II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores PROJETO PONTES PIBID LETRAS: AÇÕES E REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Nildiceia Aparecida Rocha Eixo 1 - Formação inicial de professores para a educação básica - Relato de Experiência - Apresentação Oral PROJETO PONTES PIBID LETRAS: AÇÕES E REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Nildicéia Apa. Rocha (FCLAr/UNESP) Eixo Temático: Eixo 01 - Formação inicial de professores para a educação básica Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões sobre as ações desenvolvidas no período de aplicação do Projeto Pontes PIBID Letras da Faculdade de Ciências e Letras, especificamente durante os anos de 2012 e 2013, junto à Escola Estadual Pedro José Neto e à Etec Professora Anna de Oliveira Ferraz, da cidade de Araraquara, São Paulo. As ações deste projeto foram desenvolvidas pelos bolsistas em colaboração e orientação dos professores colaboradores, coordenador, e supervisor. Justifica-se, o presente artigo pelas reflexões construídas acerca da percepção do funcionamento da prática docente, com ênfase no ensino de línguas estrangeiras sob a perspectiva de suas expressões, usos e variedades linguísticas e culturais. Objetiva-se ainda observar a articulação entre teoria e prática docente, os métodos e os resultados pedagógicos relativos ao trabalho dos bolsistas no contexto da escola pública, percebida nos relatos dos atores envolvidos nestas ações. Dessa forma, procura-se refletir, por meio dos relatos, sobre as experiências desenvolvidas por este grupo do subprojeto PIBID Letras da Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara – FCLAr/UNESP. Palavras-chave: Línguas estrangeiras. Formação de professores. Escola Pública. Ações e reflexões. Pibid Letras. 1074 PROJETO PONTES PIBID LETRAS: AÇÕES E REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Nildicéia Aparecida Rocha. FCLAr/UNESP O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID tem como objetivo primeiro incentivar a formação de professores para a educação básica, especialmente para o ensino médio. Neste sentido e mais especificamente no referente à formação de professores de línguas estrangeiras no Curso de Letras, na Faculdade de Ciências e Letras (FCL/Campus de Araraquara), o subprojeto “Ensinar e aprender línguas estrangeiras na escola pública: criando pontes universidade-escola” (doravante Projeto Pontes) tem como objetivo fundamental oferecer cursos de línguas estrangeiras a serem ministrados em escolas públicas, por alunos licenciandos do curso de Letras em alemão, espanhol, francês, inglês e italiano. O referido projeto tem sido desenvolvido desde agosto de 2011, contando com a participação regular de seis bolsistas, de uma coordenadora, vários colaboradores e uma supervisora vinculada à escola pública, os quais durante este processo foram sendo substituídos por diversos motivos, tais como: egresso do licenciando, licença médica de professor colaborador, etc. Ao longo deste percurso, realizamos participações em vários eventos científicos nacionais e internacionais, seguidos de publicações de resumos e artigos completos, os quais focalizaram entre outros aspectos: o uso de material didático em sala de aula, a elaboração de planejamento de aula, o papel do feedback, uso de tecnologia vinculado ao projeto e em sala de aula, a construção da identidade do professor de língua estrangeira, etc; portanto, este subprojeto tem refletido constantemente sobre a formação inicial do futuro professor de língua estrangeira e a atuação docente dos bolsistas e dos professores vinculados ao projeto: coordenador, colaboradores e supervisor. Especificamente, neste trabalho o objetivo é apresentar e refletir o período de aplicação do Projeto Pontes especificamente nas ações desenvolvidas nos anos de 2012 e 2013, na Escola Estadual Pedro José Neto e na Etec Professora Anna de Oliveira Ferraz, da cidade de Araraquara, São Paulo, as quais foram desenvolvidos pelos 1075 bolsistas em colaboração e orientação dos professores coordenador, colaboradores e supervisor. Justifica-se, o presente artigo pela reflexão construída acerca da percepção do funcionamento da prática docente, com ênfase no ensino de línguas estrangeiras (doravante LEs) sob a perspectiva de suas expressões, usos e variedades linguísticas e culturais. Objetiva-se ainda observar a articulação entre teoria e prática docente, os métodos e os resultados pedagógicos relativos ao trabalho dos bolsistas no contexto da escola pública, percebida nos relatos dos atores envolvidos nestas ações. Dessa forma, procura-se relatar e refletir sobre as experiências desenvolvidas por este grupo do subprojeto PIBID Letras da Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara – FCLAr/UNESP. Projeto Pontes PIBID Letras e o contexto