RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desse trabalho será disponibilizado somente a partir de 04/08/2025. JULIANE LUZIA CAMARGO I libri degli altri (2022): a influência de Italo Calvino na formação literária do século XX. O serviço editorial na Casa de Giulio Einaudi ASSIS 2024 JULIANE LUZIA CAMARGO I libri degli altri (2022): a influência de Italo Calvino na formação literária do século XX. O serviço editorial na Casa de Giulio Einaudi Tese apresentada à Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, para a obtenção do título de Doutora em Letras (Área de Conhecimento: Literatura e Vida Social) Orientadora: Cátia Inês Negrão Berlini de Andrade Coorientador: Roberto Francavilla (Università degli Studi di Genova) Bolsista: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 ASSIS 2024 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ana Cláudia Inocente Garcia - CRB 8/6887 C172L Camargo, Juliane Luzia I libri degli altri (2022) : a influência de Italo Calvino na formação literária do século XX. O serviço editorial na Casa de Giulio Einaudi / Juliane Luzia Camargo. — Assis, 2024 237 f. : il. Tese de Doutorado - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis Orientador: Prof. Dr. Cátia Inês Negrão Berlini de Andrade Coorientador: Prof. Dr. Roberto Francavilla 1. Literatura italiana - História e crítica. 2. Cartas. 3. Influência (Literária). 4. Editoração. 5. Calvino, Italo, 1923- 1985. I. Título. CDD 850.9 Ao meu pai, Edson Camargo, que com sua mansidão, humildade e sabedoria, sempre me incentivou a perseverar nos estudos, me apoiando e contribuindo para que tudo fosse possível. AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus por me guiar até aqui com todo o amor que Lhe é natural. Agradeço a Sua proteção, a saúde e o ânimo a mim dispensados, especialmente quando mais precisei, já que em alguns momentos considerei não ser capaz de realizar este trabalho. Honro à Ele tudo o que foi construído e vivido nestes anos de aprendizado pessoal e profissional. Aos meus pais que, apesar das nossas diferenças, sempre se colocaram à disposição por mim e pelos meus sonhos. Ao Lucas Alves Ribeiro, por acreditar em mim e por ser a minha força de todos os dias. Aos meus tios e familiares por todo amor e carinho. À minha orientadora, Prof. Dra. Cátia Inês Negrão Berlini de Andrade, pelo carinho e afeto dispensados concomitantemente às orientações precisas e cuidadosas. Obrigada por sempre confiar em mim, até mesmo em meus momentos de mais ansiedade e incerteza. Ao meu coorientador na Itália, o professor Doutor Roberto Francavilla (Università degli Studi di Genova) que, com toda a disponibilidade e atenção, fez com que as minhas pesquisas no país fossem possíveis. A ele, o meu carinho e agradecimento também pelas dicas de passeio na cidade portuária de onde partiram os meus em busca de uma vida melhor e mais digna. À professora Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira e ao Conselho de Pós Graduação pelo aceite no pedido de prorrogação de prazo regular para o término do curso de Doutorado, período tão importante para a finalização deste trabalho. Ao editor, professor e presidente da Giulio Einaudi Editore, Walter Barberis, pelo aceite dispensado em favor da minha pesquisa que se realizou no Archivio di Stato di Torino, onde se encontra o Fondo Einaudi. Por sua atenciosa e gentil disponibilidade durante nossas conversas por e-mail, meus sinceros agradecimentos. À professora Doutora Luisa Gentile, pela gentileza de me dar boas-vindas pessoalmente e de intermediar o acesso aos documentos e correspondências no Archivio storico Giulio Einaudi editore, registros que se tornaram imprescindíveis para a constituição desta tese. Ao escritor e ex-diretor editorial da Einaudi, Ernesto Ferrero, pela contribuição no que se refere às indicações de leitura sobre o tema “Calvino e editoria” que, certamente, serão realizadas em breve. À Alessandra Rondini e ao Marco Galeotti por me acolherem desde antes da minha viagem de intercâmbio. Agradeço aos dois pelo suporte recebido durante meus dias na Itália, pelo apoio nas questões burocráticas, pelas dicas de viagem e gastronomia. Ao Giuseppe Rosafio, por me receber com toda a atenção e disponibilidade no Istituto Don Bosco Genova Quarto, na cidade de Gênova. Aos membros da Banca Examinadora de Qualificação e Defesa, prof. Dra. Sandra Aparecida Ferreira, prof. Dr. Carlos Eduardo Mendes de Moraes, prof. Dra. Adriana Lins Precioso, prof. Dr. Altamir Botoso e prof. Dra. Daniela Mantarro Callipo, pelas considerações, comentários e importantíssimas contribuições para a construção e finalização desta tese. Às amigas Vanessa Rodrigues Polimeno, Bárbara Coelho Ciciliato Cabreira, Jaqueline de Oliveira Brandão e Daniele Fabíola Marquesini pela companhia e amizade durante estes anos de pesquisa. Ao Augusto Moretti de Barros pela paciência e generosidade de sempre ao me orientar sobre os mais diversos assuntos acadêmicos. Aos funcionários do Centro per gli Studi sulla tradizione manoscritta di autori moderni e contemporanei, da Università degli Studi di Pavia; em especial à Chiara Andreatta que me recebeu com toda gentileza e disponibilidade. Aos funcionários da Fondazione Arnoldo e Alberto Mondadori pela ajuda durante as pesquisas realizadas no acervo. Aos servidores do Programa de Pós-Graduação, em especial ao secretário Marcos Francisco D’Andrea e à Lara Helena Pinheiro Lopes, pelas diversas vezes em que me orientaram de maneira muito paciente e prestativa. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001 e com apoio do Programa Institucional de Internacionalização (CAPES-Print). Sou muita grata pela bolsa concedida, bem como pela oportunidade de me colocar integralmente à disposição para a realização desta tese. Além dos conhecimentos e saberes adquiridos durante o curso de Doutorado e Intercâmbio, pude também crescer pessoalmente e realizar o maior sonho da minha vida: experenciar viver onde já habitaram as famílias Paoletti e Zanutto. “La letteratura non è altro se non questo inventarsi delle regole e poi seguirle. Nel linguaggio è lo stesso. La letteratura nasce della difficoltà di scrivere, non dalla facilità ... Scava in quel punto, lavoraci, rosicchia il tuo osso con pazienza” Italo Calvino CAMARGO, Juliane Luzia. I libri degli altri (2022): a influência de Italo Calvino na formação literária do século XX. O serviço editorial na Casa de Giulio Einaudi. 2024. 237 f. Tese (Doutorado em Letras). - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2024. RESUMO O principal objetivo desta tese é comprovar a influência de Italo Calvino (1923-1985) na formação do cenário literário italiano do segundo pós-guerra, pois foi por meio de leituras e correções de manuscritos que ele contribuiu para a elaboração dos catálogos da editora de Giulio Einaudi (1912-1999), um dos principais editores italianos do Novecento. Apesar de ser (re)conhecido e citado mundialmente por seus livros de literatura e de crítica literária, o intelectual atuou também em diferentes áreas editoriais, fato ainda pouco discutido no Brasil. Italo Calvino que, em um primeiro momento, foi vendedor itinerante pela Einaudi, trabalhando na comercialização de textos, como enciclopédias, por exemplo, passou a exercer, dentro da editora, várias atividades ao longo dos anos. Foi na “escola das invenções”, uma das mais expressivas casas editoriais da Itália no século passado (também no que se refere à sua posição contrária ao fascismo), que Calvino atuou também como promotor cultural, redator, editor e crítico. E como crítico, ele não só escreveu obras de grande relevância para os estudos sobre literatura, como Una pietra sopra (1980), Collezione di sabbia (1984) e Lezione americane (1988), mas teceu julgamentos editoriais sobre os mais diversos manuscritos lidos ao longo de sua carreira. Ao dialogar com escritores iniciantes ou já renomados, jornalistas e editores, Italo Calvino fez observações, corrigiu e analisou criticamente as produções em seus mais variados níveis (linguístico, temático, narrativo). Para melhor compreender essa outra face de sua crítica, nos comprometemos, ao longo desta tese, em compartilhar e analisar algumas das cartas editoriais do próprio escritor italiano que estão contidas no livro I libri degli altri. Lettere 1947- 1981 (2022). As considerações sobre a importância desta escrita epistolar, como parte fundamental de seu serviço editorial, até mesmo no que se refere à sua participação direta no processo de elaboração dos “livros dos outros”, terão como base as obras de CADIOLI (2017), FERRERO (2016), SALLES (2000), CHARTIER (2014) e GENETTE (2009). Assim como a editora de Giulio Einaudi, reconhecida por suas tão famosas séries e revistas, Italo Calvino lutou pela democratização da leitura e trabalhou incansavelmente em favor da publicação de textos capazes de contribuir para a educação de leitores mais críticos e conscientes. O intuito de Calvino era deixar algo de útil para as próximas gerações e foi trabalhando pela editora Einaudi que sua presença se eternizou até mesmo na constituição de seus catálogos literários. Palavras-chave: Correspondência. Editoria. Einaudi. I libri degli altri. Italo Calvino. CAMARGO, Juliane Luzia. I libri degli altri (2022): the influence of Italo Calvino on the literary formation of the 20th century. The editorial service at Giulio Einaudi publishing house. 2024. 