UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP CÂMPUS DE JABOTICABAL COCHONILHAS (HEMIPTERA: COCCOMORPHA) ASSOCIADAS A Coffea arabica L. (RUBIACEAE) E SEUS RESPECTIVOS INIMIGOS NATURAIS NA REGIÃO DA ALTA MOGIANA, SÃO PAULO Hágabo Honorato de Paulo Engenheiro Agrônomo 2021 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP CÂMPUS DE JABOTICABAL COCHONILHAS (HEMIPTERA: COCCOMORPHA) ASSOCIADAS A Coffea arabica L. (RUBIACEAE) E SEUS RESPECTIVOS INIMIGOS NATURAIS NA REGIÃO DA ALTA MOGIANA, SÃO PAULO Discente: Me. Hágabo Honorato de Paulo Orientadora: Profa. Dra. Nilza Maria Martinelli Coorientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Benfatti Gonzalez Peronti 2021 Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Agronomia (Entomologia Agrícola). DADOS CURRICULARES DO AUTOR HÁGABO HONORATO DE PAULO - Natural de Mantena/MG, nasceu no dia 17 de janeiro de 1992, filho de Neuza Maria Alves de Paulo e Carlos Zerim Honorato de Paulo. Estudou o Ensino Fundamental na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio em Santo Agostinho no município de Água Doce do Norte/ES, ingressou no Ensino Médio e no curso Técnico em Agropecuária na Escola Agrotécnica Federal de Colatina/ES (2008-2010). Em agosto de 2010 ingressou na Graduação em Agronomia, onde foi bolsista de Iniciação Cientifica nas áreas de Entomologia e Acarologia Agrícola (PIBIC, PIBIT, IFES, CNPQ) de 2010 a 2015, sob orientação do Prof. Dr. Anderson Mathias Holtz, no Instituto Federal do Espírito Santo – IFES Campus Itapina, no município de Colatina/ES. Em agosto de 2015 ingressou no Mestrado em Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ Campus Seropédica, onde foi bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e desenvolveu o projeto de dissertação na linha de pesquisa em Fitossanidade Aplicada, concluindo em julho de 2017. Em agosto de 2017 ingressou no Doutorado em Agronomia (Entomologia Agrícola), na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/UNESP) Campus Jaboticabal, sob orientação da Professora Dra. Nilza Maria Martinelli e da coorientadora Dra. Ana Lúcia Benfatti Gonzalez Peronti. Foi bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES até maio de 2018, posteriormente, foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. Desenvolveu a pesquisa de tese com levantamento e identificação de cochonilhas associadas ao café arábica e seus respectivos inimigos naturais na região da Alta Mogiana no estado de São Paulo, cujos resultados são apresentados na presente tese. E-mail: hagabohp@hotmail.com DEDICAÇÃO Ao meu DEUS amigo Fiel, à minha Família e aos Amigos, e a todos os Agricultores que com Fé e determinação diária produzem o alimento. HOMENAGEM Aos avós Maria de Lurdes Gouveia Alves & Antônio Machado Alves (in memoriam) pelo grande exemplo de coragem e dedicação na cafeicultura da região Noroeste do Estado do Espírito Santo. OFERECIMENTO A todos os amigos e Professores que ao longo da caminhada no processo de formação contribuíram de forma direta e indireta com minha formação. AGRADECIMENTOS A Deus, pelas oportunidades concedidas ao longo da trajetória, por estar sempre ao meu lado me fortalecendo em todos os momentos, possibilitando a realização dos sonhos da minha vida. Aos meus pais Carlos Z. Honorato Paulo & Neuza Maria Alves Paulo, e aos meus irmãos Antonio Carlos e Diene Karla por todo apoio, carinho e compreensão durante estes anos fora de casa em busca da formação acadêmica e realização profissional. Ao Professor Dr. Anderson Mathias Holtz e a Professora Dra. Selma Garcia Holtz, aos amigos Felipe Garcia Holtz, André Garcia Holtz e Lucas Garcia Holtz; e a todos familiares, pela amizade e carinho, pelo apoio e incentivo em todos os momentos, meus sinceros agradecimentos. À UNESP/FCAV Câmpus de Jaboticabal juntamente aos professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Entomologia Agrícola, pela oportunidade da realização do Doutorado, e pelos conhecimentos transmitidos durante as disciplinas ministradas. À Profa. Dra. Nilza Maria Martinelli e a Dra. Ana Lúcia Benfatti. Gonzalez Peronti, por todo apoio na orientação durante o doutorado, e pelos ensinamentos acadêmico e profissional. Aos Professores Dr. Arlindo Leal Boiça Júnior e Dr. Ricardo Antônio Polanczyk, pela participação e colaboração em meu Exame Geral de Qualificação. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo apoio no financiamento do projeto da pesquisa do Doutorado (Processo 2018/07260-1), ao qual expresso meus sinceros agradecimentos. Aos Proprietários da Fazenda Bela Época, e a todos os cafeicultores da região da Alta Mogiana, pela amizade, confiança e apoio na libertação das lavouras de café arábica para a realização da pesquisa. Os meus sinceros agradecimentos aos meus amigos Taciane Borges & Rogério Polo, e Christian Freire Cardoso pela amizade e carinho, ao qual, fui sempre recebido nas visitas e hospedagens em sua casa, na cidade de Franca-SP. Aos amigos Andrés Chaparo Pinzón, Mariele de Santi, Lúcio Flavio Macedo Mota, João de Deus Ferreira Silva, Ellén Christina Nabiça Rodrigues, Romário Porto Oliveira, por todos os momentos de convivência no Ap.11, e aos vizinhos Cesar, Ricardo, Wilson, Juan, Stefany, Ana, Yanna, Livia, Tiago, Bianca, Maria Alice, Malane, Welington e Nestor durante o período do Doutorado em Jaboticabal/SP. Aos integrantes do Laboratório de Biossistemática de Hemiptera (LABHEM), Arthur K. Dezotti, Christian F. Cardoso, Erica A. Taguti, Gabriel G. Monteiro, Ivana S. Lemos, Samuel C. Andrade, Matheus A. de Siqueira, Maiara A. Cruz, Camila A. Pinto e Jennifer F. C. Braz pela amizade e colaboração, e pelos momentos de descontração. Aos colegas e amigos do Laboratório do Grupo de Estratégias e Manejo de Ácaros Neotropicais (GEMAN), Cirano, Claudiane, Jaqueline, Patric, Sidneia, Mateus, Ana Beatriz sob a orientação do Professor Dr. Daniel Junior de Andrade; e do Laboratório de Genética de Bactérias e Biotecnologia Aplicada (LGBBA), Raquel Oliveira Moreira, Rodrigo Takeshi Uchiyama, Jardel Diego Rodrigues, Maria Helena Zanetti, Thais Nayara F. Santos, sob a orientação da Profa. Dra. Janete Apparecida Desidério, pelos conselhos e auxílios em todos momentos, e principalmente, pela amizade construída durante o Doutorado. A todos os colegas e amigos dos Programas de Pós-Graduação em Agronomia (Entomologia Agrícola, Produção Vegetal e Ciência do Solo) da FCAV/Unesp, pela convivência e participação junto às disciplinas, cursos, palestras e workshops. Aos funcionários e amigos do Setor de Fitossanidade, Cibele da Silva Anton, Natalina Donizeti Curci e Dionísio Celso de Figueiredo Neto, pela atenção e auxílio prestado ao longo dos anos. A todos os colegas e amigos da graduação e pós-graduação da UNESP/FCAV, que direta e indiretamente me apoiaram durante este período, e me proporcionaram ocasiões memoráveis. Muito Obrigado! i SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - Considerações gerais ............................................................................... 1 1. Introdução ........................................................................................................ 1 2. Importância econômica da cultura do café no Brasil ........................................ 3 3. Sistemas de manejo do café arábica ............................................................... 4 4. Cochonilhas associadas ao café arábica no Brasil .......................................... 5 5. Inimigos naturais das cochonilhas associadas ao café arábica ....................... 7 6. Referências .................................................................................................... 16 CAPÍTULO 2 – Primeira identificação de Planococcus citri (Hemiptera: Coccomorpha), por meio da análise molecular, coletada em café arábica no Brasil ............................... 32 1. Introdução ...................................................................................................... 34 2. Material e Métodos ........................................................................................ 39 2.1. Coleta, montagem e identificação das cochonilhas ................................. 39 2.2. Extração do DNA, PCR e Sequenciamento ............................................ 41 2.3. Análise das sequências e construção da árvore de similaridade ............ 42 3. Resultados ..................................................................................................... 48 3.1. Análise das sequências de DNA ............................................................. 48 4. Discussão ...................................................................................................... 51 5. Referências .................................................................................................... 53 CAPÍTULO 3 – Distribuição e Sazonalidade de cochonilhas (Hemiptera: Coccomorpha) associadas a diferentes sistemas de manejo de Coffea arabica L. (Rubiaceae), no estado de São Paulo, Brasil ........................................................................................... 60 1. Introdução ...................................................................................................... 62 2. Material e Métodos ........................................................................................ 66 2.1. Coleta e identificação das cochonilhas associadas ao café arábica ....... 66 2.2. Distribuição das cochonilhas associada ao café na Alta Mogiana ........ 67 2.3. Sazonalidade das cochonilhas em três sistemas de manejo do café ...... 73 3. Resultados ..................................................................................................... 74 3.1. Distribuição das cochonilhas associadas ao café na Alta Mogiana ......... 74 Página ii 3.2. Sazonalidade das cochonilhas em três sistemas de manejo do café ...... 79 4. Discussão ...................................................................................................... 82 4.1.Distribuição das cochonilhas na região da Alta Mogiana .............................. 82 4.2.Sazonalidade das cochonilhas em três sistemas de manejo do café............86 5. Referências .................................................................................................... 95 CAPÍTULO 4 – Inimigos naturais das cochonilhas (Hemiptera: Coccomorpha) associadas ao café arábica, no estado de São Paulo, Brasil ....................................... 101 1. Introdução .................................................................................................... 103 2. Material e Métodos ...................................................................................... 105 2.1. Coleta e identificação das cochonilhas, parasitoides e predadores ...... 105 3. Resultados ................................................................................................... 107 3.1. Parasitoides das cochonilhas associadas ao café arábica .................... 107 3.2. Predadores das cochonilhas associadas ao café arábica ..................... 113 4. Discussão .................................................................................................... 117 4.1. Parasitoides de cochonilhas associadas ao café arábica...................... 117 4.2. Predadores das cochonilhas associadas ao café arábica ..................... 123 5. Referências .................................................................................................. 129 CAPÍTULO 5 – Boletim Técnico – Cochonilhas associadas ao café arábica na região da Alta Mogiana, estado de São Paulo, Brasil .................................................................. 