RESSALVA Atendendo solicitação da autora, o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 27/11/2025. Júlia Vilar Diogo Ideologia e poder no léxico do discurso midiático: representações do gênero feminino em traduções de webnotícias São José do Rio Preto 2023 Câmpus de São José do Rio Preto Júlia Vilar Diogo Ideologia e poder no léxico do discurso midiático: representações do gênero feminino em traduções de webnotícias Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Estudos Linguísticos, junto ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de São José do Rio Preto. Financiadora: FAPESP – Proc. 2021/03895-5 BEPE 2022/07506-6 Orientadora: Profª. Drª. Angélica Karim Garcia Simão São José do Rio Preto 2023 Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca do Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. D591i Diogo, Júlia Vilar Ideologia e poder no léxico do discurso midiático : representações do gênero feminino em traduções de webnotícias / Júlia Vilar Diogo. -- São José do Rio Preto, 2023 115 f. : tabs. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto Orientadora: Angélica Karim Garcia Simão 1. Webnotícias. 2. Representações de gênero. 3. Léxico. 4. Tradução jornalística. 5. Português e Espanhol. I. Título. Júlia Vilar Diogo Ideologia e poder no léxico do discurso midiático: representações do gênero feminino em traduções de webnotícias Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Estudos Linguísticos, junto ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de São José do Rio Preto. Financiadora: FAPESP – Proc. 2021/03895-5 BEPE 2022/07506-6 Comissão Examinadora Profª. Drª. Angélica Karim Garcia Simão UNESP – Câmpus de São José do Rio Preto Orientadora Profª. Drª. Heloisa Pezza Cintrão USP – Universidade de São Paulo Profª. Drª. Maria Cristina Parreira UNESP – Câmpus de São José do Rio Preto São José do Rio Preto 27 de novembro de 2023 AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPESP) – Número do processo 2021/03895-5, BEPE 2022/07506-6, à qual agradeço pelo apoio ao desenvolvimento desta pesquisa e pela contribuição à valorização da pesquisa científica brasileira. Agradeço aos meus pais Cristiane e Macário que, pela luta diária, deram condições objetivas que me possibilitaram, desde a Educação Básica, acesso ao ensino, sou muito grata por tudo que fazem e fizeram por mim em toda minha trajetória, pessoal e acadêmica. À minha família por sempre acreditarem e me incentivarem, em especial minha bisavó Maria Henrique do Nascimento (in memorian), Maria Helena Vilar, Mariangela Vilar, Valfredo Marcolino, Piedade Rosa Diogo, Danilo Vilar, Emília Marques, e ao meu primo Davi Marques que me incentiva todos os dias a criar um mundo melhor para ele. Aos meus padrinhos Rafael Reis e Sueli Teixeira bem como Miguel dos Reis e Clarissa dos Reis que acompanham minha jornada desde o início do meu letramento até o título de mestre, por todo apoio, incentivo, cuidado e carinho. À minha orientadora, Angélica Karim, por todos ensinamentos, suporte, compreensão e paciência. Obrigada por estar na minha vida me guiando em diversos âmbitos desde 2018, na iniciação científica até hoje. Encerramos nossa jornada acadêmica aqui, mas a jornada da vida seguimos para além do Lattes. Obrigada por contribuir na minha vida enquanto pesquisadora, mas também enquanto ser humano, sou uma pessoa, e pesquisadora muito melhor graças a você. Obrigada por me acolher, nas ideias e também nas vivências, que privilégio é poder ter tido você como exemplo e orientadora durante esses seis anos. À minha tutora Maria José Hernández Guerrero que me acolheu e orientou durante o desenvolvimento da minha pesquisa na Universidade de Málaga. Aos meus professores Moisés Fraga e Lívia Polichiso do Ensino Básico que tanto me apoiaram, incentivaram e acreditaram em mim, não teria chegado até aqui sem vocês. E as minhas professoras da Graduação Melissa Baffi Bonvino, Marize Hattnher, entre tantas outras, por todo apoio e confiança no meu trabalho. À minha amiga Denise Bordin por ser minha parceira, minha irmã do mundo acadêmico, dos trabalhos, e da vida, por sempre me incentivar, me apoiar, acreditar em mim, mostrar o caminho e me ensinar a “pescar” e não a dar o “peixe” antes. Obrigada por me ajudar a trilhar meus próprios caminhos, tampouco conseguiria sem sua ajuda, dentro e fora do mundo da academia. Obrigada pela leitura e escuta atenta, essa vitória é nossa. Sou tão grata a você, mas nenhum idioma daria conta de tamanha demonstração. À minha amiga Laís Bolognani que me acompanha desde o ensino fundamental, em muitas versões minhas, mas que sempre trouxe um olhar de afeto em tudo que me propus a fazer, estou aqui hoje porque tive ao meu lado você. À Karina Oliveira, por todo amor, cuidado, paciência e apoio, desde o início dessa jornada no Mestrado, por sempre enxergar meu potencial e valorizar meu trabalho enquanto pesquisadora. Obrigada por sempre me fazer enxergar o lado bom da vida. Às minhas amigas Isabella Ludimila e Malu Santana por serem minha fortaleza e um porto seguro no qual meu barco pôde atracar durante nossa jornada na Espanha na Universidad de Málaga. Obrigada por serem família, minhas hermanas, por tudo que fizeram por mim desde a península Ibérica e até hoje já em terras tupiniquins. À minha amiga Amanda Dourador por sempre incentivar minha jornada no mundo acadêmico, acreditando em mim e em meu potencial e também por estar comigo na minha jornada pessoal, sendo uma grande amiga e também inspiração. Aos meus amigos de graduação do grupo “creuds” Bruna Veríssimo, Eduarda