UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO – FAAC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN Cassiana Brosque Semensato ANÁLISE ERGONÔMICA E INTERVENÇÕES NOS POSTOS DE TRABALHO DE OPERADORES DE CAIXA DE SUPERMERCADO (CHECKOUT) Bauru 2011 Cassiana Brosque Semensato ANÁLISE ERGONÔMICA E INTERVENÇÕES NOS POSTOS DE TRABALHO DE OPERADORES DE CAIXA DE SUPERMERCADO (CHECKOUT) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Design, na área de concentração de “Ergonomia”, da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Bauru, como requisito à obtenção do título de Mestre em Design, sob a orientação do Prof. Dr. Luiz Gonzaga Campos Porto Bauru 2011 Ficha catalográfica Semensato, Cassiana Brosque Análise ergonômica e intervenções nos postos de trabalho de operadores de caixa de supermercado (checkout)./ Cassiana Brosque Semensato.—Bauru:UNESP/FAAC, 2011. 80 f. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Desing. Orientador: Luiz Gonzaga Campos Porto. 1. Ergonomia. 2. Operadores de caixa. 3. Checkout. I. Título. Banca de Avaliação Prof. Dr. Luiz Gonzaga Campos Porto Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Orientador Prof. Dr. Renato Crivellari Creppe Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Prof. Dra. Maria Helena Borgato Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Dedicado a minha mãe, Marina Brosque, pelos ensinamentos dos valores básicos que sustentam o ser humano, como: fé, dignidade, honestidade, moral, ética, amor, lealdade, aprendizagem contínua; Ao meu filho Enzo, pelo carinho, compreensão, sacrifícios para a realização desse ideal e fonte inspiradora; A minha segunda mãe Aparecida Brosque, pelo apoio, pela amizade, compreensão, carinho e confiança em mim depositado; Ao querido Leandro do Nascimento Fileti pelo apoio e suporte para a realização desta conquista; Aos queridos Eunice e Ademir Fileti pelo apoio, amizade e ajuda para que fosse possível a realização de mais esta etapa; A meu pai José Rubens Semensato e meus irmãos, Rafael, Nathália, Dimitri, Stéphanny e Leonardo, por estarem presentes em minha vida e torcendo por mim; As minhas queridas amigas, Lilian Guerreiro e Glória Georges Feres, pelo incentivo e ajuda nesta etapa tão difícil, sempre estando presente; Aos demais familiares, que souberam compreender as ausências e especialmente a Deus pelos dons recebidos e história de vida. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Gonzaga Campos Porto, deixo um agradecimento especial, pela orientação, paciência, exemplo e por possibilitar que houvesse um novo trilhar em meu desenvolvimento pessoal e profissional. Aos amigos que torceram e aos docentes mais próximos que oportunizaram condições para que os estudos pudessem ser realizados. Agradecimento especial a Fisioterapeuta Adma Jussara Fonseca de Paula, pelo auxílio em toda a trajetória da vida acadêmica. Aos Diretores e Colaboradores da Empresa estudada, pela oportunidade. Aos Docentes e Amigos de sala da UNESP, por acompanhar toda a trajetória Agradeço também aos Docentes que participaram das Bancas de Qualificação e de Defesa desta dissertação, pela contribuição no sentido do meu aprendizado. A Glória Georges Feres pela importante ajuda e orientação dentro das Normas Exigidas para elaboração desta Dissertação. Àqueles que, de uma forma ou outra, participaram do meu aprendizado e da minha formação, cujos nomes não puderam ser aqui indicados. Às oportunidades vivenciadas e experiências enfrentadas, se não fossem por elas eu não teria saído do lugar. “A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte” Mahatma Gandhi “A sabedoria é um adorno na prosperidade e um refúgio na adversidade” Aristóteles LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CESAT – Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT – Consolidação das Leis do Trabalho CNAE – Classificação Nacional por Atividade Econômica CTD – Cumulative Trauma Disorders = Transtornos Traumáticos Cumulativos DORT – Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho FECESC – Federação dos Trabalhadores no comércio no Estado de Santa Catarina IEA – International Ergonomics Association = Associação Internacional de Ergonomia INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social LATR – lésions attribuibles au travail répétitif = Lesões Atribuídas ao Trabalho Repetitivo LER – Lesões por Esforços Repetitivos MMSS – Membros Superiores MMII – Membros Inferiores MTE – Ministério do Trabalho e Emprego NR – Normas Regulamentadoras NR17 – Norma Regulamentadora de Segurança do Trabalho nº 17 OC – Operadores de Caixa OCD – Occupational Cervicobrachial Disorders = distúrbios cérvico-braquiais de natureza ocupacional OOS – Occupational Overuse Syndrome = Síndrome do Trabalho Excessivo PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais RSI – repetitive strain injury = Lesão por Esforço Repetitivo SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho SIT – Secretaria de Inspeção do Trabalho LISTA DE QUADROS Quadro 1 Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo, relacionadas com o Trabalho (Grupo XIII da CID-10) 24 Quadro 2 Classificação Nacional por atividade Econômica (CNAE) 29 Quadro 3 Localização das lesões nas principais áreas do corpo ocasionada por posturas inadequadas 34 Quadro 4 Medidas encontradas nos Laudos 51 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição dos trabalhadores portadores de LER/DORT, segundo função em Salvador-Bahia 26 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Sistema de auto-serviço, supermercados ...................... 28 Figura 2 Modelo de Checkout........................................................ 30 Figura 3 Configuração dos caixas (checkouts): A (configuração básica); B (configuração corredor frontal); C (corredor retro-frontal a 45º)........................................................... 31 Figura 4 Estrutura da cintura pélvica, mostrando tuberosidades isquiáticas, responsáveis pelo suporte do peso corporal na postura sentada ......................................................... 34 Figura 5 Modelo de checkout no início da pesquisa ................... 45 Figura 6 Foto do checkout. ........................................................... 46 Figura 7 Foto da cadeira no inicio da pesquisa............................. 47 Figura 8 Checkouts comprados após orientações ........................ 49 Figura 9 Cadeira comprada após orientações .............................. 50 Figura 10 Scanner, Teclado e Suporte do aparelho para cartões.. 51 RESUMO O ambiente de trabalho deve favorecer o bom desempenho das atividades dos colaboradores, pois refletirá na produtividade e na lucratividade da empresa. Por isso, o conhecimento de técnicas ergonômicas, tem gerado muitos benefícios tanto para o empregado quanto para o empregador. Estas adequações permitem reduções nos custos e vão desde o cumprimento das normas da NR17, até diminuição de afastamentos do trabalho por doenças de esforço repetitivo ás melhorias ambientais que atingem diretamente a produtividade. Este estudo tem como objetivo identificar e analisar as condições ergonômicas que interferem nas atividades laborais dos operadores de caixa, analisando os agentes ergonômicos pertinentes à atividade desenvolvida, visando à melhoria das condições operacionais e organizacionais de suas atividades. No desenvolvimento do trabalho, realizou-se a análise ergonômica dos postos de trabalho de um supermercado visando o conforto dos trabalhadores conforme determina a NR- 17 – Ergonomia, através de dois Laudos Ergonômicos. Para a avaliação dos postos de trabalho, dividiu-se a pesquisa em três etapas: na primeira etapa realizou-se a avaliação dos postos de trabalho dos operadores de caixa (checkout), através de um Laudo Ergonômico, buscando as intervenções ergonômicas necessárias, na segunda etapa, foram passadas as orientações da NR17 para a compra dos novos checkouts. E na terceira e última etapa, foi feito o segundo laudo para a análise destes novos checkouts, para confirmação do objetivo inicial, que era o cumprimento das normas regulamentares. Neste estudo quase todos os critérios da NR 17 foram cumpridos em relação ao posto de trabalho (checkouts), porém este estabelecimento está de acordo com o cronograma imposto pelo Anexo I da NR17. Palavras-chave: Ergonomia. Operadores de caixa. Checkout. ABSTRACT The work environment should favor the good performance of the employees activities, because will reflect in the company productivity and profitability. Therefore, knowledge of ergonomic techniques, has generated many benefits for both the employee and the employer. These adjustments lead to reductions in costs, ranging from the norms of NR17, even a reduction in absences from work due to diseases of repetitive stress the environmental improvements that directly affect productivity. This study aims to identify and analyze ergonomic conditions that interfere in the labor activities of cash operators, analyzing the ergonomic agents relevant to the activity performed, aiming at the improvement of operational and organizational activities. In developing this work, carried out the ergonomic analysis of the positions work of a supermarket to ensure the comfort of workers as require the NR-17 - Ergonomics, through two Ergonomic Reports. For the evaluation of jobs, the survey was divided into three stages: the first step was conducted to evaluate the jobs of cashiers (checkout) through an Ergonomic Report, seeking the necessary ergonomic interventions in second stage, were passed the guidelines of the NR17 to purchase the new checkouts. And in the third and final stage, it was made the second report to examine these new checkouts, to confirmation the initial goal, which was the fulfillment of regulations standards. In this study almost all the features of NR 17 was implemented regarding to the jobs (checkouts), but this property is consistent with the timeline imposed by Annex I of NR17. Key-words: Ergonomics. Cashiers. Checkout. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÂO 13 1.1 Objetivos 14 1.1.1 Objetivo geral 14 1.1.2 Objetivo específico 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15 2.1 Riscos Ergonômicos 15 2.2 DORT - Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho 19 2.3 Histórico da Atividade Supermercadista 27 2.4 Análise dos postos de trabalho dos caixas de supermercados 30 2.4.1 Posto de trabalho de operadores de Caixa (Checkout) 30 2.4.2 Biomecânica Ocupacional 32 2.4.3 Riscos Ergonômicos X Checkouts 38 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 43 3.1 Procedimentos metodológicos 43 3.1.1 Sujeitos e caracterização 43 3.2 Materiais 44 3.2.1 Equipamentos 44 3.2.2 Protocolos 44 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 45 4.1 Levantamento dos Riscos Ergonômicos 45 4.2 Intervenções dos Postos de Trabalho 48 5 CONCLUSÕES 52 REFERENCIAS 54 ANEXOS 61 13 1 INTRODUÇÃO Através dos tempos, com a evolução dos seres humanos, os modos de trabalho acabaram se modificando e sofrendo adequações, passando da técnica artesanal, onde o homem comandava todo o processo de produção, para nos dias atuais, onde os homens fazem parte de um processo de automação e especialização do trabalho. Com o surgimento das linhas de montagem, o homem trabalhador passa a executar apenas uma parcela do produto final, realizando muitos movimentos repetitivos e adotando posturas inadequadas (BARBOSA, et al. 2000). A introdução de sistemas de informatização e automação na indústria, tem exigido competência e qualificação dos trabalhadores. Enquanto as primeiras tecnologias substituíram a o trabalho físico do trabalhador, trocando a força muscular pelas máquinas, as novas tecnologias buscam substituir a mente humana, introduzindo máquinas inteligentes no lugar dos seres humanos (RIFKIN, 1995). A industrialização mecanizada e a automação, juntamente com a busca constante pela alta produtividade e qualidade, impõem condições nem sempre favoráveis aos trabalhadores (ZILLI, 2002). Um trabalhador será mais produtivo na medida em que possa estar satisfeito e motivado, e essa satisfação e motivação dependem em grande parte das condições de trabalho em que ele desenvolve suas atividades e da forma como ele participa na busca e solução dos problemas, existindo uma relação direta entre produtividade, satisfação e motivação. A prevenção de sintomas relacionados com distúrbios musculoesqueléticos pode ser atingida quando equipamentos, postos e metodologia de trabalho são desenvolvidos de acordo com as capacidades humanas e suas limitações, ou seja, pelo uso de princípios ergonômicos. Os riscos quando ignorados estes princípios, são o aumento do absenteísmo, riscos de acidentes de trabalho, menor produção e diminuição na qualidade no trabalho desenvolvido (ROSSKAM, 1997). Sendo assim, ambiente de trabalho deve favorecer o bom desempenho das atividades dos colaboradores, pois refletirá na produtividade destes e conseqüentemente na lucratividade da empresa. O conhecimento de técnicas ergonômicas e sua filosofia para adaptar o trabalho ao homem têm gerado grandes benefícios tanto para o empregado quanto para o empregador. Estas adequações 14 permitem reduções nos custos e vai desde o cumprimento das normas da NR17, até diminuição de afastamentos do trabalho por doenças de esforço repetitivo ás melhorias ambientais que atingem diretamente a produtividade. Entre tantas profissões, os operadores de caixa de supermercado, ocupam um posto de trabalho que necessita adequações, devido aos riscos a que estes trabalhadores estão expostos durante a realização das suas atividades. A implantação de sistema automatizado nas “frentes de loja” (checkouts), tem-se dado de forma empírica no que diz respeito à ergonomia. De modo geral, as empresas visam produtividade e eficiência sem se preocupar com o planejamento ergonômico do posto de trabalho (PERES et al., 1999). Esta pesquisa surgiu do interesse em avaliar os postos de trabalho dos operadores de caixa (checkout), pois atualmente esta atividade tem gerado grande número de queixas, afastamentos e doenças ocupacionais. 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo geral Identificar riscos ergonômicos na atividade desenvolvida pelos operadores de caixa, analisando os agentes ergonômicos pertinentes à atividade desenvolvida, conforme estabelece a Portaria n. 3.214/78 alterada pela Portaria n. 3.751/90 – Norma Regulamentadora (NR-17). 1.1.2 Objetivo específico Verificar os postos de trabalho dos operadores de caixa (checkout), através de um Laudo Ergonômico, buscando as intervenções ergonômicas necessárias, a fim de evitar as Doenças Osteomusculares relacionadas ao Trabalho (DORT). 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Riscos Ergonômicos Atualmente, as empresas necessitam competir tanto no mercado nacional como internacional. Desta forma buscam grande produtividade com menor custo, o que impõe muitas vezes, a ritmos de trabalhos intensos, jornadas prolongadas, ambientes ergonomicamente inadequadas, entre outros fatores (SATO, 1993). Para a melhoria das condições de trabalho, tanto de forma corretiva, melhorando os sistemas já existentes, quanto de maneira prevencionista, que seriam através de melhorias nos sistemas de trabalho em fase de implantação ou projeto; seria necessário avaliar o trabalho humano, por critérios bem definidos, aceitos e que obedeçam a uma hierarquia de níveis de valorização relacionados ao trabalhador (SELL, 1995). Do ponto de vista ergonômico, a organização do trabalho tem como objetivos a concepção e o planejamento do trabalho (definição e repartição de funções, tarefas e postos de trabalho), a implantação dos meios de trabalho (espaços, máquinas, logística, recursos humanos) e controle e avaliação do trabalho (planificação e ação, coordenação e regulação, avaliação do alcance dos objetivos). Um elemento importante das condições de trabalho é sem dúvida a organização, que é a definição das tarefas e das condições de execução, por instâncias exteriores aos trabalhadores (DEJOURS, 1991). Em 1949 na Inglaterra, foi oficializado o termo Ergonomia pelo engenheiro inglês Murrel, ao criar a primeira sociedade de ergonomia do mundo: a Ergonomics Research Society, e esta sociedade descrevem: “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”(MURREL,1965). Com o objetivo de conhecer as reais condições em que atualmente o trabalhador realiza suas atividades, a ergonomia, seja ela análise de correção, projeto das condições de trabalho, ou de análise prospectiva, é garantir ao trabalhador o mínimo de riscos à saúde durante o desenvolvimento das suas atividades. 16 A Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. A adaptação ocorre sempre do trabalho para o homem, pois é muito mais difícil adaptar o homem ao trabalho, significa que a ergonomia parte do conhecimento do homem para fazer o projeto do trabalho, se ajustando às capacidades e limitações humanas (IIDA, 2001). Também pode ser definida como a ciência da configuração de trabalho adaptada ao homem, e seu objetivo é melhorar o método de trabalho através de condições primitivas dos postos de trabalho através das devidas adequações, para que o ser humano possa executar suas tarefas com segurança, conforto e eficiência (LIMA, 2003). Nesse contexto a ergonomia busca também adaptar as condições de trabalho às capacidades psicofisiológicas do trabalhador. Define-se como um conjunto de conhecimentos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, dispositivos, materiais que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia pelas pessoas (WISNER, 1994). A prática dos conceitos da Ergonomia nos projetos dos postos de trabalho, busca auxiliar a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, pois esta atua para adequar o trabalho ao homem, de modo a garantir o máximo de conforto, segurança e eficácia das ferramentas, máquinas e dispositivos utilizados pelo trabalhador (WISNER, 1987). Devido às necessidades foram criadas as Normas Regulamentadoras (NR), da consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do trabalho, aprovada em 08 de Junho de 1978, Portaria n° 3.214. São 28 as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalhador, que buscam proteger e prevenir os trabalhadores de possíveis doenças ocupacionais, dentre elas a NR17- Ergonomia, que visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Quando os elementos que distinguem as condições de trabalho são adequados, pode-se dizer que as condições de trabalho também são adequadas e, por conseqüência, os trabalhadores poderão realizar suas atividades em um ambiente que não produza riscos de danos a sua saúde (MONTMOLLIN, 1990). Para o autor as condições são: 17 • Condições técnicas: características dos instrumentos, máquinas, ambiente do posto de trabalho, etc.; • Condições organizacionais: procedimentos prescritos, ritmos impostos, conteúdo do trabalho; • Condições subjetivas características do operador: saúde, idade, formação; • Condições sociais: remuneração, qualificação, vantagens sociais, segurança de emprego, (em certos casos condições de alojamento e de transporte, relações com a hierarquia, etc.) Apesar da evolução dos sistemas tecnológicos durante muitos anos, os índices de acidentes de trabalho e lesões osteomusculares, relacionadas ao trabalho, continuam sendo preocupantes e acarretando danos físicos aos trabalhadores, financeiros ao governo e às empresas responsáveis. Em 1970, foram descritos os primeiros casos de lesões entre operadores de checkout no Japão, devido ao fato das pessoas passarem a maior parte de sua vida no ambiente de trabalho, influenciando significamente em sua qualidade de vida (DINIZ et al. 1998). O posto, os equipamentos, a organização e o ambiente, e todos os outros aspectos relacionados às condições de trabalho, podem gerar repercussões para a saúde do trabalhador. Muitos avanços tecnológicos, como a introdução do leitor óptico nos caixas de supermercado, aperfeiçoaram o serviço prestado aos clientes. Entretanto, este benefício ocasionou um custo para a saúde dos operadores, traduzido pelas lesões por esforços repetitivos (CARRASCO et al. 1995). Diniz (1998), na Inglaterra, chama a atenção sobre a inadequação do layout do checkout – posto de trabalho do caixa, onde os produtos são registrados e é efetuada a cobrança. A atividade dos operadores requer alcances muito amplos para procurar a mercadoria, empurrá-la até o lado oposto, utilizar a caixa de dinheiro, pegar sacos de embalagem e operar o teclado. Tudo isso os impossibilita, algumas vezes de manter o dorso apoiado. Esta situação é ainda mais crítica entre operadores de baixa estatura. Notaram também, que dificilmente os operadores conseguem colocar os membros inferiores embaixo da bancada por falta de espaço, o que os obriga a trabalhar com o tronco em rotação lateral. Em estudo comparativo entre operadores de teclado e os que utilizam leitura óptica, constataram que estes últimos apresentam maior grau de insatisfação com o trabalho e relatam que esta 18 insatisfação esteja ligada a introdução de scanners (leitura óptica) em postos antigos sem adaptação necessária. No Canadá, Diniz (1998), enfatiza o aumento da incidência de queixas dos trabalhadores em relação à fadiga muscular após a introdução da leitura óptica (66,2% dos operadores relataram fadiga geral), pois muitas vezes o scanner é colocado em checkouts convencionais sem nenhuma adaptação. Também a pressão em relação ao tempo, evitando a formação de filas de espera, leva o operador elevar seu ritmo de trabalho, desta maneira aumenta tanto a sobrecarga física quanto a mental. Já Ryan (1989) estudou trabalhadores de sete supermercados de vários tamanhos e conclui que dos 705 entrevistados, os operadores de checkout, foram os que mais reportam