UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL SUBSOLAGEM EM PROFUNDIDADE VARIADA COM BASE NO MAPEAMENTO DE ÁREAS DE MANEJO ESPECÍFICO Lucas Aguilar Cortez Engenheiro Agrônomo 2013 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL SUBSOLAGEM EM PROFUNDIDADE VARIADA COM BASE NO MAPEAMENTO DE ÁREAS DE MANEJO ESPECÍFICO Lucas Aguilar Cortez Orientador: Prof. Dr. José Marques Júnior Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia (Produção Vegetal). 2013 Cortez, Lucas Aguilar C828s Subsolagem em profundidade variada com base no mapeamento de áreas de manejo especifico/ Lucas Aguilar Cortez. – – Jaboticabal, 2013 x, 57 p. : il. ; 28 cm Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2013 Orientador: José Marques Júnior Banca examinadora: Carlos Eduardo Angeli Furlani, Mauricio dos Santos Simões Bibliografia 1. Subsolagem. 2. Compactação do solo. 3. Cana de ácucar. 4. Mineralogia do solo. 5. Pedotransferência. 6. Geoestatística. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. CDU 631.42 Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal. e-mail: cortez.lucas@ig.com.br DADOS CURRICULARES DO AUTOR LUCAS AGUILAR CORTEZ – nascido em 27 de março de 1987 em Ribeirão Preto – SP, graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – FCAV/UNESP Jaboticabal (2010). Foi bolsista de iniciação científica pela FAPESP no período de 2007 a 2010. Exerce o cargo de Suporte Técnico de Plantio na Usina São Martinho Açúcar e Álcool S/A. Atuação profissional com preparo de solo, plantio e colheita mecanizada. Estudos com ênfase em mineralogia do solo, física do solo, química do solo, variabilidade espacial, cana-de- açucar, agricultura de precisão, relação solo-paisagem, gênese do solo, pedotrasnferência e geoestatística. Membro do grupo de pesquisa Caracterização do Solo para fins de Manejo Específico (CSME / UNESP). DEDICO Aos dois maiores responsáveis por tudo que sou até hoje, os meus verdadeiros companheiros, meus amigos, meus exemplos, meus heróis... Meus pais que tanto amo, José Carlos Cortez da Silva e Ana Gomes Aguilar da Silva OFEREÇO À minha outra metade, minha companheira, meu grande amor, a pessoa que Jesus me confiou como minha esposa Amanda De Nadai Correa Cortez. Ao meu irmão Allan Aguilar Cortez, meu grande exemplo, homem no qual busco seguir os passos a cada dia. A minha cunhada Francine, meu afilhado João Pedro e minha sobrinha Louise. A minha madrinha Claudia e meu irmão João Victor. Minha vó Ida e também aos meus avós que infelizmente já partiram fisicamente, mas que de uma forma ou de outra sei que sempre estará intercedendo junto a mim: Antônio Gomes Aguilar (in memoriam) Lídia Cortez (in memoriam) e Alcides Rodrigues (in memoriam). A todos os tios, tias, primos, prima e por fim todos da segunda família que com a graça de Deus somei por meio de meu casamento. Vocês são o alicerce da minha vida. AGRADECIMENTOS À Deus pelo dom da vida, sem duvida o grande responsável por tudo! Ao Prof. Dr. José Marques Júnior, pela orientação, ensinamentos, amizade e acima de tudo pela paciência, desde o inicio de minha graduação. Aos membros da banca examinadora Prof. Dr. Carlos Eduardo Angeli Furlani e Dr. Maurício dos Santos Simões, pelas valiosas contribuições e sugestões. À todos os amigos integrantes do Grupo de Pesquisa CSME, em especial, Diego Silva Siqueira (Pimpão), Rafael Gonçalves Peluco e Frederico Luiz Siansi, pela convivência, apoio e acima de tudo verdadeira amizade. Aos meus amigos pessoais que fazem a vida ficar cada dia mais prazerosa José Henrique, Kadu, Viuva e Daniel De Bortoli Teixeira. À todos os amigos dentro e fora da universidade, especialmente aos amigos da Usina São Martinho, ao Luis Gustavo Teixeira, mais que um chefe um amigo, ao meu grande companheiro de trabalho Bruno Mazzaron, a todos lideres da USM em especial José Arlindo, Ailton, Gutierrez e todos que fazem parte de nossa grande equipe de trabalho que sem duvidas alguma tem grande parte desse mérito. À Usina São Martinho S/A pelo apoio na realização dos trabalhos e pela concessão da área de estudo. À FCAV - UNESP JABOTICABAL, pela estrutura fornecida para minha graduação e pós-graduação. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pelo apoio financeiro. Finalmente, à todos que de maneira direta ou indireta contribuíram para realização deste trabalho. “NENHUM DE NÓS É TÃO CAPAZ QUANTO TODOS JUNTOS” (W. BENNIS) VII INDICE CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ...................................................................... 1 1.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1 1.2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 2 1.2.1 Relação Solo-Paisagem, variabilidade dos atributos do solo e áreas de manejo específico .................................................................................................................................. 3 1.2.2 Compactação do solo e Subsolagem......................................................................... 4 1.2.3 Suscetibilidade magnética e suas utilizações no estudo dos atributos do solo .. 6 1.2.4 Geoestatística aplicada em ciências agrárias .......................................................... 7 1.2.5.1 Variograma .................................................................................................................. 8 1.2.5.2 Krigagem ................................................................................................................... 10 1.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 11 CAPÍTULO 2. VARIABILIDADE HORIZONTAL E VERTICAL DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DO SOLO ............................................................................................... 20 2.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 20 2.2. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................... 22 2.2.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA E AMOSTRAGEM ....................................................... 22 2.2.2 COLETA E AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS DO SOLO .......................................... 23 2.2.3. ANÁLISES ESTATÍSTICAS E GEOESTATÍSTICA ................................................ 23 2.2.4. SUBSOLAGEM ...................................................................................................... 24 1.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 25 2.4. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 33 2.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 33 CAPITULO 3. RELAÇÃO DA MINERALOGIA E SUSCETIBILDADE MAGNÉTICA COM A QUALIDADE FÍSICA DO SOLO ...................................................................................... 40 3.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 40 3.2. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................... 41 3.2.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................ 41 3.2.2. AMOSTRAGEM E METODOLOGIA DE LABORATÓRIO ...................................... 42 3.2.2.1. ANÁLISES FÍSICAS............................................................................................ 43 3.2.2.2. ANÁLISES QUÍMICAS ........................................................................................ 43 3.2.2.3. ANALISES MINERALÓGICAS ............................................................................ 44 3.2.2.4. SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA ...................................................................... 45 3.2.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................ 46 3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 46 3.4. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 51 3.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 51 IX SUBSOLAGEM EM PROFUNDIDADE VARIADA COM BASE NO MAPEAMENTO DE ÁREAS DE MANEJO ESPECÍFICO Resumo– A compactação do solo tem se destacado a nível mundial como sendo um dos principais fatores limitantes há produção das culturas. Considerando que a subsolagem, prática agrícola que visa neutralizar este problema, possui elevado custo operacional além de ocasionar elevada queima de combustível fóssil, faz-se necessário estudos que visam otimizar esta operação. Desta maneira o objetivo deste trabalho é mapear os locais de compactação, por meio de técnicas indiretas como suscetibilidade magnética do solo, procedendo à subsolagem somente em áreas cujo grau de compactação seja restritivo ao crescimento radicular, avaliando assim a capacidade operacional e consumo de combustível desta operação em relação à subsolagem realizada em área total. A área de estudo localiza-se, município de Guariba (SP), o solo característico é oxisoil, e encontra-se sob cultivo de cana-de-açúcar com colheita mecanizada há seis anos. Foram avaliados parâmetros físicos do solo como resistência à penetração, densidade, umidade, textura e suscetibilidade magnética. A subsolagem localizada e em profundidade variada proporcionou um incremento na capacidade operacional de até 61,7% em relação aos métodos convencionais. Já para o consumo e queima de combustível houve uma redução de até 57,1%. Conclui-se que esta técnica pode ser utilizada para auxiliar no desenvolvimento de estratégias mais eficazes permitindo a construção de cenários para auxiliar no manejo local sobre a operação de subsolagem. Palavras-Chave: Variabilidade espacial, subsolagem localizada, compactação do solo, cana-de-açúcar X SUBSOILING DEPTH VARIED BASED ON THE MAPPING OF AREAS OF SPECIFIC MANAGEMENT Abstract- Soil compaction has emerged worldwide as one of the main limiting factors for crop production. Whereas subsoiling agricultural practice meant to counteract this problem has high operating costs in addition to causing high fossil fuel combustion, it is necessary studies to optimize this operation. Thus the aim of this study is to map the locations of compaction through indirect techniques such as magnetic susceptibility of the soil, proceeding to subsoiling only in areas where the degree of compaction is restrictive to root growth, thus evaluating the operational capacity and fuel consumption of this operation in relation to subsoiling in total area. The study area is located in the municipality of Guariba (SP), the soil is a oxisoil, and is under cultivation of sugar cane with mechanical harvesting six years ago. We assessed soil physical parameters such as penetration resistance, bulk density, moisture, texture and magnetic susceptibility. The subsoiling localized and varying depth provided an increase in operating capacity of up to 61.7% compared to conventional methods. As for the consumption and burning fuel was reduced by up to 57.1%. It is concluded that this technique can be used to aid in the development of effective strategies allowing the construction of sets for assisting in the management operation on the local sub soiling. Keywords: Spatial variability, subsoiling located, soil compaction, sugar cane. 1 CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 1.1 INTRODUÇÃO No Brasil, a cultura da cana de açúcar destaca-se pela elevada área produtiva, sendo este o principal produtor mundial da cultura. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a área cultivada com cana-de-açúcar que será colhida na safra 2013/14 está estimada em 8.893 milhões de hectares. Apesar das áreas produtivas se concentrarem nas regiões Centro Sul e Nordeste do Brasil, a cultura vem se expandindo em todas as regiões do pais, nos mais diferentes tipos de solo, os quais expressam o resultado da interação de inúmeros fatores como material de origem, clima, relevo, compartimentos geológicos entre outros (CORTEZ et al., 2011). A interação desses fatores resulta em elevada variabilidade do solo, onde o conhecimento da variabilidade dos atributos do solo é fundamental para o planejamento agrícola sustentável (BARBIERI et al. 2008). O solo representa um ambiente heterogêneo, não renovável, cujo equilíbrio pode ser afetado por fatores bióticos e abióticos do ambiente, desta forma tonar-se imprescindível um gerenciamento sustentável a fim de impedir sua degradação física pela erosão e compactação (KIBBLEWHITE et al., 2008). A compactação do solo é apontada por CANILLAS & SALOKHE (2002) como sendo um dos principais causadores da degradação dos solos agrícolas. Como consequência o solo apresenta redução da porosidade, aeração, infiltração de água e aumento da resistência á penetração de raízes. Esta quando presente em solos cultivados com cana-de-açúcar tem sido o principal fator que afeta a produtividade (TANAKA & JUNIOR, 2007), sendo agravada pelo elevado nível de mecanização dessa cultura. Pesquisadores investigam a compactação, devido ao tráfego de máquinas, e seus efeitos sobre a produção agrícola, como redução de produtividade, aumento da suscetibilidade do solo a erosão e aumento da potência necessária para o preparo de solo (BECERRA et al., 2010;. BOTTA et al., 2010). Considerando que a subsolagem, prática que visa descompactação do solo, possui elevado custo operacional e elevada demanda energética, tornam-se importantes estudos que norteiem melhores procedimentos para que problemas não sejam acrescentados 2 devido a operações inadequadas ou mesmo locais onde a subsolagem faz-se desnecessária (SALVADOR et al., 2008). Nesse sentido, conhecer os atributos físicos do solo, inferindo sobre o estado da compactação, pode ser importante ferramenta para auxiliar o manejo local das operações agrícolas. Vários autores (VIEIRA et al., 1983; McBRATNEY, 2003; SIQUEIRA; MARQUES JUNIOR; PEREIRA, 2010) têm estudado a delimitação de zonas específicas de manejo com base no uso da geoestatística. No entanto, a aplicação desta técnica requer um elevado número de amostras (LEGROS, 2006; CORTEZ et al., 2011) onerando a atividade. A agricultura atual aspira por métodos de detecção rápida e precisa na determinação de propriedades físicas do solo, visto a complexidade e custo dos atuais métodos (MONTANARI et al. 2012). Buscando ferramentas alternativas, pesquisadores investem nos estudos das aplicações de funções de pedotransferência (MCBRATNEY et al., 2002), estimando atributos do solo, a partir de outros atributos medidos com maior facilidade e baixo custo, como exemplo a suscetibilidade magnética. Segundo MAHER & THOMPSON (1999), os minerais com capacidade magnética armazenam arquivos naturais contendo registros dos fatores e processos de formação do solo. A suscetibilidade magnética (SM) é um atributo de fácil medição que pode ser utilizada em funções de pedotransferência (GRIMLEY; VEPRASKAS, 2000), tendo em vista os resultados favoráveis de pesquisas utilizando-a como ferramenta auxiliar na previsão da variabilidade espacial dos atributos do solo (SIQUEIRA, 2010). Nesse sentido o objetivo deste trabalho é a identificação de áreas com diferentes potencias de compactação do solo por meio de técnicas indiretas como a suscetibilidade magnética, auxiliando no planejamento local sobre a operação de subsolagem bem como o manejo da cultura visando à manutenção das condições físicas adequadas para cultura da cana de açúcar. 1.2 REVISÃO DE LITERATURA 3 1.2.1 Relação Solo-Paisagem, variabilidade dos atributos do solo e áreas de manejo específico A influência das formas do relevo e suas implicações na variabilidade dos atributos do solo têm sido estuda por diversos autores (NIZEYIMANA & BICKI 1992; DE ALBA et al. 2004; VAN OOST et al. 2005; BRITO et al. 2006; MARQUES JÚNIOR 2009; SIQUEIRA et al., 2010; CAMARGO et al., 2010). Pesquisas ainda avalia a influência da paisagem sobre a variabilidade dos atributos físicos do solo e sua relação com o crescimento da planta (PENNOCK et al, 2001,. REZAEI & GILKES, 2005; TERRA et al, 2006). A influência do relevo nos atributos do solo, ocorrida por conta da distribuição dos fluxos de água tanto no sentido vertical como no horizontal (VERITY & ANDERSON, 1990), possui relação direta com a produção das culturas (ALBUQUERQUE et al., 1996). Assim, como os atributos do solo, a planta também apresenta relações dependência com o relevo. Nos estudos de KRAVCHENKO & BULLOCK (2000), foi observado que há uma variação na distribuição espacial do teor de proteína e óleo da cultura da soja influenciada pela topografia. SOARES et al. (2005) afirmam que, para compreender a variação dos atributos físicos do solo, é necessário considerar variações verticais e laterais ao longo da toposseqüência. Nesse sentido as propriedades do solo variam sistematicamente nas direções verticais e laterais (WILDING & DREES, 1983) como função da posição do local da paisagem, fatores de formação do solo e/ou práticas de manejo do solo (BECKETT & WEBSTER, 1971). A paisagem pode ser utilizada na definição de zonas de manejo e juntamente com o estudo da variabilidade espacial, possibilita melhor controle dos fatores de produção das culturas e proteção ambiental (FRAISSE et al., 1999). Os ambientes de produção para cana-de-açúcar assim como outras classificações técnicas, como o mapa de capacidade e uso do solo, são elaborados com base nos levantamentos de solos. Assim o conhecimento das relações entre solo e a posição da paisagem pode subsidiar levantamentos de solos com maior acurácia (MARQUES JÚNIOR & LEPSCH, 2000), subsidiando desta forma a adoção de melhores práticas de manejo. MARQUES JÚNIOR (2009) propõem que os estudos sobre manejo do solo, envolvam a análise espacial quantitativa dos seus atributos, permitindo identificar e 4 mapear áreas de manejo específico. Neste local a variabilidade dos atributos do solo é mínima, próximo à homogeneidade, permitindo a transferência de tecnologia para áreas semelhantes (MALLARINO et al., 2001). Para identificar estas áreas alguns pesquisadores tem proposto a associação de conceitos de relação solo-paisagem com ferramentas de classificação numérica (SIQUEIRA et al. 2010). A técnica do mapeamento de áreas de manejo específico, que faz uso da relação solo-paisagem e da classificação numérica, tem sido utilizada com êxito na caracterização de atributos físicos, químicos e mineralógicos do solo (SOUZA et al., 2009; CAMARGO et al., 2008), otimização amostral (MONTANARI, et al., 2005), planejamento agrícola e implantação de sistemas de cultivo para cana-de-açúcar (CAMPOS et al., 2007), estudo da emissão de CO2 (PANOSSO et al., 2008), perda de solo e nutrientes por erosão (IZIDORIO et al., 2005) e cultivo de citros (SIQUEIRA et al., 2010). Dessa maneira, esses trabalhos podem ser utilizados para nortear a identificação de limites entre áreas com diferentes padrões de variabilidade no campo, e assim, serem tomados como referência para o planejamento das operações agrícolas. 1.2.2 Compactação do solo e Subsolagem O termo compactação do solo refere-se à compressão do solo não saturado durante a qual existe um aumento de sua densidade em consequência da redução de seu volume, resultante da expulsão do ar dos poros do solo. Quando o fenômeno de redução de volume ocorre com a expulsão de água dos poros, este passa a se chamar adensamento. Em ambos os casos, esta redução de volume é devida ao manejo inadequado do solo DIAS JUNIOR (2000). Altos valores de resistência do solo à penetração podem interferir no crescimento das raízes em comprimento, diâmetro (MEROTTO & MUNDSTOCK, 1999) e na direção preferencial do crescimento radicular. Além disso, estudos indicam que a resistência do solo à penetração das raízes tem efeitos diretos no crescimento da parte aérea das plantas e na partição de carboidratos entre a raiz e parte aérea (MASLE & FARQUHAR, 1988), porém isto pode ser modificado pela operação de subsolagem. 5 A subsolagem é uma prática de cultivo em profundidade que tem como finalidade o rompimento das camadas compactadas sem, entretanto, causar inversão do solo, devendo ser recomendada, somente, quando houver a presença de uma camada muito endurecida, em profundidades não atingidas por outros implementos (CAMARGO & ALLEONI, 1997). Segundo CASTRO (1985), é uma prática agrícola cujo objetivo é quebrar camadas compactadas do solo abaixo daquela considerada arável (0,20 a 0,25 m), alcançando a profundidade de trabalho de no mínimo 0,30 m. Para a ASAE (1999), essa profundidade deve ser maior que 0,40 m com o propósito de desagregar o solo, melhorando com isso o crescimento das raízes em profundidade e a movimentação da água ao longo do perfil. TAYLOR E BELTRAME (1980), RÍPOLI et al. (1985) e GADANHA JÚNIOR et al. (1991) consideram que a subsolagem pode atingir profundidades de até 0,80 m. Os efeitos benéficos da subsolagem são normalmente temporários e a resistência à penetração retorna a seus valores originais em cerca de 2 a 4 anos, dependendo do tipo de solo e das práticas culturais predominantes. Uma estratégia usada por algumas usinas é proceder à subsolagem apenas no canteiro de plantio, denominada subsolagem localizada. Esta operação tem como principio a redução do numero de hastes e menor mobilização do solo. Segundo LANÇAS (1988) e BICUDO (1990), o número de hastes tem influência no consumo de óleo diesel e desempenho operacional, fornecendo maior consumo conforme se aumenta o número de hastes e apresentando, portanto, menor desempenho. Por meio da subsolagem localizada espera-se obter maior capacidade operacional e menor consumo de combustível visto a menor mobilização do solo que esta operação preconiza. Com as zonas de tráfegos pré-estabelecidas, “canteirização”, é possível constatar também menor resistência ao rolamento, facilitando operações subsequentes como plantio, tratos culturais e colheita. Apesar de estas iniciativas práticas obterem bons resultados, existe ainda uma lacuna na literatura a respeito da viabilidade econômica e operacional da subsolagem localizada em cultivo de cana de açúcar. 6 1.2.3 Suscetibilidade magnética e suas utilizações no estudo dos atributos do solo No extenso território brasileiro, por meio dos levantamentos de solos em pequena escala pode-se ter uma ampla visão e reconhecer grandes áreas com conclusões equivocas de homogeneidade. Nos ambientes tropicais, segundo BUOL (1990), a realidade da variabilidade dos solos é mascarada pelos levantamentos em pequena escala, que proporcionaram um falso sentido de uniformidade. O conhecimento sobre a variabilidade dos atributos do solo é de grande importância para a identificação do potencial agrícola (SIQUEIRA, 2010) e desenvolvimento sustentável das práticas de manejo do solo (LÓPEZ, 2009). Segundo McBRATNEY et al. (2002), no estudo e avaliação quantitativa dos atributos do solo, a coleta e análise das amostras são as etapas mais intensivas e onerosas. A agricultura atual exige metodologias mais rápidas e econômicas para a realização das análises do solo (OKIN & PAINTER, 2004), tendo em vista o elevado número de amostras requeridas para caracterização de áreas de manejo específico (VISCARRA ROSSEL et al., 2006; TITTONEL et al., 2008). No intuito de diminuir os custos com a obtenção de informações nos estudos em ciência do solo, alguns autores (McBRATNEY et al., 2002) propõem o uso de funções de pedotransferência, as quais são definidas como modelos matemáticos que são utilizados na agricultura moderna para estimar, indiretamente, atributos do solo de maneira simples, rápida e confiável. Um exemplo desta propriedade é a suscetibilidade magnética (SM), a qual tem demonstrado apresentar relação de interdependência entre os atributos do solo (PETROVSKÝ et al.,1998; GRIMLEY & VEPRASKAS, 2000; ROYAL, 2001). Pesquisas têm utilizado com êxito a suscetibilidade magnética (SM) na quantificação indireta de propriedades físicas, químicas e mineralógicas do solo (SIQUEIRA et al., 2010). O resultado da interação do conjunto de fatores de formação do solo como material de origem, clima, relevo, tempo, flora e fauna, é expresso por meio da variabilidade espacial dos atributos que o compõem (CORTEZ et al, 2011). Desta forma a SM varia com a topografia, clima, biodiversidade, fluxo de água e ação antrópica (EYRE & SHAW, 1994; SINGER et al., 1996; DE JONG et al., 2000). 7 Diante destes aspectos alguns autores (SCHACHTSCHABEL et al. 1998; MAHER; THOMPSON 1999) afirmam que a SM é sensível às variações dos fatores e processos de formação do solo, e pode ser expressa nas propriedades cristalográficas dos minerais presentes nos sedimentos e no solo. Como esses fatores e processos são específicos para cada local, a SM mostra-se uma promissora ferramenta no mapeamento destes locais (SIQUEIRA, 2010). Vários trabalhos envolvendo a SM apresentaram resultados de correlação com atributos físicos e químicos dos solos (HANESCH & SCHOLGER, 2005), atributos mineralógicos em diferentes classes de solos (CHEVRIER & MATHÉ, 2007; TORRENT et al., 2008), e relação com atributos da cana-de-açúcar (MARQUES JUNIOR., 2009). Segundo DEARING et al., 1996 a SM é ideal para a realização de estudos que requerem grande quantidade de amostras, como os de variabilidade espacial, visto o baixo custo da técnica, ser relativamente sensível, rápida e com impacto ambiental nulo, no que diz respeito ao uso de reagentes químicos. Outra vantagem é que as medidas podem ser realizadas no campo e ser também empregadas como complemento de outros tipos de análises laboratoriais. Portanto, a avalição desse atributo pode auxiliar no mapeamento de áreas homogêneas de forma mais rápida e econômica. 1.2.4 Geoestatística aplicada em ciências agrárias Surgida na África do Sul as primeiras aplicações da geoestatística ocorreram na mineração (DAVID, 1970; JOURNEL, 1974), quando o engenheiro de minas D. G. Krige, trabalhando com dados de concentração de ouro, concluiu que não conseguia encontrar sentido nas variâncias, se não levasse em conta a distância entre as amostras (KRIGE, 1951). Utilizada para fins diversos, a geoestatística passou a ser empregada em estudos da variabilidade de atributos do solo, nos quais a estatística clássica não consegue representar (VIEIRA et al., 1983; TRANGMAR et al., 1985). Os atributos do solo, em geral, não são aleatoriamente distribuídos no espaço (RUSSO & BRESLER, 1981). UPCHURCH & EDMONDS (1993) afirmam que os métodos estatísticos e as modalidades de coleta tradicionais, normalmente, são 8 inadequados para os estudos que visam a entender os processos responsáveis pela variabilidade do solo. ISAAKS & SRIVASTAVA (1989) propõem que as análises estatísticas clássicas que consideram a independência entre as amostras baseadas na média podem ser utilizadas, mas que apresentarão maior sucesso quando associadas com análises geoestatísticas. Segundo REICHARDT et al. (1986) de fato a estatística clássica e a geoestatística se completam Para realização de tais estudos pesquisadores têm utilizado métodos de classificação numérica, estatística multivariada, lógica fuzzy, geoestatística, métodos de fractais, entre outros (BURROUGH et al., 1994). Embora todos estes métodos permitam inferir sobre a variabilidade espacial do solo, a dependência espacial entre as amostras somente pode ser modelada por meio da geoestatística (MULLA et al., 1992; WEBSTER, 2000). Muitos trabalhos utilizaram a geoestatística para compreender a distribuição espacial de atributos físicos e químicos do solo (VIEIRA et al., 1983; SCOTT et al., 1994; CAMBARDELLA et al., 1994; PAZ et al., 1996; MONTANARI et al., 2005) e atributos da planta (TABOR et al., 1984; MULLA, 1993; SALVIANO et al., 1995). Dessa maneira, o uso da geoestatística no estudo da distribuição espacial, no contexto das relações solo-relevo, possibilita nova interpretação da interação entre atributos do solo e atributos das culturas. 1.2.5.1 Variograma O gráfico que reproduz a existência ou não de dependência espacial de uma variável qualquer em estudo é denominado variograma. Ele pode ser representado analítica e/ou graficamente, sendo estimado pela equação 1.     )( 1 2 )()( )(2 1 )(ˆ hN i ii hxZxZ hN h [1] Em que, ̂ (h): é a variância estimada; N(h): é o número de pares experimentais de dados separados pelo vetor h; Z: representa os valores medidos para atributos do solo ou da cultura. 9 O variograma normalmente é representado pelo gráfico de  (h) versus h. Ele começa no valor chamado de variância pepita (C0) e vai aumentando obedecendo a semivariância, até uma distância conhecida como alcance (a), onde atinge o patamar (C0 + C1), conforme mostrado na Figura 1.2. Figura 1.2. Variograma experimental de um atributo qualquer do solo. Para pesquisadores como CAMBARDELLA et al. (1994), SALVIANO et al. (1998) e OLIVEIRA et al. (1999) a variância pepita (C0), que é um dos parâmetros avaliados pelo variograma, representa a variação não dependente espacialmente sobre o alcance examinado, ou seja, ela indica a variabilidade não explicada, podendo ser originada dos erros de medição ou de microvariações não detectadas quando é considerada a distância de amostragem utilizada. Para ISAAKS & SRIVASTAVA (1989) o patamar do variograma (C0 + C1) indica que os dados da variável não dependem umas das outras espacialmente, ou seja, as variáveis são separadas por uma distância onde a semivariância não é modificada (variância espacial independente). A razão entre o efeito pepita (C0) e o patamar (C0+C 1) pode ser usada para definir classes distintas de dependência espacial das variáveis do solo, seguindo uma classificação segundo CAMBARDELLA et al. (1994): 1) C0/(C0+C1) ≤ 25 %, variável apresenta forte dependência espacial; 2) C0/(C0+C1) entre 25 % e 75 %, variável apresenta moderada dependência espacial; 10 3) C0/(C0+C1) > 75 %, variável apresenta fraca dependência espacial. O alcance é um indicador da distância de separação em que dentro dela existe dependência entre os pontos amostrados (ISAAKS; SRIVASTAVA, 1989). Em estudos da ciência do solo os modelos, exponencial e o esférico são os mais ajustados. 1.2.5.2 Krigagem A estimativa de valores em pontos não amostrados a partir de seus vizinhos é realizada por um método geoestatístico de interpolação. Existem vários interpoladores, sendo a krigagem o mais utilizado e complexo. KRAVCHENCO & BULLOCK, (1999), comparando vários interpoladores, concluíram que a krigagem foi o melhor interpolador para estimar atributos do solo na paisagem. Neste método, pontos com maior proximidade do lugar onde foi realizada a amostragem tem maior peso do que os pontos mais distantes. Da mesma forma ocorre com pontos agrupados e isolados, os primeiros tem um peso maior na estimativa do que os segundos (VIEIRA et al., 1983; BORGELT et al., 1994). A krigagem, para possibilitar uma melhor estimativa de valores, utiliza um interpolador linear não tendencioso (JOURNEL & HUIJBREGTS, 1991; ISAAKS; SRIVASTAVA, 1989; VIEIRA et al., 1983). Ela pode ser expressa sob a forma de mapas de isolinhas ou de superfície tridimensional. O valor estimado para os locais não amostrados, pode ser definido pela equação 3.       n i ii xZxZ 1 0 ˆ  [3] Em que,  0 ˆ xZ : é o valor estimado para locais não amostrados (x0); i : é o peso atribuído a cada valor amostrado Z (xi); N: é o número de pontos vizinhos usados na estimativa; Z (xi): é o valor da variável Z no local xi. 11 A construção de um mapa da área de estudo e a definição de isovalores definidos pela krigagem é ferramenta importante no planejamento agrícola, visto que permite a visualização e interpretação do comportamento e distribuição espacial dos atributos do solo avaliados. Essas informações são extremamente importantes para a tomada de decisão sobre o manejo específico a ser adotado em cada área delimitada pelos mapas (BURGESS & WEBSTER, 1980). 1.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, J. A.; REINERT, D. J.; FIORIN, J. E. Variabilidade de solo e planta em Podzólico Vermelho-Amarelo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 20, n. 1, p. 151-157, 1996. ASAE. American Society of Agricultural Engineers, ASAE standards: standards engineering practices data. San Joseph, 1999. BARBIERI, D. M. Formas do relevo e variabilidade espacial de atributos químicos e mineralógicos de um argissolo cultivado com cana-de-açúcar. 2007, 83 p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2007. BECERRA, A. T.; G. F.; BOTTA, X.; LASTRA BRAVO, M.; TOURN, F.; BELLORA MELCON, J.; VAZQUEZ, D.; RIVERO, P.; LINARES, G. N. Soil compaction distribution under tractor traffic in almond (Prunus amigdalus L.) orchard in Almeria Espana, Soil & Tillage Research, 107: 49-56 73,145- 160, 2010. BECKETT, P. H. T.; WEBSTER, R. Soil variability: a review. Soils and Fertilizers, Farham Royal, v. 34, n.1, p. 1-15, 1971. BICUDO, S. J. Subsolador: algumas relações entre profundidade de trabalho, largura das sapatas e número de hastes. Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 130p,1990. BORGELT, S.C.; SEARCY, S.W.; STOUT, B.A.; MULLA, D.J. Spatially-variable liming rates - a method for determination. ASAE, St. Joseph, v.37, n.5, p.1499-1507, 1994. BOTTA, G. F.; TOLON BECERRA, A.; LASTRA BRAVO, X.; TOURN, M. Tourn Tillage and traffic effects (planters and tractors) on soil compaction and soybean 12 (Glycine max L.) yields in rgentinean pampas. Soil & Tillage Research, 110: 167 – 174, 2010. BRITO, L.F.; SOUZA, Z.M.; MONTANARI, R.; MARQUES JÚNIOR, J.; CAZETTA, D.A.; CALZAVARA, S.A. & OLIVEIRA, L. Influência de formas do relevo em atributos físicos de um Latossolo sob cultivo de cana-de-açúcar. Ci. Rural, 36:1749-1755, 2006. BUOL, S. W. Suelos tropicales: classificación y características. In: SALINAS, J.G.; GOULEY, L.M. Sorgo para suelos ácidos. Cali: CIAT, 1990. p. 49-62. BURGESS, T. M.; WEBSTER, R. Optimal interpolation and isarithmic mapping of soil properties. I. The semivariogram and punctual kriging. Journal Soil Science, Oxford, v.31, n. 3, p.315-31, 1980. BURROUGH, P.A.; BOUMA, J.; YATES, S.R. The state of the art in pedometrics. Geoderma, Amsterdam, v.62, n.1-3, p.311-326, 1994. CAMARGO, L. A.; MARQUES JR, J.; PEREIRA, G. T.; HORVAT, R. A. Variabilidade espacial de atributos mineralógicos de um Latossolo sob diferentes formas de relevo. I-Mineralogia da fração argila. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 32, n. 6, p. 2269-2277, 2008. CAMARGO, Livia Arantes; MARQUES JUNIOR, José and PEREIRA, Gener Tadeu. Spatial variability of physical attributes of an alfisol under different hillslope curvatures. Rev. Bras. Ciênc. Solo [online]. 2010, vol.34, n.3, pp. 617-630. ISSN 0100-0683. CAMARGO, O. A.; ALLEONI, L. R. F. Compactação do solo e o desenvolvimento das plantas. Piracicaba: ESALQ, 1997. 132p. CAMBARDELLA, C. A.; MOORMAN, T. B.; NOVAK, J. M.; PARKIN, T. B.; KARLEN, D. L., TURCO, R. F.; KONOPKA, A. E. Field scale variability of soil properties in Central Iowa soils. Soil Science Society of America Journal, Madison, v. 58, n. 5, p. 1501-1511, 1994. CAMPOS, M. C. C.; MARQUES JR., J.; PEREIRA, G. T.; MONTANARI, R.; CAMARGO, L. A. Relações solo-paisagem em uma litosseqüência arenito-basalto na região de Pereira Barreto, SP. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 31, n. 3, p. 519-539, 2007. 13 CANILLAS, E. C.; SALOKHE, V. M. A decision support system for compaction assessment in agricultural soils. Soil and Tillage Research, Amsterdam, v.65, n.2, p.221-230, 2002. CASTRO, O. M. Aspectos de manejo do solo. Campinas: Fundação Cargill, 1985. 43-70p. CHEVRIER V.; MATHÉ P. E. Mineralogy and evolution of the surface of Mars: a review. Planetary and Space Science, Elmsford, v. 55, n. 3, p. 289–314, 2007. CORTEZ, L. A.; MARQUES JR., J.; PELUCO, R. G.; TEIXEIRA, D. B.; SIQUEIRA, D. S. Suscetibilidade magnética para identificação de áreas de manejo específico em citricultura. Energia na agricultura, Botucatu, v.26, p.60-79, 2011. DAVID, M. The geostatistical estimation of porphyry-type deposits and scale factor problems. In: Pribam Mining Congress, Praga. Proceedings. Praga, p.91-109, 1970. DE ALBA, S.; LINDSTROM, M.; SCHUMACHER, T.E. & MALO, D.D. Soil landscape evolution due to soil redistribution by tillage: A new conceptual model of soil catena evolution in agricultural landscapes. Catena, 58:77- 100, 2004. DE JONG, E.; PENNOCK, D.J.; NESTOR, P.A. Magnetic susceptibility of soils in different slope positions in Saskatchewan, Canada. Catena, v. 40, p. 291–305, 2000. DEARING, J. A.; HAY, K. L.; BABAN, S. M. K.; HUDDLESTON, A. S.; WELLINGTON, E. M. H.; LOVELAND, P. J. Magnetic susceptibility of soil: an evaluation of conicting theories using a national data set. Geophysical Journal International, Oxford, v. 127, n. 3, p. 728–734, 1996. DIAS JUNIOR, M.S. Compactação do solo. In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V., H.V. & CHAEFER, C.E.G.R. Tópicos em ciência do solo. Viçosa, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000. v.1. p.55-94. EYRE, J.K.; SHAW, J. Magnetic enhancement of Chinese loess–the role of γ Fe2O3, Geophysical Journal International., v. 117, p. 265–271, 1994. FRAISSE, C.W.; SUDDUTH, K.A.; KITCHEN, N.R.; FRIDGEN, J.J. Use of unsupervised clustering algorithms of delineating within-field management zones. St. Joseph: American Society of Agricultural Engineers, 1999. 121p. (ASAE Paper, 15). GADANHA JÚNIOR, C. D.; MOLIN, J. P.; COELHO, J. L. D.; YAHN, C. H.; TOMIMORI, S. M. A. W. Máquinas e implementos agrícolas do Brasil. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 1991. 468p. 14 GRIMLEY, D. A.; VEPRASKAS, M. J. Magnetic Susceptibility for Use in Delineating Hydric Soils. Madison, Soil Science Society of America Journal, v. 64, n. 6, p. 2174-2180, 2000. HANESCH, M.; SCHOLGER R. The influence of soil type on the magnetic susceptibility measured throughout soil profiles. Geophysical Journal International, Oxford, v.161, n. 1, p. 50–56, 2005. ISAAKS, E.H.; SRIVASTAVA, R.M. An introduction to applied geostatistics. New York: Oxford University Press, 1989. 561p. IZIDORIO, R.; MARTINS FILHO, M. V.; MARQUES JR., J.; SOUZA, Z. M.; PEREIRA, G.T. Perdas de nutrientes por erosão e sua distribuição espacial em área sob cana-de-açúcar. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 25, n. 3, p. 660- 670, 2005. JOURNEL, A.G. Geostatistical for conditional simulation of orebodies. Economic Geology, v.69, p.673-687, 1974. JOURNEL, A.G.; HUIJBREGTS, C.J. Mining geostatistics. 5 ed. London: Academic Press, 1991. 600p. KIBBLEWHITE M.G.; RITZ K.; SWIFT M.J. Soil health in agricultural systems. Phil. Trans. R. Soc. B.363, 685–701, 2008. KRAVCHENKO, A. N.; BULLOCK, D. G. Correlation of corn and soybean grain yield with topography and soil properties. Agronomy Journal, Madison, v. 92, n.1, p. 75- 83, 2000. KRAVCHENKO, A. N.; BULLOCK, D.G. Comparative study of interpolation methods for mapping soil properties. Agronomy Journal, Madison, v. 91, n. 3, p. 393–400, 1999. KRIGE, D. G. A statistical approach to some basic mine evaluation problems on the Witwatersrand. Journal of the Chemical, Metallurgical and Mining Society of South Africa. v.52, p.119-139, 1951 LANÇAS, K. P. Subsolador: desempenho em função de formas geométricas de hastes, tipos de ponteiras e número de hastes. 1988. 171p. Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 1988. LEGROS, J. P. Mapping of the Soil. Enfield, Jersey, Plymouth: Science Publishers. 411 pp. 2006. 15 LÓPEZ, L. R. Pedologia quantitativa: espectrometria VIS-NIR-SWIR e mapeamento digital de solos. 2009. 171 f. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), Piracicaba 2009. MAHER, B. A.; THOMPSON, R. (Ed.). Palaeomonsoons I: the magnetic record of palaeoclimate in the terrestrial loess and palaeosol sequences, in Quaternary Climates, Environments and Magnetism, Cambridge: University Press, 1999. p. 81–125 MALLARINO, A. P.; MAZHAR. U. H.; WITTRY, D.; BERMUDEZ, M. Variation in Soybean Response to Early Season Foliar Fertilization among and within Fields, Agronomy Journal, Madison, v. 93, n. 6, p.1220-1226, 2001. MARQUES JR, J. Caracterização de áreas de manejo específico no contexto das relações solo-relevo. 2009. 113 f. Tese (Livre-Docência) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2009. MARQUES JÚNIOR, J.; LEPSCH, I.F. Depósitos superficiais neocenozóicos, superfícies geomórficas e solos em Monte Alto, SP. Geociências, v.19, p.265-281, 2000. MASLE J. FARQUHAR G D. Effects of soil strength in the relation of water-use efficiency and growth to carbon isotope discrimination in wheat seedlings. Plant Physiol. 86:32-38, 1988 MAULE, R. F.; MAZZA, J. A.; MARTHA JR.; BUENO, G. Produtividade agrícola de cultivares de cana-de-açúcar em diferentes solos e épocas de colheita. Scientia Agrícola, Piracicaba, v. 58, n. 2, p. 295-301, 2001. McBRATNEY, A. B.; SANTOS, M. L. M.; MINASNY, B. On digital soil mapping. Geoderma, Amsterdam, v. 117, n. 1-2, p. 3-52, 2003. McBRATNEY, A.; MYNASNY, B.; STEPHEN R. CATTLE, R. WILLEM VERVOORT. From pedotransfer functions to soil inference systems. Geoderma, Amsterdam. v. 109, p. 41-73. 2002 MEROTTO, A. J.; MUNDSTOCK, C. M. Wheat root growth as affected by soil strength. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.23, p.197-202, 1999. MONTANARI, R.; MARQUES JÚNIOR, J.; PEREIRA, G. T.; SOUZA, Z. M. Forma da paisagem como critério para otimização amostral de latossolos sob cultivo de cana- de-açúcar. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 40 n. 1, p. 69-77, 2005. 16 MONTANARI R., SOUZA G. S. A., PEREIRA G. T., MARQUES JR. J., SIQUEIRA D. S., SIQUEIRA G. M. (2012). The use of scaled semivariograms to plan soil sampling in sugarcane fields. Precision Agriculture 13:542–552 MULLA, D. J. Mapping and managing spatial patterns in soil fertility and crop yield. In: ROBERT, P. C.; RUST, R. H.; LARSON, W. E. Soil specific crop management. Madison: ASA-CSSA-SSSA, 1993. p.15-26. MULLA, D.J.; BATÍ, A.U.; HAMMOND, M.W.; BENSON, J.A. A comparison of winter wheat yield and quality under uniform versus spatially variable fertilizer management. Agriculture Ecosystems & Environment, Amsterdam, v.38, n.2, p.301-311, 1992. NIZEYIMANA, E. & BICKI, T.J. Soil and soil-landscape relationships in the North Central region of Rwanda, East-Central Africa. Soil Sci., 153:225-236, 1992. OKIN, G. S.; PAINTER, T. H. Effect of grain size on remotely sensed spectral reflectance of sandy desert surfaces. Remote Sensing of Environment, New York, v. 89, n. 3, p. 272–280, 2004. OLIVEIRA, J.J.; CHAVES, L.H.G.; QUEIROZ, J.E. ; LUNA, J.G.de. Variabilidade espacial de propriedades químicas em um solo salino-sódico. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 23, n.4, p. 783-789, 1999. PANOSSO, A. R.; PEREIRA, G. T. MARQUES JR., J.; LA SCALA JUNIOR, N. Variabilidade espacial da emissão de CO2 em Latossolos sob cultivo de cana-de- açúcar em diferentes sistemas de manejo. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 28, n. 2, p. 227-236, 2008. PAZ, A.; TABOADA, M. T.; GÓMEZ, M. J. Spatial variability in topsoil micronutrients contents in one-hectare cropland plot. Communication in Soil Science and Plant Analysis, v. 27, n. 3-4, p. 479-503, 1996. PENNOCK, D.; WALLEY, F.; SOLOHUB, M.; SI, B. & HNATOWICH G. Topographically controlled yield response of canola to nitrogen fertilizer. Soil Sci. Soc. Am. J., 65:1838-1845, 2001. PETROVSKÝ, E.; KAPICKA, A.; ZAPLETAL, K.; SEBESTOVÁ, E.; SPANILÁ, T.; DEKKERS, M. J.; ROCHETTE, P. Correlation between magnetic properties and chemical composition of lake sediments from northern Bohemia: preliminary study. Physics and Chemistry of the Earth, Oxford, v. 23, n. 9-10, p. 1123–1126, 1998. http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=PANOSSO,+ALAN+R. http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=PEREIRA,+GENER+T. 17 REICHARDT, K.; VIEIRA, S.R.; LIBARDI, P.L. Variabilidade espacial de solos e experimentação de campo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 10, n. 1, p. 1-6, 1986. REZAEI, S. A.; GILKES, R. J., The effects of landscape attributes and plant community on soil physical properties in rangelands. Geoderma, Amsterdam v. 125, n. 1-2, p. 145- 154, 2005. RÍPOLI, T. C.; MIALHE, L. G.; NAKAMURA, R. T. Subsolagem e subsoladores. Piracicaba: Centro Acadêmico Luiz de Queiroz, Departamento Editorial, 1985. 34p. ROYAL, D. Use of mineral magnetic measurements to investigate soil erosion and sediment delivery in a small agricultural catchment in limestone terrain. Catena, Amsterdam, v. 46, n.1, p. 15-34, 2001. RUSSO, D.; BRESLER, E. Soil hidraulic properties as stochastic processes: I analysis of field spacial variability. Soil Science Society of America Journal, Madison, v. 45, n. 4, p. 687, 1981. SALVADOR, Nilson; BENEZ, Sérgio H. and MION, Renildo L.. Consumo de combustível na operação de subsolagem realizada antes e depois de diferentes sistemas de preparo periódico do solo. Eng. Agríc. [online]. 2008, vol.28, n.2, pp. 256-262. ISSN 0100-6916. SALVIANO, A. A. C.; VIEIRA, S. R.; SPAROVEK, G. Dependência espacial dos teores de macronutrientes da parte aérea da Crotalária juncea em área de erosão acelerada. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 25, n. 1, p. 115-122, 1995. SALVIANO, A. A. C.; VIEIRA, S. R.; SPAROVEK, G. Variabilidade espacial de atributos de solo e de Crotalaira Juncea L. em área severamente erodida. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 22, n. 01, p. 115-122, 1998. SCHACHTSCHABEL, P.; BLUME, H. P.; BRÜMMER, G.; HARTGE, K. H. SCHWERTMANN, U. Lehrbuch der Bodenkunde (Scheffer/Schachtschabel). 14th ed, Stuttgart: Ferdinand Enke Verlag, p. 494. 1998. SCOTT, H.D.; MAUROMOUSTAKOS, A.; HANDAYANI, I.P.; MILLER, D.M. Temporal variability of selected properties of loessial soil as affected by cropping. Soil Science Society of America Journal, Madison, v. 58, n. 5, p. 1531-1538, 1994. 18 SINGER, M.J.; VEROSUB, K.L.; FINE, P.; TENPAS, J. A conceptual model for the enhancement of magnetic susceptibility in soils. Quaternary International, v. 34–36, p. 243–248, 1996. SIQUEIRA, D. S.; MARQUES JR., J.; MATIAS, S. S. R.; BARRÓN, V.; TORRENT, J.; BAFFA, O.; OLIVEIRA, L. C. Correlation of properties of Brazilian Haplustalfs with magnetic susceptibility measurements. Soil Use and Management, Oxford, v.26, p.425-431, 2010 SIQUEIRA, D. S.; MARQUES JR., J.; PEREIRA, G. T. The use of landforms to predict the variability of soil and orange attributes. Geoderma, Amsterdam, v. 155, 55-66, 2010a. SOARES, J.L.N.; ESPINDOLA, C.R. & PEREIRA, W.L.M. Physical attributes of soils under intensive agricultural management. Sci. Agric., 62:165-172, 2005. SOUZA, Z. M.; BARBIERI, D. M.; MARQUES JUNIOR, J.; PEREIRA, G. T.; CAMPOS, M. C. C. Influência da variabilidade espacial de atributos químicos de um Latossolo na aplicação de insumos para cultura de cana-de-açúcar. Ciência. Agrotecnologia, Lavras, v. 31, n. 2, p. 371-377, 2007. SOUZA, Z. M.; MARQUES JR, J.; PEREIRA, G. T. Spatial variability of the physical and mineralogical properties of the soil from the areas with variation in landscape shapes. Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 52, n. 2; p. 305-316, 2009. TABOR, J.A.; WARRICK, A.W.; PENNINGTON, D.A.; MYERS, D.E. Spatial variability of nitrate in irrigated cotton: I. Petioles. Soil Science Society of America Journal, Madison, v. 48, n. 3, p. 602-607, 1984. TANAKA, E.M. & SOUZA. JUNIOR, W.C. Solo duro. Paraguaçu Paulista, Escola Superior de Agricultura de Paraguaçu Paulista, 2007. (Boletim Técnico) TAYLOR, J. C.; BELTRAME, L. F. S. Por que, quando e como utilizar a subsolagem. Lavoura Arrozeira, v.3, p.34-44, 1980.. TERRA, J. A.; SHAW, J. N.; VAN SANTEN, E. Soil Management and Landscape Variability Affects Field-Scale Cotton Productivity. Soil Science Society of America Journal, Madison, v. 70, n. 1, p. 98–107, 2006. TITTONELL, P.; SHEPHERD, K. D.; VANLAUWE, B.; GILLER, K. E. Unravelling the effects of soil and crop management on maize productivity in smallholder agricultural systems of western Kenya - —an application of classification and regression tree 19 analysis. Agriculture, Ecosystems and Environment, Amsterdam, v. 123, n. 1-3, p. 137–150, 2008. TORRENT, J.; BARRÓN, V. Diffuse reflectance spectroscopy. In: ULERY, A. L.; REES, L. R. D. Editors, Methods of Soil Analysis. Part 5. Mineralogical Methods, SSSA Book Series vol. 5, Soil Science Society of America, p. 367-387, 2008. TRANGMAR, B. B.; YOST, R. S.; UEHARA, G. Application of geostatistics to spatial studies of soil properties. Advances in Agronomy, San Diego, v. 38, p. 54-94, 1985. UPCHURCH, D. R.; EDMONDS, W. J. Statistical procedures for specific objectives. In: MAUSBACJ, M. J.; WILDING, L. P. Spatial variabilities of soils and landforms. Madison: Soil Sci. Soc. Am., 1993. p.49-71. VAN OOST, K.; van MUYSEN, W.; GOVERS, G.; DECKERS, J. & QUINE, T.A. From water to tillage erosion dominated landform evolution. Geomorphology, 72:193-203, 2005 VERITY, G. E.; ANDERSON, D. W. Soil erosion effects on soil quality and yield. Canadian Journal of Soil Science, Ottawa, v. 70, n.1, p. 471-484, 1990. VIEIRA, S. R.; HATFIELD, J. L.; NIELSEN, D. R.; BIGGAR, J. W. Geostatistical theory and application to variability of some agronomical properties. Berkeley, Hilgardia, v. 51, n. 3, p. 1-75, 1983. VISCARRA ROSSEL, R. A.; WALVOORT, D. J. J.; MCBRATNEY, A. B.; JANIK, L. J.; SKJEMSTAD, J. O. Visible, near infrared, mid infrared or combined diffuse reflectance spectroscopy for simultaneous assessment of various soil properties. Geoderma, Amsterdam, v. 131, n. 1-2, p. 59–75, 2006. WEBSTER, R. Is soil variation random? Geoderma, Amsterdam, v.97, n.1-2, p.149- 163, 2000. WILDING, L. P.; DREES, L. R. Spatial variability and pedology. In: WILDING, L. P.; SMECK, N. E.; HALL, G. F. (eds). Pedogenesis and soil taxonomy. I concepts and interactions. New York: Elsevier, 1983. p. 83-116. 20 CAPÍTULO 2. VARIABILIDADE HORIZONTAL E VERTICAL DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DO SOLO RESUMO- A compactação do solo tem se destacado a nível mundial como sendo um dos principais fatores limitantes há produção das culturas. Considerando que a subsolagem, prática agrícola que visa solucionar este problema, possui elevado custo operacional além de ocasionar elevada queima de combustível fóssil, faz-se necessário estudos que visam otimizar esta operação. O objetivo deste trabalho foi estudar o potencial da prática da subsolagem em profundidade variada e de forma localizada com base no mapeamento de áreas de manejo específico. A área de estudo localiza-se no município de Guariba (SP), em solo oxisoil e encontra-se sob cultivo de cana-de-açúcar com colheita mecanizada há seis anos. Foram avaliados parâmetros físicos do solo como resistência à penetração, densidade, umidade e textura. A subsolagem localizada e em profundidade variada proporcionou um incremento na capacidade operacional de até 61,7% em relação à operação em área total. Já para o consumo de combustível fóssil houve uma redução de até 57,1%. Conclui-se que esta técnica pode ser utilizada para auxiliar no desenvolvimento de estratégias mais eficazes permitindo a construção de cenários para auxiliar no manejo local sobre a subsolagem. 2.1. INTRODUÇÃO Problemas com compactação do solo crescem paulatinamente em decorrência do intenso emprego de máquinas no campo, trafegando sem a precisa delimitação de zonas de tráfego e frequentemente, em condições improprias de umidade (KROULIK et al., 2011). Nesse sentido, empresas que fazem uso de técnicas da agricultura de precisão, como tráfego controlado, colhem inúmeros benefícios dentre os quais se destacam a redução na compactação e melhorias na qualidade da lavoura (SILVA et. al. 2011; DUNN et al., 2006). A compactação do solo em decorrência ao tráfego de máquinas causam efeitos agronômicos indesejáveis como decréscimo de produção, aumento da suscetibilidade do solo a erosão e aumento da potência necessária para o preparo do solo (BOTTA et al., 2008; KIBBLEWHITE et al., 2008; BECERRA et al., 2010; http://link.springer.com/search?facet-author=%22Claudia+Brito+Silva%22 21 BOTTA et al., 2010). Como forma de controle desses problemas, operações de subsolagem se fazem necessária. De acordo com SALVADOR et al. (2009) a subsolagem é uma das operações mecanizadas de maior custo e demanda energética por área, sendo o combustível a principal componente que compõem os custos de produção (SIMÕES et. al, 2011). Os custos com combustível continuam sendo um problema mundial na agricultura, levando pesquisadores a buscarem métodos que minimizem seu uso (FERNANDES et al. 2008). Um método possível de utilização é a elaboração de mapas de subsolagem com base em avaliações da resistência do solo a penetração (RP). Segundo TAVARES-FILHO et al. (2001) um diagnóstico sobre a distribuição espacial da RP torna-se ferramenta importante para o estabelecimento de limites críticos de compactação, abaixo do qual não interfere no crescimento radicular das culturas. Os valores críticos de RP variam em função da espécie. ARSHAD et al. (1996), identificaram valores entre 2 e 4 MPa, porém ressalta-se que a RP apresenta relação direta com o conteúdo de argila e com a umidade do solo. DEXTER (1987) demonstrou que o crescimento de raízes pode ser inibido com valores de RP inferiores a 1 MPa em solos secos; entretanto, com umidade, pode haver crescimento com valores variando entre 4,0 e 5,0 MPa. A agricultura atual aspira por métodos de detecção rápida e precisa na determinação de propriedades físicas do solo, visto a complexidade e custo dos atuais métodos (MONTANARI et al. 2012). Por ser uma prática simples, rápida e de baixo custo, avaliações de RP podem ser utilizada para determinações do estado físico do solo, apresentando-se como uma importante ferramenta para subsidiar a identificação de zonas especifica de manejo nas operações de subsolagem. A adoção de zonas especifica de manejo é uma prática crescente no setor sucroalcooleiro visto a necessidade de otimização das atividades (SILVA et. al. 2011). Operações de subsolagem já são realizadas de forma localizada por algumas usinas do setor, realizando a subsolagem apenas no canteiro de plantio. Esta estratégia preconiza a redução do numero de hastes e menor mobilização do solo, reduzindo significativamente os custos da operação. Apesar de essas iniciativas obterem bons resultados na prática, existe uma lacuna na literatura a respeito da viabilidade econômica e operacional levando-se em conta a variabilidade horizontal e vertical da compactação do solo. http://link.springer.com/search?facet-author=%22Claudia+Brito+Silva%22 22 Assim o objetivo deste trabalho é mapear os locais e a profundidade de compactação, procedendo à subsolagem somente em áreas cujo grau de compactação seja restritivo ao crescimento radicular, avaliando a capacidade operacional e consumo de combustível desta operação em relação à subsolagem realizada em área total. 2.2. MATERIAL E MÉTODOS 2.2.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA E AMOSTRAGEM A área de estudo, localiza-se no nordeste do estado de São Paulo, município de Guariba (SP). As coordenadas geográficas são 21° 19’ de latitude sul e 48° 13’ de longitude oeste. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo mesotérmico com inverno seco (Cwa), precipitação média de 1400 mm e chuvas concentradas no verão. FIGURA 1. Localização da área e malha amostral dos atributos estudados. (X) pontos avaliados de resistência à penetração, (●) pontos avaliados de resistência à penetração, densidade, volume total de poros, umidade e textura. A vertente estudada apresenta dois tipos de solo, no topo encontra-se o Latossolo Vermelho eutrófico (LVe) e da meia encosta para o sopé o Latossolo Vermelho eutroférrico (LVef), ambos sob cultivo de cana-de-açúcar com colheita 23 mecanizada há seis anos. O mapa de solos foi elaborado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) na escala de 1:12.000. (FIGURA 1) 2.2.2 COLETA E AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS DO SOLO Para avaliar a resistência à penetração (RP) foi construída um malha com pontos georeferenciados em intervalos regulares de 30 m, totalizando 111 pontos em aproximadamente 10 ha (em cada área). Foi utilizado o penetrógrafo PNT- Titan®, construído conforme a norma ASAE S313.3 (ASAE, 1999). Foram feitas avaliações no perfil de 0 - 0,4 m no qual a RP foi mensurada a cada 0,05 m, sempre a uma distância de 0,1 m do centro da planta. Para os atributos de densidade, umidade, granulometria e suscetibilidade magnética, foi construída uma malha com pontos georreferenciados em intervalos regulares de 70 m, totalizando 20 pontos (em cada área). As amostras foram coletadas nas profundidades de 0,0 - 0,1/ 0,1 - 0,2 / 0,2 - 0,3/ 0,3 - 0,4 m. As amostras já secas passaram por peneiras de malha com diâmetro de 0,002 m para análises granulométricas. A granulometria foi determinada de acordo com a Lei de Stokes, pelo método da pipeta com solução de NaOH 0,1 N como dispersante químico e agitação mecânica em baixa velocidade por 16 horas, seguindo a metodologia proposta pela EMBRAPA (1997). A determinação do volume total de poros (VTP), macroporos e microporos foram realizadas em amostra indeformada de solo, retiradas com anel volumétrico no campo, e determinado na mesa de tensão. A densidade do solo foi determinada de acordo com a metodologia preconizada pela EMBRAPA (1997). A umidade do solo foi avaliada indiretamente com do sensor TDR (Time Domain Reflectometer) - Hydrosense system. A suscetibilidade magnética foi analisada pelo medidor MS2, de Bartington Instruments Ltd. 2.2.3. ANÁLISES ESTATÍSTICAS E GEOESTATÍSTICA Os dados foram submetidos à análise estatística para determinação da média, máximo, mínimo e coeficiente de variação utilizando o programa Minitab 14 MINITAB et al. (2000). 24 A análise da variabilidade espacial foi feita por meio da geoestatística (VIEIRA et al., 1983), utilizando-se o variograma, com base nas pressuposições de estacionariedade da hipótese intrínseca. O variograma experimental foi escolhido com base no número de pares envolvidos no cálculo da semivariancia dos primeiros “lags”, presença de patamar claramente definido e valor do R2 para o modelo ajustado e validação cruzada (BURROUGH & MCDONNEL 2002). Os valores foram interpolados por meio da krigagem ordinária e foram usados para construção do mapa de compactação por meio do programa SURFER (1999). 2.2.4. SUBSOLAGEM Embasado pela literatura, neste estudo adotou-se o valor de RP igual a 4 MPa como índice limite a inibição do crescimento radicular. Assim a prática da subsolagem só foi realizada em locais, e em profundidades, cuja RP apresentava valores iguais ou superiores a 4 MPa, conforme pode ser ilustrado pela Figura 2. Subsolagem (0-10) (10-20) (20-30) (30-40) (40-50) Profundidade 0,7242 3,0933 3,2478 3,6477 4,5825 50 0,3789 2,4194 2,6345 2,7452 3,4905 0 0,511 2,3102 4,1207 3,6947 3,2379 30 1,7094 6,0715 4,6147 3,8286 3,1298 30 0,3662 2,1868 4,1572 4,0015 4,2092 50 2,7692 5,5284 5,2729 4,2779 3,0232 40 0,5684 4,2947 2,6921 3,3937 3,0707 20 0,5937 3,6995 4,3851 3,8918 3,5017 30 RP MPa (Profundidade cm) FIGURA 2. Esquema da Krigagem ordinária na identificação da profundidade de subsolagem Foram realizadas as operações de subsolagem convencional e localizada (apenas na linha de plantio) conforme ilustra a Figura 3. Ambas foram realizadas em profundidade fixa e variável de acordo com a distribuição espacial da RP totalizando quatro experimentos com 2,5 ha cada. 25 FIGURA 3. Esquema da Subsolagem convencional e localizada. O trator utilizado foi um CASE MAGNUM 305 cv, munido do sistema de piloto automático TRIMBLE. Em todas as operações foram avaliadas a capacidade operacional calculada segundo a razão entre área trabalhada pelo tempo gasto. O consumo de combustível foi obtido com o auxilio de um Fluxômetro da marca “Flowmate” oval, modelo M-III, instalado próximo ao filtro de combustível, com precisão de 0,1 mL conforme descrito por MAHL (2004). Em posse dos resultados sobre a demanda energética, foi realizado conforme FIGUEIREDO & LA SCALA (2011) uma conversão do consumo em equivalente a emissão de CO2. 1.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Analisando a granulometria das áreas em estudo, observa-se que apesar da proximidade geográfica e a aparente semelhança entre as áreas, existem diferenças significativas. O teor de argila presente no LVef foi significativamente maior em todos os perfis estudados, porém a resistência do solo a penetração (RP) sempre apresentou os valores máximos no LVe. Estudos indicam que a RP apresenta relação direta com o conteúdo de argila e inversa com a umidade (ROSOLEM et al., 26 1999), entretanto no presente estudo os solos com maiores teores de argilas não foram acompanhados pelos maiores valores de RP, evidenciando que tão importante quanto o teor de argila presente no solo é fundamental observar a composição dos minerais constituintes na fração argila. Observando o comportamento da suscetibilidade magnética do solo, conclui- se que os minerais da fração argila dos solos estudados apresenta clara distinção, devido a variações significativas que este atributo apresentou. Todas as profundidades obtiveram diferenças significativas das médias sendo que o LVef foi o solo que apresentou os maiores teores de SM, destaca-se à proximidade geográfica das áreas, aproximadamente 560 metros. Segundo MATHÉ et al. (2006) a SM pode ser utilizada como micro indicador das condições do solo. Os valores de suscetibilidade magnética são proporcionais à concentração de óxidos (SOUZA JUNIOR et al. 2010) e são utilizados em diversos estudos (MULLINS, 1977; DEARING, 1994), pois seus valores são altamente sensíveis e podem detectar a presença desses minerais em níveis de detecção bem abaixo daqueles encontrados na difração de raios-X (DRX) e na espectroscopia Mössbauer (MAHER, 1986). Estes comportamentos da fração argila do solo refletem em os outros atributos, podendo inferir sobre o potencial de compactação da área. Dentre os atributos mais utilizados para inferir sobre compactação do solo destacam-se a densidade, volume total de poros (VTP) e resistência do solo a penetração (RP). Os valores de densidade do solo e VTP apresentaram semelhança na distribuição em todas as profundidades (Tabela 1), porém o mesmo não se observa em relação à RP. 27 TABELA 1. Média, mínimo, máximo e coeficiente de variação dos atributos. Atributos LVe Média Mínimo Maximo CV Média Mínimo Maximo CV Profundidade 0,00-0,10m Profundidade 0,10-0,20m SM 2728,80 2463,00 3004,00 5,32 2725,75 2391,00 3042,00 5,89 RP 1,12 0,23 4,43 111,18 3,68 0,61 11,36 63,44 Ds 1,26 1,00 1,40 8,37 1,26 1,00 1,40 7,89 VTP 55,30 49,00 65,00 6,77 54,65 51,00 61,00 4,65 Micro 40,35 34,00 48,00 8,25 40,95ª 35,00 48,00 7,66 Macro 14,80 9,00 30,00 35,73 13,70 7,00 27,00 34,89 A.T. 189ª 145 212 10,93 183,5 145 230 13,16 A.F. A.F 64 46 70 12,70 58,5 47 73 14,87 A.M.F. 125 97 148 12,17 120,5 96 164 15,26 Silte 343,75 292,5 419,5 10,47 352,25 148 519,5 18,97 Argila 470 381,5 554,5 9,32 463,25 281,5 649 14,87 Atributos Profundidade 20-30 Profundidade 30-40 SM 2679,68 2289,00 2993,00 7,46 2718,20 2350,00 3096,00 6,93 RP 3,74 0,70 6,01 35,64 3,96 0,83 6,52 33,98 Ds 1,24 1,10 1,30 7,09 1,25 1,10 1,40 7,59 VTP 55,15 50,00 60,00 5,14 54,85 49,00 60,00 5,10 Micro 40,05 35,00 44,00 5,87 41,00 37,00 45,00 6,43 Macro 15,05 11,00 24,00 21,50 13,85 10,00 22,00 23,57 A.T. 180 146 219 12,62 182 142 232 12,41 A.F. A.F 56 43 68 14,86 57 43 68 14,02 A.M.F. 120 93 157 14,52 120,5 92 172 14,86 Silte 351,75 314,5 481 11,36 349,5 275 431 10,36 Argila 476,5 304 505,5 10,95 475,5 384 550 8,62 Atributos LVef Média Mínimo Maximo CV Média Mínimo Maximo CV Profundidade 0,00-0,10m Profundidade 0,10-0,20m SM 4936,00 3770,00 6183,00 13,28 4950,30 3773,00 6274,00 13,88 RP 0,98 0,04 2,77 75,48 3,31 0,20 5,53 35,50 Ds 1,28 1,10 1,40 6,99 1,29 1,10 1,50 7,07 VTP 52,95 49,00 58,00 5,22 53,05 48,00 58,00 4,99 Micro 38,20 36,00 41,00 3,25 38,65 37,00 41,00 3,28 Macro 14,95 9,00 21,00 23,42 14,40 10,00 21,00 22,91 A.T. 121 97 163 14,18 118,5 99 163 12,88 A.F. A.F 39,5 30 82 32,68 39 A 30 79 31,06 A.M.F. 77,00 60 90 9,63 78 64 88 8,80 Silte 189,75 130,5 312 25,24 201,5 159 306,5 18,52 Argila 663,5 559 741,5 7,83 667,5 594,5 733 5,42 Atributos Profundidade 0,20-0,30m Profundidade 0,30-0,40m SM 4958,15 3854,00 6389,00 14,27 5004,75 3978,00 6735,00 14,70 RP 4,09 0,28 5,99 32,77 3,97 0,15 6,15 33,45 Ds 1,30 1,20 1,40 5,86 1,28 1,20 1,40 5,44 VTP 52,15 48,00 57,00 4,41 52,45 49,00 56,00 4,17 Micro 37,65 34,00 41,00 4,16 37,35 35,00 39,00 3,39 Macro 14,45 10,00 23,00 20,64 14,95 10,00 20,00 19,10 A.T. 115,5 47 155 18,89 115 28 162 22,04 A.F. A.F 38,5 16 74 35,47 38,5 5 81 40,36 A.M.F. 75 30 82 14,86 76,5 20 84 18,22 Silte 187 154 301 20,16 196,5 150,5 314,5 19,85 Argila 689,75 600 735,5 4,73 681,75 620,5 733 4,17 SM- suscetibilidade magnética (10-8 m³ kg-1); RP- resistência do solo a penetração (MPa); Ds – densidade do solo (g cm-3), VTP- volume total de poros (%); Micro – microporosidade; Macro – macroporosidade; A.T – areia total; A.F. – areia fina; A.M.F. – areia muito fina 28 Com exceção da camada superficial, verifica-se que o valor médio da RP em todas as profundidades está próximo, porém os valores de máximos e mínimos apresentam variações significativas evidenciando que a distribuição espacial da camada compactada não apresenta de forma homogênea no perfil do solo (Tabela 1). A RP, seguida dos macroporos foi a que apresentou maior coeficiente de variação (CV). Estes resultados indicam que o levantamento de solo, utilizando valores médios, não representa adequadamente a variabilidade espacial deste atributo no solo. SOUZA et al. (2004) afirmam que o CV serve como uma prévia do conhecimento sobre a variabilidade espacial. A variabilidade espacial, horizontal e vertical, de diversas propriedades do solo, inclusive da RP, é dependente de fatores de formação do solo e fatores relacionados com o manejo (SOUZA et al., 2001). Áreas pedologicamente idênticas podem apresentar variabilidade distinta em atributos, quando submetidas às diferentes práticas de manejo (CORÁ et. al., 2004). Assim, para um manejo racional e eficaz, é imprescindível um estudo do comportamento da distribuição espacial da RP, visto que este atributo tem sido amplamente utilizada para quantificar o grau de compactação do solo por apresentar melhores correlações com o crescimento radicular (STONE et al., 2002; TAYLOR 1963), ser sensível ao manejo, ter relações diretas com a produtividade das plantas (BENGOUGH et al., 2001; LETEY, 1985). Desta forma, conclui-se que a identificação da distribuição espacial da RP, pode ser uma importante ferramenta para o estudo da compactação, auxiliando no manejo do solo. CANILLAS & SALOKHE (2002) apontam a compactação dos solos como sendo um dos principais causadores da degradação dos solos agrícolas. A utilização da geoestatísica para caracterização da variabilidade espacial dos atributos do solo, associada a outras técnicas de tomada de decisão são importantes para o refinamento das práticas de manejo e a avaliação dos efeitos da agricultura sobre a qualidade ambiental LIMA et al., (2009). Autores têm estudado a delimitação de zonas específicas de manejo com base no uso da geoestatística (SIQUEIRA; MARQUES JUNIOR; PEREIRA, 2010; MONTANARI et al. 2012). Por meio de ferramentas da geoestatística, foi constatada dependência espacial no LVe conforme pode ser observado na Figura 4, entretanto no LVef não foi constatada dependência espacial. O LVef localiza-se na encosta do perfil estudado, e por se encontrar uma área de deposição de sedimentos, os dados 29 evidenciam uma maior variabilidade dos atributos, indicando que para esta posição da paisagem a malha de amostragem deve ser mais adensada, aumentando assim, o numero de pontos. GESSLER et al. (2000) e KRAVCHENKO & BULLOCK (2002) relatam que a topografia (estudo do relevo), é um fator importante na distribuição espacial dos atributos do solo e que interferi no desenvolvimento vegetal. A influencia da curvatura do relevo sobre a variabilidade dos atributos dos solos é confirmada por vários autores (NIZEYIMANA & BICKI, 1992; HAMMER et al., 1995; LANDI et al., 2004; MCBRATNEY et al., 2002; PENNOCK et al., 2003; MONTGOMERY, 2003; MONTANARI et al., 2005; TOMER et al., 2006; CAMARGO et al., 2008). Analisando o variograma obtido no LVe, observa-se clara dependência espacial da RP na área em estudo, concluindo que este atributo não se apresenta de forma aleatória no perfil do solo. Nota-se o patamar bem definido e próximo da linha da semivariância, indicando a ausência de tendência nos dados SIQUEIRA et al (2010a). FIGURA 4. Variograma e mapa de distribuição espacial da RP. Por meio do monitoramento da RP no perfil do solo foram identificados os locais onde este atributo apresentou valor igual ou superior a 4 MPa, possibilitando mapear as áreas bem como as profundidades que demandam a operação de subsolagem (FIGURA 4). Desta forma torna-se possível o estabelecimento de zonas especificas de manejo onde a operação somente faz necessária em locais e em profundidade previamente identificada. KICHLER et al. (2007) concluíram que 30 realizar a subsolagem a uma menor profundidade, aumenta a eficiência e diminuem os custos desta operação, visto a redução significativa da força de tração. Visando propiciar condições físicas adequadas para um perfeito desenvolvimento da cultura, é imprescindível que as camadas sub superficiais não apresentem impedimento mecânico ao crescimento radicular. Assim uma localização segura das zonas de compactação no perfil do solo faz-se necessária. Estudos apontam que é possível identificar a profundidade da camada compactada, visto que a variação da RP não se encontra de forma aleatória no perfil do solo, ABREU (2000) observou que a RP apresentou ausência de dependência espacial na camada que se estendia da profundidade de 0,075 m a 0,175 m. Porém na profundidade de 0,025 m a 0,05 m e acima 0,30 m, os valores de RP apresentaram dependência espacial e ajustou-se o modelo exponencial e esférico, corroborando com o estudo em questão. Considerando que a subsolagem é uma operação que objetiva a descompactação do solo à profundidade superior a 0,30 m (BOLLER 2001), camada na qual a variabilidade da RP mostra-se possuir clara dependência espacial, o estudo prévio da RP apresenta-se como importante ferramenta para subsidiar zonas de manejo localizada. LANÇAS (1988) e YSHIMINE (1993), estudando o desempenho de subsoladores com diferentes quantidades de hastes, e com velocidade de deslocamento constante em solos argilosos, constataram que a força de tração aumentou significativamente em função do número de hastes utilizadas. Além do numero de hastes utilizadas outro parâmetro determinante para o desempenho da operação é a profundidade de trabalho. Conclui-se que a velocidade de deslocamento de um subsolador é influenciada de maneira significativa pela profundidade de trabalho (BICUDO, 1990), e ambas interferem na variação da força de tração (LANÇAS, 1988; YSHIMINE, 1993). Em experimento realizado por SPOOR & GODWIN (1978), ocorreu um aumento de aproximadamente 96% na força de tração necessária para tracionar um subsolador quando a profundidade de trabalho aumentou de 0,35 para 0,42 m. A operação da subsolagem foi realizada de acordo com as áreas delimitadas no mapa apresentado (FIGURA 4) e os resultados são expostos na Tabela 2 . 31 TABELA 2. Capacidade operacional e consumo de combustível. Subsolagem C.O (ha/h) Consumo (L/ha) Kg CO2 / haa Área subsolada (%) Subsolagem Convencional* Prof. Fixa (40cm) 1,28 36,8 147,98 84 Prof. Variável (30cm) 1,42 34,2 137,52 16 Subsolagem Localizada** Prof. Fixa (40cm) 2,04 20,8 83,64 73 Prof. Variável (30cm) 2,07 15,8 63,53 27 CO – capacidade operacional; a – valores de equivalente de CO2 emitido calculados com base em FIGUEIREDO et al. (2011). Para melhor visualizar os contrastes entre as distintas operações foram confrontados os dados obtidos em cada modalidade de subsolagem e os resultados foram expostos na Tabela 3. TABELA 3. Comparação geral dos métodos de trabalho. Métodos Incremento da CO (ha/h) Redução de Combustível (L/ha) Redução de CO₂ (kg/ha) SCF1 x SCV2 10,9% 7,1% 7,1% SLF3 x SLV4 1,5% 24,0% 24,0% SCF x SLF 59,4% 43,5% 43,5% SCV x SLV 45,8% 53,8% 53,8% SCF x SLV 61,7% 57,1% 57,1% 1Subsolagem convencional profundidade fixa; 2 Subsolagem convencional profundidade variada; 3 Subsolagem localizada profundidade fixa; 4 Subsolagem localizada profundidade variada. CO – capacidade operacional. De acordo com a Tabela 3 observa-se que a operação da subsolagem localizada quando comparada com a convencional, ambas em profundidade fixa, possui além de uma economia de 43,5% em litros de combustível, um incremento de 59,4% na capacidade operacional. Estudos demonstram que o número de hastes tem influência no consumo específico operacional, apresentando menor desempenho conforme se aumentou o número de hastes (LANÇAS 1988 & BICUDO 1990). 32 O desempenho de maior contraste obtido foi ao confrontar a mobilização total do solo ao método da subsolagem localizada. Os valores quando ocorre à operação apenas na linha de plantio atingem aproximadamente 61,7% em incremento na capacidade operacional e 57,1% em redução no consumo de combustível. (Tabela 3). Os resultados obtidos quando realizada a operação em menor profundidade de trabalho mostram queda significativa no consumo de combustível. Observando à subsolagem localizada, verifica-se uma redução de 24% no consumo. Ressalta-se que a área mobilizada em menor profundidade (0,30 m) corresponde apenas 16% da área trabalhada na subsolagem convencional e 27% na localizada, valores estes que são determinados em função do tipo de solo e manejo estabelecido. Estudando o desempenho energético de subsoladores KICHLER et al. (2007) observaram que ocorreu aumento no consumo de combustível de 20% e incremento na força de 120% quando se aumentou a profundidade de 0,23 m para 0,35 m. RAPER (2005) verificaram redução no consumo de combustível da ordem de 43% e 27%, quando a profundidade da operação foi de 0,25 e 0,35 m, respectivamente, comparado à profundidade de 0,45 m. O mesmo autor alerta que se pode conseguir redução do consumo de combustível trabalhando com profundidades variáveis, de acordo com a camada do solo a ser descompactada. Os resultados apresentados ratificam a importância da acurácia na determinação da profundidade da camada compactada no perfil do solo, visto que acima da qual ocorrerá aumento considerável na demanda de energia para executar a operação. Estes resultados estão de acordo com os obtidos por SPOOR & GODWIN (1978) e BICUDO (1990). Além dos benefícios já descritos, os resultados apresentados tornam-se relevantes no âmbito ambiental devido ao elevado potencial de mitigação de CO2. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a área cultivada com cana-de-açúcar que será colhida na safra 2013/14 está estimada em 8.893 milhões de hectares. Segundo a União da Industria de Cana de Açúcar (UNICA) atualmente a taxa de reforma e expansão dos canaviais gira em torno de 18%, variação esta devido ao clima, manejo varietal e as dificuldades financeiras encontradas no setor. Assim estima-se cerca de 1,6 milhões de hectares anualmente reformados, área esta que necessariamente devera passar por operações de preparo de solo e operações de descompactação do solo, incluindo a subsolagem. 33 Como já apresentado na Tabela 3, no estudo em questão, à diferença entre o sistema convencional de preparo do solo em relação ao método de subsolagem localizada alcançou uma economia de até 21 L/ha de combustível. Assim além da otimização da operação e dos recursos disponibilizados, os resultados apontam um beneficio ambiental de valor incontestável, devido a menor queima de combustível fóssil. Segundo (FIGUEIREDO & LA SCALA, 2011) para cada litro de diesel que se deixa de consumir são deixados de emitir 4,021 kg CO2. Segundo a Assessoria de Gestão Estratégica (AGE/MAPA) a média percapta brasileira de emissão de CO2 é aproximadamente 12,8 t/ano. Assim extrapolando os valores obtidos para toda área de reforma do setor sucroalcooleiro brasileiro, conclui-se que a taxa de mitigação de CO2 equivale à emissão de 10.555 habitantes/ano, valor este considerando apenas a diferença de consumo. Somar esforços para reduzir as emissões dos setores de energia e do desmatamento, é também uma prioridade para implementar programas inovadores que promovam a mitigação nos setores agrícola e pecuário (CERRI et. al., 2009). Neste sentido, HUNT (1995) afirma que pequenas melhorias no gerenciamento das máquinas podem trazer maior retorno que grandes economias em outros custos de produção. 2.4. CONCLUSÃO A subsolagem localizada e com profundidade variada apresentou uma capacidade operacional 61,7% maior do que a convencional, além de economizar 57,1% no consumo de óleo diesel e reduzir a taxa de emissão de equivalente em CO2 na mesma proporção. O mapeamento com base em áreas de manejo específico apresentou bons indicadores quanto à métrica da sustentabilidade: menor consumo de energia e menor emissão de CO2. 2.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, L.S. Propriedades hídricas e mecânicas afetadas por sistemas de manejo e variabilidade espacial de um Argissolo. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Programa de Pós-graduação em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, 66p. 2000. 34 ARSHAD, M.A.; LOWER, B.; GROSSMAN, B. Physical tests for monitoring soil quality. In: DORAN, J.W.; JONES, A.J. (Eds.). Methods for assessing soil quality. Madison, Soil Science Society of America, p.123-141, (Special Publication, 49), 1996. ASAE. American Society of Agricultural Engineers, ASAE standards: standards engineering practices data. San Joseph, 1999. BECERRA, A. T.; G. F.; BOTTA, X.; LASTRA BRAVO, M.; TOURN, F.; BELLORA MELCON, J.; VAZQUEZ, D.; RIVERO, P.; LINARES, G. N. Soil compaction distribution under tractor traffic in almond (Prunus amigdalus L.) orchard in Almeria Espana, Soil & Tillage Research, 107: 49-56 73,145- 160, 2010. BENGOUGH, A G.; CAMPBELL, D. J.; O’SULLIVAN, M. F. Penetrometer techniques in relation to soil compaction and root growth. In: Soil environmental analysis: Physical Methods. 2.ed. Nova York: Marcel Dekkee, p.377-403, 2001. BICUDO, S. J. Subsolador: algumas relações entre profundidade de trabalho, largura das sapatas e número de hastes. Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 130p,1990. BOLLER, W. Cuidados com o solo. Revista Cultivar Máquinas, v.5, p.06-08, set/out. 2001. BOTTA, G. F.; TOLON BECERRA, A.; LASTRA BRAVO, X.; TOURN, M. Tourn Tillage and traffic effects (planters and tractors) on soil compaction and soybean (Glycine max L.) yields in rgentinean pampas. Soil & Tillage Research, 110: 167 – 174, 2010. BOTTA, G.F.A.; TOLON BECERRA, F.; BELLORA TOURN. Effect of the number of tractor passes on soil rut depth and compaction in two tillage regimes Soil & Tillage Research, 103: 381 – 386, 2008. BURROUGH, P.A., MCDONNEL, R.A. Principles of Geographical Information Systems, 2000. BUSSCHER, W.J.; BAUER, P.J.; FREDERICK, J.R. Recompaction of a coastal loamy sand after deep tillage as a function of subsequent cumulative rainfall. Soil and Tillage Research, v.68, p.49-57, 2002. CAMARGO, L. A.; MARQUES JÚNIOR, J.; PEREIRA, G. T.; HORVAT, R. A. Variabilidade espacial de atributos mineralógicos de um latossolo sob diferentes formas 35 do relevo. II - correlação espacial entre mineralogia e agregados. Rev. Bras. Ciênc. Solo 32, 2279-2288, 2008. CERRI, C. C. et al.; Brazilian greenhouse gas emissions: the importance of agriculture and livestock, Sci. Agric. (Piracicaba, Braz.), v.66, n. 6, p.831-843, 2009. CORA, J. E.; ARAUJO, A. V.; PEREIRA, G. T. and BERALDO, J. M. G.. Variabilidade espacial de atributos do solo para adoção do sistema de agricultura de precisão na cultura de cana-de-açúcar. Rev. Bras. Ciênc. Solo [online]. 2004, vol.28, n.6, pp. 1013-1021. ISSN 0100-0683 GESSLER, P.E.; O.A. CHADWICK, F.; CHAMRAN, L.; ALTHOUSE, K.; HOLMS. Modeling soil-landscape and ecosystem properties using terrain attributes. Soil Sci. Soc. Am. J. 64, 2046–2056, 2000. DEARING, J.A. Environmental magnetic susceptibility. Using the Bartington MS2 system. England: British Library, 104p.,1994. DUNN, P. K., POWIERSKI, A. P., & HILL, R. (2006). Statistical evaluation of data from tractor guidance systems. Precision Agriculture, 7, 179–192. EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 2 ed., pp 212, 1997. FERNANDES H. C., SILVEIRA, J. C. M. da, RINALDI, P. C. N. Avaliação do custo energético de diferentes operações agrícolas mecanizadas. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 32, n. 5, p. 1582-1587, set./ out., 2008. FIGUEIREDO, E. B.; LA SCALA, N.; Agriculture, Ecosytemis & Environment, v.144, p.77-85, 2011 HAMMER , R.D.; YOUNG, N.C.; WOLENHAUPT, T.L.; BARNEY T.L.; HAITHCOATE, T.W. Slope Class Maps Form Soil Survey and Digital Elevation Models. Soil Sci. Soc. Am. J. 59:509-519, 1995. HUNT, D. Farm power and machinery management. 9. ed. Ames: Iowa State University Press, 363 p., 1995. KIBBLEWHITE M.G.; RITZ K.; SWIFT M.J. Soil health in agricultural systems. Phil. Trans. R. Soc. B.363, 685–701, 2008. KICHLER, C.M.; FULTON, P.R.J.; RAPER, L.; ZECH, W.C.; MCDONALD, T.P.; BRODBECK, C.J. Spatially monitoring tractor performance to evaluate energy requirements of variable depth tillage and implement selection. In: ASABE Annual 36 International Meeting, Minneapolis, 2007. Proceedings. St. Joseph: ASABE, Paper Number: 071028, 2007. KROULIK, M., KVIZ, Z., KUMHALA, F., HULA, J. AND LOCH, T. (2011). Procedures of soil farming allowing reduction of compaction. Precision Agriculture, 12, 317-333. LANÇAS, K. P. Subsolador: desempenho em função de formas geométricas de hastes, tipos de ponteiras e número de hastes. 1988. 171p. Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 1988. LANDI, A.; MERMUT, A. R.; ANDERSON, D. W. Carbon distribution in a hummocky landscape from Saskatchewan, Canada, Soil Sci. Soc. Am. J. 68, 175–184, 2004. LETEY, J. Relationship between soil physical properties and crop production. Advances in Soil Science, New York, v.1, n.1, p.277-294, 1985. LIMA, Julião S. de S. et al. Variabilidade espacial de atributos físicos de um argissolo vermelho-amarelo sob pastagem e vegetação secundária em regeneração natural. Eng. Agríc. [online]. 2009, vol.29, n.2, pp. 185-195. ISSN 0100-6916 MAHER, B. Characterization of soils by mineral magnetic measurements. Physics of the Earth and Planetary Interiors, v.42, p.76-91, 1986 MAHL, Denise et al. Demanda energética e eficiência da distribuição de sementes de milho sob variação de velocidade e condição de solo. Eng. Agríc. [online]. 2004, vol.24, n.1, pp. 150-157. ISSN 0100-6916 McBRATNEY, A.; MYNASNY, B.; STEPHEN R.; CATTLE, R.; WILLEM VERVOORT. From pedotransfer functions to soil inference systems. Amsterdam, Geoderma v.109, p.41-73., 2002. KRAVCHENKO, A. N.; BULLOCK, D. G. Correlation of corn and soybean grain yield with topography and soil properties. Agronomy Journal, Madison, v. 92, n.1, p. 75- 83, 2000. MINITAB Release, Making Data Analysis Easler: Version 13.1.models. Comptes Rendus Geoscience 335, 1121–1130, 2000. MONTANARI R., SOUZA G. S. A., PEREIRA G. T., MARQUES JR. J., SIQUEIRA D. S., SIQUEIRA G. M. (2012). The use of scaled semivariograms to plan soil sampling in sugarcane fields. Precision Agriculture 13:542–552 37 MONTANARI, R.; MARQUES JÚNIOR, J.; PEREIRA, G. T.; SOUZA, Z. M. Forma da paisagem como critério para otimização amostral de Latossolos sob cultivo de cana-de- açúcar. Pesquisa Agropecuária Brasileira 40, 69-77, 2005. MONTGOMERY, D. R. Predicting landscape-scale erosion rates using digital elevation models. Comptes Rendus Geoscience. Amsterdam, v. 335, n. 2, p. 1.121–1.130, 2003. MULLINS, B.A. Magnetic susceptibility of the soil and its significance in soil science. Journal of Soil Science, v.28, p.223-246, 1977. NIZEYIMANA, E.; BICKI, T. J. Soil and soillandscape relationships in the North Central region of Rwanda, East-Central Africa. Soil Science 153, 225-236, 1992. PENNOCK, D.J. Terrain atributes, landform segmentation, and soil redistribution. Soil & Tillage Research, 69:15-26, 2003. RAPER, R. L. Agricultural traffics impacts on soil. Journal Terramechanics. Oxford, v. 42, n. 3-4, p. 259-280, Mar./Apr. 2005. SALVADOR, N. BENEZ, S. H.; MION, R. L. Demanda energética na subsolagem realizada antes e depois de diferentes sistemas de preparo periódico do solo. Ciência Rural, Santa Maria, v. 39, n. 9, p. 2501-2505, dez. 2009. SALVADOR, Nilson; BENEZ, Sérgio H. and MION, Renildo L.. Consumo de combustível na operação de subsolagem realizada antes e depois de diferentes sistemas de preparo periódico do solo. Eng. Agríc. [online]. 2008, vol.28, n.2, pp. 256-262. ISSN 0100-6916. SILVA C.B., MORAES, M. A. F., MOLIN J.P (2011) Adoption and use of precision agriculture technologies in the sugarcane industry of São Paulo state, Brazil. Precision Agriculture1, 67-81. SILVA, V. R. Propriedades físicas e hídricas em solos sob diferentes estados de compactação. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 171p., 2003. SIMÕES, D.; SILVA, M. R.; FENNER, P. T. Desempenho operacional e custos da operação de subsolagem em área de implantação de eucalipto. Bioscience. Journal, Uberlândia, v. 27, n. 5, p. 692-700, Sept./Oct. 2011 SIQUEIRA, D. S.; MARQUES JR., J.; MATIAS, S. S. R.; BARRÓN, V.; TORRENT, J.; BAFFA, O.; OLIVEIRA, L. C. Correlation of properties of Brazilian Haplustalfs with magnetic susceptibility measurements. Soil Use and Management, Oxford, v.26, p.425-431, 2010a. http://link.springer.com/search?facet-author=%22Claudia+Brito+Silva%22 http://link.springer.com/search?facet-author=%22M%C3%A1rcia+Azanha+Ferraz+Dias+de+Moraes%22 http://link.springer.com/search?facet-author=%22Jos%C3%A9+Paulo+Molin%22 http://link.springer.com/journal/11119 38 SIQUEIRA, D.S.; MARQUES JR.; J., PEREIRA, G.T. The use of landforms to predict the variability of soil and orange attributes. Geoderma v. 155, 55-66, 2010. SOUZA JUNIOR, I. G.; COSTA, A. C. S.; VILARI, C. C.; HOEPERS, A. Mineralogia e susceptibilidade magnética dos óxidos de ferro do horizonte B de solos do Estado do Paraná. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.3, p.513-519, mar, 2010 SOUZA, Z. M.; MARQUES JUNIOR, J.; PEREIRA, G. T.; MOREIRA, L. F. Variabilidade espacial do pH, Ca, Mg e V% do solo em diferentes formas do relevo sob cultivo de cana-de-açúcar.Ciência Rural,Santa Maria, v. 34, n. 6, p. 1763-1771, 2004. SOUZA, Z.M. et al. Variabilidade espacial de atributos físicos em um Latossolo Vermelho Distrófico sob semeadura direta, em Selvíria, MS. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.25, p.699-707, 2001. SPOOR, G.; GODWIN, R. J. An experimental investigation into the deep loosening of soil by rigid tines. Journal of Agricultural Engineering Research, Bedfordshire, v.23, p.243-258,1978. STONE, L. F.; GUIMARÃES, C. M.; MOREIRA, A. A. J. Compactação do solo na cultura do feijoeiro: efeitos nas propriedades físico-hídricas do solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.6, p.207-212, 2002. SURFER. Surfer 7.0. Contouring and 3D surface mapping for scientist’s engineers: user’s guide. New York: Golden software, p. 619, 1999. TAVARES FILHO, J.; BARBOSA, G.M.C.; GUIMARÃES, M.F. & FONSECA, I.C.B. Resistência do solo á penetração e desenvolvimento do sistema radicular do milho (Zea mays) sob diferentes sistemas de manejo em um Latossolo Roxo. R. Bras. Ci. Solo, 25:725-730, 2001. TAYLOR, H. M.; GARDER, H. R. Penetration of cotton seedelings taproots as influenced by bulk density, moisture content and strength of soil. Soil Science, Baltimore, v.96, p153-156, 1963. TOMER, M.D.; CAMBARDELLA, C.A.; JAMES, D.E., MOORMAN, T.B. Surface-Soil Properties and Water Contents across Two Watersheds with Contrasting Tillage Histories. Soil Sci. Soc. Am. J. 70, 620–630, 2006. 39 VIEIRA, S.R.; HATFIELD, J.L.; NIELSEN, D.R.; BIGGAR, J.W. Geostatistical theory and application to variability of some agronomical properties. Hilgardia, Berkeley, v.51, n.1, p.1-75, 1983. YSHIMINE, P. Avaliação de algumas forças que atuam em um subsolador utilizado no preparo de solo agrícola. Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 94p., 1993. 40 CAPITULO 3. RELAÇÃO DA MINERALOGIA E SUSCETIBILDADE MAGNÉTICA COM A QUALIDADE FÍSICA DO SOLO 3.1. INTRODUÇÃO Tão importante quanto à compreensão da variabilidade espacial da compactação do solo é o esclarecimento da sua relação de causa e efeito com a mineralogia, visto que estudos indicam que esta relação interfere no comportamento da qualidade física dos solos (STRAUSS et al., 1997; FERREIRA et al., 1999a,b; PEDROTTI et al., 2003). Nos solos tropicais os principais minerais que influenciam na qualidade física dos solos, bem como retenção e distribuição da água, nutrientes, calor e gases são: caulinita, gibbsita, goethita e hematita (SCHWERTMANN & KÄMPF, 1985; GHIDIN et al., 2006a,b; CAMARGO et al., 2008b; CAMARGO et al., 2013). A participação dos óxidos de ferro na constituição de um solo pode conferir propriedades físicas desejáveis como a permeabilidade a água e resistência à erosão (ALVES, 2002). Segundo VITORINO et al. (2003) em estudo aos Latossolos e Argissolos da Região Sudeste do Brasil, a estabilidade dos agregados do solo de tamanhos maiores são influenciados positivamente pela gibbsita, sendo que a caulinita promove o efeito inverso. FERREIRA et al. (1999a), estudando a influência da mineralogia da fração argila em atributos físicos de Latossolos, verificaram que a caulinita e gibbsita são os constituintes mineralógicos responsáveis pelo desenvolvimento da estrutura dos Latossolos, sendo que em Latossolos cauliníticos apresentaram maior densidade do solo e menor estabilidade de agregados em água, macroporosidade e permeabilidade, quando comparados a Latossolos gibbsíticos. Dessa forma os minerais são importantes na agregação do solo e afetam a densidade do solo (Ds), apresentando correlação positiva entre caulinita e Ds. O inverso ocorre com a gibbsita (FERREIRA et al., 1999b; PEDROTTI et al., 2003; GUIDIN et al., 2006b). A apesar de pesquisas indicarem importantes relações entre a mineralogia com a qualidade física dos solos, a falta de informação e baixa aplicabilidade da mineralogia nas relações de causa e efeito estão relacionadas à complexidade e custo das análises mineralógicas (CAMARGO, 2013). Uma das alternativas para 41 solucionar esses problemas é a utilização de atributos que sejam co-variativos da mineralogia do solo e possam ser utilizados na quantificação indireta dos óxidos de ferro e alumínio. Pesquisas indicam que a suscetibilidade magnética (SM) apresenta como ferramenta importante na quantificação indireta de minerais, atributos físicos e químicos do solo e atributos da planta (SIQUEIRA et al., 2010; CORTEZ et al., 2011; CAMARGO, 2013). A compreensão da relação de causa efeito entre a mineralogia e suscetibilidade magnética com a qualidade física dos solos permite que os minerais possam ser utilizados como indicadores pedogenéticos (KÄMPF & CURI 2000), auxiliando na identificação de áreas com diferentes potencias de compactação do solo. Alguns autores (SCHACHTSCHABEL et al. 1998; MAHER; THOMPSON 1999) afirmam que a SM é sensível às variações dos fatores e processos de formação do solo, e portanto tem potencial como atributo indicador da presença e ambientes de formação de minerais com expressão magnética. Nesse sentido, a identificação da espacialização dos teores dos minerais da fração argila, levando em consideração ferramentas de técnicas indiretas como SM, apresenta-se como importante ferramenta para auxiliar no entendimento da relação de causa e efeito entre esses minerais e a variação do potencial de compactação do solo. Portanto, o objetivo deste trabalho é esclarecer a relação da mineralogia com a qualidade física do solo utilizando a suscetibilidade magnética na identificação de áreas com diferentes potencias de compactação do solo. 3.2. MATERIAL E MÉTODOS 3.2.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A área em estudo localiza-se no nordeste do Estado de São Paulo, Município de Guariba (SP), nas coordenadas geográficas são 21o 19’ de latitude sul e 48o 13’ de longitude oeste, com altitude média de 640 m acima do nível do mar. Situa-se na província geomorfológica Planalto Ocidental Paulista, próxima ao limite das Cuestas Basálticas no divisor litoestratigráfico arenito-basalto. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo mesotérmico com inverno seco (Cwa), 42 precipitação média de 1.400 mm e chuvas concentradas no período de novembro a fevereiro. A vegetação natural era constituída por floresta tropical subcaducifólia. A seleção da área foi norteada pela presença de uma vertente representativa da região. No topo encontra-se o Latossolo Vermelho eutrófico (LVe) e da meia encosta para o sopé o Latossolo Vermelho eutroférrico (LVef), ambos sob cultivo de cana-de-açúcar com colheita mecanizada há seis anos. O mapa de solos foi elaborado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) na escala de 1:12.000. FIGURA 1. Localização das áreas (a) e perfil altimétrico (b). 3.2.2. AMOSTRAGEM E METODOLOGIA DE LABORATÓRIO Á área possui aproximadamente 20 hectares, sendo 10 ha sob o Latossolo Vermelho eutrófico (LVe) e 10 ha sob Latossolo Vermelho eutroférrico (LVef) 43 (FIGURA 1). Foram avaliados em 20 pontos de cada área e determinados atributos como macroporosidade, microporosidade, densidade do solo, resistência á penetração e suscetibilidade magnética nas profundidades de 0,00 - 0,10m / 0,10 - 0,20m / 0,20 - 0,30m e 0,30 - 0,40m. No total foram feitas 80 avaliações por área levando-se em conta as diferentes profundidades. Visando o compreender a expressão dos minerais nos pontos de maiores compactações, foram selecionadas as amostras com os cinco maiores valores de densidade do solo e os cinco menores, totalizando 10 pontos para cada área. As análises de ferro ditionito, ferro oxalato, ferro total e mineralogia dos óxidos de ferro e alumínio foram feitas nestas amostras. 3.2.2.1. ANÁLISES FÍSICAS Para a leitura da resistência utiliziou-se o penetrógrafo PNT-Titan®, construído conforme a norma ASAE S313.3 (ASAE, 1999). Esse penetrógrafo possui célula de carga de 1500 N, sendo que as avaliações da RP foram observadas no perfil de 0 – 0,40m. A granulometria foi determinada de acordo com a Lei de Stokes, pelo método da pipeta com solução de NaOH 0,1 N como dispersante químico e agitação mecânica e