UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO CIÊNCIAS BIOLÓGICAS RENAN DO NASCIMENTO LEITE ACANTHACEAE JUSS. NA FLORESTA ESTADUAL EDMUNDO NAVARRO DE ANDRADE (RIO CLARO, SP) Rio Claro - SP 2023 RENAN DO NASCIMENTO LEITE ACANTHACEAE JUSS. NA FLORESTA ESTADUAL EDMUNDO NAVARRO DE ANDRADE (RIO CLARO, SP) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências – Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. Orientador: Pedro Luís Rodrigues de Moraes Rio Claro - SP 2023 Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca do Instituto de Biociências, Rio Claro. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. L533a Leite, Renan do Nascimento Acanthaceae Juss. na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (Rio Claro, SP) / Renan do Nascimento Leite. -- Rio Claro, 2023 41 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado - Ciências Biológicas) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências, Rio Claro Orientador: Pedro Luís Rodrigues de Moraes 1. Lamiales. 2. taxomonia. 3. morfologia. 4. Acanthaceae. 5. FEENA. I. Título. 2 RENAN DO NASCIMENTO LEITE ACANTHACEAE JUSS. NA FLORESTA ESTADUAL EDMUNDO NAVARRO DE ANDRADE (RIO CLARO, SP) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências – Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Pedro Luís Rodrigues de Moraes Prof. Dr. Alessandra Ike Coan Prof. Dr. Julio Antonio Lombardi Aprovado em: 08 de novembro de 2023 Assinatura do discente Assinatura do(a) orientador(a) 3 AGRADECIMENTOS Agradeço meu orientador Prof. Dr. Pedro Luis Rodrigues de Moraes por todo auxílio no processo de orientação e revisão deste trabalho. Também agradeço meu coorientador de PIBIC, Dr. Igor Henrique Freitas Azevedo, pela imprescindível ajuda nos trabalhos de campo, identificação dos exemplares, atividades de herbário e revisão. Agradeço também a Unesp Reitoria pela bolsa de iniciação científica por meio do edital Pibic 2019/2020. Por fim, não menos importante, agradeço todas as minhas amizades e família por estarem comigo em toda minha caminhada pela graduação. 4 RESUMO Acanthaceae é uma notável família botânica com distribuição predominantemente pantropical e presente de forma ampla nas vegetações brasileiras. Com ca. 190 gêneros e mais de 4000 espécies, é uma das maiores famílias de angiospermas, porém o número de especialistas no mundo não abrange a riqueza da família. No Brasil, são aceitos 49 gêneros e 499 espécies, porém, diversas espécies brasileiras estão mal delimitadas e possuem problemas nomenclaturais e de tipificação, necessitando mais estudos. Apesar de muito devastado, o estado de São Paulo possui dois domínios fitogeográficos de grande biodiversidade: o Cerrado e a Mata Atlântica, compostos por diversos pequenos fragmentos. A Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade” (FEENA) é um desses fragmentos e está localizada no município de Rio Claro. É uma floresta plantada de Eucalyptus spp. com regeneração de espécies nativas tanto do Cerrado quanto da Mata Atlântica. Além disso, sua biodiversidade de Acanthaceae é pouco estudada. Portanto, o objetivo do projeto foi elaborar um tratamento taxonômico das Acanthaceae na FEENA, a fim de prover material para identificação dos táxons. Foram realizadas expedições à área de estudo entre 2019 e 2020 para observar, coletar e fotografar as plantas no campo. Todos os espécimes coletados tiveram suas morfologias analisadas e descritas, juntamente com espécimes de coletas anteriores que já estavam depositados no herbário HRCB. Foi elaborada uma chave de identificação das espécies, pranchas fotográficas e comentários sobre a filogenia, taxonomia, distribuição geográfica e fenologia dos táxons. Foram encontradas na FEENA 13 espécies pertencentes a sete gêneros: Aphelandra longiflora, Dicliptera squarrosa, Hypoestes phyllostachya, Justicia brasiliana, J. lythroides, Odontonema cuspidatum, Ruellia angustiflora, R. blechum, R. brevifolia, R. elegans, R. jussieuoides, R. simplex e Thunbergia alata. Dessas espécies, seis foram registradas na FEENA pela primeira vez e três são exóticas. As espécies de Acanthaceae na FEENA possuem grande importância no sub-bosque da floresta, servindo de recursos para polinizadores, principalmente na estação seca (abril a setembro). Palavras-chave: Lamiales; taxonomia; morfologia. 5 ABSTRACT Acanthaceae is a notable botanic family with a distribution mostly pantropical and it is widely present in several Brazilian vegetation types. With ca. 190 genera and more than 4000 species, it is one of the largest families of angiosperms. Nevertheless, the number of experts in the world does not cover its diversity. In Brazil, 49 genera and 499 species are accepted. However, numerous Brazilian species are poorly delimited and have nomenclatural and typification problems, thus more studies are needed to solve them. São Paulo (SP), in southeast of Brazil, is a very devasted state where two biodiversity hotspots occur: Cerrado and Atlantic Forest, composed mainly by several small fragments. The “Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade” (FEENA) is one of those fragments, located in the municipality of Rio Claro. It is a Conservation Unit managed by Fundação Florestal. It is a planted forest of Eucalyptus spp. with regeneration of native species from both the Cerrado and the Atlantic Forest. In addition, its Acanthaceae biodiversity is poorly studied.. Therefore, this project aimed to present a taxonomic treatment of the Acanthaceae found in the FEENA, providing material for their identification. Expeditions to the study area were made from early 2019 to 2020 to observe, collect and photograph the plants in the field. All specimens collected were analyzed and described, as well as those already deposited in herbaria from previous collections. A key to the species, photographic plates, and comments on their phylogeny, taxonomy, geographic distribution, and phenology are presented. So far, 13 species of seven genera were found in the FEENA: Aphelandra longiflora, Dicliptera squarrosa, Hypoestes phyllostachya, Justicia brasiliana, J. lythroides, Odontonema cuspidatum, Ruellia angustiflora, R. blechum, R. brevifolia, R. elegans, R. jussieuoides, R. simplex, and Thunbergia alata. Of those, six were registered here for the first time in the study area, and three are exotic. The species of Acanthaceae in the FEENA have great importance in the forest understory, serving as resources for various pollinators, mainly during the dry season (April to September). Keywords: Lamiales; taxonomy; morphology. 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………… 07 2 MATERIAIS E MÉTODOS………………………………………………….. 09 2.1 Área de estudo……………………………………………………………… 09 2.2 Coletas e análises morfológicas………………………………………… 10 3 RESULTADOS………………………………………………………………. 12 3.1 Tratamento taxonômico…………………………………………………. 12 3 DISCUSSÃO…………………………………………………………………. 28 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………………... 35 REFERÊNCIAS…………………………………………………………….. 