escolar Inicialmente, a escola parceria com o Projeto Pontes - PIBID Letras foi selecionada devido ao produtivo desenvolvimento didático pedagógico com projetos anteriores entre a Escola Pedro José Neto e a FCLAr, desde modo de agosto de 2011 a dezembro de 2012, o Projeto Pontes focalizou ações exclusivamente na referida escola. A partir de um processo seletivo de 6 (seis) bolsistas na FCLAr, sob a supervisão de professores desta faculdade, do departamento de Línguas Modernas, os licenciandos foram selecionados como bolsistas para atuar na criação, organização e regência de cursos de Língua e Cultura Alemã, Espanhola, Francesa, Inglesa e Italiana. A Escola Estadual Pedro José Neto localiza-se no centro de Araraquara, e é tradicionalmente citada como referência escolar desde muitos anos. O ensino regular desta instituição abrange o Ensino Fundamental e Médio, nos períodos da manhã e tarde, respectivamente; dessa maneira, as aulas dos cursos de línguas estrangeiras deveriam ocorrer em período extraclasse, para não interferir no currículo normal dos alunos. A escola tem um prédio relativamente grande: com uma dúzia de salas de aulas, salas de vídeo, de professores, sala de informática, de leitura, secretaria, direção e coordenação, laboratório, além de espaços comuns como dois pátios, refeitórios, sanitários, e duas quadras esportivas. O espaço todo está bem conservado e restaurado. Encontra-se ainda a escola bem equipada de computadores e livros para as faixas etárias em questão. A escola serve refeições durante o período de aula e conta com professores 1076 e funcionários em grande número para o funcionamento e conservação do espaço físico da instituição. Quanto às salas de aula para os cursos, foram disponibilizadas algumas possibilidades aos professores do projeto, como: sala de leitura, que tem espaço e mobília suficiente, embora não tenha projetor; sala de vídeo, mais ampla e com projetor; sala de informática, espaço também suficiente e computadores; e por último, o laboratório, pouco funcional para o nosso programa. Utilizamos principalmente a sala de vídeo com projetor e televisão e a sala de informática, com diversos computadores dotados de internet. É interessante também ressaltar o fato de que a escola realiza diversas atividades culturais, como aulas de teatro que se iniciaram no começo de 2013. A responsável pela biblioteca sempre faz atividades com os alunos, como o dia do talento, que pudemos participar no final de 2012, o evento contou não só com a participação dos alunos e professores como também com as famílias que foram assistir às apresentações. Em 2013 foram realizados outros eventos como a festa junina que contou com a participação de toda a escola com música, dança e comes e bebes e o dia dos namorados, que contou com músicas e confecções de cartões. Neste contexto, os bolsistas ofereciam minicursos de LEs: alemão, espanhol, francês, inglês e italiano; duas vezes por semana com carga horário de 90 minutos cada aula, no período de contraturno das aulas regulares dos alunos da escola. Foram formadas turmas com alunos tanto do ensino fundamental como do ensino médio. Houve inicialmente um grande interesse, mas ao longo do processo os alunos foram deixando de freqüentas os minicursos, muitas vezes pela dificuldade de descolamento por morarem longe da escola. Este fator fez-nos repensar o projeto e em 2013 fizemos outra parceria. A parceria foi traçada com a escola Etec Profa. Anna de Oliveira Ferraz, que está localizada ao lado da escola Pedro José Neto, portanto também no centro de Araraquara. A Etec caracteriza-se por ser uma escola tradicional e industrial muito bem avaliada pela comunidade local e pelos índices oficiais. O ensino regular desta instituição abrange ensino médio, pela manhã, e os cursos técnicos, nos períodos vespertino e noturno. A escola tem um prédio relativamente grande: com uma dúzia de salas de aula, salas de vídeo, laboratórios diversos, sala de informática, sala de professores, direção e coordenação, além de espaços comuns como dois pátios, refeitórios, sanitários e quadras esportivas. O espaço todo está relativamente bem conservado. Em suma, a escola conta com toda a estrutura adequada, material e de qualificação profissional. Os professores 1077 têm regime diferenciado de contratação, além de uma formação mais ampla e maior qualificação. Quanto às salas de aula, são bem iluminadas, com piso liso e regular, armários e lousa branca. Há ainda duas salas de vídeo com projetor e televisão, onde pudemos realizar o minicurso de cinema e literatura em alemão, francês e italiano. Devido às suas especificidades e à característica de escola técnica, junto à sua localização, a Etec. Professora Anna de Oliveira Ferraz (Industrial) oferece muitas oportunidades de cursos complementares em outros