UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS – CAMPUS ARARAQUARA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA Agrupamentos produtivos locais: um indicador de desenvolvimento regional no setor aeronáutico Discente: Cristiane Fernanda Lucas Orientador: Prof. Dr. Alexandre Sartoris Neto Examinador: Prof. Dr. Elton Eustáquio Casagrande Araraquara, 2010 2 CRISTIANE FERNANDA LUCAS Agrupamentos produtivos locais: um indicador de desenvolvimento regional no setor aeronáutico Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado ao Departamento de Ciências Econômicas, da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Economia. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Sartoris Neto ARARAQUARA – SP 2010 3 Ao meu pai. 4 Agradecimentos Agradeço principalmente a minha família e ao meu orientador pela enorme ajuda e paciência e também aos professores e colegas que me apoiaram no período de duração desse curso. 5 Sumário Resumo........................................................................................................................................6 Palavras-chaves............................................................................................................................7 Introdução ...................................................................................................................................8 0.1 Considerações iniciais............................................................................................................8 Capítulo 1: Sobre Arranjos Produtivos Locais.........................................................................10 1.1 Definições básicas e conceitos.............................................................................................10 1.1.1.: Arranjos Produtivos Locais......................................................................................10 1.1.2.: Parque Tecnológico..................................................................................................11 1.2. Políticas Públicas e Apoio administrativo..........................................................................12 1.3. Os principais enfoques da localização e concentração de empresas...................................12 Capítulo 2: Definições Básicas e Indicadores Regionais de Desenvolvimento.......................15 2.1. Valor Adicionado................................................................................................................15 2.2. Sobre a Importância da Demonstração do Valor Adicionado............................................15 2.3. Considerações sobre a Demonstração do Valor Adicionado..............................................15 2.4. Valor Adicionado na Empresa............................................................................................16 2.5. Elaboração da Demonstração do Valor Adicionado...........................................................17 2.6. Definição de um Indicador de Desenvolvimento Regional................................................17 2.7. Exemplos de Arranjos Produtivos Locais do Estado de São Paulo....................................17 2.8. Cidades Estudadas..............................................................................................................18 2.9. Dados Anuais das Cidades Estudadas.................................................................................19 Capítulo 3: Cálculo dos Indicadores........................................................................................21 3.1. Cálculo dos Indicadores......................................................................................................22 3.2. Discussão dos indicadores..................................................................................................22 Capítulo 4: Estudo Estatístico Comparativo sobre o Consumo de Energia Elétrica Industrial dos Municípios.........................................................................................................24 Capítulo 5: Valor Adicionado dos Municípios .......................................................................28 Considerações Finais: Discussão dos indicadores de desenvolvimento regional, consumo energia elétrica industrial e do valor adicionado......................................................................32 Referências Bibliográficas.......................................................................................................34 6 RESUMO O presente estudo, que foi desenvolvido considerando os dados de quatro municípios do Estado de São Paulo (São Carlos, Araraquara, Matão e Gavião Peixoto), teve como propósito definir um Indicador de Desenvolvimento Regional e teve os seguintes itens pesquisados: consumo energia elétrica residencial e industrial, população, valor adicionado total e o número de empregos gerados. Desses itens foram utilizados o valor adicionado e o número de empregos gerados para definir um indicador de desenvolvimento regional a fim de detectar o desenvolvimento dos municípios estudados, utilização de mão de obra qualificada e a geração de riquezas obtidas e distribuída entre esses municípios. A construção desse Indicador teve como base os dados dos municípios paulistas do período de 2001 a 2007. Após a mensuração do indicador de desenvolvimento regional foram extraídos e analisados os seguintes dados: análise do crescimento desses indicadores que levam ao desenvolvimento dos municípios vizinhos e a formação de um agrupamento produtivo local (cluster). Esses dados também foram utilizados numa análise estatística de regressão para estimar previsão de crescimento desses municípios em função do setor aeronáutico que está se instalando na região estudada. Foi observado também que no período estudado houve um crescimento de consumo de energia elétrica industrial e residencial, propiciando aos seus habitantes uma melhor qualidade de vida, com melhores salários e benefícios comuns. Esse indicador é altamente favorável, pois evidencia que a tendência de agrupamento de empresas no mesmo setor, contribui para o desenvolvimento da sociedade onde está inserida, incentiva o crescimento dos municípios e fomentando as atividades. No período de 2001 a 2005, os municípios de Araraquara, Gavião Peixoto e São Carlos tiveram um crescimento no indicador, de maneira estável. O mesmo não ocorreu com Matão devido à sua característica econômica local e às influências externas do setor de sua produção de agronegócios (que no ano de 2005 foi muito afetado no número de emprego). Em conseqüência, na região que não depende disso, a geração de emprego contribuiu para o desenvolvimento da sociedade onde está localizada, através da distribuição do valor adicionado que gera. 7 Palavras-chave: Arranjos Produtivos Locais, geração de empregos, indicador de desenvolvimento regional. 8 0. Introdução 0.1 Considerações iniciais Existem formas de apresentar os dados por meio de medidas, algumas regras, gráficos estatísticos, Everity, B. S (1991), que indiquem algumas características a fim de constatar o desenvolvimento de municípios em um determinado setor. Municípios com aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam uma especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si, tais como, o governo, as associações empresariais, as instituições de crédito, de ensino e de pesquisa formam um arranjo produtivo local chamado de APL ou cluster. A importância de se estudar Arranjos Produtivos Locais (APL) do estado de São Paulo deve-se ao fato de que, dos 40 municípios brasileiros com maior concentração de empresas, por volta de cinqüenta por cento destes municípios situam-se no interior do estado de São Paulo (SEBRAE, 2008). Este trabalho visa estudar o surgimento do setor aeronáutico em municípios próximos e a sua contribuição no desenvolvimento regional constatado por indicadores regionais a partir do levantamento estatístico de dados em um determinado período. Esses dados foram obtidos no Portal do Governo do Estado de São Paulo, da Fundação SEADE (Sistema Estadual de Análise de Dados) durante o período compreendido entre 2001 e 2007. Esta Fundação é integrante da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo e ainda disponibiliza outros indicadores para informações socioeconômicas. Além disso, a partir dos dados coletados junto aos munícipios estudados, uma regressão linear, (Morettin & Bussab, 2004), será realizada para a constatação de previsões que serão feitas ao longo do estudo, como por exemplo, no aumento ou diminuição da população, valor adicionado, consumo de energia e empregos ocupados. A escolha do estudo do setor aeronáutico nos municípios que ora se instalam, é dada pela grande importância no desenvolvimento e crescimento, tanto industrial como populacional, nessas cidades e região . A localização estratégica desses municípios, não só devido à proximidade a uma malha rodoviária de fácil comunicação logística com os demais centros de desenvolvimento do 9 Estado de São Paulo, mas também, a presença de um forte pólo tecnológico ligado às Universidades favorece a implantação do setor aeronáutico. 10 Capítulo 1 - Sobre Arranjos Produtivos Locais Neste capítulo serão apresentadas as principais abordagens teóricas sobre o tema da localização de Arranjos Produtivos Locais no espaço geográfico, segundo os enfoques economia de empresas, economia da inovação, economia regional pequenas empresas/distritos industriais e parque tecnológico. O sucesso de um arranjo produtivo local é medido pela capacidade de competição de suas empresas e, por extensão, por sua trajetória evolutiva em termos de crescimento da produção, geração de emprego, desenvolvimento tecnológico e a inserção nos mercados internos (e internacional), é fortemente condicionado por suas raízes históricas, pelo processo de construção institucional, pelo tecido social, e pelos traços culturais locais. Esses fatores condicionam a especialização produtiva local, a possibilidade de surgimento de uma liderança local, a existência de confiança entre agentes locais como base para ações conjuntas de cooperação e divisão de trabalho, a criação de instituições de apoio às empresas, e a estrutura de governança prevalecente. 1.1. Definições Básicas e Conceitos Definição 1.1.1.: Arranjos Produtivos Locais ‘Arranjos Produtivos Locais’ são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais tais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. O arranjo produtivo local (cluster) caracteriza-se como uma aglomeração geográfica de grande número de empresas de portes variados, com presença significativa de pequenas empresas não integradas verticalmente, fabricantes de um mesmo tipo de produto (ou produtos similares) e seus fornecedores e prestadores de serviços. Essa característica estrutural é determinante da divisão de trabalho entre as empresas locais, o que permite a realização de economias de escala e de escopo independentemente do tamanho da empresa e, por consequência, da estrutura de governança do cluster. Há várias configurações possíveis: 11 empresas líderes operando redes de pequenas empresas terceirizadas, redes autônomas de pequenas empresas, estruturas dominadas por grandes empresas externas de comercialização, predominância de alguma forma de governança pública ou privada (associações de classe) local. De todo modo, alguma forma de coordenação – relações de mercado, estrutura de governança, liderança local – está presente. E a proximidade geográfica entre os agentes (empresas, instituições, centros de pesquisa) é essencial para a coordenação, bem como para o aproveitamento das economias externas locais e a disseminação de novos conhecimentos, com a criação de parques tecnológicos. Definição 1.1.2.: Parque Tecnológico Um ‘Parque Tecnológico’ é uma organização gerida por especialistas, cujo principal objetivo é aumentar a riqueza da comunidade, através da promoção da cultura da inovação e da competitividade das empresas e instituições baseadas no conhecimento que lhe estão associadas. Para alcançar estes objetivos, um Parque Tecnológico estimula e gerencia o fluxo de conhecimentos e de tecnologias entre Universidades, instituições de P&D, empresas e mercados; facilita a criação e o crescimento de empresas baseadas na inovação através da incubação e fornece outros serviços de valor agregado, bem como espaços e serviços de apoio de elevada qualidade. Há de se considerar um ganho nesse processo de implantação de um parque tecnológico que pode trazer vantagens competitivas entre as quais destacam-se a presença de uma “massa crítica” relevante traduzida em competências específicas; ganhos de eficiência coletiva: – Ações conjuntas – existência de institucionalidade que facilite e estimule a interação e a cooperação inter-firmas – interações fortes entre os agentes; – políticas públicas consistentes. 12 1.2. Políticas Públicas e Apoio administrativo Apoio por meio de instituições em gestão estratégica do negócio. Implantação de cursos voltados para o treinamento de mão de obra adequada ao quadro de especialidades necessárias ao funcionamento das empresas do agrupamento. Políticas de acesso a financiamento e juros baixos no início e implantação. Facilidade e divulgação sobre temas relacionados com consultoria em Propriedade Intelectual. Facilidades de laboratórios e Incubação de empresas para o desenvolvimento de empresas de alta tecnologia e de inovação tecnológica para garantir o êxito nos empreendimentos. A essas políticas juntam-se ações conjuntas deliberadas das empresas e instituições locais, como por exemplo, para compra de matérias primas, promoção de cursos de capacitação gerencial e formação profissional, criação de consórcios de exportação, contratação de serviços especializados, instituição de centros tecnológicos coletivos, cooperativas de crédito. Dessa soma resultaria a eficiência coletiva que, em princípio, determina a vantagem competitiva das empresas locais comparativamente a empresas similares não aglomeradas geograficamente. 1.3. Os principais enfoques da localização e concentração de empresas As aglomerações de empresas e instituições em arranjos produtivos locais (clusters) têm merecido atenção na literatura econômica desde os trabalhos pioneiros de Alfred Marshall sobre os distritos industriais ingleses, no final do século XIX. Com base nas idéias seminais de Marshall, muitos outros autores estudaram as razões do sucesso competitivo dessa forma de organização industrial. Do ponto de vista da Economia são chamadas de economias externas Marshallianas, e incluem vantagens decorrentes (1) da existência de um denso mercado local de mão de obra especializada; (2) das facilidades de acesso a fornecedores de matérias primas, componentes, insumos e serviços especializados e, muitas vezes, também de máquinas e equipamentos, e (3) da maior disseminação local de conhecimentos especializados que permitem rápidos processos de aprendizado, criatividade e inovação. Conforme exposto em Suzigan et al (2003), existem pelo menos cinco enfoques principais sobre o tema da concentração e localização da produção no espaço geográfico e dos 13 vinculos produtivos entre empresas, agentes correlatos e instituições de apoio (governo estadual, prefeitura, etc.) (1) Nova Geografia Econômica; (2) Economia de Empresas; (3) Economia da Inovação; (4) Economia Regional e (5) Pequenas Empresas/ Distritos Industriais (Parques Tecnológicos). Estes temas serão objetos de estudo e identificação com trabalho ora desenvolvido. (1) Nova Geografia Econômica, proveniente da teoria econômica ortodoxa e tendo o trabalho de Fujita, Krugman & Venables (1999) como principal referência, busca desenvolver modelos analíticos que incluam retornos crescentes e abordagem conjunta com comércio exterior e a nova geografia econômica, sendo que a evolução da estrutura espacial da economia é determinada pelo confronto entre forças que induzem a concentração industrial e outras economias externas puras e forças que induzem a desconcentração (fatores fixos ou imobilizados, aluguéis e custo de commuting, congestionamento, poluição e outras deseconomias externas puras). (2) Economia de Empresas, onde se destaca Porter (1998) como principal autor, enfatiza a importância de economias externas geograficamente restritas (concentrações de habilidades e conhecimentos altamente especializados, atividades correlatas e consumidores sofisticados) na competição internacional. E o que Porter chama de “paradoxo da localização geográfica”, isto é, muitas das vantagens competitivas duradouras num mundos “globalizado” dependem de fatores locais Porter (1998). (3) Economia da Inovação, em que se destaca o trabalho de D.B. Audretsch (1998), a proximidade local facilita o fluxo de informação e os spill-overs de conhecimento. Atividades econômicas baseadas em novo conhecimento têm grande propensão a aglomerar-se dentro de uma região geográfica, o que “tem desencadeado uma mudança fundamental na política pública voltada aos negócios, afastando-se de políticas que constrangem a liberdade de contratar das empresas e direcionando-se a um novo conjunto de políticas capacitantes, implementadas nos âmbitos regional e local”. (4) Pequenas Empresas/Distritos Industriais, inspirado nas recentes experiências dos distritos industriais italianos ou europeus de modo geral. Destaca a importância de arranjos sócio-econômicos específicos e do papel de pequenas e medias empresas, além da inclusão dos países em desenvolvimento nos estudos de cluster industriais. Busca compreender, de forma geral, como a existência de sistemas locais de produção em países em desenvolvimento 14 pode contribuir para o aumento de competitividade das empresas presentes em aglomerações desse tipo, tanto no sentido de concorrer em novos em novos mercados, inclusive internacionais, como no desencadeamento de processo de desenvolvimento local. E também conhecido como enfoque da “Eficiência Coletiva” e possui Hubert Schmitz como principal autor, Cavalcante (2006). (5) Economia Regional, que apesar de possuir várias correntes, uma em especial se aproxima do tema clusters, aquela liderada por A. Scott (1995), que estabelece uma relação entre geografia econômica e desempenho industrial. As três primeiras abordagens serão descartadas para fins do estudo do setor aeronáutico, dado que se afastam dos nossos objetivos concretos de investigação bem como da metodologia a ser utilizada neste estudo. Dessa forma, os dois últimos enfoques, Eficiência Coletiva e a corrente liderada por Allen Scott dentro da Economia Regional, serão as principais referências. O nosso trabalho pretende mostrar que o crescimento da economia regional foi em parte proporcionado pelos municípios estudados tendo em vista análise de indicadores que apresentaremos nos próximos capítulos. 15 Capítulo 2 - Definições Básicas e Indicadores Regionais de Desenvolvimento 2.1. Valor Adicionado O ‘Valor Adicionado’ é definido como o Valor que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no seu processo produtivo. É a contribuição ao produto interno bruto pelas diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor de produção e o consumo intermediário absorvido por essas atividades. Segundo Neves e Viceconti (2001), o Valor Adicionado ou Valor Agregado representa a riqueza criada por uma entidade num determinado período de tempo, geralmente, um ano. A Demonstração do Valor Adicionado evidencia o valor das riquezas criadas, bem como sua efetiva distribuição. 2.2. Sobre a Importância da Demonstração do Valor Adicionado Na parte contabil, atualmente, alguns países exigem das empresas internacionais que desejam se instalar no país, que demonstrem a riqueza que pretendem gerar e a forma de distribuição dessa riqueza. A demonstração do valor adicionado, conhecido como DVA indica de maneira clara e precisa, a parte da riqueza que pertence aos sócios ou acionistas, a que pertence ao capital de terceiros (capitalistas que financiam a entidade), a que pertence aos empregados e a parte que vai para o governo. Portanto a DVA torna-se imprescindível para atender às necessidades adicionais de informações não contempladas por outras demonstrações. 2.3. Considerações sobre a Demonstração do Valor Adicionado 16 Em Ciências Econômicas, mais especificadamente, restringindo-se aos aspectos da macroeconomia, o valor adicionado está intimamente ligado à apuração do produto nacional. Do ponto de vista microeconômico, poder-se-ia dizer que o valor adicionado de uma empresa é o quanto de riqueza ela pode agregar aos insumos de sua produção que foram pagos a terceiros, inclusive os valores relativos às despesas de depreciação. Do ponto de vista da Ciência Contábil, a medição ou apuração da riqueza criada pode ser calculada através da diferença aritmética entre o valor das vendas e os insumos pagos a terceiros mais as depreciações. Em De Luca (1998), utiliza a Demonstração do Valor Adicionado como o quanto de valor ela agrega aos insumos que adquiri num determinado período e é obtido, de forma geral, pela diferença entre as vendas ou produção e o total dos insumos adquiridos de terceiros. Este valor será, ainda, igual à soma de toda a remuneração dos esforços consumidos na atividade da empresa. 2.4. Valor Adicionado na Empresa O conceito de Valor Adicionado na economia é utilizado para mensurar as atividades econômicas de uma nação através da definição do seu Produto Nacional. Um dos elementos mais importantes e diretamente responsável pela produção econômica nacional é a empresa. As empresas compõem o sistema de produção da economia nacional, produzindo os bens e serviços que atendem às necessidades de consumo e de acumulação da sociedade. Em De Luca (1998), o valor adicionado da atividade produtiva é obtido pela diferença entre a Receita de Vendas (ou produção) e os Materiais e Serviços Adquiridos de Terceiros (consumo intermediário). O Valor adicionado total dos negócios representa a soma do valor adicionado da atividade produtiva e dos ganhos obtidos pelas aplicações de recursos que geraram riqueza em outra empresa ou atividade. Deste modo, a distribuição do valor adicionado apresenta separadamente a parcela que se destina à remuneração de cada elemento que contribui para sua formação: empregados; remuneração pela força de trabalho; financiadores: remuneração pelos recursos emprestados; governo: remuneração pela estrutura social, política e econômica que gera condições de operações no meio ambiente; acionistas: remuneração pelo capital investido na empresa. 17 2.5. Elaboração da Demonstração do Valor Adicionado A Demonstração do Valor Adicionado é elaborada em duas partes: na primeira parte é apresentada a geração do valor adicionado, na segunda distribuição do Valor Adicionado. Para Santos (2003), a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), é um importante componente do Balanço Social e tem como principal objetivo a apresentação do valor da riqueza gerada pela entidade e a forma de distribuí-la. 2.6. Definição de um Indicador de Desenvolvimento Regional Indicadores de desenvolvimento regional são adequados para detectar a capacidade de geração de emprego e renda. Uma aplicação deste tipo de indicador foi usada em Lucas et al, (2008) na comparação entre três grupos constituídos por cidades do interior do Estado de São Paulo que possuem Arranjos Produtivos Locais (APL) e com auxílio de ferramentas estatísticas (Everity, (1991); Morettin, Bussab (2004)), revelaram características próprias de certas cidades ao promoverem o desenvolvimento regional e a geração de empregos com atividades específicas. Em Lucas et al. (2008) foi proposto um Indicador de Desenvolvimento Regional, denotado por I(VA/EO), cuja definição é a razão entre o Valor Adicionado (VA) e o Número de Empregos Ocupados formalmente (EO). Neste trabalho, o I(VA/EO) expresso em porcentagem, foi calculado para as quatro cidades estudadas. Os dados sobre o Valor Adicionado (VA) e o número de empregos ocupados formalmente (EO) de cada cidade podem ser encontrados no SEADE (2010). 2.7. Exemplos de Arranjos Produtivos Locais do Estado de São Paulo As cidades de Limeira (bijuterias e folhados), Santa Gertrudes (cerâmica), Jaú (calçados), Mirassol (móveis), São José do Rio Preto (joalherias), Ibitinga (cama, mesa e 18 banho), Auriflama (confecções), Descalvado (frango), Porto Ferreira (móveis e cerâmica artística), Franca (calçados) são conhecidas como alguns Agrupamentos (Arranjos) Produtivos Locais conhecidos como APL´s do Estado de São Paulo. Essas cidades podem ser observadas como Grupo 2 em Lucas, et al. (2008). FIGURA 1: Localização geográfica das 10 cidades integrantes Fonte: Google 2.8. Cidades Estudadas As cidades estudadas neste trabalho foram Araraquara, Gavião Peixoto, Matão e São Carlos, e os itens analisados são os seguintes: · Energia Industrial - Consumo de Energia Elétrica Industrial (Em MWh); · Energia Residencial - Consumo de Energia Elétrica Residencial (Em MWh); · População e Estatísticas Vitais – População; · Produto e Renda - Valor Adicionado Total (Em milhões de reais correntes); · Trabalho - Total de Vínculos Empregatícios. 19 2.9. Dados Anuais das Cidades Estudadas Nesta seção serão apresentados, na Tabela 1 abaixo, os dados referentes às cidades estudadas que foram obtidos do SEADE, com acesso em 07/09/2010. Tabela 1: Dados anuais das cidades Araraquara 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Energia Industrial 146.405 136.691 150.018 160.487 168.063 175.370 182.125 Energia Residencial 117.343 117.765 123.712 125.633 130.897 137.893 146.873 População 184.427 186.639 188.879 191.146 193.439 195.463 197.508 Valor Adicional 1.701,84 1.84,60 2.030,33 2.030,36 2.441,27 2.711,30 2.988,28 Total de Empregos 43.962 46.171 45.809 47.608 52.081 55.786 58.822 Gavião Peixoto 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Energia Industrial 50 1.492 3.557 4.970 6.751 7.734 9.861 Energia Residencial 1.366 1.394 1.507 1.546 1.629 1.720 1.895 População 4.170 4.219 4.267 4.317 4.367 4.416 4.466 Valor Adicional 61,35 55,21 67,33 63,51 97,31 478,72 70,49 Total de Empregos 842 1.012 1.233 1.713 2.235 2.459 5.482 Matão 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 20 Energia Industrial 203.104 214.704 203.587 217.588 185.522 181.743 212.830 Energia Residencial 37.770 37.473 39.777 41.074 43.033 44.050 45.907 População 72.460 73.261 74.070 74.888 75.716 76.473 77.238 Valor Adicional 1.561,28 2.172,54 4.272,21 2.752,80 2.902,69 2.662,37 3.393,73 Total de Empregos 20.271 21.126 23.434 26.644 21.500 24.425 25.635 São Carlos 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Energia Industrial 245.328 271.582 304.683 342.558 226.790 369.735 401.926 Energia Residencial 122.726 123.956 130.561 133.372 141.228 147.770 156.029 População 196.525 200.488 204.532 208.658 212.867 216.266 219.718 Valor Adicional 1.881,35 2.039,11 2.255,91 2.459,49 2.563,32 2.774,89 3.064,41 Total de Empregos 47.037 50.614 53.228 57.431 59.113 59.415 63.176 Fonte: SEADE, www.seade.gov.br, acesso em fevereiro de 2008, junho de 2009 e setembro de 2010. 21 Capítulo 3 – Cálculo dos Indicadores Neste capítulo são apresentados, na Tabela 2, usando a definição dada na seção 2.6, os cálculos dos indicadores de desenvolvimento regional para as cidades pesquisadas na Tabela 1 e as discussões referentes aos dados obtidos. A metodologia descreve o modo como se espera construir um novo conhecimento. Para Lakatos e Marconi (1992), ao submetermos o conhecimento empírico a algum método científico, o transformamos em conhecimento científico. A pesquisa quanto a abordagem do problema classificou-se de forma quantitativa e qualitativa. A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego de métodos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados, acrescenta seu parecer sobre a pesquisa qualitativa, ao afirmar que na mesma são concebidas análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado. A pesquisa assumiu as características de exploratória e descritiva, porque tratou de informações de relatórios sobre os munícipios do Estado de São Paulo fornecidos pelo SEADE, e com levantamento bibliográfico dos assuntos pertinentes ao tema. Posteriormente a pesquisa tornou-se explicativa, pois foram realizadas, usando aplicativos estatísticos (Statistica version 5 e BioEstat 3.0) análises dos resultados, gráficos e indicadores sobre o tema e interpretação dos resultados obtidos. A pesquisa foi realizada com informações dos munícipios de Araraquara, São Carlos, Gavião Peixoto e Matão, localizados no interior do Estado de São Paulo. Os resultados foram obtidos por meio do site www.seade.gov.br no período de 2001 a 2007, realizada por um levantamento da população das cidades analisadas e itens que caracterizam o desenvolvimento e crescimento desses municípios, contextualizado através de análises estatísticas dos dados apresentados, e interpretando os resultados obtidos por meio da definição de um indicador de desenvolvimento regional de municípios num determinado período de tempo. O estudo será baseado em dados oficiais do Estado de São Paulo, livros, artigos, revistas e sites oficiais. 22 3.1. Cálculo dos Indicadores A seguir, são apresentados, na Tabela 2, usando a definição dada na seção 2.6, os cálculos dos indicadores de desenvolvimento regional para as cidades pesquisadas na Tabela 1 e as discussões referentes aos dados obtidos. Tabela 2: Dados anuais das cidades Cidades 2002 2003 2004 2005 2006 Araraquara 3,88 4,80 4,30 4,75 4,86 Gavião Peixoto 5,45 5,46 3,70 4,35 19,46 Matão 10,28 18,23 10,33 13,50 10,90 São Carlos 4,55 4,48 4,33 4,23 4,67 Fonte: Elaboração própria com os dados do SEADE, www.seade.gov.br, acesso em fevereiro de 2008, junho de 2009 e setembro de 2010. 3.2 Discussão dos indicadores Analisando o item de energia elétrica industrial, constatou-se que Matão foi a única cidade que apresentou declínio nos dados, enquanto nas outras cidades houve um acentuado aumento, ressaltando a cidade de Gavião Peixoto, na qual esse aumento foi significativo, considerando a instalação de uma empresa do setor aeronáutico. Os itens de energia elétrica e população apresentaram um aumento em todos os municípios analisados. O item valor adicionado também apresentou aumento em todos os municípios analisados, destacando novamente a cidade de Gavião Peixoto, que passou de 55,21 milhões de reais para 478,72 milhões de reais, justamente devido à presença da empresa do setor 23 aeronáutico. O item de empregos ocupados também apresentou aumento em todas as cidades, destacando novamente a importância da instalação da empresa do setor aeronáutico em Gavião Peixoto. A cidade de São Carlos também foi beneficiada no item de empregos ocupados devido à presença da empresa de manutenção no setor aeronáutico. Como pode ser observado no quadro acima, os indicadores tiveram valores positivos e crescentes, e a cidade que mais se destaca com um aumento acentuado do indicador é a cidade de Gavião Peixoto. Esse valor pode ser obtido através do aumento do valor adicionado juntamente com o valor de empregos ocupados na cidade. É importante observar que as quatro cidades, Araraquara, Gavião Peixoto, São Carlos e Matão estão inseridas em um região tratada como no exemplo do Grupo 2 em Lucas et al, (2008). Nota-se que Matão é um pólo do setor de equipamentos agrícolas e também de suco de laranja. São Carlos destaca-se pelo setor de alta tecnologia, com duas universidades públicas e presta consultoria no desenvolvimento da região. Assim, na região, há uma forte tendência de formação de um APL no setor aeronáutico, uma vez que possui suporte tecnológico, malha viária excelente e mão-de-obra qualificada para o setor. 24 Capítulo 4 - Estudo Estatístico Comparativo sobre o Consumo de Energia Elétrica Industrial dos Municípios Neste capítulo e no seguinte será apresentado um estudo estatístico comparativo dos Indicadores dados na Tabela 2.9 usando a Regressão Linear. No estudo da Regressão, a finalidade é determinar a dependência de uma variável chamada variável dependente em relação a uma outra variável chamada variável independente. Neste capítulo, usando aplicativos Statistica e Bioestat de Estatística, foram feitas as regressões das variáveis em questão, de maneira simultânea, verificando-se pela análise do coeficiente de determinação, qual a curva que melhor se ajusta aos dados coletados. Além disso, foram apresentados os gráficos, equações de regressões lineares que relacionam as principais variáveis usadas (Morettin; Bussab, 2004). 4.1. Consumo de Energia Elétrica Industrial de Araraquara A Equação de Regressão Linear é dada por Y = -14337843,4286 + 7234,3929X, onde a 25 variável dependente (Y) representa o consumo de energia elétrica industrial e variável independente (X) os anos do perído de 2001 a 2007, cujo coeficiente de determinação R2= 90.53% que indica uma aproximação da equação da reta pelo conjunto de dados anuais do consumo de energia elétrica industrial. Também, observando o coeficiente da equação como sendo a=7234,3929 positivo, pode-se concluir que houve um crescimento no consumo de energia elétrica industrial para a cidade de Araraquara. 4.2. Consumo de Energia Elétrica Industrial de Gavião Peixoto A Equação de Regressão Linear é dada por Y= -3127,8451 + 1,5633X, onde a variável dependente (Y) representa o consumo de energia elétrica industrial e variável independente (X) os anos do perído de 2001 a 2007, cujo coeficiente de determinação R2= 0,994 (muito próximo de 1) o que indica uma aproximação da equação da reta pelo conjunto de dados anuais do consumo de energia elétrica industrial. Também, observando o coeficiente da equação como sendo a=1,5633 positivo, pode-se concluir que houve um crescimento no 26 consumo de energia elétrica industrial para a cidade de Gavião Peixoto. 4.3. Consumo de Energia Elétrica Industrial de Matão A Equação de Regressão Linear é dada por Y = 4120,2487- 1,9549X, onde a variável dependente (Y) representa o consumo de energia elétrica industrial e variável independente (X) os anos do perído de 2001 a 2007, cujo coeficiente de determinação R2= 0,0889 (muito próximo de zero) o que indica uma aproximação não muito boa da equação da reta pelo conjunto de dados anuais do consumo de energia elétrica industrial. Também, observando o coeficiente da equação como sendo a=-1,9549 negativo, pode-se concluir que houve uma oscilação (crescimento e decrescimento) no periodo para o consumo de energia elétrica industrial para a cidade de Matão. Isto se deve ao fato do comportamento da economia local que depende muito do agronegócio e fatores externos na produção de laranjas. 4.4. Consumo de Energia Elétrica Industrial de São Carlos 27 A Equação de Regressão Linear é dada por Y= -41789872,1429 +21007,3929X, onde a variável dependente (Y) representa o consumo de energia elétrica industrial e variável independente (X) os anos do perído de 2001 a 2007, cujo coeficiente de determinação R2= 0,4812 (muito próximo de 0,5) o que indica uma aproximação regular da equação da reta pelo conjunto de dados anuais do consumo de energia elétrica industrial. Também, observando o coeficiente da equação como sendo a=21007,3929 positivo, pode-se concluir que houve um crescimento no consumo de energia elétrica industrial para a cidade de São Carlos. Observemos que no ano de 2005 houve um decréscimo no consumo de energia elétrica industrial, isto influenciou no período estudado, principalmente, no coeficiente de determinação. 28 Capítulo 5 - Discussão do Valor Adicionado dos Municípios 5.1. Valor Adicionado de Araraquara A Equação de Regressão Linear é dada por Y = -427894,8571 + 214,6429X, onde a variável dependente (Y) representa o valor adicionado e variável independente (X) os anos do perído de 2001 a 2007, cujo coeficiente de determinação R2= 95,08% que indica uma aproximação da equação da reta pelo conjunto de dados anuais do consumo de energia elétrica industrial. Também, observando o coeficiente da equação como sendo a=214,6429 positivo, pode-se concluir que houve um crescimento no valor adicionado de Araraquara. 29 5.2. Valor Adicionado de Gavião Peixoto A Equação de Regressão Linear é dada por Y = -64602,9286 +32,3007X, onde a variável dependente (Y) representa o valor adicionado e variável independente (X) os anos do perído de 2001 a 2007, cujo coeficiente de determinação R2= 0,2017 (muito próximo de zero) o que indica uma não muito boa aproximação da equação da reta pelo conjunto de dados anuais do valor adicionado. Isto pode ser observado pelo que houve um perído de crescimento até 2006 e decaiu fortemente em 2007, dependendo de fatores externos nas exportações de produtos do município. Também, observando o coeficiente da equação como sendo a=32,3007 positivo, pode-se concluir que os dados se mantiveram estáveis em relação a equação da reta obtida pelo aplicativo Bioestat para a cidade de Gavião Peixoto. 30 5.3. Valor Adicionado do Município de Matão A Equação de Regressão Linear é dada por Y = -362733,5529 + 182,4104X, onde a variável dependente (Y) representa o valor adicionado e variável independente (X) os anos do perído de 2001 a 2007, cujo coeficiente de determinação R2= 0,0497 (muito próximo de zero) o que indica uma não muito boa aproximação da equação da reta pelo conjunto de dados anuais do valor adicionado. Isto pode ser observado pelo que houve um período de crescimento até 2003 e decaindo fortemente até 2006, dependendo de fatores externos nas exportações de produtos do município. Também, observando que apesar do coeficiente da equação como sendo a=182,4104 positivo, pode-se concluir que os dados se mantiveram instáveis em relação a equação da reta obtida pelo aplicativo Bioestat para a cidade de Matão. 31 5.4. Valor Adicionado de São Carlos A Equação de Regressão Linear é dada por Y = -378622,3814 + 190,1482X, onde a variável dependente (Y) representa o valor adicionado e variável independente (X) os anos do perído de 2001 a 2007, cujo coeficiente de determinação R2= 0,9899 (muito próximo de 1) o que indica uma excelente aproximação da equação da reta pelo conjunto de dados anuais do valor adicionado. Isto pode ser observado pelo que houve um período de crescimento estável de produtos do município. Também, observando que o coeficiente da equação como sendo a=190,1482 positivo, pode-se concluir que os dados se acompanharam a equação da reta obtida pelo aplicativo Bioestat para a cidade de São Carlos. 32 6. Considerações finais 6.1. Discussão dos indicadores de desenvolvimento regional, consumo energia elétrica industrial e do valor adicionado Analisando o item de energia elétrica industrial, ver capítulo 3, constatou-se que Matão foi a única cidade que apresentou declínio nos dados, ver seção 3.3, enquanto nas outras cidades houve um acentuado aumento, ressaltando a cidade de Gavião Peixoto, na qual esse aumento foi significativo, considerando a instalação de uma empresa do setor aeronáutico. O valor adicionado como podemos ver na discussão do capítulo 4 , apresentou aumento expressivo nos munícipios de Araraquara e São Carlos, sendo que em São Carlos muito acentuado, não muito adequado em Matão que não acompanhou os demais municípios analisados, destacando novamente a cidade de Gavião Peixoto, que passou de 55,21 milhões de reais para 478,72 milhões de reais, não acompanhando São Carlos e Araraquara que são mais tradicionais, mas com um crescimento estável, justamente devido à presença da empresa do setor aeronáutico. O item de empregos ocupados, ver tabela do capítulo 2, também apresentou aumento em todas as cidades, destacando novamente a importância da instalação da empresa do setor aeronáutico em Gavião Peixoto. A cidade de São Carlos também foi beneficiada no item de empregos ocupados devido à presença da empresa de manutenção no setor aeronáutico. Como pode ser observado no quadro acima, os indicadores tiveram valores positivos e crescentes, e a cidade que mais se destaca com um aumento acentuado do indicador é a cidade de Gavião Peixoto. Esse valor pode ser obtido através do aumento do valor adicionado juntamente com o valor de empregos ocupados na cidade. É importante observar que as quatro cidades, Araraquara, Gavião Peixoto, São Carlos e Matão estão inseridas em um região tratada como no exemplo do Grupo 2 em Lucas, et al, (2008). Nota-se que Matão é um pólo do setor de equipamentos agrícolas e também de suco de laranja. Como podemos ver nos capítulos 2, 3, 4 e 5, São Carlos destaca-se pelo setor de alta tecnologia, com duas universidades públicas e presta consultoria no desenvolvimento da região isso dá um grande impulso à produção de produtos que atende tanto o mercado interno quanto o mercado externo. Além disso, Araraquara pode ser beneficiada pela implantação do 33 setor aeronáutico pela distância dos demais munícipios, principalmente, de Gavião Peixoto, fornencendo uma base e infraestrutura inicial. Pela Tabela o item população apresentou um aumento em todos os municípios analisados. Assim, na região, há uma forte tendência de formação de um Arranjo Produtivo Local (APL) no setor aeronáutico, considerando que empresas aeronáuticas estão se agrupando na região, contando com suporte tecnológico oferecidos pelas universidades locais, malha viária excelente e mão-de-obra qualificada para o setor, como foi detectado pelo indicador de desenvolvimento regional calculado para os municípios estudados. 34 Referências Bibliográficas CAVALCANTE, A. T. M. A., Financiamento e Desenvolvimento local: um estudo sobre Arranjos Produtivos, Dissertação Mestrado, UFMG, 2006. DA SILVA, R. M. Economia em construção, Revista Conexão SEBRAE, n.5, 2005. DE LUCA, Márcia Martins Mendes. Demonstração do valor adicionado: do cálculo da riqueza criada pela empresa ao valor do PIB. São Paulo: Atlas, 1998. EVERITY, B. S. Applied Multivariate Analysis, Edward Arnold British Cataloguing in Publication Data, 1991, 400p. LAKATOS, E. M., MARCONI, M. de A., Metodologia do Trabalho Científico. 4ª. Ed. São São Paulo: Atlas, 1992. LUCAS, L.A.; DE OLIVEIRA, M.A.; MISSIATO, O.; DE JESUS, A.F., Sobre Agrupamentos Produtivos Locais e um indicador de desenvolvimento regional, Revista UNAR, 2008, ISSN 1982-4920. MARSHAL, A. Princípios de Economia, São Paulo: Abril Cultural, 1996. MORETTIN, P.A., BUSSAB, W. Estatística Básica, Editora Saraiva, 2004. NEVES, S.; VICECONTI, P. E. V., Contabilidade Avançada. São Paulo: Frase, 2001. PERROUX, F., A Economia do Século XX. Porto: Herder, 1967. SANTOS, Ariovaldo dos, DVA – Uma demonstração que veio para ficar. Editorial: Revista Contabilidade e Finanças – USP, São Paulo, n. 38, p. 3, Maio/Agosto 2005. 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