altos índices de sintomas musculoesqueléticos, com um terço destes relatando desconforto suportável em alguma parte do corpo. Em outro estudo, Lannerstein (1990), mediu a atividade mioelétrica do pescoço e ombros de oito operadoras de checkout de supermercado e concluíram que o trabalho dos caixas excessiva carga estática nessas regiões. De forma comparativa Soares; Vasconcelos e Marinho (1993), realiza uma avaliação e diagnóstico ergonômico em dois tipos de caixa de supermercado: o manual e o automatizado; e propôs requisitos projetuais para o posto de trabalho, considerando as relações antropométricas, fisiológicas, cognitivas, bem como suas conseqüências no desempenho no desempenho na realização da atividade de trabalho. Carrasco (1995) e Beardmore (1998) mediram a carga musculoesquelética e o esforço em três variações de checkouts, os quais requeriam que o operador trabalhasse de pé e empacotasse as compras para o cliente; por um período de uma hora em cada configuração de checkout. O estudo permitiu identificar possíveis mudanças na configuração do checkout em pé, para maior conforto dos operadores; e também resultou em um modelo de checkout que proporciona maior produtividade ocupando menos espaço. Através de uma pesquisa realizada em dez supermercados de diferentes portes na cidade de São Paulo, Diniz e Ferreira Jr (1998), descrevem em estudo a alta prevalência de sintomas musculoesqueléticos e identificaram como fatores contribuintes: planos de trabalho elevados, checkouts não dimensionados para a leitura óptica, necessidade de movimentos amplos para alcance das mercadorias, 19 exigência de trabalho estático para sustentação do peso corporal, incapacidade de alternar as posturas em pé e sentada, posturas desequilibradas com rotação de tronco, ausência de pausas, e picos de trabalho em fins-de-semana, vésperas de feriados e ausência da alternância de tarefas. Com a substituição da caixa registradora pelo scanner, que faz a leitura de código de barras no processo de registro de mercadorias pelos operadores de caixa, também há a diminuição do número de funcionários empregados neste setor na última década nos Estados Unidos, o que faz aumentar o número de doenças ocupacionais (SHINNAR et al. 2004). Segundo Renner (2006) é impossível um trabalhador produzir bem, com qualidade, sentindo dor e desconforto, o que torna necessário, para o bem dos trabalhadores e a sobrevivência das empresas, a busca da qualidade de vida do trabalhador. Uma das melhores estratégias para eliminação da dor é a implantação de um processo de ergonomia, atuando na base do problema, quer seja no processo ou na organização do trabalho. Mesmo com as inovações tecnológicas e organizacionais, ainda deparamos com importantes mudanças no trabalho, levando a uma nova relação homem-máquina e expondo o trabalhador a novos riscos à sua saúde. 2.2 DORT - Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho Dentre os trabalhadores do comércio e serviços no Brasil, o setor de supermercados é o que apresenta maior incidência de Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) - um conjunto de afecções das estruturas do sistema osteomuscular, de origem ocupacional e decorrente de: repetitividade de movimentos; uso inadequado de alguns grupos musculares; e manutenção de posturas inadequadas que atingem principalmente os membros superiores (MMSS), a região escapular e coluna cervical (BRASIL, 1998). Inicialmente evidenciada em digitadores, a DORT passou a ser também diagnosticada em profissões como: caixas de supermercados e profissionais liberais. Devido a esta abrangência, estes distúrbios se tornaram os tipos de doenças do trabalho mais notificadas e que mais demandam aos serviços de saúde do trabalhador ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) na década de 90 (BRASIL, 1998). Conforme cita Oliveira (2005), em virtude da dimensão do 20 acometimento dos DORT, a Ergonomia adquiriu notoriedade no Brasil a partir da formulação pelo INSS da NR-17. Normalmente a população é composta de indivíduos de diferentes tipos físicos, os quais apresentam diferenças nas proporções de cada segmento corporal (IIDA, 2001). De uma forma geral, para não ocorrer lesões musculares, dores e fadiga, os postos de trabalho devem estar adequados à população usuária, porém a mobília na maioria das vezes é desenvolvida com base na altura mediana da população. Partindo desta situação, é necessária a busca contínua de adequação dos postos de trabalho aos indivíduos que nele atuam, de acordo com os perfis populacionais e as áreas de atuação profissional. Os distúrbios osteomusculares, relacionados ao trabalho (DORT) são definidos como um conjunto de afecções que podem acometer tendões, sinóvias, músculos, nervos, fáscias e ligamentos, isolados ou associadamente, com ou sem degeneração de tecidos, atingem principalmente os membros superiores, região escapular e pescoço, sendo de origem ocupacional. O índice de doenças osteomusculares, relacionadas ao trabalho, vem crescendo exageradamente nos últimos anos, tendo como causas mais freqüentes atividades repetitivas ou esforços exagerados sobre determinados grupos musculares ou ainda posturas inadequadas adotadas durante a maior parte do trabalho. A relação entre as exposições ocupacionais e o aparecimento de doenças já é conhecida desde a antiguidade. Bernardino Ramazzini, considerado o pai da medicina do trabalho, publicou na Itália, em 1700, o livro De morbis artificum diatriba, no qual descreve, com extrema clareza e perfeição, 54 doenças relacionadas ao trabalho e introduz na anamnese clínica uma simples pergunta: “Qual é a sua ocupação?" (RAMAZZINI, 1999). As causas e os sintomas que ele descreve são muito semelhantes aos apresentados pelos escriturários modernos, mas há muitas diferenças sociais entre o modo de adoecimento dos escribas de Ramazzini e o da sociedade de escribas que acabamos nos tornando (BRAVERMAN, 1981). Já no primeiro ciclo da revolução industrial de 1770 até 1870, as lesões por esforços repetitivos (LER), continuaram sendo observadas, mesmo quando em 1830, a pena de ave foi substituída pela pena de aço, tornando mais veloz o trabalho 21 de escrever e mais freqüente os casos da doença, com a expansão desse antigo ofício agora para a categoria de escriturários remunerados por horas de trabalho. Após 1870, com o desenvolvimento e expansão do telégrafo, surgiu o cargo de telegrafista e estes passaram a apresentar LER. Neste caso, o objeto de trabalho não mais era a pena, mas o teclado (DEMBE, 1995). Depois outros tipos de esforços parecidos vieram a vitimar, de modo semelhante, outras categorias de trabalhadores: mecanógrafos/datilógrafos e telefonistas. Desde 1918, na Suíça, ocorria a indenização por parte dos empregadores aos trabalhadores dessas duas categorias, que adoeciam de LER (BAADER, 1960). O trabalho mecânico e automatizado passou a exigir maior desempenho das mãos, expandindo e aumentando a freqüência de casos de LER, mas somente a algumas categorias. Posteriormente as exigências do trabalho se fizeram universais, invadindo todos os setores de atividade econômica, e conseqüentemente todas as categorias de trabalhadores. Em nível de tecnologia, o que se destaca é a acelerada automação dos processos de produção, não somente mecânica, mas também eletro-eletrônica, com a criação de robôs e computadores. No mesmo momento, as LER deixaram de ser um modo de adoecimento de poucas categorias de trabalhadores, para ser de todas e a ocorrer tão freqüentemente que se tornaram um grave problema do trabalho, social e de saúde pública. O Japão, foi o país que mais avançou em termos de automação e racionalização do trabalho, foi o primeiro a se dar conta da gravidade da situação, em 1957. A evolução dos distúrbios cérvico-braquiais de natureza ocupacional (OCD), nome da doença no país, foi devido à elevada sobrecarga do trabalho intensivo e em alta velocidade, exigida por máquinas operadas manualmente, jornadas longas de trabalho, aumento individual de tarefas que exigiam movimentos exagerados dos MMSS, falta de materiais para realização da atividade do trabalho, controle rígido das chefias e redução do repouso e do lazer. Segundo eles, de 1, 6 milhão de trabalhadores, 10 %, em média, eram sintomáticos. A maior prevalência (21%) foi encontrada em trabalhadores da linha de montagem. E a terceira categoria mais atingida foi a dos escriturários, com uma prevalência de 9% (NAKASEKO et al. 1982). Com incorporação acelerada das novas tecnologias de automação, associada às novas formas de organizar o trabalho, as LER ganharam os países industrializados, com os nomes de cumulative trauma disorders (CTD), repetitive 22 strain injury (RSI), occupational overuse syndrome (OOS), occupational cervicobrachial disorders (OCD) e lésions attribuibles au travail répétitif (LATR), respectivamente nos Estados Unidos, Austrália, Alemanha e países escandinavos e Canadá (KUORINKA, 1995). Segundo Ribeiro (1985), esta é uma doença genérica que afeta qualquer profissional que exerça movimentos contínuos, o que a relaciona com o trabalho exaustivo oriundo da busca pela produtividade em um mundo globalizado dependente da força tecnológica. É muito antigo o conhecimento que mesmo o trabalho leve, em ofícios ou profissões sedentárias, causa lesões osteomusculares. Somente no início dos anos 80, as LER apareceram no Brasil, com as características de uma doença do trabalho, surgindo inicialmente em bancários que trabalhavam como digitadores em um centro de processamento de dados de um banco estatal (ROCHA, 1989). Em seguida passaram a ser diagnosticadas em outros setores como escriturários/caixa de bancos, à medida que começava a ser automatizados, e nas indústrias (metalúrgica, química, e na linha de montagem eletro-eletrônica), em caixas de supermercados, embaladores, etc. E somente em 1987, no Brasil o INSS reconhece as LER como doença ocupacional, tornando-se, na década de 90, junto à surdez, as doenças do trabalho mais notificadas ao INSS e as que mais demandam aos serviços de saúde do trabalhador (NUSAT, 1993). O INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social, publicou uma norma técnica sobre LER em 1993 que dizia ser a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) uma terminologia que descreve as afecções (doenças) que podem atingir tendões, músculos, nervos, ligamentos, fáscias, sinóvias, de forma isolada ou associada; com ou sem degeneração dos tecidos – afetando principalmente, mas não apenas, os membros superiores, região escapular e pescoço. De origem ocupacional, decorre de forma combinada ou não dos seguintes fatores: uso repetitivo dos grupos musculares e manutenção de posturas inadequadas. E em 1998 foi feita uma revisão nesta norma técnica, sendo a expressão LER substituída por DORT (Disturbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), mesmo assim a terminologia LER continua sendo aceita em funçaõ da sua difusão. A Ordem de Serviço 606/ INSS, diz que o conceito LER/DORT é o seguinte: “ As lesões causads por esforços repetitivos são patologias, manifestações ou síndromes patológicas que se instalam isoladamente em determinados segmentos do corpo, em consequencia de trabalho realizado de forma inadequada”. 