RESSALVA Atendendo solicitação do autor, o texto completo desta dissertação será disponibilizado a partir de 20/02/2026. Campus de Ilha Solteira UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA DENISE LUISA CHOTOLLI AVALIAÇÃO DE AGLOMERANTE ALTERNATIVO À BASE DE ÓXIDO DE MAGNÉSIO E CINZAS DE FOLHA DE BAMBU Ilha Solteira 2024 Campus de Ilha Solteira PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL DENISE LUISA CHOTOLLI AVALIAÇÃO DE AGLOMERANTE ALTERNATIVO À BASE DE ÓXIDO DE MAGNÉSIO E CINZAS DE FOLHA DE BAMBU Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – UNESP como parte dos requisitos para obtenção do título de mestre em Engenharia Civil. Área do conhecimento: Estruturas Orientador Alex Otávio Sanches Coorientador Jorge Luís Akasaki Ilha Solteira 2024 Chotolli AVALIAÇÃO DE AGLOMERANTE ALTERNATIVO À BASE DE ÓXIDO DE MAGNÉSIO E CINZAS DE FOLHA DE BAMBUIlha Solteira2024 102 Sim Dissertação (mestrado)Engenharia CivilEngenharia CivilNão . . FICHA CATALOGRÁFICA Desenvolvida pelo Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação Chotolli, Denise Luisa. Avaliação de aglomerante alternativo à base de óxido de magnésio e cinzas de folha de bambu / Denise Luisa Chotolli. -- Ilha Solteira: [s.n.], 2024 99 f. : il. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Área de conhecimento: Estruturas, 2024 Orientador: Alex Otávio Sanches Coorientador: Jorge Luís Akasaki Inclui bibliografia 1. M-S-H. 2. MgO. 3. CFB. 4. Sistema MgO-SiO2. 5. Microestrutura. C551a Elaborada por Raiane da Silva Santos - CRB-8/9999 IMPACTO POTENCIAL DESTA PESQUISA O impacto científico desta pesquisa se encontra na utilização da cinza de folha de bambu (CFB), um material residual, como fonte de SiO2 amorfo para fabricação de um aglomerante alternativo à base de MgO, atuando na redução de custos (quanto a fonte de silicato) e em uma menor expansão do aglomerante. POTENTIAL IMPACT OF THIS RESEARCH The scientific impact of this research lies in the use of bamboo leaf ash (BLA), a residual material, as a source of amorphous SiO2 for the manufacture of an alternative binder based on MgO, acting in the reduction of costs (in terms of the source of silicate) and in a lower expansion of the binder. Dedico o presente trabalho a minha família que sempre me deu total apoio para realizá-lo AGRADECIMENTOS "O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001” A Deus, por me permitir chegar até onde cheguei, me fortalecendo durante a caminhada; Aos meus pais pelo total apoio na realização do sonho em fazer o curso de mestrado; Ao meu namorado Rodrigo Garozi da Silva pela compreensão, apoio e ajuda; Ao meu orientador Prof. Dr. Alex Otávio Sanches pela orientação, paciência e dedicação dispensada sem a qual não teria sido possível a realização deste trabalho e ao meu co-orientador Prof. Dr. Jorge Luís Akasaki pela dedicação e por sempre “resolver os problemas”; Aos meus parceiros de pesquisa e amigos Maria Paula, Letícia, Gabriel e Breno por toda ajuda nas atividades realizadas no laboratório; Aos amigos Marcelo e Josiane pela ajuda com a realização de alguns ensaios, discussões que abriram minha mente e pelos momentos de descontração; Ao Grupo MAC – Materiais Alternativos de Construção da Faculdade de engenharia de Ilha Solteira – UNESP; Aos técnicos do laboratório de Construção Civil pela realização dos ensaios de resistência à compressão; Ao Grupo de Polímeros pela utilização da estrutura física, medidas de DRX e MEV; Ao Prof. Dr. Luiz Francisco Malmonge pelas medidas de TGA; E à Universidade Virtual do Estado de São Paulo – UNIVESP, pela concessão de bolsas de estudos. “A maior recompensa pelo nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas àquilo em que ele nos transforma”. John Ruskin RESUMO Devido ao elevado consumo energético relacionado à produção dos aglomerantes tradicionais e ao descarte inadequado de resíduos, tem havido um aumento significativo na atenção dada às pesquisas sobre aglomerantes alternativos e reaproveitamento de materiais. Dentre tais aglomerantes destacam-se os algomerantes à base de óxido de magnésio reativo (MgO) devido a sua baixa temperatura de produção (por volta de 700°C) comparado aos aglomerantes tradicionais, bem como ao seu potencial de aumentar a resistência mecânica por meio da captura de CO2 e da adição de fontes de SiO2 amorfo. Esses aglomerantes podem ser utilizados na produção de argamassas e concretos. Neste trabalho, objetivou-se analisar a viabilidade de produção de um aglomerante utilizando MgO em conjunto com uma fonte alternativa de SiO2 amorfo: as cinzas provenientes da queima da folha de bambu (CFB). Foram realizados ensaios de caracterização físico-química e mecânica em pastas de MgO como material de referência, e diferentes proporções de MgO e CFB com fatores água/aglomerante 0,5; 0,6 e 0,7. Os ensaios incluíram resistência à compressão, difração de raios X (DRX), análise termogravimétrica (TG/DTG), microscopia eletrônica de varredura (MEV), medidas de temperatura e determinação da expansão linear. Os resultados demostraram uma razão a/c = 0,5 como ideal para hidratação