UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL IMPORTÂNCIA DA RAÇA HOLANDESA NA PECUÁRIA LEITEIRA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Bruna Sala Augusto JABOTICABAL – SP 1º Semestre/2023 i UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL IMPORTÂNCIA DA RAÇA HOLANDESA NA PECUÁRIA LEITEIRA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Bruna Sala Augusto Orientador: Prof. Dr. Mauro Dal Secco de Oliveira Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para Graduação em Zootecnia. JABOTICABAL – SP 1º Semestre/2023 ii iii iv DEDICO Dedico aos meus pais que me possibilitaram iniciar e me manter nesta jornada acadêmica, aos meus colegas e amigos que ainda que indiretamente, me auxiliaram no processo, aos professores e ao meu orientador por tornar tudo isto possível. v AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer principalmente aos meus pais, Elizabete e Luís, e a minha irmã e aos meus irmãos, por todo apoio incondicional, antes e durante este processo e que me incentivaram mesmo nos momentos mais difíceis, sou extremamente grata a todo suporte que trabalharam duro para manter e assim poder proporcionar minha jornada da forma menos difícil possível. Aos amigos que fiz pelo caminho, tanto dentro quanto fora das salas de aulas e que hoje, mesmo de longe ainda me apoiam e auxiliam como podem. Aos professores da UNESP, em especial meu orientador Prof. Dr. Mauro Dal Secco de Oliveira, pelas aulas e pelo importante apoio durante esta fase final. A todos sou muito grata, pois sozinha nada disto teria sido possível. OBRIGADA A TODOS! vi LISTA DE TABELAS Página Tabela 01. Produção de leite inspecionado nos 10 maiores estados produtores entre 2021 e 2022 (em bilhões de litros).......................................................................2 Tabela 2. Índices Zootécnicos da Raça Holandesa......................................................18 Tabela 3. Produção e composição do leite de vacas Holandesas entre a 2° e 14º semana de lactação......................................................................................................19 vii LISTA DE FIGURAS Página Figura 1. Aspecto do touro da raça Holandesa..............................................................8 Figura 2. Particularidades de pelagem na raça Holandesa............................................9 Figura 3. Pelagem vermelha e branca na raça Holandesa............................................10 Figura 4. Vaca da raça Holandesa................................................................................11 Figura 5. Regiões do corpo da vaca da raça Holandesa...............................................12 Figura 6. Vaca da raça Girolando.................................................................................15 Figura 7. Gado Guzolando............................................................................................15 Figura 8. Gado Jersolando............................................................................................16 viii ÍNDICE Página Lista de Tabelas ...............................................................................................................6 Lista de Figuras ...............................................................................................................7 1.INTRODUÇÃO....................................................................................................1 2. OBJETIVO .........................................................................................................4 3. REVISÃO DA LITERATURA ...........................................................................5 3.1. Origem da raça Holandesa ........................................................................................5 3.2. Características zootécnicas .......................................................................................8 3.2.1. Pelagem ................................................................................................................9 3.2.2. Cabeça ................................................................................................................ 10 3.2.3. Pescoço ............................................................................................................... 10 3.2.4. Corpo................................................................................................................... 10 3.2.5. Úbere e Produção leiteira ..................................................................................... 10 3.3. Limitações da raça Holandesa ................................................................................. 12 3.4. Particularidades inerentes aos cruzamentos com a raça Holandesa......................... 14 3.4.1. Girolando ............................................................................................................. 16 3.1.1. Guzolando ........................................................................................................... 16 3.5. Índices zootécnicos e Reprodução do gado da Raça Holandesa .............................. 18 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 23 5. RESUMO ..................................................................................................... 24 6. SUMMARY ................................................................................................. 