141 CAPÍTULO 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 180 iii COCHONILHAS (HEMIPTERA: COCCOMORPHA) ASSOCIADAS A Coffea arabica L. (RUBIACEAE) E SEUS RESPECTIVOS INIMIGOS NATURAIS, NA REGIÃO DA ALTA MOGIANA, SÃO PAULO, BRASIL RESUMO – Este trabalho teve como objetivo inventariar as espécies de cochonilhas (Hemiptera: Coccomorpha) e seus inimigos naturais associados a Coffea arabica L. (Rubiaceae) nos sistemas de manejo convencional, orgânico e agroflorestal, na região da Alta Mogiana, estado de São Paulo, Brasil. As coletas ocorreram em 15 municípios da região, entre junho de 2018 a outubro de 2020. Foram obtidas 935 amostras de cochonilhas, incluídas em 18 morfoespécies, destas, 16 identificadas em nível específico: Alecanochiton marquesi (Hempel, 1921), Coccus alpinus (De Lotto, 1960), Coccus brasiliensis (Fonseca, 1957), Coccus celatus (De Lotto, 19600, Coccus viridis (Green, 1889), Parasaissetia nigra (Nietner, 1861), Pulvinaria psidii (Maskell, 1893), Saissetia coffeae (Walker, 1852), (Coccidae); Pseudaonidia trilobitiformis (Green, 1896) (Diaspididae); Dysmicoccus brevipes (Cockerell,1893), Dysmicoccus texensis (Tinsley 1900), Phenacoccus crassus (Granara de Willink, 1983), Phenacoccus solani (Ferris, 1918), Planococcus citri (Risso 1813), Pseudococcus cryptus (Hempel 1918), Pseudococcus longispinus (Targioni Tozzetti, 1867) (Pseudococcidae). Trata-se da primeira identificação de P. citri em C. arabica por meio da análise molecular no Brasil. Phenacoccus crassus (Granara de Willink, 1983) é registrada pela primeira vez em associação a família Rubiaceae e P. trilobitiformis, C. alpinus, C. celatus e P. longispinus associadas com café arábica no estado de São Paulo. Foram obtidas 33 espécies de inimigos naturais, associadas a 13 espécies de cochonilhas. Vinte e duas espécies de parasitoides incluídos nos gêneros: Coccophagus (Aphelinidae); Aprostocetus e Chrysonotomyia (Eulophidae); Aenasius, Anagyrus, Encyrtus, Gahaniella, Leptomastix; Leptomastidea, Metaphycus e Prochiloneurus (Encyrtidae), e Pachyneuron (Pteromalidae). Registra-se pela primeira vez Coccophagus com A. marquesi e C. brasiliensis; C. alpinus, C. brasiliensis, P. psidii e P. nigra com Aprostocetus; Metaphycus e Prochiloneurus com C. brasiliensis; Aenasius advena com P. solani; e, P. trilobitiformis com Chrysonotomyia. Onze espécies de predadores nos gêneros: Azya, Eriopis e Diomus (Coccinelidae); Diadiplosis (Cecidomyiidae); Geocoris (Geocoridae); Eosalpingogaster (Syrphidae); Euborellia (Anisolabididae); Franklinothrips (Aelothripidae), e Chysoperla (Chrysopidae). Eriopis connexa e Euborellia annulipes associam-se pela primeira vez a D. texensis; e, Azya luteipes, Crysoperla externa, Eosalpingogaster nigriventris, Diadiplosis coccidivora, Diomus, Franklinothrips vespiformis e Geocoris com C. brasiliensis; E. annulipes com P. citri; D. coccidivora com P. psidii e S. coffeae. O registro das espécies de cochonilhas e seus inimigos naturais contribui para o planejamento do manejo integrado de pragas. Um Boletim Técnico, incluindo as espécies de cochonilhas obtidas neste estudo, os estádios fenológicos e as estruturas das plantas as quais podem ser encontradas, bem como uma chave de identificação com base nos caracteres macroscópicos para os gêneros é apresentado. Palavras-chave: café arábica, espécies crípticas, controle biológico, parasitoides, predadores iv SCALE INSECTS (HEMIPTERA: COCCOMORPHA) ASSOCIATED TO Coffea arabica L. (RUBIACEAE) AND THEIR RESPECTIVE NATURAL ENEMIES, IN THE REGION OF ALTA MOGIANA, SÃO PAULO, BRAZIL ABSTRACT – The objective of this work was to inventory the species of mealybugs (Hemiptera: Coccomorpha), and their natural enemies, associated with Coffea arabica L. (Rubiaceae), in conventional, organic and agroforestry management systems, in the Alta Mogiana region, state of São Paulo, Brazil. The collections occurred in 15 municipalities of the region, from July 2018 to October 2020. A total of 935 samples of mealybugs were obtained, included in 18 morphospecies, of these, 16 identified at specific level: Alecanochiton marquesi Hempel, 1921, Coccus alpinus De Lotto, 1960, Coccus brasiliensis Fonseca, 1957, Coccus celatus De Lotto, 1960, Coccus viridis (Green, 1889), Parasaissetia nigra (Nietner, 1861), Pulvinaria psidii Maskell, 1893, Saissetia coffeae (Walker, 1852), (Coccidae); Pseudaonidia trilobitiformis (Green, 1896) (Diaspididae); Dysmicococcus brevipes (Cockerell,1893), Dysmicococcus texensis (Tinsley 1900), Phenacoccus crassus Granara de Willink, 1983, Phenacoccus solani Ferris, 1918, Planococcus citri (Risso 1813), Pseudococcus cryptus Hempel 1918, Pseudococcus longispinus (Targioni Tozzetti, 1867) (Pseudococcidae). This is the first identification of P. citri on C. arabica by molecular analysis in Brazil. Phenacoccus crassus Granara de Willink, 1983 is recorded for the first time in association with the Rubiaceae family; and, P. trilobitiformis, C. alpinus, C. celatus and P. longispinus associated with arabica coffee in the state of São Paulo. Thirty-three species of natural enemies were obtained, associated with 13 species of Scale insects. Twenty-two species of parasitoids included in the genera: Coccophagus (Aphelinidae); Aprostocetus and Chrysonotomyia (Eulophidae); Aenasius, Anagyrus, Encyrtus, Leptomastix; Leptomastidea, Metaphycus and Prochiloneurus (Encyrtidae), and Pachyneuron (Pteromalidae). We recorded for the first time Coccophagus with A. marquesi and C. brasiliensis; C. alpinus, C. brasiliensis, P. psidii and P. nigra with Aprostocetus; Metaphycus and Prochiloneurus with C. brasiliensis; Aenasius advena with P. solani; and, P. trilobitiformis with Chrysonotomyia. Eleven species of predators in the genera: Azya, Eriopis and Diomus (Coccinelidae); Diadiplosis (Cecidomyiidae); Geocoris (Geocoridae); Eosalpingogaster (Syrphidae); Euborellia (Anisolabididae); Franklinothrips (Aelothripidae), and Chysoperla (Chrysopidae). Eriopis connexa and Euborellia annulipes associate for the first time with D. texensis; and, Azya luteipes, Crysoperla externa, Eosalpingogaster nigriventris, Diadiplosis coccidivora, Diomus, Franklinothrips vespiformis and Geocoris with C. brasiliensis; E. annulipes with P. citri; D. coccidivora with P. psidii and S. coffeae. The record of the scales and their natural enemies, contributes to the planning of integrated pest management. A Technical Bulletin, including the mealybug species obtained in this study, the phenological stages and plant structures where they can be found, and an identification key based on macroscopic characters for the genera is presented. Key-words: Coffea arabica, cryptic species, biological control, parasitoids, predators 1 CAPÍTULO 1 – Considerações gerais 1. Introdução Coffea arabica L. (Rubiaceae), originária da região Afrotropical, é a espécie de café mais difundida no mundo, com uma produção de 105,32 milhões de sacas na safra 2019/2020, equivalente a 60,35% de todo café colhido (OIC, 2021). O Brasil é o principal produtor e exportador de café e o segundo maior consumidor mundial da bebida (Carvalho et al., 2018). Introduzido no Brasil em 1727 em Belém do Pará, o café arábica atualmente é cultivado em vários estados brasileiros, com destaque para Minas Gerais e São Paulo (Fernandes, 2013; Conab, 2021). No estado de São Paulo, a cafeicultura concentra-se principalmente nas regiões da Média Mogiana e da Alta Mogiana Paulista. A região da Alta Mogiana, com 15 municípios produtores, destaca-se pela elevada altitude, tipo de solo que propicia o enriquecimento do sabor e do aroma; e, pelo clima ameno, que favorece o amadurecimento lento e uniforme do grão, conferindo qualidades de bebida (Amsc, 2021; Bsca, 2021). Além das características favoráveis da região, a preocupação dos produtores em buscar melhores variedades de café e investirem em diferentes formas de manejo, desde o convencional até o orgânico, resultou em um café reconhecido mundialmente pela alta qualidade, culminando com a Indicação Geográfica Agrícola de Procedência, conquistada pela Associação dos Produtores de Cafés Especiais (Amsc, 2021). O selo, adquirido por alguns produtores da região, garante aos compradores a certificação de origem e a qualidade do café. Este café especial tem um valor de comercialização que varia de 50 - 4000% acima do café comum (Bsca, 2021; Cecafé, 2021). Entretanto, no processo da certificação, é imprescindível o cumprimento dos requisitos da sustentabilidade, entre eles a redução do uso de agrotóxicos, sendo assim, importante conhecer as pragas e os inimigos naturais associados. Dentre os insetos-praga mencionados com maior ocorrência associados à C. arabica na região sudeste do país destacam-se: a broca-do-café Hypothemus hampei 2 (Ferrari, 1867) (Coleoptera: Curculionidae, Scolytinae), o bicho-mineiro Leucoptera coffeella (Guerin-Menéville & Perrottet, 1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae) e as cochonilhas (Hemiptera: Coccomorpha) que se alimentam nas raízes, caule, rosetas, folhas, flores e frutos (Reis et al., 2010; Fornazier, 2016). As cochonilhas podem causar dano direto, através da sucção da seiva, principalmente no floema e, indiretos, através da inoculação de substâncias tóxicas, transmissão de doenças, além de atrair formigas e propiciar o desenvolvimento da fumagina devido a grande quantidade de ‘honeydew’ produzido por algumas espécies, reduzindo a taxa fotossintética da planta (Mckenzie, 1967; Vranjic, 1997; Miller e Davidson, 2005; Grazia et al., 2012). Dentre os inimigos naturais associados às principais espécies de cochonilhas, de ocorrência na parte aérea do café, no Brasil, os predadores foram relatados por Corseuil (1958), Gonçalves (1963), De Bortoli et al. (2001), Silva (2011), Culik e Ventura (2012, 2013), Prado et al. (2015); e, predadores e parasitoides nos catálogos por Costa Lima (1942) e Silva et al. (1968). Os parasitoides e hiper parasitoides foram registrados principalmente por De Santis (1980), Noyes (1980), Culik et al. (2011), Fornazier (2016) e Cruz (2018). O levantamento dos insetos-praga e seus inimigos naturais associados às plantas cultivadas em uma determinada região é de suma importância para o reconhecimento de possíveis agentes de controle biológico. Além disso, o conhecimento sobre a origem desses insetos e a sua especificidade aos hospedeiros são fundamentais para o estabelecimento de programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP). Neste aspecto, no Brasil há uma grande escassez de informações sobre as espécies de parasitoides e predadores, nativos e exóticos, associados às cochonilhas, assim como a especificidade dessas interações (Siqueira, 2018). A identificação adequada dos insetos associados a estes cultivos de grande importância agrícola, bem como a produção de material de referência das espécies revisadas e atualizadas, além de contribuir para o manejo e controle deles, é um importante instrumento para que se possa prevenir que estes sejam introduzidos em outros locais no país. Deste modo, o objetivo do trabalho foi inventariar as espécies de 3 cochonilhas e seus inimigos naturais associados às plantas de café arábica nos sistemas de manejo convencional, orgânico e agroflorestal, e elaborar um Boletim técnico informativo sobre as cochonilhas encontradas nos 15 municípios produtores de cafés especiais na região da Alta Mogiana, no estado de São Paulo. 2. Importância econômica da cultura do café no Brasil O Brasil é líder mundial na produção e exportação de café, que é produzido e comercializado para todos os continentes (Conab, 2021). Sendo o país considerado o segundo maior consumidor da bebida (Carvalho et al., 2018). A produção brasileira de café na safra 2019/20 contou com uma produção de 63,08 milhões de sacas beneficiadas, sendo 48,77 milhões de café arábica e 14,31 milhões de café conilon. Os principais estados produtores com destaque nacional são Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso (Conab, 2021). O Brasil exportou 44,51 milhões de sacas de café no encerramento da safra 2019/20. Entre as variedades, o café arábica representou cerca 79,7% das exportações (35,47 milhões de sacas), o conilon 11,1% (4,92 milhões de sacas), e o solúvel 9,2% (4.09 milhões de sacas), gerando uma receita cambial de 5,6 bilhões de dólares em comercialização (Cecafé, 2021). Os principais países importadores de café no ano de 2020 do Brasil foram: Estados Unidos (17,5%), Alemanha (16,1%), Itália (9,8%), Japão (6,9%), Bélgica (5,8%), Reino Unido (3,5%) e demais países com 40,4% do total de café importado (Cecafé, 2021). Com destaque para o consumo de café no continente europeu, o maior em comparação aos outros continentes ao redor do mundo. O café é um produto gerador de renda para centenas de municípios brasileiros, e os expressivos desempenhos da exportação e do consumo interno de café implicam na sustentabilidade econômica do produtor e de sua atividade, além disso, a atividade cafeeira é umas principais atividades geradoras de postos de trabalho na agropecuária nacional, gerando em torno de 8 milhões de empregos (Mapa, 2019). 