das pastas. Não foram testados fatores a/c inferiores à 0,5 devido à estequiometria da reação indicar valores acima de 0,45 para que não falte água durante a reação e formação dos produtos hidratados. Razões acima da especificada, promoveram uma redução gradativa dos valores de resistência a compressão originados, possivelmente, pelo aumento de porosidade no sistema decorrente da maior presença de água livre e maior formação de Mg(OH)2 em decorrencia da maior disponibilidade de água. A grande formação de Mg(OH)2 nas pastas contendo somente MgO, resultou em elevadas expansões lineares, ocasionando valores de resistência a compressão reduzidos. A introdução da CFB promoveu a formação do M-S-H pela reação com a brucita, resultando em um desempenho mecânico consideravelmente superior em relação às amostras contendo apenas MgO, assim como uma baixa expansão linear das misturas. A melhor proporção em termos de resistência mecânica foi encontrada para a amostra com 40% de CFB e fator água/aglomerante 0,5, atingindo 16,42 MPa aos 28 dias, um aumento de 536% em relação às pastas sem a presença da fonte de silicato. Os demais fatores água/aglomerante apresentaram resistências inferiores, fato atribuído a combinação de um efeito de diluição e ao aumento de porosidade promovida pela presença de água residual. Palavras-chave: M-S-H. MgO; CFB; Sistema MgO-SiO2; Microestrutura. ABSTRACT Due to the high energy consumption related to the production of traditional binders and inadequate waste disposal, there has been a significant increase in the attention given to research on alternative binders and reuse of materials. Among such binders, reactive magnesium oxide (MgO)-based binders stand out due to their low production temperature (around 700°C) compared to traditional binders, as well as their potential to increase mechanical strength through the capture of CO2 and the addition of sources of amorphous SiO2. These binders can be used in the production of mortars and concretes. In this work, the objective was to analyze the feasibility of producing a binder using MgO together with an alternative source of amorphous SiO2: the ash from the burning of bamboo leaves (BLA). MgO pastes as reference material, and different proportions of MgO and BLA with 0.5, 0.6 and 0.7 water/binder factors. Tests included compressive strength, X-ray diffraction (XRD), thermogravimetric analysis (TG/DTG), scanning electron microscopy (SEM), temperature measurements and determination of linear expansion. The results showed a w/b ratio = 0.5 as ideal for paste hydration. w/b factors lower than 0.5 were not tested due to the stoichiometry of the reaction indicating values above 0.45 so that there is no lack of water during the reaction and formation of the hydrated products. Ratios above the specified, promoted a gradual reduction of the compressive strength values, possibly originated by the increase of porosity in the system due to the greater presence of free water and greater formation of Mg(OH)2 due to greater water availability. The large formation of Mg(OH)2 in pastes containing only MgO resulted in high linear expansions, causing reduced compressive strength values. The large formation of Mg(OH)2 in the pastes resulted in high linear expansions, causing reduced compressive strength values. The introduction of BLA promoted the formation of M-S-H from the reaction of brucite, originating a considerably superior mechanical performance in relation to the samples containing only MgO, as well as a low linear expansion of the mixtures. The best proportion in terms of mechanical strength was found for the sample with 40% CFB and a water/binder factor of 0.5, reaching 16.42 MPa at 28 days, an increase of 536% in relation to the pastes without the presence of silicate source. The other water/binder factors showed lower resistance, a fact attributed to the combination of a dilution effect and the increase in porosity caused by the presence of residual water. Keywords: M-S-H; MgO; BLA; MgO-SiO2 system; microstructure. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Diagrama simplificado de produção e emissões de CO2 do cimento Portland....................................................................................................................22 FIGURA 2 – Partículas de MgO cobertas com cristais de Mg(OH)2........................28 FIGURA 3 – Estrutura do cristal de óxido de magnésio...........................................30 FIGURA 4 – Variáveis que influenciam a hidratação e expansão de matrizes cimentícias a base de MgO......................................................................................32 FIGURA 5 – Resistência à compressão das amostras curadas até 56 dias.............36 FIGURA 6 – Cinzas de folha de bambu após calcinação........................................39 FIGURA 7 – Difratograma de Raios X das cinzas de folha de bambu......................39 FIGURA 8 – Curva de variação da temperatura em relação ao tempo na calcinação da CFB.....................................................................................................................44 