25 ix 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 26 1 1. INTRODUÇÃO A produção leiteira nos ecossistemas tropicais vem sendo um desafio técnico contínuo devido às difíceis condições ambientais, nutricionais, sanitárias e pouca rusticidade das raças especializadas (SANTOS, 2015). A raça Holandesa é a raça mais conhecida devido à sua capacidade de produzir grandes volumes de leite. Os animais são dóceis e de grande porte, com pelagem preta e branca ou vermelho e branca. Além da alta produtividade, possuem boa longevidade e fertilidade quando bem manejadas (VIANA, 2021). São muito sensíveis ao calor e a parasitas como carrapatos. Por este motivo, expressam melhor seu potencial produtivo em sistemas de confinamento, que tenham conforto térmico e instalações apropriadas. A produção de uma vaca holandesa diminui drasticamente nos dias mais quentes, visto que sua zona termoneutra se situa entre 5 e 25°C. Então, instalações com ventilação e aspersão se tornam necessárias para que as vacas tenham o máximo desempenho produtivo e reprodutivo (VIANA, 2021). Seria ideal caso o produtor do cerrado dispusesse de uma propriedade com alimentos de qualidade e com estrutura para manter vacas da raça Holandesa livres de estresse térmico na criação (independente do sistema de produção de leite), sendo a zona de termoneutralidade para as vacas de 23ºC, instalações e manejo adequado, devem ser feitos para atender as exigências da raça (SANTOS, 2015). A pecuária leiteira apresenta grande importância socioeconômica para o país, segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil é o terceiro maior produtor de leite, atingindo 34 bilhões de litros por ano, com produção em 98% dos municípios, deste modo a maior parte deste volume está diluído em pequenas e médias propriedades, empregando cerca de 4 milhões de pessoas de maneira direta e 100 mil de maneira indireta, (LIMA et al, 2017). Destes 34 bilhões de litros, 25 se enquadram na produção formal, ou seja, sob inspeção para venda, e estão distribuídos conforme ilustra o gráfico 01 (EMBRAPA, 2022). 2 9.823 9.483 3.006 1.799 0.986 0 2 4 6 8 10 12 Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Note Gráfico 01. Produção de leite inspecionado entre 2021 e 2022 (em bilhões de litros). Fonte: EMBRAPA, Anuário de leite 2022. Apesar da grande distribuição da pecuária leiteira em território nacional, a maior parte do volume produzido se concentra na região sul com 39,29% e sudeste, 37,69%. Todavia, em produção por estado, Minas Gerais continua sendo o maior produtor, respondendo por, aproximadamente, 6,2 bilhões de litros, 24,7% de todo volume nacional. A tabela 01 na página seguinte detalha a produção dos 10 estados mais representativos para a atividade (EMBRAPA, 2022). Tabela 01. Produção de leite inspecionado nos 10 maiores estados produtores entre 2021 e 2022 (em bilhões de litros) Estado Volume Produzido Participação (%) Minas Gerais 6,192 24,7 Paraná 3,507 14,0 Rio Grande do Sul 3,371 13,4 Santa Catarina 2,945 11,7 São Paulo 2,566 10,2 Goiás 2,437 9,7 Bahia 0,595 2,4 Rondônia 0,588 2,3 Rio de Janeiro 0,488 1,9 Mato Grosso 0,441 1,8 Fonte: EMBRAPA, Anuário de leite 2022. De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH, 2021) a raça Holandesa (Holstein-Friesian) é dotada de grande 3 destaque, uma vez que é reconhecida por sua robustez, com médias de 26 a 29 litros/dia, e alta qualidade do leite, como o baixo teor de gordura. Essas características a faz presente em 70% das propriedades produtoras (ABCBRH, 2021). 4 2. OBJETIVO A presente revisão de literatura teve como objetivo verificar a importância da raça Holandesa no cenário da pecuária leiteira nacional, sob vários aspectos relacionados com a exploração do gado leiteiro no Brasil. 5 3. REVISÃO DA LITERATURA Foi realizada uma revisão da literatura a fim de verificar a importância da raça Holandesa, como raça taurina, produtora de leite por excelência. O levantamento bibliográfico possibilitou verificar a influência de diversos fatores e aspectos relacionados com a exploração do gado da raça Holandesa nos sistemas de produção de leite no Brasil. Para tal, e maior facilidade de abordagem do tema, foram utilizados itens e subitens envolvendo vários aspectos, tais como: origem, vantagens e desvantagens, características zootécnicas, particularidades, reprodução e importância da produção e composição do leite em termos de Brasil. Foi possível, face ao levantamento bibliográfico, proporcionar subsídios e maiores esclarecimentos sobre a importância da raça Holandesa como produtora de leite por excelência, uma vez que vários fatores estão diretamente relacionados com o aspecto produtivo nas condições de Brasil. Foram utilizadas informações de revistas especializadas de produção animal (nacionais e internacionais), de revistas de divulgação, de sites, boletins técnicos, teses, dissertações, anais de simpósios e congressos e de livros especializados em pecuária leiteira. 3.1. Origem da raça Holandesa Ainda não há um acordo sobre a origem da raça Holandesa, ao que tudo indica, foi domesticada há 2.000 anos nas terras planas e pantanosas da Holanda setentrional e da Frísia (Países Baixos) e também na Frísia Oriental (Alemanha). Prescott (1930) acha que o gado veio da Lombardia, seguindo o curso do rio Ródano, em mãos das tribos frísias e batavas. Eram animais de origem grega, de acordo com ilustrações antigas. Com a construção de diques e um programa de resgate de terras, desde o século XV em diante, aumentaram as possibilidades de produção de forragens. Daí para a frente, o gado iria se multiplicar aceleradamente. Concretamente, sabe-se que vários mercados de bovinos foram estabelecidos entre 1200 e 1500 d.C. Em 1.624 foram introduzidos 12.000 bovinos da Dinamarca, na região holandesa (PROCREARE, 2016; LATICÍNIOS HOLANDÊS, s/d). Ficou registrado, também que, por volta de 1600, cerca de 100.000 animais eram normalmente reexportados depois da engorda, e eram provenientes da Dinamarca, 6 Suécia e Schleswing-Holstein. As tragédias nas regiões baixas, todavia, quebram constantemente a história, pois milhares de homens e bovinos morriam nas inundações que se sucediam desde 810 ou pelas epidemias. A grande epidemia de 1170 liquidou centenas de milhares de cabeças; a de 1714 liquidou 300.000 cabeças de gado. Em 1744, novamente dois terços do gado desapareceram (PROCREARE, 2016). A peste de 1768 – 1782 