237 f. Thesis (PhD program in Modern Languages). - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2024. ABSTRACT The main objective of this thesis is to prove the influence of Italo Calvino (1923-1985) in the formation of the Italian literary scenario during the second post-war period, since it has been through his readings and correction of manuscripts that Calvino contributed to the elaboration of the catalogs of Giulio Einaudi (1912-1999) publishing house, one of the leading Italian publishers of the Novecento. Despite being (re)known and quoted worldwide for his books on literature and literary criticism, this intellectual also worked on different editorial areas, a fact that is still little discussed in Brazil. Italo Calvino, who at first, was an itinerant salesman for Einaudi, working in the texts marketing, such as encyclopedias, for example, began to carry out several activities within the publishing house over the years. It was in the “school of inventions”, one of the most expressive publishing houses in Italy in the last century (also with regard to its position against fascism) in which Calvino also acted as a cultural promoter, editor, editor in chief and critic. And as a critic, he not only wrote works of great relevance for studies on literature, such as Una pietra sopra (1980), Collezione di sabbia (1984) and Lezione americane (1988), but also made editorial judgements on the most diverse manuscripts read throughout his career. By dialoguing with either beginner or already renowned writers, journalists and editors, Calvino made observations, corrected and critically analyzed productions at their most varied levels (linguistic, thematic, narrative). To better understand this other face of his criticism, we commit, throughout his thesis, to share and analyse on some of the editorial letters of the Italian writer himself, which are featured in the book I libri degli altri lettere 1947-1981 (2022). Considerations about the importance of this epistolary writing, as a fundamental part of his editorial service, even with regard to his direct participation in the elaboration process of “other’s books”, will be based on the works of CADIOLI (2017), FERRERO (2016), SALLES (2000), CHARTIER (2014) and GENETTE (2009). As well as Giulio Einaudi’s publishing house, recognized for its famous series and magazines, Italo Calvino fought for the democratization of reading and he worked tirelessly in favor of publishing texts capable of contributing to the education of more critical and conscious readers. Calvino’s intention was to leave something useful for the next generations and, by working for the Einaudi publishing house, his presence became eternal in the constitution of its literary catalogues. Keywords: Correspondence; Editorial; Einaudi; I libri degli altri; Italo Calvino. CAMARGO, Juliane Luzia. I libri degli altri (2022): l'influenza di Italo Calvino nella formazione letteraria del Novecento. Il servizio editoriale nella Casa di Giulio Einaudi. 2024. 237 f. Tesi (Dottorato in Lettere). - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2024. RIASSUNTO L’obbietivo principale di questa tesi è dimostrare l’influenza di Italo Calvino (1923-1985) nella formazione dello scenario letterario italiano del secondo dopoguerra, poiché fu attraverso delle letture e correzioni di manoscritti che lui contribuì all’elaborazione dei cataloghi della casa editrice di Giulio Einaudi (1912-1999), uno dei principali editori italiani del Novecento. Nonostante sia (ri)noto e citato in tutto il mondo per i suoi libri di letteratura e di critica letteraria, l’intellettuale ha lavorato anche in diversi ambiti editoriali, fatto ancora poco discusso in Brasile. Italo Calvino che, in um primo momento, fu venditore a rate per la casa editrice Einaudi, occupandosi della commercializzazione di testi, come ad esempio le enciclopedie, ha iniziato ad esecitare, all’interno dell’editore, diverse attività nel corso degli anni. Fu nella "scuola delle invenzioni", una delle case editrici più espressive d'Italia del secolo scorso (anche per quanto riguarda la sua posizione contraria al fascismo), che Calvino agì anche come promotore culturale, editore e critico. E come critico, non solo scrisse opere di grande rilevanza per gli studi letterari, come Una Pietra Sopra (1980), Collezione di Sabbia (1984) e Lezione americane (1988), ma ha tessuto giudizi editoriali sui più diversi manoscritti letti nel corso della sua carriera. Dialogando con scrittore esordienti o già affermati, giornalisti e editori, Italo Calvino ha fato osservazioni, ha corretto e analizzato citicamente le produzioni ai loro livelli più diversi (linguistico, tematico, narrativo). Per comprendere meglio questo altro aspetto della sua critica, ci impegniamo, nel corso di questa tesi, a condividere e analizzare alcune delle lettere editoriali dello stesso scrittore italiano contenute nel libro I libri degli altri. Lettere dal 1947 al 1981 (2022). Le considerazioni sull’importanza di questa scrittura epistolare, come parte fondamentale del suo servizio editoriale, anche per quanto riguarda la sua diretta partecipazione al processo di elaborazione dei “libri degli altri”, saranno basati sui lavori di CADIOLI (2017), FERRERO (2016), SALLES (2000), CHARTIER (2014) e GENETTE (2009). Come l'editore di Giulio Einaudi, riconosciuto per le sue famose serie e riviste, Italo Calvino lottò per la democratizzazione della lettura e lavorò instancabilmente a favore della pubblicazione di testi capaci di contribuire alla formazione di lettori più critici e consapevoli. L’intento di Calvino era quello di lasciare qualcosa di utile per le prossime generazioni e fu lavorando per la casa editrice Einaudi che la sua presenza divenne eternizzata anche nella costituizione dei suoi cataloghi letterari. Parole-chiave: Corrispondenza. Editoria. Einaudi. I libri degli altri. Italo Calvino. LISTA DE QUADROS Gráfico “Intergenericidade”, de Luiz Antônio Marcuschi p. 100 Gráfico “Número de cartas por destinatário” p. 128 Tabela “Correspondências do editor ao longo das décadas” p. 128 LISTA DE ILUSTRAÇÕES A evolução do emblema da editora Einaudi p. 74 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................... p. 13 1. “GIULIO EINAUDI, EDITORE” ........................................................... p. 21 1.1 Sedes editoriais e a explosão da Segunda Grande Guerra .............................. p. 26 1.2 O laboratório Einaudi: revistas e séries ........................................................ p. 34 2. CONSIDERAÇÕES DA CRÍTICA E EDITORIA DE ITALO CALVINO .......................................................................................................... p. 83 2.1 Ensaios, manuscritos e correspondências ...................................................... p. 91 2.2 Construindo um Calvino crítico a partir das Cartas e de fundamentos da Crítica Genética .................................................................................................. p. 111 3. CARTAS: A INFLUÊNCIA DE ITALO CALVINO NA EDITORIA EINAUDIANA ................................................................................................. p. 136 3.1 Obras publicadas ......................................................................................... p. 140 3.2 Obras recusadas e que nunca foram publicadas ........................................... p. 168 3.3 Obras publicadas por outras editoras ........................................................... p. 173 3.4 A participação do feminino no Novecento italiano ...................................... p. 180 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. p. 204 REFERÊNCIAS BBLIOGRÁFICAS ................................................................ p. 209 ANEXOS ANEXO I ........................................................................................................... p. 217 ANEXO II .......................................................................................................... p. 230 ANEXO III ........................................................................................................ . p. 232 13 INTRODUÇÃO A presente tese de doutorado tem como principal objeto de estudo o serviço editorial de Italo Calvino na Casa Einaudi e sua influência na formação literária italiana do século XX. Foi trabalhando pela editora que o escritor pôde exercer muitas funções na área da editoria, o que lhe permitiu maior atuação no campo do fazer literário daquele período: ao se tornar uma das principais vozes einaudianas, ele participou da formação dos catálogos editoriais da empresa, não só por estar envolvido na escolha e aceite das obras publicadas, mas também por opinar na recusa de muitas outras que não chegaram a ser lançadas ou que até mesmo foram recusadas pelo grupo de Giulio Einaudi e, posteriormente, apresentadas por outras editoras. Com o intuito de aprofundar nossas investigações no que diz respeito ao exercício editorial do escritor italiano, o referido trabalho se apresenta como uma continuação dos estudos iniciados no ano de 2015 e que se constituíram na dissertação I libri degli altri: panorama literário italiano no pós-guerra nas cartas de Italo Calvino (2018). Neste primeiro momento, com o apoio das correspondências inseridas na coletânea organizada por Giovanni Tesio, nossa proposta foi retratar o panorama literário das décadas de 1940 a 1960. Desta vez, ainda motivados