23 Ainda no mesmo ano, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação de Saúde do Trabalhador COSAT – do Departamento de Gestão de Políticas de Saúde, tomou a iniciativa de elaborar uma lista de doenças profissionais ou do trabalho, para orientar o Sistema Único de Saúde (SUS) para diagnóstico destas patologias. Esta iniciativa do Ministério da Saúde refletiu sua compreensão do Parágrafo 3º, Inciso VII, Artigo 6º da Lei No. 8.080/90, o qual atribui ao SUS a tarefa de elaborar as referidas listas. A instituição de uma lista de Doenças Profissionais e do Trabalho é, também, recomendada pela Convenção 121, da Organização Internacional do Trabalho – OIT, aprovada no Brasil, e recentemente revisada. Para criar essa lista, o Ministério da Saúde criou uma Comissão de Especialistas em Patologia do Trabalho, e por proposta da própria Comissão, decidiu-se que a lista de doenças profissionais deveria ser também desenvolvida e reconhecida pela Previdência Social e, se possível, deveria utilizar os mesmos nomes e conceituações, assim como os mesmos critérios para caracterização diagnóstica. Evitando assim, a criação de duas listas, uma “lista do SUS” e a “lista da Previdência”, para não ocorrer conflitos. A Comissão de Especialistas elaborou, num primeiro momento, uma relação de doenças que podem ser causadas ou estão relacionadas com cada um ou grupos de agentes patogênicos do então vigente Anexo II do Decreto 2.172/97. Para tanto, esta Comissão utilizou os melhores tratados e compêndios de Patologia do Trabalho, e também, as listas adotadas por outros países: Espanha, França, Itália, União Européia, Argentina e Chile. CID, conforme o Ministério da Saúde, significa: “Classificação Internacional de Doenças, que é a lista de todas as doenças conhecidas pela Organização Mundial de Saúde - OMS. Atualmente na sua 10ª versão (CID-10)”. Em relação aos planos de saúde, a legislação brasileira determina que todas as doenças listadas na CID devem ter cobertura. O rol de procedimentos de diagnóstico e tratamento com cobertura obrigatória também é elaborado com base nas doenças listadas na CID, conforme descrição a seguir, no Quadro 1. 24 DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Artrite Reumatóide associada a Pneumoconiose dos Trabalhadores do Carvão (J60.-): "Síndrome de Caplan" (M05.3) 1. Exposição ocupacional a poeiras de carvão mineral (Z57.2) 2. Exposição ocupacional a poeiras de sílica livre (Z57.2) (Quadro XVIII) II - Gota induzida pelo chumbo (M10.1) Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) III - Outras Artroses (M19.-) Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) IV - Outros transtornos articulares não classificados em outra parte: Dor Articular (M25.5) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) V - Síndrome Cervicobraquial (M53.1) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) VI - Dorsalgia (M54.-): Cervicalgia (M54.2); Ciática (M54.3); Lumbago com Ciática (M54.4) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5) VII - Sinovites e Tenossinovites (M65.-): Dedo em Gatilho (M65.3); Tenossinovite do Estilóide Radial (De Quervain) (M65.4); Outras Sinovites e Tenossinovites (M65.8); Sinovites e Tenossinovites, não especificadas (M65.9) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5) VIII - Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão, de origem ocupacional (M70.-): Sinovite Crepitante Crônica da mão e do punho (M70.0); Bursite da Mão (M70.1); Bursite do Olécrano (M70.2); Outras Bursites do Cotovelo (M70.3); Outras Bursites Pré- rotulianas (M70.4); Outras Bursites do Joelho (M70.5); Outros transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão (M70.8); Transtorno não especificado dos tecidos moles, relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão (M70.9). 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5) IX - Fibromatose da Fascia Palmar: "Contratura ou Moléstia de Dupuytren" (M72.0) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) X - Lesões do Ombro (M75.-): Capsulite Adesiva do Ombro (Ombro Congelado, Periartrite do Ombro) (M75.0); Síndrome do Manguito Rotatório ou Síndrome do Supraespinhoso (M75.1); Tendinite Bicipital (M75.2); Tendinite Calcificante do Ombro (M75.3); Bursite do Ombro (M75.5); Outras Lesões do Ombro (M75.8); Lesões do Ombro, não especificadas (M75.9) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56) 3. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) XI - Outras entesopatias (M77.-): Epicondilite Medial (M77.0); Epicondilite lateral ("Cotovelo de Tenista"); Mialgia (M79.1) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) XII - Outros transtornos especificados dos 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 25 tecidos moles (M79.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) XIII - Osteomalácia do Adulto induzida por drogas (M83.5) 1. Cádmio ou seus compostos (X49.-) (Quadro VI) 2. Fósforo e seus compostos (Sesquissulfeto de Fósforo) (X49.-; Z57.5) (Quadro XII) XIV – Fluorose do Esqueleto (M85.1) Flúor e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XI) XV - Osteonecrose (M87.-): Osteonecrose devida a drogas (M87.1); Outras Osteonecroses secundárias (M87.3) 1. Fósforo e seus compostos (Sesquissulfeto de Fósforo) (X49.-; Z57.5) (Quadro XII) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) 3. Radiações ionizantes (Z57.1) (Quadro XXIV) XVI - Osteólise (M89.5) (de falanges distais de quirodáctilos) Cloreto de Vinila (X49.-; Z57.5) (Quadro XIII) XVII - Osteonecrose no "Mal dos Caixões" (M90.3) "Ar Comprimido" (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) XVIII - Doença de Kienböck do Adulto (Osteo- condrose do Adulto do Semilunar do Carpo) (M93.1) e outras Osteocondro-patias especificadas (M93.8) Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) Quadro 1 – Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo, relacionadas com o Trabalho (Grupo XIII da CID-10) Fonte: Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde - Ministério da Saúde – 1997. No Brasil, as DORTs representam mais da metade das doenças ocupacionais, contabilizando em 2001, segundo o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador (CESAT), 65% dos casos de diagnósticos de doenças ocupacionais. A incidência é maior entre os trabalhadores jovens e as mulheres, porém as mulheres são as mais atingidas, justificada por questões hormonais, pela dupla jornada de trabalho, pela falta de preparo muscular para determinadas tarefas e também por ter aumentado significativamente o número de mulheres no mercado de trabalho. Ainda no Brasil, os trabalhadores que mais apresentam diagnósticos de LER/DORT são principalmente operários na linha de montagem, bancários e digitadores (Call Center e Operadores de Checkout, pois estes até são amparados por anexo da NR17). O individuo treinado, fisicamente bem condicionado, que mantém posturas e movimentos corretos durante a jornada de trabalho, que inclui intervalos apropriados para o descanso; terá maior probabilidade em desempenhar suas atividades de trabalho sem prejuízo da sua saúde. Também um ambiente de trabalho organizado terá sempre uma baixa incidência de enfermidades musculoesqueléticas (HELFENSTEIN, 1998). Apresenta-se na tabela 1, a seguir, a indicação de algumas funções e o índice de incidência de LER/DORT. 26 Tabela 1 - Distribuição dos trabalhadores portadores de LER/DORT, segundo função em Salvador-Bahia. FUNÇÃO. % CAIXA DE BANCO 20 ESCRITURÁRIO 14,3 AUX. ADMINISTATIVO 10,1 CAIXA DE SUPERMERCADO 8,6 DIGITADOR 8,1 ATENDENTE 4,3 OPERADOR INDUSTRIAL 3,8 TELEFONISTA 3,4 AUX. DE PRODUÇÃO 3,2 SECRETÁRIA 3,1 Fonte: Miranda e Dias (1999). A incidência de DORT é comum em várias atividades profissionais, incluindo os operadores de caixas de supermercado (checkout). Nessa categoria profissional o DORT, geralmente está relacionado com a introdução de novas tecnologias, como a informática e a leitura óptica, sem a adaptação dos postos e do ritmo de trabalho à nova situação. As doenças osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) representam um agravo à saúde dos trabalhadores, sendo uma das principais causas de afastamento por acidentes do trabalho. As lesões por esforços repetitivos (LER), como antes eram denominados, mereciam pouca atenção de médicos do trabalho, de sindicatos de trabalhadores e de administradores até os meados da década de 80, quando em todo mundo passou-se a reportar um aumento exponencial na incidência das mesmas (COUTO, 2000). O explosivo crescimento das DORT, em todo o mundo industrializado e capitalista, resultado da automação fabril e dos serviços, por excesso de trabalho. Hoje, se consome muito menos horas de trabalho para produzir os mesmos tipos e volumes de produtos que no final do século XIX, ou seja, se produz muitas centenas 27 de vezes mais do que se produzia há um século, com um gasto muito menor de energia e trabalho humanos (LANDES, 1994). O extraordinário aumento da produtividade industrial se deve ao crescimento do trabalho executado pelas máquinas, acompanhando novas formas organizacionais e administrativas, buscando aumentar a intensidade do trabalho e a extensão da jornada, ou seja, aumentando também a exploração do trabalhador, dentro da lógica e necessidade de multiplicar seu capital (MARX, 1975). Portanto, apesar do crescimento fantástico da produção e da produtividade em todos os setores da economia, a jornada de trabalho que na segunda década do século tinha a duração de oito horas; passados oitenta anos, é mantida maioria dos países, sem contar as horas extras, inclusive nos Estados Unidos, um dos mais industrializados do Mundo (NAVARRO, 1995). 2.3 Histórico da Atividade Supermercadista O trabalho dentro do mundo contemporâneo, complexo e heterogêneo, a automação e a nova organização produtiva estabeleceram novas formas de execução do trabalho, inclusive há um novo conceito, distinto da relação empregatícia ou mesmo de um emprego “flexível”, nos contratos de trabalho se adaptando ao contexto atual (OLIVEIRA, 2005). Masi (1999) resumiu a história do trabalho como uma sucessão de fases liberatórias, referindo-se ele que: das origens até a Idade Média houve uma progressiva libertação da escravatura; da Idade Média à primeira metade do século XX uma progressiva libertação da fadiga; e a fase atual que se iniciou a partir da Segunda Guerra Mundial caracteriza-se pela libertação do trabalho. Neste ponto de vista, o desenvolvimento do trabalho, principalmente após a Terceira Revolução Industrial (microeletrônica), não tem importado com as melhorias e o desenvolvimento das condições de trabalho, segundo o ponto de vista de Oliveira (2005). O setor supermercadista se caracteriza pela prestação de serviços ou atendimento ao público, fazendo parte do setor terciário da economia. Segundo Parente (apud DELUCA, 2001, página 39): “[...] os supermercados caracterizam-se pelo sistema de auto-serviço, checkouts (caixas registradoras sobre balcão na saída 28 da loja) e produtos dispostos de maneira acessível, que permitem aos fregueses” auto servirem-se”, utilizando cestas, carrinhos. A primeira loja de autosserviço do Brasil foi aberta em São José dos Campos, em Janeiro de 1953, pertencente á cooperativa dos funcionários da Tecelagem Parahyba.E a segunda loja desse tipo, o supermercado Americano, inaugurado em 27 de março de 1953, na Rua 13 de maio, n° 1936, na cidade de São Paulo. Esse novo modelo provocou alvoroço nas autoridades comerciais, pois não havia lei regulamentando um estabelecimento que comercializasse, ao mesmo tempo, produtos de mercearia, de limpeza, carnes, frutas e verduras (D’Almeida, 2009). D’Almeida (2009) descreve ainda que o impasse só terminou em 12 de novembro de 1968, quando o então prefeito de São Paulo, Faria Lima, assinou a Lei Municipal n° 7208, que regulamentou o segmento. Ess a data é considerada oficialmente o Dia do Supermercado. Na entrada da loja havia uma catraca para contar o número de clientes e uma recepcionista explicava como proceder na hora da compra: pegar o carrinho, escolher os produtos e se dirigir aos caixas. Muitas mudanças ocorreram desde a revolucionária transformação dos antigos armazéns, com seus balconistas prontos para atender, até o “Pegue-Pague”, ou o conhecido, atualmente, por auto-serviço. Mais de cinqüenta anos de história desde as mudanças do modo de negociação de compra e venda a disposição das mercadorias nas prateleiras, as formas de pagamento e, principalmente, o comportamento do consumidor. Figura 1 - Sistema de auto-serviço, supermercados. Fonte: http://a-lupa-de-alguem.blogs.sapo.pt/2008/07/ 29 Através desta evolução, exige-se a mudança comportamental do varejista, pois começam a surgir margens de lucro estreitas, concorrência cada vez mais acirrada e consumidores mais exigentes, então os supermercados e aos fornecedores, ficava complicado correrem o risco de trabalharem com produtos e serviços que não atendam às necessidades dos clientes, bem como às expectativas de rentabilidade do negócio. Por esse motivo, muitas empresas do setor, fornecedores e prestadores de serviços estão cada vez mais interessados em analisar as muitas variáveis do seu negócio, administrando cada vez melhor e com grande aproveitamento os recursos tecnológicos para gerenciar ferramentas e informações capazes de atender a seus mercados. Pela Lei 7208 de 13/11/1968, no Brasil ficou determinado que supermercado é o estabelecimento comercial varejista explorado por pessoa física ou jurídica, que utiliza o sistema de auto-serviço, expondo e vendendo produtos de gênero alimentício e utilidades domesticas. De acordo com a Classificação Nacional por Atividade Econômica (CNAE) definida pelo Ministério do Trabalho dentro da NR 5, o setor de supermercados utiliza duas classificações segundo sua área em metros quadrados, egundo a NR 4, que descreve os serviços em Engenharia de Segurança e Medicina do trabalho, descrevendo também a CNAE e dentro desta classificação tem grau de risco de cada atividade sendo que o grau de risco é classificado em 2, mesmo no supermercado e no hipermercados, sendo estes riscos numerados de grau 1 a 4, conforme aumenta-se o risco de acidentes de trabalho. Código Descrição da Atividade 52.11-6 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios, com área de venda superior a 5.000 metros quadrados – hipermercado. 52.12-4 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios, com área de venda entre 300 e 5.000 metros quadrados – supermercados. Quadro 2 - Classificação Nacional por atividade Econômica (CNAE). Fonte: Norma Regulamentadora NR-5 da Portaria 3.214/78 do MTE. 30 2.4 Análise dos postos de trabalho dos caixas de supermercados 2.4.1 Posto de trabalho de operadores de caixa (Checkout) Caixa ou Checkout é um termo utilizado ao posto destinado aos serviços de cobrança e registro de mercadorias dentro dos supermercados. Atualmente existem normas de tamanho, formato, materiais, disposição, etc; porém muitos ainda estão fora dos padrões necessários e conforme as Normas de Segurança do Trabalho (NR-17, Anexo I, aprovado pela Portaria SIT n 08, 30 de Março de 2007). Existem dois tipos básicos de caixa de supermercados: o manual e o automatizado. Sendo que no manual a operadora desloca manualmente as mercadorias até o final do balcão para serem empacotadas, também observa o preço e digita na máquina registradora, e no automatizado possui uma esteira rolante até o scanner ou balança, deslocando as mercadorias que serão registradas pelo leitor ótico e então passam para o final do balcão para serem empacotadas. Figura 2 – Modelo de Checkout. Fonte: http://www.padraoinstalacoes.com.br/novo/?pg=4&cat=4&cod=25#1 Os supermercados modernos apresentam os checkouts modernos com um balcão / bancada em formato de L, onde são colocadas as mercadorias, uma esteira elétrica acionada pelo operador de caixa, teclado pra digitação de preço e ou código de barras, balança eletrônica, leitor de cartões de crédito, equipamento que emite o cupom fiscal, gaveta com dispenser para colocação de dinheiro e cheques, monitor para os clientes visualizarem o preço da mercadoria, caixa ou suporte para 31 sacolas plásticas e a cadeira. O foco do movimento repetitivo do operador de caixa de supermercado está no momento de passar as compras pela máquina de leitora ótica. Conforme cita a Federação dos Trabalhadores no comércio no Estado de Santa Catarina (FECESC, 2003), estas máquinas fazem com que os operadores de caixas necessitem levantar peso para passar no leitor ótico, num ritmo cansativo, o que acaba provocando doenças e lesões em função do serviço realizado. As várias configurações dos caixas de supermercado (checkout) consistem nas adaptações necessárias aos estilos e ambientes físicos dos estabelecimentos. Podem apresentar três tipos de configuração conforme descrito e demonstrado pela Figura 3. Figura 3 - Configuração dos caixas (checkouts): A (configuração básica); B (configuração corredor frontal); C (corredor retro-frontal a 45º). Fonte: Floris;Giommi,1997. Atualmente o mais utilizado pela maioria dos supermercados, é o de configuração com corredor frontal, com scanner na lateral e caixa registradora a sua frente. De acordo com a literatura pesquisada, verificou-se que a profissão de checkout é uma das mais acometidas por queixas e/ou distúrbios relacionados ao trabalho. Segundo Trelha (2002), o setor de caixas apresenta um índice de lesões músculo-esqueléticas de 2 a 3 vezes maiores que outros setores em supermercados. 32 2.4.2 Biomecânica Ocupacional A biomecânica ocupacional analisa as interações entre o trabalho e o homem, buscando os movimentos dos músculos envolvidos na atividade e sua conseqüência. Busca também estudar as posturas corporais realizadas e forças dispensadas na execução do trabalho. Muitos postos de trabalho e produtos inadequados ocasionam tensões musculares, dores e fadiga; sendo que algumas vezes podem ser resolvidos com providencias simples, porém em muitos dos casos é necessário uma intervenção geral do posto de trabalho (IIDA, 2001). Para a realização de tarefas utilizando os meios e condições disponíveis, o trabalhador desenvolve algumas atividades como: se deslocar, execução de gestos, olha e escuta, organiza seu trabalho, planeja suas ações, procede ao raciocínio. A atividade coloca em jogo as funções fisiológicas e mentais (os músculos, as articulações, o sistema cardiopulmonar, a visão, a audição, o tato e a memória. E todas estas atividades dependem das condições nas quais se realiza a tarefa, dependendo de fatores tais como: constrangimentos, previsibilidade, imprevistos, anormalidades, etc. Os músculos são nutridos principalmente no período de relaxamento, por isso a pressão interna dos músculos durante as atividades estáticas pode ultrapassar o valor da pressão arterial do sangue e ocasionar um fechamento dos vasos sanguíneos responsáveis pela sua nutrição, ocasionando um acúmulo de ácido lático e irritação das terminações nervosas, causando dores. Segundo Barreira (1989), a coluna vertebral permite e necessita de movimentos, dessa maneira não permitem períodos de aporte sangüíneo adequado e relaxamento durante as posturas estáticas, pois estas exigem a ação repetida dos mesmos grupos musculares. E também, além disso, estas posturas interferem nos discos intervertebrais com a manutenção de uma pressão significativamente aumentada. Os operadores exercem suas funções em postos de trabalho que possuem designs com medidas e formatos padronizados e, portanto, não levam em consideração as diferenças antropométricas individuais. A estação de trabalho mais próxima do ideal deveria ser flexível e ajustável, apresentando espaço suficiente para movimentação livre e segura do usuário. 33 De acordo com Lannersten e Harms-Ringdahl (1990), a posição em pé facilita a mobilidade, movimentação dos pés ou descarga do peso do corpo entre as pernas, porém a posição prolongada em pé proporciona outros problemas, tais como fadiga muscular, aparecimento de varizes e agravamento de lesões preexistentes nos tecidos moles dos membros inferiores. Por isso, uma das soluções ergonômicas seria permitir ao caixa alternar as posturas sentadas e em pé, como sugere alguns estudos. Ainda pouco se encontra cadeira adequada (ajustável e com assento estofado) para descanso do funcionário, bem como o uso de suporte para apoio dos pés para alívio da fadiga dos membros inferiores, recomendações estas feitas por Baron (1992). Dentro da biomecânica ocupacional encontramos dois tipos de trabalho: o estático onde é exigida a contração contínua de alguns músculos, para manter determinada posição, por exemplo, músculos dorsais e musculatura das pernas, para manter a postura em pé, etc; e no dinâmico é aquele que permite contrações e relaxamentos musculares alternados, como na tarefa de caminhar, martelar, etc (IIDA, 2001). O autor relata ainda que o trabalho estático é altamente fatigante, e por isso sempre que possível deve ser evitada, alternando as posturas, mudando posicionamento dos materiais a fim de reduzir as contrações estáticas dos músculos, se possível ser colocadas dentro da jornada de trabalho as pausas, com objetivo de permitir o relaxamento muscular, evitando a fadiga. Trabalhando, o corpo assume duas posturas básicas: a posição em pé e a sentada. Sendo que na postura sentada é exigida a atividade muscular dorsal e do ventre, todo o peso é deslocado na região isquiática e nádegas. O assento deve permitir mudanças freqüentes de postura, com objetivo de diminuir a fadiga, descrita abaixo na Figura 4 34 Figura 4 - Estrutura da cintura pélvica, mostrando tuberosidades isquiáticas, responsáveis pelo suporte do peso corporal na postura sentada Fonte: Iida (2001). E na postura em pé, é altamente fatigante porque exige trabalho estático da musculatura envolvida, porém se a atividade for dinâmica, geralmente apresentam menor risco de fadiga do que aqueles que permanecem estáticas ou com pouca movimentação. O trabalho dos funcionários normalmente é desenvolvido em posição ortostática e estática, associada a movimentos de rotação, inclinação lateral e anterior de tronco para alcance e empacotamento de mercadorias, para ativação do painel de controle e para retirada do comprovante de compra, entre outras funções. Posturas erradas e repetitivas ocasionam vários riscos de lesões como descrito no Quadro 3. POSTURA RISCO DE LESÕES Em pé Pés e pernas (musculares e varizes) Sentado com Encosto Músculos extensores do dorso Assento alto Parte inferior das pernas, joelhos, pés Assento baixo Dorso e pescoço Braços estendidos Ombros e braços Pegas inadequadas na atividade Antebraços Quadro 3 - Localização das lesões nas principais áreas do corpo ocasionada por posturas inadequadas Fonte: Adaptada de Iida (2001). 