destruiu 396.000 cabeças das províncias. Pode-se afirmar que, no final do século XVIII, quase todo gado antigo havia sido destruído. As Pinturas realizadas entre 1500 e 1700 mostram apenas gado pardo ou vermelho, mas nada de branco e preto – como resultado das sucessivas tragédias. Berkhey, escrevendo nos anos seguintes da peste, menciona a importação de grande número de bovinos brancos e negros ou quase negro manchado. Assim, pode-se supor que o gado moderno dos Países Baixos teve início na Segunda metade do século XVIII. No final do século XIX o gado ainda não estava dividido em raças, sobressaindo-se o gado importado da Alemanha e da Dinamarca. Buscando melhorar a produtividade leiteira, aumentaram-se as importações da Inglaterra, Europa continental, América do Norte, Índia, África do Sul, Australásia, etc (PROCREARE, 2016). Na Segunda metade do século XIX a mescla desses gados já tinha endereço fixo, começando então um amplo trabalho de melhoramento. Em 1882 foi fundada a Sociedade de Livro Genealógico dos Países Baixos, substituindo os dois anteriormente fundados em 1873 (Netherlands Herd-Book) e 1879 (Friesland Herd-Book). Registrava o gado negro malhado, o vermelho malhado ou de outras colorações. Hoje, são muito poucos os animais malhados de vermelho, sendo a quase totalidade formada de gado preto e branco (PROCREARE, 2016). Nos Estados Unidos, W.W. Chenery, de Massachusetts, importou muito gado frísio da Holanda ("Dutch Friesian"), durante vários anos. Em 1872 publicou o primeiro Herd-Book, com animais de 12 Estados. Surgiu o nome "Holstein" lembrando "Holland" quando um artigo do próprio Chenery trazia, no título, a palavra "Holstein cattle", por engano, ao invés de "Holland cattle". O Herd-Book de 1885 era dedicado ao gado "Holstein – Friesian", mas em 1978, o nome foi reduzido para apenas "Holstein" (APCGH, 2023). Nos Estados Unidos da América (EUA), a associação para gado Holstein (Holstein Breed Society) foi fundada em 1872. Outra associação destinada ao gado 7 Friesian (Dutch Friesian Society) foi fundada em 1877, no entanto, as duas associações foram fundidas em 1885 como Associação Holstein-Friesian (ISOLA; GONSALES, 2020). Em 1970 o gado passou a ser chamado apenas de Holstein. O nome Holstein, que a princípio era um mal-entendido, acabou por se fixar, sendo hoje o mais utilizado quando se refere à raça internacionalmente (ISOLA; GONSALES, 2020). Atualmente, as linhagens norte-americanas dominaram a maioria das linhagens Friesian da Europa, as mesmas que lhe deram origem. Buscando aumentar a produção de leite e devido a uma mudança na preferência dos criadores, que agora buscavam animais mais altos, refinados e especializados, Holanda, Grã Bretanha e muitos outros países passaram a importar animais e sêmen das linhagens norte-americanas e utilizar esta genética em seus animais Friesian. Este “retorno genético” começou a ocorrer há cerca de 50 anos e passou a ser conhecido como “Holsteinização” (Holsteinization) da Europa (ISOLA; GONSALES, 2020). No início do século XX existiam as seguintes variedades: "Oldemburgueza", "Frísia ocidental", "Frísia oriental", "Groningen" e "Beemster", todas oriundas do mesmo tronco (Cotrim, 1913. p.175). Da Holandesa derivavam, ainda, as raças "Flamenga" (francesa e belga), a “Öldemburguesa" (alemã), a "Breitemburguesa" (alemã) e a "Holmogorian" (russa). Ainda no início do século XX, o recorde mundial era de "Colantha 4th", norte-americana com 11.389 kg/ano. A recordista "Aaggie Cornucopia Paulina", também norte-americana, produziu 55,0 kg/dia (CIÊNCIA DO LEITE, 2008; APCGH, 2023). A FAO relacionou, na década de 1950, três tipos de gado Holandês, cada uma com seu próprio registro genealógico: a) "Holandês preto e branco" (ou vermelho e branco), com cerca de 80% do total; b) "Meuse-Rhine-ljssel" (vermelha e branca), com cerca de 18%; c) "Groningen" (cabeça branca), com cerca de 2% (APCGH, 2023). Não foi estabelecida uma data de introdução da raça holandesa no Brasil. Paulino Cavalcanti (1935) cita que "segundo os dados históricos, referentes à nossa colonização, presume-se que o gado holandês foi trazido nos anos de 1530 a 1535, período no qual o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias". O Herd-Book começou a funcionar em 1935, com o macho "Colombo St. Maria" de Francisco Lampréia, RJ. e "Campineira", de Vicente Giaccaglini, SP (APCGH, 2023). 8 Até o início de 1980, o Brasil foi considerado o detentor do maior rebanho mundial de HVB (Holandês Vermelho Branco) mas o efetivo foi decrescendo, ano após ano, por falta de disponibilidade de reprodutores VB (Vermelho Branco) com provas genéticas comprovadas e também pela não aceitação das cobrições de vacas VB por touros PB (Preto Branco), (Figura 1). A abertura para uso de reprodutores PB sobre vacas VB somente aconteceu por volta de 1984 desde que o reprodutor fosse portador de gene recessivo para pelagem VB. Foram computados 790 criadores inscritos no Controle Leiteiro Oficial, que somaram 96.649 animais em produção no ano de 2000. A média brasileira de produção leiteira foi de 7.251 (2x ordenha e 305 dias de lactação) em 2000 e de 8.047 kg na idade adulta (2x ordenha e 305 dias de lactação). Cerca de 84,0% de criadores residem em São Paulo, Paraná e Minas Gerais (APCGH, 2023). Figura 1 Aspecto do touro da raça Holandesa. Fonte: Compre Rural (2018). 