UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE MEDICINA Andréia da Silva Souza Análise do polimorfismo da região 3’não traduzida (3’NT) do gene HLA-G de pacientes com esclerose múltipla e neuromielite óptica da região noroeste do estado de São Paulo Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Mestra em Patologia. Orientadora: Profa. Dra. Doralina Guimarães Brum Souza Botucatu 2016 Andréia da Silva Souza Análise do polimorfismo da região 3’não traduzida (3’NT) do gene HLA-G de pacientes com esclerose múltipla e neuromielite óptica da região noroeste do estado de São Paulo Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Mestra em Patologia. Orientadora: Profa. Dra. Doralina Guimarães Brum Souza Botucatu 2016 Andreia da Silva Souza Análise do polimorfismo da região 3’não traduzida (3’NT) do gene HLA-G de pacientes com esclerose múltipla e neuromielite óptica da região noroeste do estado de São Paulo Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Botucatu, para obtenção do título de mestra em patologia. Orientador: Profa. Dra. Doralina Guimarães Brum Souza Comissão examinadora _____________________________________ Profa. Dra. Doralina Guimarães Brum Souza Universidade Estadual Paulista (UNESP) _____________________________________ Prof. Dr. Celso Teixeira Mendes-Junior Universidade de São Paulo (USP) _____________________________________ Prof. Dr. Erick C. Castelli Universidade Estadual Paulista (UNESP) Botucatu, 22 de fevereiro de 2016 Dedicatória Dedico este trabalho... Aos meus pais Antônio e Lourdes que são meu porto seguro, meus presentes do céu e a razão de cada luta. A eles que comigo suportaram a distância e a saudade e que sempre têm as melhores palavras para me ajudar a seguir em frente. A eles que são meus maiores exemplos honradez, coragem e persistência. Obrigada por toda dedicação e amor. Agradecimentos  Agradeço primeiramente a Deus pela sua constante presença em minha vida, pela força e pelo colo de Pai. De fato, não estaria distante de minha vida acadêmica o autor de toda ciência.  Aos meus pais Antônio e Lourdes pelo apoio incondicional em todos os momentos.  Aos familiares e amigos que mesmo distantes estão sempre torcendo e ajudando na minha caminhada.  Ao meu quarteto preferido e único no mundo: Sônia Regina, Emanuelle Priscilla, Dany Cleudy e Thaís Alencar. Mesmo com toda distância física, a amizade, o apoio e o carinho de vocês foram fundamentais nos momentos difíceis.  À minha amiga de todas as horas Paula Mikaela, pelas risadas, pelos ouvidos, pelo ombro amigo, mas principalmente pela amizade que é um verdadeiro presente de Deus.  Às minhas companheiras de casa e amigas Kelly Nunes, Ana Emília e Alaine Patrícia pela oportunidade de dividirmos um lar, por terem tornado a saudade da família suportável. Muito obrigada.  Ás minhas amigas Renata Brant, Luana Vilela, Thálitta Ayala e Iane Porto pelos conselhos, ensinamentos e companheirismo.  Aos amigos mais que especiais Breno Kennedy, Marlon Jocimar, Rosemary Cristina e Luciana Pizzani por estarem sempre ao meu lado, pelo apoio e por serem como luzes, me fazendo enxergar sempre o lado bom de tudo.  À Vânia Soler, secretária da Pós-graduação em Patologia, pela disponibilidade em ajudar sempre que precisei.  Ao profº Dr.º Erick Castelli por contribuir com o meu aprendizado durante a realização deste trabalho e ter gentilmente cedido um espaço em seu laboratório para realização de experimentos.  Aos professores Dr.º Eduardo A. Donadi e Dr.º Amilton Antunes pelas sugestões e contribuição no meu Exame de Qualificação.  À minha orientadora Prof.ª Dr.ª Doralina Guimarães Brum por acreditar em mim, por todo conhecimento transmitido, pelos conselhos, pelo apoio, e por fazer com que esse trabalho fosse possível. Obrigada por ensinar muito do que hoje eu sei.  E a todos que fizeram parte dessa caminhada: muito obrigada! SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .......................................................................................... 8 RESUMO .................................................................................................................................................... 10 ABSTRACT ............................................................................................................................................... 11 CAPÍTULO I-REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 12 Introdução............................................................................................................................ 13 Esclerose múltipla................................................................................................................ 13 Neuromielite óptica.............................................................................................................. 15 CPH e tolerância imunológica.............................................................................................. 17 HLA-G.................................................................................................................................. 18 Região 3’NT do gene HLA-G.............................................................................................. 20 Referências bibliográficas.................................................................................................... 25 OBJETIVOS .............................................................................................................................................. 38 1. Objetivo geral.................................................................................................................. 39 2. Objetivos específicos........................................................................................................ 39 CAPÍTULO II-ARTIGO ........................................................................................................................ 40 Abstract ............................................................................................................................... 42 Introduction ......................................................................................................................... 43 Materials and methods ........................................................................................................ 45 Results ................................................................................................................................. 47 Discussion ........................................................................................................................... 50 Conclusion .......................................................................................................................... 53 Tables and figures .............................................................................................................. 54 References .......................................................................................................................... 61 ANEXO ....................................................................................................................................................... 69 8 Lista de Abreviaturas e Siglas AIM Marcador informativo de ancestralidade (do inglês, Ancestry Informative Markers) APC Célula apresentadora de antígeno (do inglês, antigen presenting cell) AQP Aquaporina AR Artrite reumatoide CCR5 Receptor de quimiocinas CC tipo 5 (do inglês, C-C chemokine receptor type 5) CPH Complexo principal de histocompatibilidade (MHC, do inglês, major histocompatibility complex) EAE Encefalomielite experimental autoimune (EAE, do inglês, experimental autoimmune encephalomyelitis) EDSS Escala de Incapacidade Funcional (do inglês, expanded disability status scale) EM Esclerose múltipla EMPP Esclerose múltipla primária-progressiva EMRR Esclerose múltipla recorrente-remitente EMSP Esclerose múltipla secundária-progressiva HLA Antígeno leucocitário humano (do inglês, human leukocyte antigens) IC Intervalo de confiança IFN Interferon IL Interleucina LD Desequílibrio de ligação (LD – Linkage disequilibrium) LES Lúpus eritematoso sistêmico Mb Megabases (10 6 bases) mL Mililitro (10 -3 Litro) MOG Glicoproteína da mielina do oligodendrócito (do inglês, myelin oligodendrocyte glycoprotein) mRNA Ácido ribonucleico mensageiro ou RNA mensageiro MTLE Mielite transversal longitudinal extensa MTP Metilprednisolona Ng Nanograma (10 -9 gramas) NK Célula assassina natural (do inglês, natural killer) NMO Neuromielite óptica NMOSD Desordens do espectro de NMO (do inglês, neuromyelitis optica spectrum desorder) 9 NO Neurite óptica NT Não traduzida Pb Pares de bases PBM Proteína básica de mielina PF Plasmaférese PLP Proteína proteolipídica RM Ressonância magnética SNC Sistema nervoso central SNP Polimorfismo de base única (do inglês, single nucleotide polymorphism) TCR Receptor de célula T Th Linfócito T auxiliar (do inglês, T helper) TNF Fator de necrose tumoral UTR Região não traduzida (do inglês, untranslated region) 10 RESUMO A esclerose múltipla (EM) e as desordens do espectro de neuromielite óptica (NMOSD) são doenças inflamatórias autoimunes com predileção pelo sistema nervoso central, sendo que a EM ocorre mais frequentemente em populações caucasianas, enquanto a NMO é mais frequente em indivíduos não caucasianos. O gene HLA-G codifica uma molécula com um importante papel na tolerância imunológica. Essa molécula foi primeiramente descrita na interface materno-fetal, onde foi associada ao sucesso da gravidez. Além disso, a expressão da molécula de HLA-G tem sido relatada em condições patológicas como câncer, infecções virais e doenças autoimunes, incluindo EM. O nível de expressão de HLA-G depende principalmente de fatores que modulam sua expressão transcricional e pós- transcricionalmente, tais como a região 3’não traduzida (3’NT) do gene através da manutenção da estabilidade do mRNA e da interação com microRNAs específicos. Alguns haplótipos de 3’NT foram associados a maior expressão de HLA-G, o que seria benéfico em desordens autoimunes. O objetivo deste estudo foi analisar os sítios polimórficos da região 3’NT do gene HLA-G de pacientes com EM e NMOSD. A região 3’ NT do gene HLA-G de 105 pacientes com EM, 54 pacientes NMOSD e 108 controles, foi sequenciada através do método Sanger. Foram identificados 10 sítios de variações, incluindo 14pb indel +3001C/T,+3003T/C, +3010G/C,+3027C/A, +3035C/T, +3142C/G, +3187G/A, +3196C/G, +3227G/A. Não foi encontrada qualquer associação desses alelos à EM quando comparada a controles saudáveis ou a NMOSD. Porém, comparado a controles, o alelo +3187A apareceu em maior frequência no grupo NMOSD e consequentemente o alelo +3187G e UTR- 1(DelCTGCCCGCG), único haplótipo que carrega esse alelo, foram sub-representados nesse grupo, particularmente no grupo de pacientes soropositivos para anticorpos anti-AQP4. Por outro lado, o grupo de pacientes NMOSD soronegativos para anti-AQP4 apresentou maior frequência de UTR-6 (DelCTGCCCACG) quando comparado a controles saudáveis. Considerando que: i) o alelo +3187A está associado a menor expressão de HLA-G e ii) o alelo +3187A e o genótipo +3187AA são mais frequentes no grupo NMOSD, principalmente nos pacientes anti-AQP4 positivos, a baixa expressão de HLA-G poderia estar contribuindo para a quebra da tolerância imunológica na patogenia de NMOSD. Palavras-chaves: HLA-G, 3’NT, UTR-1, +3187A, esclerose múltipla, neuromielite óptica. 11 ABSTRACT Multiple sclerosis (MS) and neuromyelitis optica spectrum disorders (NMOSD) are autoimmune inflammatory diseases with predilection for the central nervous system, and the MS occurs most frequently in Caucasian populations, while NMOSD is more frequent in non- Caucasian individuals. A key feature of MS and NMOSD is the breakdown of immunological tolerance. Human leukocyte antigen G (HLA-G) gene encodes a nonclassical HLA class I molecule that plays a pivotal role in immune tolerance, inhibiting different cell subsets involved in innate and adaptive immunity and autoimmune responses. Constitutive expression of HLA-G has been primarily observed in placenta, and ectopic expression been observed in cancer, allografts and autoimmune disorders. As a corollary, HLA-G expression is expected to be advantageous in autoimmune disorders. The regulation of the HLA-G gene may depend on transcriptional and posttranscriptional regulatory elements, such as HLA-G 3’untranslated region (UTR) by maintaining mRNA stability and interaction with specific microRNAs. The aim of this study was to verify polymorphic sites at HLA-G 3’UTR in MS and NMOSD patients. HLA-G 3’UTR of Brazilian patients with MS (n=105), NMO (n=54) and in healthy individuals (n=108) was typed using Sanger method. Ten variation sites were observed, including the 14bp indel +3001C/T,+3003T/C, +3010G/C,+3027C/A, +3035C/T, +3142C/G, +3187G/A, +3196C/G, +3227G/A. HLA-G 3'UTR allele, genotype and haplotype frequencies showed no differences after comparison of MS with controls and MS with NMOSD were closely similar. Compared to controls; i) the +3187A allele was overrepresented and UTR- 1(DelCTGCCCGCG) that contains +3187G was underrepresented in NMOSD patients; ii) +3187A and +3187AA were overrepresented, whereas UTR-1(DelCTGCCCGCG) was underrepresented in NMO AQP4+ patients, and iii) the UTR-6 (DelCTGCCCACG) was overrepresented in NMO AQP4- patients. HLA-G 3’UTR polymorphic sites are differentially associated with neuromyelitis optica and multiple sclerosis further corroborating that NMO and MS are distinct diseases. Considering that: i) the +3187A allele has been associated with decreased expression of HLA-G, ii) the +3187A allele and AA genotype were overrepresented in NMOSD patients, particularly in those exhibiting AQP4 antibodies (AQP4 group), a low HLA-G expression may contribute to breakdown of immune tolerance in the pathogenesis of NMOSD. Keywords: HLA-G, 3’UTR, UTR-1, +3187A, multiple sclerosis, neuromyelitis optica 12 Capítulo I-Revisão de Literatura 13 INTRODUÇÃO As doenças desmielinizantes inflamatórias do sistema nervoso central (SNC) são as principais causas de incapacidade neurológica não traumática em adultos jovens em todo o mundo. Esclerose múltipla (EM) e neuromielite óptica (NMO) são as principais doenças inflamatórias desmielinizantes, autoimunes restritas ao SNC (1). Esclerose múltipla A EM é a doença desmielinizante mais comum do SNC. Estudos de prevalência mostram que EM afeta aproximadamente 2,3 milhões de jovens adultos em todo o mundo, é duas vezes mais frequente em mulheres e têm maior prevalência em populações caucasianas (2). Por afetar adultos jovens, com início entre 20 e 40 anos, e ser uma doença incapacitante, gerando déficits sensoriais, motores, autonômicos e de funções cognitivas, a EM tem uma relevante importância socioeconômica (3,4). A prevalência difere conforme a região geográfica no globo, aumentando com o distanciamento da linha do equador em ambos os hemisférios (5). Europa e América do Norte têm as maiores prevalências (140 e 108 por 100.000, respectivamente), enquanto África Subsaariana e Ásia Oriental, as menores (2,1 e 2,2 por 100.000, respectivamente) (2). No Brasil, a prevalência de EM é igualmente variável, a menor frequência é encontrada no Nordeste brasileiro (1,36/100.000) e as maiores nas regiões Sudeste e Sul, com 15 a 18/100.000 e 27,2/100.000, respectivamente (6–9). A doença pode apresentar diferentes formas clínicas. Aproximadamente 85% dos pacientes com EM apresentam a forma recorrente-remitente (EMRR), caracterizada por exacerbações clínicas com diminuição da capacidade funcional do paciente, seguidas por recuperação total ou parcial. Em torno de 50% dos pacientes com EMRR converte em secundária-progressiva (EMSP) após 10 anos de evolução, que é caracterizada por uma história de piora gradual com ou sem exacerbações agudas. O terceiro tipo, primária- progressiva (EMPP) é caracterizado por progressão contínua da incapacidade do paciente desde o início da doença com acúmulo progressivo de déficits neurológicos (10–12). A incapacidade funcional resultante dos diversos surtos (piora neurológica) ou atividade inflamatória silenciosa é acumulada ao longo dos anos de evolução e mensurada pela Escala Expandida do Estado de Incapacidade de Kurtzke (EDSS, do inglês, Expanded Disability Scale Score). Essa varia de 0 a 10, sendo zero caracterizado pela ausência de sinais 14 e sintomas neurológicos; de 1,0 a 2,5, por incapacidade leve; de 3,0 a 4,5, por incapacidade moderada; ≥ 5,0 por incapacidade grave, particularmente pelo déficit de marcha; e 10, óbito pela doença (13). O diagnóstico é essencialmente por exclusão de diagnóticos altenativos, sendo atualmente utilizados os critérios de McDonald e revisões, que estabelecem o diagnóstico com base na demonstração objetiva de disseminação de lesões no espaço e no tempo por motivos clínicos, isoladamente, ou por cuidadosa e padronizada integração de achados clínicos, de ressonância magnética (RM) e laboratorial (análise do líquor) (14–16). A etiologia da doença não é conhecida. Porém, há evidências que fatores ambientais e genéticos podem contribuir para o seu desenvolvimento. Estudos familiares sistematizados evidenciam risco diferencial para consaguíneos não gêmeos (1,9%), gemêos dizigóticos (1,7- 2,3%) e monozigóticos (15-25%) que enfatiza o papel genético na doença (17,18). Aproximadamente 100 genes já apresentaram associação com a EM, muitos deles relacionados à resposta imune, tais como, apresentação de antígenos, transdução de sinais, citocinas (IL-10 e IFN-γ) e receptores (recetor α de IL-4 e receptor β de IL-2), receptores de quimiocinas (CCR5), vitamina D e estrógenos (3,19). Porém, genes do complexo principal de histocompatibilidade (CPH ou MHC, do inglês major histocompatility complex), localizados no cromossomo 6, principalmente os antígenos leucocitários humanos (HLA, do inglês human leucocytes antigens), têm sido os mais robustamente associados a EM há mais de 40 anos. Os alelos classe II, HLA-DRB1*15:01, HLA-DRB1*13:03, HLA-DRB1*03:01, HLA-DRB1*08:01 e HLA-DQB1*03:02 têm sido associado à susceptibilidade, enquanto alguns alelos de HLA de classe I relacionados à proteção, entre eles, HLA-A*02:01, HLA-B*44:02, HLA-B*38:01 e HLA-B*55:01 (20). A neuropatologia das lesões na EM caracteriza-se por inflamação, desmielinização, dano axonal e gliose (21). O principal mecanismo é a imunomediação celular por linfócitos T CD4+, mas linfócitos T CD8+, células NK (do inglês, Natural Killler), macrófagos, linfócitos B, anticorpos e moléculas do sistema complemento também contribuem para a patogenia da EM (3,12,22). A encefalomielite experimental autoimune (EAE, do inglês, experimental autoimmune encephomyelitis), modelo animal da EM, pode ser induzida em camundongos, ratos e cobaias pela inoculação de componentes da bainha de mielina do SNC, tais como proteína básica da mielina (PBM), proteína proteolipídica (PLP) e glicoproteína da mielina do oligodendrócito (MOG) (23) e se desenvolve em uma a duas semanas após a inoculação do antígeno (23). Ativação de células TCD4+ auto-reativas, expansão clonal, diferenciação em 15 células Th1 (linfócitos T auxiliares 1 – do inglês, T helper) e transmigração através da barreira hemotoencefálica são etapas cruciais para o mecanismo inicial da EAE (23). Apesar da predominância do perfil de resposta celular (Th1 e Th17) apontado pela EAE (24–26), achados de biópsia e necropsia de pacientes com EM evidenciam heterogeneidade nos mecanismos da patogenia da doença, com quatro subtipos histopatológicos - I, II, III e IV (22). O mecanismo mediado por célula T, subtipo histopatológico I, é o predominante na EM. Porém, a deposição de imunocomplexos nas placas de lesões ativas, particularmente do padrão histológico tipo II, demonstra que a participação das células B é relevante (22). O papel das oligoclonais IgG no líquor de mais de 95% dos pacientes caucasianos não foi especificado (27) e ainda necessita de esclarecimentos. Adicionalmente, pessoas saudáveis apresentam anticorpo anti-PBM (28,29). Portanto, não há um biomarcador para a EM (12) e o modelo patogênico considerando T CD4+, isoladamente, não é suficiente para explicar a patogênia da doença (30). Posto que a etiologia da EM é desconhecida e há evidências que o mecanismo patogênico é inflamatório, o tratamento baseia-se na redução da atividade inflamatória durante os surtos, com o uso dos corticóides, e na prevenção de novos surtos com o uso de imunomoduladores (31–33). Neuromielite óptica A NMO ou doença de Devic é uma doença inflamatória desmielinizante do SNC com uma particular predileção pelo nervo óptico e medula espinhal (34). Por mais de um século, essa doença foi considerada uma variante da EM devido as suas características clínicas em comum, como a manifestação de neurite óptica e mielite (35,36). Em 2004, a descoberta do anticorpo anti-AQP4 (NMO-IgG), que evidenciou 91% de especificidade para a NMO, foi um marco na diferenciação dessas duas doenças (37). Portanto, o anticorpo anti-AQP4 é o primeiro biomarcador nas doenças desmielinizantes. Estudos de prevalência de NMO ainda são escassos, mas alguns estudos populacionais mostraram prevalência de 0,52 a 4,4 por 100.000 habitantes (38–41). Apesar da baixa prevalência, casos já foram relatados em diversas populações em todos os continentes (34,42– 44). A NMO representa 15% a 48% das desordens inflamatórias desmielinizantes do SNC em populações não caucasianas, como asiáticas (20% a 48%) e brasileiros (15%), diferentemente da EM que tem sido considerada mais comum em populações caucasianas (45–50). A idade de início varia desde a infância até a idade adulta, incluindo idosos, e a idade média de início 16 da doença é superior à da EM (51–54). Adicionalmente, a NMO é 3 a 11 vezes mais frequente em mulheres (55). A NMO pode ser monofásica ou apresentar curso recidivante. Inicialmente, os critérios diagnósticos da NMO consideravam aspectos clínicos e de RM (34). Os critérios diagnósticos revisados após a descoberta do anticorpo anti-AQP4 exigem: a ocorrência de mielite aguda, neurite óptica (NO) e duas das três características seguintes: i) RM do encéfalo não típica da esclerose múltipla; ii) RM da medula espinhal com mielite transversa longitudinal extensa (MTLE) correspondente a, pelo menos, três corpos vertebrais e/ou iii) NMO-IgG (anti-AQP4) reagente (34,56). Episódios de MTLE com anti-AQP4+ são considerada síndromes de alto risco para conversão a NMO em um ano (57). A importância desse conceito é permitir o tratamento precoce desde o primeiro episódio. Assim, formas clínicas limitadas de NMO, como NO bilateral ou MTLE (eventos únicos ou recorrentes), com soropositividade para anti-AQP4 foram definidas como transtornos do espectro de NMO (NMOSD - NMO spectrum disorder) (46). No entanto, devido ao envolvimento mais restrito ou mais extenso do SNC e a um subgrupo de pacientes soronegativos para anti-AQP4, recentemente, uma revisão desses critérios estabeleceu o termo unificador, NMOSD estratificado pelo teste sorológico (NMOSD com ou sem AQP4-IgG) (57). Pelo menos um terço dos pacientes soronegativos para anti-AQP4 podem apresentar positividade para anticorpos anti-MOG e estes parecem ter características clínicas mais favoráveis do que aqueles com anticorpos anti-AQP4 ou negativos para ambos os anticorpos (58). A etiologia de NMO não é conhecida. Porém, a descoberta do anticorpo contra a molécula aquaporina 4 (AQP4), canal de água presente nos prolongamentos dos astrócitos (37,59), e a deposição periarteriolar de imunocomplexos nos espaços de Virchow-Robin são pilares da patogenia da doença (60) e respaldam o mecanismo autoimune humoral. Alguns estudos têm sugerido que células T específicas para AQP4 são necessárias para a produção de anti-AQP4 por linfócitos B no compartimento imunológico periférico, bem como para o desenvolvimento de lesões no SNC (61–63). O perfil de resposta Th2 é sugerido como o predominante (64,65), porém há ainda aumento de células Th1 e Th17 no sistema periférico de pacientes com NMO (66,67). Modelos animais da NMO não são ainda bem sucedidos (68). A coexistência de outras doenças autoimunes – lúpus eritematoso sistêmico (LES) e síndrome de Sjoegren, em 20% a 30% dos pacientes com NMO ou apenas dos marcadores laboratoriais dessas doenças (40%), sugerem que os indivíduos acometidos podem ter uma 17 maior predisposição genética a autoimunidade (69,70). A associação da NMO com genes HLA (44,71–73) corroboram esse conceito. Não há estudos familiares metodologicamente adequados na NMO. Porém, análise de 12 famílias com mais de um membro acometido sugere que o fator genético pode ter um papel importante na doença (74). Ainda não foram realizados estudos clínicos randomizados, controlados, duplo-cegos no tratamento de surto ou prevenção de novos surtos na NMO. Os poucos estudos são restritos à análise de série de casos ou coortes, retrospectivos ou observacionais utilizando metilprednisolona (MTP) e plasmaférese (PF), em surtos não responsivos à MTP. Terapia imunossupressora é prescrita para a prevenção de novos surtos da doença (75,76). Sumariando, a EM e NMO podem ser consideradas doenças distintas em termos de patogenia, epidemiologia, fatores de risco genéticos e ambientais, manifestações clínicas, laboratoriais, prognóstico e tratamento (77). Porém, ambas apresentam em comum a quebra da tolerância imunológica e associação com genes do CPH. CPH e Tolerância imunológica O CPH, localizado no braço curto do cromossomo seis (6p21.3), compreende uma região de aproximadamente 3,6 Mb e é dividido didaticamente em três regiões: as teloméricas classe I e III, e a centromérica classe II, sendo alguns dos genes de classe I e classe II os responsáveis por codificar as moléculas transmembrânicas que realizam a apresentação antigênica, moléculas HLA (78,79). As moléculas HLA de classe I são expressas pela maior parte das células nucleadas, embora com níveis de expressão variáveis de acordo com o tecido, e atuam na apresentação de antígenos intracelulares às células T citotóxicas ou CD8 (79,80). Por sua vez, as moléculas de HLA de classe II são expressas em subgrupos de células imunológicas e apresentam peptídeos processados de proteínas exógenas pela interação com os receptores de células T auxiliares ou CD4 (79). A interação entre moléculas de HLA associadas a peptídeos e os receptores dos linfócitos T (TCRs) é estabilizada por uma série de moléculas na superfície do linfócito, que sustenta a interação e realiza a transdução de sinal, permitindo ativação e expansão clonal do linfócito e sua ação contra antígenos, geralmente não próprios (81,82). Além da sua importante contribuição para a resposta imunológica, as moléculas de HLA estão diretamente envolvidas na seleção do repertório de células T no timo, cuja falha é um dos principais fatores contribuintes para o desenvolvimento de doenças autoimunes (83). A seleção tímica é realizada de duas formas: na seleção positiva, cujo objetivo é gerar um 18 repertório de células T capazes de interagir com moléculas de HLA do indivíduo, são selecionados apenas linfócitos cujos TCRs ligam-se, fracamente, a moléculas de HLA; posteriormente, na seleção negativa, onde há presença de moléculas coestimulatórias, a forte afinidade entre HLA/peptídeo-próprio e TCR gera sinalização a apoptose do linfócito, dessa forma são eliminadas as células com capacidade de iniciar uma resposta autorreativa (79,83,84). Alguns linfócitos autorreativos que conseguem entrar em tecidos periféricos precisam ser inativados, suprimidos ou eliminados pela tolerância periférica para não desencadear autoimunidade (83,85). Dado a importância das moléculas de HLA para a resposta e tolerância imunológica, diversos trabalhos tem mostrado a contribuição de múltiplas variantes destes loci em doenças autoimunes, tais como espondilite anquilosante, lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reumatoide (AR), diabetes tipo 1 (DT1), colite ulcerativa, doença de Crohn e EM (78,86). Na EM, alguns alelos de HLA classe II foram associados a risco, particularmente HLA- DRB1*15 (20,87–89), destacando-se a maior frequência do alelo HLA-DRB1*1501 em pacientes brancos e do alelo HLA-DRB1*1503 em pacientes afrodescendentes (87,90). Enquanto isso, vários estudos têm associado o alelo HLA-DRB1*03 à NMO (44,72,73). Outra forma de olhar o cenário de tolerância imunológica tem sido o estudo de genes do MHC de classe I conhecidos como não clássicos ou Ib (HLA-G, -E e -F) que embora semelhantes estruturalmente aos clássicos (HLA-A, -B e -C) são menos polimórficos que estes, e estão envolvidos no processo modulação da resposta imunológica (91). As moléculas codificadas pelos genes HLA não clássicos são capazes de desempenhar funções tolerogênicas através de ligações a receptores inibitórios específicos em monócitos, células T, B e NK (92–94). HLA-G O gene HLA-G codifica a molécula de HLA classe Ib cuja as características, funções biológicas e distribuição tecidual estão melhores esclarecidas. Uma das características biológicas da molécula é que existem isoformas ligadas à superfície celular (HLA-G1, -G2, - G3 3 -G4) e solúveis (sHLA-G5, -G6 e -G7), geradas por edição alternativa (splicing) do transcrito primário do RNA mensageiro (mRNA). Adicionalmente, a isoforma HLA-G1 pode gerar uma forma solúvel através da clivagem por matriz metaloproteinase-2 (MMP-2), produzindo sHLA-G1 (92,95). As moléculas sHLA-G1 e sHLA-G5 possuem estruturas similares. 19 Ambas as isoformas, sHLA-G ou de membrana exercem funções imunomodulatórias: inibem a atividade citotóxica de células T CD8+ e NK induzindo-as a apoptose (96–98); inibem a proliferação de linfócitos T CD4+ ou os direcionam ao perfil imunossupressor (99,100); inibem células apresentadoras de antígenos (APCs) e ativação de linfócitos B (101,102); induzem células T regulatórias (103) e células dendríticas tolerogênicas (104,105); liberação de interleucina-10 (IL-10) e polarização do perfil de citocinas na resposta imune (106,107). Apesar do potencial da molécula de HLA-G de induzir a resposta Th2, Kapasi e colaboradores (107) encontraram respostas bifásicas sobre a produção de citocinas TNF-α, IFN-γ (Th1) e IL-10 (Th2) por linfócitos T citotóxicos quando submetidos a variadas concentrações de HLA-G. Em concentrações de HLA-G de ≤50 ng / mL, a secreção de TNF- α e IFN-γ aumentou e a de IL-10 foi reduzida, porém, a uma concentração de HLA-G ≥100 ng / mL, os níveis dessas citocinas foram invertidos. Isso sugere que o nível de expressão de sHLA-G pode direcionar a resposta imunológica por efeito concentração dependente. As funções da molécula de HLA-G no processo de imunomodulação são realizadas pela interação com receptores específicos presentes nas células do sistema imunológico, entre eles: ILT-2(CD85j/LILRB1), expresso em células NK, T, B e mielomonocíticas (102); ILT4 (CD85d/LILR2), expresso em monócitos, células dendríticas e neutrófilos (108–110); e KIR2DL4 (CD158d), presente em células NK (111). Interessantemente, a expressão desses receptores é aumentada na superfície de células expostas a HLA-G de membrana e solúvel, tornando estas células mais sensíveis à inibição e promovendo a tolerância imunológica (112,113). A expressão de HLA-G foi primeiramente identificada na interface materno-fetal, em células do citotrofoblasto extraviloso, onde foi associada à proteção do feto semialogênico da citólise por células NK maternas (114–116). Essa molécula também parece ser primordial para a implantação do embrião, pois a interação da molécula com KIR2DL4 em células NK induz a secreção de citocinas e fatores angiogênicos fundamentais para o remodelamento das artérias espiraladas uterinas (117,118). À parte do contexto gestacional, o HLA-G é transcrito em níveis basais na maioria das células e tecidos (115), no entanto a expressão proteica é restrita a alguns tipos celulares de tecidos do timo (119), da córnea (120), da matriz ungueal (121), do pâncreas (122) e precursores eritroides e endoteliais (123). Adicionalmente, a expressão de HLA-G pode ser induzida em condições não fisiológicas como após transplantes alogênicos (99,124,125), como mecanismo de escape à vigilância imunológica por células tumorais (126–128), como 20 escape de células infectadas em infecções virais (129,130) e em doenças autoimunes (131– 133). A expressão de HLA-G nessas condições sugere que fatores do microambiente podem controlar a expressão da molécula (115). Menor expressão de sHLA-G no soro foi relatada em doenças autoimunes como AR (134) e artrite juvenil idiopática (135), e apesar dos resultantes conflitantes encontrados em LES (136,137), a menor expressão de sHLA-G têm sido associada à quebra da tolerância imunológica nessas doenças. Por outro lado, a expressão em tecidos lesionados por desordens autoimunes tais como: pele, na psoríase (138), no pênfigo vulgar (139) e na esclerose sistêmica (140); e no parênquima cerebral, na EM (141); sugere implicação da molécula no controle da resposta imunológica, uma vez que esses tecidos não expressam moléculas de HLA-G em condições fisiológicas (115,141,142). Na EM, foram detectados níveis significativamente diminuídos de RNAm do HLA-G e de sHLA-G no período pós-parto das pacientes quando comparados ao pós-parto de mulheres saudáveis (143). A menor expressão foi detectada principalmente nas pacientes com ativação da doença, apontando para uma possível relação entre baixos níveis da molécula nesse período e recidiva pós-parto (143). Por outro lado, a maior expressão de HLA-G no líquor de pacientes tem sido correlacionada à resolução da inflamação no SNC, evidenciada por imagem de RM de lesões inativas (144–147). Esses achados são sugestivos de que os níveis de HLA-G podem estar relacionados à atividade da doença e contribuir ou para recidiva ou para remissão da doença. Em um panorama geral, a expressão da molécula HLA-G é vista como benéfica no contexto de transplantes, gravidez e desordens autoimunes, porém prejudicial quando a reposta imune deve ser mantida, como em infecções e câncer (92), por isso o conhecimento das regiões que controlam sua expressão é fundamental. As regiões regulatórias do gene HLA-G, promotora e 3’não traduzida (3’NT ou 3’UTR – do inglês, 3’untranslated region), são responsáveis pelo controle dos níveis de expressão e, diferente da região codificadora do gene, são altamente polimórficas (92,148). A região promotora é responsável pelo controle transcricional do HLA-G, através da interação com fatores de transcrição para o início da síntese de mRNA, enquanto a região 3’NT do gene atua no controle pós-transcricional (92,148–150). Região 3’NT do gene HLA-G A região 3’NT do gene HLA-G, localizada principalmente no éxon 8, é uma das responsáveis pelo controle dos níveis de expressão da molécula de HLA-G e sua variabilidade 21 influencia, principalmente, a estabilidade da molécula de mRNA e ligação a microRNAs (92,148–150). Os principais polimorfismos e haplótipos da região 3’NT do HLA-G e suas frequências na população mundial estão representados na Figura 1. Figura 1 - Estrutura da região 3’não traduzida do gene HLA-G com seus principais polimorfismos e frequência dos haplótipos na população mundial. Fonte: Adaptado de Castelli et al., 2014. Pelo menos três dessas variações da região 3’NT podem influenciar o nível de expressão de HLA-G: uma variação do tipo inserção/deleção (indel) de 14 pares de bases e duas variações de nucleotídeos únicos (SNP - do inglês Single Nucleotide Polymorphism) nas posições +3142 e +3187, definidas considerando como nucleótideo +1 a adenina (A) do primeiro ATG traduzido (92,150). Esses polimorfismos podem afetar a expressão da molécula por mecanismos diferentes. A presença dos 14pb no transcrito primário está relacionado à edição alternativa do RNA resultando em maior estabilidade do mRNA (151). Apesar disso, a inserção desses nucleotídeos foi associada a menor expressão de mRNA em amostras de trofoblastos e a abortos recorrentes em mulheres dimamarquesas (152,153). A presença de uma guanina na posição +3142 aumenta a afinidade com microRNAs específicos, tais como o miR-148a, miR- 148b e miR-152, que leva ao aumento da degradação do mRNA e diminuição da produção de HLA-G (154). Por último, uma adenina na posição +3187 diminui a estabilidade do mRNA, pela sua proximidade a uma sequência rica em adenina-uracila (AU) que influencia a degradação do mRNA e está associada à pré-eclampsia (155). Apesar de não estar bem esclarecida a influência das outras variações sobre a estabilidade do mRNA, análises in silico têm mostrado que diversos miRNAs humanos têm potencial para ligar ao mRNA do HLA-G e influenciar sua expressão, inclusive nas posições +3003, +3010, +3027 e +3035 (92,156,157). 22 Outro aspecto importante é que esses polimorfismos geralmente estão associados entre si. A inserção dos 14pb, por exemplo, está associada, na maioria dos haplótipos de 3’NT, aos alelos +3142G e +3187A (150,158,159), o que poderia justificar a menor produção de HLA- G relacionada aos 14pb (92). Estas associações são decorrentes de um forte padrão de desequilíbrio de ligação (LD, do inglês Linkage Disequilibrium) encontrado entre quase todas as variantes da região 3’NT (150,158). Há evidências da correlação entre a variabilidade da 3`NT e o fenótipo produtor de sHLA-G (160–163). A influência conjunta desses SNPs em um haplótipo foi estudada por Martelli-Palomino e colaboradores (163) e seus resultados mostraram a produção diferencial de sHLA-G por cada UTR. A UTR-1 está associada aos mais altos níveis de produção de sHLA-G, enquanto as UTR-5 e -7 aos níveis mais baixos. As UTRs (-2, -3, -4 e -6) foram associadas a níveis intermediários (163). Dado a importância dos níveis de expressão de HLA-G para a modulação da resposta imunológica, esses polimorfismos e haplótipos podem estar associados ao desenvolvimento de diversas patologias. No entanto, não se pode descartar a influência de outros segmentos do gene HLA-G na regulação dos níveis de expressão e função da molécula, tais como a região promotora e codificadora, respectivamente. Vários trabalhos têm mostrado a variabilidade desses segmentos e um forte padrão de LD no gene HLA-G inteiro, fazendo que algumas UTRs estejam associadas a determinados haplótipos de promotora e codificadora com maior frequência (149,150,164). Assim, a associação de haplótipos de 3’NT do HLA-G com algumas patologias pode ser causal ou um efeito do forte LD entre a região 3’NT e os outros segmentos do gene. Estudos de variabilidade da região 3’NT do gene HLA-G têm associado os polimorfismos dessa região, individual ou conjuntamente, à uma série de contextos patológicos, tais como doenças autoimunes (158,165–170), neoplasias (171–173), aceite/rejeição de transplantes (174,175) e infecções (176–179). Na EM, apenas três trabalhos exploraram variações em regiões regulatórias do gene HLA-G. O primeiro, realizado por Kroner e colaboradores (180), analisou três polimorfismos em regiões distintas do gene, na população alemã: o polimorfismo -725C/G, na região promotora; G*0105 null, éxon 3; e 14pb na 3’NT do HLA-G, e nenhuma das variações apresentou relação com a suscetibilidade a doença ou qualquer associação com idade de início, gravidade e progressão (n=698). O segundo analisou -725C/G/T (metodologia incluindo o alelo T) e -716G/T, na região promotora; e 14pb na 3’NT, em 227 pacientes poloneses com EM, onde Wiśniewski e colaboradores (181) encontrou maior frequência de 725G em pacientes com EM e relação entre os 14pb Ins e menor idade de início da doença. 23 Por último, Rizzo e colaboradores (182) analisaram apenas a produção de sHLA-G, em pacientes com EM (n=69), relacionada as variações dos 14pb indel e +3142 C/G. Na NMO, não há qualquer estudo que referencie o papel do HLA-G ou que tenha analisado variações do gene associadas à suscetibilidade ou proteção a doença. É importante mencionar que muitos desses estudos de associação à doença foram realizados em populações diferentes, com tamanhos amostrais variáveis, assim como o número de variações analisadas. Estes fatores podem estar relacionados a diferentes resultados em estudos da mesma patologia. Estudos que analisaram a diversidade genética da região 3’NT do gene HLA-G em populações mundiais mostraram diferentes frequências alélicas e haplotípicas entre as populações estudadas, principalmente europeia e africana (159,164). De maneira similar, Lucena-silva e colaboradores (183) encontraram diferenças na frequência de alelos, genótipos e na diversidade de haplótipos entre as populações do Nordeste e Sudeste do Brasil. O Brasil é um país com alta diversidade genética e sua composição populacional possui influência europeia, africana e ameríndia. Adicionalmente, informações sobre autoclassificação pela cor da pele não correlacionam com a contribuição genética ancestral individual (184). Portanto, o uso de marcadores informativos de ancestralidade (AIM) é relevante para evitar associações espúrias ou conflitantes em estudos genéticos em populações miscigenadas, como a brasileira. Ao considerar que: a EM e a NMO são doenças com riscos étnicos e genéticos diferentes (46); o Brasil possui população estruturada com contribuição europeia, africana e ameríndia (185); a frequência dos haplótipos da região 3`NT do HLA-G difere entre europeus e africanos (159,164), a distribuição e a diversidade dos haplótipos da região 3`NT do HLA-G é diferente entre grupos populacionais brasileiros (158,183), o uso de AIMs é imprescindível para este estudo e em estudos multicêntricos futuros, particularmente com o gene HLA-G. Uma investigação prévia sobre a contribuição ancestral europeia, africana e ameríndia em pacientes brasileiros com NMO e EM, avaliada por um conjunto de 12 AIM, mostrou que apesar da contribuição étnico-genética conhecida nessas doenças, a contribuição ancestral europeia foi predominante em todos os grupos analisados – NMO, MS e controles (186) e as medianas do índice de ancestralidade africana foram similares entre os três grupos (186). Assim, devido à homogeneidade quanto à contribuição ancestral nessas populações, revelada no estudo anterior, os mesmos grupos de pacientes e controles analisados para AIMs foram considerados adequados para a análise proposta por esse estudo. 24 Além disso, posto que: i) a expressão de HLA-G está desbalanceada na EM e outras doenças autoimunes e ii) estudos da região 3’NT do HLA-G em pacientes com EM são escassos e ausentes na NMO; os estudos sobre o gene HLA-G na NMO e EM tornam-se relevantes para a melhor compreensão do aspecto imunogenético dessas doenças. O objetivo do estudo apresentado no II capítulo desse manuscrito foi verificar os sítios polimórficos da região 3`NT do HLA-G em pacientes brasileiros com EM e NMOSD combinada com o uso de AIMs. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Wingerchuk DM, Lennon VA, Lucchinetti CF, Pittock SJ, Weinshenker BG. The spectrum of neuromyelitis optica. Lancet Neurol. 2007 Sep;6(9):805–15. 2. MSIF. Atlas of MS 2013. Mult Scler Int Fed [Internet]. 2013; Disponível em: www.msif.org 3. Sospedra M, Martin R. Immunology of multiple sclerosis. Annu Rev Immunol. 2005;23:683–747. 4. McFarlin DE, McFarland HF. Multiple sclerosis (first of two parts). N Engl J Med. United States; 1982 Nov;307(19):1183–8. 5. Kurtzke JF. Geography in multiple sclerosis. J Neurol. Germany, West; 1977 Apr;215(1):1–26. 6. Ferreira MLB, Machado MÍM, Vilela ML, Guedes MJ, Ataíde Jr L, Santos S, et al. Epidemiologia de 118 casos de esclerose múltipla com seguimento de 15 anos no centro de referência do Hospital da Restauração de Pernambuco. Arq Neuropsiquiatr. Associação Arquivos de Neuro-Psiquiatria; 2004 Dec;62(4):1027–32. 7. Callegaro D, Goldbaum M, Morais L, Tilbery CP, Moreira MA, Gabbai AA, et al. The prevalence of multiple sclerosis in the city of Sao Paulo, Brazil, 1997. Acta Neurol Scand. 2001 Oct;104(4):208–13. 8. Lana-Peixoto MA, Frota ERC, Campos GB, Monteiro LP. The prevalence of multiple sclerosis in Belo Horizonte, Brazil. Arq Neuropsiquiatr. Associação Arquivos de Neuro-Psiquiatria; 2012 Feb;70(2):102–7. 9. Finkelsztejn A, Lopes JS, Noal J, Finkelsztejn JM. The prevalence of multiple sclerosis in Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil. Arq Neuropsiquiatr. Associação Arquivos de Neuro-Psiquiatria; 2014 Feb;72(2):104–6. 10. Lublin FD, Reingold SC. Defining the clinical course of multiple sclerosis: results of an international survey. National Multiple Sclerosis Society (USA) Advisory Committee on Clinical Trials of New Agents in Multiple Sclerosis. Neurology. United States; 1996 Apr;46(4):907–11. 11. Lublin FD, Reingold SC, Cohen JA, Cutter GR, Sørensen PS, Thompson AJ, et al. Defining the clinical course of multiple sclerosis: The 2013 revisions. Neurology. 2014;83(3):278–86. 12. Weissert R. The immune pathogenesis of multiple sclerosis. J Neuroimmune Pharmacol. 2013;8(4):857–66. 13. Kurtzke JF. Rating neurologic impairment in multiple sclerosis: an expanded disability status scale (EDSS). Neurology. United States; 1983 Nov;33(11):1444–52. 14. Polman CH, Reingold SC, Edan G, Filippi M, Hartung H-P, Kappos L, et al. Diagnostic criteria for multiple sclerosis: 2005 revisions to the “McDonald Criteria”. Ann Neurol. United States; 2005 Dec;58(6):840–6. 15. McDonald WI, Compston A, Edan G, Goodkin D, Hartung HP, Lublin FD, et al. Recommended diagnostic criteria for multiple sclerosis: guidelines from the International Panel on the diagnosis of multiple sclerosis. Ann Neurol. 2001 Jul;50(1):121–7. 26 16. Polman CH, Reingold SC, Banwell B, Clanet M, Cohen JA, Filippi M, et al. Diagnostic criteria for multiple sclerosis: 2010 Revisions to the McDonald criteria. Ann Neurol. 2011;69(2):292–302. 17. Ebers GC, Bulman DE, Sadovnick AD, Paty DW, Warren S, Hader W, et al. A Population-Based Study of Multiple Sclerosis in Twins. N Engl J Med. United States; 1986 Dec 25; 315(26):1638–42. 18. Westerlind H, Ramanujam R, Uvehag D, Kuja-Halkola R, Boman M, Bottai M, et al. Modest familial risks for multiple sclerosis: a registry-based study of the population of Sweden. Brain. England; 2014 Mar;137(Pt 3):770–8. 19. Genetic risk and a primary role for cell-mediated immune mechanisms in multiple sclerosis. Nature. Nature Publishing Group, a division of Macmillan Publishers Limited. All Rights Reserved.; 2011 Aug 11;476(7359):214–9. 20. Consortium the IMSG. Class II HLA interactions modulate genetic risk for multiple sclerosis. Nat Genet. Nature Publishing Group, a division of Macmillan Publishers Limited. All Rights Reserved.; 2015 Oct;47(10):1107–13. 21. Trapp BD, Peterson J, Ransohoff RM, Rudick R, Mork S, Bo L. Axonal transection in the lesions of multiple sclerosis. N Engl J Med. United States; 1998 Jan;338(5):278– 85. 22. Popescu BF, Pirko I, Lucchinetti CF. Pathology of multiple sclerosis: where do we stand? Contin (Minneap Minn). 2013;19(4 Multiple Sclerosis):901–21. 23. Constantinescu CS, Farooqi N, O’Brien K, Gran B. Experimental autoimmune encephalomyelitis (EAE) as a model for multiple sclerosis (MS). Br J Pharmacol. Blackwell Publishing Ltd; 2011 Oct 12;164(4):1079–106. 24. Reboldi A, Coisne C, Baumjohann D, Benvenuto F, Bottinelli D, Lira S, et al. C-C chemokine receptor 6-regulated entry of TH-17 cells into the CNS through the choroid plexus is required for the initiation of EAE. Nat Immunol. United States; 2009 May;10(5):514–23. 25. Domingues HS, Mues M, Lassmann H, Wekerle H, Krishnamoorthy G. Functional and Pathogenic Differences of Th1 and Th17 Cells in Experimental Autoimmune Encephalomyelitis. Unutmaz D, editor. PLoS One. San Francisco, USA: Public Library of Science; 2010 Nov 29;5(11):e15531. 26. Zamvil SS, Steinman L. The T lymphocyte in experimental allergic encephalomyelitis. Annu Rev Immunol. United States; 1990;8:579–621. 27. Freedman M, Thompson E, Deisenhammer F, Giovannoni G, Grimsley G, Keir G, et al. Recommended standard of cerebrospinal fluid analysis in the diagnosis of multiple sclerosis: A consensus statement. Arch Neurol. 2005 Jun 1;62(6):865–70. 28. Hedegaard CJ, Bendtzen K, Nielsen CH. The Role of Immune Complexes Consisting of Myelin Basic Protein (MBP), Anti-MBP Antibodies and Complement in Promoting CD4+ T-cell Responses to MBP in Health and Multiple Sclerosis. Scand J Immunol. Blackwell Science Ltd/Inc.; 2004 Apr 1;59(6):614. 29. Hedegaard CJ, Chen N, Sellebjerg F, Sørensen PS, Leslie RGQ, Bendtzen K, et al. Autoantibodies to myelin basic protein (MBP) in healthy individuals and in patients with multiple sclerosis: a role in regulating cytokine responses to MBP. Immunology . Blackwell Science Inc; 2009 Sep 18;128(1 Pt 2):e451–61. 30. Disanto G, Morahan JM, Barnett MH, Giovannoni G, Ramagopalan S V. The evidence 27 for a role of B cells in multiple sclerosis. Neurology. United States; 2012 Mar;78(11):823–32. 31. Ali R, Nicholas RS, Muraro PA. Drugs in development for relapsing multiple sclerosis. Drugs. 2013;73(7):625–50. 32. Frohman E, Stüve O, Havrdova E, Corboy J, Achiron A, Zivadinov R, et al. Therapeutic considerations for disease progression in multiple sclerosis: Evidence, experience, and future expectations. Arch Neurol. 2005 Oct 1;62(10):1519–30. 33. Correale J, Abad P, Alvarenga R, Alves-Leon S, Armas E, Barahona J, et al. Management of relapsing-remitting multiple sclerosis in Latin America: practical recommendations for treatment optimization. J Neurol Sci. 2014 Apr 15;339(1-2):196– 206. 34. Wingerchuk DM, Hogancamp WF, O’Brien PC, Weinshenker BG. The clinical course of neuromyelitis optica (Devic’s syndrome). Neurology [Internet]. 1999;53(5):1107– 14. 35. Cree BAC, Goodin DS, Hauser SL. Neuromyelitis Optica. Semin Neurol. 2002;22(2):105–22. 36. Weinshenker BG. Neuromyelitis optica: what it is and what it might be. Lancet. England; 2003 Mar 15;361(9361):889–90. 37. Lennon VA, Wingerchuk DM, Kryzer TJ, Pittock SJ, Lucchinetti CF, Fujihara K, et al. A serum autoantibody marker of neuromyelitis optica: distinction from multiple sclerosis. Lancet. 2004 Jan;364(9451):2106–12. 38. Asgari N, Lillevang ST, Skejoe HPB, Falah M, Stenager E, Kyvik KO. A population- based study of neuromyelitis optica in Caucasians. Neurology. Hagerstown, MD: Lippincott Williams & Wilkins; 2011 May 3;76(18):1589–95. 39. Cossburn M, Tackley G, Baker K, Ingram G, Burtonwood M, Malik G, et al. The prevalence of neuromyelitis optica in South East Wales. Eur J Neurol. England; 2012 Apr;19(4):655–9. 40. Cabre P. Migration and multiple sclerosis: the French West Indies experience. J Neurol Sci. 2007 Nov 15;262(1-2):117–21. 41. Cabrera-Gomez JA, Kurtzke JF, Gonzalez-Quevedo A, Lara-Rodriguez R. An epidemiological study of neuromyelitis optica in Cuba. J Neurol. Germany; 2009 Jan;256(1):35–44. 42. Kira J. Neuromyelitis optica and asian phenotype of multiple sclerosis. Ann N Y Acad Sci. United States; 2008 Oct;1142:58–71. 43. Mirsattari SM, Johnston JB, McKenna R, Del Bigio MR, Orr P, Ross RT, et al. Aboriginals with multiple sclerosis: HLA types and predominance of neuromyelitis optica. Neurology. United States; 2001 Feb;56(3):317–23. 44. Zephir H, Fajardy I, Outteryck O, Blanc F, Roger N, Fleury M, et al. Is neuromyelitis optica associated with human leukocyte antigen? Mult Scler. England; 2009 May;15(5):571–9. 45. Mealy MA, Wingerchuk DM, Greenberg BM, Levy M. Epidemiology of Neuromyelitis Optica in the United States. Arch Neurol. 2012 Sep 1;69(9):1176–80. 46. Wingerchuk DM, Lennon VA, Lucchinetti CF, Pittock SJ, Weinshenker BG. The spectrum of neuromyelitis optica. Lancet Neurol. 2007;6(9):805–15. 28 47. Cabre P, Heinzlef O, Merle H, Buisson GG, Bera O, Bellance R, et al. MS and neuromyelitis optica in Martinique (French West Indies). Neurology. United States; 2001 Feb;56(4):507–14. 48. Papais-Alvarenga RM, Vasconcelos CC, Alves-Leon S V, Batista E, Santos CM, Camargo SM, et al. The impact of diagnostic criteria for neuromyelitis optica in patients with MS: a 10-year follow-up of the South Atlantic Project. Mult Scler. 2013;20(3):374–81. 49. Nakashima I, Fujihara K, Takase S, Itoyama Y. Decrease in multiple sclerosis with acute transverse myelitis in Japan. Tohoku J Exp Med. Japan; 1999 May;188(1):89–94. 50. Das A, Puvanendran K. A retrospective review of patients with clinically definite multiple sclerosis. Ann Acad Med Singapore. Singapore; 1998 Mar;27(2):204–9. 51. Filley CM, Sternberg PE, Norenberg MD. Neuromyelitis optica in the elderly. Arch Neurol. United States; 1984 Jun;41(6):670–2. 52. Davis R, Thiele E, Barnes P, Riviello JJJ. Neuromyelitis optica in childhood: case report with sequential MRI findings. J Child Neurol. United States; 1996 Mar;11(2):164–7. 53. de Seze J, Lebrun C, Stojkovic T, Ferriby D, Chatel M, Vermersch P. Is Devic’s neuromyelitis optica a separate disease? A comparative study with multiple sclerosis. Mult Scler. England; 2003 Oct;9(5):521–5. 54. Pereira WL de CJ, Reiche EMV, Kallaur AP, Kaimen-Maciel DR. Epidemiological, clinical, and immunological characteristics of neuromyelitis optica: A review. J Neurol Sci. Elsevier; 2015 Aug 15;355(1-2):7–17. 55. Wingerchuk DM. Neuromyelitis optica: effect of gender. J Neurol Sci. 2009;286(1- 2):18–23. 56. Wingerchuk DM, Lennon VA, Pittock SJ, Lucchinetti CF, Weinshenker BG. Revised diagnostic criteria for neuromyelitis optica. Neurology. 2006;66(10):1485–9. 57. Wingerchuk DM, Banwell B, Bennett JL, Cabre P, Carroll W, Chitnis T, et al. International consensus diagnostic criteria for neuromyelitis optica spectrum disorders. Neurology. United States; 2015 Jul;85(2):177–89. 58. Sato DK, Callegaro D, Lana-Peixoto MA, Waters PJ, Jorge FM de H, Takahashi T, et al. Distinction between MOG antibody-positive and AQP4 antibody-positive NMO spectrum disorders. Neurology. Hagerstown, MD: Lippincott Williams & Wilkins; 2014 Feb 11;82(6):474–81. 59. Lennon VA, Kryzer TJ, Pittock SJ, Verkman AS, Hinson SR. IgG marker of optic- spinal multiple sclerosis binds to the aquaporin-4 water channel. J Exp Med. United States; 2005 Aug;202(4):473–7. 60. Lucchinetti CF, Mandler RN, McGavern D, Bruck W, Gleich G, Ransohoff RM, et al. A role for humoral mechanisms in the pathogenesis of Devic’s neuromyelitis optica. Brain. England; 2002 Jul;125(Pt 7):1450–61. 61. Kalluri SR, Rothhammer V, Staszewski O, Srivastava R, Petermann F, Prinz M, et al. Functional characterization of aquaporin-4 specific T cells: towards a model for neuromyelitis optica. PLoS One. United States; 2011;6(1):e16083. 62. Pohl M, Fischer M-T, Mader S, Schanda K, Kitic M, Sharma R, et al. Pathogenic T cell responses against aquaporin 4. Acta Neuropathol. Springer-Verlag; 2011;122(1):21–34. 29 63. Matsuya N, Komori M, Nomura K, Nakane S, Fukudome T, Goto H, et al. Increased T- cell immunity against aquaporin-4 and proteolipid protein in neuromyelitis optica. Int Immunol. 2011 Sep 1;23(9):565–73. 64. Nakajima H, Hosokawa T, Doi Y, Ikemoto T, Ishida S, Kimura F, et al. Interferon-β1b increases Th2 response in neuromyelitis optica. Int J Mol Sci [Internet]. Molecular Diversity Preservation International; 2012 Jan 25;13(10):12213–23. 65. Correale J, Fiol M. Activation of humoral immunity and eosinophils in neuromyelitis optica. Neurology. United States; 2004 Dec 28;63(12):2363–70. 66. Shimizu Y, Ota K, Kubo S, Kabasawa C, Kobayashi M, Ohashi T, et al. Association of Th1/Th2-Related Chemokine Receptors in Peripheral T Cells with Disease Activity in Patients with Multiple Sclerosis and Neuromyelitis Optica. Eur Neurol. 2011;66(2):91– 7. 67. Li Y, Wang H, Long Y, Lu Z, Hu X. Increased memory Th17 cells in patients with neuromyelitis optica and multiple sclerosis. J Neuroimmunol. 2011 May;234(1-2):155– 60. 68. Bradl M, Lassmann H. Experimental models of neuromyelitis optica. Brain Pathol. Switzerland; 2014 Jan;24(1):74–82. 69. Iyer A, Elsone L, Appleton R, Jacob A. A review of the current literature and a guide to the early diagnosis of autoimmune disorders associated with neuromyelitis optica. Autoimmunity. England; 2014 May;47(3):154–61. 70. Pittock SJ, Lennon VA, de Seze J, Vermersch P, Homburger HA, Wingerchuk DM, et al. Neuromyelitis optica and non organ-specific autoimmunity. Arch Neurol. United States; 2008 Jan;65(1):78–83. 71. Wang H, Dai Y, Qiu W, Zhong X, Wu A, Wang Y, et al. HLA-DPB1 0501 is associated with susceptibility to anti-aquaporin-4 antibodies positive neuromyelitis optica in southern Han Chinese. J Neuroimmunol. Netherlands; 2011 Apr;233(1- 2):181–4. 72. Blanco Y, Ercilla-Gonzalez G, Llufriu S, Casanova-Estruch B, Magraner MJ, Ramio- Torrenta L, et al. HLA-DRB1 typing in Caucasians patients with neuromyelitis optica. Rev Neurol. Spain; 2011 Aug;53(3):146–52. 73. Brum DG, Barreira AA, dos Santos AC, Kaimen-Maciel DR, Matiello M, Costa RM, et al. HLA-DRB association in neuromyelitis optica is different from that observed in multiple sclerosis. Mult Scler. 2010;16(1):21–9. 74. Matiello M, Kim HJ, Kim W, Brum DG, Barreira AA, Kingsbury DJ, et al. Familial neuromyelitis optica. Neurology. 2010;75(4):310–5. 75. Trebst C, Jarius S, Berthele A, Paul F, Schippling S, Wildemann B, et al. Update on the diagnosis and treatment of neuromyelitis optica: Recommendations of the Neuromyelitis Optica Study Group (NEMOS). J Neurol. Berlin/Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg; 2014 Nov 23;261(1):1–16. 76. Sato D, Callegaro D, Lana-Peixoto MA, Fujihara K. Treatment of neuromyelitis optica: an evidence based review. Arq Neuropsiquiatr. Brazil; 2012 Jan;70(1):59–66. 77. Sellner J, Boggild M, Clanet M, Hintzen RQ, Illes Z, Montalban X, et al. EFNS guidelines on diagnosis and management of neuromyelitis optica. EFNS Eur J Neurol. 2010;1019–32. 78. Fernando MMA, Stevens CR, Walsh EC, De Jager PL, Goyette P, Plenge RM, et al. 30 Defining the Role of the MHC in Autoimmunity: A Review and Pooled Analysis. PLoS Genet. Public Library of Science; 2008 Apr 25;4(4):e1000024. 79. Klein J, Sato A. The HLA system. First of two parts. N Engl J Med. United States; 2000 Sep;343(10):702–9. 80. Cresswell P, Ackerman AL, Giodini A, Peaper DR, Wearsch PA. Mechanisms of MHC class I-restricted antigen processing and cross-presentation. Immunol Rev. Denmark; 2005 Oct;207:145–57. 81. Gao GF, Willcox BE, Wyer JR, Boulter JM, O’Callaghan CA, Maenaka K, et al. Classical and nonclassical class I major histocompatibility complex molecules exhibit subtle conformational differences that affect binding to CD8alphaalpha. J Biol Chem. United States; 2000 May;275(20):15232–8. 82. Smith-Garvin JE, Koretzky GA, Jordan MS. T Cell Activation. Annu Rev Immunol. 2009;27:591–619. 83. Ohashi PS. T-cell signalling and autoimmunity: molecular mechanisms of disease. Nat Rev Immunol. 2002 Jun;2(6):427–38. 84. Sebzda E. Selection of the T-cell repertoire. Annu Rev Immunol. 1999;17:829–74. 85. Abbas AK, Lichtman AH, Pillai SHI V. Tolerância Imunológica e Autoimunidade. Imunologia celular e molecular. 7 a ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2011. p. 319–43. 86. Klein J, Sato A. The HLA system. Second of two parts. N Engl J Med. United States; 2000 Sep;343(11):782–6. 87. Brum DG, Barreira AA, Louzada-Junior P, Mendes-Junior CT, Donadi EA. Association of the HLA-DRB1*15 allele group and the DRB1*1501 and DRB1*1503 alleles with multiple sclerosis in White and Mulatto samples from Brazil. J Neuroimmunol. 2007;189(1-2):118–24. 88. Sadovnick AD. Genetic background of multiple sclerosis. Autoimmun Rev [Internet]. 2012 Jan;11(3):163–6. 89. Vasconcelos CCF, Fernandez O, Leyva L, Thuler LCS, Alvarenga RMP. Does the DRB1*1501 allele confer more severe and faster progression in primary progressive multiple sclerosis patients? HLA in primary progressive multiple sclerosis. J Neuroimmunol. Netherlands; 2009 Sep;214(1-2):101–3. 90. Alves-Leon S V, Papais-Alvarenga R, Magalhaes M, Alvarenga M, Thuler LCS, Fernandez y Fernandez O. Ethnicity-dependent association of HLA DRB1-DQA1- DQB1 alleles in Brazilian multiple sclerosis patients. Acta Neurol Scand. Denmark; 2007 May;115(5):306–11. 91. Moscoso J, Serrano-Vela JI, Pacheco R, Arnaiz-Villena A. HLA-G, -E and -F: allelism, function and evolution. Transpl Immunol. 2006 Dec;17(1):61–4. 92. Donadi EA, Castelli EC, Arnaiz-Villena A, Roger M, Rey D, Moreau P. Implications of the polymorphism of HLA-G on its function, regulation, evolution and disease association. Cell Mol Life Sci. 2011;68(3):369–95. 93. Lepin EJ, Bastin JM, Allan DS, Roncador G, Braud VM, Mason DY, et al. Functional characterization of HLA-F and binding of HLA-F tetramers to ILT2 and ILT4 receptors. Eur J Immunol. GERMANY; 2000 Dec;30(12):3552–61. 94. Pietra G, Romagnani C, Moretta L, Mingari MC. HLA-E and HLA-E-bound peptides: recognition by subsets of NK and T cells. Curr Pharm Des. Netherlands; 31 2009;15(28):3336–44. 95. Rizzo R, Trentini A, Bortolotti D, Manfrinato M, Rotola A, Castellazzi M, et al. Matrix metalloproteinase-2 (MMP-2) generates soluble HLA-G1 by cell surface proteolytic shedding. Mol Cell Biochem. Springer US; 2013;381(1-2):243–55. 96. Rouas-Freiss N, Marchal RE, Kirszenbaum M, Dausset J, Carosella ED. The α(1) domain of HLA-G1 and HLA-G2 inhibits cytotoxicity induced by natural killer cells: Is HLA-G the public ligand for natural killer cell inhibitory receptors? Proc Natl Acad Sci USA. The National Academy of Sciences of the USA; 1997 May 13;94(10):5249– 54. 97. Fournel S, Aguerre-Girr M, Huc X, Lenfant F, Alam A, Toubert A, et al. Cutting Edge: Soluble HLA-G1 Triggers CD95/CD95 Ligand-Mediated Apoptosis in Activated CD8+ Cells by Interacting with CD8. J Immunol. 2000 Jun 15;164 (12 ):6100–4. 98. Contini P, Ghio M, Poggi A, Filaci G, Indiveri F, Ferrone S, et al. Soluble HLA-A,-B,- C and -G molecules induce apoptosis in T and NK CD8+ cells and inhibit cytotoxic T cell activity through CD8 ligation. Eur J Immunol. Wiley-VCH Verlag; 2003 Jan 1;33(1):125–34. 99. Lila N, Rouas-Freiss N, Dausset J, Carpentier A, Carosella ED. Soluble HLA-G protein secreted by allo-specific CD4+ T cells suppresses the allo-proliferative response: a CD4+ T cell regulatory mechanism. Proc Natl Acad Sci USA. 2001;98(21):12150–5. 100. Le Rond S, Azéma C, Krawice-Radanne I, Durrbach A, Guettier C, Carosella ED, et al. Evidence to Support the Role of HLA-G5 in Allograft Acceptance through Induction of Immunosuppressive/ Regulatory T Cells. J Immunol. 2006 Mar 1;176 (5 ):3266–76. 101. Horuzsko A, Lenfant F, Munn DH, Mellor AL. Maturation of antigen-presenting cells is compromised in HLA-G transgenic mice. Int Immunol. 2001 Mar 1;13 (3 ):385–94. 102. Colonna M, Navarro F, Bellón T, Llano M, García P, Samaridis J, et al. A Common Inhibitory Receptor for Major Histocompatibility Complex Class I Molecules on Human Lymphoid and Myelomonocytic Cells. J Exp Med. The Rockefeller University Press; 1997 Dec 1;186(11):1809–18. 103. LeMaoult J, Caumartin J, Daouya M, Favier B, Le Rond S, Gonzalez A, et al. Immune regulation by pretenders: cell-to-cell transfers of HLA-G make effector T cells act as regulatory cells. Blood. 2007;109(5):2040–8. 104. Smith M, Bittner JG, White S, Smith D, Horuzsko A. HLA-G-treated tolerogenic dendritic cells induce tolerogenic potential by increasing expression of B7-1 (CD80) molecules. Transpl Proc. 2008;40(5):1598–603. 105. Amodio G, Comi M, Tomasoni D, Gianolini ME, Rizzo R, LeMaoult J, et al. HLA-G expression levels influence the tolerogenic activity of human DC-10. Haematologica. 2015 Mar 31;100(4):548–57. A 106. Kanai T, Fujii T, Kozuma S, Yamashita T, Miki A, Kikuchi A, et al. Soluble HLA-G influences the release of cytokines from allogeneic peripheral blood mononuclear cells in culture. Mol Hum Reprod. England; 2001 Feb;7(2):195–200. 107. Kapasi K, Albert SE, Yie S-M, Zavazava N, Librach CL. HLA-G has a concentration- dependent effect on the generation of an allo-CTL response. Immunology. 2000. p. 191–200. 108. Shiroishi M, Tsumoto K, Amano K, Shirakihara Y, Colonna M, Braud VM, et al. Human inhibitory receptors Ig-like transcript 2 (ILT2) and ILT4 compete with CD8 for 32 MHC class I binding and bind preferentially to HLA-G. Proc Natl Acad Sci USA. 2003;100(15):8856–61. 109. Baudhuin J, Migraine J, Faivre V, Loumagne L, Lukaszewicz A-C, Payen D, et al. Exocytosis acts as a modulator of the ILT4-mediated inhibition of neutrophil functions. Proc Natl Acad Sci USA. National Academy of Sciences; 2013 Oct 29;110(44):17957– 62. 110. Liang S, Ristich V, Arase H, Dausset J, Carosella ED, Horuzsko A. Modulation of dendritic cell differentiation by HLA-G and ILT4 requires the IL-6--STAT3 signaling pathway. Proc Natl Acad Sci USA. 2008;105(24):8357–62. 111. Rajagopalan S, Long EO. A human histocompatibility leukocyte antigen (HLA)-G- specific receptor expressed on all natural killer cells. J Exp Med. 1999;189(7):1093– 100. 112. LeMaoult J, Zafaranloo K, Le Danff C, Carosella ED. HLA-G up-regulates ILT2, ILT3, ILT4, and KIR2DL4 in antigen presenting cells, NK cells, and T cells. FASEB J. 2005;19(6):662–4. 113. Favier B, LeMaoult J, Carosella ED. Functions of HLA-G in the immune system. Tissue Antigens. 2007;69 Suppl 1:150–2. 114. Rouas-Freiss N, Khalil-Daher I, Marchal-Bras Goncalves R, Menier C, Dausset J, Carosella ED. Role of HLA-G in maternal-fetal immune tolerance. Transpl Proc. 1999;31(1-2):724–5. 115. Carosella ED, Moreau P, Lemaoult J, Rouas-Freiss N. HLA-G: from biology to clinical benefits. Trends Immunol. 2008;29(3):125–32. 116. Rouas-Freiss N, Goncalves RM, Menier C, Dausset J, Carosella ED. Direct evidence to support the role of HLA-G in protecting the fetus from maternal uterine natural killer cytolysis. Proc Natl Acad Sci USA. United States; 1997 Oct;94(21):11520–5. 117. Hviid TVF. HLA-G in human reproduction: aspects of genetics, function and pregnancy complications. Hum Reprod Update. 2006 Jan 1;12(3):209–32. 118. Rajagopalan S, Long EO. KIR2DL4 (CD158d): An activation receptor for HLA-G. Front Immunol. 2012;3:258. 119. Lefebvre S, Adrian F, Moreau P, Gourand L, Dausset J, Berrih-Aknin S, et al. Modulation of HLA-G expression in human thymic and amniotic epithelial cells. Hum Immunol. United States; 2000 Nov;61(11):1095–101. 120. Le Discorde M, Moreau P, Sabatier P, Legeais J-M, Carosella ED. Expression of HLA- G in human cornea, an immune-privileged tissue. Hum Immunol. United States; 2003 Nov;64(11):1039–44. 121. Carosella ED, Moreau P, Le Maoult J, Le Discorde M, Dausset J, Rouas-Freiss N. HLA-G molecules: from maternal-fetal tolerance to tissue acceptance. Adv Immunol. United States; 2003;81:199–252. 122. Cirulli V, Zalatan J, McMaster M, Prinsen R, Salomon DR, Ricordi C, et al. The class I HLA repertoire of pancreatic islets comprises the nonclassical class Ib antigen HLA- G. Diabetes. United States; 2006 May;55(5):1214–22. 123. Menier C, Rabreau M, Challier J-C, Le Discorde M, Carosella ED, Rouas-Freiss N. Erythroblasts secrete the nonclassical HLA-G molecule from primitive to definitive hematopoiesis. Blood. United States; 2004 Nov;104(10):3153–60. 33 124. Rouas-Freiss N, LeMaoult J, Moreau P, Dausset J, Carosella ED. HLA-G in transplantation: a relevant molecule for inhibition of graft rejection? Am J Transplant. Denmark; 2003 Jan;3(1):11–6. 125. Lila N, Carpentier A, Amrein C, Khalil-Daher I, Dausset J, Carosella ED. Implication of HLA-G molecule in heart-graft acceptance. Lancet . England;. 2000 Jun 17;355(9221):2138. 126. Ibrahim EC, Guerra N, Lacombe MJ, Angevin E, Chouaib S, Carosella ED, et al. Tumor-specific up-regulation of the nonclassical class I HLA-G antigen expression in renal carcinoma. Cancer Res. United States; 2001 Sep;61(18):6838–45. 127. Wiendl H, Mitsdoerffer M, Hofmeister V, Wischhusen J, Bornemann A, Meyermann R, et al. A functional role of HLA-G expression in human gliomas: an alternative strategy of immune escape. J Immunol. 2002;168(9):4772–80. 128. Paul P, Rouas-Freiss N, Khalil-Daher I, Moreau P, Riteau B, Le Gal FA, et al. HLA-G expression in melanoma: A way for tumor cells to escape from immunosurveillance. Proc Natl Acad Sci USA. The National Academy of Sciences; 1998 Apr 14;95(8):4510–5. 129. Lozano JM, Gonzalez R, Kindelan JM, Rouas-Freiss N, Caballos R, Dausset J, et al. Monocytes and T lymphocytes in HIV-1-positive patients express HLA-G molecule. AIDS. England; 2002 Feb;16(3):347–51. 130. Onno M, Pangault C, Le Friec G, Guilloux V, Andre P, Fauchet R. Modulation of HLA-G antigens expression by human cytomegalovirus: specific induction in activated macrophages harboring human cytomegalovirus infection. J Immunol. United States; 2000 Jun;164(12):6426–34. 131. Favoino E, Favia IE, Vettori S, Vicenti C, Prete M, Valentini G, et al. Clinical correlates of human leucocyte antigen (HLA)-G in systemic sclerosis(1). Clin Exp Immunol. England; 2015 Jul;181(1):100–9. 132. Brenol C V, Veit TD, Chies JA, Xavier RM. The role of the HLA-G gene and molecule on the clinical expression of rheumatologic diseases. Rev Bras Reum. 2012;52(1):82– 91. 133. Morandi F, Venturi C, Rizzo R, Castellazzi M, Baldi E, Caniatti ML, et al. Intrathecal soluble HLA-E correlates with disease activity in patients with multiple sclerosis and may cooperate with soluble HLA-G in the resolution of neuroinflammation. J Neuroimmune Pharmacol. 2013 Sep;8(4):944–55. 134. Verbruggen LA, Rebmann V, Demanet C, De Cock S, Grosse-Wilde H. Soluble HLA- G in Rheumatoid Arthritis. Hum Immunol. 2006 Aug;67(8):561–7. 135. Prigione I, Penco F, Martini A, Gattorno M, Pistoia V, Morandi F. HLA-G and HLA-E in patients with juvenile idiopathic arthritis. Rheumatology. England; 2011 May 1;50(5):966–72. 136. Rizzo R, Hviid T V, Govoni M, Padovan M, Rubini M, Melchiorri L, et al. HLA-G genotype and HLA-G expression in systemic lupus erythematosus: HLA-G as a putative susceptibility gene in systemic lupus erythematosus. Tissue Antigens. 2008;71(6):520–9. 137. Rosado S, Perez-Chacon G, Mellor-Pita S, Sanchez-Vegazo I, Bellas-Menendez C, Citores MJ, et al. Expression of human leukocyte antigen-G in systemic lupus erythematosus. Hum Immunol. 2008 Jan;69(1):9–15. 34 138. Cardili RN, Alves TG, Freitas JCOC, Soares CP, Mendes-Junior CT, Soares EG, et al. Expression of human leucocyte antigen-G primarily targets affected skin of patients with psoriasis. Br J Dermatol. England; 2010 Oct;163(4):769–75. 139. Yari F, Zavaran Hosseini A, Nemat Gorgani M, Khorramizadeh MR, Mansouri P, Kazemnejad A. Expression of HLA-G in the skin of patients with pemphigus vulgaris. Iran J Allergy Asthma Immunol. Iran; 2008 Mar;7(1):7–12. 140. Wastowski IJ, Sampaio-Barros PD, Amstalden EMI, Palomino GM, Marques-Neto JF, Crispim JCO, et al. HLA-G expression in the skin of patients with systemic sclerosis. J Rheumatol. Canada; 2009 Jun;36(6):1230–4. 141. Wiendl H, Feger U, Mittelbronn M, Jack C, Schreiner B, Stadelmann C, et al. Expression of the immune-tolerogenic major histocompatibility molecule HLA-G in multiple sclerosis: implications for CNS immunity. Brain. 2005 Nov;128(Pt 11):2689– 704. 142. Rizzo R, Bortolotti D, Bolzani S, Fainardi E. HLA-G Molecules in Autoimmune Diseases and Infections. Front Immunol. Frontiers Media S.A.; 2014 Nov 18;5:592. 143. Airas L, Nikula T, Huang Y-H, Lahesmaa R, Wiendl H. Postpartum-activation of multiple sclerosis is associated with down-regulation of tolerogenic HLA-G. J Neuroimmunol. 2007 Jul;187(1-2):205–11. 144. Morandi F, Venturi C, Rizzo R, Castellazzi M, Baldi E, Caniatti ML, et al. Intrathecal soluble HLA-E correlates with disease activity in patients with multiple sclerosis and may cooperate with soluble HLA-G in the resolution of neuroinflammation. J Neuroimmune Pharmacol. United States; 2013 Sep;8(4):944–55. 145. Fainardi E, Rizzo R, Melchiorri L, Castellazzi M, Paolino E, Tola MR, et al. Intrathecal synthesis of soluble HLA-G and HLA-I molecules are reciprocally associated to clinical and MRI activity in patients with multiple sclerosis. Mult Scler. England; 2006 Feb;12(1):2–12. 146. Fainardi E, Rizzo R, Melchiorri L, Stignani M, Castellazzi M, Tamborino C, et al. CSF levels of soluble HLA-G and Fas molecules are inversely associated to MRI evidence of disease activity in patients with relapsing-remitting multiple sclerosis. Mult Scler. England; 2008 May;14(4):446–54. 147. Fainardi E, Rizzo R, Melchiorri L, Stignani M, Castellazzi M, Caniatti ML, et al. Soluble HLA-G molecules are released as HLA-G5 and not as soluble HLA-G1 isoforms in CSF of patients with relapsing-remitting multiple sclerosis. J Neuroimmunol. Netherlands; 2007 Dec;192(1-2):219–25. 148. Castelli EC, Veiga-Castelli LC, Yaghi L, Moreau P, Donadi EA. Transcriptional and posttranscriptional regulations of the HLA-G gene. J Immunol Res. 2014;2014:734068. 149. Castelli EC, Mendes-Junior CT, Veiga-Castelli LC, Roger M, Moreau P, Donadi EA. A comprehensive study of polymorphic sites along the HLA-G gene: implication for gene regulation and evolution. Mol Biol Evol. 2011 Nov 1;28(11):3069–86. 150. Castelli EC, Mendes-Junior CT, Deghaide NH, de Albuquerque RS, Muniz YC, Simões RT, et al. The genetic structure of 3’untranslated region of the HLA-G gene: polymorphisms and haplotypes. Genes Immun. 2010;11(2):134–41. 151. Rousseau P, Le Discorde M, Mouillot G, Marcou C, Carosella ED, Moreau P. The 14 bp deletion-insertion polymorphism in the 3’ UT region of the HLA-G gene influences HLA-G mRNA stability. Hum Immunol. 2003;64(11):1005–10. 35 152. Hviid T V, Hylenius S, Rørbye C, Nielsen LG. HLA-G allelic variants are associated with differences in the HLA-G mRNA isoform profile and HLA-G mRNA levels. Immunogenetics. 2003;55(2):63–79. 153. Hviid T V, Hylenius S, Hoegh AM, Kruse C, Christiansen OB. HLA-G polymorphisms in couples with recurrent spontaneous abortions. Tissue Antigens. Denmark; 2002 Aug;60(2):122–32. 154. Tan Z, Randall G, Fan J, Camoretti-Mercado B, Brockman-Schneider R, Pan L, et al. Allele-specific targeting of microRNAs to HLA-G and risk of asthma. Am J Hum Genet. 2007 Oct;81(4):829–34. 155. Yie S, Li L, Xiao R, Librach CL. A single base-pair mutation in the 3′-untranslated region of HLA-G mRNA is associated with pre-eclampsia. Mol Hum Reprod . 2008 Nov 1;14 (11 ):649–53. 156. Castelli EC, Moreau P, Oya e Chiromatzo A, Mendes-Junior CT, Veiga-Castelli LC, Yaghi L, et al. In silico analysis of microRNAS targeting the HLA-G 3’ untranslated region alleles and haplotypes. Hum Immunol. 2009;70(12):1020–5. 157. Porto IOP, Mendes-Junior CT, Felício LP, Georg RC, Moreau P, Donadi EA, et al. MicroRNAs targeting the immunomodulatory HLA-G gene: a new survey searching for microRNAs with potential to regulate HLA-G. Mol Immunol. 2015 Jun;65(2):230– 41. 158. Lucena-Silva N, de Souza VSB, Gomes RG, Fantinatti A, Muniz YCN, de Albuquerque RS, et al. HLA-G 3’ untranslated region polymorphisms are associated with systemic lupus erythematosus in 2 Brazilian populations. J Rheumatol. Canada; 2013 Jul;40(7):1104–13. 159. Sabbagh A, Luisi P, Castelli EC, Gineau L, Courtin D, Milet J, et al. Worldwide genetic variation at the 3’ untranslated region of the HLA-G gene: balancing selection influencing genetic diversity. Genes Immun. 2014;15(2):95–106. 160. Rizzo R, Bortolotti D, Fredj N Ben, Rotola A, Cura F, Castellazzi M, et al. Role of HLA-G 14bp deletion/insertion and +3142C>G polymorphisms in the production of sHLA-G molecules in relapsing-remitting multiple sclerosis. Hum Immunol. 2012 Nov;73(11):1140–6. 161. Hviid T V, Rizzo R, Christiansen OB, Melchiorri L, Lindhard A, Baricordi OR. HLA- G and IL-10 in serum in relation to HLA-G genotype and polymorphisms. Immunogenetics. 2004;56(3):135–41. 162. Rizzo R, Hviid T V, Stignani M, Balboni A, Grappa MT, Melchiorri L, et al. The HLA-G genotype is associated with IL-10 levels in activated PBMCs. Immunogenetics. 2005;57(3-4):172–81. 163. Martelli-Palomino G, Pancotto JA, Muniz YC, Mendes-Junior CT, Castelli EC, Massaro JD, et al. Polymorphic sites at the 3’ untranslated region of the HLA-G gene are associated with differential hla-g soluble levels in the Brazilian and French population. PLoS One. 2013;8(10):e71742. 164. Castelli EC, Ramalho J, Porto IO, Lima TH, Felício LP, Sabbagh A, et al. Insights into HLA-G Genetics Provided by Worldwide Haplotype Diversity. Front Immunol. 2014;5:476. 165. Catamo E, Addobbati C, Segat L, Sotero Fragoso T, Tavares Dantas A, de Ataide Mariz H, et al. Comprehensive analysis of polymorphisms in the HLA-G 5′ upstream regulatory and 3′ untranslated regions in Brazilian patients with systemic lupus 36 erythematosus. Tissue Antigens. England; 2015 Jun;85(6):458–65. 166. Consiglio CR, Veit TD, Monticielo OA, Mucenic T, Xavier RM, Brenol JCT, et al. Association of the HLA-G gene +3142C>G polymorphism with systemic lupus erythematosus. Tissue Antigens. Denmark; 2011 Jun;77(6):540–5. 167. Mariaselvam CM, Chaaben AB, Salah S, Charron D, Krishnamoorthy R, Tamouza R, et al. Human leukocyte antigen-G polymorphism influences the age of onset and autoantibody status in rheumatoid arthritis. Tissue Antigens. England; 2015 Mar;85(3):182–9. 168. Veit TD, de Lima CPS, Cavalheiro LC, Callegari-Jacques SM, Brenol C V, Brenol JCT, et al. HLA-G +3142 polymorphism as a susceptibility marker in two rheumatoid arthritis populations in Brazil. Tissue Antigens. England; 2014 Apr;83(4):260–6. 169. Gazit E, Slomov Y, Goldberg I, Brenner S, Loewenthal R. HLA-G is associated with pemphigus vulgaris in Jewish patients. Hum Immunol. United States; 2004 Jan;65(1):39–46. 170. Hviid TVF, Milman N, Hylenius S, Jakobsen K, Jensen MS, Larsen LG. HLA-G polymorphisms and HLA-G expression in sarcoidosis. Sarcoidosis, Vasc Diffus lung Dis Off J WASOG / World Assoc Sarcoidosis Other Granulomatous Disord. Italy; 2006 Mar;23(1):30–7. 171. Eskandari-Nasab E, Hashemi M, Hasani SS, Omrani M, Taheri M, Mashhadi MA. Association between HLA-G 3’UTR 14-bp ins/del polymorphism and susceptibility to breast cancer. Cancer Biomark. 2013;13(4):253–9. 172. Jiang Y, Chen S, Jia S, Zhu Z, Gao X, Dong D, et al. Association of HLA-G 3’ UTR 14-bp insertion/deletion polymorphism with hepatocellular carcinoma susceptibility in a Chinese population. DNA Cell Biol. United States; 2011 Dec;30(12):1027–32. 173. Silva ID, Muniz YCN, Sousa MCPS, Silva KR, Castelli EC, Filho JCG, et al. HLA-G 3’UTR polymorphisms in high grade and invasive cervico-vaginal cancer. Hum Immunol. United States; 2013 Apr;74(4):452–8. 174. Boukouaci W, Busson M, Fortier C, Amokrane K, de Latour RP, Robin M, et al. Association of HLA-G low expressor genotype with severe acute graft-versus-host disease after sibling bone marrow transplantation. Front Immunol. Switzerland; 2011;2:74. 175. Di Cristofaro J, Reynaud-Gaubert M, Carlini F, Roubertoux P, Loundou A, Basire A, et al. HLA-G*01:04∼UTR3 Recipient Correlates With Lower Survival and Higher Frequency of Chronic Rejection After Lung Transplantation. Am J Transplant. 2015 Sep 1;15(9):2413–20. 176. Garcia A, Milet J, Courtin D, Sabbagh A, Massaro JD, Castelli EC, et al. Association of HLA-G 3’UTR polymorphisms with response to malaria infection: a first insight. Infect Genet Evol. Netherlands; 2013 Jun;16:263–9. 177. Courtin D, Milet J, Sabbagh A, Massaro JD, Castelli EC, Jamonneau V, et al. HLA-G 3’ UTR-2 haplotype is associated with Human African trypanosomiasis susceptibility. Infect Genet Evol. Netherlands; 2013 Jul;17:1–7. 178. Lucena-Silva N, Teixeira MA, Ramos A. L, de Albuquerque RS, Diniz GT, Mendes- Junior CT, et al. The +3187A/G HLA-G polymorphic site is associated with polar forms and reactive reaction in leprosy. Mol Genet Genomic Med. 2013;1(3):123–30. 179. Bortolotti D, Gentili V, Rotola A, Di Luca D, Rizzo R. Implication of HLA-G 3’ 37 untranslated region polymorphisms in human papillomavirus infection. Tissue Antigens. England; 2014 Feb;83(2):113–8. 180. Kroner A, Grimm A, Johannssen K, Mäurer M, Wiendl H. The genetic influence of the nonclassical MHC molecule HLA-G on multiple sclerosis. Hum Immunol. 2007 May;68(5):422–5. 181. Wiśniewski A, Bilińska M, Klimczak A, Wagner M, Majorczyk E, Nowak I, et al. Association of the HLA-G gene polymorphism with multiple sclerosis in a Polish population. Int J Immunogenet. 2010 Aug;37(4):307–11. 182. Rizzo R, Bortolotti D, Fredj N Ben, Rotola A, Cura F, Castellazzi M, et al. Role of HLA-G 14bp deletion/insertion and +3142C>G polymorphisms in the production of sHLA-G molecules in relapsing-remitting multiple sclerosis. Hum Immunol. 2012 Nov;73(11):1140–6. 183. Lucena-Silva N, Monteiro AR, de Albuquerque RS, Gomes RG, Mendes-Junior CT, Castelli EC, et al. Haplotype frequencies based on eight polymorphic sites at the 3’ untranslated region of the HLA-G gene in individuals from two different geographical regions of Brazil. Tissue Antigens. 2012;79(4):272–8. 184. Parra FC, Amado RC, Lambertucci JR, Rocha J, Antunes CM, Pena SDJ. Color and genomic ancestry in Brazilians. Proc Natl Acad Sci USA. United States; 2003 Jan;100(1):177–82. 185. Pena SDJ, Di Pietro G, Fuchshuber-Moraes M, Genro JP, Hutz MH, Kehdy F de SG, et al. The genomic ancestry of individuals from different geographical regions of Brazil is more uniform than expected. PLoS One. United States; 2011;6(2):e17063. 186. Brum DG, Luizon MR, Santos AC, Lana-Peixoto MA, Rocha CF, Brito ML, et al. European ancestry predominates in neuromyelitis optica and multiple sclerosis patients from Brazil. PLoS One. 2013;8(3):e58925. 38 Objetivos 39 1. Objetivo Geral Analisar os polimorfismos da região 3’NT do gene HLA-G de pacientes com esclerose múltipla e neuromielite óptica. 2. Objetivos específicos 1. Descrever a frequência das variações encontradas na região 3’NT do gene HLA-G em pacientes com EM, NMO e controles saudáveis; 2. Avaliar as frequências alélicas, genotípicas de cada ponto; 3. Determinar os haplótipos de 3’NT encontrados nas amostras populacionais estudadas; 4. Comparar a frequência dos alelos, genótipos e haplótipos da região 3’NT do gene HLA-G entre pacientes com NMO e controles, EM e controles, e entre EM e NMO; 5. Utilizar a frequência dos marcadores informativos de ancestralidade para estimar a ancestralidade individual e dos grupos estudados. 40 Artigo escrito segundo as recomendações para a publicação no Jornal Multiple Sclerosis – Factor Impact: 4.82 (http://msj.sagepub.com) Capítulo II-Artigo 41 TITLE: HLA-G 3’ Untranslated Region polymorphic sites are associated with neuromyelitis optica but not with multiple sclerosis Andreia S. Souza (1), Doralina Guimarães Brum (1) (1) Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria, Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, Brasil Correspondence: Doralina Guimarães Brum, Faculdade de Medicina de Botucatu, Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, São Paulo 18618-970, Brasil; e-mail: doralinagbrum@gmail.com 42 ABSTRACT Background A key feature of multiple sclerosis (MS) and neuromyelitis optica spectrum disorders (NMOSD) is the breakdown of immunological tolerance. HLA-G molecule plays a pivotal role in immune tolerance, inhibiting different cell subsets involved in innate and adaptive immunity and autoimmune responses. Constitutive expression of HLA-G has been primarily observed in placenta, and ectopic expression been observed in cancer, allografts and autoimmune disorders. As a corollary, HLA-G expression is expected to be beneficial in autoimmune disorders. The regulation of the HLA-G gene may depend on transcriptional and posttranscriptional regulatory elements. Objective: The aim was to verify polymorphic sites at HLA-G 3’UTR in MS and NMOSD patients. Methods: HLA-G 3’UTR was typed using sequencing analyses in Brazilian patients with MS (n = 105), NMO (n = 54) and in healthy individuals (n = 108). Results: Ten variation sites were observed, including the 14pb indel +3001C/T,+3003T/C, +3010G/C,+3027C/A, +3035C/T, +3142C/G, +3187G/A, +3196C/G, +3227G/A. HLA-G 3'UTR allele, genotype and haplotype frequencies showed no differences after comparison of MS with controls and MS with NMOSD were closely similar. Compared to controls; i) the +3187A allele was overrepresented and the UTR-1 (DelCTGCCCGCG) that contains +3187G was underrepresented in NMOSD patients; ii) +3187A and +3187AA were overrepresented, whereas UTR-1 (DelCTGCCCGCG) was underrepresented in NMOSD AQP4+ patients, and iii) the UTR-6 (DelCTGCCCACG) was overrepresented in NMOSD AQP4- patients. Compared to AQP4+ patients, the +3003TT genotype was underrepresented, whereas the +3003TC genotype was overrepresented in AQP4- patients. Conclusion: Polymorphic sites at the 3’ untranslated region of the immunoregulatory HLA-G gene are differentially associated with neuromyelitis optica and multiple sclerosis further corroborating that NMO and MS are distinct diseases. Considering that: i) the +3187A allele has been associated with decreased expression of HLA-G, ii) the +3187A allele and AA genotype were overrepresented in NMOSD patients, particularly in those exhibiting AQP4 antibodies (AQP4 group), it may contribute to breakdown of immune tolerance in the pathogenesis of NMOSD. Keywords: HLA-G, 3’UTR, UTR-1, +3187, multiple sclerosis, neuromyelitis optica, Brazilians 43 INTRODUCTION Neuromyelitis optica (NMO) and multiple sclerosis (MS) are inflammatory demyelinating autoimmune diseases of the central nervous system (CNS), presenting overlapping clinical features, which have placed NMO as a worse prognostic variant of MS (1). A serum antibody that reacts with aquaporin-4 (NMO-IgG), specific for NMO was identified, thereby contributing to MS differential diagnosis (2). The major impact of the differential diagnosis was on treatment because the drugs used in MS do not have efficacy on NMO (3). Furthermore, the discovery of NMO biomarker corroborate the humoral mechanism of the disease (4), enabling expansion of clinical phenotypes, discriminating seropositive anti-AQP4 (AQP4ab+) and seronegative anti-AQP4 (AQP4ab-) groups, referred to as neuromyelitis optica disorders spectrum (NMOSD) (5). NMO exhibits a higher frequency in non-Caucasian individuals - Asians, Hispanic and Afrodescendents, whereas MS is relatively more frequent in Caucasians population (6). Although the etiology of NMO and MS is unknown, genetic factors have been associated with both diseases (7,8). Almost one hundred genes have been associated with MS, however, the Human Leukocyte Antigens (HLA) have been the most robustly associated with MS (9). The HLA-DRB1*15 allele group has been associated with MS, mainly HLA- DRB1*1501 allele in Caucasian and Afrodescendents populations (10–12) and HLA- DRB1*1503 allele in Afrodescendents with MS (11). On the other hand, the HLA DRB1*03 allele group was overrepresented in NMO patients compared with healthy controls (13,14). The pathogenesis of MS is predominantly mediated by lymphocytes (15), whereas NMO pathogenesis is mediated by antibody mechanisms (4). Despite of the distinct epidemiologic, clinical (6), genetic (13), laboratory (2) and pathogenic mechanisms (4,16), a key feature of MS and NMO is the breakdown of immunological tolerance, wherein the HLA-G molecule may influence (17). HLA-G is a non-classical MHC class I gene that encodes a molecule presenting immunoregulatory and tolerogenic functions (17). These functions are performed by the interactions of HLA-G molecules with specific receptors present on cells of the immune system, including: ILT-2 (CD85j / LILRB1) expressed on NK, T, B cells and myelomonocytics (18); ILT4 (CD85d / LILRB2) expressed in monocytes, dendritic cells (19,20) and neutrophils (21); and KIR2DL4 (CD158d), present in NK cells (22). In physiological conditions, HLA-G expression is restricted to trophoblast cells (23,24), 44 medullary thymic epithelial cells (25), pancreatic islets (26), cornea (27), keratinocytes and melanocytes of the proximal nail matrix (28), and erythroid and endothelial precursors (29). However, the expression of HLA-G can be induced in non-physiological conditions, such as after allogeneic transplants (30–32), in autoimmune diseases (33–37) and as the mechanism of escape immune surveillance by tumor cells (38–40), or by infected cells in viral disorders (41,42). The HLA-G molecule may be present as soluble (sHLA-G) forms and on cell surfaces (43). The quantity of HLA-G molecules produced primaly depend on factors that modulate gene expression by transcriptional and posttranscriptional regulatory mechanisms, through the promoter region and 3’untranslated region (3'UTR), respectively (43,44). The HLA-G gene has 8 exons and the 3'UTR is mainly localized in the exon 8. Studies indicated that HLA-G 3'UTR alleles and haplotypes correlated with sHLA-G level in the peripheral blood (45–48). Three major HLA-G variable sites have been described in association with HLA-G expression levels: i) the 14-bp deletion/insertion (rs371194629) polymorphism, which contributes to mRNA stability (49); ii) a single-nucleotide polymorphism (SNP) C>G at the position +3142 (rs1063320), in which the G allele increased affinity for specific microRNAs (miRNAs), such as miR-148a, miR-148b and miR-152 (50); and iii) the +3187A/G SNP (rs9380142), in which the presence of an Adenine contributes for increased HLA-G mRNA degradation by modifying an AU-rich motif (51). Although the influence of other HLA-G 3’UTR variations on the mRNA stability is unclear, in silico analyses have shown that several human miRNAs are potential ligands of the HLA-G mRNA, including the +3003, +3010, +3027 and +3035 positions, and could influence HLA-G expression (52,53). HLA-G 3'UTR variability studies have been performed on several autoimmune diseases such as systemic lupus erythematosus (SLE), rheumatoid arthritis (RA), pemphigus vulgaris and sarcoidosis (54–60). In MS, only the 14-bp variation at the HLA-G 3’UTR was analyzed and no association has been found with the disease (61,62), however, the presence of the 14-bp was associated to younger disease onset in MS patients (62). Furthermore, the 14- bp Del together with the +3142C allele were associated with increased sHLA-G levels in MS patients (45). Other studies demonstrated that the HLA-G is upregulated in CNS inflammation sites and in cerebrospinal fluid (CSF) in MS (63,64) and the higher HLA-G expression in CSF of patients has been correlated to the resolution of inflammation in the CNS as observed by magnetic resonance imaging (MRI) (65–68). In contrast, the lower expression of this molecule has been linked to postpartum relapses in MS patients (69). In 45 neuromyelitis there are no reports regarding the level of HLA-G expression, but diseases with similar humoral mechanisms, such as RA and SLE, present unbalanced sHLA-G levels (70– 72). Considering that: i) The distribution of HLA-G 3’UTR haplotype frequencies may be different among European and African populations (73,74); ii) the Brazilian population has contribution of African, European and Amerindian (75); iii) NMO and MS present differential ethnic distribution (6); iv) ancestry plays a major role on NMO and MS suscptibility (80); v) NMO and MS are autoimmune diseases (4,15); vi) HLA-G 3’UTR alleles and haplotypes are associated with different HLA-G expression levels; vi) there are many studies that reveal an influence of HLA-G on MS pathogenesis (63–69); a case-control association study of HLA-G in highly diverse Brazilian population is relevant. OBJECTIVE: The aim of this study was to evaluate the HLA-G 3'UTR polymorphic sites and haplotypes in patients with MS or NMOSD taking into account ancestry revealed by ancestry informative markers (AIMs) to avoid spurious associations. MATERIALS AND METHODS Subjects A total of 105 MS (67 women; 72 Relapsing–Remitting MS or RRMS and 33 Secondary- Progressive MS or SPMS ) and 54 NMOSD patients (47 women), diagnosed using the revised McDonald and Wingerchuck criteria, respectively (1,76–79), were included in the study. NMOSD patients were stratified according to serological status for AQP4 antibodies, into seropositive anti-AQP4 (anti-AQP4ab+), seronegative anti-AQP4 (anti-AQP4ab-) and untested (n=26, n=20 and n=8, respectively) groups. Untested patients were included in analyses only as NMOSD. All patients were recruited at the Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP), Brazil, as well as 108 healthy controls (42 female, 66 male). The study protocol was approved by the Ethics Research Committee at Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, Brazil (#4205-2012) and each subject provided written informed consent. The three groups were genotyped for a panel of ancestry informative markers (AIMs) with 12 highly informative marker loci required to characterize tri-hybrid populations that vary in substructure or the degree of admixture: FY-NULL, RB1, LPL, AT3, APOA, PV92, CKM, DRD2-BclI, MID-52, MID-575, MID-93 and SB19.3, in previous study (80). At least 46 half of the AIMs studied allowed the discrimination between African and European or Amerindian ancestry. African Ancestry Indexes (AfrAI) was estimated for each individual using the Bayesian clustering algorithm, implemented by the software STRUCTURE (81), showed that NMOSD, MS and Control groups from Ribeirão Preto (RP) were closely similar (P>0.05), according to a previous study (80). Therefore, these same groups were selected for the current analysis. Typing of the HLA-G 3’UTR Genomic DNA was extracted from peripheral blood by salting-out method (82). The 3’UTR of the HLA-G gene was PCR-amplified using the primers HLAG8F: 5’- TGTGAAACAGCTGCCCTGTGT-3’ (83) and HLAGR1: 5’-TCTTCTGATAACACAGGA ACTTC-3’. Amplification was performed, following the method described previously (83), in a final volume of 25 µl containing 1× PCR buffer (0.2M Tris-HCl pH 8.5; 0.5M KCl), 0.2mM of each dNTP, 1.5mM of MgCl2, 12.5 pmol of each primer, 1U of Platinum Taq DNA- polymerase (Invitrogen, Carlsbad, CA, USA) and 50ng of genomic DNA. The initial denaturation cycle was carried out at 94°C for 5min, followed by 30 cycles at 95°C for 45s, 57° for 45s and 72°C for 60s, and a final extension step at 72°C for 7 min. The amplification product was evaluated by electrophoresis on 1% agarose gel stained with GelRed ™ (Biotium, Hayward, CA). PCR products of 597bp (with the 14-bp deletion) and/or 611bp (with the 14-bp insertion) were directly sequenced in an ABI3100 Genetic Analyzer (Applied Biosystems®, Foster City, CA, USA) using the reverse primer HLAG1R. All polymorphic sites observed were individually annotated. Statistical analysis The allelic and genotypic frequencies were estimated by direct counting using the GENEPOP software version 4.1.2 (84) and the number of expected homozygotes or heterozygotes were estimated using the exact test with Levene’s correction. Adherence to the Hardy-Weinberg equilibrium (HWE) expectations were tested by the Markov chain method described by Guo and Thompson (85) using the GENEPOP software version 4.1.2 (84). Linkage disequilibrium (LD) between 3’UTR polymorphic sites was evaluated by means of a likelihood ratio test of LD (86) using the Arlequin program version 3.5 (87) and the LD plot was generated by Haploview 4.2 (88). Given the positive LD between polymorphic sites studied, but unknown gametic phase, the most likely haplotype pair for each sample was determined by two independent 47 computational methods, without considering any prior information: the Expectation-