4 No estado de São Paulo, o segundo maior produtor de C. arabica do Brasil, a região da Alta Mogiana, tradicional na produção, merece destaque devido aos fatores climáticos e cuidados especiais na condução da cultura, nos diferentes sistemas de manejo. Reconhecida mundialmente devido à alta qualidade e produtividade do café, esta região exporta a maior parte dos grãos produzidos para América do Norte, Europa e Ásia (Bsca, 2020; Cecafé, 2021). 3. Sistemas de manejo do café arábica Entre os sistemas de manejo do cultivo de café arábica no Brasil, incluindo a região da Alta Mogiana no estado de São Paulo, destaca-se o sistema de manejo convencional. Este é caracterizado pelo uso de produtos químicos sintéticos e/ou biológicos, na adubação e no controle fitossanitário das doenças e insetos-praga das plantas, podendo o café ser cultivado em monocultura ou consorciado com outras plantas (Matiello et al., 2020). Os sistemas de manejo agroflorestais são caracterizados pela associação com árvores de interesse econômico e ambiental, com espécies frutíferas e/ou produtoras de madeira de alta qualidade, simultaneamente ou alternadamente no tempo e no espaço, como por exemplo, coco, banana, macadâmia, mogno africano e cedro australiano, tendo como objetivo diversificar a produção, aumentar a produtividade e a renda do agricultor, contribuindo com aumento da matéria orgânica, melhoria na fertilidade e da proteção do solo, promovendo melhorias nas condições do microclima (temperatura e umidade) do solo e das plantas, reduzindo o impacto das mudanças climáticas nas lavouras de café (Pinto Neto et al., 2014; Souza et al., 2017; Jácome et al., 2020). No entanto, o sistema de manejo orgânico caracteriza-se por ser um modelo de agricultura que visa uma produção sustentável, sendo no Brasil regulamentado através da Lei nº 10.831 (Brasil, 2003), e demais instruções normativas, que definem diretrizes e estabelecem as condições obrigatórias para a produção e a comercialização dos produtos orgânicos, tendo como característica principal do sistema a proibição do uso 5 de produtos químicos sintéticos, como fertilizantes e pesticidas, assim como organismos geneticamente modificados (Matos e Braga, 2020). Contudo, as exigências crescentes dos consumidores nacionais e internacionais por cafés certificados com produção sustentável conduzem a mudanças nos sistemas de manejo, como à minimização ou eliminação do uso de inseticidas químicos sintéticos na utilização das técnicas de manejo integrado de pragas. Dessa forma, o reconhecimento das principais espécies de cochonilhas pragas presentes na região, com potencial de causar dano econômico, bem como os inimigos naturais, são essenciais para embasar os programas de manejo integrado de pragas para a cafeicultura. 4. Cochonilhas associadas ao café arábica no Brasil No Brasil, 41 espécies de cochonilhas foram associadas à C. arabica distribuídas nas famílias Pseudococcidae (17), Coccidae (13), Diaspididae (4), Rhizoecidae (4), Cerococcidae (2) e Eriococcidae (1). Para o estado de São Paulo, 30 espécies distribuídas nas famílias Coccidae (11), Pseudococcidae (9), Diaspididae (5), Cerococcidae (2), Rhizoecidae (2) e Ericoccidae (1), (Silva et al., 1968; García Morales et al., 2016; Fornazier et al., 2017). Entre as espécies de cochonilhas pragas de maior ocorrência no café na região Sudeste destaca-se: Coccus spp. (Coccidae) sobre folhas e ramos novos (Granara De Willink et al., 2010), Planococcus spp. (Pseudococcidae) associadas aos ramos, folhas, flores e frutos (Santa-Cecília, Souza, 2014) e Dysmicoccus spp. (Pseudococcidae) com predominância nas raízes (Granara De Willink, 2009; Fornazier et al., 2017). O gênero Coccus sp. inclui 113 espécies distribuídas principalmente nas regiões Afrotropical e Neotropical. Destas, 11 espécies foram associadas ao café arábica no mundo, sendo sete no Brasil, principalmente no estado do Espírito Santo (Granara De Willink et al., 2010; Fornazier et al., 2017). No estado de São Paulo foram registradas associadas a C. arabica: Coccus viridis (Green, 1889), Coccus brasiliensis Fonseca, 6 1957 e Coccus lizeri (Fonseca, 1957) (Silva et al., 1968; Granara De Willink et al., 2010). Dentre estas, a cochonilha verde C. viridis, tem sido a mais comum sobre cafeeiros causando redução do desenvolvimento e queda das folhas do café, com uma diminuição da produtividade, e em casos extremos, a morte da planta em vários estados brasileiros (Coutinho, 2010; Chávez, 2016). Fernandes et al. (2009) verificaram perdas em mudas de C. arabica em Viçosa no estado de Minas Gerais relacionadas ao aumento da densidade de ninfas e adultos de C. viridis, causando redução da área foliar, diâmetro do caule e peso das raízes das plantas. O gênero Dysmicoccus sp., de origem Neotropical, inclui 139 espécies. Destas, oito foram associadas à C. arabica no mundo e, para o Brasil, quatro espécies: Dysmicoccus brevipes (Cockerell, 1893), Dysmicoccus gracilis (Granara de Willink, 2009), Dysmicoccus grassii (Leonardi, 1913) e Dysmicoccus texensis (Tinsley, 1900). No estado de São Paulo apenas D. brevipes e D. texensis foram relatadas em associação com C. arabica (Silva et al., 1968; Fornazier et al., 2017). Dysmicoccus texensis ocorre preferencialmente em áreas de maior altitude e clima ameno, especialmente após o replantio ou renovação das lavouras (Fatobene, 2010). Esta espécie vive nas raízes, formando nodosidades criptas, ou “pipocas”, devido à instalação da colônia no sistema radicular da planta, juntamente com um conjunto de hifas de fungo do gênero Phlebopus sp. associado, provocando amarelecimento e queda das folhas, impedindo a absorção de água e nutrientes, queda de flores e frutos, podendo ocasionar a morte da planta (Santa-Cecília et al., 2000; Souza et al., 2007; Alves, 2009). Na região de Garça, no estado de São Paulo, severas infestações da cochonilha- da-raiz (D. texensis) foram observadas sobre plantas de café da variedade Apoatã (LC 2258) (Coffea canephora Pierre & Froehner). Essa cultivar tem sido utilizada como porta-enxerto do café arábica, por ser tolerante ao nematoide Meloidogyne incognita (Kofoid & White) Chitwood (Fazuoli, 1986). Entretanto, em condições favoráveis ao desenvolvimento de D. texensis, que pode ser intensificado em situações de déficit hídrico, os prejuízos ocasionados pela cochonilha estão estimados em 0,84 kg de café 7 beneficiado a cada 4 plantas (Nakano, 1972; Fatobene, 2010). Contudo, medidas prévias de controle podem ser dificultadas porque os sintomas na planta se tornam evidentes apenas após todo o sistema radicular já ter sido afetado. O gênero Planococcus sp., originário da região Paleártica, possui 49 espécies descritas com sete espécies associadas à C. arabica (García Morales et al., 2016). Destas Planococcus citri (Risso, 1813), Planococcus halli (Ezzat & McConnell, 1956) e Planococcus minor (Maskell, 1897) já foram observadas infestando plantas de café no Brasil (Fornazier et al., 2017). As cochonilhas do gênero Planococcus sp. ocorrem associadas principalmente aos frutos, nas rosetas. Em cafeeiros com alta infestação, esse pseudococcídeo pode ocasionar a seca e queda dos botões florais e frutos, com prejuízos de até 100% da produtividade da lavoura (Santa-Cecília et al., 2007, 2013, 2014). No município de Castelo, estado do Espírito Santo, a espécie de cochonilha encontrada na parte aérea dos cafezais foi citada no passado como P. citri. Todavia, ninfas e fêmeas adultas da cochonilha coletadas nesse mesmo município foram enviadas para especialistas e identificadas como P. minor (Santa-Cecília et al., 2002; Culik et al., 2011). Planococcus minor é uma espécie cosmopolita e polífaga (García Morales et al., 2016), com caracteres morfológicos semelhantes a P. citri, sendo, portanto, considerada uma espécie críptica, e encontrando-se na maioria das vezes necessária a análise molecular para a identificação da espécie. Devido às semelhanças macro e microscópicas entre as duas espécies, Cox e Freestone (1985) elaboraram uma chave de identificação com pontuações máximas e mínimas para a determinação delas. Porém, Rung et al. (2008), utilizando técnicas moleculares para o mesmo propósito, verificaram que a chave de Cox e Freestone era eficiente apenas para a identificação das espécies de P. minor. Para o estado de São Paulo apenas P. citri foi registrada até o momento associada ao gênero Coffea sp., sendo necessária uma revisão. 5. Inimigos naturais das cochonilhas associadas ao café arábica 8 Embora o controle com inseticidas químicos sintéticos ainda seja a forma mais usada entre as táticas de manejo contra infestações por pragas, o aumento da conscientização sobre os efeitos negativos em relação ao meio ambiente, e da seleção de insetos resistentes aos inseticidas, tem incentivado o uso do controle biológico e outras estratégias sustentáveis no controle destes insetos (Charles et al., 2009; Daane et al., 2012). A maioria das espécies de cochonilhas que infestam plantas cultivadas de importância econômica é exótica. Em alguns casos, o conjunto de inimigos naturais presentes no país, nativos e exóticos, é suficiente para o controle delas, mas em outros casos novos predadores e parasitoides necessitam ser introduzidos (Wyckhuys et al., 2013; García Morales et al., 2016). Entre os inimigos naturais frequentemente associados às cochonilhas, destacam- se os himenópteros parasitoides pertencentes às famílias: Aphelinidae, Encyrtidae, Eulophidae, Eupelmidae e Pteromalidae (Hymenoptera: Chalcidoidea) (Rosen, De Bach, 1990; Gauld, Bolton, 1996; García Morales et al., 2016; Noyes, 2019), sendo a maioria das espécies endoparasitoides; e dentre os predadores encontrados alimentando-se de ovos, ninfas e adultos de cochonilhas, são relatadas larvas ou adultos de Coccinellidae (Coleoptera), larvas de Chrysopidae (Neuroptera), larvas de Cecidomyiidae, Drosophilidae e Syrphidae (Diptera) e imaturos de alguns microlepidóptera, das famílias Phycitidae, Blastobasidae e Stenomidae (Lepidoptera) (Costa Lima, 1942; Ponsonby, Copland, 1997; Harris, 1997; Silva, 2011; Culik et al., 2013; Fernandes, 2013). Na família Aphelinidae, o gênero Coccophagus se destaca com mais de 200 espécies descritas, sendo este considerado um dos maiores do grupo, estando distribuído nas Regiões Neotropicais, Afrotropicais e Neárticas (De Santis, 1980; Noyes, 2019). As fêmeas deste gênero são parasitoides, principalmente de cochonilhas da família Coccidae (Herting, 1972; Myartseva, 2006), sendo muitas já utilizadas em programas de controle biológico em áreas agrícolas (Greathead, 1986; Altieri e Nicholls, 1999). Coccophagus rusti (Compere, 1928), de origem provavelmente africana, foi importado para a California em 1937 a partir da África, para o controle biológico de Saissetia oleae (Olivier, 1791) (Bartlett, 1978; Lampson e Morse, 1992). Este 9 himenóptero tem como principal hospedeiro espécies de Ceroplastes, Coccus, Parasaissetia, Pulvinaria e Saissetia (Peck, 1963; Annecke e Insley, 1974; Myartseva, 2006). No Brasil, algumas espécies de Coccophagus foram registradas a partir de exemplares emergidos