FIGURA 9 – Componentes do moinho utilizados na moagem da cinza...................44 FIGURA 10 – Resumo dos procedimentos de mistura e preparação de amostras...48 FIGURA 11 – Ensaio de reatividade do MgO: a) MgO, água e fenolftaleína; b) após o acréscimo do ácido acético e c) mudança de coloração da solução....................51 FIGURA 12 – Resumo dos ensaios utilizados para caracterização dos materiais precursores e pastas................................................................................................56 FIGURA 13 – Micrografias dos grãos de MgO anidro nas magnitudes de: a) 1000x e b) 5000x...................................................................................................................57 FIGURA 14 – Distribuição granulométrica do MgO..................................................58 FIGURA 15 – Difratograma de Raios X do MgO anidro...........................................59 FIGURA 16 – TG e DTG do MgO anidro..................................................................60 FIGURA 17 – Imagens de MEV da CFB em magnitudes de: a) 1000x e b) 5000x....62 FIGURA 18 – Distribuição granulométrica da CFB..................................................63 FIGURA 19 – Difratograma de Raios X da CFB anidra...........................................64 FIGURA 20 – TG e DTG da CFB anidra....................................................................65 FIGURA 21 – Curvas de temperatura/tempo das pastas de MgO...........................67 FIGURA 22 – Difratogramas de Raios X das pastas contendo somente MgO: a) MgO_ac_0,5; b) MgO_ac_0,6; c) MgO_ac_0,7; d) MgO_ac_0,5 sobrepostos; e) 1 dia sobrepostos e f) 28 dias sobrepostos. C1 (P) Periclase – PDF Card [45-946], C2 (B) Brucita – PDF Card [44-1482], C3 (M) Magnesita – PDF Card [80-42], C4 (A) Artinita– PDF Card [6-484].....................................................................................................68 FIGURA 23 – TG e DTG das pastas de MgO: a) DTG traço MgO_ac_0,5 em todos os períodos de cura; b) TG traço MgO_ac_0,5 em todos os períodos de cura; c) DTG nos períodos 3 e 28 dias de todos fatores a/c e d) TG nos períodos 3 e 28 dias de todos fatores a/c.......................................................................................................70 FIGURA 24 – Traço MgO_ac_0,5 nos períodos de 1, 3 , 7 e 28 dias: a) Formação de brucita e b) Grau de reação................................................................................72 FIGURA 25 – Curvas de temperatura/tempo das pastas de MgO com CFB.............73 FIGURA 26 – Difratograma de raios x das pastas com CFB aos 28 dias em todas as proporções analisadas: a) a/c = 0,5; b) a/c = 0,6; c) a/c = 0,7 e d) fator a/c = 0,5 em 2θ = 35-45°. (P) Periclase – PDF Card [45-946], (B) Brucita – PDF Card [44-1482], (M) Magnesita – PDF Card [80-42], (A) Artinita – PDF Card [6-484], (Q) Quartzo – PDF Card [46-1045], (L) Óxido de alumínio – PDF Card [52-803]............................75 FIGURA 27 – Difratograma de Raios X do traço CFB40%_ac_0,5: a) Em diferentes períodos de cura e b) Em diferentes a/c. (P) Periclase – PDF Card [45-946], (B) Brucita – PDF Card [44-1482], (M) Magnesita – PDF Card [80-42], (A) Artinita – PDF Card [6-484], (Q) Quartzo – PDF Card [46-1045]....................................................77 FIGURA 28 – DTG e TG aos 28 dias de cura dos diferentes traços analisados.......78 FIGURA 29 – a) Percentual de brucita formada nos períodos analisados (traço CFB40%_ac_0,5); b) Estimativa da água químicamente ligada do M-S-H (traço CFB40%_ac_0,5) e c) Percentual de brucita formada em relação ao percentual de CFB..........................................................................................................................81 FIGURA 30 – Imagens de MEV das amostras (x2500 – esquerda) (x10000 - direita)......................................................................................................................82 FIGURA 31 – Expansão das amostras em diferentes períodos de cura...................84 FIGURA 32 – Amostras quebradas após a desforma..............................................84 FIGURA 33 – Expansão em relação a % de Mg(OH)2 formado aos 28 dias..............85 FIGURA 34 – Resistência à compressão das amostras contendo somente MgO nas idades de 3, 7 e 28 dias e fatores água/aglomerante 0,5, 0,6 e 0,7........................86 FIGURA 35 – Resistência à compressão das amostras contendo CFB nas idades de 1, 3, 7 e 28 dias e fatores água/aglomerante 0,5, 0,6 e 0,7: a) traços CFB30%; b) traços CFB40%; c) traços CFB50% e d) traços CFB60%........................................89 FIGURA 36 – Percentual de desidratação do M-S-H em relação ao ganho de resistência mecânica (traço CFB40%_ac_0,5)........................................................90 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Reatividade química das diferentes amostras de MgO.......................31 TABELA 2 – Distribuição granulométrica obtida para MgO......................................58 TABELA 3 – Distribuição granulométrica obtida para