0 LUISA PARRA SPAGNUOLO DE SOUZA GOALBALL: UMA REVISÃO DA LITERATURA Bauru 2018 Campus de Bauru 1 LUISA PARRA SPAGNUOLO DE SOUZA GOALBALL: UMA REVISÃO DA LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à Faculdade de Ciências como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharelado da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Bauru. Orientadora: Profª. Dr. Marli Nabeiro BAURU 2018 2 ‘Aqueles que apesar de todas as adversidades sempre acreditaram que eu seria capaz de atingir meus objetivos. 3 AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer, primeiramente, a Deus, por me abençoar com muita saúde, com uma família maravilhosa que sempre me apoiou, com pessoas especiais, que estiveram ao meu lado em momentos bons e ruins. Obrigada por me dar força, paciência, perseverança e proteção. Aos meus pais, Isaias Reginaldo de Souza e Lúcia Helena Parra Spagnuolo de Souza, pelo amor, carinho e compreensão, pela educação que me deram, pela dedicação, por me apoiarem e incentivarem em todos os momentos. Se hoje alcancei este objetivo, devo tudo a vocês! Obrigada por sempre acreditarem em mim! Aos meus irmãos, e em especial a minha irmã Maria Laura com a qual convivo e que apesar dos poucos desentendimentos, muito me ajudou, sempre disposta em me auxiliar e contribuir para a finalização de mais um trabalho. Meu eterno obrigado a você! A minha orientadora Marli Nabeiro que acreditou em mim desde o primeiro momento em que conversamos, mesmo quando eu mesma não acreditava sempre disposta a me orientar com sua delicadeza e doçura, com muita paciência, nos momentos bons e ruins. Obrigada pelos seus ensinamentos, tolerância e confiança, obrigada por me tratar às vezes até mesmo como filha. Obrigada por me estimular e ser como um anjo da guarda durante todo esse processo! Agradeço também, minha companheira de trabalho Marina Costa pela paciência e cuidado comigo durante todo esse tempo, e em especial, a minha Coordenadora Pamella Alves por todo carinho, auxílio e atenção comigo, nos momentos bons, mas principalmente, nas dificuldades, sempre me estimulando e me colocando pra cima para que conseguisse terminar este trabalho da melhora maneira possível, muito obrigada! Você é demais!! Ao meu professor do Ensino Fundamental e Médio, ex-técnico de voleibol, e amigo Emílio Eduardo da Cruz pelo incentivo em seguir essa carreira tão maravilhosa que é a Educação Física. Aos meus amigos de jornada universitária, durante esse momento do Bacharelado, Raissa Oliveira, Elisa Ramos, Jhonatas Marciano e Luiz Kenji pelo apoio, conselhos e por estarem presente em todos os momentos. 4 Aos meus companheiros de grupo de dança, AO SENSE, em especial, a Karen Keiko e Karina Lima pela compreensão, preocupação, companheirismo e por sempre me auxiliarem e incentivarem, mesmo quando tudo não saía como o planejado. A força que vocês me deram foi imprescindível! Muito obrigada pela amizade! Gostaria de agradecer, também, em especial, a minha amiga Raissa Oliveira, pelos ‘’puxões de orelha’’, pelas alegrias, choros e frustrações que passamos durante todo esse período. Por me ajudar sempre que eu precisava, me auxiliar e me estimular todas as vezes que eu pensava em desistir, você, foi fundamental durante todo esse caminho e eu agradeço muito por termos cruzado nosso caminho e pela nossa amizade! A todos os professores e funcionários da Seção Técnica de graduação da Faculdade de Ciências e ao Departamento de Educação Física, pela colaboração e atenção. 5 “Mas tudo ainda era muito maior quando a gente ouvia contada, a narração dos outros [...]” João Guimarães Rosa (1994) 6 RESUMO O Goalball é uma modalidade esportiva que foi desenvolvida especialmente para o tratamento de soldados pós II Guerra Mundial que tinham algum tipo de deficiência de visão. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo explorar os fundamentos básicos dessa modalidade paralímpica, bem como apresentar uma reflexão da modalidade na vida dos atletas que desenvolvem tal esporte em seu dia-a-dia. Metodologia: A pesquisa apresenta o histórico geral da modalidade, a performance do Brasil e sua expansão pós olimpíadas de Toronto. Apresenta ainda um projeto de extensão desenvolvido pela UNESP de Bauru em parceria com entidades do município. Discussão: É possível encontrar na pesquisa as regras básicas do goalball, passando pela divisão de classes, a descrição da quadra e equipamentos, posições, tempo de jogo, substituições, infrações, bem como o clico organizacional da modalidade. Os conceitos de deficiência visual também são abordados a pesquisa, estacados por grupos distintos. O desempenho do Brasil é abordado procurando destacar a colocação do Brasil no ranking mundial apresentando as regras de classificação. Palavras–chave: goalball, pessoa com deficiência, esporte paralímpico, deficiência visual. 7 ABSTRACT Goalball is a sports modality that was developed especially for the treatment of post World War II soldiers who had some type of vision impairment. Objective: The present work an imsat exploring the basic foundations of this Paralympic sport, as well as presenting a reflection of the modality in the life of the athletes who develop such sport in their day today life. Methods: The research presents the general history of the modality, the performance of Brazil and its post-Olympics expansion in Toronto. It also presents an extension project developed by UNESP of Bauru in partnership with municipal entities. Discussion: It is possible to find in the research the basic rules of goalball, going through the division of classes, the description of the court and equipment, positions, playing time, substitutions, infractions, as well as the organizational cliche of the modality. The concepts of visual impairment are also addressed to research, staked out by different groups. The performance of Brazil is approached trying to highlight the placing of Brazil in the world ranking presenting the rules of classification Keywords: goalball, disabled person, paralympic sport, visual impairment. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Classes do Goalball............................................................. 15 Figura 2: Quadra e jogadores de Goalball.......................................... 16 Figura 3: Jogadores de Goalball..........................................................17 Figura 4: Ciclo auto-organizacional das equipes de goalbal.............. 20 9 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Princípio do ciclo organizacional do goalball........................................ 21 Quadro 3: Classificação do Campeonato Americano IBSA 2017 – masculino..... 28 Quadro 3: Classificação do Campeonato Americano IBSA 2017 –feminino......... 28 Quadro 4: International Goalball Challenge 2018 – masculine...…………………. 29 Quadro 5: International Goalball Challenge 2018 – feminine...…………………… 29 Quadro 6: Capacidades desenvolvidas no Goalball.............................................. 32 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABDC Associação Brasileira de Desportos para Cegos ADEVIPAR Associação dos Deficientes Visuais do Paraná CADEVI Centro de Apoio ao Deficiente Visual CBDV Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais IBAS International Blind Sports Federeation IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística OMS Organização Mundial de Saúde SESC Serviço Social do Comércio UNESP Universidade Estadual Paulista 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................12 2 OBJETIVO DA PESQUISA...................................................................................13 3 METODOLOGIA...................................................................................................13 4 REVISÃO LITERARIA..........................................................................................14 4.1 História e definições gerais sobre o goalball.....................................................14 4.1.1 Goalball no Brasil............................................................................................22 4.1.2 Goalball em Bauru..........................................................................................23 4.2 Deficiência Visual – conceitos gerais................................................................24 4.3 Pessoa com deficiência visual e o goalball........................................................27 4.3.1 Pessoa com Deficiência Visual e a performance goalball...............................27 4.3.2 Qualidade de vida proporcionada com o desenvolvimento do goalball..........30 5 DISCUSSÃO.........................................................................................................33 5 CONCLUSÃO.......................................................................................................36 REFERENCIAS........................................................................................................37 12 1 INTRODUÇÃO As pessoas com deficiência vêm buscando seus direitos, através de leis e diretrizes que visando à igualdade e oportunidade para todos. Isso não é diferente no esporte - ou como chama-se o esporte para pessoas com deficiência, também denominado de “paradesporto” e/ou “esporte paraolímpico” -, que é uma oportunidade de crescimento pessoal, de prática de atividades físicas, de pertencimento, de objetivos, de aprendizagem, de manutenção da saúde e uma série de outros benefícios (PEREIRA DA SILVA, 2015). Nesse contexto, o goalball como modalidade desportiva para pessoas com deficiência visual destaca-se como uma proposta eficiente na busca pela qualidade de vida. A prática de exercícios regulares traz ao indivíduo benefícios físicos e mentais provocando inevitavelmente a melhora da saúde regular. Há a possibilidade de observar em indivíduos que praticam esportes a melhora na coordenação motora, na condição cardiovascular, agilidade e entre outras a socialização com o meio onde vive. Mas o que é o goalball? Trata-se de uma modalidade criada especialmente para a pessoa com deficiência visual que consiste de maneira resumida em lançar a bola pelo chão com a mão, na direção do gol do adversário, enquanto o oponente tenta bloqueá-la com seu corpo. O goalball tornou-se um esporte paralímpico, em 1976, quando foi implementado pelo programa esportivo dos Jogos Paralímpicos de Toronto, no Canadá, sendo anteriormente, conhecido apenas como uma modalidade de exibição, durante os Jogos de Heidelberg, na Alemanha. (MATARUNA et al., 2005). Segundo Santos (2009), as pessoas com deficiência visual possuem, de forma mais acentuada do que as demais pessoas, dificuldades no desenvolvimento da mobilidade corporal, além de diversos fatores físicos e emocionais, como por exemplo, dificuldades em se concentrar com tarefas diárias, dificuldades na memorização, lateralidade ao realizar determinadas atividades físicas, percepção tátil limitada, consequentemente, baixa coordenação motora, equilíbrio e baixa autoestima. Por isso, com a prática do goalball, seus atletas podem se beneficiarem e produzirem grandes melhoras das suas potencialidades e capacidades físicas. 13 O presente estudo traz informações da história do goalball, passando pelo contexto geral, da modalidade esportiva e paraolímpica, focando nos conceitos de qualidade de vida dos atletas que optam por essa modalidade. No contexto da pesquisa também há o histórico do goalball no município de Bauru, bem como suas parcerias e resultados alcançados. 2 OBJETIVO DA PESQUISA A presente pesquisa tem por objetivo apresentar uma revisão literária sobre o goalball e suas consequências na qualidade de vida de quem pratica tal esporte. 3 METODOLODIA Para a apresentação e resultados foi utilizado a chamada pesquisa bibliográfica que segundo Marconi e Lakatos (2012) a pesquisa bibliográfica implicará no levantamento de dados, por diversas fontes e métodos, considerada o primeiro passo para a pesquisa cientifica. Gil (2011) descreve a pesquisa bibliográfica da seguinte maneira: A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela Internet. (GIL, 2011, p.1) Para esta pesquisa foi utilizada a captação de textos de repositórios acadêmicos, desde o início do goalball no século XX até os dias atuais, bem como acesso a legislação, sites de organizações especificas sobre o esporte goalball, sobre a saúde da pessoa com deficiência e entrevistas. Foi possível observar na coleta de materiais para a pesquisa a falta de estudos específicos sobre o assunto. Há a necessidade da produção de conhecimento sobre o assunto nos mais variados pontos de vista. 