pelos poucos estudos realizados a partir da coletânea, nos propomos a enfatizar e defender a tese de que o escritor teve influência fundamental na formação do cenário literário italiano do segundo pós-guerra. Ao assumir posições de grande relevância dentro da editora turinense, Italo Calvino se tornou um de seus principais consultores, presença constante nas reuniões semanais de quartas-feiras e um dos editores responsáveis pela leitura e análise de manuscritos. Como vimos anteriormente, no trabalho realizado durante o mestrado, o intelectual lia e analisava propostas e criações de escritores renomados, jornalistas ou até mesmo de autores em início de carreira. A partir disso, ele devolvia suas considerações e julgamentos aos devidos responsáveis pelas obras e essa réplica se dava em forma de correspondência, principal meio de comunicação até então. Muitos são os trabalhos sobre o intelectual no que se refere ao seu percurso de escritor, mas ainda são escassas as pesquisas sobre suas atividades editoriais no Brasil. As únicas professoras a tratarem do assunto com maior ênfase e frequência são Andréia Guerini e Tânia Mara Moysés. E como já indicamos ao leitor, o nosso trabalho de Mestrado, I libri degli altri: panorama literário italiano no pós-guerra nas cartas de Italo Calvino, foi o que nos impulsionou a continuarmos imersos nesse universo ainda pouco conhecido. Sendo assim, enfatizamos que nosso trabalho atual continua sendo conduzido pelas cartas “ativas” de Italo Calvino, missivas que dão forma ao livro ainda não traduzido para o 14 português I libri degli altri. Lettere 1947-1981. A coletânea que publicada pela primeira vez em 1991, teve sua segunda edição lançada em 2022 na Itália. De acordo com o próprio Giovanni Tesio, nenhuma mudança significativa ocorreu na sua versão mais atualizada, exceto pelo fato de que houve correções discretas na pontuação e alterações de um termo pelo outro, como por exemplo a substituição da palavra “sopratutto” pela forma “soprattutto”. As notas também permaneceram com o intuito de favorecer uma compreensão mais geral do conteúdo. De suas 308 correspondências, organizadas em ordem cronológica, nos apoiaremos em 65 delas para direcionar nossas considerações, especialmente quando trataremos de abordar, no terceiro capítulo desta tese, o serviço editorial de Calvino e sua influência na organização do catálogo da Einaudi, opinando sobre livros que deveriam ou não ser publicados pela editora. No que se refere às nossas pesquisas, muitas foram as dificuldades ao longo do caminho, principalmente no que se refere à problemática envolvida no acesso à uma bibliografia que estivesse relacionada com nosso principal objetivo. Tendo em vista que muitos dos testemunhos sobre o exercício editorial de Italo Calvino estão reservados à língua italiana, fomos surpreendidos no ano de 2020 com o aceite de uma bolsa Doutorado-Sanduíche, financiada pelo Programa CAPES-Print: oportunidade que nos permitiria acesso não só a livros inexistentes no Brasil, mas ao próprio acervo da casa Einaudi, na cidade de Turim. Os desafios decorrentes da declaração da pandemia de COVID-19, entretanto, nos forçaram a adiar o início de nossas pesquisas no exterior que só se iniciaram no ano de 2022 com a supervisão do professor doutor Roberto Francavilla, da Università degli Studi di Genova. Durante o intercâmbio, além de enriquecermos nosso projeto com uma bibliografia rica e fundamental, tivemos o privilégio de acessar uma multidão de documentos (muitos deles já amarelados pelo tempo), fotos, entrevistas e correspondências que permitiram a evolução de nossas considerações. Com a permissão gentil do atual diretor da Einaudi, Walter Barberis (Turim, 1950), realizamos parte de nossas pesquisas na Itália, mais especificamente pudemos adentrar o Archivio storico Giulio Einaudi editore, principal acervo da Einaudi na Itália. Além de encontrarmos o original de muitas das cartas inseridas em I libri degli altri (2022), tivemos a oportunidade de conhecer mais de perto, por meio de registros, o funcionamento da Casa, o exercício dos profissionais que a integravam e a maneira como seus funcionários se organizavam para realizar a leitura dos manuscritos em suas mais variadas formas textuais. Além disso, com a ajuda e intermédio do nosso coorientador, professor Roberto Francavilla, nos foi permitido o acesso ao Centro per gli Studi sulla tradizione manoscritta di autori moderni e contemporanei e ao Fondo Manoscritti, ambos acervos localizados na Università degli Studi di Pavia. Assim como no Archivio storico Giulio Einaudi editore, os 15 inventários preservam anotações e produções de escritores, literatos e artistas contemporâneos, além de fotos, notícias de jornais e correspondências. No caso das cartas de Italo Calvino, algumas de suas cópias estão, de fato, sob o cuidado do Centro Manoscritti, mas seus direitos permanecem sob a responsabilidade do arquivo de Turim, exceto as que foram escritas para a atriz Elsa De Giorgi (1914-1997). Nós também realizamos pesquisas no arquivo da Fondazione Arnoldo e Alberto Mondadori, mais especificamente no fundo Agenzia Letteraria Internazionale – Erich Linder, em Milão. Mas, ao contrário dos outros acervos, o arquivo é constituído de passagens epistolares que, em sua maioria, abordam questões administrativas sobre a publicação de livros do escritor em edições estrangeiras. Apesar de serem compostas por diálogos entre Italo Calvino e seu agente literário, Erich Linder (1924-1983), que tratam de contratos e acordos comerciais (um importante registro da dinâmica entre os dois e as editoras no exterior), as mesmas correspondências não ampliam (neste momento) nossas observações sobre o envolvimento do escritor no aceite ou na recusa de obras de outros autores. Por isso, nenhuma das cartas observadas no acervo da Mondadori foi utilizada para a realização deste trabalho. Quando iniciou sua carreira na empresa de Giulio Einaudi, Italo Calvino pôde conhecer e vivenciar o dia a dia de uma das editoras italianas mais influentes no cenário literário e político desde os seus primeiros anos. Formada por intelectuais e personalidades políticas-antifascistas, a Casa foi fundada em 1933 na rua Arcivescovado, número 7, da cidade de Turim. Com o apoio de seu pai economista, de Leone Ginzburg (1909-1944), co-fundador da Einaudi, e Cesare Pavese1 (1908-1950), o sonho de se tornar editor se transformou em realidade. Filho de Luigi Einaudi (1874-1961), governador do Banco da Itália entre os anos de 1945 e 1948 e presidente da República entre 1948 e 1955, Giulio Einaudi se arriscou na área das Ciências Naturais e depois no curso de Medicina, mas foi na editoria que ele construiu sua trajetória e hoje é um dos profissionais mais reconhecidos na área. Seu nome é sempre citado ao lado de outras grandes referências, como a de Angelo Rizzoli (1889-1970), Valentino Bompiani (1898-1992) e Arnoldo Mondadori (1889-1971). O “cérebro coletivo” da editora era o que elevava sua importância no cenário literário cultural, pois além de trabalhar em favor da literatura italiana e mundial, o grupo era identificado por sua posição de resistência contra o partido político atuante naquele momento. Conhecida também como a “escola das invenções”, a editora de Giulio Einaudi foi composta 1 Antifascista e diretor editorial da Einaudi, ele mediou ações entre as sedes de Turim, Roma e Milão. Foi preso em 1935, pois mantinha relações com Giustizia e Libertà, movimento político de resistência contra o fascismo italiano. 16 pelo que ele mesmo chamava de “os cérebros mais vivos de Turim”, velhos companheiros que haviam frequentado com ele o Liceo D’Azeglio, como Massimo Mila (1910-1988) e os já citados Leone Ginzburg e Cesare Pavese. Quando explica sua decisão de mudar-se para a capital do Piemonte, Calvino revela que sua escolha foi movida por uma questão de ética: “identifiquei-me com a sua tradição política e cultural. Turim tinha sido a cidade dos intelectuais antifascistas, que atraíram aquela parte de mim que era fascinada por um certo rigor protestante2” (CALVINO, 2009, p. 76). A escolha por Turim e pela editora de Giulio Einaudi permitiram a Italo Calvino muitos frutos na área da literatura e da editoria. É bem provável que o próprio escritor não tivesse tantas expectativas a ponto de prever que se tornaria um dos literatos mais estudados não apenas na Itália, mas em muitos outros países. Sendo assim, para já contextualizarmos o nosso leitor sobre as considerações que se aproximam, enfatizamos que muitas de nossas leituras se tornaram imprescindíveis para a realização desta pesquisa, especialmente as que foram adquiridas durante os nossos estudos na Itália e são elas: Storia dell’editoria letteraria in Italia. 