Gomes, Gabriella Figueiredo, Juliana Sborgi, Lorena Ferrari, Paola Curcio, Mariana Rezende, Roberta Stefany, Victor Hugo, Vinícius Damiani, Wallace Rodrigues, pelo apoio, compreensão e paciência mesmo eu abdicando de momentos juntos para escrever relatórios. Às minhas amigas Jacqueline Robaina, Luma Cavalcanti, Yanka Menezes, Carolina Iaquinto por todo suporte, apoio e escuta atenta nos momentos bons e ruins dessa caminhada. Às minhas amigas Bruna Sales, Julia Chaves, Fayola Campos, Luísa Camacho, Camila Calvo, Natalia de Grande, pela acolhida, apoio e incentivo desde nossos anos de IBILCE e até hoje. Ao meu amigo e professor de espanhol, Lucas Marques por todos ensinamentos e pela amizade que desenvolvemos nesse processo de preparação para a ida à Málaga. A minha amiga Fernanda Carraro, pela leitura e escuta atenta, pela amizade e por compartilhar o amor pela linguística e pelo idioma de Cervantes. A minha amiga Naira Maltoni por me ajudar nessa jornada desafiadora que é a vida adulta, me ajudando a entender mais do mundo, sobre amor e mais sobre a vida. Ao meu amigo e irmão de jornada acadêmica João Vitor Souza, por toda ajuda e partilha. A Adriana Andrade por me incentivar e ser inspiração na jornada acadêmica. A todas as professoras integrantes da banca, por quem tenho muito respeito e consideração, por aceitarem o convite. Nós escolhemos umas às outras e o limite das batalhas de umas e outras a guerra é a mesma se perdemos um dia o sangue das mulheres irá coagular sobre um planeta morto se vencermos não há como saber buscamos além da história por um novo e mais possível encontro. Audre Lorde (1984, Sister Outsider, Tradução de Léa Süssekind Viveiros de Castro) RESUMO Neste trabalho objetiva-se a análise do léxico em textos jornalísticos no par linguístico português-espanhol, entendendo a tradução como um fenômeno de representação cultural. O foco do presente trabalho é observar como os procedimentos utilizados por tradutores para representar o gênero feminino revelam escolhas lexicais que refletem vieses ideológicos específicos. Tais escolhas podem indicar como algumas instituições sociais, no caso, a mídia, desempenham um papel de poder e influência sobre a opinião pública, perpetuando discursos hegemônicos, como o machismo e o falocentrismo etc. Parte-se do entendimento de que o jornalismo visa noticiar o fato, o que distingue o papel desempenhado por tradutores e jornalistas no que tange às suas matérias-primas; nessa relação discursiva (tradutor/jornalista) há a manifestação de duas vozes em um mesmo texto, o texto traduzido. Tal produto, e consequentemente seu processo, revelam por meio do léxico, as ideologias subjacentes aos diferentes discursos, sejam as lexias que podem se observar no discurso do jornalista, autor da notícia, ou as que podem ser observadas no discurso do tradutor. Motivadas pela hipótese de que os movimentos feministas, em suas dimensões social e política, influenciaram a atividade tradutória em alguns momentos da história, a exemplo das feministas canadenses do final do século XX, reconhece-se também que possam influenciar a produção das traduções jornalísticas no contexto contemporâneo como um fator ideológico que incide sobre os sujeitos nas produções dos discursos. Dessa forma se busca refletir, a partir da perspectiva dos estudos lexicais, sobre os componentes ideológicos presentes em traduções feministas e traduções falocêntricas (HENITIUK, 1999) produzidas na contemporaneidade. O corpus de análise constitui-se de artigos publicados em português e espanhol na versão digital de jornais (El País, Folha de São Paulo), as webnotícias, o levantamento deste corpus foi feito a partir de textos que abordam a temática do feminismo, tanto na direção espanhol-português como na direção inversa. Os resultados evidenciam mais manipulação de manchetes e linhas finas no jornal Folha de São Paulo que no jornal El País. Tal fato evidencia que houve mais visibilização de questões acerca da representação do gênero feminino nas traduções feitas para o jornal Folha de São Paulo para a língua espanhola. Isso significa também que houve mais visibilizações nas traduções dos textos do português para o espanhol, ou nos textos de partida em espanhol, seja nos textos traduzidos para o português no jornal El País ou nos textos de partida do jornal Folha de São Paulo. Palavras–chave: webnotícias; representações de gênero; léxico; tradução jornalística; português e espanhol. ABSTRACT In this research, we aim to analyze the lexicon in journalistic texts in the Portuguese-Spanish language pair, considering translation as a phenomenon of cultural representation. The focus of this work is to observe how the procedures used by translators to represent the female gender reveal lexical choices that reflect specific ideological biases, such choices can give indications of how some social institutions, in this case, the media, play a role of power and influence over public opinion, perpetuating hegemonic discourses, such as machismo and phallocentrism, etc. We understand that journalism itself is associated with the reports of facts, hence, what distinguishes the role of translators from journalists are their raw materials; in this discursive relationship (translator/journalist) there is the manifestation of two voices in the same text, the translated text. This product, and consequently its process, reveal, through the lexicon, the ideologies underlying the different discourses, whether the lexicon that can be observed in the journalist discourse, author of the news, or those that can be observed in the translator discourse. Motivated by the hypothesis that feminist movements, in their social and political dimensions, influenced the translation activity at some moments in history, like Canadian feminists at the end of the 20th century, we also believe that it can influence the production of journalistic translations in the contemporary context as an ideological factor that affects the subjects in the production of discourses. In this manner, we intend to reflect upon, from the perspective of lexical studies, on the ideological components present in feminist translations and phallocentric translations (HENITIUK, 1999) produced in the contemporaneity. The analysis corpus consists of articles published in Portuguese and Spanish in the digital version of newspapers (El País, Folha de São Paulo), web news, the survey of this corpus was made from texts that address the theme of feminism, both in the Spanish- Portuguese and in the opposite direction. The results demonstrate more manipulation of headlines and lead-ins in the newspaper Folha de São Paulo than in the newspaper El País. This fact highlights that there was more visibility of queries regarding the representation of the female gender in the translations made by the Folha de São Paulo newspaper into Spanish. This also means that there was more visibility in the translations of the texts from Portuguese to Spanish, or in the source texts in Spanish, either in the texts translated into Portuguese in the El País newspaper or in the source texts of Folha de São Paulo newspaper. Keywords: web news; gender representations; lexicon; journalistic translation, Portuguese and Spanish. RESUMEN En este trabajo nos proponemos analizar el léxico en textos periodísticos en el par lingüístico portugués-español, entendiendo la traducción como un fenómeno de representación cultural. El enfoque de este trabajo es observar cómo los procedimientos que utilizan los traductores para representar el género femenino revelan elecciones léxicas que reflejan sesgos ideológicos específicos, tales elecciones pueden dar indicios de cómo algunas instituciones sociales, en este caso, los medios de comunicación desempeñan un papel de poder e influencia en la opinión pública, perpetuando discursos hegemónicos, como el machismo y el falocentrismo, etc. Partimos del entendimiento de que el periodismo presupone el hecho a informar, lo que diferencia el papel que desempeñan los traductores y los periodistas con respecto a sus materias primas; en esta relación discursiva (traductor/periodista) se manifiestan dos voces en un mismo texto, el texto traducido. Tal producto, y en consecuencia su proceso, revelan, por medio del léxico, las ideologías que subyacen a los diferentes discursos ya sean las lexías que se observan en el discurso del periodista, autor de la noticia, o las que se pueden observar en el discurso del traductor. Motivadas por la hipótesis de que los movimientos feministas, en su dimensión social y política, influyeron en la actividad traductora en algunos momentos de la historia, como las feministas canadienses a finales del siglo XX, creemos también que pueden influir en la producción de traducciones periodísticas en la actualidad como un factor ideológico que incide en los sujetos en la producción de los discursos. De esta manera, buscamos reflexionar, desde la perspectiva de los estudios léxicos, sobre los componentes ideológicos presentes en las traducciones feministas y traducciones falocéntricas (HENITIUK, 1999) producidas en la contemporaneidad. El corpus de análisis consta de artículos publicados en portugués y español en la versión digital de los periódicos (El País, Folha de São Paulo), las webnoticias, este corpus fue recogido a partir de textos que abordan la temática del feminismo, tanto en la dirección español-portugués como en la dirección inversa. Los resultados muestran más manipulación de titulares y líneas finas en el periódico Folha de São Paulo que en el periódico El País. Este hecho resalta que hubo una mayor visibilidad de cuestiones sobre la representación del género femenino en las traducciones realizadas por el periódico Folha de São Paulo al español. Esto también significa que hubo más visibilidad en las traducciones de los textos del portugués al español, o en los textos de partida en español, ya sea en los textos traducidos al portugués en El País o en los textos fuente de Folha de São Paulo. Palabras clave: webnotícias; representaciones de género; léxico; traducción periodística, portugués y español. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Principais técnicas de Tradução - Hurtado Albir 32 Figura 2 – Nó opressões de gênero 51 Figura 3 – Perfil do leitor 73 Figura 4 – Detalhamento da análise 77 Quadro 1 – Dados comparativos jornais 68 Quadro 2 – Dados comparativos da coleta do corpus 69 Quadro 3 – Demonstração da análise 75 Gráfico 1 – Folha de São Paulo – Apagamentos X Visibilizações 99 Gráfico 2 – El País – Apagamentos X Visibilizações 99 Gráfico 3 – Frequência técnicas – Apagamentos – Folha de São Paulo 100 Gráfico 4 – Frequência técnicas – Apagamentos – El País 101 Gráfico 5 – Frequência técnicas – Visibilizações – Folha de São Paulo 102 Gráfico 6 – Frequência técnicas – Visibilizações – El País 103 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS FSP Folha de São Paulo EP El País TC Texto de chegada TP Texto de partida M Manchete LF Linha fina LGBTQIA+ Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexo e assexuais CT Corpo do texto ACD Análise Crítica do Discurso OMS Organização Mundial da Saúde SUMÁRIO INTRODUÇÃO 13 Capítulo 1 – ESTUDOS DO LÉXICO 15 1.1 Conceitos e definições 15 1.2 Léxico, cultura e identidade 17 1.3 Discurso, identidade e representação via léxico 19 1.4 A tradução como atividade discursiva: as escolhas lexicais 22 Capítulo 2 - TRADUÇÃO E WEB NOTÍCIAS 25 2.1 Tradução jornalística 25 2.1.1 Técnicas de tradução 31 2.2 Especificidades do gênero notícia 2.3 Notícia, discurso e poder 32 35 2.4 Tradução como contrapoder 45 Capítulo 3 – REPRESENTAÇÃO DE GÊNERO 47 3.1 Gênero: poder e patriarcado 47 3.2 Representações do gênero feminino na mídia 3.3 As propostas de traduções feministas 53 59 Capítulo 4 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 4.1 O corpus de pesquisa: levantamento de dados 4.2 Perfis editoriais 4.2.1 El País 4.2.2 Folha de São Paulo 66 66 69 70 71 Capítulo 5 - ANÁLISE DOS DADOS 5.1 Análise do jornal El País 5.2 Análise do jornal Folha de São Paulo CONCLUSÕES 75 76 87 105 REFERÊNCIAS 108 13 INTRODUÇÃO Conhecer uma língua significa muito mais do que dominar um código linguístico composto por regras e padrões gramaticais. Inserido na área da Lexicologia, o presente trabalho parte da noção de léxico como representação social. Assim, entendemos que a escolha por determinadas unidades lexicais pode refletir ideologias. Nesta instância, compreende-se que o léxico envolve questões e padrões de ordem cultural, social e histórica que se relacionam com os indivíduos e com os contextos de suas respectivas comunidades interpretativas. Mais do que um objeto de comunicação, as unidades lexicais são utilizadas com intenções e objetivos variados, constituindo-se, assim, como um instrumento de manipulação e poder no qual são refletidos os valores de uma sociedade. A compreensão do texto jornalístico, tido como reprodutor de fatos sociais e como produto e produtor de significados nesse processo, pressupõe o reconhecimento de aspectos culturais presentes nas interações dos falantes envolvidos em diferentes contextos. Cada vez mais percebe-se a influência e a relevância de tais conhecimentos para a compreensão dos textos e para a realização da atividade tradutória. No que tange à relação entre cultura e tradução, a esfera da tradução jornalística é uma das que mais expressivamente destaca essa relação e, dessa perspectiva, baseamo-nos, principalmente, em autoras como Zipser e Polchlopek (2006), que entendem “a tradução como representação cultural”, e Hernández Guerrero (2012), que explora, nos Estudos da Tradução, a tradução jornalística como transmissão de ideologias, destacando o importante papel que desempenha na formação de identidades e discursos por meio da circulação midiática. Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise das unidades lexicais empregadas na tradução de webnotícias entre as línguas espanhola e portuguesa a fim de examinar como o gênero feminino é representado em textos jornalísticos e em suas traduções. Para tanto, pretende-se sistematizar os procedimentos de tradução na esfera do léxico, denominados “técnicas” de tradução por Amparo Hurtado Albir. A análise de tais procedimentos, nesses textos, pretende ser alcançada orientando-se pelas seguintes perguntas de pesquisa: (i) Quais técnicas de tradução podem ser percebidas no nível lexical ao se traduzir textos jornalísticos? (ii) Como se dá a representação do gênero feminino na esfera lexical considerando essa modalidade de tradução? 14 Com isso busca-se enfocar os mecanismos que regulam o funcionamento e as técnicas utilizadas pelos tradutores, entendendo que, no campo da tradução jornalística, as escolhas linguísticas, sobretudo no âmbito lexical, refletem ideologias que contribuem para a formação da opinião pública. Esta pesquisa se justifica pela crescente produção de webnotícias e, por conseguinte, de tradução jornalística nos meios on-line de comunicação, e em razão dos escassos trabalhos envolvendo o par linguístico espanhol-português, sobretudo na esfera da tradução jornalística. Este trabalho está organizado em cinco capítulos. O primeiro capítulo trata de aspectos conceituais acerca do léxico, bem como de sua relação com os conceitos de cultura, identidade e representação, da intersecção que o léxico possui com o discurso e a tradução, e da relação que se estabelece entre a representação e o léxico. O segundo capítulo discute a tradução e, mais especificamente, a tradução jornalística, corpus deste trabalho, assim como discutem-se as relações de poder implicadas nesses textos midiáticos, as notícias. O terceiro capítulo aborda questões centrais dos Estudos de Gênero, como o poder e o patriarcado, eixos desses estudos, as representações que são feitas do gênero feminino na mídia e, estabelecendo um paralelo entre Estudos de Gênero e Estudos da Tradução, as propostas de traduções feministas. No quarto capítulo, estabelecem-se os procedimentos metodológicos sobre o levantamento dos dados do corpus desta pesquisa e os perfis editoriais dos jornais analisados (Folha de São Paulo e El País). O quinto e último capítulo constitui-se da análise de dados dos jornais supracitados. 