períodos, assim como, está à disponibilidade da comunidade local. Os alunos do ensino médio da Etec. (1º, 2º e 3º anos), para os quais foram oferecidos os minicursos de língua e cultura alemã, francesa e italiana, são alunos diferenciados no sentido em que a motivação e o interesse pelo aprendizado se verificaram bastante superiores em relação a outras escolas conhecidas, na mesma faixa etária dos alunos. Os alunos da Etec. vêm de várias parte da cidade, muitos também estudam no período oposto ao do ensino médio, nos cursos técnicos. Todos, ao entrar na escola Etec, passaram antes por um teste de admissão ou vestibulinho. No geral, a comunidade escolar é bastante coesa, os professores trabalham e desenvolvem projetos em conjunto há muitos anos, no sentido de que a proximidade na relação entre alunos, funcionários e professores é estreita e frutífera. Do mesmo modo, o licenciando-bolsista foi recebido e inserido amistosamente para ministrar o minicurso proposto: Cultura e língua estrangeira em alemão, francês e italiano. De fato, pudemos verificar que a constância dos alunos desta escola nos minicursos foi regular durante todo o ano. Com relação às estratégias metodológicas desenvolvidas tivemos dois momentos que se complementaram entre si. Inicialmente com enfoque na abordagem comunicativa (ALMEIDA FILHO, 1998), e a posteriori, o enfoque foi majoritariamente articulado entre Cultura e Línguas estrangeiras, sob a perspectiva da interculturalidade (ROZENFELD e VIANA, 2011). Neste sentido, as ações desenvolvidas nas duas escolas têm em comum: - perspectiva comunicativa: (ALMEIDA FILHO, 1998), tomada como aquela que não prioriza a repetição exaustiva, a memorização e o domínio de estruturas linguísticas descontextualizadas, mas a utilização e o reconhecimento delas em situações reais de uso da língua, portanto, objetiva-se o desenvolvimento da competência comunicativa (CANALE e SWAIN, 1983), envolvendo as 1078 subcompetências estratégica, sócio-linguística, discursiva e lingüística; ademais desenvolver as competências comunicativas dos alunos focada principalmente no sentido, no significado e na interação entre os aprendizes das referidas línguas estrangeiras. - perspectiva intercultual: (ROZENFELD e VIANA, 2011) enquanto reflexão, sensibilização e compreensão de aspectos da cultura-alvo, repensando criticamente a própria cultua e língua; além disso, concordamos com Bolognini (1993) ao afirmar que problematizar a cultura própria promove a aproximação com outra(s) cultura(s). Assim sendo, com constantes discussões e leituras teóricas, durante o desenvolvimento do Projeto Pontes Pibid Letras houve uma ampliação das escolas públicas parceiras e das estratégias didático-metodológicas posta em cena, discutidas e repensadas com o intuito de propiciar ao licenciando uma formação docente crítica- reflexiva e autônoma. Portanto, passamos a relatar as experiências que foram construídas sobre a percepção do funcionamento da prática docente no ensino das citadas línguas estrangeiras. Além disso, observamos que pudemos construir uma verdadeira “ponte” entre a teoria desenvolvida na formação acadêmica do licenciando em Letras e a prática docente a ser realizada após seu egresso, geralmente vista com descrédito pela maioria dos licenciandos em Letras atualmente. Articulando teoria e prática: reflexões sobre a atuação docente inicial No contexto do Projeto Pontes ressaltamos alguns momentos de reflexão sobre a participação dos atores no projeto: bolsistas, supervisor, coordenador e colaboradores. Sob o prisma dos bolsistas, no final do ano de 2012 e de 2013, em reunião de avaliação e autoavaliação do projeto tivemos as seguintes reflexões verbalizadas nos relatos orais e escritos (disponíveis nos diários reflexivos e nos relatórios de final de ano, na plataforma Moodle: https://camus.fclar.unesp.br/moodle/course/view.php?id=26): - a resignificação do papel do professor na escola pública na sociedade contemporânea, no sentido de valorização do professor e percepção de que é possível um “fazer docente” diferenciado, que rompa com o tradicionalismo tão arraigado no contexto escolar; 1079 - a descoberta de uma “identidade docente” em ensinar cultura e língua estrangeira antes vista como impraticável, agora repensada a partir da participação no projeto, considerando que este propiciou visibilizar outras teorias linguístico- metodológicas e práticas docentes na escola pública, por exemplo trabalhando na perspectiva da interculturalidade; - o desenvolvimento do prazer na prática docente por meio do estabelecimento de uma relação de confiança e compromisso com a escola pública, com a universidade e com o Projeto Pontes, demonstrado por meio da participação efetiva e ativa nestes espaços escolares; - a elaboração e reelaboração de certos conceitos