35 O movimento de flexão anterior de tronco é freqüentemente realizado pelos funcionários visando à abertura da gaveta de dinheiro, atividades de digitação e ortografia, além da limpeza do posto. E movimento de rotação da coluna cervical, principalmente durante a visualização da saída do comprovante de compra. Para a realização da leitura óptica do código de barras é necessário que o funcionário utilize movimentos de prono-supinação do antebraço, flexo-extensão e desvio rádio-ulnar do punho, gerando uma sobrecarga estática de ombro e membros superiores em grande parte do tempo, como já descrito (LANNERSTEN,1990). O trabalho no checkout é desenvolvido em posição ortostática e estática, associada a movimentos de rotação, inclinação lateral e anterior do tronco. Diniz (1998) e Trelha (2002) descrevem que a prevalência de sintomas musculoesqueléticos está relacionada a: 1) necessidade de movimentos amplos para o alcance de mercadorias; 2) necessidade de trabalho estático para a sustentação de peso; 3) incapacidade de alternar as posturas em pé e sentada; 4) posturas desequilibradas com rotação e inclinação lateral de tronco; 5) ausência de pausas programadas; 6) densidade de trabalho irregular com picos de sobrecarga (fins de semana e véspera de feriado); 7) ausência de alternância de tarefas. Os postos de trabalho dos operadores de caixa de supermercado são exemplos da necessidade de mudanças, pois estes estão expostos a alguns riscos durante a realização de suas atividades. Pela freqüência, intensidade e diversidade de tarefas que realiza em seu trabalho, o operador de caixa ocasiona um aumento da carga mental e física dos trabalhadores. Muitas pesquisas estão sendo realizadas sobre as atividades dos operadores de caixas, devido ao grande número de queixas e doenças ocupacionais. Tem sido detectadas doenças do sistema músculoesquelético, cefaléias (dores de cabeça), transtornos do sono e do apetite, doenças do sistema nervoso e fadiga visual. Com as mudanças nos postos de trabalho dos operadores de caixa, as atividades desenvolvidas passaram a ser mais intensas e repetitivas, pela introdução do scanner, que ajuda a diminuir o tempo de passagem de mercadorias, porém diminuiu a atenção ao cliente. Esta situação, quando unida às condições 36 inadequadas do posto, às posturas e ao peso das mercadorias leva a um aumento das exigências físicas da atividade. Como o trabalho dos operadores de caixa, apresenta grande repetitividade em suas tarefas, sendo muitas delas realizadas ao mesmo tempo; gerando como conseqüência o desenvolvimento de problemas musculares e articulares em: mãos, punhos, braços, ombros e coluna cervical (GARCÍA; PARADA; GUTIÉRREZ, 2003). Quando se consegue realizar uma combinação entre pausas, o revezamento de tarefas e a redução de trabalho conseqüentemente ocorrem uma diminuição da exposição aos fatores de risco. A alternância nos postos de trabalho ajudam a melhorar ergonomicamente as condições de trabalho (MAENO et al., 1999). As posturas podem ser confortáveis ou prejudiciais para a saúde, dependendo totalmente das condições de trabalho que o individuo tenha para realizar suas atividades. Em todo design ergonômico é fundamental que o mobiliário e suas relações com o ser humano permitam a adaptação às características antropométricas da população que vai utilizar esse posto e que permita as mudanças de posturas, já que em cada tipo de postura um diferente grupo muscular é utilizado. E assegurar a postura para o trabalho, tanto na posição sentada como na postura em pé, e as posições confortáveis dos membros superiores e inferiores, deve ser objetivo fundamental no design dos postos de trabalho dos operadores de checkout (BRASIL, 2007). O operador de caixa de supermercados realiza muitas funções, algumas até além do estabelecido, em resumo: realiza a quantificação e o pagamento das mercadorias que o cliente está comprando, mantendo um contato direto com os clientes, e neste contato muitas vezes são realizadas reclamações sobre o atendimento de todos os outros setores, que na maioria das vezes recaem sobre estes, como se eles fossem culpados daquela determinada situação. A relação que deve existir entre a qualidade do serviço oferecido pelo operador de caixa e as condições de trabalho em que desenvolve suas atividades parecem estar em contradição, cada vez mais o cliente demanda maior rapidez no serviço. Entre outros, têm sido detectados transtornos do sistema músculoesquelético, dores de cabeça, transtornos do sono e do apetite, transtornos nervosos e fadiga visual. 37 As atividades desenvolvidas pelos caixas de supermercados passaram a ser mais intensas e repetitivas, com a introdução do scanner, que ajuda a diminuir o tempo de passagem de mercadorias, porém diminui a atenção ao cliente. Com a alta repetitividade, juntamente com outros fatores do trabalho, ocasiona muitas vezes ao aparecimento da monotonia e ao estresse. Esta situação, quando unida às condições inadequadas do posto, às posturas e ao peso das mercadorias aumenta-se as exigências físicas da atividade. Quando não existe uma adequada combinação entre o trabalho físico e o intelectual e também uma adequada organização do trabalho, possivelmente o individuo possa ter um esgotamento mental e físico, pois é necessário garantir dentro da atividade: de pausas de descanso, revezamento de atividade, etc. Vários autores como: Bliss (2000), Grandjean (1998), Harber et al. (1992) e Hinnen et al. (1992), através de estudos realizados descrevem que a sobrecarga de horas trabalhadas, ultrapassando as 8 horas recomendadas, geralmente leva a diminuição das reações e, conseqüentemente, a queda na produtividade, assim como danos pessoais, principalmente quando o trabalho é intenso. Já Diniz (1998) afirma que a esteira rolante antes e depois da leitura óptica facilita a movimentação das mercadorias e impede o esforço excessivo para alcançá-las ou empurrá-las. Atualmente observam-se equipamentos somente com esteira antes do scanner, posteriormente é realizado o movimento de passagem das mercadorias pelos operadores de caixa. O teclado à frente do operador e acima do scanner em posição inclinada exige que este funcionário realize movimentos de extensão de punho, posição considerada estressante (BARON; HABES, 1992). Este mesmo autor sugere que o scanner fique à frente do operador e o teclado também à frente (acima do scanner) devendo este ser ajustável em todas as direções e ângulos de inclinação. Além do movimento do punho, muitas vezes é necessário que o caixa levante a mercadoria para passá-la por meio do scanner na altura e distância corretas para permitir a leitura do preço. Esse trabalho de flexão e postura estática dos ombros, conseqüentemente aumenta a atividade do músculo trapézio e dos músculos extensores da coluna (LANNERSTEN; HARMS-RINGDAHL, 1990). Este mesmo autor realizou um estudo, comparando a atividade muscular do ombro e cotovelo durante o trabalho dos caixas para os diferentes modos de leituras, observou-se maior ação muscular durante o trabalho com scanner na vertical, 38 depois com scanner na horizontal, depois com a caneta de leitura óptica e por último a caixa registradora convencional. Kofler; Kreczy; Gschwen-Dtner (2002) utiliza a eletromiografia de superfície para avaliar a atividade muscular em um posto de trabalho padrão. O autor procura a diminuição da atividade muscular com a proposta de desenvolver um novo posto de trabalho ergonômico e assim encontrar uma maneira de prevenir o desenvolvimento de distúrbios musculares relacionados ao trabalho. As análises das atividades realizadas nos checkouts apresentam um percentual das três tarefas que mais consomem tempo durante suas atividades: o processo de leitura do código de barras do produto (20%), empacotamento (18%) e transações de pagamento (22%). Muitas vezes o empacotamento das mercadorias é realizado pelo próprio operador de caixa, o que certamente somado às outras tarefas desempenhadas pode aumentar a sobrecarga física, aumentando assim sua exposição a riscos de lesões osteomusculares. Se esta função fosse desempenhada por outro funcionário, o tempo de espera do cliente seria reduzido, agilizando o atendimento (CARRASCO et al. 1995). Algumas pesquisas relatam que a média de peso na qual é manuseado pelos operadores durante sua jornada de trabalho variam mais entre 0,34 kg a 5,2kg, a jornada de trabalho varia muito de supermercado a outro de seis a oito horas, porém a maioria atualmente tem jornada de seis horas diárias. 2.4.3 Riscos Ergonômicos X Checkouts Os riscos ergonômicos da atividade dos operadores de caixa são vários e seguindo as orientações da NR17, fica muito mais fácil minimizá-los e ou eliminá-los. Através do Anexo I da NR 17 conforme Portaria SIT n.º 08, 30 de março de 2007 02/04/07 e Portaria SIT n.º 13, de 21 de junho de 2007 26/06/07, tem como objetivo estabelecer parâmetros e diretrizes para a adequação das condições de trabalho dos operadores de checkout, buscando a prevenção de doenças ocupacionais e segurança no trabalho desenvolvido. Esta Norma aplica-se aos empregadores que desenvolvem atividade comercial utilizando sistema de auto-serviço e checkout, como supermercados, hipermercados e comércio atacadista. 39 Em relação ao mobiliário do checkout e às suas dimensões, incluindo distâncias e alturas, no posto de trabalho deve-se: • Atender às características antropométricas de 90% dos trabalhadores, respeitando os alcances dos membros e da visão, ou seja, deixando compatível as áreas da visão com a manipulação; • Assegurar a postura para o trabalho na posição sentada e em pé, proporcionando a alternância da postura, e as posições confortáveis dos membros superiores e inferiores, visando respeitar os ângulos limites e trajetórias naturais dos movimentos, durante a execução das tarefas, evitando a flexão e a torção do tronco; • garantir um espaço adequado para movimentação do operador e colocação da cadeira, a fim de permitir a alternância do trabalho na posição em pé com o trabalho na posição sentada; manter uma cadeira de trabalho com assento e encosto para apoio lombar, com estofamento de densidade adequada, ajustáveis à estatura do trabalhador e à natureza da tarefa; • colocar apoio para os pés, independente da cadeira; • adicionar em cada posto de trabalho, sistema com esteira eletro-mecânica para facilitar a movimentação de mercadorias nos checkouts com comprimento de 2,70 metros ou mais; • disponibilizar sistema de comunicação com pessoal de apoio e supervisão; • manter mobiliário sem quinas vivas ou rebarbas, devendo os elementos de fixação (pregos, rebites, parafusos) ser mantidos de forma a não causar acidentes. Em relação aos equipamentos e ferramentas utilizadas pelos OC para a realização de sua jornada de trabalho deve ser escolhidos e orientar a utilização correta dos mesmos, com objetivo de favorecer os movimentos e atividades da função, evitando dispensar durante a atividade força, pressão, preensão, flexão, extensão ou torção dos segmentos corporais. O posicionamento dentro do posto de trabalho dentro dos limites, tanto de alcance manual e visual do operador, permitirão a movimentação dos MMSS e MMII respeitando a natureza da tarefa. Também é de responsabilidade do empregador manter em condições adequadas de funcionamento os postos de trabalho, com a intenção de garantir a 40 proteção contra acidentes de natureza mecânica ou elétrica nos checkouts, com base no que está previsto nas normas regulamentadoras do MTE ou em outras normas nacionais. O ambiente físico de trabalho deve: manter as condições de iluminamento, ruído, conforto térmico, bem como a proteção contra outros fatores de risco químico e físico, de acordo com o previsto na NR-17 e outras normas regulamentadoras; protegendo os operadores de checkout contra correntes de ar, vento ou grandes variações climáticas, quando necessário; os materiais do posto de trabalho devem utilizar materiais que mantenham a superfície opaca, que evitando assim reflexos incômodos no campo visual do trabalhador. A manipulação de mercadorias deverá ser feita com o mínimo de esforço possível, a fim de evitar que a manipulação de mercadorias não acarrete o uso de força muscular excessiva por parte dos operadores de checkout, por meio da adoção de um ou mais dos seguintes itens, cuja escolha fica a critério da empresa: negociação do tamanho e volume das embalagens de mercadorias com fornecedores; uso de equipamentos e instrumentos de tecnologia adequada; formas alternativas de apresentação do código de barras da mercadoria ao leitor ótico; disponibilidade de pessoal auxiliar; e outras medidas que ajudem a reduzir a sobrecarga do operador na manipulação de mercadorias, como por exemplo, orientar a passagem da mercadoria de um braço para outro, evitando a rotação do tronco. O empregador deve adotar mecanismos auxiliares, sempre que necessário em função do grande volume ou excesso de peso das mercadorias, quando houver limitação para a execução manual das tarefas por parte dos operadores de checkout. É de responsabilidade do empregador também adotar medidas para evitar que a atividade de ensacamento das mercadorias seja incorporada a atividade habitual dos operadores de checkout, mantendo no mínimo, um ensacador a cada três checkouts em funcionamento e também proporcionar condições que facilitem o ensacamento pelo próprio cliente também. A pesagem de mercadorias pelo operador de checkout só poderá ocorrer quando os seguintes requisitos forem atendidos simultaneamente: balança localizada em frente e próxima ao operador; balança nivelada com a superfície do 41 checkout; sendo continuada juntamente com sua superfície, admitindo-se até dois centímetros de descontinuidade em cada lado da balança. O teclado para digitação deverá estar localizado a uma distância máxima de 45 centímetros da borda interna do checkout; número máximo de oito dígitos para os códigos de mercadorias que sejam pesadas. E para o atendimento no checkout, de pessoas idosas, gestantes, portadoras de deficiências ou que apresentem algum tipo de incapacidade, a empresa deve disponibilizar pessoal auxiliar, sempre que o operador de caixa solicitar para ajudá-lo. A organização do trabalho deverá estar de acordo com o fluxo de clientes, por isso a disposição física e o número de checkouts em atividade (abertos) e de operadores devem ser compatíveis, adequando o ritmo de trabalho às características psicofisiológicas de cada operador. Adotando como objeto de prevenção os seguintes itens: • pessoas para apoio ou substituição, quando necessário; • filas únicas por grupos de checkouts; • caixas especiais (idosos, gestantes, deficientes, clientes com pequenas quantidades de mercadorias); • pausas durante a jornada de trabalho; • rodízio entre os operadores de checkouts com características diferentes; • e outras medidas que ajudem a manter o movimento adequado de atendimento sem a sobrecarga do operador de checkout. São garantidas saídas do posto de trabalho, mediante comunicação, a qualquer momento da jornada, para que os operadores atendam às suas necessidades fisiológicas, mantendo ainda o intervalo para refeição previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). É proibido sistema aumento da remuneração ou premiação, com base em avaliação de desempenho ou número de mercadorias e compras passadas no checkout do operador. É atribuição do operador de checkout a verificação das mercadorias apresentadas, sendo-lhe vedada qualquer tarefa de segurança patrimonial. Os aspectos psicossociais do trabalho é extremamente importante que todo trabalhador envolvido com o trabalho no checkout deve portar um dispositivo de 42 identificação visível, com nome e/ou sobrenome, escolhido(s) pelo próprio trabalhador. E é vedado obrigar o trabalhador ao uso, permanente ou temporário, de vestimentas ou propagandas ou maquilagem temática, que causem constrangimento ao trabalhador. Todos os trabalhadores envolvidos com o trabalho de operador de checkout devem receber treinamento, cujo objetivo é aumentar o conhecimento da relação entre o seu trabalho e a promoção à saúde. O treinamento deve apresentar noções básicas sobre prevenção e os fatores de risco para a saúde, decorrentes de sua atividade, levando em consideração os aspectos relacionados a: posto de trabalho; manipulação de mercadorias; organização do trabalho; aspectos psicossociais do trabalho; e os agravos à saúde mais encontrados entre esta categoria. Cada trabalhador deve receber treinamento com duração mínima de duas horas, até o trigésimo dia da data da sua admissão, com reciclagem anual e com duração mínima de duas horas, ministrados durante sua jornada de trabalho. Os trabalhadores devem ser informados com antecedência sobre mudanças que venham a ocorrer no processo de trabalho. O treinamento deve disponibilizar com obrigatoriedade todos os fatores de risco decorrentes a atividade e orientações de como realizar suas atividades sem risco a sua saúde. A forma do treinamento (contínuo ou intermitente, presencial ou à distância, por palestras, cursos ou audiovisual) fica a critério da empresa. A elaboração do conteúdo técnico e avaliação dos resultados do treinamento devem contar com a participação de integrantes do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), quando houver, e do coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e dos responsáveis pela elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). 43 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 3.1 Aspectos metodológicos A pesquisa foi realizada em campo, em uma empresa de médio porte do ramo de supermercados, situada na cidade de Agudos-SP, sendo esta observacional de caráter descritivo e de intervenção. A empresa atua no ramo de supermercados, tendo como atividade principal o comércio varejista no ramo alimentício e de utilidades domésticas. A atividade descrita na pesquisa foi realizada em postos de operadores de caixa (checkouts), sendo observados os postos de trabalho destes funcionários, utilizando como instrumentos dois Laudos ergonômicos baseados nas Normas impostas no Anexo I da NR 17 (anexo B). Foram realizados dois Laudos Ergonômicos, o primeiro Laudo foi feito na primeira etapa, onde foram analisados todos os postos de trabalho, e através deste, foi descrita aos diretores da empresa através que seria necessário a realização das trocas dos checkouts. Na segunda etapa, foram passadas as orientações da NR17 para a compra dos novos checkouts. E finalmente, na terceira e última etapa, foi feito o segundo laudo para a análise destes novos checkouts, para confirmação do objetivo inicial, que era o cumprimento das normas regulamentares. 3.1.1 Procedimentos e caracterização Foi realizada uma observação dos postos e propostas de modificações necessárias, com o objetivo de deixá-lo ergonomicamente correto, sendo aceitas e realizadas as modificações necessárias. Foram utilizados na pesquisa sete postos de trabalho todos com corredor retro-frontal à esquerda, onde foi realizado o primeiro Laudo Ergonômico. Posteriormente é realizado um segundo Laudo Ergonômico, após o posto de trabalho inicial ter sido descartado e novos postos de trabalho foram adquiridos, sendo estes com corredores retro-frontal tanto a direita quanto a esquerda, sendo 6 deles a Direita e 5 a esquerda. O ambiente de trabalho consiste em um ambiente 44 fechado com abertura lateral dispondo de ventilação natural e artificial, iluminação natural e artificial e piso regular. 3.2 Materiais 3.2.1 Equipamentos • Máquina fotográfica digital Sansung – 4.0 mega pixels, para registro das fotos; • Câmera fotográfica digital Cannon. 3.0 mega pixels, para registro de fotos; • Trena da marca Starfer para caracterização do setor e medição da altura dos postos de trabalho dos operadores de caixa. 3.2.2 Protocolos Foram realizados dois Laudos Ergonômicos, conforme modelo que segue (anexo A), com o objetivo de organizar os fatores de risco existentes na atividade e propor intervenções necessárias para atingir o objetivo de regularização conforme as regras impostas pelo anexo I da NR17. 