105 CONCLUSÕES O presente trabalho examinou, a partir da análise das escolhas lexicais empregadas na tradução, como o gênero feminino é representado em textos jornalísticos de língua espanhola e portuguesa nos jornais El País e Folha de São Paulo, focando, principalmente, nas manchetes e nas linhas finas dos textos analisados. As técnicas revelam os processos tradutórios que incidem sobre o léxico, ou seja, as modulações, as amplificações, as elisões, etc. que se dão nas unidades lexicais empregadas. Tais procedimentos foram orientados pelas seguintes perguntas de pesquisa: (i) Quais técnicas de tradução podem ser percebidas no nível lexical ao se traduzir textos jornalísticos? (ii) Como se dá a representação do gênero feminino na esfera lexical considerando essa modalidade de tradução? Partimos da hipótese de que os movimentos feministas influenciaram a atividade tradutória em alguns momentos da história e que, dado o cenário contemporâneo, também possam influenciar a produção das traduções jornalísticas como um fator ideológico que incide sobre os sujeitos nas produções dos discursos. E, ainda que existam muito fatores envolvidos no processo tradutório, como a escolha de qual texto é traduzido. Acreditamos que a tradução e o tradutor, por estarem inseridos nos meios de comunicação, teriam força e poder para ser um contrapoder da mídia. Esta pesquisa foi fundamentada a partir de bases teóricas dos Estudos do Léxico, Estudos da Tradução, Análise Crítica do Discurso e Estudos de Gênero. Acerca do primeiro Estudo, estabelecemos as relações entre o léxico, cultura, identidade, relações de poder, sistemas de representação e as ações de linguagem, isto é, os discursos construídos a partir do léxico. Sobre os Estudos da Tradução, tratamos mais especificamente da tradução jornalística, corpus do presente trabalho e suas propriedades. No que tange à ACD, estabelecemos as intersecções entre, notícia, discurso, ideologia e poder. Por fim, para analisar e entender como é feita a representação do gênero feminino, utilizamos os conceitos dos Estudos de Gênero como o poder e patriarcado e também de estudos acerca do gênero feminino e como este é retratado na mídia e, finalizando a fundamentação teórica, tratou-se das propostas de tradução feministas estabelecendo uma conexão entre gênero e tradução. A respeito dos procedimentos metodológicos, descrevemos como foi feito o levantamento dos dados no corpus, bem como a apresentação dos perfis editoriais dos jornais analisados. 106 A partir dos dados apresentados, podemos observar que o jornal Folha de São Paulo foi o que mais apresentou visibilizações e que, no que tange às técnicas de tradução utilizadas, nessa conjuntura, a mais empregada na tradução das manchetes e das linhas finas analisadas foi a compensação, nos dois jornais. Já no caso dos apagamentos, a técnica de tradução mais empregada em ambos foi a modulação e o jornal El País apresentou também a técnica elisão como a mais utilizada. Pudemos perceber que houve mais manipulação de manchetes e linhas finas no jornal Folha de São Paulo quando comparado ao jornal El País. Tais manipulações se deram no sentido de maior visibilização de questões acerca da representação do gênero feminino por parte do primeiro jornal. Isso significa também que houve mais visibilizações nas traduções dos textos do português para o espanhol, ou nos textos de partida em espanhol, enquanto os textos em português produziram mais apagamentos, seja nos textos traduzidos para o português no jornal El País ou nos textos de partida do jornal Folha de São Paulo. Pode-se inferir, portanto, que tais fenômenos estejam relacionados com a direcionalidade do idioma. Tentamos, com o que foi dito anteriormente, articular como o léxico é um componente fundamental, dado que reflete ideologias, e, consequentemente, faz com que discursos ideológicos sejam (re) produzidos. Entende-se, portanto, que o léxico envolve questões de diversas esferas: cultural, social e histórica. Por esse motivo, as unidades lexicais, quando empregadas com intenções e objetivos variados, deixam de ser um mero objeto de comunicação e constituem-se como um instrumento de manipulação e poder no qual são refletidos os valores de uma sociedade. Esses discursos ideológicos desempenham um papel fundamental na construção das representações sociais tecidas sobre a realidade. Ademais, essas representações nos revelam o caráter ideológico que fundamenta as relações de dominação e de poder. O léxico desempenha um papel essencial na construção das identidades sociais pois é por meio das unidades lexicais que os indivíduos manifestam sua afiliação ou exclusão a grupos sociais específicos. A forma como as palavras são usadas e os efeitos de sentidos que elas desencadeiam podem influenciar a maneira que as pessoas se veem e são vistas pelos membros de uma sociedade. O uso e a escolha de determinadas unidades lexicais, por parte de tradutores, podem desempenhar, dessa forma, um papel importante na construção das identidades individuais e coletivas, uma vez que, além de sua subjetividade e estilo de comunicação, tais escolhas refletem também, suas afiliações sociais e orientações ideológicas. Não desconsideramos, porém, a influência de outros fatores extratextuais no complexo processo que 107 envolve a tradução jornalística: perfis editorais, atuação de revisores e editores na confecção de um texto, contextos de produção, etc. Na perspectiva abordada neste trabalho, entendemos que os textos jornalísticos e, consequentemente, suas traduções, por meio de discursos transmitidos em forma de notícia e informação, são responsáveis pela criação de um imaginário coletivo. Conforme citamos anteriormente, acreditamos na potência da tradução como constituidora de um contrapoder. Encarando a tradução dessa perspectiva, entendemos que os textos midiáticos, especialmente os jornalísticos, inseridos nos meios de comunicação, seriam aqueles que teriam maior impacto e projeção para se constituir como um contrapoder que poderia combater o poder falocêntrico internamente. Dessa forma, vislumbramos a possibilidade de que a tradução e, consequentemente os tradutores, sejam os primeiros a atuarem na criação de um quinto poder, que, sim, também pode ser auxiliado pelo grande público, exercendo uma função crítica ao se informar sobre os fatos, que não são neutros, sempre são construídos a partir de um ponto de vista. Portanto, apontar para o centro de origem do poder implícito nas diferentes formas de se apresentar as notícias e indicar a serviço de quem elas se colocam para ressignificar os acontecimentos seriam formas de resistência, via escolhas lexicais durante o processo tradutório, de viabilizar a insurgência de um quinto poder na esfera midiática. Essa ideia de tradução como resistência não é nova: além das tradutoras feministas canadenses, já citadas neste trabalho, também se encontra reverberação em autores como Spivak (2014), Venuti (2008, 2019), Tymoczko (2013), Benjamim (2008). Nessa visada, a tradução se configuraria como um espaço de resistência e uma possibilidade de transformação das práticas sociais. No entanto, não somos ingênuas ao acreditar que somente isso possa transformar questões arraigadas estruturalmente no seio das sociedades. Para tanto, seria necessário ainda encontrar reverberação nas práticas sociais dos contextos nos quais emergem para que se operassem transformações realmente efetivas. Os resultados da pesquisa podem contribuir para uma ampliação de pesquisas do campo da Lexicologia em seu caráter multidisciplinar, estabelecendo conexões com a tradução, a análise crítica do discurso e os estudos de gênero. 108 REFERÊNCIAS AGUILAR (Ed.), Manual de Redação e Tradução El País Brasil, 2. ed., 2015. ARIAS, J. O EL PAÍS é um jornal de esquerda? Folha de São Paulo, 22 fev. 2017. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/22/opinion/1487788532_309244.html. Acesso em: 11 mar. 2021. BAKHTIN, M. M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1999. BATISTA, R. P. Traducción y Periodismo: la identidad brasileña en la prensa digital española El País. 2016. 406 f. Tese (Doutorado em Tradução e Interpretação) – Universidad de Salamanca, Salamanca, 2016. BEAUVOIR, S. O Segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. BECK, U. La mirada cosmopolita o la guerra es la paz. Barcelona: Paidós. Trad.: Bernardo Moreno Carrillo, 2005. BENJAMIN, W. A tarefa do tradutor de Walter Benjamin, quatro traduções para o português. Castello Branco (org.). Belo horizonte: UFMG, 2008. BIDERMAN, M. T. C. A estrutura mental do léxico. In: VVAA. Estudos de Filologia e Linguística. São Paulo: Queiroz/EDUSP, 1981, p. 131-145. BIDERMAN, M. T. C. Dimensões da palavra. Filologia e Linguística Portuguesa, n. 2, p. 81-118, 1998. BIDERMAN, M. T. C. Teoria linguística. São Paulo: Martins Fontes, 2001. BIELSA, E. La traducción en los medios de comunicación: una perspectiva cosmopolita. In: RUANO, M. R. M., CLARAMONTE, A. V. (ed.). Traducción, medios de comunicación, opinión pública. Granada: Comares, 2016, p. 17-35. BIELSA, E.; BASSNETT, S. Translation in Global News. Londres: Routledge, 2009. BIROLI, F. Mídia, tipificação e exercícios de poder: a reprodução dos estereótipos no discurso jornalístico. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 6, p. 71-98, Brasília, julho - dezembro de 2011. BIROLI, F & MIGUEL, L. F. Feminismo e política: uma introdução. São Paulo: Boitempo Editorial, 2014. BORBA, F. S. Léxico e herança social. In: MARCHEZAN, R. C.; CORTINA, A. (Org.). Os fatos da linguagem, esse conjunto heteróclito. 1. ed. Araraquara: Cultura Acadêmica Editora, 2006, p. 81-96 (Série Trilhas Linguísticas, 10). 109 BOURDIEU, P., PASSERON, J. C. Reproduction in education, society and culture. Beverly Hills: Sage, 1977. BOURDIEU, P. Outline of a theory of practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1977. BOURDIEU, P. Homo academicus. Paris: Minuit, 1984. CARTA CAPITAL (2014). Falar “presidenta” é tão correto quanto “presidente”. Carta Capital, 29 de novembro de 2014. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/falar-201ca-presidenta201d-e-tao-correto-quanto- 201ca-presidente201d-3220/. Acesso em: 16 jun 2023. CARVALHO, J. M. M. Com a palavra, Cristina Kirchner: os usos da memória de Eva Perón no bicentenário argentino. 2016. 201 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal de São Paulo, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Guarulhos, 2016. CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2006. CHARAUDEAU, P. Identidade linguística, identidade cultural: uma relação paradoxal. In: LARA, G. P.; LIMBERTI, R. P. (Org.). Discurso e (des) igualdade social. São Paulo: Contexto, 2015. CONNELL, R.; PEARSE, R. Gênero: uma perspectiva global. Tradução da 3. ed. e revisão técnica de Marília Moschkovich. São Paulo: Versos, 2015. CORACINI, M. J. A celebração do outro: arquivo, memória e identidade: línguas (materna e estrangeira), plurilinguismo e tradução. Campinas, São Paulo: Mercado das Letras, 2007. CRISTÓVÃO, A. Fazendo gênero em jornalismo: os projetos editoriais da Folha de S. Paulo em perspectiva dialógica/Assunção Cristóvão. – São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 344p. CRONIN, M. Translation and Globalization. London/New York: Routledge, 2003. DÉPÊCHE, M. F. As traduções subversivas feministas ontem e hoje. Labrys, estudos feministas, número 1-2, julho/ dezembro 2002, p. 1-25.. Disponível em: http://vsites.unb.br/ih/ his/gefem/labrys1_2/mfd1.html. Acesso em: 15 jun. 2023. DRAE: Diccionario de la lengua española. Real Academia Española. Disponível em: https://dle.rae.es/. Acesso em: 4 jun. 2022. EL PAÍS. Manual de redação e tradução. 2. ed. 2015. EL PAÍS (2013). Discurso de Javier Moreno con motivo del lanzamiento de EL PAÍS Brasil. El País, 26 nov. 2013, http://internacional.elpais.com/internacional/2013/11/26/actualidad/1385499032_525287.html Acesso em: 22 dez. 2022. 110 EL PAÍS (2017). Isabel Valdés. Não, vovó, não tenho namorado”: filme explora a solteirice e seu estigma. El País, 2 set. 2017, https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/25/estilo/1503687111_951873.html, Acesso em: 19 jun. 2023. EL PAÍS (2017). Isabel Valdés. No, abuela, no tengo novio. El País, 29 ago. 2017. https://elpais.com/elpais/2017/08/25/mujeres/1503687111_951873.html, Acesso em: 19 jun. 2023. FAIRCLHOGH, N. L. & WODAK, R. Critical Discourse Analysis. In: VAN DIJK, T. A. (ed.). Discourse Studies. A Multidisciplinary Introduction: v. 2. Discourse as social interaction. London: Sage, 1997, p. 258-284. FOWLER, R. Language in the News: Discourse and Ideology in the Press. London/New York: Routledge, 1991. GARCIA, M. C. A amarga relação da mulher com os meios de comunicação de massa. In: SCHAUN, A.; RIZZO, E.; PASCAL, M.; SCHWARTZ, R., M. (Org). Gênero, mídia e sociedade. São Paulo: Expressão e Arte, 2007. GINGRAS, A. M. Médias et Démocratie: le grand malentendu. Quebec: Presse de l’ Université de Quebec, 1999. GODARD, B. Theorizing Feminist Discourse / Translation. Tessera, 6, 1989. GRAMSCI, A. Prison notebooks. New York: International Publishers, 1971. HALL, S., HOBSON, D., LOWE, A. & WILLS P., (Eds.). Culture, media, language. London: Hutchinson, 1980. HALL, S. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2016. HALL, E. T. The Local and the Global: Globalization and Ethnicity. In: KING, A. D (Org.). Culture, Globalization, and the World- System: Contemporary Condition for the Representation of Identity. Mineapolis: University of Mineapolis Press, 1997. HARTMANN, H. “The unhappy marriage of Marxism and Feminism. Towards a more progressive union”. Capital and Class, v. 3, n. 2, 1979. HENRIQUES, C. C. Léxico e Semântica: estudos produtivos sobre palavra e significação. Rio de Janeiro: Alta Books Editora, 2018. HENITIUK, V. Translating Woman: Reading the Female through the Male. Meta, v. 44, n. 3, p. 469-484, 1999. HERNÁNDEZ GUERRERO, M. J. La traducción de los géneros periodísticos. In: ZABORRAS, C. C. & HERNÁND, M. J., (eds.). La traducción periodística. Cuenca: Universidad de Castilla La Mancha, 2005, p. 89-137. 111 HERNÁNDEZ GUERRERO, M. J. Técnicas específicas de la traducción periodística. Quaderns. Revista de Traducción, 2006, p. 125-139. HERNÁNDEZ GUERRERO, M. J. Traducción y periodismo. Bern: Peter Lang, 2009. HERNÁNDEZ GUERRERO, M.J. Translated Interviews in Printed Media: A Case Study of the Spanish Daily El Mundo. Across Languages and Cultures 11 (2), p. 217–232, 2010. HERNÁNDEZ GUERRERO, M. J. La traducción al servicio de una línea editorial: la primavera árabe en el diario El País. Meta: Journal des traducteurs = translators' journal. v. 57, n. 4, p. 960-976, 2012. HERNÁNDEZ GUERRERO, M. J. La traducción en las nuevas formas de periodismo. In: Montero Küpper, Silvia; Montse Vázquez Gestal & Iván Puentes Rivera (eds.). Comunicación, Traducción e Interpretación / Communication, Translation and Interpreting. MonTI Special Issue 5, p. 72-93, 2019. HERNÁNDEZ GUERRERO, M. J.; LÓPEZ, A. L. D. La traducción en la plataforma de noticias RT. In: Waluch de la Torre, E. et al. (Eds.). Las lenguas ibéricas en la traducción y en la interpretación. Varsovia: Uniwersytet Warszawski, 2020, p. 153-170. HERNÁNDEZ GUERRERO, M. J. Traducción periodística. ENTI (Enciclopedia de traducción e interpretación). AIETI, 2022. HERMANS, T. The Conference of the Tongues. Manchester: St. Jerome Publishing, 2007. HURTADO ALBIR, A. Traducción y Traductología. Introducción a la Traductología. Madrid: Cátedra, 2001. 695p. HURTADO ALBIR, A. La traductología: lingüística y traductología. TRANS, Revista de Traductología, n. 1, Universitat Autónoma de Barcelona, p. 151-160,2017. Disponível em: . HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa. Elaborado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. JUÁREZ RODRÍGUEZ, J. Comunicación, ética y feminicidio: Contextos de una crisis de representación en la prensa de México. Cuadernos Intercambio sobre Centroamérica y el Caribe, vol. 14, núm. 2. Universidad de Costa Rica, Costa Rica. p. 19-29, 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=476954689002 Acesso em: 16 jun 2023. KOZMINSKY, E. Altering Comprehensions: the effects of biasing titles on text comprehension. Memory and Cognition 5, p. 482- 490, 1977. LANE, S. T. M. O que é psicologia social. 6. reimpr. da 22. ed. de 1994. São Paulo: Brasiliense, 2006. LARA, L. F. Curso de Lexicología. México D. F.: El Colegio de México, 2006. 112 LEVINE, S. J. Escriba subversiva: una poética de la traducción. Trad.: Rubén Gallo. México, D. F.: Lengua y Estudios Literarios/Fondo de Cultura Económica de México, 1998. LOBTINIÈRE-HARTWOOD, S. Re-belle et infidèle/The body bilingual: Translation as a re-writing in the feminine. Québec, Montreal: Les editions du rémue-ménage/Women’s Press of Candada, 1991. LORDE, A. Idade, raça, classe e gênero: mulheres redefinindo a diferença. In: HOLANDA, H. B. (Org.). Pensamento Feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019, p. 239-249. LORDE, A. Sister Outsider: Essays and speeches. Tradução de Léa Süssekind Viveiros de Castro. Nova York: Crossing Press, 1984, p. 114-123. PIQUER MARTÍ, S. La islamofobia en la prensa escrita española: aproximación al discurso periodístico de El País y La Razón. Universidad de Zaragoza, España. Dirāsāt Hispānicas. n. 2, p. 137-156. 2015. MARX, K. & ENGELS, F. Manuscritos Económico-Filosóficos de 1844 e La Ideología Alemana. In: Obras Escogidas. Tomo I. Moscú. Editorial Progreso. MITTMANN, S. Heterogeneidade e função do tradutor. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 1, n. 4, p. 221-237, jan. 1999. MORAES, D.; RAMONET, I.; SERRANO, P.T. Mídia, poder e contrapoder: da concentração monopólica, democratização da informação. São Paulo: Boitempo, 2013. MORENO, R. A imagem da mulher na mídia: controle social comparado. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular: Fundação Perseu Abramo. 2017, 332 p. OMS aborda consequências da violência sexual para saúde das mulheres. Nações Unidas Brasil, 2018. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/80616-oms-aborda-consequencias-da- violencia-sexual-para-saude-das-mulheres. Acesso em: 4 jun. 2022. PESSUTO, N. Estudo de modificações na tradução jornalística: uma exploração de um corpus de notícias traduzidas no par linguístico português-espanhol do jornal El País. 2020. Dissertação de Mestrado em Língua Espanhola e Literaturas espanhola e hispano-Americana. Disponível em https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-25062020-144116/pt- br.php. Acesso em: 24 mar. 2023. 2020, 251 p. POLGUÈRE, A. Lexicologia e Semântica Lexical: noções fundamentais. Trad. Sabrina Pereira de Abreu. São Paulo: Contexto, 2018. RAMONET, I. A explosão do jornalismo na era digital. In: MORAES, D. (Org.). Meios de comunicação: um poder a serviço de interesses privados? São Paulo: Boitempo, p. 33- 42, 2013. RESENDE, F. A. Falar para as massas, falar com o outro: valores e desafios do jornalismo. In: FRANÇA, V. & CORRÊA, L. (Org.). Mídia, instituições e valores. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2012, p. 153-165. 113 SALLORENZO. L. Gramática da Manipulação. Belo Horizonte: Quintal Edições, 2018a. SALLORENZO. L. Gramática e Manipulação: Análise Cognitivo-Funcional de Manchetes de Jornais durante o Segundo Turno das Eleições Presidenciais de 2014. Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Brasília, 2018b. 149 p. SAFFIOTI, H. Gênero, patriarcado, violência. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular: Fundação Perseu Abramo, 2015. SILVA, T. T. (Org.) A produção social da identidade e da diferença. In: Identidade e diferença. Petrópolis. Rio de Janeiro: Vozes, 2000, p. 73-102. SIMÃO, A. K. G; DIOGO, J. V. Tradução e contrapoder: representações de gênero em webnotícias. Tradterm, 39, p. 21-50, 2021. SIMÃO, A. K. G. STUPIELLO, E. N. A. Repensando a (in) visibilidade do tradutor de webnotícias: propostas para o contexto de formação acadêmica em tradução. Caracol, São Paulo, n. 14, p. 198-225, 2017. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/caracol/article/view/135285. SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica, 1995. In: HOLLANDA, H. B. (org.), Pensamento feminista. Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. TRASK, R. L. Dicionário de linguagem e linguística. Trad.: Rodolfo Ilari. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2011. TREMBLAY, M. Femmes politiques et medias: elements de réflexion. Recherches Féministes. v. 13, n. 2, p. 131-136, 2000. TYMOCZKO, M. Ideologia e a posição do tradutor: em que sentido o tradutor se situa no “entre” (lugar)? (A.C. Teles, Trad.). In:BLUME, R.F. & PETERLE, P. (Orgs.), Tradução e relações de poder. Florianópolis: PGET/UFSC; Tubarão: Copiart, 2013, p. 115-148. VAN DIJK, T. A. Cogniçao, Discurso e Interação. Trad. Rodolfo Ilari.: São Paulo: Contexto, 2000. VAN DIJK, T. A. Discurso e poder. Trad. Judith Hoffnagel, Karina Falcone. São Paulo: Contexto, 2008. VENUTI, L. The Translator’s Invisibility: A History of Translation. 2 ed. Londres: Routledge, 2008. VENUTI, L. Escândalos da Tradução: Por uma ética da diferença. Tradução de Laureano Pelegrini, Lucinéia Marcelino Villela, Marileide Dias Esqueda e Valéria Biondo. Revisão técnica de Stella Tagnin. São Paulo: Editora UNESP, 2019. 114 VIEIRA, J. A.; MACEDO, D., S. Conceitos-chave em análise de discurso crítica. In: BATISTA Jr., R. L., SATO, D. T. B., MELO, I. F. Análise de discurso crítica para linguistas e não linguistas. São Paulo: Parábola, 2018. VILLALVA, A.; SILVESTRE, J. P. Introdução ao estudo do léxico: descrição e análise do português. Petrópolis, RJ : Editora Vozes, 2014. VINAY, J. P.; DARBELNET, J. Stylistique comparée du français et de l’anglais. Paris: Les Éditions Didier, 1958. VINAY, J. P.; DARBELNET, J. Comparative Stylistics of French and English: A methodology for translation (Trad. ao inglês por Juan C. Sager e M. J. Hamel). Amsterdam: John Benjamins, 1995. VON FLOTOW, L. Feminist Translation: Contexts, Practices and Theories. TTR. Traduction, Terminologie, Rédaction. Études sur le texte et ses transformations, v. 4, n. 2, Montreal, Concordia University, 1991. VON FLOTOW, L. Translation and Gender. Translating in the ‘Era of Feminism’. Manchester & Ottawa: St. Jerome Publishing & University of Ottawa Press, 1997. YOUNG, I. M. Justice and the politics of difference. Princeton: Princeton University Press, 1990. WALBY, S. Theorizing Patriarchy. Oxford/Cambridge, Basil Blackwell, 1990. ZAVAGLIA, C. Os dicionários brasileiros e o palavricídio. DELTA. Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, v. 35, p. 1-20, 2019. ZIPSER. M. E.; POLCHLOPEK, S. A. A tradução de notícias: novos rumos para a pesquisa em tradução. Tradução & Comunicação, n. 15, p. 45-53, 2006.