3.2. Características zootécnicas A raça Holandesa, de origem europeia, é conhecida como a maior produtora de leite. Em virtude dessa característica e por seus longos períodos de lactação, a raça tem uma demanda crescente em todo o mundo (PROCREARE, 2016). Por ser universalmente conhecida como a maior produtora de leite, os produtores dessa raça devem ter uma constante preocupação com as questões zootécnicas, no que diz respeito à saúde, resistência e conformação, que podem vir a afetar negativamente a lucratividade vitalícia da vaca leiteira holandesa. Sendo assim, é imprescindível que a 9 vaca permaneça o menor tempo possível no rebanho para se alcançar o retorno econômico desejado (PROCREARE, 2016). De acordo com Rural Pecuária (s/d) a vaca da raça Holandesa apresenta todas as características corporais de forma evidenciada para a produção de leite (ver figura 5, pág. 12). As características zootécnicas são (ABCGH, 2016; Procreare, 2016; Laticínios Holandês, s/d): 3.2.1. Pelagem: da variedade Frísia é malhada de branco e preto, com separação nítida entre as duas cores, sendo que em alguns animais predomina a cor preta e em outros, a branca (Figura 2). Já na variedade Mosa, Reno e Yessel a pelagem é vermelha e branca, com predominância da cor vermelha no pescoço e cauda, e da cor branca no ventre, úbere e vassoura da cauda. Quanto à pelagem, esta pode apresentar-se preta e branca ou vermelha e branca (Figura 3). Sua pele é espessa. Pode ser preta e branca ou vermelha e branca. O gado da variedade Frísia é malhado de branco e preto, com separação nítida entre as duas cores. Em alguns desses animais, predomina a cor preta, e em outros, a branca; Figura 2 Particularidades de pelagem na raça Holandesa. Fonte: Santos (s/d). 10 Figura 3 Pelagem vermelha e branca na raça Holandesa. Fonte: Rural pecuária (2016). 3.2.2. Cabeça: cabeça mediana, larga e perfil subcôncavo, sendo mais comprida e mais estreita nas fêmeas; olhos são grandes e escuros e orbitas salientes; orelhas médias e finas, mandíbulas fortes, chifres brancos dirigidos para cima e para baixo. Suas características físicas englobam uma parte frontonasal estreita e um pouco alongada. A cabeça apresenta uma parte superior ampla, olhos grandes e escuros e órbitas salientes. Os chifres ficam para frente e têm as pontas escuras. O focinho e a cavidade bucal são amplos, e a mucosa escura e as narinas são dilatadas; 3.2.3. Pescoço: longo e delgado se juntando suavemente na linha superior da espádua, sendo comprido e delicado nas fêmeas e musculoso e vigoroso nos machos; 3.2.4. Corpo: bastante desenvolvido, comprido e largo; costelas arqueadas e compridas; dorso largo, reto e forte; garupa curta e ancas largas; nádegas arredondadas e cauda curta e bem inserida; O gado holandês é um gado pesado, de grande porte e com uma ampla caixa óssea; 3.2.5. Úbere e Produção leiteira: Úbere simétrico, bem desenvolvido, com irrigação sanguínea abundante e coberto por pele macia. As tetas são separadas e de bom tamanho. O úbere da vaca holandesa possui grande capacidade e boa formação, 11 sendo que as novilhas podem ter a primeira cria por volta dos dois anos de idade, e os bezerros nascem com 38 kg em média. Já o peso dos touros desta raça varia em torno de 900 kg a 1000 kg e as vacas têm um peso médio de 550 kg a 600 kg. No que diz respeito ao seu traço mais importante, a produção de leite, ela lidera os mais diversos rankings, podendo atingir mais de 50 litros de leite em um mesmo dia, em cerca de 3 ou 4 tiradas, sendo que seu leite apresenta pouca gordura. Outro ponto que merece destaque é o melhoramento que a raça vem alcançando no quesito volume (ou quilogramas) em componentes de gordura e proteína. Embora a raça Holandesa seja associada exclusivamente à produção de leite com os mais baixos teores de gordura e de proteína, é importante ser levado em consideração que a indústria busca volumes de componentes e não seus percentuais. A raça Holandesa é a raça mais conhecida devido à sua capacidade de produzir grandes volumes de leite (Figura 4). Os animais são dóceis e de grande porte, com pelagem preta e branca ou vermelho e branca. Além da alta produtividade, possuem boa longevidade e fertilidade quando bem manejadas (VIANA, 2021). São muito sensíveis ao calor e a parasitas como carrapatos. Por este motivo, expressam melhor seu potencial produtivo em sistemas de confinamento, que tenham conforto térmico e instalações apropriadas. A produção de uma vaca holandesa diminui drasticamente nos dias mais quentes, visto que sua zona termoneutra se situa entre 5 e 25°C. Então, instalações com ventilação e aspersão se tornam necessárias para que as vacas tenham o máximo desempenho produtivo e reprodutivo (VIANA, 2021). 12 Figura 4 Vaca da raça Holandesa. Fonte: Viana (2021). Figura 5 Regiões do corpo da vaca da raça Holandesa. Fonte: Rural Pecuária (2013). 3.3. Limitações da raça Holandesa O tamanho atual de uma típica vaca Holandesa é considerado excessivo por muitos. Vacas demasiadamente grandes apresentam de fato maiores exigências energéticas de mantença e, portanto, precisam ter altos consumos de alimentos para atender esta alta demanda. Vacas excessivamente grandes não produzem mais leite do que vacas medianas. Por outro lado, estas vacas demasiadamente grandes apresentam longevidade 15% inferior às vacas medianas. Para os criadores que têm uma fatia significativa de sua receita oriunda da comercialização de animais e dependem de participações em exposições e leilões, há suficiente variabilidade na raça Holandesa para escolher indivíduos com avaliações genéticas positivas para tipo e características corporais. Mas para o produtor que basicamente depende da comercialização de leite, as características de conformação que deveriam receber maior ênfase são as de sistema mamário e, pernas e pés. Para este 13 produtor “comercial”, vacas Holandesas com 625 kg de peso corporal (PC), de porte médio, são mais eficientes e lucrativas. Criadores e técnicos da raça Holandesa devem ter uma preocupação crescente com o aumento nas incidências de distocia (parto em que apesar do útero se contrair normalmente, o bezerro não consegue passar pela bacia por conta de um bloqueio físico) e de natimortos (bezerro que nasceu morto após 260 dias de gestação) em rebanhos especializados. Natimortos são os bezerros que nascem mortos ou que morrem poucos minutos após o nascimento. A meta é limitar esta proporção