45 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Levantamento dos Riscos Ergonômicos Com o objetivo da realização de ampliação do Supermercado estudado foram analisados os postos de trabalho (checkout) para o levantamento dos riscos ergonômicos, estes eram sete postos de trabalho. Para a mensuração dos riscos foram utilizadas as medidas impostas pela NR 17, por isso foi verificado que existiam nos postos de trabalho alguns riscos para a saúde do trabalhador. A concepção do posto de trabalho, não previu espaço suficiente para a livre movimentação do operador, para a colocação das pernas sob as bancadas, para a colocação da cadeira quando do trabalho em pé e para o empacotamento. Isto faz com que posturas rígidas e desequilibradas sejam adotadas. O material que reveste o checkout possui brilho, sendo que a superfície teria que ser opaca, a fim de evitar assim reflexos no campo visual do trabalhador. Mobiliário com quinas vivas, porém com bordas arredondadas, mas ocasionando compressão das estruturas musculares do antebraço e músculos flexores da mão. A borda arredondada com medida de 5,5 cm altura e 2,5 cm de largura. Espaço inadequado para movimentação do operador e colocação da cadeira, a fim de permitir a alternância do trabalho na posição em pé com o trabalho na posição sentada. Conforme se observa abaixo na Figura 5. Figura 5 – Modelo de Checkout no início da pesquisa Quinas Vivas Material com Brilho 46 Já na figura 6, observa-se toda a dimensão e organização do checkout, a disposição do aparelho para utilização dos cartões de crédito, fica acima do teclado, dificultando a colocação e a passagem pelo leitor, sendo que o operador de caixa terá que fazer muitos desvios do punho, sendo estes movimentos prejudiciais a estrutura muscular do trabalhador. Esteira elétrica antes do scanner e do teclado, possibilitando a passagem das mercadorias evitando a torção, flexão e inclinação do tronco, e diminuindo os movimentos dos membros superiores, com o objetivo de evitar as DORTs. Nos checkouts sem esteira rolante, a necessidade de puxar a mercadoria colocada pelo cliente e de empurrá-la na direção do empacotamento exige, do operador, a realização de movimentos de longo alcance e a sustentação dos membros superiores pela musculatura dos ombros. Figura 6 – Foto do checkout. Cadeiras necessitando serem trocadas; as cadeiras do supermercado analisado não apresentavam boas condições de conservação, demonstrando falhas na graduação da regulagem de altura e ausência de rodízios nas cadeiras, Esteira elétrica Scanner Máquina Registradora Teclado Gaveta / Dispenser 47 dificultando os movimentos entre a superfície do checkout e o emissor de ticket. Num assento adequado às dimensões antropométricas, a largura do assento deve ser proporcional à largura do quadril e nádegas; o comprimento deve ficar pelo menos a dois centímetros afastados da parte interna da perna (área poplítea); e a altura do assento deve proporcionar o apoio completo da coxa de modo a não comprimi-la excessivamente e permitindo o apoio total dos pés no solo. Os projetos de assento devem considerar a relação entre a altura deste e da superfície de trabalho; a facilidade de sentar-se, levantar-se e movimentar-se livremente; a estabilidade proporcionada pelo assento e o estofamento do assento e de seu encosto (IIDA, 1997; GRANDJEAN,1998). A altura poplítea é a medida antropométrica que determina a altura do assento. Os assentos cujas alturas sejam superiores ou inferiores à altura poplítea não permitem um assentamento firme das tuberosidades isquiáticas para transmissão do peso do corpo para o assento. A altura do assento deve ser regulável em movimentos contínuos e suaves e não por degraus. De acordo com as diferenças de medidas poplíteas da população adulta inglesa, a faixa de ajustes deve ser de 39 a 52 cm de altura. Figura 7 – foto da cadeira no inicio da pesquisa. 48 Observa-se também a ausência de apoio para os pés, sendo esta exigida pela NR17 / Anexo I. E a ausência de treinamento como manusear a mercadoria e utilização correta dos materiais. Todo o resto estava de acordo com as obrigações descritas dentro da NR 17. Com apoio dos empacotadores, descanso e alternância de tarefas. Porém os checkouts eram todos com corredor retro-frontal à esquerda, impossibilitando o rodízio, ora a esquerda, ora a direita (nestes casos somente consegue-se fazer o rodízio diário), alternando os lados, para serem evitadas as doenças osteomusculares. 4.2 Intervenções dos Postos de Trabalho Através de todos os dados levantados a respeito das Normas de Segurança do Trabalho, citadas na NR 17, os diretores da empresa estudada, receberam o 1° Laudo ergonômico e através deste, pe diram orientações como deveriam efetuar a compra de um novo checkout, visando manter a Saúde de seus trabalhadores. Através das orientações foram adquiridos 11 checkouts, sendo 6 com corredor retro-frontal a direita e 5 com corredor retro-frontal a esquerda, possibilitando o rodízio de atividades. O comprimento destes novos postos apresenta a medida de 2,70m, cumprindo a norma, pois estes devem ter de 2,70m para mais. O material do checkout é de aço escovado, com superfície opaca, evitando assim reflexos no campo visual do trabalhador. Esteira antes do scanner, como solicita a NR 17 e espaço adequado para o posicionamento da cadeira e possibilidade de alternância das posturas. A pesagem de frutas e verduras, não é feita nos checkouts, por isso não apresentam a balança. Mobiliário com borda arredondada e sem quinas vivas, de acordo com as normas da NR 17, evitando assim compressão dos músculos flexores da mão, evitando doenças como, por exemplo: Síndrome do Túnel do Carpo, muito comum em mulheres. 49 Figura 8 – Checkouts comprados após orientações Também foram compradas cadeiras novas com estofado adequado, em tecido absorvente, borda do assento arredondado com a região dorsal e lombar firme, permitindo discreta inclinação. Recurso giratório, facilitando o posicionamento de frente para a tarefa que estiver sendo realizada, sendo esta fixa sem rodízios. Material opaco Checkout correto Sem quinas vivas 50 Figura 9 – Cadeira comprada após orientações. Cadeira com regulagem de assento, largura do assento 44cm por 44 cm de comprimento, encosto 30 cm, em relação ao assento a altura do encosto é 48,5 cm. Posto de trabalho ficou muito mais organizado, com condições adequadas de funcionamento, o teclado para digitação ficou dentro dos padrões estabelecidos pela NR 17, na distancia de 44cm da borda interna do checkout ( dentro das normas, valor referência de 45cm), o suporte do aparelho de cartões de crédito passou a ser móvel, articulado facilitando o trabalho dos operadores de caixa, anulando a realização dos desvios de punho, estes extremamente prejudiciais. Cadeira com estofado adequado Recurso giratório Com Regulagem da altura 51 Figura 10 – Scanner, Teclado e Suporte do aparelho para cartões. Os empregadores foram instruídos também a respeito de colocação de suporte para os pés, mas estes alegaram que farão a aquisição em breve. Os funcionários receberam orientações posturais e como realizarem suas tarefas no posto de trabalho, e também praticar o rodízio entre eles, mudando de caixa com características diferentes, evitando assim as DORTs. Conforme se demonstra no Quadro 4 a seguir. Medidas Encontradas 1º Laudo Ergonômico 2º Laudo Ergonômico Comprimento 2,62m 2,70m Largura 0,44m 0,50m Espaço interno 0,95m x 0,51m 0,95 m x 0,51m Altura do teclado em relação à bancada 0,32m 0,28 m Altura bancada/chão 0,91m 0,93m Quadro 4 – Medidas encontradas nos Laudos. Fonte: Laudo Ergonômico – Anexo A. Teclado Scanner Aparelho de cartões de crédito 52 5 CONCLUSÕES Através desta pesquisa foi possível concluir que as necessidades de adequações ainda são muitas e através de pesquisas, análises e orientações, é possível atingir os objetivos dentro da NR 17, estes com objetivo de minimizar os padrões que possam ocasionar possíveis doenças ocupacionais. Propondo medidas ergonômicas, tais como orientação postural com profissionais no próprio posto de trabalho, melhorariam a utilização dos materiais e organização do posto de trabalho. Troca dos materiais ergonomicamente inadequados. Estabelecer metas, prioridades e cronograma de ações visando o objetivo geral. Procurar continuar a análise, buscando cada vez mais deixar os postos e as condições de trabalho, dentro das Normas exigidas (NR-17) . O trabalho contínuo, na mesma função, sem alternância com outras tarefas, evidenciado em especial nos mercados de médio e grande porte, impede o alívio da fadiga física e mental dos operadores, por isso é importante os checkouts com corredores retro-frontal tanto a direita quanto a esquerda. Em geral, salienta-se que no posto de trabalho concebido obedecendo a todos os critérios de conforto, as queixas de dores e fadiga podem persistir caso as tarefas continuem fragmentadas, repetitivas e em ritmo acelerado, exigindo o esforço dos mesmos grupos musculares. As inovações tecnológicas, tais como a leitura óptica, não tem trazido benefícios aos trabalhadores, ao contrário, tem contribuído para o aumento do ritmo de trabalho e o agravamento dos danos à saúde. Por isso, os mercados de médio e grande porte (acima de 10 checkouts), devem ter: • cadeira sem rodízios, com assento giratório de bordas arredondadas, com ajuste de altura compatível com a altura do plano de trabalho (altura da bancada) e encosto com forma adaptada para o apoio lombar; • suporte para os pés independente, ou seja, não estar consolidado nem a cadeira nem ao móvel do checkout, adaptável às características antropométricas de cada operador; • checkout dimensionado prevendo espaço suficiente para o trabalho em pé e sentado, ou seja, com local para colocação das pernas se estiver sentado e para a cadeira se estiver em pé; • a altura e distância do teclado devem estar adequadas, a distância da borda 53 no máximo de 45cm e a altura ser dimensionada de forma que o ângulo do braço com o tronco esteja em torno de 0° e , e do a ntebraço com o braço cerca de 90°, quando do trabalho sentado; • esteiras rolantes na entrada e na saída de mercadoria, acionamento por pedal ou controle manual colocado na área de alcance do operador, quando do trabalho sentado, mantido o tronco ereto. E finalmente, neste estudo quase todos os critérios da NR 17 foram cumpridos em relação ao posto de trabalho (checkouts), apenas a necessidade de colocação de apoio para os pés, porém este estabelecimento está de acordo com o cronograma imposto pelo Anexo I da NR17. 54 REFERÊNCIAS BAADER, E. W. Enfermedades profisionales. Madrid: Montalvo. 1960. BALLARDIN, L.; FONTOURA, C.; FELLIPPA, C. S.; VOGT, M. S. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho de Operadores de Caixas de Supermercados. BARBOSA, L. H, et al. Abordagem da fisioterapia na Avaliação de melhorias ergonômicas de um setor industrial. Rev Bras Fisiot. v. 4, n. 2, p. 83-92, 2000. BARON, S.L.; HABES, D. Occupational musculoskeletal disorders among supermarket cashiers. Scand J. Work Environ Health. v. 18, n. 2, p. 127-129, 1992. BARR, A.E.; BARBE, M.F. Pathophysiological Tissue Changes associated With Repetitive Movement: A Review of the Evidence. Phys Ther. 2002; 82:173-187. BARREIRA, T. H. C. 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