1945-2003 (2004), de Gian Carlo Ferretti; Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi (2009), de Roberto Cicala e Velania La Mendola; Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano (2015), de Paolo Soddu; I migliori anni della nostra vita (2016), de Ernesto Ferrero; Letterati editori. Attività editoriale e modelli letterari nel Novecento (2017), de Alberto Cadioli; Colloquio con Giulio Einaudi (2018), de Severino Cesari. A tese foi dividida em três capítulos. No primeiro, intitulado “ ‘Giulio Einaudi, editore’: sedes editoriais e a explosão da Segunda Grande Guerra”, tentamos traçar um percurso cronológico da história da Casa que também foi responsável por atuar contra o governo fascista de Benito Mussolini (1883-1945) e promover diálogos políticos entre os que lutaram contra o regime ditatorial. Criada por Giulio Einaudi e administrada por um seleto grupo de intelectuais, a editora foi responsável pela promoção de vários escritores, o que possibilitou o enriquecimento da cultura literária italiana no segundo pós-guerra. Foi através de suas séries, livros e revistas que a Einaudi participou efetivamente do cenário literário italiano. Apesar de ter sido inaugurada em 1933, a editora só conseguiu empreender com mais liberdade depois do fim da guerra. A partir de 1945, a Casa tornou-se 2 mi identificavo con la sua tradizione politica e culturale. Torino era stata la città degli intellettuali amtifascisti, cosa che attraeva quella parte di me che subiva il fascino di un certo rigore protestante (CALVINO, 2009, p. 76). (Todas as traduções do italiano para o português presentes nesta dissertação são de minha autoria, exceto indicação em contrário). 17 ainda mais conhecida por suas experimentações. O “Laboratório Einaudi”, como ficou conhecido, tinha como intuito produzir obras que tivessem como características o trabalho com pesquisas e experimentações, além de promover um ambiente multidisciplinar que possibilitaria a troca de ideias e saberes entre os seus funcionários. De acordo com o próprio fundador Einaudi: “A nossa casa editorial sempre foi não apenas um centro de coleta, mas um centro de propulsão de ideias, uma central de propostas. Se um editor só está atento a escolher o melhor que chega, renuncia à sua verdadeira função3” (EINAUDI, 2001, p. 94). Muitos foram os empreendimentos da editora na área da publicação e eles serão comentados com mais atenção no primeiro capítulo deste trabalho. Mas para já adiantarmos algumas de suas principais atividades, citamos: a série Narratori contemporanei (1947), com romances e contos de autores contemporâneos e estrangeiros, tais como Cesare Pavese, Natalia Ginzburg (1916-1991), Silvio Micheli (1911-1990), Ernest Hemingway (1899-1961) e Raymond Queneau (1903-1976); a Narratori stranieri tradotti (1938-1962), com a publicação de textos clássicos de Johann Wolfgang Goethe (1749-1832), Jonathan Swift (1667-1745) e Franz Kafka (1883-1924), por exemplo, que foram traduzidos para a língua italiana; a Saggi (1937), que tratava de questões diversificadas como política, literatura e arte, com textos de Augusto Monti (1881-1966), Carlo Levi (1902-1975), Angelo Maria Ripellino (1923-1978), Paolo Fossati (1938-1998), Franco Venturi (1914-1994), dentre outros e a I coralli (1947- 1976), uma de suas séries mais expressivas, que privilegiou nos primeiros anos de seu funcionamento escritores einaudianos, como os autores-consultores Cesare Pavese, Natalia Ginzburg e Italo Calvino. A série, entretanto, não deixou de ser responsável também pela publicação de livros, como La nausea (1952), de Jean-Paul Sartre e Cane e padrone (1953), de Thomas Mann. De suas revistas mais conhecidas, aproveitamos para citar Il Politecnico (1945-1947) e Il Menabò (1959-1966). A primeira foi dirigida por Elio Vittorini (1908-1966) e visava divulgações populares e antiacadêmicas, abordando questões sociais e a própria cultura. Para se ter uma ideia da reputação deste projeto, mencionamos alguns de seus colaboradores: Italo Calvino, Natalia Ginzburg, Vasco Pratolini (1913-1991), Oreste Del Buono (1923-2003), Eugenio Montale (1896-1981), Giovanni Testori (1923-1993) e Alfonso Gatto (1909-1976). A revista Il Menabò, de direção de Elio Vittorini e Italo Calvino, fez sucesso ao acolher produções que tratavam da industrialização ou assuntos que permeavam o espaço das fábricas, como o 3 La nostra casa editrice è sempre stata non solo un centro di raccolta ma un centro di propulsione di idee, una centrale di proposte. Se un editore è solo attento a scegliere il meglio che arriva, rinuncia alla sua vera funzione (EINAUDI, 2001, p. 94). 18 consumismo e as condições desumanas de trabalho. Escritores como Pietro Citati (1930-2022), Raffaele Crovi (1934-2007), Hans Magnus Enzensberger (1929-2022), Carlo Emilio Gadda (1893-1973), Giorgio Maganelli (1922-1990), Ottiero Ottieri (1924-2022), Edoardo Sanguineti (1930-2010) foram publicados pelo periódico. Registrada com o nome Giulio Einaudi, Editore, a Casa tinha a preocupação de contribuir para a cultura da Itália através de seus debates políticos e culturais. A editora teve como compromisso investir no campo de periódicos e na diversificação de seus temas e formas jornalísticas, como a produção de enciclopédias e séries de alto nível. Segundo Ernesto Ferrero (2016, p. 11), o sonho de Einaudi era ver livros da “cegonha” sendo comentados por mais de vinte, trinta anos após seu lançamento: “Se levantava todas as manhãs com a mesma ideia: encontrar homens e livros capazes de modificar a sua e a nossa percepção do mundo4” (FERRERO, 2016, p. 11). Política e arte sempre foram temas e assuntos constantes na vida de Giulio Einaudi. E o seu trabalho na editora só reforçou a união destas esferas, o que evidencia, de fato, a preocupação do editor em se conectar com a sociedade italiana de seu tempo. Outro aspecto interessante é que, dentro deste contexto, seus funcionários tinham total liberdade de opinar e apresentar suas ideias, contribuindo ainda na difusão de suas publicações. Muitos foram os gêneros textuais acolhidos pela editora, como poesias, tratados científicos e políticos, contos e romances. E esta preocupação em abranger todos os tipos de produção artística fez com que sua Casa sobrevivesse ao período do fascismo e aos desastres da Segunda Guerra Mundial. Apesar de ser forçada a se deslocar várias vezes por conta dos desastres e bombardeamentos da guerra que até chegou a destruir uma de suas sedes (a da antiga rua Gioda, atual rua Giolitti), a editora não se abalou e seguiu com seus propósitos apesar das dificuldades. Nem mesmo as crises financeiras impediram Einaudi de insistir na continuidade de seu projeto. No segundo capítulo, intitulado “Considerações da crítica e editoria de Italo Calvino: ensaios, manuscritos e correspondências”, tivemos como intenção abordar o perfil crítico do escritor italiano que, ao amparar-se na escrita epistolar, deu muitíssimos pareceres de leituras ao longo da vida. Solicitado e respeitado entre os autores da época, Calvino não só aprimorou sua capacidade como leitor, mas se aprofundou no exercício crítico de sua profissão, julgando, corrigindo e selecionando textos para publicação. 4 Si alzava ogni mattina con la stessa idea: trovare uomini e libri capaci di modificare la sua e nostra percezione del mondo (FERRERO, 2016, p. 11). 19 O grupo de colaboradores de Einaudi constituiu um grande grupo de "editores literários", expressão consolidada nos últimos anos para indicar um aspecto fundamental da cultura literária italiana do século XX: a participação direta dos hommes de lettres nos processos de produção editorial. Entre os colaboradores de Einaudi podemos identificar Cesare Pavese, Elio Vittorini, Italo Calvino, Natalia Ginzburg, Franco Lucentini, Carlo Fruttero e muitos outros. Suas opiniões de leitura devem, portanto, ser lidas não como meros documentos de trabalho, mas como exemplos da mais alta metaliteratura, onde algumas das figuras-chave da história literária do século XX italiano julgam as provas narrativas de outros escritores ou aspirantes a tal, enquanto são confrontados, inevitavelmente, com sua própria poética e ideia de literatura.5 (ANTONIETTI, 2021, n.p, grifo original) A importância das cartas de I libri degli altri (2022) está justamente no fato de preservar julgamentos e considerações de leitura de um dos principais editores da Einaudi. Foi por meio da avaliação de manuscritos que Calvino compartilhou de seus conhecimentos, de suas experiências, promovendo nos autores o entendimento de que para escrever bem é necessário, antes de tudo, ler. Deste ponto de vista, as cartas editoriais [...] podem ser lidas como uma reflexão contínua de poética, ora entremeada por apreciações críticas, outras vezes empenhada em delinear, de forma totalmente inconsciente, letra após letra, observação após observação, um breve curso de escrita criativa.6 (CADIOLI, 2017, p. 255) Quando nos aprofundamos na leitura destas correspondências, vamos também conhecendo muitas das obras produzidas na época e seus respectivos autores. Para muitos destes, o parecer de Calvino foi imprescindível para o futuro de suas produções, até porque o editor corrigia e propunha mudanças radicais na forma ou no conteúdo de muitas delas. “[...] a carta, vista como reservatório de testemunhos da invenção literária, erige-se como ‘arquivo da criação’, ou ‘diário da obra’ [...]” (MORAES, 2010). Por isso, para esta etapa de nosso trabalho, consideramos também de grande importância abordar, mesmo que brevemente, questões relacionadas ao estudo da crítica genética. Ao entendermos que a investigação sobre a gênese de uma obra leva em consideração o uso de 5 Il gruppo di collaboratori di Einaudi costituiva una folta schiera di “letterati editori”, espressione consolidatasi negli ultimi anni per indicare un fondamentale aspetto della cultura letteraria italiana del Novecento: la diretta partecipazione degli hommes de lettres ai processi produttivi dell’attività editoriale. Limitandoci all’immediato dopoguerra, tra i collaboratori a vario titolo di Einaudi possiamo individuare Cesare Pavese, Elio Vittorini, Italo Calvino, Natalia Ginzburg, Franco Lucentini, Carlo Fruttero e molti altri. I pareri di lettura da loro redatti debbono essere dunque letti non come semplici documenti di lavoro, ma come esempi della più alta metaletteratura, dove alcune tra le figure chiave della storia letteraria del Novecento italiano giudicano le prove narrative di altri scrittori o aspiranti tali, mentre si confrontano, inevitabilmente, anche con la propria poetica e idea di letteratura (ANTONIETTI, 2021, n.p). 