predeterminados na área de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, como o “mito da facilidade” em se aprender língua espanhola e língua inglesa, a “falsa dificuldade” em se ensinar e aprender língua alemã ou o possível desinteresse em se aprender língua francesa, os estereótipos sobre a cultura italiana e francesa, etc, os quais foram resignificados com a prática em sala de aula, possibilitando um outro modus operandi do licenciando-bolsista em seu futuro trabalho como profissional docente; - a construção de um referente a ser seguido aos outros licenciandos que não participam do Projeto Pontes, uma vez que estes observavam nos bolsistas do Pibid uma mudança exemplar, demonstrada em comprometimento declarado discursivamente com a formação universitário e profissional. Para os professores colaboradores, para o supervisor e para o coordenador deste projeto, as reflexões foram: - mudanças significativas na sua docência, com o desenvolvimento de estratégias didáticas, teóricas e metodológicas em sala de aula mais alternativas, motivadores e relevantes para cada grupo de alunos na universidade e na escola pública; - desenvolvimento de uma consciência crítico-reflexiva constantemente observadora sobre a formação de seu alunos como futuros professores na rede pública brasileira, resultando em articulações mais declaradas discursivamente sobre os conteúdos trabalhados em cada disciplina com a futura atuação do licenciando quando professor; 1080 - redescoberta da valorização do papel do professor universitário como formador de professores, concretizando em ações acadêmicas e investigativas voltadas para o processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, tais como participação em eventos científicos nacionais e internacionais divulgando e defendendo o ensino de línguas estrangeiras, tanto interno à universidade como em outras instituições; - resgate da história de vida docente do professor universitário e do professor da escola pública, no caso do supervisor, no sentido de reconhecer um percurso de aprendizagem e de ensino de língua estrangeira e observar as mudanças teórico- metodológicas na área de línguas estrangeiras, possibilitando reconstruir um outro fazer docente, assim articulando a experiência vivida ao conhecimento do novos paradigmas didáticos, lingüísticos e discursivos. Podemos observar de modo geral que para os professores envolvidos no Projeto Pontes Pibid Letras este tem sido um espaço acadêmico e investigativo de desenvolvimento e aprendizagem mútua, como um processo de avaliação e autoavaliação da atuação do docente, especialmente do docente universitário como um resgate no seu papel como formador de futuros professores, tendo em vista que em algumas universidades o enfoque tem sido quase exclusivamente a pesquisa, portanto, este projeto marca um descolamento histórico nos cursos de Letras no Brasil. Por outro lado, para os bolsistas e para o supervisor é um espaço de diálogo, uma verdadeira ponte entre saberes adquiridos sobre “ser docente” e saberes em processo de aquisição sobre “ser professor”. À guisa de conclusão Tendo como objetivo deste artigo apresentar algumas reflexões sobre as implicações que o Projeto Pontes Pibid Letras propiciou aos sujeitos participantes ao longo de seu desenvolvimento, focalizamos como um possível gesto de leitura algumas das reflexões relatadas no percurso do projeto. Deste modo, resgatamos as vozes de alguns bolsistas para recuperar suas participações: 1081 Bolsista A: Ao se ensinar uma língua estrangeira é preciso estar bem definidos quais os motivos para se aprender aquela língua: curiosidade, ampliação cultural, motivos familiares, relevância profissional, e entre outros. Como trabalhamos com alunos de várias faixas etárias nem sempre os alunos tem uma definição clara do que porque aprender determinada língua, então durante nossas reuniões decidiu-se focar no aspecto cultural para criar uma conexão entre a língua e os alunos, mostrando como vivem os falantes daquela língua, quais são os países, curiosidades, e mostrando que a língua alvo é utilizada fora do Brasil e que há muito a se aprender sobre os países motivando-os a continuar com o aprendizado daquela língua. Neste semestre consegui transferir esse conhecimento para além do curso de inglês ministrando uma aula de cultura para todos os anos do ensino fundamental II, levando para eles uma nova visão da língua inglesa, diferente daquilo que os alunos conheciam. Bolsista B: A participação no projeto PIBID, foi de grande auxilio para minha formação. Primeiro, pude participar de um grupo de pesquisas, e de debates onde toda semana discutíamos problemas encontrados em sala de aula, trocávamos experiências, líamos textos de apoio que em muitos casos, não são oferecidos em nossa graduação. Segundo e não menos importante, pude vivenciar diretamente o ambiente escolar, e sair do campo teórico e entrar no campo prático, o contato no ambiente escolar é de grande riqueza, pois, além de nos interarmos no dia-a-dia de uma escola, com o PIBID realmente entramos em sala de aula, temos nossos diários de sala, temos que resolver conflitos intra e extra classe, vivenciamos o que é construir o conhecimento nossos e aprendemos muito com nossos alunos. Tenho plena consciência que ainda estou em fase de lapidação e aprendizagem, porém, creio que com o PIBID e o grupo, no qual nos encontramos, poderei evoluir e consequentemente me preparar como pessoa e professor. Adquiri uma nova visão de ensino, ou seja, não precisamos nos ater a gramática para ensinar uma língua, a gramática virá com o tempo, e o que realmente importa no projeto é passar uma visão cultural e humanística de uma língua estrangeira em questão, e dar esse privilégio a alunos de escola pública é impagável. Bolsista C: 1082 Diferente de todas as vivências e estágios obrigatoriamente realizados na Universidade pude aprender de forma incisiva e continua todas as atribuições da docência. Há uma distancia problemática entre teoria e prática quando se trata de aprender a ser docente na Universidade, pois ao longo do curso são poucas as vezes que há oportunidade de atuar verdadeiramente em uma sala de aula, dispondo principalmente de liberdade para fazê-lo. A academia se pauta principalmente na teoria, explorando muito pouco o concreto, a atuação em si, o que a meu ver, faz e muita diferença. O único espaço que poderia proporcionar esta experiência é aberto somente no quarto ano, isto é, no último ano da graduação, através das matérias pedagógicas que não preparam o aluno para a inserção na escola, e acabam sendo vistas como obrigações curriculares a serem cumpridas, e não como espaços de crescimento e aprendizagem. Bolsista D: No projeto Pontes – PIBID, os licenciandos-bolsistas tiveram grande auxilio dos professores coordenadores da área de Línguas Modernas da FCLAr – UNESP. Como o próprio nome do projeto descreve, e sua concepção afirma, a intenção principal é fazer uma ligação direta entre o conhecimento acadêmico da Universidade e o Ensino Público, dessa maneira, as discussões das reuniões e o próprio planejamento do curso e das aulas tinham uma ligação estreita, visando por em prática um curso que oferecesse oportunidades coerentes à realidade da comunidade local. Por meio destes poucos relatos, é possível ver os benefícios que o Projeto Pontes Pibid Letras propiciou para todas as partes envolvidas. Especialmente para licenciandos- bolsistas esta aproximação e convívio com a escola pública, vivenciando seu dia-a-dia e iluminando-o com as teorias lidas, discutidas e refletidas, possibilita um aprimoramento e construção profissional que estão fazendo toda a diferença nos cursos de formação de professores, em nosso caso, de professores de línguas estrangeiras. Para as escolas públicas que nos recebem podemos brindar aos seus alunos, professores e comunidade escolar como um todo maior desenvolvimento do conhecimento destes, aumentando sua motivação, rendimento escolar e ampliação da visão de mundo dos alunos, além de provocar uma mudança na cultura escolar como um todo. Para a universidade é possibilitador do contato e convívio com a comunidade escolar, que possibilita a troca de experiências e oferece contribuições ao ensino básico, 1083 portanto, construindo pontes entre a Universidade e a Escola, como práticas sociais e educativas. Além disso, resignifica a prática docente do professor formador de professores, uma vez que conhecendo a realidade escolar na rede pública pode adaptar- se a essa outra realidade em suas práticas docentes na universidade. Para fechar este artigo, mas não encerrar as reflexões, seguem as palavras de um bolsista, como condensadoras das reflexões aqui apresentadas: “Estar no projeto só faz com que eu queira aprender cada vez mais a superar limites e desafios, continuar buscando novos conhecimentos para que sempre possa dar o melhor de mim para todos os alunos que eu darei aula”. (Bolsista E) Referências bibliográfica: ALMEIDA FILHO, J. C. P. Dimensões comunicativas no ensino de língua. Campinas, SP: Pontes, 1998. BOLOGNINI, C. Estereótipos e ensino intercultural. Projekt, n. 10, 1993, 21-25. ROZENFELD, C. C. F.; Viana, N. O desestranhamento em relação ao alemão na aprendizagem do idioma: um processo de aproximação ao "outro" sob a perspectiva da competência intercultural. Pandaemonium ger. (Online) no.17, São Paulo, 2011. 1084 Articulando teoria e prática: reflexões sobre a atuação docente inicial Trabalho Completo: Button5: Ficha Catalográfica: Abertura: Boas Vindas: Tema do Congresso: Comissões: Sessões de Apresentação: Programação: Áreas: Títulos: