UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Departamento de Letras Modernas CARLA CONSALVI PIGNOCCHI ANÁLISE COMPARATIVA ESPANHOL-PORTUGUÊS DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS FORMADAS A PARTIR DE NOMES DE ANIMAIS ARARAQUARA-SP 2013 CARLA CONSALVI PIGNOCCHI ANÁLISE COMPARATIVA ESPANHOL-PORTUGUÊS DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS FORMADAS A PARTIR DE NOMES DE ANIMAIS Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado ao Curso de Letras da Faculdade de Ciências e Letras – Araraquara, como pré-requisito para a obtenção do título de bacharel em Letras. Orientador: Prof. Dr. Odair Luiz Nadin da Silva ARARAQUARA-SP 2013 Pignocchi, Carla Consalvi Análise comparativa espanhol-português de expressões idiomáticas formadas a partir de nomes de animais / Carla Consalvi Pignocchi – 2013 34 f. ; 30 cm Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Letras) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências e Letras (Campus de Araraquara) Orientador: Odair Luiz Nadin da Silva 1. Fraseologia. 2. Expressões idiomáticas. 3. Língua espanhola. 4. Língua portuguesa. I. Título. CARLA CONSALVI PIGNOCCHI ANÁLISE COMPARATIVA ESPANHOL-PORTUGUÊS DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS FORMADAS A PARTIR DE NOMES DE ANIMAIS Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Conselho de Curso de Letras, da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Letras. Orientador: Prof. Dr. Odair Luiz Nadin da Silva Data da defesa/entrega: ___/___/____ MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Prof. Dr. Odair Luiz Nadin da Silva Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Membro Titular: Profª. Drª. Egisvanda Isys de Almeida Sandes Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Membro Titular: Profª. Drª. Nildicéia Aparecida Rocha Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” Local: Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras Unesp-Campus de Araraquara AGRADECIMENTOS Primeiramente, à Deus, por estar sempre presente em minha vida. Aos meus pais, Claudio Pignocchi e Cintia Consalvi Pignocchi, por me incentivarem e apoiarem sempre que precisei durante a minha graduação, e pelos valores transmitidos por eles, que contribuíram para minha formação acadêmica e, sobretudo, pessoal. Ao Eduardo Plepis, à Ana Carolina Plepis, ao Marcelo Rabelo, à Mariana Hippolyto, à Gabriela Del Vale, à Juliana Romano e à Gabriela Freitas, pela amizade, apoio e por estarem sempre ao meu lado. À Maria Julia Baldin, Fernanda Lucchiari, Laís Boarini e todas as pessoas que compartilharam esses quatro anos dentro da sala de aula comigo. Obrigada pela amizade e apoio sempre. Aos professores da área do espanhol, por me ensinarem muitas coisas e por me motivarem no aprendizado deste idioma. Especialmente, ao Professor Doutor Odair Luiz Nadin da Silva, pela sua orientação e por me ajudar no desenvolvimento deste trabalho. RESUMO Este é um trabalho descritivo, que tem como objetivo principal comparar expressões idiomáticas do português brasileiro e do espanhol. O corpus utilizado para selecionar as expressões foi a coleção Prisma (A1-A2/B1-B2/C1-C2). Os idiomatismos selecionados foram os formados por nome de animais. Na primeira parte do trabalho, discorremos sobre Fraseologia, Expressões Idiomáticas e discutimos algumas diferenças entre estas e as colocações. Além disso, foram propostas algumas reflexões sobre a dificuldade do aprendizado das expressões por parte dos alunos. Selecionamos, no corpus acima citado, dezenove expressões idiomáticas e procedemos à descrição e análise de suas composições e de seus significados. A partir dessa análise, apresentamos uma comparação dessas expressões com seus equivalentes no português do Brasil. A partir dessa comparação, pudemos observar que alguns idiomatismos analisados, embora possuam equivalentes entre as duas línguas em questão, são formadas com nomes de animais diferentes. Isso se deve, sobretudo, à visão de mundo e à cultura de cada país. Há ainda expressões cujos equivalentes em português e em espanhol não se diferem por uma palavra, mas sim por várias, apesar do significado ser o mesmo. Observamos, ainda, a importância do aprendizado dos idiomatismos e o fato de nos níveis A1 e A2 da coleção analisada, não aparecerem expressões idiomáticas, comprovando que muitos consideram que é preciso ter um nível mais elevado na língua estrangeira para aprendê-las. Palavras–chave: Fraseologia. Expressões Idiomáticas. Língua Espanhola. Língua Portuguesa. RESUMEN Este es un trabajo descriptivo, que tiene como principal objetivo comparar expresiones idiomáticas del portugués brasileño y del español. El corpus utilizado para seleccionarlas fue el libro Prisma (A1-A2/B1-B2/C1-C2). Los idiomatismos seleccionados fueron los formados por nombres de animales. En la primera parte del trabajo, discorremos sobre la Fraseología, las expresiones idiomáticas y la diferencia entre estas y las colocaciones. Además, fueron propuestas reflecciones acerca de la dificultad del aprendizaje de las expresiones por parte de los alumnos. En el corpus citado, seleccionamos diecinueve expresiones idiomáticas y procedemos a la descripción y análisis de su composición y sus significados. A partir de este análisis presentamos una descripción de estas expresiones con sus equivalentes del portugués de Brasil. A partir de esta comparación, pudimos observar que algunos idiomatismos analisados, aunque posean equivalentes entre las dos lenguas en cuestión, son formadas con nombres de animales diferentes. Eso ocurre, sobretodo, a causa de la visión de mundo y cultura de cada país. Todavía hay expresiones cuyo equivalente en portugués no difiere de la española por una palabra, pero por más de una, aunque los significados son los mismos. Observamos, todavía, la importancia del aprendizaje de los idiomatismos y el facto de que en los libros del Prisma, en los niveles A1 y A2 no aparecen expresiones idiomáticas, comprobando que muchos piensan que se necesita un nivel más avanzado de la lengua extranjera para aprenderlas. Palabras–claves: Fraseología. Expresiones idiomáticas. Lengua Española. Lengua Portuguesa. LISTA DE TABELAS Tabela 1 Níveis comuns de referência: escala global 11 Tabela 2 Quantidade de expressões com nomes de animais 18 SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................................................................................9 1. METODOLOGIA..............................................................................................................11 2. REFLEXÕES TEÓRICAS ACERCA DA FRASEOLOGIA........................................14 2.1 A questão das metáforas e da cultura............................................................................16 2.2 O ensino e aprendizagem da Fraseologia/expressões idiomáticas...............................18 3. A ANÁLISE DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS E SUAS EQUIVALENTES NO PORTUGUÊS DO BRASIL..................................................................................................20 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................30 BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................31 9 INTRODUÇÃO Aprender uma língua estrangeira vai muito além do estudo de sua gramática e vocabulário. Para aprender um segundo idioma, o aluno precisa, além de se dedicar aos estudos, estar em contato com a cultura do país, pois, na maioria das vezes, há palavras que não podem ser traduzidas de acordo com o seu significado no dicionário, ou seja, há expressões, ditas idiomáticas, que são próprias de cada lugar. Sendo assim, um aluno que se interesse também pela cultura de um país poderá obter mais sucesso no processo de aprendizagem da língua. É evidente que não podemos ter conhecimento de todas as expressões idiomáticas de uma língua, mas quanto mais as conhecemos, menos corremos o risco de utilizá-las inadequadamente, o que pode causar falhas na comunicação, além de situações embaraçosas com falantes nativos. Há quem considere o estudo de expressões como acessório desnecessário, ou seja, como algo que não precisa ser estudado e que seria somente curiosidade, prejudicando assim o aprendizado e fluência do aluno. Porém, há aqueles que as consideram como uma das partes mais importantes para o aprendizado. Analisando estas questões, tomamos a primeira forma de pensamento como equivocada e demos às expressões idiomáticas a importância que se salienta na segunda observação, considerando-as fundamentais no aprendizado de uma segunda língua. Tomando isto por base, esta pesquisa consiste em discorrer sobre fraseologia e expressões idiomáticas, descrever e analisar expressões espanholas e seus respectivos equivalentes no português do Brasil. Esta pesquisa está organizada em três capítulos. O primeiro, contém o objetivo e a metodologia com informações sobre o corpus utilizado, de como fizemos a seleção das expressões em espanhol e dos equivalentes no português brasileiro. O segundo capítulo, trata dos fundamentos teóricos sobre fraseologia e expressões idiomáticas, além da questão da cultura na fraseologia e o ensino e aprendizado desta. O terceiro capítulo descreve e analisa cada expressão idiomática selecionada, explorando seus significados e comparando-os com as de significado equivalente no português, com intuito de mostrar que há diferenças na maneira de dizer uma mesma frase, devido às diferenças culturais existentes entre uma língua e outra. Sendo assim, a importância desta pesquisa consiste em, além de apontar estas diferenças culturais através de exemplos, provocar a tomada de consciência de que as 10 expressões idiomáticas têm papel importante no estudo de uma língua estrangeira, e devem ser estudadas com a devida atenção e cuidado. O objetivo desta pesquisa é selecionar, descrever e comparar expressões idiomáticas do espanhol e do português do Brasil, formadas a partir de nome de animais. A partir disso podemos demonstrar que muitas expressões utilizam animais diferentes para dizerem a mesma coisa e que em equivalentes em português nem se utilizam animais, sendo que na Espanha eles as utilizam. A conscientização da importância do estudo dos idiomatismos em uma língua estrangeira e a importância da cultura nas expressões idiomáticas também fazem parte do objetivo desta pesquisa. 11 1. METODOLOGIA O corpus usado nesta pesquisa foi a coleção de livros didáticos Método de Español para Extranjero Prisma, elaborada por um grupo de autores como, por exemplo, Margarita Arroyo, Carlos Oliva, Cristina Blanco, Raquel Blanco, denominado “Equipo Prisma”. Dentre as inúmeras expressões encontradas nos livros, escolhemos as compostas por nomes de animais, para uma delimitação do tema. A coleção analisada está dividida nos níveis propostos pelo Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas, quais sejam: A1, A2, B1, B2, C1 e C2. Os níveis A1 e A2 equivalem ao básico e torna os alunos aptos para se comunicar na língua estrangeira, como se apresentar, fazer compras, pedir informações, falar de hábitos, entre outros. Os níveis B1 e B2 correspondem ao intermediário e abordam questões mais abrangentes. Espera-se que o aluno será capaz de falar sobre desejos, sonhos, expectativas, e esteja apto para opinar e discutir sobre assuntos de seu interesse. Ao final espera-se que o aluno intermediário se comunique com certa fluência. Na edição que analisamos, esses níveis foram publicados em volume único denominado “Fusión B1/B2”. Os níveis C1 e C2 equivalem ao avançado e abordam variados temas. O aluno desse nível é capaz de compreender vários textos sem dificuldade e se comunica com uma fluência elevada. O quadro abaixo ilustra o aqui exposto. Quadro 1 – Níveis comuns de referência: escala global Utilizador Proficiente C2 Compreende sem esforço tudo o que ouve e lê. É capaz de resumir as informações de diversas fontes orais e escritas, reconstruindo argumentos e fatos de um modo coerente. É capaz de se exprimir espontaneamente, de modo fluente e com exatidão, sendo capaz de distinguir variações de significado em situações complexas. C1 É capaz de compreender um vasto número de textos longos e exigentes, reconhecendo os seus significados implícitos. É capaz de se exprimir de forma fluente e espontânea sem precisa procurar muito as palavras. É capaz de usar a língua de modo flexível e eficaz para fins sociais, acadêmicos e profissionais. Utilizador Independente B2 É capaz de compreender as ideias principais em textos complexos sobre assuntos concretos e abstratos, incluindo discussões técnicas na sua área de especialidade. É capaz de se comunicar com um certo grau de espontaneidade e com falantes nativos, sem que haja tensão de parte a parte. É capaz de exprimir-se de modo claro sobre uma grande variedade de temas e explicar um ponto de vista sobre um tema da atualidade. 12 B1 É capaz de compreender as questões principais, quando é usada uma linguagem clara e estandardizada e os assuntos lhe são familiares (temas abordados no trabalho, na escola e nos momentos de lazer, etc.). É capaz de lidar com a maioria das situações encontradas na região onde se fala a língua-alvo. É capaz de produzir um discurso simples e coerente sobre assuntos que lhe são familiares ou de interesse pessoal. Pode descrever experiências e eventos, sonhos, esperanças e ambições, bem como expor brevemente razões e justificações para uma opinião ou um projeto. Utilizador Elementar A2 É capaz de compreender frases isoladas e expressões frequentes relacionadas com áreas de prioridade imediata ( informações pessoais e familiares simples, compras, meio circundante). É capaz de comunicar em tarefas simples e em rotinas que exigem apenas uma troca de informação simples e direta sobre assuntos que lhe são familiares e habituais. Pode descrever de modo simples a sua formação, o meio circundante e, ainda, referir assuntos relacionados com necessidades imediatas. A1 É capaz de compreender e usar expressões familiares e quotidianas, assim como enunciados muito simples, que visam satisfazer necessidades concretas. Pode apresentar-se e apresentar outros e é capaz de fazer perguntas e dar respostas sobre aspectos pessoais como, por exemplo, o local onde vive, as pessoas que conhece e as coisas que tem. Pode se comunicar de modo simples, se o interlocutor falar lenta e distintamente e se mostrar cooperante. Fonte: Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001, p.49) É interessante notar que a nomenclatura do Quadro Europeu Comum de Referencia para Línguas é bem diferente da brasileira. No Brasil é mais comum dizer “estudante avançado” em vez de “utilizador proficiente”. O termo “utilizador” nos passa uma idéia de que o aprendiz não se limita apenas ao aprendizado em sala de aula, mas realmente utiliza na prática o que aprendeu. Por esse motivo é de se considerar que o termo “utilizador” condiz mais com a nomenclatura dos níveis de proficiência em uma língua estrangeira. A coleção Prisma possibilitou a coleta de dezenove expressões com nomes de animais. Os quatro livros foram analisados minuciosamente e foram lidos todos os diálogos e frases de cada um deles. Nos níveis A1 e A2 não encontramos nenhuma expressão idiomática, provavelmente por serem níveis muito básicos. Já nos outros níveis, apesar de haver inúmeras expressões, selecionamos apenas aquelas em que apareciam nomes de animais, portanto, coletamos dezenove. Algumas delas eram muito similares às suas equivalentes no português, o que facilitou a compreensão de seus significados. Já as que eram bem diferentes do português, foi necessário a observação do contexto em que elas apareciam nos próprios livros para compreendê-las. A partir dos significados das expressões espanholas, identificamos equivalentes em português. Posteriormente, durante a análise comparativa, apresentamos uma das expressões coletadas dos livros Prisma, analisamos seu significado, e em seguida apresentamos a 13 equivalente em português, comparando-as e tomando por base os animais que apareciam em cada uma. Assim foi feito com todas as expressões idiomáticas. 14 2. REFLEXÕES TEÓRICAS ACERCA DA FRASEOLOGIA Para compreender o conceito de fraseologia é preciso partir do ponto de que todas as línguas são compostas por um léxico, ou seja, um conjunto de vocábulos que fazem parte delas. A Lexicologia é a ciência que estuda os fenômenos desses vocábulos, ou seja, do léxico. Existem, porém, unidades lexicais mais complexas, como as expressões idiomáticas. A ciência que estuda essas combinações mais complexas de palavras chama-se Fraseologia. (XATARA; PARREIRA, 2001) A Fraseologia pode ser considerada uma subdisciplina da Lexicologia ou uma disciplina independente. Nesta pesquisa, optamos pela primeira opção, por considerarmos que a Fraseologia estuda um tipo lexical específico, mas ainda assim, está dentro do léxico. Segundo Xatara (apud RIOS, 2010, p.15), expressões idiomáticas são unidades lexicais formadas por duas ou mais palavras, que são fixas. Isto significa que são frases já prontas de um determinado idioma e não podemos acrescentar ou retirar elementos delas, comprometendo assim o seu significado e entendimento. Portanto, os provérbios, as colocações e as expressões idiomáticas fazem parte da Fraseologia. Esquematizando o que foi definido até agora, temos, em ordem do mais abrangente ao menos abrangente, a Lexicologia como ciência que estuda os vocábulos ou léxicos de uma língua, a Fraseologia como subdisciplina da Lexicologia, por estudar um tipo específico do léxico, do qual fazem parte os provérbios, as colocações e as expressões idiomáticas. A diferença entre as colocações e as expressões idiomáticas é explorada por Corpas Pastor (apud RIOS, 2010, p.35) afirma que nas primeiras, há a possibilidade de decompor seu significado, e nas segundas não, ou seja, as colocações permitem mais interpretações e as expressões são mais fixas, como se já fossem frases prontas da língua. Além disso, as colocações possuem apenas um elemento com significado conotativo, já as expressões idiomáticas possuem significado conotativo como um todo. Aguilar Amat (apud GAMA, 2009, p.17) defende que as expressões idiomáticas são mais fixas do que as colocações, porque estas permitem modificações adjetivas ou pronominais. De fato, esta definição procede e podemos observar isto através do exemplo a seguir. A expressão “Falar pelos cotovelos” é uma expressão idiomática, porque não podemos dizer “Falar muito pelos cotovelos”, sendo que falar pelos cotovelos já significa falar muito. Já quando dizemos que uma pessoa “não está batendo bem”, é possível dizer que ela “não está batendo muito bem”, sem alterar seu significado e nem deixar a frase redundante. Portanto, esta segunda expressão seria, segundo Aguilar Amat (2004), uma colocação. 15 Muitos foram os autores que definiram o conceito de expressão idiomática. A estudiosa catalã Conca (1987) afirma que expressões são Un texto muy breve, posiblemente uno de los más condensados de nuestra enciclopedia cultural, que se sitúa en el marco de la intertextualidad, es portador de producción de sentido, con coherencia sintáctica, semántica y pragmática y forma un texto íntegro que es reconocido de manera inmediata por los hablantes que pertenecen a una misma cultura. (CONCA, 1987 apud MARTINEZ et al, 2008, p. 80). Esta citação define bem o que é expressão idiomática, enfatizando principalmente a relação destas com a cultura, além de ser uma frase bem curta e portadora de produção de sentido. Porém, uma definição ainda mais completa, que engloba a questão da cultura e da estrutura mais fixa das expressões é dada por Xatara (1998, p.17), na qual ela afirma que expressão idiomática é “uma lexia complexa, indecomponível e cristalizada em um idioma pela tradição cultural.” (XATARA; RIOS, 2008). Assim, observa-se que as expressões idiomáticas são lexias complexas por possuírem características peculiares citadas anteriormente. São indecomponíveis devido ao fato de serem fixas e já aparecerem como formas prontas em uma língua, são cristalizadas pela tradição cultural, por serem repetidas várias vezes em uma língua sem alterações, ou seja, a maneira de dizer que um indivíduo fala demais, no Brasil, será sempre “falar pelos cotovelos”. Já em outro país pode haver outra maneira de dizer isto, o que explica a questão da cultura. Outras características importantes e comuns que aparecem em expressões idiomáticas são as rimas, que é a repetição de vogais em duas ou mais palavras, depois da última vogal acentuada, e o paralelismo, que é a repetição de palavras na mesma frase. Um exemplo de expressão idiomática com rima é “Deus ajuda quem cedo madruga”, na qual a palavra “ajuda” rima com “madruga” devido a repetição da vogal “a” na última sílaba. O exemplo de paralelismo é observado na expressão “Olho por olho, dente por dente”, na qual se repetem as palavras “olho” e “dente” na mesma frase. (MARTINEZ et al, 2008, p.81-82) Tomando por base essas discussões, é importante citarmos o papel das metáforas e da cultura nas expressões idiomáticas, para melhor compreensão da estrutura destas e de sua motivação para utilizarem determinadas palavras. 16 2.1 A questão das metáforas e da cultura A metáfora está muito presente no cotidiano do ser humano e é de suma importância que a mencionemos nesta pesquisa, já que elas estão presentes em expressões idiomáticas. Notamos isto quando analisamos expressões como “de cavalo dado não se olha os dentes”, pois o significado dela não é o que está explícito, ou seja, não é para deixar de olhar os dentes de cavalo que foi dado. Há um significado além disso, que no caso seria para não julgar presentes, ou seja, para não reclamar da qualidade de algo que foi dado. Isto é a metáfora, o significado além do que está explícito. Isto significa que não depreendemos o significado de expressões através das palavras que fazem parte dela, e este fenômeno se chama Idiomaticidade. Além disso é bastante frequente o uso de animais nas metáforas, já que o comportamento deles é usado para fazer alusão a algumas características dos seres humanos. (MARTINEZ, et al, 2008, p.98) É comum observar metáforas, principalmente, quando as pessoas dão opiniões sobre algum assunto ou contam algo a respeito de suas vidas. Por exemplo: “Disputa de pênaltis é loteria” Ou “Maria não é flor que se cheire”. Se analisarmos a frase “discutir é uma guerra”, as palavras “discutir” e “guerra” são totalmente diferentes e parecem desconexas. Porém, um falante entende essa metáfora porque elas fazem alusão ao que acontece quando discutimos (LAMA; ABREU, 2001). De fato, quando alguém discute, provavelmente há a ofensa verbal que parte das pessoas envolvidas nesta discussão. A palavra “guerra” faz alusão a essa ofensa, representando agressões verbais e pessoas alteradas. Sendo assim, pelo contexto e pela cultura da população, é possível decifrar que a comparação metafórica com a guerra não quer dizer que a discussão é realmente uma guerra, mas que ela é grotesca e provoca inimizades e desentendimentos. O uso de metáforas, principalmente em noticiários, aproxima o leitor ou espectador do ocorrido, pois a metáfora cria expressões comuns no cotidiano das pessoas, tornando as notícias mais acessíveis e fáceis de compreender. (LAMA; ABREU, 2001) Podemos perceber a facilidade de compreensão que as metáforas e as expressões por elas formadas proporcionam, através do exemplo a seguir: “As promessas não cumpridas pelo governo estão deixando a população desestabilizada.” Esta frase poderia ser dita de uma outra maneira, como “As promessas não cumpridas pelo governo estão deixando a população a ver navios.” A expressão “a ver navios” é mais compreendida pelo povo, pois faz parte do cotidiano informal, além de deixar a notícia com aspecto mais interessante. (LAMA; ABREU, 2001) 17 Observando a maneira como os noticiários são apresentados, podemos apontar outros exemplos de como as metáforas facilitam a compreensão de notícias por parte do povo, e as deixam com um aspecto mais informal, próximo ao espectador. Tomamos uma notícia de exemplo, que não necessariamente ocorreu do modo citado, mas é do mesmo estilo das faladas na televisão: “A polícia diz que o suspeito pelo assassinato do balconista está foragido”. A palavra “foragido” pode ser de difícil compreensão para alguns, portanto, a metáfora que facilitaria o entendimento da notícia e até mesmo a deixaria mais interessante é “tomou um chá de sumiço”. Obviamente que não existe um chá que faz as pessoas desaparecerem, porém todos os brasileiros compreenderiam esta expressão pela questão cultural. Como já foi dito, as metáforas estão presentes em muitas expressões, e a cultura de cada país é que possibilita a capacidade de entendê-las. O contexto extralingüístico faz parte das expressões idiomáticas. Estas levam o conhecimento de uma determinada cultura e, se dois falantes de culturas diferentes não compreenderem os costumes um do outro, haverá problemas na comunicação ou até a impossibilidade dela ocorrer. (LAMA; ABREU, 2001) Percebendo isto, o que ocorre é que às vezes, para dizer a mesma coisa, são utilizadas metáforas diferentes em cada país, e é neste ponto que a cultura entra, pois uma palavra que compõe uma metáfora em uma expressão idiomática pode soar estranha no Brasil, mas não na Espanha. Um exemplo disso seria a expressão “dormir a sono solto”. Em espanhol se diz “dormir a la pierna suelta”. As duas expressões metafóricas significam a mesma coisa, ou seja, dormir bem. Porém pode soar estranho para um brasileiro a palavra “perna” estar presente para falar sobre dormir bem, e para o espanhol é perfeitamente normal a palavra “perna” estar presente nesta expressão, é uma questão da cultura deles. Sendo assim, um espanhol pode não compreender o que é “sono solto” e para os brasileiros esta expressão é perfeitamente normal e faz parte de sua cultura. Através dos exemplos observamos que se um indivíduo não conhecer a cultura do outro, o entendimento destas frases é comprometido. Portanto, a cultura influencia muito na compreensão de expressões idiomáticas e suas metáforas. 18 2.2 O ensino e aprendizagem da Fraseologia/expressões idiomáticas Já apontamos nesta pesquisa que para um aluno adquirir melhor fluência em uma língua é preciso que ele conheça uma boa quantidade de expressões idiomáticas desta, a fim de compreender expressões do dia-a-dia utilizadas pelos nativos e conversar com mais naturalidade e confiança, já que sua cultura diz muito sobre sua maneira de se comunicar. Porém, quando pensamos no ensino de idiomatismos do espanhol, segundo Rios (2010 apud RIOS, 2013, p. 155): Vários estudos demonstram a importância do sistema fraseológico, como parcela significativa do léxico, amplamente utilizada na vida cotidiana; portando, oriente-se que o professor integre-o de maneira controlada, sistemática e coerente no ensino de ELE [espanhol como língua estrangeira]. Contudo, nem sempre isso é possível, por dois fatores primordiais: muitos dicionários bilíngües ainda são inadequados e não refletem os avanços da Fraseologia e Fraseografia; o universo fraseológico ainda não está integrado de maneira satisfatória nos materiais para o ensino de ELE [espanhol como língua estrangeira]. De fato, muitos dicionários não acompanham atualizações fraseológicas, o que compromete o ensino das expressões idiomáticas. Além disso, como já apontamos, professores possuem pensamentos divergentes quanto à importância do estudo das expressões por parte dos alunos. Ainda que os professores considerem as expressões idiomáticas relevantes para o aprendizado de uma língua, muitos materiais didáticos só abordam o tema nos níveis intermediários e avançados. O quadro abaixo nos ilustra isso. Quadro II – Quantidade de expressões com nomes de animais Como pudemos observar no quadro, não encontramos nenhuma expressão nos níveis A1 e A2, ou seja, nos níveis básicos da coleção Prisma, independente de serem compostas por Níveis da coleção Prisma analisados Número de expressões com nome de animais Totais do básico, do intermediário e do avançado A1 – básico/elementar Zero Zero A2 – básico/elementar Zero B1+B2 – intermediário/independente Três Três C1 – avançado/proficiente Catorze Dezesseis C2 – avançado/proficiente Dois 19 animais ou não. Elas começam a aparecer nos níveis B1 e B2, que são intermediários, e mesmo assim, em menor quantidade que nos níveis C1 e C2 juntos, que correspondem ao avançado. O quadro mostra a quantidade de expressões que coletamos em cada nível, ou seja, as compostas por nomes de animais. Já podemos notar que a maior parte delas foi encontrada no nível C1, assim como outras que não são compostas por animais. O nível C2 possui apenas duas expressões compostas por nomes de animais, mas contém muitas de outros tipos. C1 e C2 possuem, ao todo, dezesseis expressões compostas por nomes de animais, enquanto B1 e B2 totalizam apenas três, e A1 e A2 não as apresentam. Portanto, a quantidade de expressões contidas em livros de níveis mais avançados são maiores que em livros dos níveis mais elementares. Consideramos, neste trabalho, que o ideal seria os alunos serem expostos às expressões idiomáticas desde o princípio, obviamente subdividindo-as em fáceis, que poderiam ser ensinadas no nível elementar ou básico, médias, que seriam ensinadas no nível intermediário e difíceis, ensinadas no nível proficiente ou avançado. Desta maneira, os alunos teriam o contato com as expressões o quanto antes, já se habituariam a algumas delas, e aprenderiam a gostar e se interessarem por estas. Além disso, aprender alguns idiomatismos bem cedo, aumentaria a confiança dos alunos e retiraria aquela ideia de que as expressões são “um bicho de sete cabeças”. No capítulo seguinte, descrevemos a parte prática desta pesquisa, ou seja, a análise de expressões idiomáticas espanholas compostas por nomes de animais e suas equivalentes no português do Brasil. 20 3. A ANÁLISE DAS EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS ESPANHOLAS E SUAS EQUIVALENTES NO PORTUGUÊS DO BRASIL Como já dissemos, selecionamos através dos livros da coleção Prisma, dezenove expressões idiomáticas da Espanha. Posteriormente as descrevemos, analisando-as, e encontramos suas equivalentes no português brasileiro, fazendo uma análise comparativa entre elas. Já sabemos que uma expressão idiomática, segundo Xatara (1997), é cristalizada em um idioma, ou seja, está incrustada em um idioma como uma frase pronta, é fixa, pois não podemos acrescentar adjetivos e advérbios a elas, pelo fato de perderem seu sentido ou ficarem estranhas. Outra característica citada por Xatara (1997) é a indecomponibilidade, porque também não podemos retirar palavras delas pelo mesmo motivo citado anteriormente, e a cristalização no idioma pela tradição cultural, ou seja, o que define qual palavra será usada para determinada expressão idiomática é a cultura de cada país. Assim sendo, tomando por base a definição de Xatara (1997), as dezenove expressões coletadas são classificadas como expressões idiomáticas, por possuírem as características citadas acima. Além disso, julgamos que seria interessante, também, descrever um pouco das possíveis motivações para o surgimento das expressões encontradas nos livros pesquisados. Para isso, usamos a Web. Assim, as motivações para as expressões aqui apresentadas foram retiradas dos respectivos sites abaixo especificados, embora há poucas expressões em que a motivação não foi encontrada nas páginas da web, provavelmente por serem de fácil dedução, portanto os sites não constam como referência destas. Salientamos que são possíveis várias teorias sobre a origem de cada expressão, porém neste trabalho utilizamos as motivações encontradas na Web, visto que as julgamos mais interessantes e completas. Já as expressões idiomáticas foram encontradas nos livros da coleção Prisma. 1. Estar de un humor de perros Essa expressão espanhola significa “estar de mau humor” e é praticamente igual a brasileira, que seria “estar com um humor do cão”. O uso da palavra “cão” ou o que motiva essa expressão ser composta por este animal não possui uma resposta, já que, no Brasil, possuímos “trabalhei como um cão”, “estou com um frio do cão”, entre outras. Sendo assim, cremos que o uso do “cão” é tão freqüente no Brasil, como o uso do “gato” na Espanha, sem um motivo aparente. 21 2. Estar con la mosca detrás de la oreja Essa expressão idiomática significa estar desconfiado ou incomodado com alguma coisa. A equivalente no português brasileiro seria “estar com a pulga atrás da orelha”. Podemos notar que os animais usados para dizer a mesma coisa são diferentes nos dois países, o que pode provocar estranhamento por parte de um brasileiro ao escutar a expressão espanhola, e vice- versa. A motivação para os espanhóis utilizarem a mosca em vez da pulga, ao contrário do que parece, não tem relação nenhuma com o inseto, e sim com o uso dos Arcabuces, que eram armas do século XIX. O pavio dessas armas tinha o nome de “mosca” e ficava atrás da orelha do atirador. Os atiradores ficavam tensos quando tinham que utilizar esta arma pelo fato da “mosca” ficar logo atrás da orelha deles, e assim surgiu a expressão “estar con la mosca detrás de la oreja” para dizer que alguém está incomodado ou desconfiado. Já no Brasil, a motivação para utilizar a palavra “pulga” é porque até o século XX as pulgas infestavam os colchões e não havia inseticidas contra elas, era uma praga que incomodava muito, e então essa expressão “estar com a pulga atrás da orelha” passou a ser usada no Brasil com sentido de estar incomodado. 3. Dar gato por liebre Essa expressão é praticamente igual a sua equivalente do português, que seria “levar/comprar gato por lebre”. Ela tem o significado de ser enganado, de trocar algo ruim por algo pior. Esta expressão tem origem quando começaram a surgir pousadas na Europa durante a Idade Média. Essas pousadas não tinham as melhores condições e, muitas vezes, quando acabava a carne de carneiro, serviam aos hóspedes carne de gato, que é muito similar a carne da lebre, ou seja, duas carnes que, naquela época, eram consideradas ruins por muitos hóspedes. A partir disso, a expressão “dar gato por liebre” surgiu significando cometer algum engano, e foi utilizada da mesma maneira no Brasil, sem alterações. 4. Haber gato encerrado en alguna cosa Essa expressão é bem diferente da equivalente em português, que seria “nesse mato tem coelho”, e as duas significam que algo parece estranho ou que alguma coisa é de se desconfiar. A motivação para se utilizar a palavra “gato” nesse idiomatismo é que durante o http://notaculturaldeldia.blogspot.com.br/2012/06/estar-con-la-mosca-detras-de-la-oreja.html#uds-search-results http://notaculturaldeldia.blogspot.com.br/2012/06/estar-con-la-mosca-detras-de-la-oreja.html#uds-search-results http://mjfigueira.blogspot.com.br/2009/08/pulga-atras-da-orelha.html http://mjfigueira.blogspot.com.br/2009/08/pulga-atras-da-orelha.html http://sigificadoyorigen.wordpress.com/2010/04/19/dar-gato-por-liebre/ 22 Século de Ouro, na Europa, o que hoje chamamos de porta moeda, era chamado de gato. Os gatos cheios de moedas eram guardados pelo corpo das pessoas que caminhavam pelas ruas, despertando o interesse de ladrões. Estes, quando percebiam que alguém levava um gato cheio de moedas diziam “gato encerrado”, que seria “gato guardado”. Desta maneira, davam o sinal para os comparsas furtarem a pessoa indicada. Depois a expressão “Haber gato encerrado” passou a significar ter algo escondido, algo estranho, desconfiança. No Brasil, a expressão “nesse mato tem coelho” surgiu porque quando havia um arbusto em florestas ou plantações, ele passava desapercebido, porém de repente se observava uma movimentação no local e quando iam verificar, era um coelho escondido nele, pois é característico deste animal se esconder no mato. Assim, a expressão passou a ser utilizada com o mesmo significado da espanhola, ou seja, para dizer que algo está estranho ou é de se desconfiar. As expressões significam a mesma coisa nos dois países mas poderiam causar dificuldades de compreensão pelo fato de os animais usados serem tão diferentes. 5. Llevarse el gato al água Sua equivalente em português seria “puxar o tapete”, e essa expressão significa conseguir algo através de trapaça. Uma possível motivação espanhola para este idiomatismo é que na Grécia Antiga, havia um jogo que na Espanha foi chamado de “Tira y afloja”, que consistia em dividir soldados em dois grupos. Um dos grupos ficava na margem de um rio, e o grupo adversário, do outro lado da margem, ou seja, os dois grupos eram separados por um rio. Havia uma corda que ia de uma extremidade a outra e os soldados deviam puxá-la. O grupo vencedor era o que conseguisse arrastar seus adversários até a margem oposta. Para não caírem na água, os participantes muitas vezes ficavam agachados, de quatro, o que na Espanha é chamado de ficar “a gatas”. Por este motivo a expressão “llevarse el gato al água” surgiu, e posteriormente foi usada com significado de conseguir algo antes que outros através de trapaça, ou seja, conseguir vencer “derrubando o adversário”. Já no Brasil, nenhum animal é usado para designar isso, e sim, o tapete. A motivação consiste em que, quando se puxa o tapete no qual um indivíduo está caminhando, esta pessoa cai, ou seja, é passada para trás e a que puxou o tapete passa na frente, conseguindo o que quer. Essa expressão é outra que pode causar confusão entre um espanhol e um brasileiro. http://blogs.20minutos.es/yaestaellistoquetodolosabe/cual-es-el-origen-de-la-expresion-aqui-hay-gato-encerrado/ http://blogs.20minutos.es/yaestaellistoquetodolosabe/cual-es-el-origen-de-la-expresion-aqui-hay-gato-encerrado/ http://blogs.20minutos.es/yaestaellistoquetodolosabe/cual-es-el-origen-de-la-expresion-llevarse-el-gato-al-agua/ http://blogs.20minutos.es/yaestaellistoquetodolosabe/cual-es-el-origen-de-la-expresion-llevarse-el-gato-al-agua/ 23 6. Estar como una foca Essa expressão idiomática significa estar com sobrepeso, e no português do Brasil, sua equivalente seria “estar uma baleia”. Apesar do animal utilizado ser diferente, neste caso, as expressões são parecidas e podem ser identificadas como “estar gordo”. Obviamente, o fato da baleia e da foca serem utilizadas para dizer que um indivíduo está com sobrepeso, se deve ao fato de serem dois animais grandes e pesados, porém não obtivemos dados do porque na Espanha se utiliza a foca e não a baleia. 7. Estar como una cabra Significa “estar louco” no sentido de não discernir seus atos ou de agir sem pensar nas consequencias e sua equivalente em português brasileiro é “não está batendo bem” ou “não está batendo bem da cabeça”. Como podemos observar, a expressão espanhola utiliza um animal e a brasileira não. A motivação espanhola é que as cabras escalam paredes íngremes para comer os liquens que ficam entre elas, o que pode ser muito perigoso. Assim surgiu a expressão “estar como una cabra” ou “estar loco como una cabra”. No Brasil, a motivação para utilizarem o “não bater bem da cabeça” é que essa frase faz alusão a pessoas cujo cérebro possui alterações que afetam diretamente na sanidade do indivíduo, ou seja, de uma maneira mais popular e até preconceituosa, a cabeça das pessoas consideradas “loucas”, ou seja, incapazes de discernirem seus atos, fazendo coisas até perigosas, não “funciona”. Por este motivo a frase “não bater bem da cabeça” é utilizada para apontar alguém que não tem controle dos seus atos ou não pensa em consequências. 8. Estar como un toro Essa expressão espanhola significa “estar forte” no sentido de alguém atlético e sua equivalente em português é praticamente igual, ou seja, “estar um touro/um boi”. Isso facilita a compreensão dessa expressão por ambas às partes. A possível motivação para utilizar o touro, muito visado na Espanha, é porque este é um animal forte e isso pode ser observado durante as touradas espanholas, em que os touros demoram para morrerem e por vezes acabam matando ou ferindo os toureiros. Por este motivo foi usado para fazer alusão a pessoas fortes. O mesmo ocorre no Brasil, mesmo o touro não sendo tão visado quanto na Espanha. http://www.subdivx.com/X12X112X126282X0X0X1X-el-origen-de-la-frase-estas-mas-loco-que-una-cabra-.html http://www.subdivx.com/X12X112X126282X0X0X1X-el-origen-de-la-frase-estas-mas-loco-que-una-cabra-.html 24 9. Ser una mosquita muerta Ao contrário do que muitos pensam, esta expressão significa que uma pessoa tem aparência inofensiva, mas não é, ou seja, inocência fingida. Portanto, sua equivalente em português não é “ser uma mosca morta”, que significa que um indivíduo é lerdo, devagar, e sim, “santinha do pau oco”. São expressões muito diferentes e na qual se utiliza o nome de um animal na Espanha, enquanto no Brasil não. Além disso, a expressão brasileira “ser uma mosca morta” causa muita confusão pois ela possui as palavras praticamente iguais à espanhola, porém os significados são bem diferentes. A motivação dos espanhóis para utilizar a mosca designando falsa inocência, é porque a mosca muitas vezes está tão quieta que parece estar morta e, quando tentam pegá-la, ela sai voando. Já a motivação brasileira para “santinha do pau oco” é menos óbvia e vem da época colonial, quando os mineradores, com o objetivo de burlar a lei severa dos impostos dos colonizadores, escondiam parte do ouro que encontravam dentro de imagens de santas de madeira que estavam ocas. Isso fazia os colonizadores pensarem que era apenas uma inofensiva santa, quando na verdade, o ouro estava escondido lá dentro. Assim, essa expressão passou a ser usada com significado de inocência fingida no Brasil. 10. Ser un gallina Essa expressão também pode causar muita confusão para os brasileiros, porque ao contrário do que muitos acreditam, sua equivalente no português não é “ser um galinha”, no sentido de indivíduo que se envolve amorosamente com várias pessoas sem ter um relacionamento sério com ninguém, e sim, ser medroso. Sendo assim o significado desta expressão é ter medo de tudo. A possível motivação espanhola para usar a galinha para falar de alguém medroso, é que esta se assusta facilmente quando alguém entra no galinheiro. Já no Brasil a expressão “ser um galinha” significa que o indivíduo não se compromete com ninguém e tem vários parceiros. Esta expressão surgiu provavelmente porque a galinha fica ciscando em todos os cantos, ou seja, tentando conseguir algo que a beneficie em todos os lugares. Portanto, mais tarde esta expressão passou a designar homem mulherengo. Já a expressão “medroso” corresponde a ser un gallina do espanhol. http://espanol.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060727154341AAymnA7 http://historiadoriso.com.br/ditados-girias/santinha-do-pau-oco.html http://www.academia.andaluza.net/en/practicar/la-frase-de-la-semana/la-frase-de-la-semana/?tx_ttnews%5btt_news%5d=334&cHash=4db5452b3c8def6d5802f24603157abf http://www.academia.andaluza.net/en/practicar/la-frase-de-la-semana/la-frase-de-la-semana/?tx_ttnews%5btt_news%5d=334&cHash=4db5452b3c8def6d5802f24603157abf 25 11. En menos que canta un gallo A expressão idiomática espanhola significa “em pouco tempo” ou rapidamente, e sua equivalente no português brasileiro é “num piscar de olhos”, ou “em um estalar de dedos”, ou seja, mais uma vez a expressão espanhola usa um animal, e a correspondente do Brasil não. O fato do galo ser usado na expressão da Espanha, é porque este canta muito cedo e seu canto não dura muito tempo. Assim, a frase passou a ser utilizada para designar “em pouco tempo”. A motivação brasileira em usar o piscar de olhos para falar que algo ocorre rapidamente, é a mesma espanhola, ou seja, o tempo que se demora para piscar o olho é muito curto, o piscar de olhos é realizado de maneira muito rápida. Assim como o estalar dos dedos também é algo que ocorre rapidamente. 12. Tener una memoria de elefante Essa expressão significa possuir boa memória, e sua equivalente em português é exatamente igual, ou seja, “ter memória de elefante”, além de ter outra variação que não apresenta nome de animal, que seria “ter memória fotográfica”. Essa expressão apresenta maior facilidade para ambos os falantes por possuírem exatamente o mesmo animal. A motivação em usar o elefante é que havia um grupo de pesquisadores que acreditava que o elefante tinha boa memória devido ao tamanho de seu cérebro e pelo fato deste desempenhar funções que lhes são ensinadas e não se esquecerem de quem os maltrata. Mesmo não havendo comprovações científicas sobre o elefante possuir boa memória, a fama se espalhou e o animal passou a ser usado na expressão tanto espanhola quanto brasileira. Já a variação “ter memória fotográfica” no Brasil, surgiu porque a máquina fotográfica armazena tudo, sendo assim, comparada com possuir uma boa memória. 13. Tener una memoria de mosquito Significa ter memória ruim, e não encontramos sua equivalente no português. No Brasil se diz apenas “ser esquecido” ou “não ter boa memória”, ou ainda “só não esquece a cabeça porque ela está pendurada no pescoço”, no sentido de alguém esquecer tudo. Não foram especificados dados em relação ao uso do mosquito na expressão da Espanha, mas podemos levantar a hipótese a partir da motivação de usar o elefante para designar boa memória, que o uso do mosquito seria exatamente o contrário, ou seja, enquanto o elefante é identificado com ter boa memória por seu cérebro ser grande demais, o mosquito é identificado a pessoas http://www.pointblog.es/pacoaguadulce/origen-de-la-frase-en-menos-que-canta-un-gallo http://www.xatakaciencia.com/no-te-lo-creas/la-memoria-del-elefante 26 com pouca memória por ser um animal muito pequeno e possuir cérebro minúsculo composto por gânglios. Apesar de no Brasil não encontrarmos uma expressão com nome de animal para este caso, a frase não causaria uma falta de compreensão, já que se pode concluir pelo contexto o porquê do mosquito fazendo alusão ao tamanho do animal. 14. Cuatro gatos A expressão espanhola significa pouca gente, e tem equivalente no Brasil como “meia dúzia de gatos-pingados”. Neste caso o animal é o mesmo, o que muda é o número, podendo causar estranhamento. A expressão da Espanha surgiu em Barcelona, em um local que era considerado uma cervejaria, restaurante e cabaré, chamado “Els Quatre Gats”. Neste lugar se reuniam poucos intelectuais, assim surgiu a expressão “cuatro gatos” para designar pouca gente. No Brasil a motivação para “meia dúzia de gatos-pingados” também é muito interessante e diferente. Ela vem de uma tortura japonesa na qual pingavam óleo quente em criminosos e animais e muitas vezes os mergulhavam dentro do recipiente com o óleo. Dos animais, as principais vítimas eram os gatos e poucas pessoas ficavam para assistir essa tortura. Os poucos espectadores diziam que só sobravam meia dúzia de gatos cheios de óleo que foi pingado neles, ou seja, meia dúzia de gatos-pingados. Assim a expressão surgiu, mas não se sabe como ganhou popularidade no Brasil, vinda de um lugar tão distante. 15. Buscarle tres/cinco pies al gato A expressão idiomática em questão significa complicar o que não deveria ser complicado e em português há várias equivalentes, como “dar murro em ponta de faca” e “procurar pelo em ovo”. Porém aqui analisamos a equivalente com nome de animal, que seria “procurar chifre em cabeça de cavalo”. A motivação espanhola é que o gato tem uma cauda longa e da mesma cor da pata geralmente, então os espanhóis começaram a dizer que tinha gente que queria provar que a cauda era pata, no sentido de complicar as coisas. Depois houve uma adequação para “buscarles tres pies al gato, que é algo bem mais complicado. Porém o porque do animal ser o gato não é encontrado, já que na Espanha também temos expressões como “buscarle pie a la cabra”. O que ocorre é que a expressão com o gato é mais conhecida do que com a cabra. No Brasil acontece o mesmo, o cavalo é utilizado, porque ele não tem chifres e tem gente que quer encontrá-los, no sentido de procurar coisas onde não tem, de complicar. Não se sabe http://www.newsinslowspanish.com/catalog/spanish-expressions-proverbs/97/cuatro-gatos.html http://www.newsinslowspanish.com/catalog/spanish-expressions-proverbs/97/cuatro-gatos.html http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/de-onde-veio-a-expressao-gatos-pingados/ http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/de-onde-veio-a-expressao-gatos-pingados/ 27 sobre a escolha do cavalo, já que temos outras expressões para dizer isto, já citadas acima. 16. Aunque la mona se vista de seda mona se queda Essa expressão significa que não é possível esconder o que um indivíduo é atrás do que ele possui. A expressão equivalente em português seria “o hábito não faz o monge”. Não se sabe ao certo da motivação para o uso do animal “mona”, que seria macaca, mas uma das hipóteses seria uma fábula escrita por Esopo (Grécia Antiga, século XVI), que conta que um faraó queria fazer um baile diferente e para isso iria utilizar macacas. Ele lhes ensinou a dançar, as treinou, e as vestiu de seda. O baile ia muito bem com os passos ensaiados das macacas, mas um espectador atirou uma noz ao chão e uma delas começou a esquecer a dança e a se comportar como o verdadeiro animal. Outros espectadores fizeram o mesmo e assim a dança foi um desastre. No final da fábula, Esopo tira uma conclusão dizendo a frase “aunque la mona se vista de seda mona se queda”, que significa que mesmo que a macaca se vista de seda, ela continua se comportando como macaca. No Brasil a motivação é uma história que contam, na qual havia uma roda de crianças brincando, e eles avistaram o que parecia ser um padre, porém este estava com a batina surrada e uma bíblia em más condições na mão. Mesmo assim, o padre foi até as crianças e as abençoou, provando que ele não precisava ter uma batina e uma bíblia em perfeitas condições para exercer sua bondade. Assim a expressão “o hábito não faz o monge” ficou conhecida no Brasil. 17. Comer como un pajarito Essa expressão significa comer pouco, e sua equivalente em português é praticamente igual, ou seja, “comer como um passarinho”. Assim sendo, não há problema nenhum de compreensão dessa expressão idiomática por parte de nenhum dos falantes. A motivação para usar o pássaro, tanto no português quanto no espanhol, é que os passarinhos comem pouco e lentamente, de grão em grão, sendo assim associados a pessoas que demoram a comer ou não comem quase nada. 18. Ser un pájaro de mal aguero Essa expressão espanhola tem sua equivalente no português do Brasil como “ser um pássaro de mau agouro”, ou seja, elas são praticamente iguais nos dois países. Este idiomatismo é http://www.lasfrasesparahoy.com/rec/frorigen003.htm http://yaestaellistoquetodolosabe.lacoctelera.net/post/2008/03/06/aunque-mona-se-vista-seda-mona-se-queda http://yaestaellistoquetodolosabe.lacoctelera.net/post/2008/03/06/aunque-mona-se-vista-seda-mona-se-queda http://fratresinunum.com/2010/07/03/o-habito-nao-faz-o-monge%E2%80%A6-o-santifica/ http://fratresinunum.com/2010/07/03/o-habito-nao-faz-o-monge%E2%80%A6-o-santifica/ 28 usado para dizer que alguém é portador de más notícias, tanto no Brasil, quanto na Espanha, ou para pessoas pessimistas que tendem a prognosticar desastres. A origem desta expressão é na Roma Antiga, quando os sacerdotes, que eram muito supersticiosos, antes de tomarem qualquer decisão, consultavam o agouro para preverem o que iria acontecer. A consulta ao agouro, ou seja, do futuro, era feita principalmente observando o comportamento das aves, e assim conseguiam o veredicto final sobre tomar esta ou aquela decisão. As aves mais observadas eram corvos e abutres e a maneira como eles voavam e pousavam eram os indicadores de presságios bons ou ruins. Os romanos eram tão supersticiosos que a consulta ao agouro através das aves passou a influenciar nas ações tomadas na Roma Antiga, ou seja, os pássaros se tornaram árbitros da política de Roma. Essa expressão posteriormente passou a ser usada para se referir a pessoas que traziam más notícias, ou de más vibrações, pessimistas e de prognósticos ruins. Posteriormente ela foi difundida pelo mundo e é utilizada tanto no Brasil quanto na Espanha com a mesma função e significado. 19. Los mismos perros con distintos collares A expressão espanhola tem equivalente em português como “muda-se o chiqueiro, mas os porcos continuam os mesmos”, e significa que muda-se o meio mas as pessoas continuam sempre sendo as mesmas, ou que as pessoas podem mudar mas a tendência é a situação continuar igual. Fazem as pessoas acreditarem que algo mudou quando na verdade, não passa de um disfarce. A origem da expressão espanhola não tem nada a ver com o animal, mas provém de uma frase do Rei Fernando VII que, ao fazer uma vistoria na milícia de Madri, que havia se dissolvido e os soldados tinham sido substituídos por outros por causa do novo regime implantado, verificou que muitos soldados dessa nova milícia eram os mesmos do antigo regime. Assim ele disse essa frase “son los mismos perros con distintos collares”, ou seja, são as mesmas pessoas mas em situação diferente. Atualmente essa expressão é usada na Espanha principalmente para falar sobre governo, no sentido de que os candidatos podem mudar, mas a tendência é tudo continuar como está, ou seja, fingem que as coisas mudaram mas no fim, continua tudo igual. Essa expressão se difundiu e hoje o Brasil também a utiliza com a mesma função e principalmente para falar sobre governo. O que difere a expressão espanhola da brasileira é que ao invés de utilizarmos o cachorro, utilizamos o porco. Já vimos que a motivação dos espanhóis para utilizarem o cachorro não tem nada a ver com o animal, e sim com a frase criada pelo Rei Fernando VII. A motivação dos brasileiros para utilizar o http://www.lasfrasesparahoy.com/rec/frorigen047.htm 29 porco também não está relacionada ao animal em si, e foi uma maneira distinta que os brasileiros encontram para dizer a mesma coisa. http://erasmusv.wordpress.com/2007/07/20/el-mismo-perro-con-distinto-collar/ 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir desta pesquisa pudemos observar que a questão das expressões idiomáticas é mais complexa do que muitos imaginam. Os conceitos e características de sua estrutura estão bem definidos e parece haver pouca divergência sobre esses aspectos, com apenas algumas exceções, mas a ideia de unidade complexa, fixa e cristalizada na língua pela cultura prevalece. A importância da cultura na motivação para utilizarem determinadas palavras nos idiomatismos também já é conhecida por muitos. É a cultura que explica o fato de algumas expressões serem praticamente iguais, com as mesmas palavras em países diferentes, e o fato de muitas possuírem palavras distintas para dizerem a mesma coisa. Observamos neste trabalho um quadro bem equilibrado entre as expressões que eram praticamente iguais, as que eram parecidas mas utilizavam animais diferentes para dizer a mesma coisa, e as que eram totalmente diferentes e quase não tinham equivalentes com nome de animais no português brasileiro. Por outro lado, a questão do estudo de expressões idiomáticas é ainda mais complicada. O fato de a maioria delas ter sido encontradas nos livros de níveis mais avançados, nos prova que estas são estudadas mais tardiamente, o que pode ser considerado uma desvantagem, já que, quanto antes o aluno for exposto às expressões, mesmo que às mais simples, maior naturalidade e desenvoltura ele vai adquirir no idioma. Sendo assim, descrevemos e analisamos nesta pesquisa uma amostra de expressões espanholas compostas por nomes de animais e suas equivalentes no português do Brasil, para explicarmos a importância da cultura na motivação destas, e também descrevemos o fato de não terem sido encontrados idiomatismos nos níveis mais básicos de livros didáticos, comprovando a necessidade do estudo das expressões mais cedo. Esperamos assim, conscientizar os estudantes sobre a importância dos idiomatismos. 31 BIBLIOGRAFIA BLANCO, C.M. Perspectivas para uma nova fraseología do português do Brasil. In: Uma (re)visão da teoria e da pesquisa fraseológicas. Campinas: Pontes, 2011. p. 37-48. EQUIPO PRISMA. Método de Español Para Extranjeros Prisma. Nivel A1 Comienza. Madri: Edinumen, 2009. EQUIPO PRISMA. Método de Español Para Extranjeros Prisma. Nivel A2 Continúa. Madri: Edinumen, 2009. EQUIPO PRIMSA. Método de Español Para Extranjeros Prisma. Nivel B1+B2 Fusión. Madri: Edinumen, 2011. EQUIPO PRISMA. Método de Español Para Extranjeros Prisma. Nivel C1 Consolida. Madri: Edinumen, 2008. EQUIPO PRISMA. Método de Español Para Extranjeros Prisma. Nivel C2 Perfecciona. Madri: Edinumen, 2012. GAMA, B. O léxico em aulas de PLE. Um contributo para o ensino de colocações. Tese de Mestrado em Letras. Universidade do Porto. Porto, 2009. LAMA, E.C. del; ABREU, A.S. A motivação metafórica das expressões idiomáticas na interface do português. In: Anuario brasileño de estudios hispánicos. Madri, 1990. PENADÉZ MARTINEZ, I. et al. 70 Refranes para la Enseñanza del Español. Madri: Arco Libros, 2008. RIOS, T.H. Propostas Didáticas com Expressões Idiomáticas para as aulas de espanhol como língua estrangeira. In: Espanhol como língua estrangeira. Campinas: Mercado de Letras, 2013. p. 151-164. RIOS, T. H. A descrição de idomatismos nominais: proposta fraeográfica português- espanhol. Tese de Doutorado em Estudos Linguísticos. Universidade Estadual Paulista. São José do Rio Preto, 2010. RIOS, T. H. As expressões idiomáticas no ensino de espanhol como língua estrangeira. Tese Departamento de Linguística. Faculdade Estadual Paulista. 2008. Disponível em: . Acesso em: 09 abr. 2013. RIOS, T.H; XATARA, C. M. O estudo contrastivo português-espanhol dos idiomatismos e os falsos cognatos idiomáticos. Mestrado em Estudos Linguísticos. Departamento de Letras Modernas da Universidade Estadual Paulista. São José do Rio Preto, 2008. RONCOLATTO, E. A análise semântica como fonte para o entendimento do processo de formação de expressões idiomáticas: em foco o português e o espanhol. In: Anuario brasileño de estúdios hispánicos. Madri, 1990. http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rle/article/view/81/53 32 TAGNIN, S. Linguística de corpus e fraseologia:uma feita para a outra. In: Uma (re)visão da teoria e da pesquisa fraseológicas. Campinas: Pontes, 2011, p. 277-302. XATARA, C. M. A tradução para o português de expressões idiomáticas em francês. Tese de Doutorado em Letras. Departamento de Lingüística e Língua Portuguesa. Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista. Araraquara, 1998. XATARA, C. M. As expressões idiomáticas de matriz comparativa. Dissertação de Mestrado em Letras. Departamento de Linguística e Língua Portuguesa. Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista. Araraquara, 1994. 33 SITES Acesso em: 25 jul. 2013 Acesso em: 25 jul. 2013 Acesso em: 25 jul. 2013 Acesso em: 25 jul. 2013 Acesso em: 25 jul. 2013 Acesso em 25, jul, 2013 Acesso em: 25 jul. 2013 Acesso em: 25. Jul. 2013 Acesso em: 25 jul. 2013 Acesso em: 25 jul. 2013 Acesso em: 26 jul. 2013 Acesso em: 26 jul. 2013 Acesso em: 26 jul. 2013 Acesso em: 26 jul. 2013 Acesso em: 27 jul 2013 Acesso em: 27 jul. 2013 http://notaculturaldeldia.blogspot.com.br/2012/06/estar-con-la-mosca-detras-de-la-oreja.html#uds-search-results http://notaculturaldeldia.blogspot.com.br/2012/06/estar-con-la-mosca-detras-de-la-oreja.html#uds-search-results http://ciberduvidas.pt/perguntas/get/296846 http://sigificadoyorigen.wordpress.com/2010/04/19/dar-gato-por-liebre/ http://mjfigueira.blogspot.com.br/2009/08/pulga-atras-da-orelha.html http://blogs.20minutos.es/yaestaellistoquetodolosabe/cual-es-el-origen-de-la-expresion-aqui-hay-gato-encerrado/ http://blogs.20minutos.es/yaestaellistoquetodolosabe/cual-es-el-origen-de-la-expresion-aqui-hay-gato-encerrado/ http://blogs.20minutos.es/yaestaellistoquetodolosabe/cual-es-el-origen-de-la-expresion-llevarse-el-gato-al-agua/ http://blogs.20minutos.es/yaestaellistoquetodolosabe/cual-es-el-origen-de-la-expresion-llevarse-el-gato-al-agua/ http://www.subdivx.com/X12X112X126282X0X0X1X-el-origen-de-la-frase-estas-mas-loco-que-una-cabra-.html http://www.subdivx.com/X12X112X126282X0X0X1X-el-origen-de-la-frase-estas-mas-loco-que-una-cabra-.html http://espanol.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060727154341AAymnA7 http://historiadoriso.com.br/ditados-girias/santinha-do-pau-oco.html http://www.academia.andaluza.net/en/practicar/la-frase-de-la-semana/la-frase-de-la-semana/?tx_ttnews%5btt_news%5d=334&cHash=4db5452b3c8def6d5802f24603157abf http://www.academia.andaluza.net/en/practicar/la-frase-de-la-semana/la-frase-de-la-semana/?tx_ttnews%5btt_news%5d=334&cHash=4db5452b3c8def6d5802f24603157abf http://www.pointblog.es/pacoaguadulce/origen-de-la-frase-en-menos-que-canta-un-gallo http://www.xatakaciencia.com/no-te-lo-creas/la-memoria-del-elefante http://www.newsinslowspanish.com/catalog/spanish-expressions-proverbs/97/cuatro-gatos.html http://www.newsinslowspanish.com/catalog/spanish-expressions-proverbs/97/cuatro-gatos.html http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/de-onde-veio-a-expressao-gatos-pingados/ http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/de-onde-veio-a-expressao-gatos-pingados/ http://www.lasfrasesparahoy.com/rec/frorigen003.htm http://yaestaellistoquetodolosabe.lacoctelera.net/post/2008/03/06/aunque-mona-se-vista-seda-mona-se-queda http://yaestaellistoquetodolosabe.lacoctelera.net/post/2008/03/06/aunque-mona-se-vista-seda-mona-se-queda 34 Acesso em: 27 jul. 2013 Acesso em: 25 jul. 2013 Acesso em: 27 jul. 2013 http://fratresinunum.com/2010/07/03/o-habito-nao-faz-o-monge%E2%80%A6-o-santifica/ http://www.lasfrasesparahoy.com/rec/frorigen047.htm http://erasmusv.wordpress.com/2007/07/20/el-mismo-perro-con-distinto-collar/