de coccídeos, como Coccophagus basalis (Compere, 1939), obtidos de S. oleae e de Saissetia coffeae (Walker 1852), no Rio de Janeiro, sobre cássia-imperial (Cassia fistula L.: Fabaceae) e oliveiras (Olea europaea L.: Oleaceae), respectivamente (Flanders, Bartlett, Fisher, 1961). Coccophagus caridei (Brethes 1918), associado a espécies de coccídeos dos gêneros Coccus, Ceroplastes, Saissetia e Pulvinaria, ao diaspidídeo do gênero Ischnaspis, e a pseudococcídeos do gênero Pseudococcus sobre diversas plantas hospedeiras (De Santis, 1980; Muraki et al., 1984; Murúa e Fidalgo, 2006). Coccophagus fallax Compere, 1931, associado com C. viridis sobre plantas de citros, no estado do Rio de Janeiro (Cassino e Rodrigues, 2004; Trindade, 2011). Outras espécies do gênero, não identificadas em nível específico, têm sido relacionadas às cochonilhas, grande parte destas podendo tratar-se de espécies ainda não descritas. No estado de São Paulo, Peronti (2004), inventariando os parasitoides de várias espécies de Ceroplastes, registrou a associação de várias morfoespécies de Coccophagus com Ceroplastes sp. No Espírito Santo, Coccophagus sp. foi associado com Ceroplastes stellifer (Westwood, 1871) e com Coccus hesperidum (Linnaeus, 1758) sobre plantas de Schefflera sp. (Araliaceae) (Culik et al., 2011). A família Encyrtidae possui cerca de 500 gêneros, e mais de 3500 espécies de himenópteros ao redor do mundo. Esta é uma das mais importantes famílias de Chalcidoidea utilizadas em programas de controle biológico, por serem endoparasitas primários e cosmopolitas, sendo encontrados em todos os continentes, principalmente nas áreas tropicais e subtropicais (Gibson et al., 1997; Noyes, 2019). Este grupo de parasitoides é um dos mais utilizados para o controle populacional de Hemiptera, principalmente das cochonilhas das famílias Coccidae, Diaspididae e Pseudococcidae que correspondem a mais de 60% dos hospedeiros já registrados dentro da ordem Hemiptera (Noyes e Hayat, 1994; Noyes, 2000; Noyes, 2019). 10 De acordo com Noyes e Hayat (1994) e Noyes et al. (1997), em relação às espécies de Encyrtidae utilizadas em programas de controle biológico no mundo, 382 importações destes parasitoides, que são relativas a 94 espécies, foram realizadas, com obtenção de 90% de taxa de sucesso de controle. Leptomastix dactylopii (Howard, 1885) (Hymenoptera: Encyrtidae), descrito a partir de exemplares coletados no Brasil, mas com provável origem no continente africano, foi registrado como parasitoide de cerca de 50 espécies da família Pseudococcidae (Noyes, 2019). Esta espécie tem sido utilizada como agente de controle biológico de P. citri em casa de vegetação e nas plantações de citros, café, goiaba, pinha, uva e plantas ornamentais, em combinação com Cryptolaemus montrouzieri (Muls.,) (Coleoptera: Coccinellidae) na Áustria, Bélgica, Chile, Estados Unidos, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Índia, Holanda, Noruega, Peru, Polônia, Portugal, Rússia, Espanha, Suíça, Tunísia, Reino Unido, e na região do Mediterrâneo (Mani, 1995; Mani et al., 2011; Mani e Shivaraju, 2016). Aenasius (Encyrtidae) inclui espécies de importância econômica no controle biológico de cochonilhas. Existem 40 espécies do gênero catalogadas no mundo (Noyes, 2019), sendo 11 destas já registradas no Brasil (Costa e Dalmolin, 2015). Dentre estas, algumas espécies do gênero Aenasius são relatadas associadas a Phenacoccus solenopsis (Tinsley, 1898), sendo a espécie Aenasius bomawalei (Hayat, 2009) considerada um bom agente de controle de populações de P. solenopsis (Venilla et al., 2010; Fandi e Suroshe, 2015). Anagyrus (Howard, 1896) (Encyrtidae) é um gênero cosmopolita que apresenta 280 espécies descritas em todo o mundo. No Brasil, já foram registradas nove espécies. Estes insetos parasitam preferencialmente cochonilhas da família Pseudococcidae (Noyes, 2019). É um importante grupo utilizado para o controle biológico de pseudococcídeos em diversas regiões no mundo (Noyes e Hayat, 1994). Anagyrus fusciventris (Girault 1915), é associada com P. citri na Índia (García Morales et al., 2016; Mani e Shivaraju, 2016). Metaphycus (Mercet, 1917) (Encyrtidae) é um gênero que possui 473 espécies já descritas. No Brasil, há registro de oito espécies: M. analuciae (Santos & Tavares 11 2019); M. floridensis (Santos & Tavares 2019); M. grandis (Santos & Tavares 2019); M. alboclavatus (Compere, 1939), M. brasiliensis (Compere & Annecke, 1961), M. discolor (De Santis, 1970), M. flavus (Howard, 1881) e M. omega (Noyes, 2004). A distribuição deste gênero é cosmopolita, com prevalência do maior número de espécies na Região Neotropical. Espécies do gênero são associadas a 10 famílias de cochonilhas distintas, com destaque para as famílias Coccidae e Diaspididae (Prinsloo, 1979; Bergmann et al., 1991; Tavares et al., 2019; Noyes, 2019). Os parasitoides da família Eulophidae são associados a uma grande diversidade de artrópodes, sendo algumas espécies parasitas de aracnídeos e outras espécies de distintos grupos de insetos, em vários estágios de desenvolvimento (LaSalle, 2006). Algumas espécies têm sido associadas como parasitoides primários ou secundários de cocoideos, pseudococcídeos e de outras 41 famílias de artrópodes (Peck, 1963; LaSalle, 1994). Aprostocetus (Westwood, 1833) (Eulophidae) está entre um dos maiores gêneros de Chalcidoidea, com mais de 800 espécies descritas, distribuídas em oito ordens de diferentes artrópodes, sendo 46 famílias de insetos, principalmente incluídas em Coleoptera, Diptera, Hemiptera e Hymenoptera (Yang et al., 2014; Noyes, 2019). Aprostocetus minutus (Howard, 1881) está associada ao maior número de hospedeiros da família Pseudococcidae, distribuídos em 6 gêneros (Peck, 1963; Burks, 1979; LaSalle, 1994; Noyes, 2019). No Brasil, várias espécies do gênero Aprostocetus foram associadas às cochonilhas, como S. oleae (Coccidae) sobre oliveiras no Rio Grande do Sul (Souza, 2014), Ceroplastes sp. principalmente sobre frutíferas e ornamentais no estado de São Paulo (Peronti, 2004) e Praelongortezia praelonga (Ortheziidae) sobre plantas cítricas, no estado do Maranhão (Ramos, 2015). Entre os insetos predadores, temos os coccinelídeos (Coccinellidae), que se encontram amplamente distribuídos, ocorrendo em todos os ecossistemas terrestres. Estes insetos abrangem cerca de 6000 espécies conhecidas ao redor do mundo, distribuídas em 360 gêneros, as quais são subdivididas em sete subfamílias e 42 tribos (Costa Lima, 1953; Olkowski et al., 1990). 12 No Brasil, são conhecidas como “joaninhas” e já foram registradas cerca de 590 espécies, representando cerca de 40% de todas as espécies conhecidas na América do Sul (Almeida e Ribeiro-Costa, 2009). Estes insetos são predadores na fase larval e adulta, sendo importantes como agentes de controle biológico de inúmeros ácaros e insetos, dos quais muitas espécies são pragas de culturas agrícolas e florestais (Aguiar- Menezes et al., 2008; D’ávila, 2012; Paulo, 2017). As cochonilhas correspondem a 36% das espécies de suas presas nas regiões tropicais e subtropicais (Hodek e Honel, 2009). Entretanto, no Brasil, o número de introduções de coccinelídeos para controle biológico clássico ainda é reduzido. Cryptolaemus montrouzieri (Mulsant, 1853) foi introduzido no país para o programa de controle biológico das cochonilhas P. praelonga e D. brevipes, pragas dos citros e do abacaxi, respectivamente (Vilela et al., 2000; Almeida e Ribeiro-Costa, 2012). Os registros de interações entre coccinelídeos e cochonilhas têm sido realizados principalmente sobre plantas de importância econômica. Para a região Sudeste do Brasil, Martinelli et al. (2017), através das compilações sobre inimigos naturais associados às famílias Coccidae, Diaspididae, Pseudococcidae e Ortheziidae, listaram registros de coccinelídeos dos gêneros: Scymnus, Coccidophilus, Azya, Cycloneda, Cryptolaemus, Chilocorus, Exoplectra, Harmonia, Tenuisvalvae e Pentilia. Alguns desses coccinelídeos são conhecidos por predar preferencialmente espécies de uma ou mais famílias de cochonilhas, enquanto outras têm como presas primárias outros grupos de insetos, porém na ausência destes podem se alimentar de outras espécies de cochonilhas. A joaninha Azya luteipes (Mulsant 1850), nativa da Região Neotropical, encontra- se também distribuída na Região Neártica. No Brasil, esta espécie já foi registrada para os estados da Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo (González, 2012; García Morales et al., 2016). Este predador é citado como inimigo natural de muitas espécies de cochonilhas da família Coccidae, como C. viridis, Ceroplastes sp., Pulvinaria psidii (Maskell,1893) e S. oleae (Bartlett, 1978; Rosado et al., 2014). 13 No Brasil, A. luteipes foi associada a P. citri em plantas de café no estado de Minas Gerais (Silva, 2011). Nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro este predador foi associado à cochonilha P. praelonga em pomares cítricos (Cassino, Lima, Racca Filho, 1991; Gravena, 2005). Em São Paulo, este mesmo coccinelídeo foi associado às cochonilhas: C. viridis, S. coffeae, Parlatoria ziziphi (Lucas,1853), Selenaspidus articulatus (Morgan, 1889) e Unaspis citri (Comstock, 1883) em plantas de citros (Prates e Pinto, 1989; Gravena, 1990; Benvenga et al., 2004; Gravena, 2005). Eriops connexa (Germar, 1824) é uma espécie de joaninha que se encontra distribuída nos países da América do Sul. É considerada um bom predador para redução de populações de afídeos, ácaros e cochonilhas, podendo ser utilizada em programas de controle biológico (Oliveira et al., 2004; Sarmento et al., 2007). Os dípteros predadores possuem função ecológica importante nos ecossistemas, sendo agentes reguladores de insetos-praga (Culik et al., 2008). Dentre estes, as larvas de Cecidomyiidae, Drosophilidae e Syrphidae se destacam como predadores de espécies de cochonilhas. Para a região sudeste do Brasil, 11 espécies de dípteros foram associadas às cochonilhas, sendo os gêneros Gitona, Rhinoleucophenga (Drosophilidae), Diadiplosis (Cecidomyiidae) e Salpingogaster (Syrphidae) com espécies de Coccidae, Pseudococcidae e Orthezidae (Martinelli et al., 2017). Diadiplosis (Diptera: Cecidomyiidae) é um gênero cosmopolita, que contém 30 espécies descritas, ao qual, 11 são conhecidas na região Neotropical. As larvas dessa mosca têm sido associadas como predadoras de cochonilhas, especialmente da família Pseudococcidae e moscas brancas da família Aleyrodidae (Culik e Ventura, 2012, 2013a). Novas espécies e associações de cochonilhas com cecidomiideos têm sido descritas no Brasil. D. bellingeri (Culik e Ventura, 2012), coletada em associação com cochonilhas da família de Coccidae e Pseudococcidae (Hemiptera: Coccoidea) em C. arabica no município de Domingos Martins, no estado do Espírito Santo (Culik e Ventura, 2012), D. abacaxii (Culik e Ventura, 2013a) predando D. brevipes no abacaxi, no município de Cachoeiro de Itapemirim, estado do Espírito Santo (Culik e Ventura, 2013a), D. jamboi (Culik e Ventura, 2013b) em associação com P. halli infestando frutos 14 de jambo no município de Vitória e D. martinsensis (Culik e Ventura, 2013b) em associação com cochonilhas no abacaxi e cochonilhas (Coccidae e Pseudococcidae) no C. arabica no município de Domingos Martins, no estado do Espírito Santo (Culik e Ventura, 2013b). Diadiplosis sp. foi associado a cochonilha Sacharicoccus sacchari (Cockerell, 1895) (Pseudococcidae) em cana-de-açúcar nos municípios de Jaboticabal e São Carlos, no estado de São Paulo (Cruz, 2018). Entre as espécies do gênero Salpingogaster (Eosalpingogaster) (Diptera: Syrphidae) associadas como predadoras de cochonilhas da família Diaspididae e Orthezidae, foram: Eosalpingogaster nigriventris (Bigot, 1884) associado com Dactylopius ceylonicus (Green, 1896) (Dactylopiidae) e E. cochenillivora (Guerin- Meneville 1848 ) com a Dactylopius opuntiae (Cockerell, 1896) em cactos no México; e E. conopida (Bigot, 1883) tem sido relatado associada como predador de P. praelonga (Ortheziidae) e C. viridis (Coccidae) em citros no estado de São Paulo, Brasil (García Morales et al., 2016). As tesourinhas (Dermaptera: Anisolibididae) são insetos predadores cosmopolitas, constituem um grupo de insetos terrestres de hábitos noturnos, conhecidos vulgarmente como "tesourinhas" ou “lacrainhas”, que durante o dia ficam abrigados em locais úmidos e apresentam grande potencial como inimigo natural de insetos e ácaros pragas (Klostermeyer, 1942; Kocarek, Dvorak, Kirstova, 2015), como os dermapteros da família Anisolabididae que têm se tornado promissores no controle biológico. Nesta família, destaca-se a espécie Euborelia annulipes (Lucas, 1847) (Dermaptera: Anisolabididae) pela capacidade de predar grande número de presas e da facilidade de criação em laboratório (Silva, 2010). Euborellia annulipes apresenta comportamento predatório voraz alimentando-se de ovos, larvas e pupas de outros insetos (Ramalho e Wanderlei, 1996; Urbaneja et al., 2006; Silva et al., 2009). Esta espécie foi associada como um agente controlador de Cosmopolites sordidus (Germar, 1824) (Coleoptera: Curculionidae) na Jamaica, lagartas de Sesamia inferens (Walker 1856) (Lepidoptera: Noctuidae) no Japão e alguns insetos-praga de grãos armazenados (Klostermeyer, 1942; Silva et al., 2009; Moral et al., 2017). 