas do local, como clima, solo, infraestrutura da propriedade, recursos financeiros e humanos, visando a formação de seringueira uniformes a custos mais compensadores e com maior retorno econômico (Hiraki et al, 2012). O COT referente a implantação do seringal foi de R$18.737,00 ha-1, deste total 34,9% refere-se aos gastos com materiais, seguido pelas operações manuais com 22%, e operações mecanizadas 3,73%, despesas gerais 30,3%, encargos sociais 7,25% e encargos financeiros 1,82% (Tabela 1). Oliveira e Gonçalvez (2022) enfatizam que a mão de obra é o item de maior ônus no custo de produção, especialmente no momento que é demandada pela sangria. Os mesmos autores reforçam que o bom gerenciamento do seringal, bem como o aumento no rendimento da sangria, por parte da mão de obra oferece condições positivas na atividade. Os custos referente ao 2º ano de formação obteve um COT de R$3.738,80 ha-1, nesta fase, as despesas com operações manuais se destacaram representando 37,4%. Dos gastos com operações manuais, as capinas, desbrotas e coroamento se destacam ocupando 85,7% do total, 28,57% para cada operação, os outros 14,3% tratam-se das inspeções fitossanitárias que foram realizadas até o segundo ano. Nas operações mecanizadas do segundo ano, somente foram feitas operações de pulverização de herbicidas, totalizando R$240,00/ha/ano, ou 6,42% do COT. Os gastos com materiais representaram 13,42% do COT e os outros 42,72% representam os encargos sociais, despesas gerais e encargos financeiros. O valor para este último item foi alto pois os encargos sociais estão associados ao uso de mão de obra, que foi um item que ocupou grande porcentagem do COT. Alvarenga (2013) ressalta que nos primeiros anos é o período que o agricultor deve se atentar as operações de capina, adubação, desbrota e controle fitossanitário, pois nessa fase que a planta está mais susceptível a doenças. O sucesso de sua atividade está exatamente nesta etapa inicial, aliado a escolha mudas (clones) de boa qualidade. Segundo Oliveira e Gonçalves, (2022) no 2º ano na região noroeste do estado de São Paulo, o COT somou R$3.503,76 ha-1, enquanto o valor do COE foi de R$2.741,86 ha-1, apontando que o item de maior despesa foi o de operações mecanizadas, e evidenciando que o preço relativo dos fatores que compõem o custo das horas máquina influenciam com muita 27 importância os custos de produção. O item adubos apresenta-se em segundo lugar, com 25,2% de participação no COE e de 19,8% no COT, seguido dos gastos com mão de obra comum, tratorista e os encargos sociais, este último associado ao uso da mão de obra. No caso do presente estudo, a propriedade de estudo é menos tecnificada e realiza a maioria das operações de forma manual, consequentemente a maior participação do COT vem das operações manuais e de encargos sociais. No 3º ano o COT foi de R$2.067,00 ha-1, onde as despesas com operações manuais se destacaram representando 29%. Dos gastos com operações manuais, as capinas e desbrotas são as práticas que continuaram sendo feitas até o terceiro ano. Os gastos com materiais ocuparam 24,3% do total, sendo que os gastos com herbicidas representaram 97,3% deste valor. As operações mecanizadas do terceiro ano representaram somente 5,8% do COT, os outros 40,9% tratam-se de despesas gerais, encargos sociais e encargos financeiros. A Tabela 2 apresenta a rentabilidade dos três primeiros anos de sangria, a partir do 6º ano em relação ao plantio. Tabela 2. Rentabilidade dos três primeiros anos de sangria (2021, 2022 e 2023) de um seringal em Tanabi – SP (R$/ha). Discriminação Resultados Receita Bruta (R$) 18.595,09 Custo Operacional Total (R$) 24.542,80 Lucro operacional (R$) -5.947,71 Preço médio kg (R$) 3,32 Produção total (kg) 5.601 Índice de lucratividade (%) -31,98 Produção de equilíbrio (kg) 7.392,41 Preço de custo kg-1 (R$) 4,38 Dados: próprio autor. A extração de látex tem início no sexto ano após o plantio, uma vez que a planta já possui espessura do tronco e altura necessária para iniciar a exploração. No presente trabalho, considerou-se o custo de implantação e condução que foi em torno de R$ 24.542,80 (que inclui operações de preparo de solo, coveamento, aquisição de mudas, fertilizantes, mão de obra para plantio, tratos culturais e sangria dos três primeiros anos considerados na Tabela 1.). Um hectare tem em torno de 528 pés de seringueira no espaçamento 3m x 6m, produzindo aproximadamente 1.557,45 kg de coágulo no primeiro ano, 2.136,45 kg no segundo e 1.907,03 kg no terceiro ano, sendo que o preço médio recebido pelo produtor paulista por 28 quilograma de coágulo foi de R$3,32 no ano de 2023, valor que foi considerado nos cálculos dos índices de rentabilidade, dito isso, tem-se uma receita bruta de R$18.595,09 por hectare (Tabela 2). Subtraindo o custo total da receita bruta, não se obtém lucro operacional, demonstrando que não é possível ter lucratividade nos três primeiros anos de exploração da seringueira. O índice de lucratividade obtido foi de -31,98%, evidenciando que não há rentabilidade da atividade agrícola nos três primeiros anos de sangria, ou seja, mostra que não ocorre o pagamento de todos os custos (formação e condução até o sexto ano da cultura). Os resultados obtidos no presente trabalho demonstraram que não se obteve lucro apenas com os três primeiros anos de sangria, portanto uma análise de custo e receita para os demais anos de sangria, poderá indicar índices de lucratividade positivos, possibilitando retorno econômico ao produtor. A produção total destes três primeiros anos de sangria foi de aproximadamente 5.601 kg de coágulo e a produção de equilíbrio é de 7.392,41 kg, pode-se concluir que provavelmente no quarto ano já se pode ter o retorno do investimento inicial, considerando que seria necessário a produção de 1.791,48 kg neste ano, para se gerar os custos iniciais e a partir do ponto de equilíbrio já tem início da lucratividade para o produtor, e o seringal já mostrou potencial para ter essa produção. Oliveira e Gonçalvez (2022) destacam que o cultivo da seringueira exige elevado investimento nos anos iniciais de formação e implantação, apresentado fase juvenil entre 6 e 7 anos, momento que se inicia a produção e extração do látex, e posteriormente amortização do investimento inicial. Dito isto, a produção de borracha continua sendo uma opção muito rentável, visto que a planta pode produzir por mais de 35 anos depois do início da sangria (Persona, 2015) e com apenas 4 anos de produção já se tem o indicativo do retorno do investimento inicial, depois disso todo o montante produzido será lucro para o produtor. 29 6. CONCLUSÃO Como visto, a implantação do seringal demanda recursos financeiros de alta monta e, por ser uma cultura perene, a decisão de implantação deve ser acompanhada de estudos e de previsão de gastos muito realistas. O cuidado com os gastos, principalmente aos itens relacionados a mudas e a mão de obra são primordiais para que se tenha atividade com eficiência e possibilidade de retornos lucrativos nas fases iniciais de sangria. Para que um investimento traga resultados positivos aos negócios, é preciso que ele seja elaborado com precaução, tomando-se atitudes corretas e dentro de um planejamento pré- estabelecido. Dentro do estudo realizado, por mais que se tenha apresentado o índice de lucratividade negativo, há indícios de que o pagamento dos investimentos iniciais seja pago a partir do 4º ano de sangria. 30 REFERÊNCIAS ALVAREZ C.A. et al. Koppen` climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v.22, n.6, p.711-728, 2013. ALVARENGA. A.P. Produção de mudas de seringueira. Boletim Técnico nº 102. EPAMIG, Viçosa, 2013. 46p. APPOLINÁRIO, F. Dicionário de Metodologia Científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 295p. ARTUZO, F. D.; FOGUESATTO, C. R.; SOUZA, Â. R. L. D.; SILVA, L. X. D. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 20, p. 273-294, 2018. ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO (AEAARP). Painel - São Paulo é o maior produtor de borracha do Brasil. 