CFB......................................62 TABELA 4 – Valores máximos e mínimos de temperatura alcançados pelas amostras..................................................................................................................67 TABELA 5 – Perdas de massa obtidas pelo TG das amostras contendo somente MgO.........................................................................................................................71 TABELA 6 – Valores máximos e mínimos de temperatura alcançados pelas amostras contendo CFB..........................................................................................................74 TABELA 7 – Perdas de massa de acordo com os resultados de TG em diferentes traços e períodos de cura e fator a/c = 0,5...............................................................79 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – Países com as maiores produções de cal do mundo..........................24 QUADRO 2 – Propriedades físicas do óxido de magnésio......................................29 QUADRO 3 – Padrão de degradação dos C-M-Hs..................................................33 QUADRO 4 – Composição da mistura utilizada para execução das pastas...........46 QUADRO 5 – Composição química do MgO anidro.................................................59 QUADRO 6 – Resultados do ensaio de reatividade química por tempo..................61 QUADRO 7 – Composição química da CFB anidra.................................................63 QUADRO 8 – Resultados de resistência à compressão de alguns trabalhos encontrados na literatura.........................................................................................88 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS pH CO2 Potencial hidrogeniônico Dióxido de carbono IPCC Painél Intergovernamental sobre mudanças climáticas ONU Organização das Nações Unidas MgO Óxido de magnésio SiO2 Dióxido de silício CFB Cinza da folha de bambu CaCO3 Carbonato de cálcio Ca(OH)2 Hidróxido de cálcio (portlandita) MgCO3 Carbonato de Magnésio Mg Magnésio Mg(OH)2 Hidróxido de magnésio (brucita) CaMg(CO3)2 Dolomita Mg2SiO4 Fosforita DRX Difratometria de Raios X CaO Óxido de cálcio C-M-H Carbonato de magnésio hidratado MgCl2 Cloreto de magnésio MgSO4.7H2O Solução aquosa de sulfato de magnésio M-S-H Silicato de magnésio hidratado Na2SiO3.5H2O Metasilicato de sódio Mg(NO3)2.6H2O Nitrato de magnésio Cu Cobre Ni Níquel MEV Microscopia eletrônica de varredura FRX Fluorescência de Raios X TG/DTG Termograma/ Termograma diferencial MAC Materiais alternativos de construção ASTM American Society for Testing and Materials NBR Norma brasileira ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas Eq. Equação LISTA DE SÍMBOLOS ppm °C % Partes por milhão Graus Celsius Porcentagem CO2eq Dióxido de carbono equivalente g/cm³ gramas/centímetro cúbico kg Quilograma Ω Ohm J.K-1.mol-1 Joule x Kelvin x mol kJ/mol Quilojoule por mol m².g-1 Metro quadrado x grama s segundo MPa Mega Pascal θ a/c Ângulo de Bragg Relação água/aglomerante μS/cm Microsiemens por centímetro # Abertura mm milímetro Mg/Si Relação magnésio/silício μm micrometro g grama °C/min graus Celsius/minuto mL mililitro N Normal 𝜆 comprimento de onda Å Angstrom kV Quilovolt mA miliampère mL/min mililitro/minuto mg miligrama g/mol gramas/mol u.a. unidade arbitrária %/°C Porcentagem/graus Celcius Cps Counts por segundo R² Coeficiente de determinação h Hora SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 19 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 19 2 REVISÃO DE LITERATURA 21 2.1 AGLOMERANTES TRADICIONAIS E IMPACTOS AMBIENTAIS 21 2.2 ÓXIDO DE MAGNÉSIO (MgO) 25 3.2.1 Fabricação do MgO 25 3.2.2 Reação química com água 27 3.2.3 Propriedades físicas 28 3.2.4 Reatividade 30 3.2.5 Expansão 31 2.3 CIMENTOS À BASE DE MAGNÉSIO 32 2.4 CIMENTOS À BASE DE MgO E SiO2 34 2.5 CINZAS DE FOLHA DE BAMBU COMO FONTE DE SiO2 38 2.6 OBJETIVOS 40 2.6.1 Objetivos específicos 40 2.7 JUSTIFICATIVAS RELEVANTES 40 3 METODOLOGIA 43 3.1 MATERIAIS 43 3.1.1 Óxido de Magnésio 43 3.1.2 Demais materiais 43 3.2 PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS 43 3.2.1 Produção das cinzas da folha de bambu (CFB) 43 3.3 PREPARAÇÃO DAS PASTAS DE MgO E MgO-CFB 45 3.3.1 Preparação das pastas 45 3.3.2 Metodologia de interrupção dos processos de reação 46 3.4 CARACTERIZAÇÃO 49 3.4.1 Caracterização físico-química e mecânica 49 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 57 4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS MATERIAIS PRECURSORES 57 4.1.1 Óxido de Magnésio 57 4.1.2 CFB 62 4.