36 7 1 INTRODUÇÃO Acanthaceae Juss. é uma família botânica de distribuição predominantemente pantropical e amplamente presente nas diferentes fitofisionomias do Brasil (BFG, 2021). Com cerca de 190 gêneros e mais de 4000 espécies (McDade; Daniel; Kiel, 2008), está entre as 12 maiores famílias de angiospermas (Tripp et al., 2013), e é a segunda maior da ordem Lamiales Martynov (Olmstead, 2005). Entretanto, a quantidade de taxonomistas especialistas na família não abrange tal riqueza (Tripp; Darbyshire, 2017). Por esse motivo, são ainda encontradas diversas confusões taxonômicas e nomenclaturais entre os diferentes grupos infrafamiliares (p. ex., Tripp et al., 2013; Kiel; Daniel; Mcdade, 2018). Nas últimas duas décadas, as relações filogenéticas entre os seus grandes grupos infrafamiliares foram bem estudadas em análises morfológicas e moleculares, e atualmente Acanthaceae está dividida em quatro subfamílias: Nelsonioideae Pfeiff., Thunbergioideae T.Anderson, Avicennioideae Endl. e Acanthoideae Eaton, esta última contendo a maioria dos gêneros e espécies, e subdividida em tribos e subtribos (Scotland; Vollesen, 2000; McDade; Daniel; Kiel, 2008). Espécies de Acanthaceae são componentes importantes em diferentes comunidades tropicais e subtropicais do mundo todo, e ocorrem em diferentes condições ambientais (McDade; Daniel; Kiel, 2008). A família é totalmente zoofílica, e abrange uma ampla gama de polinizadores, destacando-se beija-flores e abelhas, mas incluindo também morcegos, borboletas, moscas e besouros (Matias; Consolaro, 2015). Do ponto de vista econômico, diversas espécies são cultivadas e comercializadas como ornamentais no mundo todo devido às suas flores, inflorescências e ocasionalmente folhas coloridas e vistosas (Judd et al., 2009). Para o Brasil são registrados 49 gêneros e cerca de 500 espécies de Acanthaceae, dos quais 27 gêneros e 97 espécies ocorrem no estado de São Paulo (BFG, 2021). Apesar disso, diversas espécies brasileiras estão mal delimitadas, com nomenclatura desatualizada e problemas de tipificação, sendo necessários mais estudos que ajudem a explicar problemas de delimitação específica e identificação de representantes da família que ocorrem nas diferentes fitofisionomias brasileiras (Kojima; Kameyama; Magenta, 2019). O Estado de São Paulo possui dois principais domínios fitogeográficos, sendo o primeiro do Brasil em área percentual remanescente de Mata Atlântica e terceiro de 8 Cerrado (Reis; Zanchetta; Pontalti, 2005). Ambos são considerados hotspots de biodiversidade no Brasil, sendo extremamente devastados e apresentando grande número de espécies endêmicas (Myers et al., 2000). O interior do estado é a região com situação mais crítica em relação à conservação, pois as áreas florestadas são descontínuas, entre áreas urbanizadas e/ ou cultivadas, comprometendo de forma grave a biodiversidade e a conservação dos biomas e vegetações da região (Reis; Zanchetta; Pontalti, 2005). A Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA) se encaixa exatamente nesse contexto estadual e, apesar de ser uma floresta plantada de espécies de Eucalyptus L’Hér., é de grande importância por possuir regeneração da vegetação nativa, contendo elementos tanto de Cerrado, quanto de Mata Atlântica (Reis; Zanchetta; Pontalti, 2005). Em coleções de herbários, há o registro de 585 coletas de plantas para a FEENA, das quais 80 foram realizadas entre as décadas de 1920 e 1950, 350 entre 1960 e 1990, e 125 coletas de 2000 até o presente (INCT, 2023). Da família Acanthaceae, para a área são registradas 11 espécies depositadas em herbários, correspondentes a escassas coletas (INCT, 2023). Entretanto, um total de 18 espécies é registrado para o município de Rio Claro (INCT, 2023), que podem ocorrer também dentro dos limites da FEENA. 9 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Área de estudo A Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA), está localizada no município de Rio Claro, no Estado de São Paulo, entre as coordenadas 22º25’S e 47º33’W e possui área de 2.230,53 hectares (Reis; Zanchetta; Pontalti, 2005). Este território está inserido na Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí e é cortado de norte a sul pelo Ribeirão Claro (Reis; Zanchetta; Pontalti, 2005). O clima é inserido na classificação Cwa de Köppen: mesotérmico e tropical de altitude, com precipitação anual de 1534 mm distribuída de forma irregular entre períodos secos (abril a setembro) e chuvosos (outubro a março) (Reis; Zanchetta; Pontalti, 2005). Historicamente, durante vários anos do século XIX, a FEENA foi uma monocultura de Eucalyptus da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (o Horto Florestal de Rio Claro) com a função de suprir as necessidades industriais e residenciais do município naquela época, em um contexto de desenvolvimento ferroviário (Reis; Zanchetta; Pontalti, 2005). Em 2002 o Horto Florestal de Rio Claro foi transformado na Unidade de Conservação Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade, sob a administração do Instituto Florestal (Reis; Zanchetta; Pontalti, 2005). 10 Figura 1 – Mapa de localização da FEENA. Fonte: Elaborado pelo autor (2023), dados do Google Earth. 2.2 Coletas e análises morfológicas As coletas de material botânico se deram em expedições mensais (entre agosto de 2019 e abril de 2020) na área de estudo, por busca ativa, seguindo informações de coletas anteriores e explorando outras áreas da FEENA. Os materiais foram coletados em estado fértil, herborizados e depositados no Herbário Rioclarense (HRCB) e tiveram dados de campo (p. ex. hábitat, forma de vida, coloração) anotados, seguindo o recomendado na bibliografia (Peixoto; Maia, 2013). As análises e descrições morfológicas dos espécimes coletados e daqueles já presentes na coleção do HRCB seguiram a bibliografia tradicional para tal (p. ex. Harris; Harris, 2001; Weberling, 1989), além de tratamentos taxonômicos de Acanthaceae. Tais descrições foram ainda complementadas com análises de materiais adicionais, ocorrentes em outras áreas semelhantes no Estado de São Paulo. Juntamente às descrições morfológicas, foram apresentados, para cada táxon, comentários relacionados à taxonomia, nomenclatura, hábitat, distribuição geográfica 11 e período de floração e frutificação, além de chave de identificação e pranchas de fotografias. 12 3 RESULTADOS Foram encontrados sete gêneros e 13 espécies de Acanthaceae na FEENA: Aphelandra longiflora (Lindl.) Profice, Dicliptera squarrosa Nees, Hypoestes phyllostachya Baker, Justicia brasiliana Roth, J. lythroides (Nees) V.A.W. Graham, Odontonema cuspidatum (Nees) Kuntze, Ruellia angustiflora (Nees) Lindau ex Rambo, R. blechum L., R. brevifolia (Pohl) C. Ezcurra, R. elegans Poir., R. jussieuoides Schltdl. & Cham., R. simplex C. Wright e Thunbergia alata Bojer ex Sims. Destas, seis foram registradas pela primeira vez na FEENA. 3.1 Tratamento taxonômico Acanthaceae Juss. Ervas, subarbustos ou trepadeiras. Folhas simples, opostas, decussadas, sem estípulas e geralmente com cistólitos. Inflorescência espigas terminais e/ou axilares, dicásios compostos ou flores axilares solitárias; brácteas e bractéolas foliáceas, ocasionalmente vistosas. Flores bissexuadas, zigomorfas, diclamídeas; cálice geralmente pentâmero e vestigial anelar em Thunbergia alata; corola gamopétala, zigomorfa, pentâmera, tubulosa, infundibuliforme ou bilabiada; estames 4, geralmente didínamos, ou 2, epipétalos, ocasionalmente com 1–2 estaminódios; anteras 1–2 tecas, assimétricas em Justicia, geralmente rimosas ou poricida (Thunbergia alata); ovário súpero, bicarpelar, bilocular. Fruto cápsula com duas valvas, loculicida, deiscência explosiva com retináculo; sementes geralmente discoides. Chave de identificação para as espécies de Acanthaceae da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade 1 Liana ou trepadeira..……………………...………… Thunbergia alata 1’ Erva ou subarbusto…………………………………. 2 2 Folhas sem cistólitos………………………………... Aphelandra longiflora 2’ Folhas com cistólitos………………………………... 3 3 Dois estames………………………………………… 4 3’ Quatro estames……………………………………… 8 4 Corola ressupinada (torcida em 180º)................... Hypoestes phyllostachya 4’ Corola não ressupinada……………………………. 5 5 Estaminódios presentes……………………………. Odontonema cuspidatum 13 5’ Estaminódios ausentes…………………………….. 6 6 Caule hexagonal…………………………………….. Dicliptera squarrosa 6’ Caule não hexagonal……………………………….. 7 7 Corola 3,0 - 3,9 cm compr., vermelha…………….. Justicia brasiliana 7’ Corola 0,7 - 0,9 cm compr. lilás……………………. Justicia lythroides 8 Inflorescência em espiga; corola branca a lilás….. Ruellia blechum 8’ Inflorescência em dicásio ou flor solitária; corola vermelha ou roxa……………………………………. 9 9 Folhas lanceoladas…………………………………. Ruellia simplex 9’ Folhas elípticas e/ou ovadas………………………. 10 10 Flores solitárias……………………………………… Ruellia jussieuoides 10’ Flores em dicásio……………………………………. 