de natimortos em 4%. Sabemos que a incidência de natimortos é particularmente alta em partos distócicos e em novilhas de primeira cria que não receberam a devida atenção no período pré- parto. Segundo dados publicados em março de 2007 pelo Laboratório de Melhoramento Animal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), a raça Holandesa tem as maiores taxas de partos distócicos (ou dificuldade de parto) entre novilhas de primeira cria: 7,9%, em relação as primíparas Pardo-Suíço e Jersey, com 4,7 e 0,8%, respectivamente. Os produtores de animais da raça Holandesa tem que continuar a se preocupar com características de saúde, resistência e conformação que afetam a lucratividade vitalícia da vaca leiteira. É evidente que para dar retorno econômico a um produtor exige-se que esta vaca permaneça um tempo mínimo no rebanho. O tempo entre o nascimento e o primeiro parto é um longo período, onde os animais ainda não entraram na sua vida produtiva e, portanto, não estão gerando receitas. Considerando o fato que muitas vacas leiteiras somente completam três ou menos lactações na sua vida produtiva, muitos animais passam praticamente metade das suas vidas como novilhas. Um dos parâmetros mais aceitos na avaliação de longevidade é a chamada “vida produtiva em meses”; nos EUA uma vaca Holandesa tem em média somente 28,2 meses de vida produtiva. Como uma novilha tem idade média a primeira parição de 26,8 meses, podemos afirmar que a idade média que a vaca é descartada nos EUA é 55 meses (ou 4,5 anos). Este dado impressiona porque mostra que a pressão e o estresse associado às altas produções são tão grandes, que a maioria das vacas não tem a 14 oportunidade de alcançar a idade de máxima produtividade, que seria de 6 a 7 anos, segundo referências clássicas. Há diferenças entre raças na longevidade dos rebanhos. Nos EUA vacas Jersey e Pardo-Suíço permanecem no rebanho 35,0 e 31,6 meses, respectivamente, em contraste com os 28,2 meses da vaca Holandesa (Cassell, 2006). Ainda não foi determinado se esta menor longevidade da raça Holandesa é um “preço” a ser pago pelas altas produções ou se a vaca Holandesa é intrinsecamente mais frágil ou menos robusta que as outras raças. Os motivos das vacas leiteiras deixarem os rebanhos, segundo dados de outros países, a maioria das vacas é descartada por três principais razões: baixa produção de leite (descarte voluntário), problemas reprodutivos e mastite/problemas de úbere. Em uma pesquisa recente com 20 grandes rebanhos confinados norte-americanos determinou-se uma média de 8% na taxa de mortalidade anual, com uma variação entre rebanhos de 3,5 a 16,8% (Stone et al., 2006). Esta é uma outra área que criadores e produtores comerciais de gado Holandês, particularmente em sistemas de produção mais intensivos, têm que começar a se preocupar. A meta para rebanhos confinados são taxas inferiores a 4%. Outro fato que tem gerado preocupação, particularmente em rebanhos de maior produtividade, é a queda da eficiência reprodutiva de rebanhos leiteiros. Nas décadas de 50 e 60, taxas de concepção estavam em torno de 60 a 65%. Já 50 anos mais tarde, muitos rebanhos se dão por satisfeitos se alcançam taxas de concepção de 30-35%. No Paraná, chegaram ao ponto que alguns rebanhos leiteiros de alta produção já nem estão tentando re-inseminar as vacas antes dos 150 dias pós-parto. Estes (ainda poucos) rebanhos constataram que em rebanhos de alta persistência e com somatotropina bovina é mais lucrativo um intervalo entre partos de 15 meses (ao invés dos tradicionais 12-13 meses). 3.4. Particularidades inerentes aos cruzamentos com a raça Holandesa A fim de buscar animais mais adaptados as nossas condições climáticas, propuseram animais oriundos com a raça Holandesa, com o objetivo de manter a alta produtividade e raças mais adaptadas a região, como as zebuínas. Os principais cruzamentos foram realizados com a raça Gir (formando o Girolando, Figura 6), e com o Guzerá (formando o Guzolando ou Guzerando, Figura 7), (SANTOS, s/d). 15 Figura 6 Vaca da raça Girolando. Fonte: Giro do Boi (2022). Figura 7 Gado Guzolando. Fonte: MF Rural (2022). Segundo Farias (s/d) as principais raças provenientes de cruzamento com a raça Holandesa são: 16 3.4.1. Girolando (Gir + Holandês): As vacas desta raça são excelentes produtoras de leite, sendo que possuem características fisiológicas e morfológicas que se adequam à produção nos trópicos; 3.1.1. Guzolando (Guzerá + Holandês): As composições de sangue dão destaque à aptidão leiteira do gado Holandês, sem perda da capacidade de produção de carne e leite, rusticidade e adaptabilidade aos trópicos, características pronunciadas no Guzerá. Visando atender as atuais necessidades do mercado, a busca de melhoria de vários aspectos como componentes dos sólidos do leite, precocidade dos animais e produtividade, surgiu a procura de novas alternativas genéticas, tendo o cruzamento Jersey x Holandês (Jersolando, Figura 8) garantindo bons resultados (SANTOS, s/d). Figura 8 Gado Jersolando. Fonte: MF Rural (2022). Cerca de 70% da produção de leite no Brasil, provêm de vacas mestiças Holandês-Zebu. Na pecuária leiteira, considera-se gado mestiço aqueles animais derivados do cruzamento de uma raça pura de origem europeia e que seja especializada na produção de leite (Holandesa, Suíça-Parda, Jersey, etc), com uma raça de origem 17 indiana, uma das várias que formam o grupo Zebú (Gir, Guzerá, Indubrasil, Sindi ou Nelore). A raça Holandesa predomina nos cruzamentos, sendo que o mais comum é o de Holandês com o Gir, mais conhecido como "Girolando". Há também o “Guzolando”, resultado do cruzamento de Holandês com Guzerá e já há alguns produtores fazendo o “Nerolando”, que é o cruzamento do Holandês com o Nelore (CARVALHO et al., 2002). Quando se cruza uma vaca F1 com um touro Holandês puro, obtêm-se o ¾ HZ (Holandês-Zebu). Ao cruzar as fêmeas ¾ HZ com touro