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MECÂNICA DAS PASTAS 66 4.2.1 Pastas de MgO 66 4.2.2 Pastas de MgO com CFB 72 5 CONCLUSÕES 91 6 TRABALHOS FUTUROS 92 REFERÊNCIAS 93 19 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS A descoberta dos materiais cimentícios foi de grande importância para o desenvolvimento da humanidade, pois, conforme surgia a necessidade de viver em ambientes construídos, as pessoas utilizavam esse tipo de material para a construção de suas habitações. Atualmente, o cimento Portland é o material cimentício mais relevante aplicado em edificações (Xie et al., 2023). O cimento Portland é um aglomerante hidráulico (reagem e endurecem na presença de água) amplamente utilizado como material construtivo, sendo o principal componente empregado na fabricação do concreto. O concreto, por sua vez, conta com grande resistência à esforços de compressão e, apesar de não possuir boa resistência aos esforços de tração, apresenta coeficiente de dilatação térmica semelhante ao aço, permitindo sua união com barras metálicas, formando assim o concreto armado. Além disso, possui um pH elevado (aproximadamente, 12-13) garantindo boa resistência à ambientes agressivos (Kumar et al., 2020), propriedade esta que faz com que ele seja utilizado em construções localizadas em grandes centros urbanos, pontes, barragens, entre outras. Porém, a produção do cimento Portland demanda um grande consumo energético. Diversas pesquisas demostram que a produção do clínquer, que é realizada em, aproximadamente, 1450°C, é acompanhada por liberação de altas quantidades de gases de efeito estufa, especialmente dióxido de carbono (CO2) (Bui, 2001; Moriconi, 2007). O aumento elevado nas emissões de CO2 contribui para o agravamento das mudanças climáticas, podendo ameaçar a sobrevivência da humanidade e de outras formas de vida. Conforme afirmado pelo IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), em 2050, a concentração de CO2 na atmosfera atingirá 550 ppm, causando um aumento da temperatura média da terra em 1,4 – 5,8 °C (Abdel-Gawwad et al., 2020). Os altos impactos ambientais associados à produção do cimento Portland levaram a busca e desenvolvimento de aglomerantes alternativos como possibilidade de contribuir para redução do consumo energético relacionado à produção dos aglomerantes (Ruan; Unluer, 2017). Um dos aglomerantes alternativos estudados 20 atualmente é o óxido de magnésio (MgO) podendo ser utilizado juntamente com fontes que contenham dióxido de silício (SiO2) amorfo. Aglomerantes à base de MgO-SiO2 são amplamente utilizados na fabricação de concretos refratários (Jia et al., 2016), e, por contarem com pH relativamente inferior aos aglomerantes à base de cimento Portland, também são empregados juntamente com a incorporação de fibras lignocelulósicas (Mármol; Savastano JR., 2017) e biodegradáveis (Zhang et al., 2018) na composição de painéis de partículas. Além disso, devido às propriedades satisfatórias no estado fresco e endurecido, os aglomerantes à base de MgO-SiO2 têm potencial para serem utilizados em aplicações no setor da construção civil (Bhagath Singh et al., 2020), como na fabricação de blocos de pavimentação (Wang et al., 2017) e na composição de argamassas e concretos (Zhang; Vandeperre; Cheeseman, 2014). De encontro à isso, esse trabalho teve como objetivo realizar o estudo de um aglomerante composto por MgO e uma fonte alternativa de SiO2 amorfo, a cinza de folha de bambu (CFB). Os resultados foram comparados com as amostras de controle (contendo apenas MgO). Como inovação do estudo pode ser destacada a utilização da CFB como fonte de SiO2 amorfo. 91 5 CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que a utilização de um aglomerante composto por MgO em conjunto com cinzas provenientes da queima da folha de bambu (CFB) se mostrou viável e apresentou benefícios significativos. Os ensaios realizados demonstraram que a razão a/c de 0,5 foi a mais adequada para a hidratação das pastas, proporcionando um melhor desempenho mecânico. Razões acima dessa proporção resultaram em uma redução gradual na resistência à compressão, devido à maior presença de água livre e ao aumento da porosidade no sistema. A introdução das cinzas de bambu (CFB) promoveu a formação do composto M-S-H a partir da conversão da brucita, o que resultou em um desempenho mecânico consideravelmente superior em comparação com as pastas contendo apenas MgO. Além disso, as misturas com cinzas apresentaram uma menor expansão linear, o que promoveu uma menor tendência à formação de trincas e fissuras. A amostra com 40% de CFB e uma razão a/c de 0,5 demonstrou a melhor proporção em termos de resistência mecânica, alcançando um valor de 16,42 MPa aos 28 dias, o que representa um aumento de 536% em relação às pastas sem a presença da fonte de silicato. Por outro lado, os demais fatores água/aglomerante resultaram em resistências inferiores, devido a um efeito de diluição e ao aumento da porosidade causado pela presença de água residual. Em suma, os resultados indicam que a utilização das cinzas de bambu como fonte alternativa de SiO2 amorfo é promissora para a produção de aglomerantes à base de MgO, contribuindo para a redução dos impactos ambientais e dos custos associados à produção de aglomerantes convencionais. 92 6 TRABALHOS FUTUROS O aglomerante caracterizado nesta pesquisa pode ser estudado futuramente na fabricação de painéis aglomerados com aplicações semelhantes ao Drywall. A melhoria na reatividade do MgO pode ser estudada, utilizando-se processos que atuem na obtenção do MgO utilizando diferentes fontes como Mg(OH)2, por exemplo, e menores temperaturas de calcinação para fabricação do MgO a partir do MgCO3 ou de fontes que contenham silicato de magnésio. 93 REFERÊNCIAS ABDEL-GAWWAD, H. A. et al. Towards a clean environment: the potential application of eco-friendly magnesia-silicate cement in CO2 sequestration. Journal of Cleaner Production, Amsterdam, v. 252, p. 1-9, 2020. ADESANYA, D. A.; RAHEEM, A. A. Development of corn cob ash blended cement. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 23, n. 1, p. 347-352, 2009. AHMED, A.; UGAI, K.; KAMEI, T. Investigation of recycled gypsum in conjunction with waste plastic trays for ground improvement. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 25, n. 1, p. 208-217, 2011. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. C 579 - 18: compressive strength of chemical: resistant mortars, grouts, monolithic surfacings, and polymer concretes. West Conshohocken: Astm Internacional, 2018. 5 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. ABNT NBR NM 18: cimento Portland: análise química: determinação de perda ao fogo. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. ABNT NBR 15261: argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos: determinação da variação dimensional (retração ou expansão linear). Rio de Janeiro: ABNT, 2005. BHAGATH SINGH, G. V. P. et al. Performance of MgO and MgO–SiO2 systems containing seeds under different curing conditions. Cement and Concrete Composites, Oxford, v. 108, p. 1-12, 2020. BREW, D. R. M.; GLASSER, F. P. Synthesis and characterisation of magnesium silicate hydrate gels. Cement and Concrete Research, Oxford, v. 35, n. 1, p. 85-98, 2005. BUI, D. D. Rice husk ash a mineral admixture for high performance concrete. 2001. ed. Vietnam: DUP Science, 2001. CHEN, W. et al. Recent advances in magnesia blended cement studies for geotechnical well construction: a review. Frontiers in Materials, Lausanne, v. 8, p. 1-24, 2021. CORDEIRO, G. C.; SALES, C. P. Influence of calcining temperature on the pozzolanic characteristics of elephant grass ash. Cement and Concrete Composites, Oxford, v. 73, p. 98-104, 2016. CORDON, H. C. F.; CAGNONI, F. C.; FERREIRA, F. F. Comparison of physical and mechanical properties of civil construction plaster and recycled waste gypsum from São Paulo, Brazil. Journal of Building Engineering, Oxford, v. 22, p. 504-512, 2019. 94 DHAKAL, M. et al. Development of a MgO-metakaolin binder system. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 284, p. 122736, 2021. DUNG, N. T.; UNLUER, C. Sequestration of CO2 in reactive MgO cement-based mixes with enhanced hydration mechanisms. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 143, p. 71-82, 2017. DUNG, N. T.; UNLUER, C. Advances in the hydration of reactive MgO cement blends incorporating different magnesium carbonates. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 294, p. 123573, 2021. FOLDVÁRI, M. Handbook of thermogravimetric system of minerals and its use in geological practice. Budapeste: Committee on Publishing Scientific Books and Periodicals of Hungarian Academy of Sciences, 2011. FRÍAS, M. et al. Characterization and properties of blended cement matrices containing activated bamboo leaf wastes. Cement and Concrete Composites, Oxford, v. 34, n. 9, p. 1019-1023, 2012. FROST, R. L. et al. Thermal stability of artinite, dypingite and brugnatellite: implications for the geosequestration of green house gases. Thermochimica Acta, Amsterdam, v. 475, n. 1-2, p. 39-43, 2008. FRUHWIRTH, O. et al. Dissolution and hydration kinetics of MgO. Surface Technology, Lausanne, v. 24, n. 4, p. 301-317, 1985. GUTIÉRREZ, A. S. et al. Evaluation of the environmental performance of lime production in Cuba. Journal of Cleaner Production, Amsterdam, v. 31, p. 126-136, 2012. HAY, R. et al. Mechanical and microstructural changes in reactive magnesium oxide cement-based concrete mixes subjected to high temperatures. Cement and Concrete Composites, Oxford, v. 118, p. 103955, 2021. HE, H. et al. Effect of pressing pressure on the mechanical properties and water resistance of straw/sawdust-magnesium oxychloride cement composite. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 382, p. 1-10, 2023. HUANG, L. et al. Carbon emission of global construction sector. Renewable and Sustainable Energy Reviews, Oxford, v. 81, p. 1906-1916, 2018. JIA, Y. et al. Role of sodium hexametaphosphate in MgO/SiO2 cement pastes. Cement and Concrete Research, Oxford, v. 89, p. 63-71, 2016. JIN, F.; AL-TABBAA, A. Thermogravimetric study on the hydration of reactive magnesia and silica mixture at room temperature. Thermochimica Acta, Amsterdam, v. 566, p. 162-168, 2013. 95 JIN, F.; AL-TABBAA, A. Evaluation of novel reactive MgO activated slag binder for the immobilisation of lead and zinc. Chemosphere, Oxford, v. 117, n. 1, p. 285-294, 2014a. JIN, F.; AL-TABBAA, A. Strength and hydration products of reactive MgO-silica pastes. Cement and Concrete Composites, Oxford, v. 52, p. 27-33, 2014b. KASSELOURIS, V.; FTIKOS, C.; PARISSAKIS, G. On the hydration of MgO in cement pastes hydrated up to eight years. Cement and Concrete Research, Oxford, v. 15, n. 5, p. 758-764, 1985. KUENZEL, C. et al. The mechanism of hydration of MgO- hydromagnesite blends. Cement and Concrete Research, Oxford, n. 103, p. 123-129, 2018. KUMAR, S. et al. Performance of reactive magnesia cement formulations containing fly ash and ground granulated blast-furnace slag. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 232, p. 117275, 2020. LACKNER, K. S. et al. Carbon dioxide disposal in carbonate minerals. Energy, London, v. 20, n. 11, p. 1153-1170, 1995. LI, S.; FENG, Y.; YANG, J. Expansion Mechanism and Properties of Magnesium Oxide Expansive Hydraulic Cement for Engineering Applications. Advances in Materials Science and Engineering, London, v. 2021, p. 11-14, 2021. LI, Z. et al. Characterization of reaction products and reaction process of MgO-SiO 2- H2O system at room temperature. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 61, p. 252-259, 2014. LI, Z. et al. The role of MgO in the thermal behavior of MgO–silica fume pastes. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, Budapest, v. 127, n. 3, p. 1897- 1909, 2017. MADDALENA, R.; ROBERTS, J. J.; HAMILTON, A. Can Portland cement be replaced by low-carbon alternative materials? A study on the thermal properties and carbon emissions of innovative cements. Journal of Cleaner Production, Amsterdam, v. 186, p. 933-942, 2018. MÁRMOL, G. et al. Optimization of the MgOSiO2 binding system for fiber-cement production with cellulosic reinforcing elements. Materials and Design, London, v. 105, p. 251-261, 2016. MÁRMOL, G. Low-alkalinity matrix composites based on magnesium oxide cement reinforced with cellulose fibres. 2017. 160 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2017. MÁRMOL, G.; SAVASTANO JR., H. Study of the degradation of non-conventional MgO-SiO2 cement reinforced with lignocellulosic fibers. Cement and Concrete Composites, Oxford, v. 80, p. 258-267, 2017. 96 MITSUDA, T.; TAGUCHI, H. Formation of magnesium silicate hydrate and its crystallization to talc. Cement and Concrete Research, Oxford, v. 7, n. 3, p. 223- 230, 1977. MO, L. et al. MgO expansive cement and concrete in China: Past, present and future. Cement and Concrete Research, Oxford, v. 57, p. 1-12, 2014. MORAES, M. J. B. de. Estudo do potencial da cinza de folha de bambu para sua utilização como material pozolânico e sustentável em matrizes cimentantes. 2019. 90 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, 2019. MORAES, M. J. B. et al. Production of bamboo leaf ash by auto-combustion for pozzolanic and sustainable use in cementitious matrices. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 208, p. 369-380, 2019. MORICONI, G. Recyclable materials in concrete technology : sustainability and durability. In: CONFERENCE ON SUSTAINABLE CONSTRUCTION MATERIALS AND TECHNOLOGIES, 1., 2007, Coventry. Anais […] Boca Raton:: CRC, 2007. p. 1-13. NOBRE, J. et al. Magnesia (Mgo) production and characterization, and its influence on the performance of cementitious materials: a review. Materials, Basel, v. 13, n. 21, p. 1-31, 2020. NOVACEM. Novacem carbon negative cement presentation at the society of chemistry and industry conference on low carbon cements. London, 2010. OCHOA GEORGE, P. A. et al. Cleaner production in a small lime factory by means of process control. Journal of Cleaner Production, Amsterdam, v. 18, n. 12, p. 1171-1176, 2010. OLIVEIRA, F. A. C. et al. Portland cement clinker production using concentrated solar energy – A proof-of-concept approach. Solar Energy, Oxford, v. 183, p. 677- 688, 2019. PAYÁ, J. et al. Ativadores alternativos para cimentos ativados por alcalinos. Revista ALCONPAT, Mérida, v. 12, p. 16-31, 2022. PEDREÑO-ROJAS, M. A. et al. Influence of the heating process on the use of gypsum wastes in plasters: mechanical, thermal and environmental analysis. Journal of Cleaner Production, Amsterdam, v. 215, p. 444-457, 2019. PEDREÑO-ROJAS, M. A. et al. Influence of gypsum wastes on the workability of plasters: heating process and microstructural analysis. Journal of Building Engineering, Oxford, v. 29, n. 101143, p. 1-13, 2020. 97 RUAN, S.; UNLUER, C. Influence of supplementary cementitious materials on the performance and environmental impacts of reactive magnesia cement concrete. Journal of Cleaner Production, Amsterdam, v. 159, p. 62-73, 2017. RUSKIN, J. The seven lamps of architecture. Nova Jersey: Wiley, 1865. 186 p. SCRIVENER, K. L.; KIRKPATRICK, R. J. Innovation in use and research on cementitious material. Cement and Concrete Research, Oxford, v. 38, n. 2, p. 128- 136, 2008. SCRIVENER, K. L.; SNELLINGS, R.; LOTHENBACH, B. (ed.). A practical guide to microstructural analysis of cementitious materials. Boca Raton: CRC, 2016. v. 62 SHAH, V.; SCOTT, A. Hydration and microstructural characteristics of MgO in the presence of metakaolin and silica fume. Cement and Concrete Composites, Oxford, v. 121, p. 104068, 2021. SHAND, M. A. The chemistry and technology of magnesia. Hoboken: John Wiley & Sons, 2006. SILVA, L. H. P. et al. Bamboo leaf ash for use as mineral addition with Portland cement. Journal of Building Engineering, Oxford, v. 42, p. 1–9, 2021. SOHEL, M. S. I. et al. Carbon storage in a bamboo (Bambusa vulgaris) plantation in the degraded tropical forests: Implications for policy development. Land Use Policy, Oxford, v. 49, p. 142–151, 2015. SONAT, C.; DUNG, N. T.; UNLUER, C. Performance and microstructural development of MgO–SiO2 binders under different curing conditions. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 154, p. 945-955, 2017. SONAT, C.; UNLUER, C. Investigation of the performance and thermal decomposition of MgO and MgO-SiO2 formulations. Thermochimica Acta, Amsterdam, v. 655, p. 251-261, 2017. SONAT, C.; UNLUER, C. Development of magnesium-silicate-hydrate (M-S-H) cement with rice husk ash. Journal of Cleaner Production, Amsterdam, v. 211, p. 787–803, 2019. TAJ, K.; AKTURK, B.; ULUKAYA, S. Fresh state properties and compressive strength development of reactive MgO-based systems. Materials Today: Proceedings, Oxford, n. 65, p. 1064–1069, 2022. TAJ, K.; AKTURK, B.; ULUKAYA, S. Influence of carbonation curing and nano-silica incorporation on compressive strength and micro-structural development of binary RMC-based systems. Journal of Building Engineering, Oxford, v. 66, n. October 2022, p. 105856, 2023. 98 TASHIMA, M. M. Cinza de casca de arroz altamente reativa: método de produção, caracterização físico química e comportamento em matrizes de cimento portland. 2006. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Ilha Solteira, 2006. THOMAS, J. J.; MUSSO, S.; PRESTINI, I. Kinetics and activation energy of magnesium oxide hydration. Journal of the American Ceramic Society, Malden, v. 97, n. 1, p. 275–282, 2014. TRAN, H. M.; SCOTT, A. Strength and workability of magnesium silicate hydrate binder systems. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 131, p. 526- 535, 2017. U.S GEOLOGICAL SURVEY. LimeMineral Commodity Summaries. [S. l: s. n.], 2022.. VILLAR-COCIÑA, E. et al. Pozzolanic behavior of bamboo leaf ash: Characterization and determination of the kinetic parameters. Cement and Concrete Composites, Oxford, v. 33, n. 1, p. 68–73, 2011. WANG, J. et al. An injectable porous bioactive magnesium phosphate bone cement foamed with calcium carbonate and citric acid for periodontal bone regeneration. Journal of the Mechanical Behavior of Biomedical Materials, Amsterdam, v. 142, n. April, p. 105805, 2023. WANG, L. et al. Recycling contaminated sediment into eco-friendly paving blocks by a combination of binary cement and carbon dioxide curing. Journal of Cleaner Production, Amsterdam, v. 164, p. 1279–1288, 2017. WANG, L. et al. Novel synergy of Si-rich minerals and reactive MgO for stabilisation/solidification of contaminated sediment. Journal of Hazardous Materials, Amsterdam, v. 365, n. November 2018, p. 695–706, 2019. WANG, N. et al. Effects of sodium citrate and citric acid on the properties of magnesium oxysulfate cement. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 169, p. 697–704, 2018. WEI, J.; CHEN, Y.; LI, Y. The Reaction Mechanism between MgO and Microsilica at Room Temperature. Journal of Wuhan University of Technology, Wuhan, v. 21, n. 2, p. 88–91, 2006. XIE, J. et al. Trends and developments in low-heat portland cement and concrete: A review. Construction and Building Materials, Amsterdam, v. 392, n. April, p. 131535, 2023. YANG, J. et al. Study on the modification mechanism of modifiers on the properties of sawdust-magnesium oxychloride cement composite. Construction and Building Materials, Amsterdam, 2022. 99 YAZDI, H. A.; HASHEMI, J.; GAD, E. Seismic fragility assessment of non-structural drywall partitions with screw and adhesive fixing through multi-axis cyclic testing. Thin-Walled Structures, Oxford, v. 176, n. March, p. 109303, 2022. YE, Q. et al. Bioinspired and biomineralized magnesium oxychloride cement with enhanced compressive strength and water resistance. Journal of Hazardous Materials, Amsterdam, v. 383, 2020. ZHANG, J. et al. Enhancement of magnesium phosphate cement composites with sintered sludge ash. Developments in the Built Environment, Oxford, v. 17, n. October 2023, p. 100313, 2023. ZHANG, S. et al. M- S-H formation in MgO-SiO2 slurries via wet milling for magnesia based castables. Ceramics International, Oxford, v. 47, n. 8, p. 10880–10886, 2021. ZHANG, T. et al. Properties of magnesium silicate hydrate (M-S-H) cement mortars containing chicken feather fibres. Construction and Building Materials, Amsterdam , v. 180, p. 692-697, 2018. ZHANG, T.; VANDEPERRE, L. J.; CHEESEMAN, C. R. Formation of magnesium silicate hydrate (M-S-H) cement pastes using sodium hexametaphosphate. Cement and Concrete Research, Oxford, v. 65, p. 8-14, 2014. ZHU, M. et al. Preparation and mechanical characterization of multi-functional high- ductility engineered magnesium oxysulfate cement-based composites. Cement and Concrete Composites, Oxford, v. 147, n. 1, 2024. an environment: The potential application of eco-friendly magnesia-silicate cement in CO2 sequestration. Journal of Cleaner Production, Amsterdam, v. 252, p. 1–9, 2020.