11 11 Lobos da corola patentes…………………………... Ruellia elegans 11’ Lobos da corola eretos……………………………... 12 12 Garganta da corola ventricosa…………………….. Ruellia brevifolia 12’ Garganta da corola não ventricosa……………….. Ruellia angustiflora Thunbergia Retz. Thunbergia alata Bojer ex Sims, Botanical Magazine 52: pl. 2591. 1825. Trepadeira ou liana; nós tomentosos, entrenós pubescentes. Folhas (2,2) 2,8–14,3 (14,6) cm compr., (1,0) 1,1–5,4 (6,0) cm larg., limbo ovado a oblongo, ápice agudo a acuminado raro retuso, base sagitada, margem crenulada a inteira, superfície pubescente; pecíolo (0,6) 1,1–6,2 (7,5) cm compr., pubescente. Inflorescência axilar; bractéolas 2, (1,3) 1,4–1,5 (1,6) cm compr., (0,3) 0,4–0,7 (1,0) cm larg., formato ovado, ápice agudo, pubescentes. Flor pedicelada, pedicelo (1,7) 2,8–5,7 (6,5) cm compr.; cálice reduzido, mais ou menos anelar (0,2) 0,3–0,4 cm compr., lobos lanceolados, tricomas glandulares; corola hipocrateriforme, (1,2) 1,4–2,0 (2,2) cm compr., fauce (0,5) 0,9 – 1,0 cm larg., base 0,2 cm larg., lobos (0,7) 1,0–1,5 (1,6) cm compr., (0,7) 0,9–1,5 (1,8) cm larg., amarelos e interior do tubo arroxeado a preto com tricomas glandulares; estames 4, 7–9 mm compr., inclusos, inseridos a 4 mm alt., filamentos com tricomas glandulares na base e anteras bitecas com tricomas no comprimento da abertura; gineceu incluso, estilete 11,4 mm compr., ovário 2,6 mm compr., 2 mm larg., 14 bilocular com dois óvulos axilares por lóculo, glabrescente. Fruto (1,6) 1,7–2,7 cm compr., 0,7–0,8 cm larg., 4 sementes, pubescentes. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, FEENA, 19 V 2019, R.N. Leite 01 (HRCB 78619); ibid., 24 VIII 2019, R.N. Leite 08 (HRCB 78624); ibid., 14 IV 2017, I.H.F. Azevedo 111 (HRCB 69504); ibid., 14 XII 1999, L.C. Moura 152 (HRCB 40531); ibid., 25 XII 1999, T.C.A. dos Santos s/n (HRCB 33071). Figura 2 – Thunbergia alata com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Aphelandra R.Br. Aphelandra longiflora (Lindl.) Profice, Bradea, Boletim do Herbarium Bradeanum 10(1): 18. 2004. Subarbusto, caule 1 m alt., pouco pubescente. Folhas (6,9) 8,5–14,9 (17,8) cm compr., (2,2) 2,8–4,7 (5) cm larg., limbo elíptico, ápice agudo, base cuneada a decurrente, margem inteira, superfície glabrescente, com tricomas nas nervuras; pecíolo (0,25) 0,5–0,7 (0,75) cm compr., tricomas esparsos. Inflorescência espiga terminal ou axilar, (2) 2,3–3,8 (5,7) cm compr.; brácteas (1,1) 1,3–1,4 cm compr., 0,3– 0,4 (0,5) cm larg., formato elíptico, ápice agudo, pubescente; bractéolas (0,5) 0,6–0,9 (1,0) cm compr., 0,2–0,4 cm larg., formato elíptico, ápice agudo, pubescentes. Flor séssil; cálice (0,32) 0,4–0,5 (0,58) cm compr., lobos ovados a lanceolados, ápice 15 agudo, pubescente; corola tubulosa e curto-bilabiada, 3,0–3,6 cm compr., fauce 0,4– 0,5 cm larg., base 0,2 cm larg., lobos 0,2–0,3 (0,37) cm compr., 0,2 cm larg., tubo vermelho, lobos amarelos, tricomas simples e glandulares; estames 4,1–2,6 cm compr., inclusos, inseridos a 7–13 mm alt., filamentos pubescentes, anteras monotecas; gineceu incluso, estilete 33–34 mm compr., ovário 2 mm compr., 1 mm larg., glabrescente. Fruto não observado. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, Fazenda São José, 08 V 2001, D.M. Braz 76 (HRCB 34334); ibid., 03 V 2001, V. Zipparro s/n (HRCB 34335); ibid., 12 V 2005, J. Braga s/n (HRCB 43002); FEENA, 14 IV 2017, I.H.F. Azevedo 108 (HRCB 69501); ibid., 29 IV 2020, I.H.F. Azevedo 309 (HRCB 78639); ibid., 19 V 2019, R.N. Leite 02 (HRCB 78620). Figura 3 – Aphelanda longiflora com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). 16 Hypoestes Sol. ex R.Br. Hypoestes phyllostachya Baker, Journal of the Linnean Society, Botany 22(149): 511. 1887. Erva, caule quadrangular, pubérulo. Folha 3,0–10,0 cm compr., 1,1–3,5 cm larg., limbo ovado, ápice agudo, base decurrente, margem inteira, nervuras primárias pubérulas; pecíolo 0,6–4,7 cm compr., pubescente. Inflorescência espiga axilar ou flor solitária; bractéolas 1,3–2,8 cm compr., 0,6–1,2 cm larg., ovadas, ápice agudo ou obtuso, base decurrente, com máculas, pubérulas no pecíolo. Flor séssil; cálice 1,1– 1,3 cm compr., lobos lanceolados bastante pubescentes; corola bilabiada, ressupinada torcida em 180º, 1,1–1,5 cm compr., fauce 3 mm larg., base 0,5 mm larg., lábio superior 1,2 cm compr., lábio inferior 0,5–0,7 cm compr., cor roxa, pubescente; estames 2, 1,5–1,6 cm compr., exserto, glabro; gineceu exserto, estilete 2,6 cm compr., ovário 2,4 mm compr., 0,8 mm larg., 2 óvulos por lóculo, glabro. Fruto 1 cm compr., 0,2 cm larg., 4 sementes, pubérulo. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, FEENA, 19 V 2019, R.N. Leite 06 (HRCB 78623). Material adicional examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, arredores do campus Unesp-Bela Vista, 20 V 1985, G. de Marinis 541 (HRCB 5895). Odontonema Nees Odontonema cuspidatum (Nees) Kuntze, Revisio Generum Plantarum 2: 494. 1891. Subarbusto, caule 1,5 m alt., glabro a pubérulo. Folha 4,3–23,9 cm compr., 1,1–8,5 cm larg., limbo ovado, ápice atenuado, base cuneada, superfície praticamente glabra, com tricomas nas nervuras primárias, margem inteira; pecíolo até 1,7 cm compr., pubérulo. Inflorescência racemo terminal em forma de espiga; bractéolas menores que 0,4 cm compr., lineares. Flor pedicelada; cálice 1,8 mm compr., lobos lanceolados; corola tubulosa curto-bilabiada, 2,3–2,5 cm compr., fauce 3 mm larg., base 1–2 mm larg., lábio superior 0,3 cm compr., lábio inferior 0,4 cm compr., cor vermelha, superfície exterior glabra e interior pubérula glandular; estames 2, 2,2–2,5 mm compr., inclusos, inseridos a 1,3 cm de altura, glabros, estaminódio filiforme, 1 mm compr.; gineceu 1,6 cm compr., ovário 2 mm comprimento. Fruto não observado. Material Examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, FEENA, 29 IV 2020, I.H.F. Azevedo 308 (HRCB 78638). 17 Figura 4 – Odontonema cuspidatum com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Dicliptera Juss. Dicliptera squarrosa Nees, Flora Brasiliensis 9: 161. 1847. Erva a subarbusto, caule 1 m alt., sexangular, pubérulo. Folha (1,3) 1,7–11,9 (12,6) cm compr., (0,9) 1,3–3,5 (4,5) cm larg., limbo elíptico a ovado, ápice agudo a acuminado, base decurrente, superfície pubérula, margem inteira; pecíolo (0,2) 0,3– 2,6 (4,1) cm compr., pouco a muito pubérulo. Inflorescência subséssil, congesta, com flores agrupadas nas axilas das folhas; bractéolas 0,4–0,8 cm compr., ovadas. Flor séssil; cálice 0,3–0,6 cm compr., lobos lanceolados; corola bilabiada, 2–2,5 cm compr., fauce 4 mm larg., base 2 mm larg., lábio superior 0,5 cm compr., lábio inferior 0,5 cm compr., cor alaranjado a vermelho, pubérula; estames 2, 1 cm compr., exsertos, inseridos a 1 cm de altura, com tricomas; anteras desiguais; gineceu exserto. Fruto não observado. 18 Material examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, Faz. São José, 06 V 1984, J. Brunini 118 (HRCB 5348); ibid., 19 IV 2001, R.G. Udulutsch 305 (HRCB 33993); Horto Florestal às margens da estrada principal, 04 VI 2000, D.M. Braz 42 (HRCB 34332). Figura 5 – Dicliptera squarrosa com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Justicia L. Justicia brasiliana Roth, Novae Plantarum Species 17. 1821. Subarbusto, caule 2 m alt., cilíndrico, glabro. Folha 3,5–14,6 cm compr., 1,4–5,0 cm larg., limbo ovado, ápice acuminado a atenuado, base decurrente a cuneada, margem inteira a levemente crenada e superfície glabra; pecíolo 0,1–0,8 cm compr., glabro. Inflorescência espiga axilar congesta, com simples ou composta; bractéolas menores que 0,5 cm compr., lineares. Flor séssil; cálice 0,3–0,4 cm compr., 0,1 cm larg., lobos lanceolados, pubérulos e ciliados; corola bilabiada, 3,0–3,9 cm compr., fauce 3,0–4,0 mm larg., base 2,0–3,0 mm larg., lábios 1,0–1,4 cm compr., lábio superior levemente bilobado, lábio inferior trilobado 0,6 – 0,8 cm larg., cor vermelha, superfície externa pubérula; estames 2, 1,2–1,5 cm compr., subexsertos, inseridos a 1,9–2,3 cm de altura, glabros; anteras 2 mm de compr., desiguais e sobrepostas; gineceu 3,0–3,9 cm compr., estilete levemente pubérulo na base, exserto, ovário 2 mm compr. Fruto 1,2– 1,4 cm compr., 0,4–0,5 cm larg., glabro, com 4 sementes. 