2023. Disponível em: https://aeaarp.org.br/sao-paulo-e-o-maior-produtor-de-borracha-do-brasil/. Acesso em: 09 mar. 2024. BERNARDES, M. S. et al. Mercado brasileiro de borracha natural. In: BERNARDES, M. S. (Ed.). Sangria da seringueira. Piracicaba: ESALQ, 2000. p. 365-388. BISPO, R. D. C. Medições e modelagem da evapotranspiração em cana-de-açúcar no Noroeste Paulista. 2020. BORGES, W. L. B.; SILVA, G. S.; FREITAS, R. S.; PAZIANI, S. F.; NICODEMO, M. L. F.; SANTOS, C. E. S. Integra SP - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta no noroeste paulista. B. Indústr. Anim., Nova Odessa, v.71, n.2, p.192-199, 2014. BRISOLARA, B. S.; BARROS, E. M.; AMARAL, L. P. Avaliação do mercado de borracha natural. Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, 2023. https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/list/autoria/nome/wander-luis-barbosa-borges?p_auth=cHt2FUWd https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/list/autoria/nome/giane-serafim-da-silva?p_auth=cHt2FUWd https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/list/autoria/nome/rogerio-soares-de-freitas?p_auth=cHt2FUWd https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/list/autoria/nome/solidete-de-fatima-paziani?p_auth=cHt2FUWd 31 CASTELLANI, D.; ABIMORAD, E. D.; JUNIOR, E. J. S.; GARCIA, F.; SILVA, G. S.; FREITAS, R. S.; BORGES, W. L. B. Ação do polo regional noroeste paulista – APTA/SAA para o agronegócio regional. Revista do Agronegócio – Reagro, Jales, v. 3, n. 1, p. 1-12, jan./jun. 2013. COLOMBO, A. S. Caracterização Socio-Econômica e Tecnológica dos heveicultores vinculados à APROBON no Noroeste Paulista. Ilha Solteira, 2009. 88 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia – Sistema de Produção) – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB). Custos de produção agrícola: a metodologia da Conab. Brasília: CONAB, 2010. 60 p. CONAB. Custos de Produção Agrícola: a metodologia da Conab. 2010. Disponível em: Acesso em: 21 nov. 2023. CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra brasileira: Cana-de-açúcar. Safra 2018/2019. Terceiro levantamento, Brasília, p. 1- 65, março 2019. COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA - CATI. Secretaria de Agricultura e Abastecimento. MANUAL TÉCNICO 72. ed. Campinas: Departamento de Comunicação e Treinamento - Dct, 2010. 163 p. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2023. COSTA, M.V. C. G. Desempenho vegetativo de clones de seringueira na região de São José do Rio Preto – SP. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v. 22, pp. 120-132, 2020. CREPALDI, S. A. Contabilidade Rural. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998. https://www.cati.sp.gov.br/ 32 DEL-MASSO, Maria Candida Soares; COTTA, Maria Amélia de Castro; SANTOS, Marisa Aparecida Pereira. Ética em Pesquisa Científica: conceitos e finalidades. São Paulo: Núcleo de Educação a Distância da Unesp, 2014. DEMÉTRIO, Natália Belmonte; BAENINGER, Rosana. O agronegócio e o urbano: migrantes internos e internacionais no Oeste Paulista. Cadernos Metrópole, v. 25, p. 321-346, 2023. DIAS, B. A. S. et al. Análise Econômica de Dois Sistemas de Produção de Mudas de Eucalipto. Floresta e Ambiente, v. 18, n. 2, p. 171-177, 2011. FRANCISCO, V. L. F. S.; BUENO, C. R. F.; CASTANHO FILHO, E. P.; VICENTE, M. C. M.; BAPTISTELLA, C. S. L. Análise comparativo da heveicultura no Estado de São Paulo, 1995/96 e 2007/08. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, SOBER, 47, 2009, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: S.n., 2009. p.1-15. GOOGLE EARTH. Disponível em: Acesso em: mai. 2024. HERNANDEZ, F. B. T. Irrigação em seringueira pode ser um bom investimento. AgroRegional, Ano 4, Edição 62, p. A4, 2005. HERNANDEZ, F. B. T.; SOUZA, S. A. V.; ZOCOLER, J. L.; FRIZZONE, J. A. Simulação e efeito de veranicos em culturas desenvolvidas na região de Palmeira d’Oeste, Estado de São Paulo. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 23, n. 1, p. 21- 30, 2003. HIRAKI, S. S.; ALVES, P. F.; FURLANI JUNIOR, E.; FERRARI. S. Produção de mudas. Ilha Solteira: Cultura da Seringueira, 2012. HOFER, E.; RAUBER, A. J.; DIESEL, A.; WAGNER, M. Gestão de Custos Aplicada ao Agronegócio: culturas temporárias. Contabilidade Vista & Revista, v. 17, n. 1, p. 29-46, 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE Cidades. 2024. Disponível em: Acesso em: 15 jan. 2024. 33 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Produção de Borracha. 2023. Disponível em:https://www.ibge.gov.br/explica/producao- agropecuaria/borracha-latex-coagulado/br Acesso em: 10 jan. 2024. INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Banco de dados. São Paulo: IEA/CATI, 2018. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/aia/AIA-52-2018.pdf. Acesso em: 6 de novembro de 2023. INVESTSP - Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade. Cultivo da soja registra crescimento expressivo na região Noroeste. São José do Rio Preto, 2023.Disponível em: https://www.investe.sp.gov.br/noticia/cultivo-da-soja-registra- crescimento-expressivo-na-regiao- noroeste/#:~:text=Gr%C3%A3o%20avan%C3%A7a%20junto%20aos%20canaviais,incid%C 3%AAncia%20de%20doen%C3%A7as%20atraem%20produtores. Acesso em: 15 nov. 2023. LAU, N. S. et al The rubber tree genome shows expansion of gene family associated with rubber biosynthesis. Scientific reports, 2016, v. 6. LEAL, S. T. A heveicultura na mesorregião leste do estado de Mato Grosso do Sul: aspectos técnicos e socioeconômicos. Ilha Solteira, 2017. 102 p. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade Estadual Paulista. Disponível em: https://www.apabor.org.br/SiteNovo/pdf/leal_st_dr_ilha.pdf. Acesso em: 27 fev. 2024. MACHADO, G. F. O.; THOMÉ, J. J.; TSUDA, R. O.; SPERS, E. E.; PICOLLI, C. D. A. Uma proposta de exploração econômica da heveicultura. CEP, v. 1414, p. 010, 2014. MARTIN, N.B.; SERRA, R; OLIVEIRA, M.D.M; ANGELO, J.A; OKAWA, H. 1997 Sistema “CUSTAGRI”: sistema integrado de custos agropecuários. São Paulo: IEA/SAA. p. 1-75. MATSUNAGA, M., BEMELMANS, P. F., TOLEDO, P. D., DULLEY, R. D., OKAWA, H., & PEDROSO, I. A. Metodologia de custo de produção utilizada pelo IEA. Agricultura em São Paulo, SP, v. 23, n. 1, p.123-139, 1976. https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/borracha-latex-coagulado/br https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/borracha-latex-coagulado/br http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/aia/AIA-52-2018.pdf https://www.investe.sp.gov.br/noticia/cultivo-da-soja-registra-crescimento-expressivo-na-regiao-noroeste/#:~:text=Gr%C3%A3o%20avan%C3%A7a%20junto%20aos%20canaviais,incid%C3%AAncia%20de%20doen%C3%A7as%20atraem%20produtores https://www.investe.sp.gov.br/noticia/cultivo-da-soja-registra-crescimento-expressivo-na-regiao-noroeste/#:~:text=Gr%C3%A3o%20avan%C3%A7a%20junto%20aos%20canaviais,incid%C3%AAncia%20de%20doen%C3%A7as%20atraem%20produtores https://www.investe.sp.gov.br/noticia/cultivo-da-soja-registra-crescimento-expressivo-na-regiao-noroeste/#:~:text=Gr%C3%A3o%20avan%C3%A7a%20junto%20aos%20canaviais,incid%C3%AAncia%20de%20doen%C3%A7as%20atraem%20produtores https://www.investe.sp.gov.br/noticia/cultivo-da-soja-registra-crescimento-expressivo-na-regiao-noroeste/#:~:text=Gr%C3%A3o%20avan%C3%A7a%20junto%20aos%20canaviais,incid%C3%AAncia%20de%20doen%C3%A7as%20atraem%20produtores 34 NOGUEIRA, R. F. et al. Mercado de borracha natural e viabilidade econômca do cultivo da seringueira no Brasil. Nativa, v. 3, n. 2, p. 143-149, 2015. OLIVEIRA, M. D. M.; GONÇALVES, E. C. P. (2019). Custo de Produção e Rentabilidade da Cultura da Seringueira: safra 2018/19. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-09-2019.pdf Acesso em 1 de nov. 2023. OLIVEIRA, M. D. M., GONÇALVES, E. C. P., DELLA NINA, L. C., SOBRINHO, J. J., & PUTZ, P. Custo de implantação, produção e rentabilidade do cultivo da seringueira no estado de São Paulo, 2016. Informações econômicas, v. 47, n. 1, p. 31-48, 2017. OLIVEIRA, M. E. 2011. Ficheiro: Noroeste Paulista.png. Disponível em:< https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Noroeste_Paulista_%28defini%C3%A7%C3%A3o%29 .png> Acesso em: 20 out. 2023. OLIVEIRA, M. D. M.; GONÇALVES, E. C. P. Custo operacional de produção e rentabilidade econômica da cultura da seringueira, estado de São Paulo - safra 2021/22. Análises e Indicadores do Agronegócio, v. 17, n. 1, p. 1-7, jan. 2022.Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/TerTexto.php?codTexto=15998#:~:text=A%20renda%20bruta% 20foi%20calculada,Fonte%3A%20Dados%20da%20pesquisa. Acesso em: 1 nov. 2023. OLIVEIRA, M. D. M.; GONÇALVES, E.C.P. Custo de produção e rentabilidade da cultura da Seringueira: safra 2018/19. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v;14, n.2, 2019. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/TerTexto.php?codTexto=14567. Acesso em: 27 fev. 2024. OLIVEIRA, M. D. M.; GONÇALVES, E. C. P. Custos de Implantação e Formação da Cultura da Seringueira na Região Noroeste do Estado de São Paulo. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 17, n. 4, p. 1-7, abr. 2022. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/TerTexto.php?codTexto=16026. Acesso em: 01 fev. 2024. http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-09-2019.pdf 35 PAVÃO, M. A. et al. Cultivo e produção de soja em reforma de canavial. Ciência, Tecnologia & Ambiente, Araras, v.2, n.1, p.17-25, 2015. Disponível em: Acesso em: 15 mai. 2024. PERSONA, R. Seringal tem alta produtividade de borracha em Dom Aquino. Disponível em:< https://www.empaer.mt.gov.br/-/seringal-tem-alta-produtividade-de-borracha-em-dom- aquino> Acesso em: 10 jun. 2024. RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. (Ed.). Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: Instituto Agronômico, 1996. 255p. (Boletim Técnico, 100). RICHETTI, A. Viabilidade econômica da cultura da soja na safra 2016/2017, em Mato Grosso do Sul. Comunicado Técnico Embrapa. 2016 Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/ item/146045/1/COT2016211.pdf. Acesso em: 4 dez. 2023. ROSA. E. C. A importância da Gestão Financeira. ECR Consultoria. São Paulo, jan. 2020. Disponível em: . Acessado em: 21 nov. 2023. ROSSMANN, H.; GAMEIRO, A. H. O futuro da heveicultura brasileira. Florestais Estatísticos, Piracicaba (SP), v. 9, p. 14-19, 2006. RUGGIERO, C. Programa setorial integrado de promoção de exportações de sucos tropicais. Informativo Sociedade Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.20, n.2, p.4-5, 2001. SANTANA, Adrielli Santos de; SOARES, Naisy Silva; SCHRÖDER, Cristian Arnecke. COMPETITIVENESS AND EFFICIENCY FOR THE RUBBER TREE PRODUCTION. 2018. 36 SEBRAE. Gestão de custos: como ter um bom controle financeiro. 2019. Disponível em: . Acessado em: 21 nov. 2023. SILVA, J. Q.; GONÇALVEZ, P. S.; SCARPARE FILHO, J.A.; COSTA, R.B. Agronomical performance and profitability of exploitation systems in four rubber tree clones in São Paulo State. Bragantia, v. 69, p. 843-854, 2010. SOUZA, L.G.S.; FERREIRA, R.L.F.; ARAÚJO NETO, S.E.; UCHÔA, T.L.; SILVA, N.M.; FRANCISCO, W.M. Profitability of organic carrot cultivation under weed interference and sowing methods. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 53, p. e74735, 2023. TANACA, E. K. T.; PEREIRA, J. A. Z.; PIGATTO, G. Substituição da pecuária de corte e expansão da cana-de-açúcar no estado de são paulo: O impacto nas regiões oeste e noroeste do estado. XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, Rio Branco, 2008. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre, RS: Bookman; 2001. 248 p https://ageconsearch.umn.edu/search?f1=author&as=1&sf=title&so=a&rm=&m1=e&p1=Tanaca%2C%20Eline%20Keiko%20Tsutiya&ln=en https://ageconsearch.umn.edu/search?f1=author&as=1&sf=title&so=a&rm=&m1=e&p1=Pereira%2C%20Jonathas%20Alfredo%20Zakir&ln=en https://ageconsearch.umn.edu/search?f1=author&as=1&sf=title&so=a&rm=&m1=e&p1=Pigatto%2C%20Gessuir&ln=en