Holandês, tem-se o 7/8 HZ. Cruzando-se as fêmeas 7/8 HZ com touro Holandês puro, obtêm-se o 15/16 HZ. Se continuar cruzando com touro Holandês P.O. (Puro de Origem) vai apurando a raça Holandesa, até obter os puros por cruza ou PC (CARVALHO et al., 2002). Segundo o Regulamento do Serviço de Registro Genealógico da Raça Holandesa (RSRGRH), aprovado em 2012 pela ABCBRH, esta raça possui Herd-Book único, abrangendo as variedades Holandesa Malhada de Preto (PB) e Holandesa Malhada de Vermelho (VB), sendo que os bovinos da Raça Holandesa e seus mestiços classificam- se nas seguintes categorias (ABCBRH,2012): a) Puro de Origem – PO São animais importados como tal e seus descendentes (ABCBRH, 2012). De acordo com Krug et al. (1980), nesta categoria são registrados os animais que possuem maior elevado grau de pureza racial. b) Puros por Cruzamento – PC São todos os animais descendentes através do cruzamento absorvente dos touros Puros de Origem ou Puros por Cruzamento da Raça Holandesa com vacas inscritas no Herd-Book com o grau de sangue igual ou superior a FM 15/16 e seus descendentes, exceto os machos 31/32 e fêmeas que receberam a classificação de Puros por Cruzamento por meio da inspeção zootécnica de seus descendentes (ABCBRH, 2012). i. Puros por Cruzamento de Origem Desconhecida – PCOD Se enquadram nesta categoria apenas as fêmeas com ascendência desconhecida e consideradas puras pela Inspeção Zootécnica. Para a definição de grau de sangue dos descendentes, a fêmea PCOD terá o grau de sangue de 31/32 atribuído pelo inspetor de registro (ABCBRH, 2012). A inspeção é realizada após um ano de idade, quando as características raciais se encontram devidamente definidas. Os machos enquadrados 18 nesta categoria não são registrados, enquanto as filhas de animais desta categoria podem ser registradas como PCOD de primeira geração (KRUG et al., 1980). ii. Puros por Cruzamento de Origem Conhecida – PCOC É a progênie de fêmeas de 1° geração da vaca FM 15/16, descendentes da 1° geração da vaca FM 15/16 e descendentes da vaca PCOD. Os machos desta categoria são registrados com o grau de sangue de no mínimo 63/64 e as fêmeas com 31/32 (ABCBRH, 2012). Nesta categoria são registrados todos os animais dos quais a genealogia é conhecida, ou seja, os pais devem, no mínimo, possuir certificados, quando então serão classificados como PCOC de primeira geração. Os filhos destes serão de segunda geração, quando realizados futuros registros, e assim por diante (KRUG et al., 1980). c) Fêmeas Mestiças – FM Estão incluídas nesta categoria todas as vacas e suas descendentes fêmeas que apresentam características morfológicas diferentes daquelas da raça pura Holandesa, que as impeçam de se enquadrar na categoria Pura de Origem ou Pura por Cruzamento (ABCBRH, 2012). 3.5. Índices zootécnicos e Reprodução do gado da Raça Holandesa No padrão racial da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH), o peso a idade adulta (60 meses) em média é de 680 kg para fêmeas e 950 kg para machos; a idade à primeira cobertura é de 16 a 18 meses; ao primeiro parto de 25 a 27 meses; intervalo de partos de 15 a 17 meses e a gestação em média de 280 dias, sendo, no Brasil, a raça mais utilizada nos cruzamentos com raças zebuínas (tabela 3) (MARTINS et al, 2010). Tabela 2. Índices Zootécnicos da Raça Holandesa. Peso a idade adulta (60 meses – fêmeas) 680 kg Peso a idade adulta (60 meses – machos) 950 kg Idade a primeira cobertura 16 – 18 meses Idade ao primeiro parto 25 – 27 meses Intervalo entre partos 15 – 17 meses Período médio de gestação 280 dias Período seco Últimos 60 dias de lactação ECC (1 a 5) 3,25 - 3,75 ao parto Fonte: Adaptado de Martins et al (2010) e Rennó et al (2006). 19 A raça Holandesa está presente na maior parte dos países de pecuária desenvolvida, sendo universalmente conhecida como a maior produtora de leite, dentro da espécie bovina (MARTINS et al, 2010). A raça Holandesa possui capacidade de grande produção de leite por longos períodos de lactação, fazendo com que seja reconhecida atualmente por sua alta lucratividade. Todos estes fatores colaboram para a sua demanda crescente em todo o mundo. Um ponto a ser destacado é o melhoramento genético alcançado na raça Holandesa com relação ao volume dos componentes de gordura e proteína (ALMEIDA, 2007), (Tabela 1). Tabela 3. Produção e composição do leite de vacas Holandesas entre a 2° e 14° semana de lactação Item Holandesa Produção de leite, kg/dia 42,6 Componentes por produção de leite, g/d (2° semana) Gordura 1,622 Proteína 1,314 Lactose 1,981 Componentes por produção de leite, g/d (14° semana) Gordura 38,5 Proteína 31,0 Lactose 46,8 Energia, concentração MJ/kg 3,01 Fonte: Adaptado de Santos (2019). A principal razão pela ênfase nas características produtivas se deve ao fato da maioria da entrada no caixa de propriedades leiteiras ser proveniente da venda de leite, sendo que uma porção menor é resultado da venda de animais, incluindo aqueles destinados à produção leiteira (SANTOS et al., 2010). O aumento na produção de leite exige maior aporte de nutrientes para a glândula mamária, resultando em redução na prioridade de outros processos biológicos, sendo um destes a reprodução. O catabolismo tecidual no início da lactação implica em depressão da fertilidade. Maiores perdas no peso vivo, principalmente gordura corporal, comprometem a retomada da ovulação no pós-parto e, consequentemente, a prenhez em vacas leiteiras (SANTOS et al., 2010). Segundo Barbosa et al. (1994 apud GUIMARÃES et al., 2002), o período de lactação ideal é de 305 dias, na expectativa de se obter uma lactação por ano. 20 Entretanto, a duração do período de lactação pode ser influenciada por vários fatores, o que consequentemente pode interferir sobre a produção leiteira. A produção de vacas primíparas da raça Holandesa no Brasil e com parto entre 18 e 42 meses, em controle leiteiro oficial