19 Material Examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, FEENA, 08 XII 2019, I.H.F. Azevedo 297 (HRCB 78627); ibid., 04 III 2020, I.H.F. Azevedo 299 (HRCB 78629); ibid., 24 IV 2020, I.H.F. Azevedo 302 (HRCB 78632); ibid., 29 IV 2020, I.H.F. Azevedo 310 (HRCB 78640). Figura 6 – Justicia brasiliana com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Justicia lythroides (Nees) V.A.W.Graham, Kew Bulletin 43(4): 603. 1988. Erva a subarbusto, caule 0,3–1,0 m alt., subcilíndrico, com faixas pubescentes. Folha 1,8–12,5 cm compr., 0,4–3,1 cm larg., limbo elíptico a ovado, ápice agudo a atenuado, raramente obtuso, base cuneada, margem inteira e superfície com nervura primária pubescente; pecíolo 0,2–1,8 cm compr., com faixa pubescente. Inflorescência espiga axilar ou terminal, com ramificações, secundiflora; bractéolas menores que 0,5 cm compr., lanceoladas. Flor séssil; cálice 0,5–0,6 cm compr., lobos lanceolados; corola bilabiada, 0,6–1,1 cm compr., fauce 2,5 mm larg., base 1,5 mm larg., lábio superior 0,5 cm compr., lábio inferior trilobado 0,5–0,8 cm compr., 0,5–0,8 cm larg., cor branca a lilás claro no tubo e lábios lilases, superfície externa pubérula; estames 2, 2,5–3,0 mm compr., subexsertos, inseridos a 3–5 mm de altura, glabros; teca superior 1 mm compr., teca inferior vestigial ou ausente; gineceu 0,7–1,1 cm compr., estilete levemente pubérulo, exserto, ovário 1 mm compr. Fruto 0,4–0,6 cm compr., 0,2 cm larg., pubérulo, com 4 sementes pubérulas. 20 Material Examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, Fazenda São José, 1984, J. Brunini 87 (HRCB 5368); ibid., 31 III 1984, J. Brunini 86 (HRCB 5435); ibid., 22 V 2003, Disciplina Taxonomia Vegetal s/n (HRCB 39916); ibid., 12 V 2005, J.M.A. Nascimento s/n (HRCB 43001); FEENA, 14 IV 2017, I.H.F. Azevedo 109 (HRCB 69502); ibid., 19 V 2019, R.N. Leite 3 (HRCB 78621); ibid., 21 IV 2019, I.H.F. Azevedo 125 (HRCB 78625); ibid., 24 IV 2020, I.H.F. Azevedo 303 (HRCB 78633). Figura 7 – Justicia lythroides com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Ruellia L., Species Plantarum 2: 634. 1753. Ruellia blechum L., Systema Naturae, Editio Decima 2: 1120. 1759. 21 Erva, caule 0,2–0,5 m alt., subquadrangular, praticamente glabro, porém com tricomas nos nós apicais. Folha 2,5–12,2 cm compr., 0,6–5,2 cm larg., limbo ovado, ápice agudo a levemente acuminado, base cuneada a decurrente, margem inteira e superfície pilosa; pecíolo 0,4–4,8 cm compr., pouco a muito piloso. Inflorescência espigas congestas e terminais; brácteas foliáceas ovadas menores que 1,5 cm compr., 1,0 cm larg. Flor séssil; cálice 0,4–0,5 cm compr., lobos lineares a lanceolados, pubescentes; corola infundibuliforme, 0,8 cm compr., fauce 1,5 mm larg., base 1 mm larg., cor branca, superfície externa pubescente. Fruto 1,4 cm compr., 0,4 cm largura; sementes com tricomas higroscópicos restritos às margens. Material Examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, Câmpus Unesp Bela Vista, 04 X 2006, P.A. Braga 89 (HRCB 48084); FEENA, 14 IV 2020, I.H.F. Azevedo 300 (HRCB 78630); ibid., 24 IV 2020, I.H.F. Azevedo 305 (HRCB 78635). Figura 8 – Ruellia blechum com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Ruellia jussieuoides Schltdl. & Cham., Linnaea 6: 370-371. 1831. Erva a subarbusto, caule 0,3–1,5 m alt., quadrangular, pouco a muito pubescente. Folha 4,0–23,5 cm compr., 0,9–5,1 cm larg., limbo ovado a elíptico, ápice atenuado, raramente agudo a retuso, base cuneada a decurrente, margem ciliada, inteira e superfície com venação proeminente e pubescente; pecíolo 0,4–4,8 cm compr., pubescente. Inflorescência flores solitárias, na axila das folhas superiores; bractéolas 22 foliáceas de 0,5–2,8 cm compr., 0,2–0,5 cm largura. Flor subséssil; cálice 0,5–1,4 cm compr., lobos lineares a lanceolados, pubescentes; corola hipocrateriforme, 3,7–4,8 cm compr., fauce 5–6 mm larg., base 2 mm larg., lobos 1,1–1,3 cm compr., 0,9–1,5 cm larg., cor lilás a arroxeada, tubo estreito com superfície externa pubescente; estames 4, 0,5 cm compr., inclusos, inseridos de 3,3–3,8 cm alt., glabros; anteras 3 mm compr.; gineceu 3,6–4,7 cm compr., ovário 3 mm compr., pubescente. Fruto 1,4 cm compr., 0,4 cm larg., com mais de 10 sementes, com tricomas higroscópicos restritos às margens. Material Examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, Fazenda São José, 28 III 1978, S.N. Pagano 07 (HRCB 1695); ibid., 9 III 1979, S.N. Pagano 108 (HRCB 2494); ibid., 19 IV 2001, R.G. Udulutsch 272 (HRCB 33960); ibid., 11 I 2001, R.G. Udulutsch 160 (HRCB 33737); ibid., 22 V 2003, Disciplina Taxonomia Vegetal s/n (HRCB 39918); ibid., s.d., M.L.S. Carvalho s/n (HRCB 47540); Parque Geológico de Assistência, 26 V 2017, J.N. Shima 106 (HRCB 72697); ibid., 31 III 2017, J.N. Shima 96 (HRCB 72687); FEENA, 14 IV 2017, I.H.F. Azevedo 112 (HRCB 69505); ibid., 21 IV 2019, I.H.F. Azevedo 126 (HRCB 78626); ibid., 14 IV 2020, I.H.F. Azevedo 301 (HRCB 78631); ibid., 14 IV 2020, I.H.F. Azevedo 307 (HRCB 78637); ibid., 19 V 2019, R.N. Leite 04 (HRCB 78622). Figura 9 – Ruellia jussieuoides com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Ruellia elegans Poir., Encyclopédie Méthodique. Botanique. Supplément 4: 727. 1816 23 Erva a subarbusto, caule 0,3–0,5 m alt., quadrangular, glabro a pubescente, raramente viloso. Folha (2,5) 3,2–10,2 (15,6) cm compr., (1,3) 1,4–5,3 (6,2) cm larg., limbo ovado, ápice obtuso a agudo, base cuneada a decurrente, margem ciliada, inteira a crenulada e superfície pouco a muito pilosa; pecíolo (0,3) 0,4 – 1,1 (1,3) cm compr., pouco a muito piloso. Inflorescência dicásio composto em longos pedúnculos de 4,5–21 cm compr.; bractéolas lineares com menos de 1 cm. Flor pedicelada; cálice (0,4) 0,6–1,0 (1,5) cm compr., lobos lineares a lanceolados, pubescentes; corola hipocrateriforme, (2,1) 2,7–3,1 cm compr., fauce 6–8 mm larg., base 2–3 mm larg., lobos 1–1,5 cm compr., 0,7–1,1 cm larg., cor vermelha, superfície externa pilosa; estames 4, didínamos, par menor 0,8–1,0 cm compr., par maior 1,1–1,5 cm compr., exsertos, inseridos de 1,9–2,5 cm alt., glabros; anteras 3 mm compr.; gineceu 3,3–3,6 (4,6) cm compr., ovário 3 mm compr., com tricomas glandulares. Fruto 1,8 cm compr., 0,5 cm larg., com mais de 10 sementes, totalmente cobertas por tricomas higroscópicos. Material Examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, Fazenda São José, 31 X 1978, S.N. Pagano 59 (HRCB 2550); ibid., 11 IV 1979, S.N. Pagano 121 (HRCB 2493); ibid., 26 X 1983, A. Furlan 43 (HRCB 3663); ibid., 04 X 2000, R.G. Udulutsch 39 (HRCB 33371); ibid., 14 II 2001, R.G. Udulutsch 189 (HRCB 33766); Jacutinga, 04 X 2005, R. Monteiro s/n (HRCB 42662); FEENA, 11 XII 2019, R.N. Leite 09 (HRCB 79422). Materia adicional examinado: BRASIL. São Paulo: Corumbataí, 04 XII 2019, P.L.R. de Moraes s/n (HRCB 79423). Figura 10 – Ruellia elegans com flores. 24 Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Ruellia brevifolia (Pohl) C.Ezcurra, Darwiniana 29: 278. 