15 No Brasil, E. annulipes foi associada como predador da lagarta Crambus bonifatellus (Hulst) (Lepidoptera: Crambidae), lagartas e pupas de Diatraea saccharalis (Fabricius 1794) (Lepidoptera: Pyralidae), de ovos, larvas, ninfas e adultos de Dermanyssus gallinae (De Geer, 1778) (Acarina: Dermanyssidae), ovos e lagartas de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) e Hyadaphis foeniculi (Passerini 1860) (Hemiptera: Aphididae) (Guimaräes et al., 1992; Silva, 2006; Silva et al., 2010) e larvas e pupas de Anthonomus grandis (Boheman 1843) (Coleoptera: Curculionidae) em nível de campo (Ramalho e Wanderley, 1996). De acordo com Nunes (2017), a tesourinha E. annulipes é eficiente predador de lagartas e pupas de Plutella xylostella (L. 1758) (Lepidoptera: Plutellidae) em condições de laboratório. Os adultos e ninfas de E. annulipes são encontrados com frequência em locais como esterco úmido, e em material orgânico em decomposição, como folhagens e compostagens (Guimarães et al., 1992). Assim, é um predador com potencial para o controle de insetos-praga, como exemplo as cochonilhas que se abrigam em colônias em locais protegidos nas plantas, sendo uma característica favorável ao predador. A família Chrysopidae possui cerca de 1500 espécies distribuídas em 81 gêneros descritos, sendo conhecidas cerca de 180 espécies distribuídas em 22 gêneros no Brasil (Oswald, 2015; Martins e Machado, 2017). Destacando-se como um dos grupos mais diversos, é a família de maior importância econômica da ordem Neuroptera (Brooks e Barnard, 1990). Os crisopídeos na fase larval são predadores polífagos, ao qual, têm despertado atenção em relação ao seu potencial no controle populacional de pragas (Carvalho e Souza, 2000), consumindo pulgões, cochonilhas, moscas-brancas, ovos e pequenas lagartas de lepidópteros, ácaros e outros artrópodes (Carvalho e Souza, 2009). Crisopídeos dos gêneros Chrysoperla (Steinmann, 1964), Chrysopodes (Navás, 1913), Ceraeochrysa (Adams, 1982) e Leucochrysa (McLachlan, 1868) têm sido relatados predando espécies de Coccidae, Diaspididae, Ortheziidae e Pseudococcidae na região Sudeste do Brasil (Martinelli et al., 2017). Entre as espécies nativas que predam cochonilhas, destacam-se Chrysoperla externa (Hagen, 1861) e Ceraeochrysa cubana (Hagen, 1861). Ambas possuem ampla 16 distribuição na Região Neotropical. No Brasil, Chrysoperla externa ocorre em 17 estados e C. cubana em 15 estados (Oswald, 2015; Martins e Machado, 2017). Chrysoperla externa tem sido relatada ocorrendo em diversos agroecossistemas brasileiros, exercendo sua função com alto potencial no controle biológico (Freitas, 2002; Souza e Carvalho, 2002). As larvas de C. externa se alimentadas exclusivamente da cochonilha P. citri, a 25°C, apresentam um tempo médio de vida de 49 a 101 dias (Bezerra et al., 2006). Gonçalves-Gervásio e Santa-Cecília (2001) constataram que larvas do predador C. externa apresentam potencial de uso no controle de D. brevipes, diante do elevado número de ninfas e adultos predados. Carvalho et al. (2008) relatou que uma larva de terceiro instar de C. externa consome cerca de 14 adultos de P. citri, e 196, 54 e 24 ninfas de primeiro, segundo e terceiro instar da cochonilha, respectivamente. As características de C. externa, como voracidade das larvas, elevado potencial de reprodução, hábitos alternativos de alimentação, bem como a relativa facilidade de criação em laboratório, a destacam como promissora para que seja utilizada no controle biológico de diversas espécies de insetos-praga agrícolas (Albuquerque et al., 1994). 6. Referências Aguiar-Menezes EL, Lixa AT, Resende, ALS (2008) Joaninhas predadoras, as aliadas do produtor no combate às pragas. A Lavoura 111:38-41. Alburquerque, GS, Tauber, CA, Tauber MJ (1994) Chrysoperla externa: Life history and potencial for biological control in central and south America. Biological Control, San Diego, 4:8-13. Alves VS, Moino Junior A, Santa-Cecília LVC, Rohde C, Silva MATD (2009) Testes em condições para o controle de Dysmicoccus texensis (Tinsley) (Hemiptera, Pseudococcidae) em cafeeiro com nematoides entomopatogênicos do gênero Heterorhabditis (Rhabditida, Heterorhabditidae). Revista Brasileira de Entomologia 53:139-143. 17 Almeida LM, Ribeiro-Costa CS (2009) Coleópteros predadores: Coccinellidae. In: Antônio R. Panizzi; José R.P. Parra. (Org.). Ecologia Nutricional de Insetos e suas implicações no Manejo Integrado de Pragas. Brasília: Editora Embrapa, p. 931-968. Almeida LM, Ribeiro-Costa CS (2012) Predatory Beetles (Coccinellidae). In: Antônio R. Panizzi; José RPParra. (Eds). Insect Bioecology and Nutrition for Integrated Pest Management. Boca Raton: CRC Press, p. 571-591. Altieri MA, Nicholls CI (1999) Classical biological control in Latin America. In: Bellows, T. S.; Fisher, T. W. (Eds.). Handbook of Biological Control: Academic Press, San Diego, California. p. 975- 991. AMSC - Alta Mogiana Speciality Coffee (2019). A região da Alta Mogiana. Franca, 2019. Disponível em: . Acesso em 12 nov. 2019. Annecke DP, Insley HP (1974) The species of Coccophagus Westwood, 1833 from the Ethiopian region (Hymenoptera: Aphelinidae). Department of Agricultural Technical Services, Republic of South Africa. Entomology Memoirs 37:1-62. Bartlett BR (1978), Coccidae. In: Clausen CP (Eds.). Introduced parasites and predadors of arthropod pests and weeds: a world review. U.S. Departament of Agriculture, Agriculture Handbook, p.57-74. Benvenga SR, Gravena S, Silva JL, Junior NA, Amorim LCS (2004) Manejo prático da cochonilha ortézia em pomares de citros. Laranja 25:291-312. Bergmann EC, Imenes SDL, Tavares MT (1991) Occurrence of the scale insect Aspidiotus sp. (Hemiptera: Diaspididae) and its parasitoids on ciones of rubber plants in Sao Paulo State. Arquivos do Instituto Biológico 58: 65-67. Bezerra GCD, Santa-Cecilia LVC, Carvalho CF, Souza B (2006) Aspectos biológicos da fase adulta de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) oriunda de larvas alimentadas com Planococcus citri (Risso, 1813) (Hemiptera: Pseudococcidae). Ciência e Agrotecnologia 30: 603-610. 18 BRASIL. Lei n. 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras providências. Disponível em: < https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=10831&ano=2003&ato=60 boXTE50dRpWTdb1> Acesso em: 24 dez. 2020. Brooks SJ, Barnard PC (1990) As amarras verdes do mundo: uma revisão genérica (Neuroptera: Chrysopidae). O Boletim do Museu Britânico 59: 117-286. BSCA (2020) Cafés Especiais do Brasil. Alta Mogiana: descrição. Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2020. BSCA (2021) Cafés Especiais do Brasil. Alta Mogiana: descrição. Disponível em: . Acesso em: 27 jan. 2021. Burks BD (1979) Torymidae (Agaoninae) and all other families of Chalcidoidea (excluding Encyrtidae). In: Krombein KV, Hurd PD Jr, Smith DR, Burks BD, Eds. Catalog of Hymenoptera in America North of Mexico. Washington, D.C: Smithsonian Institute Press. 998p. Cassino PCR, Rodrigues WC (2004) Citricultura Fluminense – principais pragas e seus inimigos naturais. EDUR, Seropédica. 168p. Cassino, P. C. R.; Lima, A. F.; Racca Filho, F. Orthezia praelonga Douglas, 1891 em plantas cítricas no Brasil (Homoptera, Ortheziidae). Arquivos Universidade Federal Rural, Rio de Janeiro, v. 14, p. 35-57, 1991. Carvalho CF, Souza B (2000) Métodos de criação e produção de crisopídeos, in: Bueno, V. H. P. (Eds.) Controle biológico de pragas: produção massal e controle de qualidade. Lavras: Editora UFLA, 196p. Carvalho CF (2008) Biological aspects and predatory capacity of Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) fed on Planococcus citri (Risso, 1813) (Hemiptera: Pseudococcidae), In: Cross J, Brown M, Fitzgerald J, Fountain M, Yohalem J (Eds) Proceedings of the 7th International Conference on Integrated Fruit Production, Avignon, 374-379p. 19 Carvalho CF, Souza B (2009) Métodos de criação e produção de crisopídeos. In: Bueno, V. H. P. (Org.) Controle biológico de pragas: produção massal e controle de qualidade. 2. ed. Lavras: Editora UFLA, p 77-115. Carvalho C, Santos CE, Treichel M, Filter C.F (2018) Anuário brasileiro do café, 96 p. Cecafé (2021) Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. Dados estatísticos Exportações Brasileiras 2020. Disponível em: < https://www.cecafe.com.br/dados- estatisticos/exportacoes-brasileiras/>. Acesso em: 30 de jan. 2021. Chávez CYL (2016) Efeito dos inibidores de proteases benzamidinas nas respostas bioquímico-fisiológicas de Coffea arabica e da cochonilha Coccus viridis. 75 f. Dissertação (Mestrado em Entomologia) - Universidade Federal de Viçosa. Charles JG, Froud KJ, van den Brink R, Allan DJ (2009) Mealybugs and the spread of grapevine leafroll-associated virus 3 (GLRaV-3) in a New Zealand vineyard. Australasian Plant Pathology 38:576-583. Corseuil E (1958) Combate às pragas da fruticultura. Porto Alegre: Secção de Informações e Propaganda Agrícola. Costa Lima AM (1953) Familia Coccinelllidae. In; Costa Lima, A. M. Insetos do Brasil. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Agronomia, 8º Tomo, Capítulo 77-Coleopteros, 2ª Parte. p. 283-303. (Serie Didática nº 10). Costa Lima AM (1942) Homópteros. In: Insetos do Brasil. 3. tomo. [Rio de Janeiro]: Escola Nacional de Agronomia, (Série Didática, 4). 327f. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2017. Costa VA, Dalmolin A (2015) Encyrtidae. In. Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil. PNUD. Disponível em: http://fauna.jbrj.gov.br. Acesso em: 02 jul. 2020. CONAB (2021) Acompanhamento da safra brasileira: café. Brasília: CONAB, 48. (CONAB. Documento Nº 3). 20 Coutinho DC (2010) Fatores determinantes do ataque de Coccus viridis ao cafeeiro. 38 f. Dissertação (Mestrado em Entomologia) - Universidade Federal de Viçosa. Compere H (1939) Mealybugs and their insect enemies in South America. University of California Publications in Entomology 7:57-74. Cox JM, Freeston AC (1985) Identification of mealybugs of the genus Planococcus (Homoptera: Pseudococcidae) occurring on cacao throughout the world. Journal of Natural History 19:719-728. Culik MP, Martins DS, Ventura JA, Wolff VF, (2008) Diaspididae (Hemiptera: Coccoidea) of Espírito Santo, Brazil. Journal of Insect Science 8:1-6. Doi: 10.1673/031.008.1701 Culik MP, Martins DS, Ventura JA (2011) New distribution and host records of chalcidoid parasitoids (Hymenoptera: Chalcidoidea) of scale insects (Hemiptera: Coccoidea) in Espírito Santo, Brazil. Biocontrol Science and Technology 21:877-881. DOI: 10.1080/09583157.2011.588319 Culik MP, Ventura JA (2012) A new species of cecidomyiid (Diptera, Cecidomyiidae) predator associated with scale insect (Hemiptera, Coccoidea) pests of coffee. Journal of the Entomological Research Society 14:9-13. Culik MP, Ventura JA (2013a) A new species of cecidomyiid (Diptera, Cecidomyiidae) predator of scale insect (Hemiptera, Coccoidea) pests of pineapple. Acta Phytopathologica et Entomologica Hungarica 48:129-134. Culik MP, Ventura JA (2013b) Two New Neotropical Species of Midge (Diptera: Cecidomyiidae) Predators of Scale Insects (Hemiptera: Coccoidea). Journal of the Entomological Research Society 15: 103-111. Cruz MA (2018) Inimigos naturais de cochonilhas (Hemiptera: Sternorrhyncha: Coccoidea) associadas a plantas de importância econômica no estado de São Paulo. 