entre os anos de 1984 e 2012, resultou em uma média de 6.712 kg de leite, 221,3 kg de gordura e 226,0 kg de proteína em no máximo 305 dias de lactação. Os animais utilizados para tal análise foram classificados como Puros de Origem e Puros Por Cruza, nascidos entre 1981 e 2010 (COSTA et al., 2013). A produção de leite até os 305 dias (P305) é o indicador zootécnico geralmente utilizado para as comparações entre vacas quando é necessário tomar decisões de manejo e descarte nos rebanhos leiteiros. A P305 é calculada a partir dos registros de produção que são provenientes de controles leiteiros. Os mesmos são realizados em intervalos mensais. A utilização da P305 nas comparações entre os animais requer o seu ajuste para os efeitos de rebanho, época de parto, ano de parto, duração da lactação, entre outros. Estes efeitos são considerados em termos médios, pois são definidos com base na data do parto (MELO et al., 2005). O escore de condição corporal (ECC) também influencia na produção de leite, pois vacas com ECC próximo a 3,5 ao parto apresentam melhores condições de expressar uma produção maior de leite e de seus componentes, o que reflete em curvas de lactação com maior pico de produção e persistência, especialmente em multíparas. Recomenda-se escore de condição corporal entre 3,25 e 3,75 ao parto, considerando uma escala de 1 a 5 (ver tabela 3, pág.18) (RENNÓ, et al., 2006). O período seco da vaca compreende os últimos 60 dias de gestação. É importante que durante este período sejam adotadas práticas especiais com a finalidade de proporcionar boas condições de parição e proteger a saúde da cria. A secagem deve ser realizada independentemente da produção, de modo a promover o descanso do úbere, que é necessário para intensificar a regeneração dos alvéolos. Se a vaca não for bem cuidada durante este período pode ocorrer queda na produção de leite na lactação seguinte, redução na vida reprodutiva da vaca, alongamento do intervalo entre partos, além do nascimento de bezerros fracos e aumento de problemas sanitários (FERREIRA, et al., 2005). A duração da lactação também é considerada um índice produtivo. Este diz respeito ao tempo, em dias, entre a data do parto e o fim da lactação quando é realizada 21 a secagem das vacas. Para o produtor obter este indicador é preciso realizar o controle leiteiro mensal que pode ser feito com a pesagem dos animais lactantes e pesagem do leite em uma data fixa. O ideal é que uma lactação tenha duração de 10 meses (entre 300 e 305 dias) para animais melhor desenvolvidos (ALMEIDA, 2017). A eficiência reprodutiva de um rebanho lactante é um dos principais componentes da lucratividade em propriedades leiteiras. A reprodução determina quando vacas primíparas se tornam multíparas, levando a incrementos na produção de leite, alteração na produção média de leite por lactação, afetando o número de animais disponíveis para reposição, o risco de descarte e a taxa do progresso genético. O estabelecimento e a manutenção de uma prenhez a termo são afetados por vários fatores genéticos, fisiológicos e ambientais que podem ser manipulados com o objetivo de manter uma fertilidade alta. Embora nem sempre seja possível estabelecer uma causalidade, é descrito que um status nutricional e saúde metabólica pobres influenciam de maneira negativa a reprodução de vacas leiteiras (BISINOTTO et al., 2012). As políticas de descarte e reposição também afetam a lucratividade dos rebanhos e ambos estão associados com eficiência reprodutiva. Melhorias na reprodução resultam em flexibilidade maior destas políticas e permitem que os produtores passem a tomar decisões baseadas em aspectos econômicos (GROENENDAAL et al, 2004). A ineficiência reprodutiva aumenta os custos por prenhez e a retenção de vacas com baixa produção leiteira, além de reduzir o número de reposições. Isso diminui o ganho em méritos genéticos do rebanho. Manter a mesma pressão de reposição quando os aspectos reprodutivos estão prejudicados se torna, em muitos casos, custoso e arriscado pois requer a aquisição de terneiras que podem possuir um mérito genético menor, resultando em quebras na biossegurança (RIBEIRO et al., 2012). Os produtores que possuem como objetivo se manter na atividade leiteira devem procurar a eficiência para aumentar sua rentabilidade. Desse modo, elevados níveis de produção leiteira associados à alta eficiência reprodutiva devem ser compostos por metas que guiam os criadores para alcançarem produtividade e retorno econômico cada vez maiores (GUAGNINI, 2017). A maior parte da atenção prestada às melhorias na reprodução gira em torno da alteração na produção de leite durante a vida produtiva das vacas. Na maioria dos casos, a alteração na produção leiteira precisa ser considerada por dia de intervalo entre partos. 22 O aumento na quantidade de períodos secos que a vaca irá passar ocorre pela maior possibilidade deste animal ter número de lactações acima da média, ou seja, se a vaca gestar mais vezes durante a vida produtiva dela, maior a quantidade de períodos secos e consequentemente maior será a quantidade de dias não produtivos. Entretanto, isto não deve ser encarado como um problema, pois deste modo a vaca acaba por se tornar mais produtiva devido ao aumento da longevidade dela no rebanho (RIBEIRO et al., 2012). Pizzol (2012) avaliou a sanidade, imunidade e dificuldade de parto de vacas mestiças Holandês x Jersey em relação a vacas puras da raça Holandesa. Conclui-se que vacas mestiças apresentam desempenho superior em relação às vacas da raça Holandesa para células somáticas no leite e indicadores de imunidade e inferior para os indicadores de paresia puerperal hipocalcêmica e cetose no dia do parto. Ainda segundo Pizzol (2012) vacas mestiças não apresentam risco maior de distocia em relação às puras quando acasaladas com touros da raça Holandesa. Não foi observado diferença entre os grupamentos genéticos, quanto duração da gestação, retenção de placenta, assim como entre fêmeas puras Holandês e mestiças Holandês x Jersey inseminadas com Holandês. Por outro lado, as vacas mestiças apresentaram maiores concentrações de IgG e proteína total no soro sanguíneo no dia do parto em comparação as vacas puras da raça Holandesa. 23 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Devido às particularidades favoráveis à raça Holandesa, é uma excelente opção para o produtor de leite, cuja finalidade é a produção leiteira. A raça Holandesa compõe a maior parte dos rebanhos leiteiros no Brasil e possui ótima capacidade de adaptação a diferentes climas e regiões. A preferência por estes animais se deve, principalmente, à sua elevada produção leiteira e desenvolvimento genético, que vem demonstrando melhoras significativas a cada ano. Para que o produtor consiga tornar a sua produção mais rentável possível, é imprescindível o conhecimento a respeito dos principais índices produtivos e reprodutivos, tanto o valor ideal dos mesmos quanto a situação atual dos animais no rebanho. Nas condições do Brasil é essencial que o produtor esteja ciente das dificuldades que poderá enfrentar, mesmo ao tentar trazer uma melhor ambiência para estes animais já que, ao se buscar maior conforto térmico utilizando o sistema intensivo, poderá acarretar em problemas de cascos por exemplo, sendo sempre necessário procurar um ponto de equilíbrio entre a melhor forma de criação e a máxima produção. 24 5. RESUMO IMPORTÂNCIA DA RAÇA HOLANDESA NA PECUÁRIA LEITEIRA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A raça Holandesa, de origem europeia, é conhecida como a maior produtora de leite. Em virtude dessa característica e por seus longos períodos de lactação, a raça tem uma demanda crescente em todo o mundo. No Brasil é muito utilizada em todas as regiões do país. Por ser universalmente conhecida como a maior produtora de leite, os produtores dessa raça devem ter uma constante preocupação com as questões zootécnicas, no que diz respeito à saúde, resistência e conformação, que podem vir a afetar negativamente a lucratividade vitalícia da vaca leiteira holandesa. Sendo assim, é imprescindível que a vaca permaneça o menor tempo possível no rebanho para se alcançar o retorno econômico desejado. O melhoramento que a raça vem alcançando no quesito volume (ou quilogramas) em componentes de gordura e proteína. Embora a raça Holandesa seja associada exclusivamente à produção de leite com os mais baixos teores de gordura e de proteína, é importante ser levado em consideração que a indústria busca volumes de componentes e não seus percentuais. Além disso, a raça conta com uma diversidade de material genético e com a possibilidade de escolher sêmen de centenas de reprodutores provados de distintas famílias e linhagens. É muito utilizada também no cruzamento com a raça Gir, dando origem à raça Girolanda, com a raça Jersey, dando origem à raça Jersolando e com a raça Guzerá, dando origem à raça Guzolando. Palavras-chave: Manejo. Nutrição. Precocidade. Produção de leite. Úbere. https://www.portalagropecuario.com.br/bovinos/pecuaria-de-leite/conheca-algumas-caracteristicas-do-gado-gir-leiteiro/ https://www.portalagropecuario.com.br/bovinos/pecuaria-de-leite/conheca-algumas-caracteristicas-do-gado-leiteiro-girolando/ 25 6. SUMMARY IMPORTANCE OF THE DUTCH BREED IN DAIRY FARMING: BIBLIOGRAPHIC REVIEW The Dutch breed, of European origin, is known as the largest milk producer. By virtue of this characteristic and by its long lactation periods, the breed has a growing demand all over the world. In Brazil it is widely used in all regions of the country. Because it is universally known as the largest producer of milk, producers of this breed must have a constant concern with zootechnical issues, with regard to health, resistance and conformation, which may negatively affect the lifetime profitability of the Dutch dairy cow. Therefore, it is essential that the cow remains as short as possible in the herd to achieve the desired economic return. The improvement that the breed has been achieving in terms of volume (or kilograms) in fat and protein components. Although the Dutch breed is exclusively associated with the production of milk with the lowest fat and protein contents, it is important to take into account that the industry seeks volumes of components and not their percentages. In addition, the breed has a diversity of genetic material and the possibility of choosing semen from hundreds of proven breeders from different families and lineages. It is also widely used in the crossing with the Gir breed, giving rise to the Girolanda breed, with the Jersey breed, giving rise to the Jersolando breed and with the Guze-rá breed, giving rise to the Guzolando breed. Keywords: Handling. Milk production. Nutrition. Precocity. Udder. 26 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R. Raça Holandesa: pontos fortes, limitações de hoje e oportunidades no futuro, 2007. Disponível em: . Acesso em: 30 jun. 2023. BARBOSA, P. et al. (EDS.). Gado de Leite. Disponível em: . Acesso em: 31 maio 2023. BERNARDINO, K. 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Disponível em: https://blog.mfrural.com.br/guzolando/. Acesso em: 05 maio 2023. MELLO, L. F. G. de; De onde vieram as Holandesas Vermelhas e Brancas. RURAL PECUÁRIA. Disponível em: https://ruralpecuaria.com.br/tecnologia-e-manejo/bovinocultura-de-leite/semex-brasil-artigo-de-onde-vieram-as-holandesas-vermelhas-e-brancas.html. Ac... MOITINHO, F. Girolando: uma raça genuinamente brasileira. Giro do Boi. Disponível em: https://www.girodoboi.com.br/noticias/girolando-uma-raca-genuinamente-brasileira/. Acesso em: 05 maio 2023. Rural pecuária. Morfologia da Vaca Holandesa. Disponível em: http://blog.ruralpecuaria.com.br/2013/03/morfologia-da-vaca-holandesa.html Acesso em: 05 maio 2023.