RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo deste trabalho será disponibilizado somente a partir de 20/01/2025. RAQUEL CRISTINA RIBEIRO PEDROSO MACHADO DE ASSIS E JULIO BRESSANE: IMAGENS DA FILOSOFIA MORAL ASSIS 2021 RAQUEL CRISTINA RIBEIRO PEDROSO MACHADO DE ASSIS E JULIO BRESSANE: IMAGENS DA FILOSOFIA MORAL Tese apresentada à Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, para a obtenção do título de Doutora em Letras (Área de conhecimento: Literatura e Vida Social) Orientadora: Dra. Gabriela Kvacek Betella Bolsista: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Brasil (CNPq), Processo nº 140230/2018-1. ASSIS 2021 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Câmpus de Assis CERTIFICADO DE APROVAÇÃO TÍTULO DA TESE: MACHADO DE ASSIS E JULIO BRESSANE: IMAGENS DA FILOSOFIA MORAL AUTORA: RAQUEL CRISTINA RIBEIRO PEDROSO ORIENTADORA: GABRIELA KVACEK BETELLA Aprovada como parte das exigências para obtenção do Título de Doutora em LETRAS, área: Literatura e Vida Social pela Comissão Examinadora: Profa. Dra. GABRIELA KVACEK BETELLA (Participação Virtual) Departamento de Letras Modernas / UNESP/Assis Prof. Dr. FABIANO RODRIGO DA SILVA SANTOS (Participação Virtual) Departamento de Estudos Linguísticos, Literários e da Educação / UNESP/Assis Profa. Dra. ANA LÚCIA TREVISAN (Participação Virtual) Faculdade de Filosofia Letras e Educação / Universidade Presbiteriana Mackenzie Profa. Dra. JOSETTE MARIA ALVES DE SOUZA MONZANI (Participação Virtual) Departamento de Artes Cênicas / UFSCar/São Carlos Prof. Dr. ALEX SANDER LUIZ CAMPOS (Participação Virtual) IFNMG/Salinas Assis, 20 de janeiro de 2021 Faculdade de Ciências e Letras - Câmpus de Assis - Av. Dom Antonio, 2100, 19806900, Assis - São Paulo www.assis.unesp.br/posgraduacao/letras/CNPJ: 48.031.918/0006-39. Paulo, letra e música: amor de aventuras transpostas, em respostas e beleza efêmera dos sonhos dos quais é necessário se fazer acreditar. Amo-te hoje, amo-te... Agradecimentos: Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, cujo apoio financeiro me possibilitou dedicação a esse trabalho; À minha orientadora, Gabriela Kvacek Betella, que sempre esteve presente com incentivos, livros, cafés, direcionamento e paixão pelo conhecimento. Agradeço a amizade o pensamento coerente e inspirador. Certamente, guardo no coração essa fase, com a certeza de que o tempo trará o reflexo do trabalho compartilhado de forma sólida e duradoura. Estendo meus agradecimentos ao Marcelo Tsuji e sua mente brilhante que muito contribuiu com a minha formação desde os anos do mestrado; Aos professores Fabiano Rodrigo da Silva Santos, Kátia Mello, Josette Monzani, Ana Lúcia Trevisan e Alex Sander Luiz Campos, componentes das bancas examinadoras, pela leitura minuciosa desse trabalho e generosidade nas contribuições; Aos funcionários da Seção de Pós-Graduação, Escritório de Pesquisa e da Biblioteca da UNESP de Assis e de Marília-SP, bem como da Faculdade de Ciências e Letras, em geral, pelo pronto atendimento e auxílios técnicos; Ao professor Francisco Claudio Alves Marques, pela generosidade em reconhecer os começos, além dos livros e conversas sempre agradáveis. A minha família, pela celebração de cada etapa e suportação das distâncias: Minha mãe, Laismeiry, por ter me ensinado que os sonhos podem se realizar; Meus irmãos, Léia, Jeremias e André pela cumplicidade e amor. Sou melhor por ter vocês. Adila e Alison, presentes que o universo me trouxe e que muito me alegra; A minha avó, Maria Antonia, sorriso fácil e olhar acolhedor, o lugar onde mora o abraço para o qual eu sempre espero pelo retorno. Aos meus tios, Rosineide, Marilúcia e Manoel, pelo amor da infância que se materializa hoje em sonhos, e certamente, continuará diante dos dias futuros; A minha amiga Mikelane, parceira de risos, conversas sérias e infindáveis. Uma pessoa de coração e alma bela, e de uma convivência reconfortante para todos os dias. A Elisa, minha companheira de biblioteca, de longas conversas, pesquisas e crescimento mútuo. Ao Marcos Rodrigues, por ter sido um interlocutor importante, cuja amizade me acompanha nos anos de pós-graduação. Agradeço a toda a minha confraria, cuja variedade comporta tipos especiais, cada um a sua maneira, igualmente diferentes e relevantes para a minha construção: amigos, Joy Nascimento Afonso, Letícia Oliveira, Nami Umeki, Stefan Nishimura. Alberto e Sumi Honda, Ariane, Jiro e Hiromi Nishimura. Eliezer e Leila Oeda. Dayane, Marcos Henrique e Fernando, Kelly, Valéria, Patrícia, Ítala, Márcia, Anaylle, Ozeli, Luciane, Maykon, Kenny. Ao Paulo, meu amor e incentivador, pelas estradas compartilhadas entre risos e lágrimas. Quão especial é ter você na memória de cada caminho percorrido nesse tempo. Meus sinceros agradecimentos! E por fim, agradeço à Providência, o Deus da tradição judaico-cristã ao qual eu devoto fé e esperança. Não basta ser feio, é preciso ser horroroso. Não basta humor, é preciso escárnio. Julio Bressane, Brás Cubas, 1985. Não recues! De mim não foi-se o espírito... Em mim verás – pobre caveira fria – Único crânio que, ao invés dos vivos, Só derrama alegria. Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte Arrancaram da terra os ossos meus. Não me insultes! empina-me!... que a larva Tem beijos mais sombrios do que os teus. Mais val guardar o sumo da parreira Do que ao verme do chão ser pasto vil; – Taça – levar dos deuses a bebida, Que o pasto do réptil. Que este vaso, onde o espírito brilhava, Vá nos outros o espírito acender. Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro ... Podeis de vinho o encher! Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça, Quando tu e os teus fordes nos fossos, Pode do abraço te livrar da terra, E ébria folgando profanar teus ossos. E por que não? Se no correr da vida Tanto mal, tanta dor aí repousa? É bom fugindo à podridão do lado Servir na morte enfim p'ra alguma coisa. Castro Alves, A uma taça feita de um crânio humano, 1869. PEDROSO, Raquel Cristina Ribeiro. Machado de Assis e Julio Bressane: imagens da filosofia moral. 2021. 235 f. Tese (Doutorado em Letras). – Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2021. RESUMO O trabalho compromete-se com o estudo das relações entre literatura e audiovisual, em particular no que se refere aos diálogos entre a obra de Machado de Assis e o cinema de Julio Bressane. Partindo de temas relacionados à problematização das pulsões e condutas morais entrevistas nas obras de Machado, buscamos dialogar a respeito do modo como se opera a interlocução entre a, por assim dizer, cosmovisão machadiana e as criações cinematográficas de Bressane, processo mediado pelo princípio da tradução e da transcriação de certos temas e procedimentos. A pesquisa relaciona o romance Memórias póstumas de Brás Cubas (1880-81) e os contos “Um esqueleto” (1875) e a “Causa secreta” (1896), obras de Machado de Assis, ao audiovisual de Julio Bressane para os filmes Brás Cubas (1985) e A erva do rato (2008). A proposta de estudo envolve a tessitura de imagens da filosofia moral na obra machadiana, compreendida, a partir da assimilação de motivos tratados pelos moralistas franceses dos séculos XVII e XVIII, e a investigação de temas reincidentes do autor transcriados para o cinema, como processo de tradução crítica e de referência de códigos linguísticos. Dentro do recorte temático e do corpus da pesquisa buscamos iluminar aspectos tanto da obra de Machado como do jeito bressaniano de fazer cinema. Palavras-chave: Machado de Assis (1839-1908). Julio Bressane (1946-). Cinema. Literatura e moral PEDROSO, Raquel Cristina Ribeiro. Machado de Assis and Julio Bressane: images of moral philosophy. 2021. 235 f. Thesis (Doctorate in Letters). – Paulist State University (UNESP), Faculty of Sciences and Letters, Assis, 2021. ABSTRACT The thesis aims to study the relationship between literature and audiovisual, especially in respect to the dialogues between the writes of Machado de Assis and the cinema of Julio Bressane. Starting from themes related to the problematization of human drives and moral conduct that can be seen in the works of Machado de Assis, we seek to relate how it operates the interlocution between the, so to speak, Machado's cosmovision and Julio Bressane's cinematographic creations, a process mediated by the principle of translation and transcription of certain topics and procedures. The research links the novel “The Posthumous Memoirs of Bras Cubas" (1880-81) and the short stories “A skeleton” (1875) and “The secret Cause” (1896), works by Machado de Assis, with Julio Bressane's audiovisual for the films Bras Cubas (1985) and A erva do rato (2008). The study proposal involves the comprehension of images of moral philosophy in Machado's works, understood, from the assimilation of motives treated by French moralists of the 17th and 18th centuries, and the investigation of recurrent themes of the author transcribed to the cinema, as a process of critical translation and of references language codes. Within the thematic framework and the corpus of the research, we seek to illuminate aspects both of Machado's work and of the Bressane's way of making cinema. KEYWORDS: Machado de Assis (1839-1908). Julio Bressane (1946-). Cinema. Literature and moral LISTA DE FIGURAS 1. Brás Cubas, Julio Bressane, 1985. Figura 1: Montagem transcriada das Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis................................................................................................................................... 132 Figura 2: Necrofone ........................................................................................................... 132 Figura 3: O retorno do poder de fala ao esqueleto ............................................................ 133 Figura 4: A perspectiva da narrativa será contada da morte para a vida. .......................... 134 Figura 5: O lamento de Virgília na ocasião do velório de Brás. ....................................... 139 Figura 6: A figura do narrador machadiano recriado para o cinema de Julio Bressane. ... 140 Figura 7: Brás Cubas e os “direitos” de proprietário. ........................................................ 143 Figura 8: O signo linguístico e as múltiplas formas de recriá-lo. ...................................... 143 Figura 9: Pandora ou a Natureza e os conflitos delirantes de Brás. .................................. 145 Figura 10: Pandora e o uivo dominante ............................................................................. 146 Figura 11: O fastio, a melancolia e a galhofa desde os primeiros tempos de vida ............ 147 Figura 12: A presença do esqueleto de Brás na condução da montagem .......................... 148 Figura 13: A materialização da morte como condutora das ações .................................... 151 Figura 14: A função narrativa da montagem ..................................................................... 152 Figura 15: Relação entre palavra e imagem no audiovisual .............................................. 154 Figura 15.1: imagem em câmera raccord 1 ....................................................................... 154 Figura 15.2: imagem em câmera raccord 2 ....................................................................... 154 Figura 16: Plano antológico composto por Quincas Borba (Renato Borghi) e Brás Cubas (Luiz Fenando Guimarães) ................................................................................................ 157 Figura 17: Experimentalismo da tradução intersemiótica entre literatura, música, poesia e audiovisual ......................................................................................................................... 158 Figura 18: Referência direta ao diálogo com Machado de Assis ...................................... 160 Figura 19: O olhar de quem abre espaços na câmera, ou na vida, para demonstrar ao espectador que o que está sendo narrado é de sua escolha ................................................ 162 Figura 20: Indícios da loucura que se avizinha a Quincas Borba ...................................... 164 2. A erva do rato, Julio Bressane, 2008. Figura 21: O cemitério como marco inicial da relação entre o casal. ............................... 168 Figura 22: Ela (Alessandra Negrini) e Ele (Selton Mello) ................................................ 169 Figura 23: O ritual do chá e a sugestão de que a erva do rato está presente ..................... 170 Figura 24: Personagem de Alessandra Negrini rememorando o crime do Sacopã ........... 171 Figura 25: Personagem de Selton Mello e os lapsos de consciência sobre o duplo de suas ações .................................................................................................................................. 172 Figura 26: A efemeridade da vida representada na natureza morta .................................. 173 Figura 27: A erva do rato ................................................................................................... 174 Figura 28: As sombras, os duplos e a grotesca relação mediada pelas lentes da câmera fotográfica .......................................................................................................................... 177 Figura 29. A personagem feminina com o véu recobrindo o corpo durante processo de desnudar-se ao prazer do outro .......................................................................................... 179 Figura 30: A apreciação do corpo feminino ...................................................................... 181 Figura 31: O gozo do voyeur ............................................................................................. 182 Figura 32: Sombra, penumbra, o corpo feminino e o segundo voyeur .............................. 184 Figura 33: A sombra do outro encontra a materialização na figura do rato ...................... 184 Figura 34: O rato presente ................................................................................................. 185 Figura 35: Imagem da referência explicita da escrita de Machado de Assis em “A causa secreta.” ............................................................................................................................. 186 Figura 36: A água como condutora de fragmentos corpóreos da personagem de Alessandra Negrini ............................................................................................................................... 187 Figura 37: A vida sendo conduzida à morte – imagem que sugere o processo de dissecamento do corpo da mulher ............................................................................................................ 187 Figura 38: O esqueleto machadiano encontrou lugar na montagem de Bressane ............. 188 Figura 39: Ritual do chá: cenas em repetição – Vida que se faz mesmo após a morte ..... 190 Figura 40: O esqueleto e a fotografia ................................................................................ 191 Figura 41: Imagem da frente da casa na qual os influxos de sadismo e crueldade eram externados .......................................................................................................................... 192 Figura 42: Cartaz de lançamento de Brás Cubas, de Júlio Bressane,1985 ....................... 206 Figura 43: Cartaz de lançamento de A erva do rato, de Júlio Bressane, 2008 .................. 209 Figura 44: Imagem símbolo da natureza morta, temática que refere-se à transitoriedade da vida, à vaidade e a morte como vetor de todos os fins ...................................................... 211 Figura 45: A mulher percebe a ação do veneno e o esfacelamento da vida pela tortura ... 214 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15 PRIMEIRO CAPÍTULO 1. A modernidade literária na escrita de Machado de Assis ................................................ 21 1.1 Heranças da experiência folhetinesca ............................................................................ 29 1.2 Indícios da filosofia moral na literatura machadiana ..................................................... 34 1.2.1 O mecanismo filosófico: histórias de suspense e engano ........................................... 40 1.2.2 Tirando o esqueleto do armário .................................................................................. 47 1.2.3 Pulsões de horror e crueldade ..................................................................................... 60 SEGUNDO CAPÍTULO 2. As sombras do humano e a moral em Machado de Assis ............................................... 68 2.1 A Morte e os instantes de vida....................................................................................... 72 2.2 Humor, ironia e moralismo “às avessas” ....................................................................... 83 2.2.1 O desfile das aparências ............................................................................................. 90 2.2.2 O cerco de Candido Neves ....................................................................................... 100 TERCEIRO CAPÍTULO 3. Julio Bressane, o cineasta articulador de fobias e paixões humanas. ............................ 109 3.1 Subjetividades em movimento: construções literárias no audiovisual ........................ 117 3.2 Brás Cubas e a transcriação de signos machadianos ................................................... 129 QUARTO CAPÍTULO 4. A erva do rato, o voyeur e a estética da crueldade ........................................................ 167 4.1 Pulsões humanas: da literatura de Machado ao audiovisual de Bressane ................... 197 4.2 A morte e o neobarroco em Julio Bressane ................................................................. 205 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 216 REFERÊNCIAS............................................................................................................... 221 FILMOGRAFIA .............................................................................................................. 234 15 INTRODUÇÃO As palavras introdutórias ao presente trabalho incidem sobre a descrição da matéria pertinente ao estudo das relações entre literatura e audiovisual. Partimos do diálogo entre a obra literária de Machado de Assis e o cinema de Julio Bressane, de temas relacionados à problematização das pulsões humanas e da filosofia moral encontrada na obra machadiana e transcriada em Bressane. As investigações ocorrem em meio à demonstração de como se operam os diálogos entre os signos linguísticos, na transposição de um suporte de publicação a outro: processo mediado pelo princípio da tradução/recriação de procedimentos firmados em Haroldo de Campos. A pesquisa entra em contato com a moralidade como crítica de costumes e as pulsões do inconsciente retratadas na obra machadiana, como o aproveitamento da filosofia dos moralistas franceses, para os quais os impulsos e os embates com o senso moral desregulariam as ações dos sujeitos. No século XIX, Machado de Assis agiu como um receptáculo diferenciado da representação literária brasileira, principalmente no tocante à constituição física e psicológica de personagens em meio às relações com o entorno social. Destacamos que a tese tem como fundamento a relação de traços temáticos de Memórias póstumas de Brás Cubas, dos contos “Um esqueleto” (1875) e a “Causa secreta” (1896), obras de Machado de Assis, ao audiovisual de Julio Bressane para os filmes Brás Cubas (1985) e A erva do rato (2008). A pesquisa elenca descrições de imagens e motivos propícios à tessitura social do que seria a filosofia moral percebida em Machado, e os temas recolhidos por Bressane para a transcriação em um cinema de autor. O mundo machadiano é essencialmente o mundo da cidade, dos costumes peculiares à capital fluminense e da escrita humorística aos moldes do século XIX, com personagens e caracteres que se aproximam dos convivas de saraus e cafés da rua do Ouvidor. Essa aproximação evidencia o olhar do autor para aspectos públicos e privados das relações dos indivíduos e, de modo sensível, imprime notas de renovação estética das formas de arte na tomada de consciência. Além disso, o modo machadiano de representar a sociedade de seu tempo e lugar carrega elementos da historiografia, que é feita de dados humanos, logo, percebe-se a subjetividade e as pulsões daqueles que viveram e estão personificados em 16 relatos históricos, incorporados aos relatos ficcionais. A indicação do papel das artes na constituição de uma identidade pode ser fator decisivo no exame da literatura machadiana e na percepção da permeabilidade que exercia junto aos leitores (ouvintes) de seu tempo. A escrita de Machado é um agente mobilizador de memórias capaz de instigar correntes de pensamentos que perpassam acontecimentos fugidios, tensões políticas e o ínfimo da interioridade do sujeito. A subjetividade do homem de seu tempo, constituída do gosto europeu plasmado ao Brasil, moldava-se às experiências de um país escravocrata às voltas com a nova República. Machado localizou esse homem entre a crítica mordaz e a benevolência; entre a ironia, o humor, e pulsões próprias da autoconservação. Sua obra exerceu certo questionamento moral acerca dos males que haveria dentro de cada um e que se afirmariam arraigados nas conjunturas sociais em momentos de denúncia de si. O leitor assiste aos conflitos da segunda metade do século XIX, como a guerra do Paraguai, os debates sobre a escravidão, o republicanismo, a guerra de Canudos, entre outros fatos, em contos e crônicas que cobram retratação político-social num arranjo literário dos mais elaborados, entretanto, com tom de descompromisso que não desagradava a imprensa sensacionalista. A junção entre o macio e o duro de uma escrita que ora parece empolada beirando a erudição agressiva, ora se faz de ironia e escárnio, quase indiferente à barbárie, atesta para a crítica recoberta nas linhas de um pessimista-esclarecido que problematiza a realidade de seu tempo com o riso. Com efeito, analisar personagens machadianos é considerar o hemisfério da ambiguidade humana como lugar comum. É ver na literatura a matriz do inconsciente como fonte do que será sistematizado pela psicanálise no século XX. É perceber traços estranhos no comportamento humano em situações aparentemente anormais, mas que estão no campo da projeção das almas. Esse estudo apresenta pressupostos que corroboram para a ideia de que o homem seria feito de máscaras, que serão usadas ou condicionadas a situação e ao grau de interesse diante do olhar do outro. O autoengano se apresentaria como processo recorrente do indivíduo que não quer apenas parecer e formular uma imagem, mas, quer acreditar intimamente no que a aparência é capaz de lhe proporcionar. Temporalmente distante de Machado, mas com procedimentos, temáticas e uma poética da linguagem que aproxima os autores, Julio Bressane iniciou seu projeto cinematográfico ainda nos anos de 1960, na efervescência do Cinema novo no Brasil. O diretor é reconhecido pela representação do humano em termos fragmentários, com 17 inventividade que beira o realismo grotesco, ousadia na composição da imagem que choca, faz apaixonar, emociona, traz repulsa e encanta. Seus filmes são arranjados a partir de câmeras, planos e montagens detalhados: com aproximação e referência à literatura, à pintura, à música e à filosofia. A sensibilidade estética de Bressane produz signos linguísticos que, notadamente, participam do debate cultural e social do Brasil, e se fazem em um cinema de autor, de baixo orçamento e de direções que lembram o oximoro da luz barroca: algo como o claro que esconde e o escuro que revela. Portanto, o diálogo possível entre o audiovisual de Bressane e a escrita de Machado pode ser atestada pela iluminação do signo literário na composição das imagens. O diretor soube transcriar, transluciferar, traduzir, criticar, transmidiar, ou mesmo recriar o que havia de melhor e de pior do sujeito presente no Rio de Janeiro oitocentista para as telas da segunda metade do século XX e início do XXI. Tendo em vista a apresentação do que poderá ser encontrado ao longo da leitura da tese, importa-nos descrever a estrutura dos capítulos e as temáticas que os compõem. Com efeito, a pesquisa pode ser visualizada como um todo de duas grandes partes: a primeira parte, composta dos dois primeiros capítulos, trata de temas machadianos. E a segunda, volta-se para o audiovisual, com análises dos filmes e aproximações possíveis entre a literatura e o cinema. Nessa parte estão os dois últimos capítulos. Assim, entendemos que as considerações podem girar em torno de ambos os autores e suas obras, com a aproximação necessária e manifesta pelos processos de composição de pulsões humanas em ambas as formas de arte. O primeiro capítulo “A modernidade literária na escrita de Machado de Assis” discute traços da subjetividade humana presente na literatura. Recorremos aos primórdios do romance realista para exemplificar que os procedimentos adotados, desde os primeiros contos de Machado, percorreram uma certa tradição de escrita voltada para a burguesia ascendente. Esse “modelo europeu” chegou ao Brasil e desencadeou a tessitura da modernidade na literatura, sobretudo na composição de um sujeito que detinha suas vontades, atos, desejos e índoles e, ainda assim, era personagem de narrativas folhetinescas, contos em jornais, livros e traduções. Apresentamos indícios da filosofia moral na literatura, com histórias de suspense e engano, para a análise dos contos “Um esqueleto” (1875) e “A causa secreta” (1896) e a delimitação dos temas propostos por Machado e que serão assimilados nas imagens de Julio Bressane. 18 O capítulo segundo intitulado “As sombras do humano e a moral em Machado de Assis” apresenta traços da consciência da finitude da vida, o inexorável caminho para a morte e o aproveitamento de temáticas que discutiam vícios, virtudes e o riso escarnecedor para a composição do humor tipicamente machadiano. Nesse capítulo temos o detalhamento de alguns contos, a exemplo de “Galeria Póstuma” (1883) e “Pai conta mãe” (1906), com aspectos da natureza humana que retratam a assertividade de Machado quanto à observação de costumes e comportamentos de seu meio. A partir dos temas detalhados nesse capítulo será possível entrever as imagens da filosofia moral formulada pelo escritor em sua obra, promulgada, sobretudo, pela ação de “descrever” a sociedade com o olhar desvinculado de aspectos da moral burguesa-cristã. O terceiro capítulo “Julio Bressane, cineasta contemporâneo especialista em fobias e paixões humanas”, traz o cinema brasileiro como formador de uma poética na qual Bressane é figura singular. O capítulo traz um percurso da presença do diretor no audiovisual, com aspectos das fases do Cinema novo, acentuando o Cinema Marginal do qual o diretor é tido como representante. Contamos com a teorização do processo de construções literárias para o audiovisual, sob aspectos transcriativos, além de uma análise do longa Brás Cubas (1985), para a demonstração do aproveitamento estético e temático das Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, porém, ainda mais, para a percepção da poética da imagem formulada a partir da ótica de Bressane. No quarto capítulo “A erva do rato, o voyeur e a estética da crueldade” temos o detalhamento de imagens que traduzem as pulsões de morte, horror e sadismo no longa de 2008. A busca pelo desejo saciado em formas de tortura e voyeurismo estão presentes nesse capítulo, que relaciona o filme aos temas dos contos “Um esqueleto” e “A causa secreta”, nos quais o símbolo da morte e da transfiguração de si pelo domínio do outro é latente: tudo isso em meio aos aspectos próprios do neobarroco e da transcriação cinematográfica. O detalhamento dos motivos transpostos ao audiovisual e trazidos em figuras, ilustram o efeito que a poética de Bressane produz tanto no espectador quanto na crítica especializada. Trata- se, portanto, de um filme em que as pulsões estão em processo de exteriorização. Em outras palavras, o diálogo possível entre literatura e audiovisual proposto pela representação das pulsões humanas e da conduta moral em Machado de Assis e os procedimentos pelos quais o cinema de Bressane traduz esse universo, centra-se, sobretudo, em duas produções, Brás Cubas (1985) e A erva do rato (2008). A interlocução que se busca com Machado de Assis é dada por Memórias Póstumas de Brás Cubas (1880-81), cuja 19 análise é articulada à interpretação do filme de Bressane, e, sobretudo, os contos “Um esqueleto” e “A causa secreta”, esses analisados em momentos específico e depois, evocados em interlocução com o filme de 2008. A poética da imagem no audiovisual será percebida em meio aos procedimentos de fragmentação e composição autoconsciente, análogo ao que se lê nas Memórias Póstumas, bem como na ênfase dos motivos presentes nos contos machadianos já citados, sob a perspectiva da obsessão. A presença do esqueleto, do sombrio, do macabro e da morte amplia-se em A erva do rato como elementos opressivos, algo como leitmotivs obsessivos. Ou, como se o filme fosse, de fato, uma espécie de Unheimlich nascido de reminiscências dos contos de Machado de Assis. A análise dos filmes, por conseguinte, permite-nos estabelecer uma relação plástica de motivos como morte e corrosão, além do uso poético do claro e escuro, das naturezas mortas, das elipses, silêncios e obscurecimentos. 216 CONSIDERAÇÕES FINAIS 217 Em verdade, a conclusão não parecia estar nas premissas; mas era o caso de emendar outra vez Hamlet: “Há entre o céu e a terra, Horácio, muitas cousas mais do que sonha a vossa vã dialética.” Machado de Assis, Quincas Borba, 1890. A conclusão é que, por uma ou por outra porta, amor ou vaidade, o que o embrião quer é entrar na vida. César ou João Fernandes, tudo é viver, assegurar a dinastia e sair do mundo o mais tarde que puder. Machado de Assis, Esaú e Jacó, 1904. A matéria pertinente ao estudo das relações entre literatura e audiovisual, em particular no que se refere ao diálogo entre a obra de Machado de Assis e o cinema de Julio Bressane foi apresentada sob dimensões de formulações morais assimiladas pela filosofia dos moralistas franceses. Partindo de temas relacionados à problematização das pulsões e conduta moral entrevistas nas obras de Machado de Assis, buscamos relacionar o modo como se operam as interlocuções entre as obras do escritor e as criações cinematográficas de Julio Bressane, processo mediado pelo princípio da tradução e da transcriação de certos temas e procedimentos, discutidos por Haroldo de Campos. O trabalho relacionou traços temáticos do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, dos contos “Um esqueleto” e a “Causa secreta”, obras de Machado de Assis, ao audiovisual de Julio Bressane, para os filmes Brás Cubas e A erva do rato. O estudo envolveu a descrição de imagens do que consideramos ser a tessitura social da filosofia moral própria da obra machadiana, formulada na literatura do autor brasileiro a partir da assimilação de temas tratados pelos moralistas franceses dos séculos XVII e XVIII. E a investigação de temas reincidentes do autor transcriados para o cinema, como processo de tradução crítica e de referência de códigos linguísticos. Dentro do recorte temático e do corpus houve a iluminação de aspectos tanto da obra de Machado como do jeito bressaniano de fazer cinema. Sabemos que Machado de Assis tem sido alvo de profícuos estudos ao longo dos séculos e que apresentar descobertas sobre sua obra requer a percepção apurada de minucias de temas, descrições e indicações, ou seja, de dados que possam se unir (ou contestar) a crítica corrente. Entretanto, o contato com a escrita do autor nos permite visualizar que muito ainda precisa ser feito e que o conhecimento formulado a partir de seus escritos não se esgota, 218 ao contrário, ilumina o pensamento em múltiplos aspectos, sobretudo relacionados à composição do ser humano. A percepção do sujeito imerso no ambiente de seu tempo, assolado pelas incongruências do meio social, moral, de costumes e normas continua sendo de singular relevância. Assim, descrever comportamentos e dados do inconsciente por meio da composição literária traduz a inserção do pensamento crítico do autor como homem de seu tempo, e encaminha-o aos séculos posteriores como um olhar atento para os meandros próprios do humano. No outro polo de análise temos filmes que se originam na segunda metade do século XX, e nos quais Julio Bressane compõe sua poética de autoria, de “revolução do cinema”, de poesia na imagem e relação com outras artes. A efervescência social se difere em muito do que fora vivido por Machado: são épocas de afirmação do cinema nacional, com o movimento do Cinema novo, Cinema Marginal e Tropicalismo, tudo isso em meio à antropofagia cultural e artística. A imagem composta por Bressane em Brás Cubas (1985) zomba da crítica de Machado quanto à composição de um indivíduo mascarado em uma sociedade organizada para o mascaramento. No entanto, o riso e o aproveitamento criativo do cineasta refletem uma troça que manifesta o reconhecimento de que a literatura machadiana soube elaborar traços profundos da subjetividade com ares de gracejo e ironia. Bressane formaliza uma poética que suscita tensões entre os próprios espaços obscuros do espectador: uma espécie de “amor e ódio” que não se preocupa com a impressão que está deixando, apenas lança luz sobre lados obscuros que o indivíduo preferiria recobrir quando está diante do outro. Em A erva do rato (2008), ressoam questões como: o que os indivíduos teriam de acordo tácito entre si e que não seria dito, ou que não seria costumeiramente pronunciado em palavras. Tanto em personagens de Machado quanto no audiovisual de Bressane, percebemos os reflexos do movimento de ideias morais submersas na interioridade humana sendo levadas à superfície das relações ao sabor das circunstâncias. E nesse trânsito, questões que promovem reflexões são postas ao leitor/espectador, quase como um “desenho” do que seria o humano quando colocado em situações extremadas, ou quando se percebe dono do destino do outro. Machado de Assis, no século XIX, já problematizava questões que nos remetem ao que estaria por detrás do lado obscuro da moral humana e que, provavelmente, a sociedade não gostaria de iluminar. No entanto, o autor imprimia em sua escrita indícios de que não seria a melhor opção deixar o lado escuro do indivíduo tão escondido. E como detrator de seus contemporâneos tocou naquilo que importava socialmente deixar velado, mas que seria 219 de fundamental relevância trazer à luz. Descreveu pulsões do inconsciente, estados de loucura, de vaidade, de luta pela autopreservação; de crueldade e sadismo disfarçados de interesse e tantos outros temas presentes e relevantes para o pensamento crítico-social do sujeito literário e empírico brasileiro. E por se tratar de um contexto de recriação, A erva do rato pode ser visto como um filme de intenso estudo de personagem em uma história intrigante e misteriosa aos moldes da peculiaridade do cineasta. Notadamente, os filmes de Bressane analisados neste corpus distanciam-se temporalmente –, foram lançados em movimentos cinematográficos e culturais de sensíveis diferenças. E como se pode notar, em A erva do rato traços do Cinema Marginal ou da antropofagia cedem espaço ao clima apocalíptico dos anos 2000, ao diálogo com elementos do horror e com a exploração de pulsões humanas. O teor sombrio e desconcertante desse filme se difere do humorístico, antropofágico e experimental de Brás Cubas. Em termos de conclusão, retomemos alguns detalhes do que fora tratado ao longo dos capítulos. No primeiro, propomos a percepção do trajeto do romance realista, da consolidação da literatura de folhetim no Brasil e da atuação de Machado em jornais do Rio de Janeiro. Tecemos considerações sobre particularidades da obra machadiana e em específico uma análise dos contos “Um esqueleto” e “A causa secreta.” No segundo capítulo, a partir de aspectos do aproveitamento de Machado da temática da moral segundo a filosofia dos moralistas, sobretudo com respeito às análises dos contos “Galeria Póstuma” e “Pai contra mãe”, segundo o viés do humorismo e da moral machadiana como crítica de costumes “às avessas”, percebemos a presença da morte como vetor de todos os fins, bem como do caminho que enreda a alma humana para a denúncia de si, do riso contencioso, do escarnio e da verdadeira moral. Em “Galeria Póstuma”, Machado trouxe o riso para os momentos posteriores à morte do protagonista, já em “Pai contra mãe” as pulsões de crueldade e reificação do outro são delineadas sob os aspectos de uma sociedade que configura o humano para não se importar com os males impostos pela sociedade. A tese passou por uma mudança de tom necessária para que o detalhamento de temas relacionados ao audiovisual fosse possível. E assim chegamos ao terceiro e ao quarto capítulo, sob a ótica do tratamento de temas propostos pela literatura e que encontraram a formulação da imagem ideal no cinema de Bressane. Percebemos os movimentos decorrentes da busca pela afirmação do Cinema Nacional no geral, e, em particular, da poética de autoria do diretor. Com ele tivemos contato com contrapontos entre literatura, 220 música, fotografia e audiovisual em dois filmes muito bem-acabados esteticamente e que se tornaram obras de referência para o cinema brasileiro. Tanto o terceiro quanto o quarto capítulo ocuparam-se do detalhamento dos motivos transpostos ao audiovisual e o efeito que a poética bressaniana seria capaz de produzir. A presença da morte é notável como ponto em comum entre as referidas obras, bem como a manifestação das pulsões governadoras das vontades. Apesar de sabermos que os motivos levantados por esta pesquisa ainda necessitam de inúmeras buscas, acabamentos e continuas descobertas, a aproximação entre os autores e os suportes de publicação trouxeram a perspectiva de que as obras literárias e cinematográficas podem ser percebidas por um olhar que se volta para a interioridade do sujeito, com suas pulsões do inconsciente e moralidades recobertas pelo costume, como fonte de criação estética e de crítica social. 221 REFERÊNCIAS 1. Geral: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Trad. Alfredo Bosi. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012. ADORNO, Theodor W. Palestra sobre lírica e sociedade. In: Notas de literatura I. TIEDEMANM Rolf (org.). Trad. Jorge de Almeida. São Paulo: Duas cidades, 2003, p. 65- 89. ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. AGOSTINHO, Santo. Confissões (354-430). Trad. Maria Luiza Jardim Amarante. 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