129 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia – Entomologia Agrícola) - Unesp, Jaboticabal. 21 Daane KM, Almeida RPP, Bell VA, Botton M, Fallahzadeh M, Mani M (2012) Biology and management of mealybugs in vineyards. In: Bostanian NJ, Isaacs R, Vincent C, editors. Arthropod Management in Vineyards. Netherlands: Springer; p. 271-308. D’Ávila VA (2012) Aceitação de polens de Apiaceae por Coleomegilla maculata DeGeer (Coleoptera: Coccinellidaae) e efeito de diferentes dietas na sua biologia. 85 f. Dissertação (Mestrado em Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Rio de Janeiro. De Bortoli SA, Benvenga SR, Gravena S, Miranda JE (2001) Biologia de Pentilia egena Mulsant (Coleoptera: Coccinellidae) e predação sobre Chrysomphalus ficus Ashmead (Homoptera: Diaspididae). Boletín de Sanidad Vegetal Plagas 27:337-343. De Santis L (1980) Catalogo de los himenopteros brasileños de la serie Parasitica, incluyendo Bethyloidea. Curitiba: Editora da Universidade Federal do Paraná. p.395. Fandi BB, Suroshe, SS (2015) The invasive melaybug Phenacoccus solenopisi Tinsley, a threat to tropical and subtropical agricultural and horticultural production systems: A review. Crop Protect 69:34-43. Fatobene BJR (2010) Interação entre a cochonilha-da-raiz, Dysmicoccus texensis (Tinsley), e clones de Coffea canephora Pierre resistentes a nematóides do gênero Meloidogyne. 70 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical e Subtropical) - IAC, Campinas. Fazuoli LC (1986) Genética e melhoramento do cafeeiro. In: Rena, A. B.; Malavolta, E.; Rocha, M. (Ed.) Cultura do cafeeiro: fatores que afetam a produtividade do cafeeiro. Piracicaba, Potafós, 87-113p. Fernandes FL, Picanço MC, Fernandes ME, Galdino TV, Tomaz AC (2009) Perdas causadas por Coccus viridis (Hemiptera: Coccidae) em mudas de Coffea arabica L. EntomoBrasilis 2:49-53. Fernandes LG (2013) Diversidade de inimigos naturais de pragas do cafeeiro em diferentes sistemas de cultivo. 192 f. Tese (Doutorado em Entomologia) - UFLA, Lavras. 22 Fornazier MJ (2016) Bioecologia, dano e controle de Planococcus Citri (Risso) (Hemiptera: Pseudococcidae) em Coffea Canephora Pierre Ex Froehner (Rubiaceae). 91 f. Tese (Doutorado em Entomologia) - UFV, Viçosa. Fornazier MJ, Martins DS, Granara De Willink MC, Pirovani VD, Ferreira P SF, Zanuncio JC (2017) Scale insects (Hemiptera: Coccoidea) associated with arabica coffee and geographical distribution in the neotropical region. Anais da Academia Brasileira de Ciências 89:3083-3092. Flanders SE, Bartlett BR, Fisher TW (1961) Coccophagus basalis (Hymenoptera: Aphelinidae): Its Introduction into California with Studies of Its Biology. Annals of the Entomological Society of America 54:227-236. Freitas S (2002) O uso de crisopídeos no controle biológico de pragas. In: Parra JR P, Botelho PSM, Corrêa-Ferreira BS, Bento JMS (Eds.), Controle biológico no Brasil: parasitoides e predadores. São Paulo: Manole, p. 209-224. Gauld ID, Bolton B (1996) The Hymenoptera. Reprinted and revised. Oxford, UK: Oxford University Press, 332p. García Morales M, Denno BD, Miller DR, Miller GL, Ben-Dov Y, Hardy NB (2016) ScaleNet: a literature-based model of scale insect biology and systematics. Database, J. Biol. Databases Curation. 2016: 1-5. http://scalenet.info. Gibson GAP, Huber JT, Wooley JB (1997) Annotated Keys to the Genera of Neartic Chalcidoidea (Hymenoptera). Ottawa: NRC Research Press.794p. Gonçalves CR (1963) Procedimento da Orthezia praelonga na Baixada Fluminense e seu combate racional. Boletim do Campo 19: 12-15. Gonçalves-Gervásio RC, Santa-Cecília LVC (2001) Consumo alimentar de Chrysoperla externa sobre as diferentes fases de desenvolvimento de Dysmicoccus brevipes, em laboratório. Pesquisa Agropecuária Brasileira 36:387-391. González G (2012) Los Coccinellidae de Brasil. Disponível em: < https://www.coccinellidae.cl/paginasWebBra/Paginas/InicioBra.php>. Acesso em: 08. jan. 2021. 23 Granara De Willink MC (2009) Dysmicoccus de la región neotropical (Hemiptera: Pseudococcidae). Revista de la Sociedad Entomológica Argentina 68:11-95. Granara De Willink MC, Pirovani VD, Ferreira PS (2010) Las Especies de Coccus que afectan Coffea arabica en Brasil (Coccoidea: Coccidae) y redescripcion de dos especies. Neotropical Entomology 39:391-399. Grazia J, Cavichioli RR, Wolff VRS, Fernandes JAM, Takiya D (2012). Hemíptera. In: Rarafel, J. A.; Melo, G. A. R.; Carvalho, C. J. B. De; Casari, S. A.; Constantino, R. (Ed). Insetos do Brasil: diversidade e taxonomia. Holos, p. 347-405. Gravena S, Fernandes OA (1990) Citros: Inimigos naturais no manejo de pragas. Correio Agrícola 2:6-7. Gravena S (2005) Manual prático de manejo ecológico de pragas dos citros. Gravena, Jaboticabal, São Paulo.372p. Greathead DJ (1986) Parasitoids in classical biological control. In: Waage J.; Greathead D. (Eds.). Insect parasitoids: Academic Press, London. p. 289-318. Guimarães JH, Tucci EC, Gomes JPC (1992) Dermaptera (Insecta) associados a aviários industriais no estado de São Paulo e sua importância como agentes de controle biológico de pragas avícolas. Revista Brasileira de Entomologia 36:527-534. Harris (1997) Cecidomyiidae and other Diptera In: Ben-Dov Y, Hodgson CJ (Eds.) World crop pests soft scale insects- their biology, natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier 7: 61-68. Herting B (1972) Homoptera Catalogue of Parasites and Predators of Terrestrial Arthropods. Host or Prey/Enemy. Common wealth Agricultural Bureaux, Slough, England, 1127p. Hodek I, Honel A (2009) Scale insects, mealybugs, whiteflies na psyllids (Hemiptera: Sternorrhyncha) as prey of ladybirds. Biological Control 51:232- 243. 24 Jácome MGO, Mantovani JR, Silva ABDA, Rezende TT, Landgraf PRC (2020) Soil attributes and coffee yield in an agroforestry system. Coffee Science 15:1-9. Klostermeyer EC (1942) The life history and habits of the ring-legged earwig, Euborellia annulipes Lucas. Journal of the Kansas Entomological Society 15:13-18. Kocarek P, Dvorak l, kirstova M (2015) Euborellia annulipes (Dermaptera: Anisolabididae), a new alien earwing in Central European greenhouses: potential pest or beneficial inhabitant. Applied Entomology and Zoology 50:201-206. Lampson LJ, Morse JG (1992) A study of black scale, Saissetia oleae (Hom: Coccidae) parasitoids (Hym: Chalcidoidea) in southern California. Entomophaga 37:373-390. LaSalle J, Huang DW (1994) Two new Eulophidae (Hymenoptera: Chalcidoidea) of economic importance from China. Bulletin of Entomological Research 84:51-56. LaSalle J, Schauff ME, Hansson C (2006) Familia Eulophidae. In: Hanson, PE, and Gauld, ID. (2006). Hymenoptera de la region neotropical. American Entomological Institute 77:356-373. Mani M (1995) Comparative development, progeny production and sex ratio of the exotic parasitoid Leptomastix dactylopii howard (Hymen: Encyrtidae) on Planococcus lilacinus and P. citri (Homop: Pseudococcidae). Entomon 20:23-26. Mani MA, Shivaraju C (2011) Biological suppression of major mealybugs species on horticultural crops in India. Journal Horticultural Science 6: 85-100. Mani M, Shivaraju C (2016) Mealybugs and their management in agricultural and horticultural crops. New Delhi: Springer, 647p. Doi.org/10.1007/978-81-322-2677- 2Matos, KFS, Braga, MJ (2020) Direcionadores da produção de café orgânico no Brasil. Revista de Política Agrícola 29: 21. Martins C C, Machado RJP (2017) Chrysopidae in: Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil. PNUD. Disponível em . Acesso em: 19 dez.2017. 25 Martinelli NM, Peronti ALBG, Cruz MA, Siqueira MA, Monteiro GA, Alexandrino JG, Martins CC (2017) Inimigos naturais associados a cochonilhas na região Sudeste do Brasil, In: Castilho RC, Barilli DR, Truzi CC (Eds.) Tópicos em Entomologia Agrícola X, Jaboticabal, SP: Multipress 259 p. Matiello JB, Santinato R, Almeida SR, Garcia AWR (2020). Cultura de café no Brasil: manual de recomendações. Fundacão procafé. ISBN: 9788566870978. 716p. MAPA 2019. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Café no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 17 de set. 2019. Mckenzie HL (1967) Mealybugs of California: with taxonomy, biology, and control of North American species (Homoptera: Coccoidea: Pseudococcidae). Berkeley: University of California Press. 526p. Miller DR, Davidson JA (2005) Armored scale insect pests: of trees and shrubs. Ithaca, NY: Cornell Univ. Press, 2005. 442p. Moral RA, Demétrio CGB, Hinde J, Godoy WAC, Fernandes FS (2017) Parasitism- mediated prey selectivity in laboratory conditions and implications for biological control. Basic and Applied Ecology 19:67-75. Murakami Y, Abe N, Cosenza GW (1984) Parasitoids of scale insects and aphids on citrus in the: Cerrados region of Brazil (Hymenoptera: Chalcidoidea). Applied Entomology and Zoology 19:237-244. Murúa MG, Fidalgo P (2006) Listado preliminar de los enemigos naturales de Saissetia oleae (Homoptera: Coccidae) en olivares de la provincia de La Rioja, Argentina. Boletin de Sanidad Vegetal - Plagas 27:447-454. Myartseva SN (2006) Review of Mexican species of Coccophagus Westwood, with a key and description of new species (Hymenoptera: Chalcidoidea: Aphelinidae). Zoosystematica Rossica 15:113-130. 26 Nakano O (1972) Estudo da cochonilha-da-raiz do cafeeiro Dysmicoccus texensis (Hempel, 1918). 128 f. Tese (Livre Docência em Entomologia) – Esalq, Piracicaba. Noyes JS (2019) Universal Chalcidoidea Database. http://www.nhm.ac.uk/our- science/data/chalcidoids/database/ Acessado em: 30 jan. 2019. Noyes JS, Hayat M (1994) Oriental mealybug parasitoids of the Anagyrini (Hymenoptera: Encyrtidae). CAB International, Oxon, UK, p. 560. Noyes JS, Woolley JB, Zolnerowich G (1997) Encyrtidae. In: Gibson, G. A.P., Huber J. T., Woolley, J. B. Annotated keys to the genera of Nearctic Chalcidoidea (Hymenoptera). NRC Research Press, Ottawa, Canada, p.170-320. Noyes JS (2000) Encyrtidae of Costa Rica (Hymenoptera: Chalcidoidea), 1. The subfamily Tetracneminae, parasitoids of mealybugs (Homoptera: Pseudococcidae). Memoirs of the American Entomological Institute, 62:95-97. Noyes JS (1980) A review of the genera of Neotropical Encyrtidae (Hymenoptera: Chalcidoidea). Bulletin of the British Museum (Natural History) Entomology 41: 107-253. Nunes GS, (2017) Aspectos biológicos, predação e resposta funcional de Euborellia annulipes (Lucas) (Dermaptera: Anisolabididae) tendo Plutella xylostella (L.) (Lepidoptera: Plutellidae) como presa. 84f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - UFPB, Areia. Olkowski W, Shang A, Thiers P (1990) Improved biocontrol techniques with lady beetles. IPM-Practioner, 12:1-12. Oliveira NC, Wilcken CF, Matos CAO (2004) Ciclo biológico e reprodução de três espécies de coccinelídeos (Coleoptera: Coccinellidae) sobre o pulgão-gigante-do-pinus Cinara atlântica (Wilson) (Hemiptera: Aphididae). Revista Brasileira de Entomologia 48:529-533. OIC 2021: International Coffee Organization. Coffee production by exporting countries. Disponível em: < http://www.ico.org/prices/po-production.pdf>. Acesso em: 08 de fev. 2021. 27 Oswald JD (2015) Neuropterida Species of the World. Texas. Disponível em . Acesso em: 21 jan. 2019. Paulo HH (2017) Efeitos de extratos de fumo e nim sobre Myzus persicae (Sulzer) (Hemiptera: Aphididae) e Coleomegilla maculata DeGeer (Coleoptera: Coccinellidae). 77f. Dissertação (Mestrado em Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada) - UFRRJ, Seropédica. Peck O (1963) A catalogue of the Nearctic Chalcidoidea (Insecta; Hymenoptera). Canadian Entomologist 30:141p. Peronti ALBG (2004) Sistemática das espécies de Ceroplastinae Atkison, 1886 (Hempitera: Coccoidea) que ocorrem no estado de São Paulo, Brasil e inventariação de seus parasitoides. 187 f. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) - UFSCAR, São Carlos. Pinto Neto JN, Alvarenga MIN, Corrêa MDP, Oliveira CCD (2014) Efeito das variáveis ambientais na produção de café em um sistema agroflorestal. Coffee Science 9:187- 195. Ponsonby DJ, Copland MJW (1997) Coccinellidae and other coleóptera. 2 Predators: In: Ben-Dov, Y.; Hodgson, C. J. (Ed.). World crop pests - soft scale insects, their biology, natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 7:29-60. Prado E, Alvarenga TM, Santa-Cecília LVC (2015) Parasitoids associated with the black scale Saissetia oleae (Olivier) (Hemiptera: Coccidae) in olive trees in Minas Gerais State, Brazil. Acta Scientiarum Agronomy 37:411-416. Prates HS, Pinto WSB (1989) Controle da cochonilha Orthezia praelonga (Douglas, 1891) (Homoptera: Ortheziidae) em citros. In: Anais do XII Congresso Brasileiro de Entomologia. Anais... Belo Horizonte, p.323. Prinsloo GL, Annecke DP (1979) A key to the genera of Encyrtidae from the Ethiopian region with descriptions of three new genera (Hymenoptera: Chalcidoidea). Journal of the Entomological Society of Southern Africa 42:349-382. 28 Ramalho FS, Wanderley PA (1996) Ecology and management of the boll weevil in South American cotton. American Entomologist 42:41-47. Ramos ASJC (2015) Diversidade de cochonilhas e parasitoides associados a fruteiras tropicais na ilha de São Luís, Maranhão, Brasil. 83 f. Dissertação (Mestrado em Agroecologia) – UEMA, São Luís. Reis PR, Souza JC, Santa-Cecilia LVC, Silva RA, Zacarias MS (2010) Manejo integrado de pragas do cafeeiro. In: Reis, P. R.; Cunha, R. L. (Ed.). Café arábica: do plantio a colheita. Lavras, MG: Epamig. 573-688. Rosen D, De Bach P (1990) Ectoparasites. Armored scale insects, 4: p.99-120. Rosado JF, Bacci L, Martins JC, Silva GA, Gontijo LM, Picanço MC (2014) Natural biological control of green scale (Hemiptera: Coccidae): a field life-table study, BiocontrolScience and Technology 24:190-202 Doi: 10.1080/09583157.2013.855165 Rung A, Scheffer SJ, Evans G, Miller DR (2008) Molecular identification of two closely related species of mealybugs of the genus Planococcus (Homoptera: Pseudococcidae). Annals of The Entomological Society of America 101: 525-532. Sarmento RA, Pallini A, Venzon M, Souza OF, Molina-Rugama AJ, Oliveira CL (2007) Functional response of the predator Eriops connexa (Coleoptera: Coccinelidae) to diferente prey types. Brazilian Archives of Biology and Technology 50: 121-126. Santa-Cecília LV, Souza JC, Reis PR (2000) Novas constatações da cochonilha-da- raiz Dysmicoccus texensis em lavouras de café no Sul de Minas, em Minas Gerais. Lavras: EPAMIG, 2p. (Circular Técnica, 130). Santa-Cecília LV, Reis PR, Souza JC (2002) Sobre a nomenclatura das espécies de cochonilhas-farinhentas do cafeeiro nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Neotropical Entomology 31:333-334. 29 Santa-Cecília LVC, Souza BC, Prado E, Junior AM, Fornazier MJ, Carvalho GA (2007) Cochonilhas-farinhentas em cafeeiros: Bioecologia, danos e métodos de controle. Belo Horizonte: EPAMIG, 48p. (EPAMIG. Boletim Técnico, 79). Santa-Cecília LVC, Prado E, Oliveira MS (2013) Sobre o condicionamento alimentar na cochonilha-branca, Planococcus citri (Risso) (Hemiptera: Pseudococcidae). Revista Brasileira de Fruticultura 35:86-92. Santa-Cecília LVC, Souza B (2014) Cochonilhas-farinhentas de maior ocorrência em cafeeiros no Brasil. Informe Agropecuário 35:45-54. Silva AB, Batista JL, Brito CH (2009) Capacidade predatória de Euborellia annulipes (Lucas, 1847) sobre Spodoptera frugiperda (Smith, 1797). Acta Scientiarum: Agronomy 31:7-11. Silva AB (2006) Aspectos Biológicos de E. annulipes sobre S. frugiperda. 88 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – UFPB, Areia. Silva, AB, Batista JL, Brito CH (2010) Capacidade Predatória de Euborellia annulipes (Dermaptera: Anisolabididae) sobre Hyadaphis foeniculi (Hemiptera: Aphididae). Revista Caatinga 23: 21-27. Silva D'araújo AG, Gonçalves CR, Galvão GM, Gonçalves DM (1968) Fourth catalog of insects that live in Brazil. Parte II. Insects, hosts and natural enemies. Rio de Janeiro: Ministério da Cultura, 622p. Silva NR (2011) Fatores de mortalidade natural da cochonilha farinhenta Planococcus citri no cafeeiro. 37 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - UFV, Viçosa. Siqueira MA (2018) Himenopteros parasitoides de Pseudococcideos (Hemiptera: Coccomorpha) no estado de São Paulo. 101 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Entomologia Agrícola) - Unesp, Jaboticabal. Souza B, Carvalho CF (2002) Population dynamics and seasonal occurrence of adults of Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) in a citrus orchard in Southern Brazil. Acta Zoologica Academiae Scientiarum Hungaricae 48:301-310. 30 Souza JC, Reis PR, Ribeiro JA, Santa-Cecília LVC, Silva RA (2007) Controle químico da cochonilha da raiz, Dysmicoccus texensis (Tinsley, 1900) em cafeeiro. Coffee Science 2: 29-37. Souza GC (2014). Ecologia de cochonilhas e de parasitoides associados a oliveiras (Olea europaea Linnaeus, 1753). 85 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia: Entomologia) - UFRGS, Porto Alegre. Souza GSD, Alves DI, Dan ML, Lima JSDS, Fonseca ALCCD, Araújo JBS, Guimarães LADOP (2017) Soil physico-hydraulic properties under organic conilon coffee intercropped with tree and fruit species. Pesquisa Agropecuária Brasileira 52:539- 547. Tavares MT, Santos MEV, Molin A Dal, Peronti ALBG, Souza-Silva CR (2019) Neotropical Species of Metaphycus (Hymenoptera, Encyrtidae) Parasitoids of Ceroplastes (Hemiptera, Coccidae): New Species, Interaction Records, and a Checklist. Netropical Entomology 48:633-644. Doi: 10.1007/s13744-019-00676-7. Trindade TD (2011) Nova contribuição sobre distribuição e novos hospedeiros de Coccus viridis Green, 1889 (Hemiptera: Coccidae) no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Entomotropica 26:147-152. Vennila SAJ, Deshmukh D, Pinjarkar M, Agarwal W, Ramamurthy S, Joshi H R, Kranthi OM, Bambawalw (2010) Biology of the melaybug, Phenacoccus solenopsis on cotton in the laboratory. Journal Insect Science 10:1-9. Vilela EF, Zucchi RA, Cantor F (2000). Pragas introduzidas no Brasil. Holos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. 327p. Vranjic JA. Ecology. In: Ben-Dov Y, Hodgson CJ (1997). World crop pests - soft scale insects, their biology, natural enemies and control. New York, Amsterdam: Elsevier, 1997. 452p. 31 Urbaneja A, Marí FG, Tortosa D, Navarro C, Vanaclocha P, Bargues L, Castañera P 2006. Influence of ground predators on the survival of the Mediterranean fruit fly pupae, Ceratitis capitata, in Spanish citrus orchards. BioControl 51:611-626. Wyckhuys KAG, Kondo TD, Herrera BV, Miller DR, Naranjo N, Hyman G (2013) Invasion of exotic arthropods in South America biodiversity hotspots and agro- production systems, p. 374–400. In Peña J (ed.), Potential Invasive Pests of Agricultural. Crops CAB International, Wallingford, England. Yang MY, Lin Y, Wu N, Fischer T, Saimanee B, Sangtongpraow C, Zhu WC, Chiu & JL, Salle (2014) Two new Aprostocetus species (Hymenoptera: Eulophidae: Testrastichinae), fortuitous prasitoids of invasive eulophid gall induces (Testrastichinae) on Eucalyptus and Erythina. Zootaxa 3846:261-272. 32 CAPÍTULO 2 – Primeira identificação de Planococcus citri (Hemiptera: Coccomorpha) por meio da análise molecular coletada em café arábica no Brasil RESUMO – As cochonilhas Planococcus citri (Risso) e Planococcus minor (Maskell) são consideradas pragas de importância econômica para as plantas cultivadas no Brasil. Ambas as espécies têm características morfológicas macro e microscópicas semelhantes, sendo estas consideradas espécies crípticas, requerendo uma análise molecular para complementar a correta identificação. O objetivo deste trabalho é identificar em nível de espécie, utilizando caracteres morfológicos e sequências “DNA barcoding” de cochonilhas Planococcus obtidas em Coffea arabica na região de Alta Mogiana Paulista, no estado de São Paulo, Brasil. Um total de 15 amostras de cochonilhas foram coletadas em plantas de café e laranja e foram identificadas com base nos caracteres morfológicos como sendo P. citri/minor. Estas foram submetidas ao sequenciamento do DNA do gene mitocondrial Cytocrome c Oxidase I (COI), e após análise, todas as amostras corresponderam a P. citri com 99,63-100% de semelhança com as sequências registadas no GenBank. Esta é a primeira identificação de P. citri coletada em C. arabica e Citrus sinensis por meio da análise molecular no Brasil. A correta identificação de P. citri contribui para o planejamento do uso das táticas de controle no manejo integrado da praga. Palavras-chave: Cochonilhas, DNA barcoding, espécies crípticas, pragas, Coffea arabica 33 CHAPTER 2 – First identification of Planococcus citri (Hemiptera: Coccomorpha) through molecular analysis collected on arabica coffee in Brazil ABSTRACT – The mealybugs Planococcus citri (Risso) and Planococcus minor (Maskell) are considered pest of economic importance for cultivated plants in Brazil. Both species have similar macro and microscopic morphological characters, thus with taxonomic circumscriptions, these being considered cryptic species, requiring molecular analysis to complement the correct identification. The objective of this work is to identify at the species level, using morphological characters and “DNA barcoding” sequences of Planococcus mealybugs of Coffea arabica from Alta Mogiana Paulista region, in the state of São Paulo, Brasil. A total of 15 mealybugs samples were collected in coffee and orange plants and were identified based on the morphological characters as being P. citri/minor. These were subjected to DNA sequencing of the mitochondrial Cytocrome c Oxidase I (COI) gene, and after analysis, all samples corresponded to P. citri with 99.63- 100% similarity with the sequences recorded on GenBank. This is the first identification of P. citri collected on Coffea arabica and Citrus sinensis by molecular analysis in Brazil. The correct identification of P. citri contributes to the planning of the use of control tactics in the integrated management of the pest. Keywords: Mealybugs, DNA barcoding, cryptic species, pest, Coffea arabica 34 1. Introdução O gênero Planococcus (Hemiptera: Coccomorpha) inclui 49 espécies descritas, sendo a maioria originária das regiões Oriental e Etiópica (García Morales et al., 2016). Destas, nove foram associadas à Coffea sp. (Rubiaceae). No Brasil, sobre Coffea arabica L. e Coffea canephora L., foram registradas Planococcus citri (Risso, 1813), Planococcus halli (Ezzat & McConnell, 1956), e Planococcus minor (Maskell, 1897) (Santa-Cecilia e Souza 2014; Fornazier et al., 2017). Planococcus citri, originária da Ásia, e P. minor, com origem desconhecida, estão entre as poucas espécies do gênero consideradas polífagas e cosmopolitas (Wyckhuys et al., 2013). Ambas as espécies foram registradas sobre espécies de plantas hospedeiras de aproximadamente 200 gêneros, distribuídas em 91 e 73 famílias; e em 162 e 64 países, respectivamente (García Morales et al., 2016). Planococcus halli encontra-se restrita principalmente a alguns países das regiões Afrotropical e Neotropical, com 9 famílias em 11 gêneros de plantas hospedeiras (García Morales et al., 2016). No Brasil, P. citri foi registrada sobre as raízes de plantas de café pela primeira vez em 1927, no município de Bananeiras, no estado da Paraíba, e atualmente encontra-se amplamente distribuída, de Norte a Sul do país. Planococcus minor foi registrada nos estados do Amazonas, Paraíba, Pernambuco, Rondônia e Espírito Santo; P. halli foi relatada sobre raiz de C. arabica e C. canephora no Espírito Santo (Santa-Cecília et al., 2002; Culik et al., 2006; García Morales et al., 2016). A localidade e ano de primeiro registro de P. halli e P. minor no Brasil é incerta, mas na América do Sul foi em 1989 e 1991, respectivamente (Wyckhuys et al., 2013). As espécies de Planococcus, assim como a maioria dos pseudococcídeos, são de difícil controle, principalmente devido ao corpo ser revestido por uma secreção cerosa, e ao hábito de se fixarem em locais protegidos nas plantas, dificultando a ação dos inseticidas (Santa-Cecilia et al., 2014). Em plantas de café, estes insetos ocorrem associados principalmente aos frutos, nas rosetas; e, em altas infestações podem 35 ocasionar a seca e queda dos botões florais e frutos, devido à sucção da seiva (Fornazier et al., 2017). No estado de São Paulo, a produção de cafés especiais encontra-se atualmente concentrada sobretudo na região da Alta Mogiana Paulista, sendo a maior parte dos grãos produzidos exportados para América do Norte, Europa e Ásia (Bsca, 2020; Cecafé, 2020). Embora tenha registro de P. citri associado à Coffea sp., neste estado, no município de Campinas, não há estudos que indiquem os possíveis prejuízos causados por esta espécie na região cafeeira (Santa-Cecilia et al., 2014). Planococcus citri foi relatada como dominante na infestação de flores e frutos das rosetas de C. canephora em várias regiões do estado do Espírito Santo, com danos entre 60-100% na produtividade, com prejuízos anuais superiores a US$ 10 milhões (Santa-Cecília et al., 2007). Entretanto, amostras de Planococcus coletadas sobre rosetas de café, no município de Castelo, Espírito Santo, foram posteriormente identificadas por especialistas, através de caracteres morfológicos microscópicos, como P. minor, indicando que uma das espécies, ou ambas, estariam associadas às plantas de café na região (Santa-Cecília et al., 2002; Fornazier 2016; Fornazier et al., 2017). Planococcus citri e P. minor possuem pelo menos 18 plantas hospedeiras comuns no Brasil, além de Coffea sp., estas infestam citros, cacau, uvas entre outras (Tabela 1). Devido às semelhanças macro e microscópicas entre estas espécies, algumas plantas hospedeiras podem ter sido atribuídas erroneamente às mesmas. Plantas Hospedeiras Planococcus citri (Risso, 1813) UF Referências Identificação FCitrus sp. (Rutaceae) ES Silva D'araújo et al. 1968; Culik., et al. 2007; Morfológica I,R,C,LCoffea canephora L. (Rubiaceae) ES Culik et al. 2007; Morfológica IC. arabica L. (Rubiaceae) ES Santa-Cecília and Souza, 2014 Morfológica RLeea rubra L. (Vitaceae) ES Culik et al. 2007; Morfológica RLepidium virginicum L. (Brassicaceae) ES Culik et al. 2007; Morfológica Rosa sp. (Rosaceae) CE Silva D'araújo et al. 1968; Paula, 2017; Morfológica Tabela 1. Métodos de identificação de Planococcus citri/minor em plantas de importância econômica nos estados do Brasil. 36 F,LCitrus sp. (Rutaceae) MG Silva D'araújo et al. 1968; Souza et al. 2012; Santa-Cecilia et al. 2013; Morfológica R, L,ICoffea arabica L. (Rubiaceae) MG Souza et al. 2008; Souza et al. 2012; Santa-Cecília and Souza, 2014; Morfológica L,I Coffea canephora L. (Rubiaceae) MG Santa Cecilia and Souza, 2002; Santa-Cecilia et al. 2013; Morfológica L,ICoffea sp. (Rubiaceae) MG Malausa et al. 2011; Análise Molecular F,LTheobroma cacao L. (Malvaceae) MG Santa-Cecilia et al. 2013; Souza et al. 2012, 2018; Morfológica F,CRosa sp. (Rosaceae) MG Paula, 2017; Morfológica L,C,FVitis sp. (Vitaceae) PR Morandi Filho et al. 2008, 2015; Morfológica L,C,FVitis sp. (Vitaceae) PR Pacheco da Silva et al. 2014, 2017; Análise Molecular I,FCoffea sp. (Vitaceae) BA Santa-Cecilia et al. 2007; Morfológica RCoffea sp. (Rubiaceae) PB Pickel, 1927; Costa-Lima, 1930, 1936; Morfológica FAnnona squamosa L. (Annonaceae) PE Lopes, 2016; Pacheco da Silva et al. 2019; Análise Molecular RCoffea sp. (Rubiaceae) PE Costa-Lima 1930; Morfológica FDiospyros kaki L. (Ebenaceae) PE Sá 2018; Morfológica IPyrus sp. (Rosaceae) PE Sá 2018; Morfológica L,C,FVitis vinífera (Vitaceae) PE Lopes, 2016; Pacheco da Silva et al. 2014; Análise Molecular Bidens pilosa L. (Asteraceae) RS Pacheco da Silva et al. 2014; Análise Molecular FDiospyros kaki L. (Ebenaceae) RS Morandi Filho et al. 2015; Pacheco da Silva et al. 2017; Análise Molecular F,C Coffea canephora L. (Rubiaceae) RO Costa et al. 2009; Morfológica R,C,FVitis sp. (Vitaceae) RS Pacheco da Silva et al. 2014, 2017; Análise Molecular FCitrus sp. (Rutaceae) RJ Costa Lima, 1930, 1936; Morfológica F,C,LCitrus sp. (Rutaceae) SP Gravena 2003; 2005; Santa-Cecília and Souza, 2014; Almeida et al. 2018; Morfológica F,CCoffea sp.(Rubiaceae) SP Santa-Cecília and Souza, 2014; Morfológica Planococcus minor (Maskell, 1897) RBidens pilosa L. (Asteraceae) ES Culik et al. 2006; Santa-Cecília and Souza, 2014; Morfológica RBidens pilosa L. (Asteraceae) ES Rung, et al. 2008; Análise Molecular ICoffea sp. (Rubiaceae) ES Culik et al. 2006; Santa-Cecília and Souza, 2014; Morfológica ICoffea canephora L. (Rubiaceae) ES Culik et al. 2006; Santa-Cecília and Souza, 2014; Morfológica L,ICoffea canephora L. (Rubiaceae) RO Rondelli et al. 2018; Morfológica L,ICoffea arabica L. (Rubiaceae) MG Santa-Cecília and Souza, 2014; Costa et al. 2016; Morfológica L,ICoffea canephora L. MG Santa-Cecília and Souza, 2014; Costa Morfológica Tabela 1. Continuação 37 (Rubiaceae) et al. 2016; L, FTheobroma cacao L. (Malvaceae) MG Malaussa et al. 2011; Morfológica e Análise Molecular L,I,CGosssypium sp. (Malvaceae) PB Bastos et al. 2007; Morfológica FAnnona squamosa L. (Annonaceae). PE Pacheco da Silva et al. 2019; Análise Molecular FAnnona muricata L. (Annonaceae) PE Pacheco da Silva et al. 2019; Análise Molecular FDiospyros kaki L. (Ebenaceae) PE Sá 2018; Morfológica L,C,FVitis sp. . (Vitaceae) RS Morandi Filho et al. 2015; Morfológica Legenda: R- raiz; I- Inflorescência; F- Frutos; C- Caule; L- Folhas. Para a separação de P. citri e P. minor, com base nos caracteres morfológicos microscópicos, Cox e Freestone (1985) elaboraram uma chave de identificação que inclui pontuações máximas e mínimas relacionadas a seis caracteres morfológicos das fêmeas adultas. Porém, Rung et al. (2008) utilizando técnicas moleculares para o mesmo propósito, verificaram que a chave de Cox e Freestone possibilita a identificação da espécie P. minor, mas não de P. citri. Portanto, por serem consideradas espécies crípticas, análises complementares, como o sequenciamento do DNA, para a identificação correta da espécie, torna-se necessária. Vários marcadores moleculares têm sido utilizados na identificação de espécies intimamente relacionadas, sendo regiões do gene mitocondrial Citocromo c Oxidase subunidade I (COI) um dos mais frequentes e eficientes, com polimorfismos entre as regiões analisadas (Beuning et al., 1999; Gullan 2003; Rung et al., 2008, 2009; Park et al., 2010; Malausa et al., 2011; Deng et al., 2012; Wang et al., 2015; Wu et al., 2015; Ren et al., 2017). Para diferenciação de várias espécies de Planococcus, Demontis et al. (2007) utilizaram o gene COI e o método de RAPD (Random amplified polymorphic DNA-PCR), demonstrando ser eficiente e confiável para a identificação de machos e fêmeas de Planococcus ficus (Signoret, 1875) e P. citri, coletadas sobre citros e vinhedos de diferentes regiões geográficas na Itália. Rung et al. (2008) utilizando o gene COI com o emprego dos primers C1-J-2183 e TL2-N-3014, confirmaram ser eficientes na separação dos espécimes de P. citri de P. minor. Malausa et al. (2011) avaliando um conjunto de marcadores para a caracterização genética e identificação de Tabela 1. Continuação 38 um complexo de táxons de Pseudococcidae, constatou que o gene COI é eficiente para separar os táxons intimamente relacionados. No Brasil, os registros das cochonilhas das espécies P. citri e P. minor associadas ao café arábica, provenientes dos estados da Paraíba, Rondônia, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, foram identificadas exclusivamente por meio das características morfológicas. Entretanto, em estudos recentes, amostras de P. citri provenientes de outras frutíferas têm sido identificadas através de análise molecular (Tabela 1). Pacheco da Silva et al. (2014, 2019), usando o gene COI (a partir do primer COI-28S-D2), e o protocolo proposto por Malausa et al. (2011), obtiveram resultado positivo para este pseudococcídeo, proveniente de folhas e frutos de uvas, caqui e fruta do conde nos estados de Pernambuco e Paraná. Utilizando o mesmo marcador molecular, Pacheco da Silva et al. (2016) identificou P. citri sobre frutos de caqui, Diospyros kaki Thunb. (Ebenaceae), no estado do Rio Grande do Sul; e, Lopes et al. (2016) estudaram P. citri e outras espécies de Pseudococcidae associadas a Vitis vinifera L. (Vitaceae), coletadas na região do Submédio do Vale do São Francisco, Brasil (Tabela 1). O reconhecimento de espécies-praga é fundamental para evitar a disseminação delas para regiões onde são ausentes, bem como para o planejamento de táticas de manejo da espécie praga, através do uso do controle biológico, genético, comportamental e químico. Quando há indício da ocorrência de espécies crípticas infestando uma determinada planta hospedeira em um país, a identificação através da análise molecular é a ferramenta mais eficiente, contribuindo para fiscalização fitossanitária, relacionada principalmente à importação e exportação de produtos agrícolas de origem vegetal. Além disso, a análise molecular propicia a identificação de diferentes estágios (ovo, ninfas e adultos) de desenvolvimento do inseto (Pieterse et al., 2010; Ren et al., 2017). Na África do Sul, cargas de frutas cítricas destinadas à exportação foram impedidas de entrar nos países importadores com base nas leis de biossegurança, devido à presença de ovos e imaturos de P. citri, sendo adotada a partir de então a inspeção fitossanitária através da análise molecular, ao qual, demonstrou ser uma 39 ferramenta eficiente na identificação, colaborando no processo de fiscalização (Pieterse et al., 2010). No Brasil, em relação ao controle químico das espécies de Planococcus para a cultura do café arábica e conílon, existe apenas o registro para P. minor (Agrofit, 2020), sendo que nenhuma identificação com base em análise molecular, que realmente comprove a presença dessa espécie nessa cultura, no país, foi atestada até o momento. Deste modo, o objetivo do trabalho foi determinar a espécie de Planococcus através da análise molecular, por meio do “DNA Barcoding”, associada a C. arabica na região cafeeira da Alta Mogiana Paulista, no estado de São Paulo, Brasil. 2. Material e Métodos 2.1. Coleta, montagem e identificação das cochonilhas Foram obtidas 15 amostras de cochonilhas do gênero Planococcus infestando plantas cultivadas no estado de São Paulo, Brasil, sendo 13 coletadas sobre o caule, folhas, rosetas das flores e frutos de C. arabica, em quatro municípios da região cafeeira da Alta Mogiana Paulista; uma amostra sobre as flores e frutos de café arábica, e uma sobre folhas, flores e frutos de laranja (Citrus sinensis L.), no município de Jaboticabal, entre junho de 2018 e dezembro de 2019 (Tabela 2). Tabela 2. Amostras de Planococcus citri (Risso, 1813) identificadas através do sequenciamento do gene mitocondrial COI, coletadas sobre plantas de Coffea arabica L. nos municípios da região da Alta Mogiana Paulista, e sobre Citrus sinensis L. em Jaboticabal, entre 2018-2019, no estado de São Paulo, Brasil. Número de Acesso GenBank Cidade Estrutura da planta café/laranja Similaridade (%) Registro Referência MT209885 Ribeirão Corrente Roseta nos frutos 100 EU250568.1 Rung et al. 2