RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 28/05/2026. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CRESCIMENTO DO ESQUELETO APENDICULAR DE CHRYSOCYON BRACHYURUS POR MEIO DO EXAME RADIOGRÁFICO (ILLIGER, 1815) (MAMMALIA: CANIDAE) RAPHAEL AUGUSTO BALDISSERA GONÇALVES Botucatu – SP 2024 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CRESCIMENTO DO ESQUELETO APENDICULAR DE CHRYSOCYON BRACHYURUS POR MEIO DO EXAME RADIOGRÁFICO (ILLIGER, 1815) (MAMMALIA: CANIDAE) RAPHAEL AUGUSTO BALDISSERA GONÇALVES Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Animais Selvagens, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre. Orientadora: Prof.ª Titular Sheila Canevese Rahal Coorientadora: Dra. Letícia Rocha Inamassu FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉC. AQUIS. TRATAMENTO DA INFORM. DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CÂMPUS DE BOTUCATU - UNESP BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSANGELA APARECIDA LOBO-CRB 8/7500 Gonçalves, Raphael Augusto Baldissera. Crescimento do esqueleto apendicular de Chrysocyon brachyurus por meio do exame radiográfico (Illiger, 1815) (Mammalia: Canidae) / Raphael Augusto Baldissera Gonçalves. - Botucatu, 2024 Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu Orientador: Sheila Canevese Rahal Coorientador: Letícia Rocha Inamassu Capes: 50501003 1. Animais selvagens. 2. Canídeos. 3. Ossos. 4. Radiografia. Palavras-chave: Animal selvagem; Canídeo; Linha fisária; Osso; Radiografia. Nome do autor: Raphael Augusto Baldissera Gonçalves TÍTULO: CRESCIMENTO DO ESQUELETO APENDICULAR DE CHRYSOCYON BRACHYURUS POR MEIO DO EXAME RADIOGRÁFICO (ILLIGER, 1815) (MAMMALIA: CANIDAE) COMISSÃO EXAMINADORA Profa. Titular Sheila Canevese Rahal Presidente da banca e orientadora Departamento de Cirurgia Veterinária e Reprodução Animal FMVZ – UNESP – Botucatu Dra. Jeana Pereira da Silva Membro interno Departamento de Cirurgia Veterinária e Reprodução Animal FMVZ – UNESP – Botucatu Profº. Dr. Rodrigo Antonio Martins de Souza Membro externo Departamento de Medicina Veterinária – Setor de Ciências Agrárias e Ambientais UNICENTRO – Guarapuava - PR iv Agradecimentos Dou início a sessão de agradecimentos pela parte mais difícil. Agradecendo com muito amor e saudade aos que, por uma desventura do destino, já não estão ao meu lado. Dizem que a saudade é o amor que fica e não vai embora, não é? Ao meu pai, Paulo, meu padrinho, Tio Selmo, tia Ana, vô Querino, vó Dóle, vó Cinira, tio Sérgio, meu amado amigo Ricardo e por último, mas não menos importante, ao meu professor, mentor e orientador da minha vida acadêmica, Marcão, que foi quem que me colocou nessa jornada insana, e maravilhosa, que é a medicina de animais selvagens. Em momento algum da minha vida vocês foram esquecidos, sempre comigo, gravados em minha pele e meu coração. Já dizia o grande mestre Vinicius de Moraes: a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Vamos caprichar nos encontros imperfeitos, não planejados e desajeitados, pois essa vida não passa de um sopro, e a mesma rosa que hoje te sorri, amanhã poderá estar morrendo. E se pela ausência dos nomes acima citados a vida se tornou mais triste, fria e cinzenta, com a chegada de novos amores, a vida passou a ter também novos significados e motivos para se seguir em frente. Noah e Lia, meus dois pequenos que chegaram de surpresa, mas colorindo novamente meu mundo. A minha esposa e companheira de vida, Luna, por toda a parceria, nos momentos bons e ruins, por aceitar meus devaneios, mente bagunçada e jeito estranho de ser. Imagino que não seja fácil me aguentar. A minha mãe, meu porto seguro e mulher mais forte e corajosa que eu já conheci na minha vida. É uma honra ser seu filho e ter você como exemplo e guia nas nossas vidas. Sem palavras dona Dete, a senhora é uma rainha. A minha irmã, Daneca, que mesmo distante se faz muito presente. Nossos tempos de conflitos de irmãos, felizmente, ficaram para trás, e hoje só existe amor. A toda minha família que também sempre me apoiou e tem todo o meu amor, vocês sabem disso. Primos, que são irmãos, tios e tias que também já foram pais nos meus momentos mais difíceis. Eu amo vocês. Eddie Vedder, em uma de suas letras, enquanto fala sobre amor, fala sobre pessoas que, por vezes têm apenas uma pessoa, alguns não têm v nenhuma. E o quanto ele é sortudo de poder usar as duas mãos para contar os seus amados. Eu me considero um amador, no sentido mais literal da palavra. Aquele que ama. Começo o agradecimento aos meus amigos, rememorando o quanto eu sou sortudo por me faltarem dedos para contar os que eu amo. E não me atreverei nessa sessão a citar nome algum, pois confesso que talvez fique maior que a própria dissertação em si e não quero que ninguém fique de fora. Vocês sabem quem vocês são, e o quanto eu os amo. Amigos são irmãos que a vida nos dá a oportunidade de conhecer e coletar ao longo do caminho. Sempre foi uma característica minha manter o contato o mais próximo possível, sempre tento estar junto, mesmo fisicamente estando longe. Quem não encontro há anos, se nos encontrarmos hoje, vai ser como se não estivéssemos ficados apartados nem por um dia, e me orgulho muito disso, me considero um bom amigo (mas pode ser que eu esteja errado). Quem se encaixa nessa sessão sabe que não meço esforço algum para prestar qualquer tipo de auxílio no sentido que for, da mesma forma que sei que o contrário também é muito verdadeiro. E essa é a melhor definição de “riqueza”. Posso dizer que me sinto um afortunado. Ao meu querido e amado professor Carlinhos, El Bigodón, por ter encarado o desafio que Marcão jogou nas suas mãos. Não sei quem foi mais desvairado nessa história, se Marcão que me indicou ou Carlinhos que me aceitou, de qualquer forma, serei eternamente grato por ter sido acolhido no que hoje sei que é uma família que tenho em Botucatu. Aqui estendo meu carinho à dona Zete, maravilhosa, e à Bárbara, que também adotaram a mim e minha família em sua casa. À minha mais que maravilhosa orientadora, professora Sheila. Que durante os anos de residência esteve sempre presente, sempre solicita, e que é nada mais que uma mãe para todos os seus orientados, e que por vezes, e carrego minha parte de culpa nesse trecho, não tem seu esforço conosco reconhecido. Além do agradecimento, peço perdão por ter lhe dado a infeliz missão de orientar o pior orientado possível. Confesso que não sou bom com regras, e normas, e leis. Estou tentando melhorar, eu juro. À Purê e à Jeana, que considero minhas duas coorientadoras da imagem. Obrigado pela parceria de anos. vi Ao CEMPAS, meu lar, fora de casa. Poucos lugares no mundo atraíram minha total atenção e carinho como esse lugar conseguiu. Serei para sempre grato pelo tempo que passei entocado dentro desse lugar maravilhoso, pelos amigos que fiz, e pelos ensinamentos que tive dentro desses prédios e recintos. As mordidas, bicadas e arranhadas fazem parte do aprendizado. E por último, e mais importante de tudo, pois sem eles esse trabalho não existiria. Trabalho cansativo, exaustivo, árduo, porém lindo, maravilhoso e extremamente necessário para que no futuro tenhamos uma medicina mais avançada para os nossos pacientes, que são o motivo de estarmos aqui hoje. Agradeço assim a Maya, ao Raj e ao amor da minha vida, Amora, que foram os lobos que, para minha sorte, e talvez azar deles, cruzaram com o meu caminho e me deram a oportunidade de conduzir esse estudo. Sinto muito que vocês não estejam mais aqui para ver a conclusão dessa confusão toda, mas não acho que vocês iriam se admirar com o resultado também, muito provavelmente só iriam me devolver em forma de alguma mordida, como de costume. E estaria tudo certo, não sou dos mais apaixonados pelas minhas mãos. E a você que está gastando um tempinho da sua vida para ler esse trecho. Hoje em conversa com uma amiga muito querida, comentei sobre minha sessão de agradecimentos, e algo que ela me disse me tocou muito e me fez. Isso aqui deveria ser um hábito nosso constante, não somente em eventos especiais, como uma defesa de mestrado. Saber agradecer e destinar amor as pessoas é um processo muito importante da nossa vida, mas raramente nos permitimos ou nos damos o devido tempo para isso. Talvez o mundo seria um lugar melhor se nos dedicássemos um pouco mais para atividades como essa, nos faz rememorar dos motivos de estarmos aqui. Para finalizar, as palavras de Jack Johnson explicam bem tudo que mencionei nesse texto: Amor é a resposta para todas as perguntas importantes nas nossas vidas: Por que estamos aqui? Para onde vamos? E por que as coisas são tão difíceis? Porque amamos demais. Sendo assim, agradeço à vida, por me permitir passar meu curto tempo aqui com aqueles que amo. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. Também agradecemos à FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos; Outorga: 01.12.0530.00). vii Nem tudo o que reluz é ouro, Nem todos os que vagueiam estão perdidos; O velho que é forte não murcha, Raízes profundas não são atingidas pela geada. - J. R. R. Tolkien viii Sumário LISTA DE FIGURAS................................................................................... vi LISTA DE TABELA...................................................................................... ix Resumo..................................................................................................... xi Abstract...................................................................................................... xii CAPÍTULO 1............................................................................................... 1 1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA....................................................... 2 2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................ 4 3 REFERÊNCIAS..................................................................................... 13 CAPÍTULO 2............................................................................................... 17 Artigo científico 1..................................................................................... 18 Artigo científico 2..................................................................................... 33 ANEXO....................................................................................................... 47 ix Lista de Figuras Artigo científico 1 Figura 1. Mensurações dos ossos da escápula na projeção radiográfica caudocranial (a), e do úmero (b) e rádio-ulna (c) na projeção mediolateral, em lobo-guará. (a) 1 - borda dorsal da escápula, 2 - margem da cavidade glenóide. (b) 3 - margem proximal da cabeça umeral, 4 - margem distal dos côndilos. (c) 5 - margem proximal da cabeça do rádio, 6 - margem distal da epífise distal do rádio, 7 - margem do olécrano e 8 - margem distal da epífise distal da ulna...................................................................................................................... 21 Figura 2. a e b) Linhas radiolucentes (pontas de setas e linhas pontilhadas) correspondentes às linhas fisárias do úmero e rádio/ulna, na projeção radiográfica mediolateral, em lobo-guará de 4 meses de idade. 1 - epífise proximal do rádio, 2 - epífise do epicôndilo medial do úmero, 3 - epífise proximal da ulna. Em c nota-se a ausência das linhas radiolucentes (fechamento das linhas fisárias – setas), na projeção radiográfica mediolateral, em lobo-guará de 19 meses de idade.......................................................................................... 22 Figura 3. Delimitações (amarelo) dos centros secundários de ossificação do ombro (a), cotovelo (b) e região distal do rádio/ulna (c), na projeção radiográfica mediolateral, em lobo-guará de 5 meses de idade. 1 - tubérculo supraglenoidal, 2 - epífise proximal do úmero, 3 - epífise distal do úmero, 4 - epífise proximal do rádio, 5 - epífise do epicôndilo medial do úmero, 6 - epífise proximal da ulna (olécrano), 7 - epífise distal do rádio, 8 - epífise distal da ulna............................ 23 x Artigo científico 2 Figura 1. Mensuração longitudinal (linha amarela pontilhada) dos ossos do fêmur (a) e da tíbia (b), na projeção radiográfica mediolateral, em lobo-guará. 1 – ponto mais proximal da cabeça femoral; 2 - margem distal dos côndilos femorais; 3 - platô tibial; 4 - margem distal da epífise distal da tíbia................... 36 Figura 2. a) Linhas radiolucentes (setas) correspondentes às linhas fisárias do fêmur e tíbia, na projeção radiográfica mediolateral, em lobo-guará de 4 meses de idade. 1 - patela, 2 - tuberosidade da tíbia, 3 - epífise proximal da tíbia, 4 - epífise distal do fêmur (côndilos), * - ausência da epífise proximal da fíbula. Em b visibiliza-se a ausência das linhas radiolucentes (fechamento das linhas fisárias – setas) em lobo-guará de 19 meses...................................................... 37 Figura 3. Delimitações (amarelo) dos centros secundários de ossificação da articulação coxofemoral (a), joelho (b) e região distal da tíbia e calcâneo (c). 1 - cabeça do fêmur, 2 – patela, 3 - epífise distal do fêmur, 4 – tuberosidade da tíbia, 5 - epífise proximal da tíbia, 6 - epífise proximal da fíbula, 7 - epífise distal da tíbia, 8 – epífise do osso fibular do calcâneo.................................................. 38 xi Lista de Tabelas Artigo científico 1 Tabela 1. Momento de fechamento das linhas fisárias em ossos do membro torácico em lobos-guará..................................................................................... 24 Tabela 2. Mediana e percentis 25 e 75% das mensurações das áreas dos centros de ossificação secundários no membro torácico. Teste de Friedman (P < 0,05).................................................................................................................. 26 Tabela 3. Mediana e percentis 25 e 75% dos comprimentos dos ossos dos membros torácicos, sendo úmero, rádio e ulna na projeção radiográfica mediolateral e escápula na caudocranial, de acordo com os momentos de avaliação............................................................................................................. 28 Artigo científico 2 Tabela 1. Momento de fechamento das linhas fisárias em ossos do membro pélvico em lobos-guará........................................................................................ 39 Tabela 2. Mediana e percentis 25 e 75% das mensurações das áreas dos centros de ossificação secundários no membro pélvico. Teste de Friedman (P < 0,05)................................................................................................................. 40 Tabela 3. Mediana e percentis 25 e 75% dos comprimentos dos ossos dos membros pélvicos na projeção radiográfica mediolateral, conforme os momentos de avaliação........................................................................................ 42 xii GONÇALVES, R.A.B. Crescimento do esqueleto apendicular de Chrysocyon brachyurus por meio do exame radiográfico (Illiger, 1815) (Mammalia: Canidae) Botucatu, 2024. 41p. Dissertação (Mestrado em Animais Selvagens) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista. RESUMO O objetivo do estudo foi avaliar, por meio de exames radiográficos simples, o crescimento ósseo dos membros torácicos e pélvicos de lobos-guará. Foram usados três lobos-guará (Chrysocyon brachyurus), com estimada entre 3 e 4 meses. Os membros torácicos e pélvicos foram radiografados, 1 vez por mês até a idade de 11-12 meses e a cada 2-3 meses até os 18-19 meses de idade. As linhas fisárias identificadas nos membros torácicos e seus fechamentos foram: tubérculo supraglenoidal (7-8 meses), epífise proximal do úmero (17-19 meses), epífise distal do úmero (8-9 meses), epicôndilo medial do úmero (8-9 meses), ulna proximal (9-10 meses), epífise proximal do rádio (13-15 meses), epífise distal da ulna (13-15 meses) e epífise distal do rádio (17-19 meses). As linhas fisárias identificadas nos membros pélvicos e seus fechamentos foram: cabeça do fêmur (13-15 meses), epífise distal do fêmur (13-15 meses), epífise proximal da tíbia (17-19 meses), tuberosidade da tíbia (17-19 meses), epífise distal da tíbia (11-13 meses), epífise proximal da fíbula (13-15 meses), tuberosidade do calcâneo (8-9 meses). Diferenças significativas foram verificadas nas áreas dos centros de ossificação secundários da epífise proximal do úmero e proximal do rádio, entre a avaliação inicial com 8-9 meses e 6-7 meses, respectivamente. As epífises do tubérculo supraglenoidal, úmero distal, ulna proximal, ulna distal, epicôndilo medial do úmero e rádio distal apresentaram diferenças aos 5-6 meses. A mensuração da área do centro de ossificação secundário da epífise proximal do fêmur e epífise distal da tíbia, área da patela e epífise do osso fibular do tarso mostraram diferença significativa entre a primeira avaliação e 6-7 meses. A epífise distal do fêmur, epífise proximal tíbia, e a tuberosidade da tíbia apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre a primeira avaliação e 7-8 meses. Na epífise proximal da fíbula a diferença foi verificada entre 4-5 meses e 7-8 meses. Foi possível concluir que, embora o aspecto radiográfico das linhas fisárias e dos centros de ossificação secundários nos lobos-guará se assemelhem às dos cães domésticos, existem diferenças nos momentos de fechamento. Palavras-chave: Osso; Linha fisária; Canídeo; Animal selvagem; Radiografia. xiii GONÇALVES, R.A.B. Growth of the appendicular skeleton of Chrysocyon brachyurus through radiographic examination (Illiger, 1815) (Mammalia: Canidae). Botucatu, 2024. 41p. Dissertação (Mestrado em Animais Selvagens) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista. SUMMARY This study aimed to evaluate by plain radiographic exams the bone growth in the forelimbs and hind limbs in maned wolves in maned wolves. Three maned wolves (Chrysocyon brachyurus) estimated to be between 3 and 4 months old were used. The fore and hind limbs were radiographed once a month until 11-12 months of age and every 2-3 months until 18-19 months. The closure times of growth plates were observed as follows: supraglenoid tubercle (7-8 months), proximal humerus (17-19 months), distal humerus (8-9 months), medial epicondyle of the humerus (8-9 months), proximal ulna (9-10 months), proximal radius (13-15 months), distal ulna (13-15 months), and distal radius (17-19 months). The growth plates identified in the hind limbs and closure times were: proximal femur (13-15 months), distal femur (13-15 months), proximal tibia (17- 19 months), tibial tuberosity (17-19 months), distal tibia (11-13 months), proximal fibula (13-15 months), calcaneal tuber (8-9 months). Significant differences were observed in the areas of the secondary ossification centers of the proximal humeral and radial epiphyses between the initial assessment at 8-9 months and 6-7 months, respectively. The epiphyses of the supraglenoid tubercle, distal humerus, proximal ulna, distal ulna, medial humeral epicondyle, and distal radius differences occurred at 5-6 months. The measurement of the area of the secondary ossification center of the proximal epiphysis of the femur and distal epiphysis of the tibia, patella, and fibular tarsal bone epiphysis showed a significant difference between the first assessment and 6-7 months. The distal femoral epiphysis, proximal tibial epiphysis, and tibial tuberosity showed a statistically significant difference between the first assessment and 7-8 months. The difference in the proximal epiphysis of the fibula was observed between 4-5 months and 7-8 months. In conclusion, although the radiographic appearance of the growth plates and secondary ossification centers in maned wolves resembles those of domestic dogs, there are differences in the closure time points. Key words: Bone; Growth plate; Canid; Wildlife; Radiography. CAPÍTULO 1 2 1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA A compreensão do desenvolvimento esquelético apendicular é importante para estimar a idade de crescimento do animal, distinguir condições normais daquelas representativas de anormalidades (RISER, 1975; OVIAWE et al., 2017; FOX, 2021; ROCCARO et al., 2021). Trata-se de um processo dinâmico, que pode ser avaliado por meio de métodos de imagem, sendo o exame radiográfico um dos mais empregados, pela facilidade de uso e baixo custo (ZOETIS et al., 2003; ROCCARO et al., 2021). As análises radiográficas permitem acompanhar a taxa de crescimento ósseo longitudinal de cada osso, predizer o potencial crescimento, a aparência da linha fisária, o tempo de fechamento de cada linha fisária, bem como verificar o aparecimento e fusão dos centros de ossificação óssea (KOSCINCZUK et al., 1989; CONZEMIUS et al., 1994; MYO et al., 2016; OVIAWE et al., 2017; ROCCARO et al., 2021). O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo silvestre da América do Sul, distribuído na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Peru e Uruguai (CHEIDA et al., 2011; OROZCO e CICCIA, 2023), cuja massa corpórea do adulto está em torno de 20-30 kg (CHEIDA et al., 2011; HAMMOND, 2012). A população tem mostrado declínio decorrente de vários fatores, dos quais podem ser citados o desmatamento, atropelamentos, predação e doenças contraídas de animais domésticos, entre outros (CHEIDA et al., 2011; PAULA et al., 2013; PAULA e DeMATTEO, 2015). Com relação ao membro esquelético, alguns estudos têm contribuído para o conhecimento de particularidades da espécie (SIQUEIRA et al., 2017; SIQUEIRA et al., 2018), mas ainda falta compreender a forma e o tempo de crescimento ósseo. Neste sentido, o presente estudo se justificou uma vez que visou avaliar radiograficamente os centros de ossificação secundários e as linhas fisárias, com o respectivo tempo de fechamento, destes animais. Para 3 tanto, foram estabelecidos dois capítulos: Capítulo 1 - Introdução e Revisão da Literatura; Capítulo 2 - Artigos Científicos. 13 3 REFERÊNCIAS Balsa I, Robinson D. Juvenile orthopedic disease in dogs & cats, Part 1: musculoskeletal development & pediatric bone diseases. 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