14 4 REVISÃO LITERARIA 4.1 História e definições gerais sobre o goalball O International Blind Sports Federeation - IBAS1 informa que o goalball foi inventado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e pelo alemão Sepp Reindle, como forma de reabilitação de veteranos de guerra acidentados, que consequentemente, permaneciam com alguma sequela na visão, como por exemplo, cegueira parcial ou total. A II Grande Guerra Mundial é um marco importante para o esporte adaptado, pois foi a partir daí, quando se percebeu que a prática desportiva era um meio eficaz narecuperação dos soldados que voltavam mutilados das batalhas, que ele começou a seestruturar, iniciando com adaptações no basquetebol que passou a ser jogado ainda noshospitais por pacientes em cadeira de rodas (ADAMS et al., 1985, ARAUJO, 1997 apud SILVA, 1999). A Confederação Brasileira de Desportos2 (2018) cita que durante os Jogos de Toronto (1976), a modalidade foi apresentada como um esporte de alto rendimento. Um salto de grande importância, que rendeu a oportunidade de entrar de vez na grade de programação paralímpica nos Jogos de Arnhem (1980) com a categoria masculina. A disputa feminina entrou quatro anos depois na edição de Nova York (1984). Dois anos antes, em 1982, a modalidade passou a ser gerenciada pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA – sigla em inglês). Em 1985, o professor Steven Dubner, do CADEVI, entidade de atendimento às pessoas cegas de São Paulo, apresentou a modalidade no Brasil. Entusiasmado, o professor Mário Sérgio Fontes levou para a ADEVIPAR, do Paraná. No mesmo ano realizaram o primeiro jogo entre duas associações. Dois anos depois, em Uberlândia, Minas Gerais, aconteceu o primeiro campeonato brasileiro, sob a supervisão do professor Mário Sérgio, presidente da antiga ABDC (Associação 1 Official website of IBSA (International Blind Sports Federation) - http://www.ibsasport.org/ 2 Confederação Brasileira de Desportos – CBVD - http://cbdv.org.br/pagina/goalball 15 Brasileira de Desportos para Cegos). Desde 2010, a modalidade é administrada pela CBDV. Amorim et al., 2010 conclui que a dinâmica do jogo de goalball está relacionada, diretamente, com a construção de mapa mental e exploração das percepções auditivas, como o uso da bola com guizo interno e percepções táteis, como as linhas demarcatórias de quadra em alto relevo – barbantes sob fita adesiva. O Goalball é um esporte que não envolve contato físico e os atletas são vendados para que não haja vantagem de nenhum jogador que possua algum grau de acuidade visual. As equipes são compostas de até 6 atletas, sendo 3 titulares e 3 reservas. Os atletas com deficiência visual são distribuídos em três diferentes classes, são elas: - B1 – que é composta por atletas cegos ou com percepção somente de luzes sem conseguir reconhecer o formato de um objeto a qualquer distância; - B2 – que é a classe composta por atletas com percepção de vultos; e - B3 – que são atletas que conseguem definir imagens. No Goalball, todos os atletas podem competir juntos, pois eles utilizam vendas que previnem qualquer grau de acuidade visual. (FERNANDES et al., 2011). Figura 1: Classes do Goalball Fonte: Comitê Paraolímpico Brasileiro (2016) 16 A quadra possui 18 metros de comprimento e 9 metros de largura. O objetivo do jogo é fazer gols na equipe adversária por meio de arremessos ao mesmo tempo em que precisam defender o gol da sua equipe. A quadra é marcada com barbante e fita para que os atletas sintam o relevo e possam se localizar. Há locais específicos para os atletas se posicionarem e aguardarem o arremesso adversário. Há uma trave com 9 metros de largura e 1,30 metros de altura que fica posicionada atrás dos atletas e delimita a área do gol. Os atletas utilizam a trave para se localizar e para preparar seus arremessos durante o jogo. A bola utilizada durante o jogo pesa 1,250 kg e possui um guizo permitindo que os atletas se orientem através do som emitido e que assim saibam onde ela está. A bola arremessada deve ser rasteira ou tocar em pontos específicos da quadra antes de chegar na equipe adversária, caso isso não ocorra, é cobrada uma penalidade. É um jogo dinâmico de defesas e arremessos, em que os atletas podem passar a bola para seus companheiros de equipe antes de realizarem o arremesso ofensivo, e a cada lance as equipes dispõem de dez segundos para realizar o arremesso, caso contrário, precisam defender uma penalidade. (REGRAS OFICIAIS, 2010 – COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO) Figura 2: Quadra e jogadores de Goalball Fonte: Caio no esporte, 2012. 17 Figura 3: Jogadores de Goalball Fonte: Caio no esporte, 2012. Caldeira (2006) cita as principais regras do jogo, sendo: a) As Posições: Os três jogadores em quadra na partida de Goalball se dividem em três posições conhecidas, sendo um pivô e dois alas, um esquerdo e um direito. O pivô fica entre os dois alas e, na maioria das vezes, um pouco adiantado usando a marcação dos 50 em perpendicular à linha dos 3 m, para se orientar. É o jogador que mais defende por se ocupar do centro da área de defesa e ainda se deslocar para defender bolas nos cantos, e para isso precisa ter uma boa orientação espacial. Normalmente é o pivô quem controla os arremessos da equipe e o tempo de posse de bola para prevenir o terceiro arremesso consecutivo e os dez segundos, respectivamente (ver item penalidades e infrações). Pode também atacar, mas normalmente o pivô, após realizar a defesa, passa a bola para que um dos alas realize o lançamento. Os dois alas ficam na marcação de 1,5 m ou mais adiantados no "T" perpendicular à linha dos 3 m. São eles os responsáveis pelo maior número dos arremessos ao longo do jogo, e devem se preocupar mais com a defesa nos seus próprios cantos do gol. 18 Muitas equipes variam bastante o posicionamento de seus jogadores trocando os alas de lado ou adiantando ou atrasando os alas e o pivô. Tem equipe que chega a jogar com os três jogadores em uma mesma linha defensiva. b) O Tempo de Jogo: A partida é composta por dois tempos de dez minutos cronometrados, com três minutos de intervalo entre eles. Em campeonatos nacionais, três minutos também são dados de aquecimento antes do início de cada partida, e a equipe precisa estar devidamente vendada e uniformizada ao término desse tempo. Caso contrário, a equipe sofrerá uma penalidade por atraso de jogo. c) As Substituições: Cada equipe tem direito a fazer três substituições ao longo da partida, sendo que não são computadas as substituições realizadas durante o intervalo. • Os tempos técnicos: Cada equipe tem o direito de pedir até três tempos técnicos, de duração de quarenta e cinco segundos cada, ao longo de todo o tempo da partida. • As penalidades e Infrações: Existem dois tipos de punição no Jogo de Goalball: as infrações, que caracterizam apenas a perda de posse de bola; e as penalidades, que ainda podem ser individuais ou de equipe, que resultam na cobrança de pênalti. É importante ressaltar que as cobranças de penalidade são realizadas com o cronômetro geral parado. Nessas ocasiões, fica em quadra para realizar a defesa apenas o jogador que realizou a penalidade, em caso de uma penalidade individual, ou o jogador que realizou o último lançamento de sua equipe, em caso de penalidade de equipe. d) As infrações: • Prematurethrow, ou lançamento prematuro, ocorre quando um jogador realiza um lançamento com o jogo parado (por conta de um gol, de um pedido de tempo ou substituição, cobrança de penalidade ou ocorrência de infração, ou quando a bola ultrapassa a line out) antes da autorização do árbitro. • Pass out, ou passe errado, é o passe de um jogador para outro da mesma equipe que vai fora da quadra; • Ball over, ou bola do outro lado, ocorre quando a bola encosta em qualquer jogador da equipe de defesa e passa novamente para a metade da quadra adversária sem que a mesma tivesse consolidado sua posse. As penalidades individuais: 19 • Short ball, ou bola curta, é o lançamento que não chega à área de defesa da equipe adversária, impossibilitando a equipe de realizar a defesa; • High ball, ou bola alta, é a bola lançada que tem seu primeiro contato com o solo após as áreas de defesa e ataque, ou seja, da área neutra para frente; • Long ball, ou bola longa, é a bola que tem um primeiro contato nas áreas de defesa ou ataque, mas não com nenhuma das áreas neutras, voltando a ter contato com o solo somente na área de ataque ou defesa do adversário; • Eyeshades, ou vendas, ocorre quando o atleta mexe ou arruma a venda sem aautorização do árbitro; • Third time throw ou terceiro arremesso é dado ao atleta que realiza três arremessos consecutivos da mesma equipe; • Illegal defense, ou defesa ilegal, ocorre quando o jogador realiza uma defesa completamente a frente da linha da área de defesa. Caso o atleta esteja a frente, mas qualquer parte ou segmento de seu corpo, roupas ou até cabelos ainda estiverem em contato com a linha, não é considerado defesa ilegal; • Personal delay of game, ou atraso de jogo individual, ocorre quando um único jogador é responsável pelo atraso de jogo; • Personal unsportman like conduct, ou atitude antidesportiva individual, ocorre quando um único jogador realiza uma atitude antidesportiva; • Noise, ou barulho, ocorre quando um único jogador realiza excesso de barulho em quadra (Esta pode ser considerada uma penalidade em equipe, também) As penalidades de equipe: • Tem seconds, ou dez segundos, é dado quando, apôs a bola ter entrado em contato com algum jogador da equipe de defesa, e a mesma excede dez segundos com aposse de bola; • Illegal coaching, ou instrução ilegal, são informações passadas pelo técnico ou jogadores reservas durante a partida em momentos proibidos; • Team delay of game, ou atraso de jogo da equipe, é quando a equipe é responsável pelo atraso da partida; • Team unsportman like conduct, ou atitude antidesportiva da equipe, ocorre nos casos em que a equipe é responsável pela atitude antidesportiva; É importante destacar que por se tratar de um esporte de percepção auditiva, o silêncio durante o jogo é fundamental. 20 O Anexo 1 desta pesquisa traz o documento atualizado com todas as regras de goalball, publicado em janeiro de 2018 pelo CBDV. Em termos táticos, Morato (2012) cita que: Para cumprir a lógica do jogo de goalball, as equipes necessariamente terão de cumprir os princípios defensivos e ofensivos expostos... Por outras palavras, podemos dizer que as equipes irão se auto-organizar de acordo com o ciclo. Nesse sentido, o ciclo auto-organizacional das equipes de goalball é um atrator do sistema-equipe. As equipes dispostas a jogar goalball, em qualquer nível de elaboração do jogo, serão atraídas por esse ciclo e irão se auto-organizar referenciadas por ele. (Morato, 2012, p. 55-56) Complementa ainda que no goalball, o sistema-equipe assumirá o controle de todo o processo tático do jogo, como na imagem a seguir. Figura 4: Ciclo auto-organizacional das equipes de goalbal Fonte: Morato, (2012) O quadro a seguir fora baseado nos princípios apresentados por Morato (2012), desenvolvendo o esquema exposto na figura anterior. 21 Quadro 1: Princípio do ciclo organizacional do goalball Principio Descrição Controle de bola Para atuar na dimensão ofensiva, as equipes precisam realizar o controle de bola. No início do jogo ou da segunda etapa, esse controle é realizado após o passe efetuado pelo árbitro principal. Após esses procedimentos de início de jogo, esse princípio estará intimamente correlacionado ao princípio defensivo de interceptação do arremesso e influenciará o de preparação e efetivação do ataque. Preparação do Ataque Com a bola controlada, a equipe passará a enfatizar o princípio de preparação do ataque. Como vimos, tal preparação poderá ser mais ou menos elaborada, de acordo com a eficácia do controle de bola. Efetivação do arremesso Este princípio compreende a aceleração do arremesso vê a transmissão dessa aceleração para a bola. Estes aspectos serão mediados pela técnica de arremesso utilizada (frontal, giro ou costas/entre pernas), 2 o tipo de bola desejado (lisa, quicada ou com efeito),3 a orientação em quadra para poder direcionar a bola ao setor adversário desejado e o cuidado necessário para não transgredir as regras do jogo ao efetivá-lo. Balanço defensivo Ao efetuarem o arremesso, as equipes se encontrarão sem a posse de bola, e passarão a focar o balanço defensivo. Este princípio consiste em restabelecer o esquema tático e ocupar o espaço (área de defesa) de maneira racional. Uma decisão racional compreende empregar os meios mais adequados aos objetivos almejados, respeitando não apenas as regras do jogo, mas também tentando interpretar o ponto de vista do adversário. Leitura da trajetória Este princípio visa identificar o espaço e o momento da origem do arremesso adversário, o setor para o qual ele se destina e, ainda, categorizá-lo (se é rasteiro, quicado, paralelo, diagonal, etc.). Interceptação do arremesso Com a categorização e identificação do arremesso adversário, a equipe poderá reagir para interceptá-lo. Se a leitura possibilitou identificar um arremesso liso e rápido na paralela, a reação defensiva será realizada com um deslize no chão, com o corpo estendido, para aumentar a superfície de bloqueio. Se, de outra maneira, for identificado um arremesso quicado, a reação será diferenciada, possivelmente um pouco retardada, já que a velocidade deste tipo de bola tende a ser menor pelo maior impacto com o solo. O tronco e/ou quadril serão elevados para fazer a superfície de contato crescer em largura e não em comprimento, pois, possivelmente, a bola será interceptada em fase aérea. Fonte: Morato, (2012, p. 57 – 60), adaptado. 22 E no Brasil, qual a história e trajetória desse esporte? 4.1.1. Goalball no Brasil A Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV, 2018) informa que em 1985, o professor Steven Dubner, do CADEVI, entidade de atendimento às pessoas cegas de São Paulo, apresentou a modalidade no Brasil. Entusiasmado, o professor Mário Sérgio Fontes levou para a ADEVIPAR, do Paraná. No mesmo ano realizaram o primeiro jogo entre duas associações. Dois anos depois, em Uberlândia, Minas Gerais, aconteceu o primeiro campeonato brasileiro, sob a supervisão do professor Mário Sérgio, presidente da antiga ABDC (Associação Brasileira de Desportos para Cegos). Desde 2010, a modalidade é administrada pela CBDV. Destaca-se que o Brasil é uma das grandes forças da modalidade. No entanto, a primeira participação brasileira em Jogos Paralímpicos aconteceu em Atenas (2004), com as equipes femininas. A partir daquele momento o esporte não parou de crescer no país, e as seleções foram ficando cada vez mais fortes. Nos Jogos Paralímpicos de Pequim (2008), as seleções masculina e feminina representaram o Brasil. Mas o país começou a se tornar uma das grandes potencias no ciclo 2009/2012. Durante os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara (2011) foram duas medalhas conquistadas – ouro no masculino e prata no feminino. Um ano depois o ponto mais alto do Goalball brasileiro. O time masculino conquistou a inédita medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres (2012) (CBDV,2018). De lá pra cá, o Brasil coleciona excelentes resultados como em 2014 quando a seleção brasileira de goalball masculino conquistou o Campeonato Mundial contra a Finlândia por 9 a 1. Nos jogos Parapan-Americanos de Toronto (2015), o Brasil foi campeão nas categorias masculina e feminina contra os Estados Unidos, promovendo assim o Brasil líder no Ranking Mundial. No Campeonato Americano de Goalball da IBSA de 2017, a equipe masculina ficou em primeiro lugar enquanto a feminina se classificou em terceiro lugar. No ano de 2018 a equipe masculina também terminou o Campeonato Mundial IBSA de Goalball em primeiro lugar, e a seleção feminina em terceiro. 23 4.1.2. Goalball em Bauru O município de Bauru, localizado cerca de 330 km da capital de São Paulo, possui segundo estimativa do IBGE cerca de 374.272 habitantes (IBGE, 2018). Bauru se destaca por ser um polo regional de serviços, entre eles polo estudantil com faculdades e universidades de cursos variados. A Universidade Estadual Paulista - UNESP de Bauru, por meio do curso de Educação Física, desenvolve parcerias com entidades do município em projeto de extensão com aulas de goalball gratuitas a toda comunidade. O projeto ‘’Goalball – Esporte paraolímpico” teve início com a professora doutora Marli Nabeiro no ano de 2012, por meio de um projeto de extensão com alunos do curso de Educação Física. Nabeiro (2017) destaca que: A extensão universitária é capaz de estabelecer a ligação entrea universidade e a sociedade, mas para que ela se efetue, é necessário o apoio da comunidade, através da participação da mesma. Isto possibilita ampliar a formação dos profissionais atuantes nesta área e divulgar as informações resultantes destes trabalhos, formando, assim um corpo de conhecimentos específicos. (NABEIRO, et al., 2017, p. 397) Quanto ao projeto de goalball, seu principal objetivo é oportunizar a prática de uma modalidade paraolímpica para pessoas com deficiência visual e organizar uma equipe deste esporte na cidade de Bauru. (Nabeiro et al., 2017). Destaca ainda que: A metodologia utilizada inclui atividades para o desenvolvimento das capacidades motoras necessárias no desempenho do jogo. Avaliações das seguintes capacidades: aeróbia, anaeróbia, força, flexibilidade, discriminação auditiva e tempo de reação. Planeamento das atividades físicas buscando o aprimoramento das habilidades motoras requeridas para a dinâmica do jogo. A frequência de treino era uma vez por semana com duração de duas horas. Inicialmente as atividades tiveram como objetivo ensinar as habilidades motoras necessárias para o jogo e depois o desenvolvimento das técnicas e táticas. (NABEIRO, 2017, p. 404). Em entrevista para o programa Saúde em Prática da TV UNESP, em 2016, a professora coordenadora do curso de extensão Marli Nabeiro cita a importância do desenvolvimento do esporte paradesportivo. “Os benefícios físicos e motores estão vinculados a capacidades físicas. Por exemplo, a agilidade, tempo de reação, melhora as questões de coordenação, acuidade auditiva, coordenação viso motora, consciência corporal”. 24 Rafael Rodrigues, jogador do projeto em Bauru, conta na mesma entrevista à TV UNESP, a importância do esporte para a vida dele proporcionando uma opção de melhoria na saúde e bem estar social do mesmo. A parceria em Bauru é com a instituição filantrópica “Lar Escola Santa Luzia para Cegos” que começou em 2014 em um festival na praça paradesportiva da cidade. Os atletas que participam da parceria citam a importância da participação nesse projeto como melhoria no condicionamento físico, raciocino lógico, motivação pessoal e na locomoção. O Serviço Social do Comercio - SESC unidade de Bauru é um dos parceiros no projeto. 4.2 Deficiência Visual – conceitos gerais A Lei 13.146, de 6 de julho de 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) (Brasil, 20153), define em seu artigo 2º: Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: I – os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; III – a limitação no desempenho de atividades; e IV – a restrição de participação. § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência. (Brasil, 2015) Martins (2008) aponta que: É importante salientar que não devemos colocar a deficiência dentro de uma concepção puramente médica, ficando associada exclusivamente à doença. Se bem que a deficiência possa ser causada por uma doença, ela não se caracteriza como doença, não devendo, portanto, ser confundida com uma das causas que a podem gerar, e que não a constitui de fato. Muito mais atual e dinâmica é a compreensão da deficiência como parte da área de desenvolvimento social e de direitos humanos, conferindo-lhe uma dimensão mais personalizada e social. Esta concepção traduz a noção de 3 Planalto - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm 25 que a pessoa, antes de sua deficiência, é o principal foco a ser observado e valorizado, assim como sua real capacidade de ser o agente ativo de suas escolhas, decisões e determinações sobre sua própria vida. Portanto, a pessoa com deficiência, é, antes de mais nada, uma pessoa com uma história de vida que lhe confere a realidade de possuir uma deficiência, além de outras experiências de vida, como estrutura familiar, contexto sociocultural e nível econômico. (MARTINS, 2008, p. 28) No ano de 2009, a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência no Brasil foi um marco que trouxe conquistas importantes trazendo equilíbrio entre pessoas que tem e que não tem deficiências. Entre as principais deficiências, destacamos:  Deficiência Auditiva  Deficiência Visual  Deficiência Física  Deficiência Intelectual No contexto dessa pesquisa, descaremos a Deficiência Visual. Silva (1999) destaca que: A deficiência visual refere-se a uma perda na capacidade de captar e interpretar os estímulos visuais do meio ambiente. Esta perda pode ser total ou parcial, podendo ter diferenciados graus de comprometimento, ser congênita ou adquirida, permanente ou temporária (nos casos de transplante de córnea, por exemplo), progressiva ou estacionária, podendo ter várias causas como infecção por vírus, rubéola materna, malformações oculares, glaucoma, catarata, tumores, traumatismos, diabete, retinopatia da prematuridade, insuficiência alimentar. Estas diferenças vão determinar as características da pessoa portadora de deficiência visual - PPDV, tanto físicas como psicológicas. (SILVA, M. T.; 1999, p. 13) A cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente. O Departamento Regional de Saúde Bauru no cita no Plano de Ação Regional da Rede de cuidados da pessoa com deficiência Regional Bauru (São Paulo, 2013) traz a seguinte definição: Deficiência Visual: Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60°; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores não passíveis de melhora na visão com terapêutica clinica ou cirúrgica (SÃO PAULO - Estado, p. 13). 26 A Fundação Dorina Nowill para cegos4 (2018), cita que a deficiência visual é definida como a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. Descreve que o nível de acuidade visual pode variar, o que determina dois grupos de deficiência: Cegueira – há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita. Baixa visão ou visão subnormal – caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE de 2010 (apud Fundação Dorina Nowill para Cegos, 2018), no Brasil, das mais de 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual: - 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos); - 6.056.654 pessoas possuem baixa visão ou visão subnormal (grande e permanente dificuldade de enxergar); Outros 29 milhões de pessoas no Brasil declararam possuir alguma dificuldade permanente de enxergar, ainda que usando óculos ou lentes. Em relação à capacidade da pessoa com deficiência visual, Silva (1999) cita que: “A visão é o órgão dos sentidos mais utilizado para o desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano. É através dele que o processo se inicia porque para que haja esta iniciação, é necessária a recepção de estímulos do meio ambiente. Uma pessoa que tem o órgão visual em perfeitas condições não necessita, a princípio, se utilizar dos outros sentidos na mesma intensidade, pois a visão já proporcionou uma tomada de consciência dos acontecimentos à sua volta. Por exemplo: uma pessoa que, dentro de casa, olhe pela janela e veja um grande balançar das folhas de uma árvore, ou veja pessoas bem agasalhadas, deduzirá que a temperatura está baixa, portanto se quiser sair terá que se agasalhar. Esta dedução dependerá também de suas experiências anteriores em situações parecidas ou iguais. Para uma pessoa que não tenha condições de captar estas informações ambientais através da visão é necessário que as mesmas lhe cheguem através de outros órgãos sensoriais, neste caso o tato, ou seja, esta pessoa terá que sair à rua ou simplesmente abrir a porta de casa ou a janela para sentir a temperatura. Como vimos, mesmo sem ter a visão, esta pessoa teve informação como a primeira, só que através de estimulação sensorial diferenciada, mas que a levou a ter a mesma atitude, ou seja, se agasalhar para sair de casa.” (SILVA, M. T., 1999, p.18) 27 A Deficiência Visual pode ocorrer desde o nascimento (cegueira congênita), ou posteriormente (cegueira adventícia, usualmente conhecida como adquirida) em decorrência de causas orgânicas ou acidentais. 4.3. Pessoa com deficiência visual e o goalball Silva (1999) salienta que a prática do goalball, tanto como modalidade desportiva quanto de lazer, proporciona ao indivíduo a possibilidade de desenvolvimento de várias habilidades e capacidades motoras, além de melhoria na qualidade de vida desses praticantes. Partindo desse pressuposto, é possível afirmar que a prática do goalball pode ser desenvolvida em indivíduos com deficiência visual visando o bem estar e a melhora nos relacionamentos interpessoais. 4.3.1 Pessoa com Deficiência Visual e a performance goalball O goalball como esporte de alto rendimento no Brasil tem evoluído ano a ano tendo como atual líder do ranking mundial no masculino e terceiro colocado no feminino. O Brasil é um dos países mais fortes do mundo quando falamos de Goalball. (CHACON, 2018). Duas medalhas paralímpicas, um título mundial, dois ouros parapan- americanos e um bronze no Campeonato das Américas. Desde 2011, a seleção brasileira masculina de goalball sobe ao pódio nas principais competições que disputa. (CBDV, 2017). A seguir, apresentamos os principais resultados nos anos de 2017 e 2018: 28 Quadro 2: Classificação do Campeonato Americano IBSA 2017 - masculino 2017 IBSA Goalball American Championships De: 26/11/2017 a 03/12/2017 Local: São Paulo/SP, Centro de Treinamento Paraolímpico Classificação masculina C Equipe J P V E D GP GC S 1º Brasil 3 9 3 0 0 27 4 23 2º Argentina 3 6 2 0 1 22 13 9 3º Venezuela 3 3 1 0 2 24 26 -2 4º Peru 3 0 0 0 3 6 36 -30 FONTE: CBDV (2017) Quadro 3: Classificação do Campeonato Americano IBSA 2017 -feminino 2017 IBSA Goalball American Championships De: 26/11/2017 a 03/12/2017 Local: São Paulo/SP, Centro de Treinamento Paraolímpico Classificação feminina C Equipe J P V E D GP GC S 1º Canada 5 15 5 0 0 39 7 32 2º United States 5 10 3 1 1 37 9 28 3º Brazil 5 10 3 1 1 31 7 24 4º Mexico 5 6 2 0 3 20 33 -13 5º Costa Rica 5 3 1 0 4 17 38 -21 6º Peru 5 0 0 0 5 8 58 -50 FONTE: CBDV (2017) 29 Quadro 4: International Goalball Challenge 2018 - masculino International Goalball Challenge 2018 Data: 24/09/2018 - 26/09/2018, Local: São Paulo/SP Classificação masculino C Equipe J P V E D GP GC S 1º Brasil A 5 15 5 0 0 52 9 43 2º Brasil B 5 10 3 1 1 37 18 19 3º EUA B 5 10 3 1 1 48 36 12 4º EUA A 5 6 2 0 3 36 34 2 5º Canadá 5 3 1 0 4 26 52 -26 6º Chile 5 0 0 0 5 5 54 -49 FONTE: CBDV (2017) Quadro 5: International Goalball Challenge 2018 - feminino International Goalball Challenge 2018 Data: 24/09/2018 - 26/09/2018, Local: São Paulo/SP Classificação feminino C Equipe J P V E D GP GC S 1º Brasil 6 15 5 0 1 44 8 36 2º EUA 6 12 4 0 2 34 25 9 3º Canadá A 6 9 3 0 3 40 25 15 4º Canadá B 6 0 0 0 6 9 69 -60 FONTE: CBDV (2017) A CBDV (2013) destaca que no regulamento de classificação do ranking, são considerados alguns critérios de pontuação ao longo dos últimos quatro anos para se chegar à colocação de cada seleção. São eles: - Resultado da partida (vitória, empate ou derrota); - Importância do jogo (Por exemplo: torneio amigável, Mundial, Jogos Paralímpicos); 30 - Nível de dificuldade do adversário (considerando a posição do mesmo no ranking); - Nível da região da equipe adversária (considerando a pontuação média dos países daquela região). Considerando os critérios destacados acima, o sistema segue uma tabela de pontuação para cada um dos casos. A importância de um jogo será pontuada da seguinte forma: 0,5 pontos – vitória em partidas amistosas (exemplo: competições de desenvolvimento - fases de grupos ou/e eliminatórias); 1,0 pontos – vitória em finais amistosas (exemplo: competição de desenvolvimento); 1,0 pontos – vitória em jogos internacionais que não resulte na qualificação para um campeonato importante (por exemplo: Campeonato Europeu – Divisão B ou C de Goalball da IBSA); 1,5 pontos – vitória em finais internacionais; 2,0 pontos – vitória em torneios de qualificação paralímpico ou torneios de qualificação regional (exemplo: leva diretamente para os Jogos Paralímpicos ou Campeonatos Mundiais da IBSA); 2,5 pontos – vitória em finais de torneios de qualificação paralímpico ou um torneio de qualificação regional; 3,0 pontos – vitória no Campeonato Mundial da IBSA ou Paralimpíada; 3,5 pontos – vitória na final do Campeonato Mundial da IBSA ou Paralimpíada; O sistema de rankings surgiu com o objetivo de passar uma ideia para as confederações e federações de como a sua seleção está classificada. Contribuindo algumas vezes com o planejamento de captação e objetivos futuros. (CBDV, 2013) 4.3.2 Qualidade de vida proporcionada com o desenvolvimento do goalball Para a OMS – Organização Mundial da Saúde (1995), a definição de qualidade de vida é a percepção que um indivíduo tem sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. 31 Trata-se de uma definição que contempla a influência da saúde física e psicológica, nível de independência, relações sociais, crenças pessoais e das suas relações com características inerentes ao respectivo meio na avaliação subjetiva da qualidade de vida individual. Neste sentido, poderemos afirmar que a qualidade de vida é definida como a “satisfação do indivíduo no que diz respeito à sua vida quotidiana”. Na Lei de 13.146 em seu artigo 14, é possível observar que a habilitação e a reabilitação fazem parte do direito da pessoa com deficiência no padrão de qualidade de vida: Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da pessoa com deficiência. Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação social em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas. (BRASIL, 2015) Ainda no artigo 42 da mesma lei, é garantido ao portador de deficiência o direito ao e acesso ao desporto. Entre as propostas do goalball está a possibilidade do desenvolvimento de habilidades motoras e sensoriais as quais auxiliam a pessoa com deficiência visual a ter uma maior integração com o meio. Os atletas que iniciam algum tipo de modalidade esportiva geralmente não o fazem para serem vistos ou ganhar medalhas, mas em busca de qualidade de vida, melhora física e mental. Vale lembrar que a educação física é um importante instrumento para colaborar na busca de qualidade de vida. Pode ser a responsável pelo processo de integração entre a pessoa com ou sem deficiência. Silva (1999) destaca que o goalball é um esporte que em suas regras coloca os jogadores em igualdade. Isto nos mostra que o Goalball pode perfeitamente ser praticado por várias pessoas pois coloca seus jogadores como de uma mesma categoria e, se juntarmos os benefícios do esporte em si, os benefícios como esporte coletivo, os benefícios de desenvolvimento de habilidades e capacidades motoras, mais a possibilidade de uma prática conjunta, podemos ter em mãos uma forma de, além de atingirmos todos esses objetivos da Educação Física, atingirmos também a integração destas pessoas tanto na prática desportiva como fora dela. (SILVA, M. T., 1999, p.35) 32 Ela cita ainda que o goalball pode desenvolver capacidades motoras e habilidades motoras como no quadro a seguir: Quadro 6: Capacidades desenvolvidas no Goalball Capacidades motoras Habilidades motoras concentração velocidade geral percepção auditiva percepção tátil percepção cinestésica resistência flexibilidade agilidade potência aeróbica força geral e explosiva velocidade de reação percepção espacial percepção corporal percepção tempo-espacial equilíbrio coordenação memória potência anaeróbica andar correr cair levantar-se arremessar(manipulação) passe de bola para o companheiro trocas de posição em quadra Fonte: SILVA, M. T., 1999 (adaptado) O goalball basicamente é um caminho importante para a adaptação da pessoal com deficiência visual se adaptar ao mundo. 33 5 DISCUSSÃO Ao falarmos da origem do goalball em nossa sociedade, como dito anteriormente, deu-se na Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial, criado pelo austríaco Hans Lorezen e pelo alemão Reindle como forma de terapia para os soldados que foram afetados durante a guerra. Muitos soldados se lesionavam durante a batalha acarretando em vários danos, muitas vezes, como alguns membros amputados do corpo, estresse pós-traumático e também, deficiência visual. E assim, como forma de terapia e de motivação para reintroduzir esses soldados veteranos de guerra com deficiência visual na sociedade. Algo muito importante, não só para aquela época mas porque pessoas que sofrem um trauma e a perda de algo que antes eram acostumados a ter, acabam se abstendo de muitas coisas no convívio social. Então, para conquistar a autoestima dessas pessoas, pensaram em um esporte específico e de fácil acesso. O goalball é o único esporte paralímpico que foi criado, especialmente, para as pessoas com deficiência visual, pois todos os outros esportes foram adaptados de esportes existentes. Para que não haja nenhuma vantagem de um atleta sobre o outro, de acordo com os diferentes graus de acuidade visual, todos os participantes são vendados e para facilitar, é um esporte que não envolve contato físico. Em relação ao Brasil, a modalidade foi implementada, em 1985, com o Clube de Apoio ao Deficiente Visual (CADEVI), na cidade de São Paulo, pelo professor Steven Dubner, sendo o primeiro Campeonato Brasileiro disputado em 1987, na cidade de Uberlândia/MG, apenas dois anos depois do seu início em nosso país. Atualmente, no Brasil, o goalball é gerenciado pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e internacionalmente, pela InternationalBlind Sports Federation (IBSA), responsável pelo Campeonato Mundial de Goalball e também, é responsável pela organização da modalidade nos Jogos Paralímpicos e Parapan-americanos. Apesar de ter sido criado em 1985, há pouco mais de 30 anos, ele vem ganhando cada vez mais espaço e curiosidades pelos praticantes, sendo considerado um esporte atual comparado aos demais esportes que existem no país. Na cidade de Bauru, o goalball foi introduzido pela professora Marli Nabeiro, da Unesp de Bauru, em 2012, com o Projeto de Extensão: ‘’Goalball – Esporte 34 Paraolímpico’’ com o principal objetivo de oportunizar a pratica dessa modalidade para as pessoas com deficiência visual com aulas gratuitas para toda a comunidade. Acredito que pontos positivos para esse projeto, na cidade de Bauru, além das melhoras das capacidades físicas e motoras dos praticantes, o fácil acesso para esse público, em um local fechado e seguro e, também, alunos voluntários para contribuírem com o projeto, juntamente a professora Marli Nabeiro, criando vínculos e contribuindo para a melhora da experiência profissional desses alunos, pois cada vez mais, temos poucos profissionais na área de Educação Física aptos e seguros para trabalharem com um público com alguma deficiência ou limitação. O goalball como modalidade desportiva para deficientes visuais destaca-se por ser um esporte específico e exclusivo para esse público. Como citou Silva (1999), a modalidade, durante a partida, coloca seus jogadores num estado igualitário, com suas regras, principalmente, pelo fato de todos serem vendados. A autora destaca, também, a melhora das diferentes capacidades e habilidades físicas quando os atletas com deficiência visual praticam a modalidade, como por exemplo, maior concentração, maior desenvolvimento da percepção tátil e auditiva, maior resistência, agilidade, além do desenvolvimento do passe mais elaborado e equilibrado ao companheiro, melhor controle de manipulação da bola ao arremessar, facilidade em trocar de posições na quadra, entre outras. A prática de exercícios regulares traz ao indivíduo benefícios físicos e mentais. Sendo assim, observamos uma grande melhora da coordenação motora, na condição cardiovascular, agilidade, maior sociabilidade, melhora da autoestima e estímulos para cada vez mais a busca pela prática seja constante. Assim como qualquer outro esporte ou qualquer prática regular de exercícios físicos possa conquistar esses resultados, citados acima, a prática do goalball para pessoas com deficiência visual, também, proporcionando uma vida mais saudável e melhor aptidão ao realizarem qualquer tipo de tarefa em seu meio social. Quando falamos em pessoa com deficiência, atividade física adaptada nos deparamos com propostas de leis e diretrizes que promovem a inclusão dessas pessoas com deficiência em nossa sociedade, com recursos certos para cada limitação. A Lei 13.146 institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) a garantia da participação efetiva das pessoas com qualquer tipo de deficiência no meio social, em condições de igualdade das demais pessoas, além de ser direito da pessoa com deficiência o 35 processo de habilitação e reabilitação para o desenvolvimento de suas habilidades, potencialidades, capacidades e aptidões físicas, contribuindo para maiores oportunidades na vida pessoal e profissional e melhora na qualidade de vida. No artigo 42, da mesma lei, é garantido por direito a pessoa com deficiência o acesso ao desporto, sendo crucial e motivacional ao longo da vida. Apesar de ser recente a lei, em 2015, permitiu um grande avanço e uma quebra da barreira social e preconceituosa que existe para com as pessoas com deficiência, tanto no meio profissional quanto no pessoal. A busca por maiores oportunidades de aceitação, busca pelos direitos igualitários e a busca constante da superação a cada dia por essas pessoas, são constantes e não pode parar! Pelo contrário, a luta por maior acessibilidade e maiores oportunidades para a inclusão das pessoas com qualquer tipo de deficiência em nossa sociedade, deve ser valorizada e conquistada a cada dia. 36 6 CONCLUSÃO De forma geral, a prática do goalball tanto como modalidade desportiva como de lazer, apesar de ser um esporte recente em nosso país vem ganhando cada vez mais espaço no mundo paradesportivo e cada vez mais destaque na mídia, proporcionando maior divulgação e conhecimento de pessoas que nunca tinham ouvido ou visto o esporte. A busca pela inclusão na nossa sociedade das pessoas com deficiência precisa ser reforçada e estimulada cada vez mais, contribuindo para a melhoria da saúde, do convívio social, autoestima elevada e felicidade em praticarem um esporte único e especifico como o goalball para pessoas com deficiência visual. Portanto, a escassez de informação na literatura quanto ao esporte goalball ainda é visível. Precisamos cada vez mais contribuir para a divulgação da modalidade, tanto no embasamento teórico quanto prático, mostrando a importância do goalball para a melhora na vida social, profissional e esportiva da pessoa com deficiência visual. 37 REFERENCIAS A Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada / Coordenação de Ana Paula Crosara Resende e Flavia Maria de Paiva Vital _ Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2008. 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