1989. Erva a subarbusto, caule 0,3–1,0 m alt., quadrangular, glabro. Folha (2,9) 3,3–14,7 (21,5) cm compr., (0,5) 0,6–5,7 (6,7) cm larg., limbo ovado, ápice acuminado, base cuneada a decurrente, margem inteira a crenulada e superfície glabra; pecíolo (0,3) 0,4–2,8 (4,0) cm compr., glabro. Inflorescência dicásio composto em longos pedúnculos de 2,1–7,3 cm compr.; brácteas lineares a foliáceas, 0,8–2,5 cm compr., 0,1–0,3 cm larg., bractéolas lineares 0,3–0,9 cm comprimento. Flor pedicelada; cálice 0,5–1,3 (1,9) cm compr., lobos lineares a lanceolados, glabros a pubérulos; corola gibosa, 2,5–2,7 (4,2) cm compr., fauce 8–15 mm larg., base 2 mm larg., lobos 0,3–1,0 cm compr., 0,3–0,9 cm larg., cor vermelha, superfície externa pubérula; estames 4, 1,3–2,3 cm compr., subexsertos, inseridos de 1,4–2,1 cm alt., glabros; anteras 4 mm compr.; gineceu 3,5–5,4 cm compr., ovário 4 mm compr., glabro. Fruto 1,6–1,9 cm compr., 0,3–0,4 cm larg., com mais de 10 sementes, contendo tricomas higroscópicos restritos às margens. Material Examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, Fazenda São José, 26 III 1984, J. Brunini 66 (HRCB 5345); ibid., 22 V 2003, Disciplina Taxonomia Vegetal s/n (HRCB 39917); ibid., 12 V 2005, A.C. Pavão s/n (HRCB 43000); ibid., s.d., M.L.S. Carvalho s/n (HRCB 47538); FEENA, 27 IV 1998, L.C. Moura 193 (HRCB 40581); ibid., 05 IV 2017, I.H.F. Azevedo 106 (HRCB 69499); ibid., 14 IV 2017, I.H.F. Azevedo 110 (HRCB 25 69503); ibid., 14 IV 2017, R.N. Leite 07 (HRCB 79421); ibid., 24 IV 2020, I.H.F. Azevedo 304 (HRCB 78634). Figura 11 – Ruellia brevifolia com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Ruellia angustiflora (Nees) Lindau ex Rambo, Iheringia, Série Botânica 12: 23. 1964. Erva, caule quadrangular, glabro. Folha (4,2) 7,1–13,0 (15,2) cm compr., (0,7) 2,5– 3,7 (4,3) cm larg., limbo ovado a elíptico, ápice agudo a acuminado, base cuneada, margem levemente crenada e superfície glabra; pecíolo (0,3) 1,0–1,9 cm compr., glabro. Inflorescência dicásio composto em pedúnculos de 4,0–6,5 cm compr.; brácteas foliáceas elípticas a obovadas, 1,5–1,7 cm compr., 0,1–0,2 cm larg., bractéolas lineares a foliáceas elípticas a obovadas menores que 1 cm. Flor pedicelada; cálice 0,6–1,0 cm compr., lobos lanceolados, pubérulo; corola tubulosa, 3,3–5,3 cm compr., fauce 5–7 mm larg., base 2 mm larg., lobos (0,3) 0,4–0,8 (0,9) cm compr., 0,3–0,9 cm larg., cor vermelha, superfície externa pouco a muito pubérula; estames 4, 1,6–1,9 cm compr., subexsertos, inseridos de 2,6–3,3 cm alt., glabros; anteras 5 mm compr.; gineceu 4,1–6,1 cm compr., ovário 4 mm compr., exserto, glabro. Fruto 1,3–1,8 cm compr., 0,4–0,5 cm larg., com mais de 10 sementes, com tricomas higroscópicos restritos às margens. 26 Material examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, Fazenda São José, 25 IX 2001, M.A. de Assis 1498 (HRCB 34826); Córrego ao fundo do Campus da Unesp,06 IX 1987, J.E.L.S Ribeiro 145 (HRCB 8098). Figura 12 – Ruellia angustiflora com flores. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). Ruellia simplex C.Wright, Anales de la Academia de Ciencias Médicas, Físicas y Naturales de la Habana, Revista Científica 6(41): 321. 1870. Erva, caule 0,5m alt., quadrangular, glabro. Folha (12,5) 14,4–22,7 (25,1) cm compr., 0,6–1,6 cm larg., limbo lanceolado a estreitamente elíptico, ápice atenuado, base cuneada, margem inteira, superfície glabra; pecíolo (0,3) 1,0–2,1 (2,4) cm compr., glabro. Inflorescência dicásio composto em pedúnculos de 3,0–8,5 cm compr.; brácteas lineares a lanceoladas, 0,7–2,2 cm compr., 0,1–0,2 cm larg., bractéolas lineares a lanceoladas menores que 1 cm. Flor pedicelada; cálice 0,5–1,1 cm compr., lobos lanceolados, pubérulo; corola infundibuliforme, 3,0–3,3 cm compr., fauce 12–14 mm larg., base 3 mm larg., lobos 1,3–1,5 cm compr., 1,4–2 cm larg., cor roxa, glabra; estames 4, didínamos, par menor 0,7 cm compr., par maior 1,0 cm compr., inclusos, inseridos a 1,2 cm alt., glabros; anteras 3 mm compr.; gineceu 2,5 cm compr., ovário 5 mm compr., incluso, glabro. Fruto 2,2–2,5 cm compr., 0,4–0,5 cm larg., com mais de 20 sementes, totalmente cobertas por tricomas higroscópicos. 27 Material Examinado: BRASIL. São Paulo: Rio Claro, FEENA, 04 III 2020, I.H.F. Azevedo 298 (HRCB 78628); ibid., 11 XII 2019, R.N. Leite 10 (HRCB 79424). Figura 13 – Ruellia simplex com frutos. Fonte: Foto por Igor Henrique Freitas Azevedo (2020). 28 4 DISCUSSÃO As espécies de Acanthaceae encontradas na FEENA pertencem em sua maioria à subfamília Acanthoideae, com exceção de Thunbergia alata, que pertence a subfamília Thunbergioideae (McDade; Daniel; Kiel, 2008). Dentro de Acanthoideae, Aphelandra longiflora pertence à tribo Acantheae, já as outras espécies estão dentro do clado dos cistólitos, divididas entre Justicieae e Ruelieae (McDade; Daniel; Kiel, 2008). Além disso, os clados mais representativos na FEENA são os gêneros Ruellia e Justicia, respectivamente com 6 e 2 espécies encontradas nos limites da floresta. Espécies de Acanthaceae são componentes importantes nas comunidades vegetais tropicais e subtropicais, além de, por serem todas zoofílicas (polinizadas por animais) e possuírem ampla diversidade na morfologia de suas flores e inflorescências, contribuirem de forma ampla para a preservação dos animais polinizadores (McDade; Daniel; Kiel, 2008). Assim, contribuem também pela ampla variedade de espécies encontradas, como importante fonte de recurso para polinizadores na FEENA. Junto a isso, nenhuma das espécies encontradas na floresta foram incluídas no Livro Vermelho da Flora do Brasil, indicando que o estado de conservação dessas espécies é pouco estudado. Entretanto, todas as espécies têm uma distribuição geográfica relativamente ampla no Brasil, a maioria ocorrendo também em outros países da América do Sul, o que indica um baixo ou nenhum risco de extinção iminente. Tal situação possivelmente está relacionada ao histórico da FEENA que, por ter se iniciado como uma plantação de Eucalyptus spp. (Reis; Zanchetta; Pontalti, 2005), tem o estrato herbáceo-arbustivo composto principalmente por espécies originadas de regeneração natural, não possuindo espécies de distribuição restrita. Além disso, os representantes da família se encontram principalmente nas regiões e talhões mais úmidos, fechados e com regeneração de mata nativa da floresta, dificilmente encontrados em áreas mais secas, estas com predomínio de capim braquiária e Eucalyptus spp. Thunbergia — É um gênero nativo de regiões tropicais e subtropicais da África, Madagascar, Ásia e Austrália, possuindo cerca de 100 espécies (Borg; Mcdade; Schönenberger, 2008). Pertence à subfamília Thunbergioideae junto com Mendoncia Vell. ex Vand., Anomacanthus R.D. Good, Meyenia Nees e Pseudocalyx Radlk. (Scotland; Vollesen, 2000; Borg; Mcdade; Schönenberger, 2008), além de possuir 29 espécies ornamentais utilizadas em paisagismo e jardinagem (p.ex. Thunbergia alata e T. fragrans) (Wasshausen; Wood, 2004). Suas espécies podem ser reconhecidas por possuírem hábito de trepadeira e flores axilares, zigomórficas, com cálice reduzido, mais ou menos anelar, encoberto por duas amplas bractéolas (Retief; Reyneke, 1984; Adhikari; Pendry; Watson; Wood, 2013) ⁠. Nativa do leste da África, Thunbergia alata é caracterizada pela cor da corola, sendo conhecida popularmente como “suzana-dos-olhos-negros” (Retief; Reyneke, 1984); além disso é utilizada tradicionalmente para curar doenças inflamatórias, possuindo algumas propriedades farmacológicas (Cho et al., 2016). No Brasil a espécie é utilizada como ornamental, também sendo considerada naturalizada e invasora de bordas de florestas ocorrendo em diversos estados brasileiros em áreas antropizadas (BFG, 2021). De mesmo modo, na FEENA, T. alata ocorre nas bordas das estradas, sendo bem comum e florescendo praticamente o ano inteiro. Aphelandra — É um gênero grande pertencente à tribo Acantheae (Scotland; Vollesen, 2000), que se difere das outras de Acanthaceae por possuir quatro estames com anteras monotecas (McDade; Daniel; Kiel; Vollesen 2005). O gênero possui cerca de 230 espécies que ocorrem do México até o Brasil e Argentina (Wasshausen, 2013). No Brasil são aceitas 45 espécies e oito em São Paulo (BFG, 2021). Suas espécies são raramente coletadas em florestas secundárias, possuindo distribuição bastante local em florestas primárias (Wasshausen, 1975). As principais características distintivas do gênero são: ausência de cistólitos, presença de quatro estames com anteras monotecas e grãos de pólen elipsoidais com 3 fendas longitudinais, cada uma possuindo geralmente um poro (Wasshausen, 2013). As inflorescências são espigas terminais ou subterminais e as corolas são zigomórficas bilabiadas. Aphelandra longiflora pertence ao grupo das Aphelandra de corola curto- bilabiada, sendo a espécie com maior distribuição geográfica e mais ampla variação morfológica ao longo de sua distribuição (Profice, 2013). Isso pois foi circunscrita a partir da sinonimização de diversas espécies, sendo a maioria do gênero Geissomeria Lindl. (Profice; Andreata, 2011). No Brasil ocorre no Norte (RO, AC, PA), Centro-Oeste (MT, MS, GO, DF), Sudeste (MG, ES, RJ, SP) e Sul (PR, SC) nos domínios da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica (BFG, 2021). Pode ser reconhecida pelas inflorescências em espigas terminais e axilares e pelas flores vistosas com corola curto-bilabiada vermelha e lobos de interior 30 amarelados. Essas características concedem à espécie um potencial ornamental a ser investigado (Braz; Azevedo, 2016). No município de Rio Claro e na FEENA a espécie foi encontrada florindo nos meses de abril e maio, porém a espécie floresce de janeiro a novembro, com maior intensidade de abril a junho (Profice; Andreata, 2011). Hypoestes — O gênero é nativo da região paleotropical e Austrália e acredita- se que existam ca.150 espécies (Darbyshire, 2015). Dessas, várias espécies são usadas em medicina tradicional em diversos países (Al Haidari, 2018). Pertence à linhagem Diclipterinae-núcleo (tribo Justicieae) juntamente aos gêneros Dicliptera, Peristrophe Nees e Xerothamnella C.T. White (McDade; Daniel; Masta; Riley, 2000; Kiel; Daniel; Darbyshire; McDade., 2017). Hypoestes pode ser diferenciado das outras Justicieae por possuir: Inflorescências com cimas envoltas por um par de brácteas usualmente conspícuas, corola ressupinada torcida em 180º, anteras monotecas e base da placenta inelástica (Balkwill; Norris, 1984; Darbyshire, 2015). A espécie Hypoestes phyllostachya é nativa de Madagascar e é considerada naturalizada nos Neotrópicos (Darbyshire, 2015). É uma planta de grande valor ornamental, sendo facilmente reconhecida por possuir folhas ovadas verdes com máculas vistosas que variam de branco, rosa ou vermelho. Além de possuir flores roxas pequenas com corola ressupinada torcida em 180º. Apesar de não ser nativa, a espécie foi encontrada na FEENA e, portanto, considerada como ocorrente na floresta, tendo seu tratamento taxonômico realizado. Foi encontrada florindo no mês de maio. Odontonema — O gênero pertence ao clado mais basal de Justicieae, o clado “Pseuderanthemum”, que tem fortes evidências de ser monofilético (McDade; Daniel; Masta; Riley, 2000). A última revisão do gênero como um todo foi realizada há mais de 30 anos, no trabalho de Baum (1982). Após isso, Daniel (1995) revisou Odontonema no México. As principais características do gênero são as inflorescências racemosas em forma de espiga, terminais ou raramente axilares; corola tubular, regular a levemente zigomórfica e presença de estaminódios. No Brasil ocorrem sete espécies, sendo cinco consideradas nativas (BFG, 2021). A única espécie encontrada na FEENA foi Odontonema cuspidatum, espécie exótica comumente cultivada como ornamental e muito distribuída pelas regiões tropicais do planeta (Baum, 1982). 31 Dicliptera — Pertence ao clado Diclipterinae (assim como Hypoestes) que juntamente às outras “Justicioides” do Velho Mundo (clado Diclipterinae + (Harnieria + Tyloglossa)), são grupo-irmão das “Justicioides” do Novo Mundo (Kiel; Daniel; Darbyshire; McDade., 2017). Além disso, o gênero possui cerca de 175 espécies que ocorrem em regiões temperadas e tropicais tanto no Novo Mundo quanto no Velho Mundo, entretanto não é revisado por inteiro há mais de 150 anos, sendo necessários novos estudos taxonômicos (Daniel, 2009). O gênero pode ser reconhecido pelo caule hexagonal, inflorescências com cimas bracteadas, pela flor geralmente ressupinada e androceu com dois estames (Côrtes; Rapini, 2013). No Brasil ocorrem seis espécies (Costa-Lima; Chagas, 2020)⁠ e na FEENA, assim como no Estado de São Paulo, Dicliptera squarrosa é a única espécie ocorrente do gênero. Dicliptera squarrosa é uma espécie nativa no Brasil e possui ocorrências confirmadas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul, ocorrendo nos domínios de Cerrado e Mata Atlântica (BFG, 2021). Ocorre também em regiões da Bolívia, Peru, Paraguai, Uruguai e Argentina (Wasshausen; Wood, 2004). Por possuir notável variação morfológica em sua distribuição, foi dividida em seis formas geográficas por Wasshausen e Wood (2004). No presente trabalho optou-se por não utilizar tais formas geográficas de identificação infraespecífica por não serem formais. Possui uma flor caracteristicamente ornitófila, sendo polinizada por beija-flores (Matias; Furtado; Rodrigues; Consolaro 2019). Por fim, apesar do gênero possuir como característica a corola ressupinada, Dicliptera squarrosa, assim como outras espécies de Dicliptera no Novo Mundo, não possui corola ressupinada. Justicia — É considerado o maior gênero dentro de Acanthaceae, possuindo mais de 600 espécies (Graham, 1988; Daniel, 2011), e dessas, 134 são aceitas para o Brasil e 76 consideradas endêmicas (BFG, 2021). Da mesma forma, 20 espécies ocorrem em São Paulo (BFG, 2021) e duas ocorrem na FEENA (Justicia brasiliana e J. lythroides). O gênero pertence à tribo Justiceae e é extremamente polifilético (McDade; Daniel; Masta; Riley, 2000; Kiel; Daniel; Darbyshire; McDade., 2017). Dessa forma, os estudos e classificações taxonômicas de Justicia tiveram diversas complicações durante a história, havendo duas principais tendências entre os estudos, sendo elas: separar o gênero em diversos pequenos gêneros ou considerá-lo em sentido amplo e englobar diversas espécies de Justicioides (Graham, 1988). A circunscrição mais 32 aceita atualmente é a de Graham (1988), em que, mesmo que ainda sejam necessárias diversas sinonimizações para ser considerada monofilética, adota Justicia de forma ampla enquanto novas classificações não são propostas. E, portanto, é a classificação considerada neste trabalho. Algumas características gerais de Justicia são: corola bilabiada com lábio superior bilobado e inferior trilobado, androceu com 2 estames, sem estaminódios, e anteras bitecas com tecas geralmente desiguais (Graham, 1988; Ezcurra, 2002). Justicia brasiliana foi disposta na seção Plagiacanthus por Graham (1988). Porém, em análises filogenéticas, Kiel (2018) observaram que Plagiacanthus não é monofilético e J. brasiliana foi apresentada no clado “Sessile Axillary Inflorescence” que é caracterizado por seus representantes possuírem Inflorescências com flores dispostas em espigas axilares sésseis e condensadas. No Brasil ocorre no Sul (PR, SC, RS), Sudeste (SP, MG, RJ) e Centro-Oeste (DF, MS) (BFG, 2021). Ocorre também nos países vizinhos Uruguai, Argentina e Paraguai (Ezcurra, 2002). Pode ser encontrada em matas úmidas, margens de rios e, no Rio de Janeiro, é uma espécie comum nas restingas (Ezcurra, 2002; Braz; Azevedo, 2016). Na FEENA, foi encontrada florindo nos meses de dezembro a abril. De outro modo, a espécie Justicia lythroides pertence à seção Chaetothylax sensu Graham (1988) e é caracterizada pela inflorescência de espiga secundiflora com flores pequenas (Ezcurra, 2002), além de possuir anteras com uma teca vestigial ou ausente. No Brasil, ocorre no Sul (PR, SC) e no Sudeste (SP, MG, RJ), ocorrendo também na Argentina e no Paraguai (Ezcurra, 2002; BFG, 2021). Habita o sub bosque e bordas de matas úmidas, sendo frequente em ambientes alterados (Ezcurra, 2002). Na FEENA foi encontrada florindo nos meses de abril e maio. Ruellia — O gênero é o segundo maior de Acanthaceae em número de espécies com aproximadamente 300 (ou talvez 350) espécies (Tripp, 2010; Tripp et al., 2013), ficando apenas atrás de Justicia. No Brasil, ocorrem 83 espécies (46 são endêmicas) e em São Paulo 19 espécies (BFG, 2021). O Novo Mundo é um grande centro de diversidade, principalmente a respeito de padrões de inflorescências e morfologia de corola (Ezcurra, 1993). E, por possuir grande diversidade morfológica e ecológica, Ruellia foi utilizado como modelo para estudos de especialização floral e sistemas de polinização (Tripp; Manos, 2008). Referente a classificação do gênero, Tripp (2007) ⁠ identificou nove clados dentro de Ruellia do Novo Mundo (Clado dentro do grado de Ruellia do Velho Mundo). Além 33 disso, Tripp e Darbyshire (2017) estabeleceram cinco seções dentro de Ruellia do Velho Mundo. As espécies do gênero podem ser reconhecidas por possuírem: cistólitos e flor pouco a muito zigomórfica com 4 estames frequentemente didínamos com anteras bitecas, sem apêndices basais. A única sinapomorfia conhecida do gênero é o grão de pólen — designado “Wabenpollen” — caracterizado por ser triporado, esferoidal e possuir exina grosseiramente reticulada (Tripp, 2007). Blechum pyramidatum (Lam.) Urb. foi sinonimizado em Ruellia blechum L. por McDade e Tripp (2007). Posteriormente, o gênero Blechum foi inteiramente transferido para Ruellia a partir de evidências morfológicas, cromossômicas e moleculares (Tripp; Daniel; Lendemer; Mcdade., 2009). Este pequeno grupo foi levantado como um dos mais derivados dentro do gênero, o clado ‘Blechum’, com morfologias consideradas altamente autapomórficas (Tripp, 2007; Tripp; Daniel; Lendemer; Mcdade., 2009). Ruellia blechum foi descrita para a Jamaica e é considerada naturalizada no Brasil, com ocorrências confirmadas no Norte (PA), Nordeste (BA, PE), Centro-Oeste (GO) e Sudeste (ES, MG, SP, RJ) (BFG, 2021). Na FEENA, ocorre perto de áreas mais antropizadas, tanto em vegetação aberta quanto fechada. Foi encontrada florindo principalmente nos meses de abril e maio, porém floresce praticamente o ano todo (Braz; Azevedo, 2016). Dentro do clado ‘Physiruellia’, foram encontradas na FEENA as espécies Ruellia jussieuoides, R. brevifolia e R. angustiflora. Esse clado é caracterizado por plantas com inflorescências tipo dicásio (simples ou composto), com muitas ramificações e geralmente com longos pedicelos (Tripp, 2007). Ruellia jussieuoides, porém, é uma espécie caracterizada por possuir flores solitárias e sésseis, além de venação secundária proeminente e corola longa, arroxeada e de tubo estreito. Sua distribuição possui uma disjunção notável, ocorrendo do México até o Panamá e, na América do Sul, foi coletada na Bolívia, Peru, Equador e Brasil (Ruellia puri, que foi sinonimizada em R. jussieuoides), não tendo informações de coleta na Venezuela, Colômbia e Guianas (Tripp; McDade, 2012). No Brasil, possui ocorrências confirmadas no Centro-Oeste (DF, GO) e Sudeste (MG, SP) (BFG, 2021). Na FEENA ocorre no sub bosque e nas beiras de estradas em áreas úmidas. Além disso, foi encontrada florindo de março a maio. Ruellia brevifolia possui como característica inflorescências dicásios compostos de várias flores com corola vermelha de garganta ventricosa. É cultivada 34 como ornamental e é uma espécie amplamente distribuída, ocorrendo praticamente em toda América do Sul. No Brasil possui ocorrência confirmada no Norte (AC, AM, RO), Centro-Oeste (GO, MS, MT) e em todo Sul e Sudeste (BFG, 2021). Na FEENA ocorre em beiras de estrada e trilhas e foi encontrada florindo no outono e inverno. Ruellia angustiflora possui como características o caule marcadamente quadrangular e as flores vermelhas tubulares em dicásios axilares. Ocorre no Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina (Ezcurra, 1993). No Brasil tem ocorrência confirmada em toda região Sul e no estado de São Paulo (BFG, 2021). Ocorre em locais úmidos como margens de rios, córregos, perto de quedas d'água, em lugares alterados e ensolarados (Ezcurra, 1993). Na FEENA foi encontrada florindo em setembro. Ruellia elegans pertence ao clado ‘Ruellia inflata’ (que não apresenta nenhuma sinapomorfia conhecida) (Tripp, 2007), ⁠ além de possuir flores com grandes corolas vermelhas, sendo às vezes cultivada como ornamental (Ezcurra, 1993). No Brasil, há ocorrências confirmadas no Centro-Oeste (GO), Sudeste (MG, SP) e Sul (PR) (BFG, 2021). Floresce na primavera e no verão (Ezcurra, 1993). Por fim, Ruellia simplex é uma espécie que pertence ao clado ‘Euruellia’ (Tripp, 2007)⁠ e pode ser facilmente reconhecida por suas folhas lanceoladas com inflorescências axilares em dicásio com flores roxas. Por essas características, é bastante utilizada como ornamental. Possui distribuição disjunta, ocorrendo no sul dos Estados Unidos, México e Antilhas, além de ocorrer também na Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil. Essa distribuição causou problemas nomenclaturais até que os outros nomes (R. tweediana, R. coerulea, R. brittoniana e R. angustifolia) foram sinonimizados em Ruellia simplex (Ezcurra; Daniel, 2007). Provavelmente é naturalizada na FEENA, além de ocorrer nas margens de córregos e corpos d’água (abundante na margem do rio Ribeirão Claro). Além disso, floresce na primavera e no verão. 35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Acanthaceae é uma notável família botânica, com distribuição predominantemente pantropical e amplamente presente nas vegetações brasileiras. Somado a isso, a família tem diversos problemas taxonômicos e nomenclaturais a serem resolvidos e floras locais têm-se mostrado úteis para isso. Nesse contexto, o interior do estado de São Paulo abriga diversos pequenos fragmentos de vegetação dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. A FEENA se encontra neste contexto, sendo um fragmento florestal de Eucalyptus spp. com regeneração de elementos de Cerrado e Mata Atlântica cuja flora (principalmente herbácea) é pouco conhecida. Assim, o trabalho permitiu o registro de seis novas ocorrências para a FEENA, que possuía apenas registros isolados de Acanthaceae. Além disso, estudos taxonômicos e floras locais são extremamente importantes para o reconhecimento das espécies ocorrentes, permitindo que haja ações de conservação. Por fim, devido à ampla variedade morfológica das flores entre as espécies, estas contribuem, ao longo do ano, como importante fonte de recursos para diferentes polinizadores da floresta. 36 REFERÊNCIAS ADHIKARI, B.; PENDRY, C.A.; WATSON, M.F.; WOOD, J.R.I. An account of Thunbergia (Acanthaceae) in Nepal, with a description of the new species T. nepalensis. Kew Bull., 68: 651–661. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s12225-013-9481-x Acesso em 16 mai. 2020. AL HAIDARI, R.A. A Review of traditional uses, phytochemicals and bioactivities of the genus Hypoestes. African J. Tradit. Complement. Altern. Med., 15: 1. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.21010/ajtcamv15i3.1 Acesso em 15 mai. 2023. BALKWILL, K.; NORRIS, F.G. Taxonomic studies in the Acanthaceae; the genus Hypoestes in southern Africa. South African J. Bot., 51: 133–144. 1984. Disponível em: https://doi.org/10.1016/s0254-6299(16)31685-4 Acesso em 27 abr.. 2020. BAUM, V.M. A Revision of the Genus Odontonema (Acanthaceae).1982.Tese (Master of Science). University of Maryland. 2018. Disponível em: https://doi.org/https://doi.org/10.13016/epxu-wnx7 Acesso em 04 mai. 2020. BORG, A.J.; MCDADE, L.A.; SCHÖNENBERGER, J. Molecular phylogenetics and morphological evolution of Thunbergioideae (Acanthaceae). Taxon, 57: 811–822. 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1002/tax.573012 Acesso em 12 nov. 2020. BRAZ, D.M.; AZEVEDO, I.H.F. Acanthaceae da Marambaia, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Hoehnea, 43: 497–516. 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2236-8906-12/2016 Acesso em 21 abr. 2019. BRAZIL FLORA GROUP. 2021. Brazilian Flora 2020 project - Projeto Flora do Brasil 2020.Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro v393.274. Dataset/Checklist. Disponível em: doi:10.15468/1mtkaw Acesso em 22 ago. 2021. CHO, Y.C. et al. Thunbergia alata inhibits inflammatory responses through the inactivation of ERK and STAT3 in macrophages. Int. J. Mol. Med., 38: 1596–1604. 2016. Disponível em: https://doi.org/10.3892/ijmm.2016.2746 Acesso em 12 mai. 2020. CÔRTES, A.L.A.; RAPINI, A. Justicieae (Acanthaceae) do Semiárido do Estado da Bahia, Brasil. Hoehnea, 40: 253–292. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s2236-89062013000200003 Acesso em 17 out. 2019. COSTA-LIMA, J.L.; CHAGAS, E.C.O. A synopsis of Dicliptera (Acanthaceae) in Brazil, with the description of two new species. Syst. Bot., 45: 340–348. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1600/036364420X15862837791186 Acesso em 11 jun. 2020. DANIEL, T.F. Revision of Odontonema (Acanthaceae) in Mexico. Contr. Univ. Michigan Herb., 20: 147–171. 1995. DANIEL, T.F. Synopsis of Dicliptera (Acanthaceae) in the Nueva Galicia region of Western Mexico with a new species, D. novogaliciana. Proc. Calif. Acad. Sci., 60: 1–18. 2009. DANIEL, T.F. Justicia (Acanthaceae) in Texas. J. Bot. Res. Inst. Texas, 5: 595–618. 2011. 37 DARBYSHIRE, I. The genus Hypoestes (Acanthaceae) in Angola. Kew Bull., 70: 1– 10. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s12225-015-9595-4 Acesso em 14 abr. 2020. EZCURRA, C. Systematics of Ruellia (Acanthaceae) in Southern South America. Ann. Missouri Bot. Gard., 80: 787–845. 1993. EZCURRA, C. El género Justicia (Acanthaceae) en Sudamérica Austral. Ann. Missouri Bot. Gard., 89: 225–280. 2002. EZCURRA, C; DANIEL, T.F. Ruellia simplex, an older and overlooked name for Ruellia tweediana and Ruellia coerulea (Acanthaceae). Darwiniana, 45: 201–203. 2007. GRAHAM, V.A.W. Delimitation and infra-generic classification of Justicia (Acanthaceae). Kew Bull., 43: 551–624. 1988. HARRIS, J.G.; HARRIS, M.W.. Plant identification terminology: an illustrated glossary. Spring Lake, Utah: Spring Lake Publishing. 2001. INSTITUTOS NACIONAIS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA (INCT). 2023. Herbário Virtual da Flora e dos Fungos. Disponível em: http://inct.splink.org.br Acesso em 04 abr. 2023. JUDD, W.S. Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. Porto Alegre: Artmed. 2009 KIEL, C.A.; DANIEL, T.F.; DARBYSHIRE, I; MCDADE, L.A. Unraveling relationships in the morphologically diverse and taxonomically challenging “justicioid” lineage (Acanthaceae: Justicieae). Taxon, 66: 645–674. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.12705/663.8 Acesso em 03 out. 2019. KIEL, C.A.; DANIEL, T.F.; MCDADE, L.A. Phylogenetics of New World ‘justicioids’ (Justicieae: Acanthaceae): major lineages, morphological patterns, and widespread incongruence with classification. Syst. Bot., 43: 459–484. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1600/036364418x697201 Acesso em 17 jul. 2019. KOJIMA, R.K.; KAMEYAMA, C; MAGENTA, M.A.G. Acanthaceae Juss. no Parque Estadual Restinga de Bertioga, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea, 46: e462018. 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/2236-8906-46/2018 Acesso em 21 abr. 2019. MATIAS, R.; CONSOLARO, H. Polinização e sistema reprodutivo de Acanthaceae Juss. no Brasil: uma revisão. Biosci. J., 31: 890–907. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.14393/bj-v31n3a2015-23979 Acesso em 17 jul. 2019. MATIAS, R.; FURTADO, M.T.; RODRIGUES, S.B.; CONSOLARO, H. Floral resource availability of Dicliptera squarrosa (Acanthaceae) and its dependence on hummingbirds for fruit formation in a forest fragment of central Brazil. Plant Ecol. Evol., 152: 68–77. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.5091/plecevo.2019.1537 Acesso em 19 set. 2019. MCDADE, L.A.; TRIPP, E.A. A synopsis of Costa Rican Ruellia (Acanthaceae), with descriptions of four new species. Brittonia, 59: 199–216. 2007. 38 MCDADE, L.A.; DANIEL, T.F.; KIEL, C.A. Toward a comprehensive understanding of phylogenetic relationships among lineages of Acanthaceae s.l. (Lamiales). Am. J. Bot., 95: 1136–1152. 2008. Disponível em: https://doi.org/10.3732/ajb.0800096 Acesso em 21 abr. 2019. MCDADE, L.A.; DANIEL, T.F.; KIEL, C.A.; VOLLESEN, K. Phylogenetic relationships among Acantheae (Acanthaceae): major lineages present contrasting patterns of molecular evolution and morphological differentiation. Syst. Bot., 30: 834–862. 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1600/036364405775097734 Acesso em 21 abr. 2020. MCDADE, L.A.; DANIEL, T.F.; MASTA, S.E.; RILEY, K.M. Phylogenetic relationships within the tribe Justiciae (Acanthaceae): evidence from molecular sequences, morphology, and cytology. Ann. Missouri Bot. Gard, 87: 435–458. 2000. Disponível em: https://doi.org/10.2307/2666140 Acesso em 03 out. 2019. MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403: 853– 858. 2000. Disponível em: https://doi.org/10.1038/35002501 Acesso em 11 abr. 2019. OLMSTEAD, R. G. 2005. A synoptical classification of the Lamiales. Synoptical Classification Vers. 2.6.2 (em prog.). Atualizado 12 de abril de 2016. 2005. PEIXOTO, A.L.; MAIA, L.C. Manual de procedimentos para herbários. Recife. Editora Universitária UFPE. 2013. PROFICE, S.R. Acanthaceae Juss. da reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, RJ, Brasil. Pesqui. Botânica, 64: 65–83. 2013. PROFICE, S.R.; ANDREATA, R.H.P. Revisão taxonômica de Aphelandra R. Br. (Acanthaceae) de corola curto-bilabiada. Pesqui. Botânica, 62: 7–70. 2011. REIS, C.M.; ZANCHETTA, D.; PONTALTI, S.F.L. (Org.). Plano de Manejo da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade. Rio Claro: SMA, Instituto Florestal, São Paulo. 2005. RETIEF, E.; REYNEKE, W. The genus Thunbergia in southern Africa. Bothalia, 15: 107–116. 1984. Disponível em: https://doi.org/10.4102/abc.v15i1/2.1109 Acesso em 24 set. 2019. SCOTLAND, R.W.; VOLLESEN, K. Classification of Acanthaceae. Kew Bull., 55: 513–589. 2000. Disponível em: https://doi.org/10.2307/4118776 Acesso em 21 abr. 2019. TRIPP, E.A. Evolutionary relationships within the species-rich genus Ruellia (Acanthaceae). Syst. Bot., 32: 628–649. 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1600/036364407782250625 Acesso em 28 jul. 2019. TRIPP, E.A. Taxonomic revision of Ruellia section Chiropterophila (Acanthaceae): a lineage of rare and endemic species from Mexico. Syst. Bot. 35: 629–661. 2010. TRIPP, E.A.; DARBYSHIRE, I. Phylogenetic relationships among Old World Ruellia L.: a new classification and reinstatement of the genus Dinteracanthus Schinz. Syst. Bot., 42: 470–483. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1600/036364417x695961 Acesso em 12 jul. 2019. 39 TRIPP, E.A.; MANOS, P.S. Is floral specialization an evolutionary dead-end? Pollination system transitions in Ruellia (Acanthaceae). Evolution (N. Y)., 62: 1712– 1737. 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1558-5646.2008.00398.x Acesso em 19 set. 2019. TRIPP, E.A.; MCDADE, L.A. New synonymies for Ruellia (Acanthaceae) of Costa Rica and notes on other neotropical species. Brittonia, 64: 305–317. 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s12228-012-9244-2 Acesso em 24 set. 2019. TRIPP, E.A.; DANIEL, T.F.; FATIMAH, S.; MCDADE, L.A. Phylogenetic relationships within Ruellieae (Acanthaceae) and a revised classification. Int. J. Plant Sci., 174: 97–137. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1086/668248 Acesso em 17 jul. 2019. TRIPP, E.A.; DANIEL, T.F.; LENDEMER, J.C.; MCDADE, L.A. New molecular and morphological insights prompt transfer of Blechum to Ruellia (Acanthaceae). Taxon, 58: 893–906. 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1002/tax.583017 Acesso em 19 nov. 2019. WASSHAUSEN, D.C. The genus Aphelandra (Acanthaceae). Smithson. Contrib. to Bot., 1–157. 1975. Disponível em: https://doi.org/10.5479/si.0081024x.18 Acesso em 21 abr. 2020. WASSHAUSEN, D.C. New species of Aphelandra (Acanthaceae) from Ecuador and Peru. J. Bot. Res. Inst. Texas, 7: 109–120. 2013. WASSHAUSEN, D.C.; WOOD, J.R.I. Acanthaceae of Bolivia. Contrib. from United States Natl. Herb., 49: 1–152. 2004. WEBERLING, F. Morphology of flowers and inflorescences. Cambridge: Cambridge University Press. 1989.