6 Da questo punto di vista le lettere editoriali [...] si possono leggere come una continua riflessione di poetica, a volte intrecciata con valutazioni critiche, altre volte impegnata a delineare, del tutto inconsapevomente, lettera dopo lettera, osservazione dopo osservazione, un breve corso di scrittura creativa (CADIOLI, 2017, p. 255). 20 outros instrumentos pelo autor, como anotações, rascunhos, diários e a própria carta, no momento em que está compondo seu texto, somos levados a considerar o fato de que, certamente, muitos dos comentários de Italo Calvino interferiram na construção ou correção de muitos dos manuscritos analisados. Por fim, no último capítulo, “Cartas: a influência de Italo Calvino na editoria einaudiana”, está concentrada a apresentação e os comentários de algumas das correspondências selecionadas de I libri degli altri (2022). Ao investigarmos a maneira como Calvino analisava os esboços textuais, temos a compreensão de que suas opiniões eram refletidas na formação das séries e revistas da editora. Para melhor abordarmos a influência do editor no fazer literário do segundo pós-guerra, optamos por organizar nosso terceiro capítulo levando em consideração o destino que os manuscritos obtiveram depois de serem examinados pelo einaudiano. Além disso, no subtítulo “A participação do feminino no Novecento italiano”, sentimos a necessidade de informar o leitor sobre a participação de escritoras, jornalistas e tradutoras no contexto literário do século XX, apesar de que as correspondências de Calvino para o grupo feminino representem pouco menos de 14% de toda a coletânea epistolar. A literatura italiana, que sempre foi dominada por figuras masculinas, também foi constituída por produções femininas no século passado, por isso a história literária ainda busca ressaltar com ênfase a participação de escritoras no panorama literário italiano. Apesar das poucas pesquisas no campo da literatura feminina na Itália, acreditamos que ainda há muito material para ser explorado. Por isso, optamos por tratar da escrita feminina em um único subtítulo, para também destacar o seu fazer literário. Por fim, esclarecemos que ao final desta tese anexamos um quadro de resumos de todas as correspondências utilizadas ao longo desta explanação, além de recuperarmos cartas e registros aos quais tivemos acesso durante nossas pesquisas em Turim e em Pavia e que foram citados por nós ao longo de nossos capítulos. Ressaltamos que a permissão de uso destes documentos para citação nos foi concedida pelo gentilíssimo diretor Walter Barberis, com o acordo de não transcrevermos integralmente os trechos selecionados nem fazer uso de fotocópias. A ele, a nossa mais profunda gratidão. 204 CONSIDERAÇÕES FINAIS Italo Calvino foi um dos escritores mais importantes do século passado na Itália e continua sendo um dos intelectuais mais estudados no mundo. Sua influência foi tão expressiva na Literatura que seus trabalhos estão em constante discussão. Mas como temos pretendido destacar desde o início deste trabalho, ele foi imprescindível também na formação literária do século XX, justamente por sua contribuição editorial na casa Einaudi. Formada por um grupo célebre de literatos e intelectuais, a editora fundada por Giulio Einaudi e Leone Ginzburg foi de grande relevância no segundo pós-guerra na Itália, tanto por conta de sua atuação civil quanto cultural: além de promover livros de qualidade, a empresa atuou fortemente contra o regime autoritário de Mussolini por meio de ideias, produções e até mesmo quando funcionários seus lutaram durante a Resistência. Foi na cidade de Turim que a editora construiu sua história, e com o apoio de literatos formados por um de seus colégios, lutou pela democracia política e literária, buscando atender aos mais variados tipos de leitores por meio de suas publicações. Muitas pequenas editoras atuaram no século XX com argumentos relativos à própria cidade de atuação ou de sua região; a maioria criada com financiamentos familiares. O pico de ascensão das pequenas casas editoriais, no entanto, se deu entre 1975 e 1977 com o aparecimento da Il Melangolo, em Gênova (1976); da Pratiche, em Parma (1976) e das editoras Pironte (1975) e Bibliopolis (1976) na cidade de Nápoles. Nem todas, entretanto, são lembradas com frequência ou, até nos arriscamos a dizer, que muitas delas são desconhecidas pela maioria das pessoas, estudiosas ou não. Preocupado em contribuir para a cultura de seu país, Giulio Einaudi, o “artesão do livro”, não visava apenas o lucro de sua empresa, mas era totalmente responsável por cada volume publicado, já que não permitia que textos de valores passageiros fossem lançados por sua editora. Desde o início de seus trabalhos pela Einaudi, o editor esteve comprometido com o cenário cultural e político da Itália, assim como sabia que não enriqueceria com seu projeto. Sim, os lucros importavam para que pudesse manter sua Casa, mas o primordial para ele era que seu laboratório não perdesse o reconhecimento como centro de promoção cultural. Tido como um dos principais editores do século XX, assim como Arnoldo Mondadori e Giangiacomo Feltrinelli, Giulio Einaudi não portava, entretanto, grandes habilidades administrativas. É claro que isso não diminui seu prestígio e importância no ramo da editoria, pois foram inúmeras as tentativas de promoção e investimento no campo dos periódicos, dos textos jornalísticos e das séries de alto nível. Mas o que nos impressiona é sua capacidade de 205 sempre olhar para o futuro, apesar das incertezas e dificuldades pelas quais passou, principalmente no âmbito econômico. Einaudi não pensou em desistir, apesar dos problemas, pois a editora era sua vida e mesmo depois das crises e do sistema de ações, viu prevalecer entre os acionistas o caráter democrático, o que permitiu à editora continuar com seu projeto inicial, sempre coerente com a sua identidade. Ao lado dos “cérebros mais vivos de Turim”, Giulio Einaudi realizou o seu maior empreendimento. Foi com o apoio de literatos, consultores e redatores competentes e comprometidos com a cultura literária e editorial do Novecento que, atualmente, ele é relembrado por sua capacidade de unir, em um único espaço, os colaboradores mais respeitados da época, como Cesare Pavese, Leone e Natalia Ginzburg, Carlo Fruttero, Elio Vittorini e, dentre tantos outros, Italo Calvino. Foi na exímia casa Einaudi que o autor de Il sentiero dei nidi di ragno (1947) estreou sua carreira, tendo recebido desde o início o apoio incondicional de Cesare Pavese. O escritor que, em início de carreira, já divagava pelos arredores da redação de Il Politecnico em Milão, foi acolhido por Giulio Einaudi e, ao conquistar sua confiança, foi assumindo diferentes cargos ao longo dos anos. Apesar de ter escrito livros de narrativa e de teoria literária, seu serviço pela editora era composto por várias atividades em favor da publicação de livros de outros autores. Leitor assíduo e profissional, Italo Calvino leu, analisou e opinou sobre os mais variados textos que recebeu em seu escritório, sempre com compromisso e seriedade, respeitando o tão desejado sonho de publicação de todos os seus correspondentes. Os pareceres de leitura que estão preservados pela Casa Einaudi e que aos poucos estão sendo publicados nos dão a dimensão de como ele estava conectado diretamente com o fazer literário de sua época. Os respectivos documentos históricos, que se revelam como arquivos de memória deste exercício editorial, nos permitem conhecer mais de perto a história literária italiana do século passado, principalmente no que se refere à participação e contribuição da editora Einaudi. Editor e conselheiro, Calvino tornou-se íntimo de autores e artistas ao escrever correspondências editoriais sobre suas considerações acerca dos manuscritos lidos. Como exemplos de metaliteratura, as cartas trazem opiniões, correções e propostas para uma escrita de mais alto nível, considerações capazes de promover nos autores-correspondentes o confronto com sua própria criação literária. Para ele, a escrita deveria ser a prioridade de um escritor que não pode exercer outras atividades enquanto cria. Italo Calvino foi um escritor versátil, como vimos, passou por várias fases em sua relação com a escrita, pois sempre buscou significar o mundo caótico e múltiplo no qual vivia de maneira única e singular. Para ele, os escritores deveriam considerar os fatos de sua 206 realidade, ter consciência civil e moral, refletir sobre política e literatura, pois ambas permitiriam refletir sobre o próprio indivíduo. O trabalho de Italo Calvino sempre foi diversificado. E em todas as suas atividades, uma tentativa de refletir sobre a literatura, a cultura, o indivíduo e os problemas da sociedade contemporânea. Ele visava, em cada ação, extrair da realidade suas considerações, pois era a partir da relação entre homem e ambiente que tudo se transformava. Tal pressuposto era verdadeiro também com relação aos exemplos/mestres que tinha no âmbito literário. O trabalho e a habilidade durante a escrita eram de suma importância para o editor, pois a literatura, segundo ele, nascia da dificuldade. Para alcançar a finesse literária, era preciso esforço e, muitas das vezes, seu principal conselho era de que os autores lessem mais, para que pudessem enriquecer sua biblioteca pessoal, para então, reconhecer a partir dela sua própria maneira de escrever. Calvino era rigoroso em suas avaliações como era rigoroso consigo mesmo em suas produções e não descuidava dos detalhes: reparava em termos repetidos, em palavras que teriam sido utilizadas de maneira errônea, não concordava com o uso excessivo de adjetivos e condenava expressões genéricas. Ainda assim, foi um dos editores mais solicitados para dar pareceres sobre manuscritos na época, tanto a pedido dos próprios autores quanto por exigência da própria comissão editorial da Einaudi. O redator sabia de sua responsabilidade e da capacidade de provocar em seus correspondentes sentimentos de alegria ou ódio. Mas trabalhar na editoria era algo de muito valor para o intelectual porque lhe permitia manter relações com o indivíduo e com sua própria cultura, até mesmo agindo sobre ela. As cartas que selecionamos para comentar neste trabalho nos dão uma ideia do quão importante era para Calvino a análise de manuscritos. Não lhe interessava apenas a sua escrita pessoal, mas a de seus contemporâneos. A impressão que temos, quando lemos suas correspondências, é de que a prática de leitura dos textos era muito mais que uma obrigação, uma tarefa árdua a ser cumprida como parte de suas atribuições como funcionário editorial. O ato de ler, para o redator, era prazeroso, quase como um ritual sagrado. Italo Calvino foi um trabalhador incansável na área da literatura e ao reconhecer-se em um ambiente que se movimentava em favor de um serviço público, o da editoria, ele acabou tornando-se referência de uma das principais casas editoriais do século XX, pois com humildade foi aprendendo com os ensinamentos dos grandes mestres Cesare Pavese, Elio Vittorini e Giulio Einaudi. A confiança e o respeito adquiridos por Calvino dentro da Einaudi só reiteram sua notoriedade no contexto de seu trabalho com a literatura. E pudemos acompanhar um pouco de 207 seu compromisso editorial sendo revelado por meio dos diálogos inseridos em I libri degli altri (2022): nos julgamentos de leitura; nos conselhos editoriais; no relato do frenesi que envolvia a produção literária naquele momento, ocasionado pelo ritmo da industrialização; nas recusas de convite para entrevistas e programas de televisão. Esse percurso trilhado e significado pelas linhas epistolares representa a maturação intelectual de Calvino, como redator, editor, consultor editorial, pois tornou-se responsável por determinar a sorte de muitas das obras que preenchiam os espaços de seu escritório. Sua voz era imprescindível para o sim e para não. Sua influência foi exercida por meio de suas leituras, opiniões e debates realizados entre seus companheiros de editora, o que refletiu diretamente na formação do riquíssimo catálogo einaudiano. A Einaudi que, ao promover e valorizar uma relação quase que familiar entre seus funcionários, formou um grupo coletivo excepcional, uma oficina cultural capaz de ultrapassar as fronteiras de seu país de origem. As atividades da editora sempre foram múltiplas no quesito publicação, os mais diversos gêneros textuais e narrativos tiveram espaço nas páginas de suas produções, trabalho que inclui também obras estrangeiras. No “Verbale della riunione editoriale del 20/02/52346”, por exemplo, com a participação de Norberto Bobbio, Giulio Bollati, Italo Calvino, Luciano Foà, Bruno Fonzi, Paolo Boringhieri, Renato Solmi, Sereni, Natalia Ginzburg, Massimo Mila e Giulio Einaudi, temos uma nota em que revela o lamento deste último com relação à ausência de propostas literárias no campo da narrativa estrangeira contemporânea naquele momento. Ainda assim, alguns textos, que estão em processo de tradução, são citados, dentre eles o Jubiabá, de Jorge Amado. A tradução teria sido entregue por Dario Puccini, o responsável pela tradução ao lado de Elio Califano. Na ocasião, Natalia Ginzburg teria indicado que a obra fosse publicada na Coralli, tendo em vista seu valor literário. O livro foi publicado pela editora em 1952, na referida série. Escritores como Mário de Andrade (Io sono trecento, 1973, pela Collezione di poesia) e Oswald de Andrade (Serafino Ponte Grande, 1976, pela Coralli) também foram traduzidos e publicados pela Einaudi. Sendo assim, para finalizarmos nossas considerações, entendemos que a história de Italo Calvino se mistura à história da editora de Giulio Einaudi, assim como o percurso desta se constitui também com o serviço e a colaboração de um de seus principais funcionários. Assim como Leone Ginzburg, Felice Balbo, Cesare Pavese, Elio Vittorini, Natalia Ginzburg, Italo Calvino fez parte do chamado “Laboratório Einaudi”, um espaço multidisciplinar, orientado por experimentação e pela troca de saberes entre os colaboradores mais célebres da época. 346 Documento conservado pelo Archivio storico Giulio Einaudi editore. Verbali editoriali, cart. 2, fasc. 76. 208 Sabemos que há muito o que ser explorado sobre a participação do intelectual italiano na formação literária do Novecento. Nossas expectativas é que muitas outras pesquisas sejam realizadas e que testemunhos importantes cheguem a nós, estudiosos e pesquisadores de Calvino e de literatura italiana, para que nosso olhar seja ampliado também no que se refere ao serviço prestado por ele na editoria italiana do século XX. 209 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTONIETTI, Laura. “Una lettrice formidabile”: Natalia Ginzburg e la casa editrice Einaudi. In: OpenEdition Journals. 2021. Disponível em: . Acesso em: 31 dez. 2021. ARBER, Solange. Un roman ” linguistique ”? Le Nouveau Roman à la lumière de ses traductions allemandes. ELIS - Echanges de linguistique en Sorbonne, Université Paris Sorbonne. 2016. Disponível em: . Acesso em: 26 abr. 2021. ARMANNI, Vittore. L’accordo commerciale Einaudi-Mondadori: egemonia o mercato? In: SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. p. 247-260. BARANELLI, Luca. Il lavoro editoriale di Italo Calvino. L’ospite ingrato. Rivista Online del Centro Interdipartimentale di Ricerca Franco Fortini, 2019. Disponível em: . Acesso em: 28 jan. 2021. BARANELLI, Luca; CIAFALONI, Francesco. Una stanza all’Einaudi. A cura di Alberto Saibene. Macerata: Quodlibet, 2013 BARROS, José D’Assunção. História e memória – uma relação na confluência entre tempo e espaço. MOUSEION, vol. 3, n.5, Jan-Jul/2009. BERMANI, Cesare. Giovanni Pirelli: um autentico rivoluzionario. Istituto Ernesto de Martino. 2008. Disponível em: . Acesso em: 26 fev. 2021. BERTONE, Giorgio. Italo Calvino. Il castello della scrittura. Torino: Giulio Einaudi editore, 1994. BO, Carlo. In: Lalla Romano. Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2023. BOLINO, Francesca. Guido Davico Bonino: “Dall’Einaudi allo Stabile, la mia vita tra letteratura e teatro”. la Reppublica, 2021. Disponível em: . Acesso em 28 mar. 2023. BORGATO, Renata. Laura Conti. enciclopediedelledonne.it. Disponível em: . Acesso em: 24 abr. 2023. BOZZI, Ida. I grandi traducono i grandi. Corriere della sera. Disponível em: . Acesso em: 13 mai. 2021. BRAZ, Beatriz D’Angelo. Memória, ficção e imperialismo em Uma barragem contra o pacífico, de Marguerite Duras. In: Revista Ecos, v. 22, 2017. https://journals.openedition.org/cei/8590 https://lettres.sorbonne-universite.fr/sites/default/files/media/2020-01/elis_4-1-_2016_arber.pdf https://lettres.sorbonne-universite.fr/sites/default/files/media/2020-01/elis_4-1-_2016_arber.pdf https://www.ospiteingrato.unisi.it/il-lavoro-editorialedi-italo-calvinoluca-baranelli/ https://www.iedm.it/istituto/giovanni-pirelli-un-autentico-rivoluzionario/#a16 https://www.iedm.it/istituto/giovanni-pirelli-un-autentico-rivoluzionario/#a16 http://www.lallaromano.it/index2.php?it/150/tetto-murato https://torino.repubblica.it/cronaca/2021/04/10/news/guido_davido_bonino_dall_einaudi_allo_stabile_la_vita_vita_tra_letteratura_e_teatro_-295767043/ https://torino.repubblica.it/cronaca/2021/04/10/news/guido_davido_bonino_dall_einaudi_allo_stabile_la_vita_vita_tra_letteratura_e_teatro_-295767043/ http://www.enciclopediadelledonne.it/biografie/laura-conti/ https://www.corriere.it/19_giugno_18/scrittori-tradotti-da-scrittori-collana-edicola-corriere-della-sera-2729a07e-91eb-11e9-81ea-34a7d4819417.shtml https://www.corriere.it/19_giugno_18/scrittori-tradotti-da-scrittori-collana-edicola-corriere-della-sera-2729a07e-91eb-11e9-81ea-34a7d4819417.shtml 210 BRIOSI, Sandro. Letteratura italiana del novecento. Milano: Edizioni A.P.E. Mursia, 1999. BUFACCHI, Emanuela. Elena Croce e “Lo Spettatore Italiano”. L’Acropoli. Disponível em: . Acesso em: 04 fev. 2022. CABRAL, Eunice. Nouveau Roman. E-Dicionário de Termos Literários. 2009. Disponível em: < https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/nouveau-roman>. Acesso em: 09 mar. 2022. CADIOLI, Alberto. Letterati editori. Attività editoriale e modelli letterari nel Novecento. Milano: Il Saggiatore, 2017. CALVINO, Italo. Assunto encerrado: Discursos sobre literatura e sociedade. Trad. Roberta Barni. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. ____. A trilha dos ninhos de aranha. Trad. Roberta Barni. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. ____. Eremita em Paris – Páginas autobiográficas. Trad. Roberta Barni. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. ____. È morto Fortunato Seminara. la Repubblica, 1984. Disponível em: . Acesso em: 02 mar. 2021. ____. I libri degli altri: lettere 1945-1981. A cura di Giovanni Tesio. Nota di Carlo Fruttero. Nota al testo di Giovanni Tesio. Torino: Einaudi, 1991. ____. I libri degli altri: lettere 1945-1981. A cura di Giovanni Tesio. Nota di Carlo Fruttero. Nota al testo di Giovanni Tesio. Milano: Mondadori, 2022. ____. Mundo escrito e mundo não escrito. Artigos, conferências e entrevistas. Trad. Maurício Santana Dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. ____. Porque ler os clássicos. Tradução de Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. ____. Seis propostas para o próximo milênio. Trad. Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. ____. Sono nato in America. Milano: Oscar Moderni, 2022a. CAPPELLINI, Sara. La collana “Universale” di Einaudi. Nascita e storia. Uno, nessuno e centomila libri. Disponível em: . Acesso em: 11 mai. 2021. CAVALLI, Silvia. “I gettoni” di Elio Vittorini tra sperimento e memoria. In: Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009, p. 505-516. http://lacropoli.eu/articolo.php?nid=298#nota* https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/nouveau-roman https://unonessunocentomilalibri.wordpress.com/2014/12/21/la-collana-universale-di-einaudi-nascita-e-storia/ https://unonessunocentomilalibri.wordpress.com/2014/12/21/la-collana-universale-di-einaudi-nascita-e-storia/ 211 CESARI, Severino. Colloquio con Giulio Einaudi. Giulio Einaudi editore, 2018. CHARTIER, Roger. A mão do autor e a mente do escritor. São Paulo: Ed. UNESP, 2014. ____. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. 2.ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2ª ed., 1998. CICALA, Roberto; LA MENDOLA, Velania. Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009. CORTI, Maria. Il lettore misantropo. L’indice dei libri del mese. 2019. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2021. DEBENEDETTI, Antonio. L’équipe di solisti che fondò l’Einaudi. Corriere della sera., 2009. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2021. DE GENNARO, Riccardo. La rivolta impossibile, vita di Lucio Mastronardi. Nazione Indiana. 2012. Disponível em: < https://www.nazioneindiana.com/2012/05/16/la-rivolta-impossibile- vita-di-lucio-mastronardi/>. Acesso em: 04 abr. 2023. DELL’AGNESE, Bruna. In: Lalla Romano. Disponível em: . Acesso em 28 abr. 2023. DIAZ, Brigitte. O gênero epistolar ou o pensamento nômade: formas e funções da correspondência em alguns percursos de escritores no século XIX. Tradução de Brigitte Hervot e Sandra Ferreira. São Paulo: Edusp, 2016. DI VIRGILIO, Jolanda. Riscoprire (o scoprire) Anna Maria Ortese. Il libraio. 2019. Disponível em: . Acesso em: 23 mar. 2022. EINAUDI, Giulio. Frammenti di memoria. Nottetempo, 2017. ____. Tutti i nostri mercoledì. Interviste di Paolo Di Stefano. Casagrande, 2001. ESPOSITO, Edoardo. Letteratura e riviste dopo la liberazione. In: SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. p. 219-232. FENOGLIO, Beppe. Lettere 1940-1962. A cura di Luca Bufano. Torino: Giulio Einaudi editore, 2022. FERRAZ, Bruna Fontes. “O importante é encontrar o tesouro para depois escondê-lo de novo”: jogo e aventura nos contos infantis de Italo Calvino. Polifonia, Cuiabá, vol. 28, n. 51, p. 143- 159, jul.-set., 2021. Disponível em: . Acesso em: 16 mai. 2023. https://www.lindiceonline.com/letture/il-lettore-misantropo-calvino-maria-corti/ https://www.edizioninottetempo.it/pub/media/productattach/files/4/leggi-la-recensione-d1138.pdf https://www.edizioninottetempo.it/pub/media/productattach/files/4/leggi-la-recensione-d1138.pdf https://www.nazioneindiana.com/2012/05/16/la-rivolta-impossibile-vita-di-lucio-mastronardi/ https://www.nazioneindiana.com/2012/05/16/la-rivolta-impossibile-vita-di-lucio-mastronardi/ http://www.lallaromano.it/index2.php?it/150/tetto-murato https://www.illibraio.it/news/dautore/anna-maria-ortese-1144859/ https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/13203/10068 212 FERRERO, Ernesto. I migliori anni della nostra vita. Milano: Giangiacomo Feltrinelli Editore, 2016. ____. L’altro Giulio. Bollati e ‘lo struzzo’. In: SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. p. 299-308. ____. Un luterano maestro di innesti. In: Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009b, p. 555-556. FERRETTI, Gian Carlo. EINAUDI, Giulio. Treccani. 2013. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2021. ____. L’editoria libraria tra sperimentazione e mercato. In: SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. p. 69-76. ____. Storia dell’editoria letteraria in Italia. 1945-2003. Torino: Giulio Einaudi editore, 2004. FERRETTI, Gian Carlo. IANNUZZI, Giulia. Storie di uomini e libri. L’editoria letteraria italiana attraverso le sue collane. Roma: minimum fax, 2021. FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In ____: O que é um autor? Trad. Antônio Fernando Cascais e Edmundo Cordeiro. Lisboa: Editora Vega. 1992. p.129-160. FUX, Jacques. Calvino e o Oulipo: relações matemáticas e combinatórias. In: IOZZI-KLEIN, Adriana; MOREIRA, Maria Elisa Rodrigues (Org.). Escrever também é outra coisa: ensaios sobre Italo Calvino. São Paulo: Nova Alexandria, 2013, p. 162-178. GAIDO, Francesca; PINO, Francesca. Il sostegno ininterrotto di Raffaele Mattioli alla casa editrice Eianudi. In: SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. p. 189-218. GAMBARO, Fabio. Invito a conoscere la neoavanguardia. Milano: Ugo Mursia Editore, 1993. GENETTE, Gérard. Paratextos editoriais. Trad. de Álvaro Faleiros. Cotia, São Paulo: Ateliê Editorial, 2009 (Artes do livro: 7). GINZBURG, Natalia. Léxico familiar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. GIUFFRÉ, Veronica. Cosa leggeva Italo Calvino: I libri degli altri. Flanerí. Disponível em: . Acesso em: 07 jun. 2023. GODOY, Luciana Bertini. Uma carta... um espaço entre dois. Pepsic, v. 33, n. 50, 2010. Disponível em: . Acesso em: 07 fev. 2022. GUERINI, Andréia; MOYSÉS, Tânia Mara. A Carta-Ensaio de Italo Calvino: confluências entre os gêneros epistolar e ensaístico. Fragmentos, Florianópolis, n. 36, p. 135-145, 2009. ____. Os clássicos e a tradução literária em Centopagine di Italo Calvino. Itinerários, Araraquara, n. 38. p. 89-103, 2014. Disponível em: https://www.treccani.it/enciclopedia/giulio-einaudi_(Dizionario-Biografico)/ http://lattes.cnpq.br/0856323164041063 http://lattes.cnpq.br/0856323164041063 http://www.flaneri.com/2018/10/15/cosa-leggeva-italo-calvino-2/ http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31062010000100006 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31062010000100006 213 . Acesso em: 12 mai. 2023. ____. Retratos de escritores nas cartas de Italo Calvino: Vittorini, Pavese, Morante. Anuário de Literatura, Florianópolis, v. 20, n. Esp 1, p. 32-50, 2015. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2021. HERVOT, Brigitte Monique. O eu epistolar de Guy de Maupassant. 2007. Tese (Doutorado em Literatura Francesa) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Assis. HOISEL, Evelina. Teoria, crítica e criação literária: o escritor e seus múltiplos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019. HORTA, Nicole Marinho; DIAS, Débora de Almeida; CORDEIRO, Luciana Coutinho. Cartas: um acervo de memória afetiva e histórica e a importância de sua preservação. In: Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, v. 8, n. 1, 2018. Disponível em: . Acesso em: 03 fev. 2022. IOZZI-KLEIN, Adriana; MOREIRA, Maria Elisa Rodrigues (Org.). Escrever também é outra coisa: ensaios sobre Italo Calvino. São Paulo: Nova Alexandria, 2013. IOZZI-KLEIN, Adriana. Breve ensaio sobre o ensaio de Italo Cavino. In: IOZZI-KLEIN, Adriana; MOREIRA, Maria Elisa Rodrigues (Org.). Escrever também é outra coisa: ensaios sobre Italo Calvino. São Paulo: Nova Alexandria, 2013, p. 05-10. LA MENDOLA, Velania. La felicità di fare editoria di cultura: 75 anni di libri. In: Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009a, p. 03-30. ____. “Scrittori tradotti da scrittori”: figlia della crise, iperbole dello stile Einaudi. In: Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009b, p. 517-545. LUCIANI, Luciano. Silvio Micheli, lo scrittore e l’uomo. Lucca in Diretta. 2018. Disponível em: . Acesso em: 27 mar. 2021. MALATIAN, Teresa. Narrador, registro e arquivo. In: PINSKY, Carla Bassanezi; LUCA. Tania Regina de. O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2017. MANACORDA, Giuliano. Storia della letteratura italiana contemporanea (1940-1975). Roma: Editori Riuniti, 1981. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MARTINO, Michele. Calvino editor e ufficio stampa Dal Notiziario Einaudi ai Centopagine. Oblique Studio, 2012. Acesso em: https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/7216/5140 https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2015v20nesp1p32/29214 https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2015v20nesp1p32/29214 https://periodicos.ufmg.br/index.php/moci/article/view/17036/13806 http://lattes.cnpq.br/0856323164041063 http://lattes.cnpq.br/0856323164041063 http://lattes.cnpq.br/0856323164041063 http://lattes.cnpq.br/0856323164041063 https://www.luccaindiretta.it/minima-lucensia/2018/08/22/silvio-micheli-lo-scrittore-e-luomo/125579/ https://www.luccaindiretta.it/minima-lucensia/2018/08/22/silvio-micheli-lo-scrittore-e-luomo/125579/ 214 . Acesso em: 18 mai. 2021. MECUCCI, Gabriella. Memorie di uno “Struzzo”. La cultura italiana ha celebrato cent’anni dalla nascita di Giulio Einaudi: ecco come. Disponível em: . Acesso em: 20 junh. 2021. MINOIA, Carlo. Dal “Politecnico” ai “Gettoni”: Vittorini e la “Poetica del raccontato”. In: SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. p. 233-243. MONASTA, Attilio. Antonio Gramsci. Fundação Joaquim Nabuco/Ed. Massangana: Recife, 2010. MORAES, Marcos Antonio. Epistolografia e crítica genética. Ciência e Cultura, vol. 59, nº.1, 2007a. Disponível em: . Acesso em: 12 fev. 2022. ____. Epistolografia machadiana. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, n. 69, 2010, p. 417- 424. ____. Me escreva tão logo possa. Antologia da carta no Brasil. São Paulo: Salamandra, 2005. ____. Orgulho de jamais aconselhar: a epistolografia de Mário de Andrade. São Paulo: Edusp/Fapesp, 2007b. MOREIRA, Maria Elisa Rodrigues. Saber narrativo – Proposta para uma leitura de Italo Calvino. 2007. Dissertação (Mestrado em Letras: Estudos Literários) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. MOREIRA, Maria Elisa Rodrigues; FERRAZ, Bruna Fontes. Italo Calvino e a literatura em jogo: reflexões sobre o processo criativo calviniano. Nau Literária (UFRGS), v. 10, p. 76-88, 2014. MOYSÉS, Tânia Mara. Lettere e i libri degli altri: lições de literatura na biografia intelectual de Italo Calvino. 2010. Tese (Doutorado em Literatura) – Centro de Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. NOVARO, Federico. Vittorini e i Gettoni Einaudi. FN Editoria. 2014. Disponível em: . Acesso em: 21 mar. 2022. ORLANDI, Elisabetta. Oltre il limite. Contrainte e tensione creativa. Verona: Aemme edizione, 2008. PACE, Enrico. Silvio Micheli, lo scrittore e l’uomo. Lucca in Diretta. 2018. Disponível em: . Acesso em: 24 abr. 2023. http://www.oblique.it/images/formazione/dispense/calvino-editor-ufficiostampa.pdf https://www.edizioninottetempo.it/pub/media/productattach/files/8/leggi-la-recensione-d1133.pdf https://www.edizioninottetempo.it/pub/media/productattach/files/8/leggi-la-recensione-d1133.pdf http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252007000100015 http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252007000100015 https://federiconovaro.eu/vittorini-gettoni-einaudi/ https://www.luccaindiretta.it/minima-lucensia/2018/08/22/silvio-micheli-lo-scrittore-e-luomo/125579/ https://www.luccaindiretta.it/minima-lucensia/2018/08/22/silvio-micheli-lo-scrittore-e-luomo/125579/ 215 PAVESE, Claudio. Il periodo del commissariamento della casa editrice Einaudi (1943-1945). In: SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. p. 141-188. PERRONE-MOISÉS, Leyla. Altas literaturas. Escolha e valor na obra crítica de escritores modernos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. PETERLE, Patricia. Literatura e política: forma de vida ou forma-de-vida?. Literatura e autoritarismo. Forças de opressão e estratégias de resistência na cultura contemporânea. 2012. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2017. PETRILLO, Eugenia. Italo Calino ed Elsa De Giorgi: l’itinerario di un carteggio. 2014/2015. Tesi di Laurea. Università degli Studi di Padova. PFLUG, Maia. Natalia Ginzburg: Uma biografia. Milano: Baldini Castoldi Dalai editore, 2004. PINO, Claudia Amigo. Crítica genética: o que interpretar? Revista do Programa de Pós- Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo, v. 10, n. 2, p. 259-273, 2014. Disponível em: . Acesso em: 14 jul. 2022. PINTO, Júlio Pimentel. Crimes do texto, crimes verdadeiros: a máfia na voz de Leonardo Sciascia. In: Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 37, nº 74, 2017. RAMOS, Juliana. O ensaísmo presente em "Se um viajante numa noite de inverno", de Italo Calvino: uma teoria da leitura em um romance metaliterário. Anuário de Literatura, v. 20, n. 2, p. 156–169, 2015. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2023. RIBATTI, Domenico. Calvino e l’Einaudi. Bari: Stilo Editore, 2009. ROMEO, Ilaria. C’era una volta l’Unità di Gramsci. Collettiva. 2020. Disponível em: . Acesso em: 28 jan. 2021. RUBERTO, Antonello. Elsa Morante: biografia, stile e analisi delle opere. Studenti. Disponível em: . Acesso em: 17 jan. 2022. SALLES, Cecília Almeida. Crítica genética: uma introdução, fundamentos dos estudos genéticos sobre os manuscritos literários. São Paulo: EDUC, 2000. ____. Manuscrito e escrita. In: SÜSSEKIND, Flora; DIAS, Tânia. A historiografia literária e as técnicas de escrita. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa: Vieira e Lent, 2004. SANTOS, Anne Caroline de Morais. O contraponto existencial entre Leonardo Sciascia e suas personagens Candido e Calogero. In: Revista Entrelaces, v. 9, nº 21, 2020. http://w3.ufsm.br/grpesqla/revista/dossie09/RevLitAut_art08.pdf http://seer.upf.br/index.php/rd/article/view/4196/3093 file:///C:/Users/Juliane%20L.%20Camargo/Downloads/%3chttps:/www.collettiva.it/copertine/culture/2020/09/12/news/c_era_una_volta_l_unita_di_gramsci-256562/ file:///C:/Users/Juliane%20L.%20Camargo/Downloads/%3chttps:/www.collettiva.it/copertine/culture/2020/09/12/news/c_era_una_volta_l_unita_di_gramsci-256562/ https://www.studenti.it/elsa-morante-biografia-stile-analisi-opere.html 216 SANTOS, Vivian Carla Calixto dos. Fazeres autobiográficos e cartas pessoais. In: CAMARGO, Maria Rosa Rodrigues Martins de (Org.). Leitura e escrita como espaços autobiográficos de formação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. SCHLESENER, Anita Helena. O pensamento político de Croce: o modelo liberal. Sociedade e Estado, v.22, p. 71-96, 2007. SEGRE, Cesare. In: Lalla Romano. Disponível em: . Acesso em 28 abr. 2023. SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. STAJANO, Corrado. Einaudi, il club dell’Italia civile. Corriere della Sera. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2021. TIN, Emerson. Cartas e Literatura: reflexões sobre pesquisa do gênero epistolar. Campinas: Projeto Monteiro Lobato (1882-1948) e outros Modernismos Brasileiros, 2007. Disponível em: . Acesso em: 12 fev. 2022. TREVISOL, Fabio. La “Nuova raccolta di classici italiani annotati”: “ricostruire il valore del testo”. In: Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009, p. 471-504. TURI, Gabriele. I caratteri originali della casa editrice Einaudi. In: SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. p. 99-108.7 UNSELD, Siegfried. O autor e seu editor. Editora Guanabara: Rio de Janeiro, 1986. VASSALLI, Sebastiano. Einaudi, uno snob ma sapeva dialogare. In: Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009, p. 557-558. VILEI, Leonardo. L’editore personaggio: un ritratto parodico di milanese ne L’Iguana di Anna Maria Ortese. In: Cuadernos de Filología Italiana, 2014, p. 261-272. http://www.lallaromano.it/index2.php?it/150/tetto-murato https://www.unicamp.br/iel/monteirolobato/outros/Emerson02.pdf 8985f48114aebe9f5c72d42b72897807f25100acc61ccde836619b06e457ef38.pdf 36def5f10fa79edd2e6b4e5de40e29ce74b6ffe7411fcb28ba910a91c4c4a64a.pdf c924347d1eda995ad4cc2cc6dc7d5c2c794e48a2291a2feb5ec76876663385da.pdf 8985f48114aebe9f5c72d42b72897807f25100acc61ccde836619b06e457ef38.pdf ____. Sono nato in America. Milano: Oscar Moderni, 2022a. CAPPELLINI, Sara. La collana “Universale” di Einaudi. Nascita e storia. Uno, nessuno e centomila libri. Disponível em: . Acesso em: 11 mai. 2... CAVALLI, Silvia. “I gettoni” di Elio Vittorini tra sperimento e memoria. In: Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009, p. 505-516. CESARI, Severino. Colloquio con Giulio Einaudi. Giulio Einaudi editore, 2018. CICALA, Roberto; LA MENDOLA, Velania. Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009. DEBENEDETTI, Antonio. L’équipe di solisti che fondò l’Einaudi. Corriere della sera., 2009. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2021. DELL’AGNESE, Bruna. In: Lalla Romano. Disponível em: . Acesso em 28 abr. 2023. DIAZ, Brigitte. O gênero epistolar ou o pensamento nômade: formas e funções da correspondência em alguns percursos de escritores no século XIX. Tradução de Brigitte Hervot e Sandra Ferreira. São Paulo: Edusp, 2016. EINAUDI, Giulio. Frammenti di memoria. Nottetempo, 2017. ____. Tutti i nostri mercoledì. Interviste di Paolo Di Stefano. Casagrande, 2001. ESPOSITO, Edoardo. Letteratura e riviste dopo la liberazione. In: SODDU, Paolo. Giulio Einaudi nell’editoria di cultura del Novecento italiano. Firenze: Leo S. Olschki editore, 2015. p. 219-232. FERRETTI, Gian Carlo. EINAUDI, Giulio. Treccani. 2013. Disponível em: . Acesso em: 06 mai. 2021. LA MENDOLA, Velania. La felicità di fare editoria di cultura: 75 anni di libri. In: Libri e scrittori di via Biancamano. Casi editoriali in 75 anni di Einaudi. A cura di Carlo Carena. Milano: EDUcatt, 2009a, p. 03-30. MORAES, Marcos Antonio. Epistolografia e crítica genética. Ciência e Cultura, vol. 59, nº.1, 2007a. Disponível em: . Acesso em: 12 fev. 2022. RAMOS, Juliana. O ensaísmo presente em "Se um viajante numa noite de inverno", de Italo Calvino: uma teoria da leitura em um romance metaliterário. Anuário de Literatura, v. 20, n. 2, p. 156–169, 2015. Disponível em: