UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS CURSO DE FISIOTERAPIA CAMPUS DE MARÍLIA EFEITO DO TRATAMENTO COM DUAS MODALIDADES DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA NO NERVO TIBIAL DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO Eve Altenfelder Silva Hall Marília 2023 1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS CAMPUS DE MARÍLIA CURSO DE FISIOTERAPIA EFEITO DO TRATAMENTO COM DUAS MODALIDADES DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA NO NERVO TIBIAL DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO Eve Altenfelder Silva Hall Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Conselho de Curso de Fisioterapia da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista, Campus de Marília, como parte das exigências para a obtenção do título de Fisioterapeuta Orientadora: Profa. Dra. Angélica Mércia Pascon Barbosa Marília 2023 2 3 Eve Altenfelder Silva Hall EFEITO DO TRATAMENTO COM DUAS MODALIDADES DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA NO NERVO TIBIAL DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO _________________________________________________ Profa. Dra. Angélica Mércia Pascon Barbosa Faculdade de Filosofia e Ciências – Unesp - Marília _________________________________________________ Dr. Caroline Baldini Prudencio Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp - Botucatu __________________________________________________ Ma. Bruna Bologna Catinelli Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp - Botucatu 25/01/2023 4 Agradecimentos Gostaria de agradecer primeiramente ao motivo de tudo isso ser possível, quem me ajuda e me acalma, por quem eu faço tudo que faço e em quem me espelho, minha mãe Lucia. Também a minha vó Helena e irmã Joy, que sempre acreditam em mim e me incentivam, com quem eu posso ser por inteiro. A minhas queridas e admiradas orientadoras Cristiane Pedroni e Angélica Pascon, exemplos de professoras e fisioterapeutas que me guiaram nessa caminhada. Também a minha companheira nesta reta final, sempre solicita, gentil e admirável, Danielle H e a Raissa Avramidis por sempre estar disposta a me ajudar e orientar, que diversas vezes segurou as pontas pra que eu conseguisse fazer o que precisava ser feito A República AmaZona que foi minha casa e minha força nesses 4 anos, Julia Ishiuchi, Helena Martinelli, Gabriel Dias, Livia Maria. Esses que me deram forças, me guiaram e me levantaram em todas as quedas. Sou extremamente grata a tudo que aprendo com vocês todos os dias, vocês me tornam uma pessoa melhor. Aos meus amados amigos que sempre estão presentes e comemoram ao meu lado todas as conquistas de perto ou de longe, que tornaram cada dia especial, sou feliz por cada um de vocês, foi incrível viver estes anos ao ladinho de vocês, sempre cuidando uns dos outros e mostrando o melhor do amor. Queria deixar um agradecimento especial a essas duas, que sempre foram minhas âncoras, que me lembram minha casa e minha família, que estão comigo e não soltam minha mão, levo vocês no meu coração pra sempre, Mariana Carta e Giovana Steiner, vocês são incríveis. Quem seria Eve, sem vocês? 5 RESUMO A Sociedade Internacional de Continência define a Incontinência Urinária como a perda de urina involuntária durante a fase de armazenamento da bexiga, tal disfunção ocasiona prejuízos à qualidade de vida. A eletroestimulação é frequentemente utilizada no tratamento por ser uma técnica não invasiva e de eficácia comprovada. Porém ainda não existe consenso sobre os melhores parâmetros para sua aplicação. O objetivo deste trabalho foi verificar e comparar os efeitos do tratamento de duas modalidades de eletroestimulação nervosa transcutânea (TENS) de alta frequência e baixa frequência, mais utilizada na literatura, em mulheres com incontinência urinária por urgência. Trata- se de ensaio clínico randomizado, aprovado pelo Comitê de Ética em Seres Humanos e Registrado no nº3.272.572 (CAAE: nº 40418215.8.3001.5406). Todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram incluídas mulheres entre 23 e 80 anos de idade, com queixas de Incontinência Urinaria por Urgência e excluídas as com diagnóstico para infecções do trato urinário baixo, déficit cognitivo, distúrbios psiquiátricos, gestação atual, diagnóstico de bexiga neurogênica, prolapso de órgãos pélvicos acima de grau II, as que faziam uso de drogas anticolinérgica, antagonistas de cálcio, beta-antagonistas e antagonistas da dopamina, que não realizaram por completo alguma das etapas do estudo. Foram submetidas a avaliação com aplicação de questionários específicos para incontinência urinária e qualidade de vida e avaliação funcional do assoalho pélvico. A intervenção consistiu na estimulação transcutânea sobre o nervo tibial, unilateral, durante 30 minutos, totalizando 20 sessões. Um eletrodos foi posicionado posteriormente ao maléolo medial e o outro 10 cm acima. Foram compostos dois grupos, sendo 21 participantes no grupo TENS - Alta Frequência com protocolo de 10Hz e 200ms e 21 no grupo TENS - Baixa Frequência com protocolo de 150Hz e 100ms. As variáveis foram descritas pela média e intervalo de confiança de 95%. Shapiro-Wilk foi usado para analisar a normalidade dos dados. Em seguida, foi utilizada ANOVA de medidas repetidas com Post-Hoc de Bonferroni. As duas correntes foram capazes igualmente de reduzir severidade da incontinência urinária e aumentar a qualidade de vida. Palavras-chave: Incontinência Urinária; Eletroestimulação; Reabilitação; Bexiga Hiperativa; Ensaio clínico 6 ABSTRACT The International Continence Society defines Urinary Incontinence as the involuntary loss of urine during the bladder storage phase, such dysfunction causes damage to the quality of life. Electrostimulation is often used in the treatment because it is a non-invasive technique with proven efficacy. However, there is still no consensus on the best parameters for its application. The objective of this study was to verify and compare the effects of the treatment of two modalities of transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) of high frequency and low frequency, most used in the literature, in women with urge urinary incontinence. This is a randomized clinical trial, approved by the Human Beings Ethics Committee and registered under nº 3.272.572 (CAAE: nº 40418215.8.3001.5406). All participants signed the Informed Consent Form. Women between 23 and 80 years of age were included, with complaints of Urinary Incontinence due to Urge and excluded those diagnosed with lower urinary tract infections, cognitive impairment, psychiatric disorders, current pregnancy, diagnosis of neurogenic bladder, pelvic organ prolapse above grade II, those who used anticholinergic drugs, calcium antagonists, beta-antagonists and dopamine antagonists, who did not complete any of the stages of the study. They were submitted to evaluation with, application of specific questionnaires for urinary incontinence and quality of life, and functional evaluation of the pelvic floor. The intervention consisted of unilateral transcutaneous tibial nerve stimulation for 30 minutes, totaling 20 sessions. One electrode was positioned posteriorly to the medial malleolus and the other 10 cm above. Two groups were composed, with 21 participants in the TENS - High Frequency group with 10Hz and 200ms protocol and 21 in the TENS - Low Frequency group with 150Hz and 100ms protocol. Variables were described by mean and 95% confidence interval. Shapiro-Wilk was used to analyze data normality. Then, ANOVA for repeated measures with Post-Hoc Bonferroni was used. The two currents were equally capable of reducing the severity of urinary incontinence and increasing quality of life. Key-word: Incontinence Urinary, Electro stimulation; Rehabilitation; Overactive Bladder; Clinical Trial 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Tabela de caracterização da amostra por grupo.............................................17 Figura 2: Avaliação em três momentos por grupo..........................................................18 8 LISTA DE SIGLAS IU: Incontinência urinária IUU: Incontinência urinária de urgência IUE: Incontinência urinária de esforço IUM: Incontinência urinária mista TENS: Eletroestimulação nervosa transcutânea QV: Qualidade de vida G-TENS-AF: Grupo de eletroestimulação nervosa transcutânea de alta frequência G-TENS-BF: Grupo de eletroestimulação nervosa transcutânea de baixa frequência AFA: Avaliação funcional da musculatura do assoalho pélvico ICIQ-SF: International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form OAB–V8: Overactive Bladder Awareness Tool ICIQ-OAB: International Consultation on Incontinence Questionnaire Overactive Bladder ISI: Incontinence Severity Index 9 SUMÁRIO Páginas 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................11 2 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................13 2.1 Amostra.....................................................................................................................13 2.2 Delineamento do estudo ...........................................................................................14 2.2.1 Avaliação ...............................................................................................................14 2.2.2 Protocolo terapêutico..............................................................................................16 3 ANÁLISE ESTATÍSTICA.............................................................................................17 4 RESULTADOS.............................................................................................................17 5 DISCUSSÃO................................................................................................................19 6 CONCLUSÕES............................................................................................................22 7 REFERÊNCIAS............................................................................................................22 8 ANEXOS......................................................................................................................25 10 Artigo elaborado segundo normas da Revista Neurology and Urodynamics (Qualis B1) EFEITO DO TRATAMENTO COM DUAS MODALIDADES DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA NO NERVO TIBIAL DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA POR URGÊNCIA EFFECT OF TREATMENT WITH TWO MODALITIES OF TRANSCUTANEOUS ELECTRICAL NERVOUS STIMULATION ON THE TIBIAL NERVE OF WOMEN WITH URINARY URINARY INCONTINENCE Eve Altenfelder Silva Hall1; Cristiane Rodrigues Pedroni1,2; Raissa Escandiusi Avramidis3; Danielle Hikaru Nagami2; Caroline Baldini Prudencio3; Angélica Mércia Pascon Barbosa1,3 1. Faculdade de Filosofia e Ciencias – Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Marília, SP, Brasil. 2. Instituto de Biociencias - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Rio Claro, SP, Brasil. 3. Faculdade de Medina de Botucatu- Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Botucatu, SP, Brasil Correspondência: Angélica Mércia Pascon Barbosa Endereço: Av. Higino Muzzi Filho, 737, CEP 17525-900 Marília, SP E-mail: angelicapascon@gmail.com mailto:angelicapascon@gmail.com 11 1 INTRODUÇÃO A Incontinência Urinária (IU) é definida pela International Continence Society (ICS) como a perda de urina involuntária durante a fase de armazenamento da bexiga [1], é classificada em subtipos. Quando ocasionada por esforços, exercícios físicos, tosse ou espirro, é nomeada como IU por esforço. A IU de Urgência (IUU) é a perda de urina associada ao desejo súbito de urinar e a IU mista (IUM), a combinação dos tipos de IU, por urgência e esforço [2]. A IU é uma disfunção que afeta grande parte da população, com prevalência de aproximadamente 5-70%, e em sua maioria estudos relatam uma prevalência de qualquer IU na faixa de 25-45%. Cerca de 12,4% das mulheres jovens, 45% das mulheres de meia-idade e pós-menopausa [3]. Com maior frequência mulheres e idosos, e a sua prevalência aumenta com a idade, 40% das mulheres acima de 70 anos relatam perdas involuntárias de urina [4]. A IUU decorre da hiperatividade do músculo detrusor, durante a fase de enchimento da bexiga que resulta na perda de urina associada a uma sensação súbita de urgência [5,6], e está associada a sérias reduções em qualidade de vida (QV) referente à saúde [7]. Entre os indivíduos com hiperatividade da bexiga a IUU é apontada como sintoma mais incômodo desta condição e que pode afetar o âmbito social, gerar limitação de ingesta de líquidos, dificuldade de viajar e busca por acesso direto a banheiros [4]. A primeira linha de tratamento indicada pela ICS compõe-se por técnicas não invasivas, como medicação, reeducação da bexiga e treinamento dos músculos do assoalho pélvico (MAP) [8]. 12 A eletroterapia vem sendo utilizada no tratamento de diversas disfunções do trato urinário inferior e tem como mecanismo terapêutico a busca pelo equilíbrio dos impulsos excitatórios e inibitórios que controlam a bexiga [8,9]. Pode ser aplicada de duas formas: por meio de eletroestimulação nervosa percutânea pela inserção de uma agulha no nervo tibial ou através de eletrodos de superfície, chamada de eletroestimulação nervosa transcutânea (TENS) sobre o nervo tibial. Estudo recente mostrou que ambas as formas apresentam os mesmos resultados [10]. O TENS é mais comumente utilizado entre os fisioterapeutas por ser uma forma não invasiva8 de fácil aplicação, baixo custo e sem efeitos adversos [11,12]. O nervo tibial é um nervo misto e possui suas raízes nervosas em L5-S3, de onde também se originam a via parassimpática da bexiga (S2-S4) , sendo assim, propõe-se que a partir da estimulação do nervo pode-se gerar a inibição dos aferentes S2-S3, trazendo a redução da hiperatividade do detrusor. É uma técnica prática, não invasiva, conservadora e eficaz para pacientes com IUU e OAB [7]. O TENS é um recurso terapêutico utilizado para diferentes aplicações, e a comparação entre dois diferentes parâmetros de TENS foi realizada diversas vezes na literatura para outros tratamentos, como dor aguda, dor crônica, analgesia na fibromialgia ou diminuição de sensibilidade em pontos gatilhos [13,14,15,16]. Neste estudo, foi utilizado como grupo controle a corrente de 10Hz de frequência e 200 μs de largura de pulso, que é a mais utilizada na literatura [10,17,18]. Para efeito de comparação, foi utilizada uma corrente de maior frequência e menor largura de pulso. A hipótese do estudo é que as correntes de alta frequência, por reduzirem a impedância 13 da pele, podem atingir tecidos mais profundos e ocasionar melhores efeitos para redução dos sintomas da IUU quando comparados com correntes de baixa frequência [19]. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do tratamento com duas modalidades de estimulação elétrica nervosa transcutânea no nervo tibial de mulheres com incontinência urinária por urgência. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Ensaio clínico randomizado duplo- cego, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Marília, SP (FFC-Unesp, CAAE: nº 40418215.8.3001.5406) pelo parecer de número 3.272.572 (ANEXO 2) e realizada de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Todas as participantes estavam cientes das condutas realizadas durante a pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As coletas foram realizadas no Laboratório do Centro Especializado em Reabilitação (CER) da FFC-Unesp. Este ensaio clínico seguiu as recomendações do CONSORT e foi cadastrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos – REBEC como RBR-8bkkp6 e no The Universal Trial Number (UTN), sob número U1111-1233-2201. 2.1 Amostra As participantes foram mulheres recrutadas no setor de estágio de Fisioterapia em Saúde da mulher da FFC-Unesp. Participaram 42 voluntárias com idades entre 23 a 80 anos, divididas em dois grupos aleatoriamente. Como critério de inclusão, todas as 14 mulheres apresentavam queixas de IUU. Os critérios de exclusão foram: diagnóstico para infecções do trato urinário baixo; déficit cognitivo; distúrbios psiquiátricos; gestação atual; diagnóstico de bexiga neurogênica; prolapso de órgãos pélvicos acima de grau II; as que faziam uso de drogas anticolinérgicas; antagonistas de cálcio, beta-antagonistas e antagonistas da dopamina; participantes que não assinaram o TCLE ou não realizaram por completo alguma das etapas do estudo. 2.2 Delineamento do estudo Em seguida ao recrutamento, as participantes que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão e que aceitaram participar do estudo, passaram por exame físico e avaliação através de questionários específicos. As voluntárias foram alocadas aleatoriamente, por meio de randomização on-line (www.sealedenvelope.com), em dois grupos: Grupo TENS- Baixa Frequência (G-TENS-BF) e Grupo TENS- Alta Frequência (G-TENS-AF). Ambos os grupos receberam estimulação elétrica transcutânea sobre o nervo tibial unilateralmente, por 30 minutos, totalizando 20 sessões. As participantes foram reavaliadas na 10ª e na 20ª sessão. 2.2.1 Avaliação A avaliação foi realizada em três momentos: momento 1 (M1) na coleta de informação da paciente, aplicação dos questionários e a avaliação funcional do assoalho pélvico (AFA); momento 2 (M2) é a avaliação da décima sessão que foi refeita a aplicação dos questionários e na vigésima sessão e terceiro momento (M3), foram reaplicados os questionários e novamente mensurado o AFA . Todas as participantes foram submetidas 15 a anamnese para coletar informações sobre dados pessoais, antropométricos, clínicos e uso de medicamentos. O exame físico foi executado por duas fisioterapeutas não envolvidas com o tratamento e com experiência na área uroginecológica. A AFA foi realizado pela palpação bidigital de acordo com a sequência do esquema PERFECT de avaliação quantitativa da contratilidade voluntária dos músculos assoalho pélvico, descrita por Laycock e Jerwood (2001) [20]. Para a avaliação do Power (P), utilizando escala de Oxford Modificada que avalia a contração voluntária máxima e classifica a resposta muscular da palpação digital do examinador como: grau 0 = ausência de contração muscular; grau 1 = esboço de contração trêmula; grau 2 = contração fraca (presença de contração porém sem elevação das paredes); grau 3 = moderada (comprime dedos do examinador em sentido cranial); grau 4 = satisfatória (elevação da parede posterior vaginal com compressão dos dedos do examinador em direção à sínfise púbica) e grau 5 = forte (firme compressão dos dedos do examinador em direção à sínfise púbica) [20,21]. Endurance (E), diz respeito à resistência muscular e a sustentação da contração antes da fadiga em um máximo de 10 segundos, e Fast (F) que, dentro de um máximo de 10 repetições, avaliará o número de contrações rápidas obtidas pelas participantes [20,22], e a letra R de Repetitions, que refere-se à capacidade de repetir a contração máxima sustentada em no máximo 10 repetições com intervalo de quatro segundos entre elas, não será realizada. Por fim, as letras ECT completam a sigla. O tempo de sustentação da contração dos músculos foram mensurados por meio de cronômetro. Foram aplicados quatro questionários para estabelecer quais os sintomas de urgência, tal como quantificar e analisar frequência, severidade e o impacto da IU. Esses 16 questionários foram aplicados na primeira, na décima e na vigésima (última) sessão. Foram aplicados: 1- International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF) quantifica frequência, avalia severidade e impacto na qualidade de vida. A pontuação varia de 0 a 21, com valores maiores indicando a maior gravidade [20,24] (ANEXO 2). 2-Overactive Bladder Awareness Tool (OAB–V8) de 8 itens tem como objetivo principal identificar a gravidade e quantificar o incomodo com os sintomas da bexiga hiperativa. A escala varia de 0 (nada) a 5 (muito), com pontuação máxima de 40. As pacientes com pontuação maior ou igual a 8 são consideradas positivo no questionário [24,25] (ANEXO 3). 3- O International Consultation on Incontinence Questionnaire Overactive Bladder (ICIQ- OAB) é um questionário voltado para avaliação da frequência e impacto dos sintomas da bexiga hiperativa na qualidade de vida, tais como incontinência urinária, urgência, noctúria e frequência diurna. A pontuação varia de 0 a 16, e quanto maior a pontuação maior o comprometimento [26] (ANEXO 4). 4- Incontinence Severity Index (ISI) classifica a severidade da IU, apresenta uma pontuação multiplicativa baseada em dois itens que avaliam frequência e o volume e o valor da pontuação varia de 0 a 12 [27] (ANEXO 5). 2.2.2 Protocolo terapêutico O protocolo de eletroestimulação foi aplicado nos dois grupo com o Neurodyn Portable Ibramed® com corrente pulsada bifásica simétrica com frequência de 10Hz e largura de pulso de 200 ms no grupo G-TENS-BF e 150Hz e 100ms no grupo G-TENS- 17 AF. Um eletrodo de superfície foi colocado posteriormente ao maléolo medial do membro inferior direito e outro colocado dez centímetros acima do primeiro [7]. 3 ANÁLISE ESTATÍSTICA Para todas as análises utilizou-se o software SPSS versão 24.0 para Windows, sendo as variáveis descritas pela média e intervalo de confiança de 95%. A distribuição de normalidade foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para analisar o efeito da corrente e do grupo foi constituída ANOVA para medidas repetidas, seguido do teste Bonferroni Post-Hoc. Foi adotado nível de significância de 5%. 4 RESULTADOS Foram avaliadas 42 mulheres com os critérios necessários, 21 por grupo. Os grupos foram homogêneos em relação as características sociodemográficas. 18 Tabela 2. Avaliação em três momentos por grupo. Grupo TENS - Baixa Frequência Grupo TENS - Alta Frequência média mediana dp min máx média mediana dp min máx p ICIQ-SF 13,1 13,0 4,1 6,0 21,0 13,4 14,0 4,3 4,0 19,0 0,409 OAB-V8 25,2 28,0 9,0 9,0 38,0 25,1 27,0 7,7 12,0 36,0 0,101 ICIQ-OAB 8,0 8,0 3,1 3,0 14,0 7,6 8,0 3,3 2,0 15,0 0,374 ISI 5,7 6,0 2,4 2,0 8,0 5,3 4,0 2,1 2,0 8,0 0,821 ICIQ-SF 9,0a 11,0 5,8 0,0 18,0 9,6a 10,0 4,5 0,0 20,0 0,622 OAB-V8 20,0a 18,0 10,1 4,0 36,0 15,1a 12,0 10,5 0,0 36,0 0,143 ICIQ-OAB 5,1a 5,0 3,1 0,0 10,0 5,4a 5,0 2,5 2,0 10,0 0,506 ISI 3,2a 2,0 2,5 0,0 8,0 4,0a 3,0 2,4 1,0 8,0 0,705 ICIQ-SF 7,9a 7,0 4,7 0,0 18,0 9,9a 11,0 5,2 0,0 18,0 0,299 OAB-V8 14,4a 11,0 11,4 0,0 37,0 17,7a 18,0 10,3 0,0 33,0 0,516 ICIQ-OAB 4,1 ao 4,0 2,8 0,0 9,0 5,3a 4,0 2,7 2,0 9,0 0,203 ISI 3,3 3,0 2,2 0,0 8,0 4,4 4,0 2,2 0,0 80,0 0,335 Tabela 2. p: comparação entre os grupos, ICIQ-SF: International Consultation on Incontinence Questionnaire - short form, OAB-V8: Overactive Bladder Questionnaire, ICIQ-OAB: International Consultation on Incontinence Questionnaire Overactive Bladder, ISI: Incontinence Severity Index. Os símbolos ª e º referem-se à diferença estatística entre os momentos dos questionários. ª: diferença entre o primeiro momento; º: diferença entre o segundo momento. Este estudo mostrou que ambas as correntes são capazes de reduzir a gravidade da IU e aumentar a QV. Os dois grupos apresentaram diferença significativa na análise de todos os questionários entre o primeiro e segundo momento, e entre o primeiro e terceiro os questionários ICIQ-SF (qualidade de vida) e OAB-V8 (qualidade de vida) e o ICIQ-OAB (qualidade de vida e severidade) apresentaram diferença, sendo o ISI (severidade) o único a não demonstrar essa diferença em nenhum dos grupos. O OAB- V8 foi o único questionário a demonstrar diferença significativa entre no segundo e terceiro momentos e apenas no G-TENS-BF. Quando comparado entre os grupos não houve diferença significativa (ICIQ-SF¹, ICIQ-SF² e ICIQ-SF³ - p: 0,409, p: 0,622, p: 0,299; OAB-V8¹, OAB -V8² e OAB-V8³ - p: 19 0101, p; 0,143 e p: 0299; ICIQ- OAB¹, ICIQ- OAB² e ICIQ- OAB³ - p: 0,374, p: 0,506 e p: 0203; ISI¹, ISI² e ISI³ - p: 0821, p: 0,705 e p: 0,335, respectivamente). As duas correntes se mostraram eficazes e se comportaram da forma semelhante para diminuir a severidade da IUU quanto para melhorar a qualidade de vida. Estes resultados foram repetidos para os quatros questionários usados nos três momentos diferentes. 5 DISCUSSÃO O estudo tinha como hipótese que a corrente TENS de alta frequência e menor duração de tempo poderia ser utilizada como um recurso terapêutico para o tratamento da IUU e que seu efeito fosse similar ou superior aos resultados da baixa frequência. A corrente de alta frequência mostrou-se eficaz para esse tratamento, porém não foi encontrada uma diferença significativa comparada à corrente de baixa frequência, portanto não garante um resultado melhor do que corrente de baixa frequência O G-TENS-BF obteve resultados semelhantes encontrados na literatura. No estudo de Souto et al. (2013),onde foi comparado a terapia TENS e oxibutinina, o questionário ICIQ-OAB do grupo TENS apresentou redução de 4,4 pontos, resultados semelhantes comparados aos deste estudo[28]. Na revisão sistemática do Booth et al. (2017), encontra-se uma redução média clínica de 3,88 pontos no ICIQ-SF [29]. No resultado do nosso estudo o ICIQ-SF também vai ao encontro em ambos os grupos, G- TENS-BF e G-TENS-AF, com 5,2 e 3,5, respectivamente. A diminuição nos resultados dos questionários OAB-V8, ICIQ-OAB e ICIQ-SF também foi encontrado [24,28]. Para mais, também foi observado que quem foi submetido a TENS manteve o escore final por pelo menos mais 6 meses [28]. Quanto ao ISI, neste estudo ambos grupos apresentaram 20 melhora da severidade até a décima sessão. Um ensaio clinico randomizado pela Mallmann et al. (2020), mostrou que após o TENS, nenhuma das pacientes apresentou severidade grave da ISI [30]. No estudo feito por Canbaz et al. (2017), foi realizada estimulação percutânea do nervo tibial, unilateralmente para pacientes esclerose múltipla por 12 semanas e avaliado o efeito a longo prazo, em 12 meses. Houve melhora da pontuação do ICIQ-SF e OAB-V8 e podemos observar a estabilização da melhora depois de 12 semanas [24]. Já no presente estudo, visualizamos redução maior da pontuação nas dez primeiras sessões, ou seja, na quarta semana, seguida de uma desaceleração do efeito. O TENS é um recurso terapêutico utilizado para diferentes aplicações, e a comparação entre dois diferentes parâmetros de TENS ja foi realizada diversas vezes na literatura para outros tratamentos. Na revisão de Gibson et al. (2019), onde se observa aplicabilidade do TENS na dor crônica, são comparados parâmetros de baixa frequência (BF) (<10Hz) e alta frequência (AF) (>50Hz) onde não são apresentadas diferenças significativas [13]. A revisão sistemática de Garcia et al. (2019), também não apresentou diferença estatística para comparação entre TENS de AF (>80Hz) e BF (<15Hz), quanto aos efeitos analgésicos para pacientes com fibromialgia [14]. A meta-análise de Johnson et al. (2022) que comparou efeito do TENS BF e AF (acima de 100Hz) na dor aguda e crônica de adultos não obteve diferença significativa entre as corrente [15]. Na revisão sistemática de Ahmed et al. (2019), onde é avaliado o efeito das técnicas de estimulação elétrica na dor e sensibilidade no ponto de gatilho miofascial o resultado é um pouco diferente, apresentando que a AF é mais efetiva, porém com poucos artigos sobre a baixa frequência se torna difícil essa afirmação [16]. 21 Baseado na teoria de que a corrente de AF e menor duração de pulso podem permitir maior tolerância à intensidade, era possível esperar maior quantidade de despolarização do nervo tibial, porém esse estudo não conseguiu demonstrar essa relação uma vez que não houve resultado superior para esta corrente em relação a baixa frequência. Neste estudo observamos a diferença da avaliação da musculatura Fast pela palpação digital no terceiro momento. A influência da neuromodulação sobre a musculatura do assolho pélvico não é muito conhecida na literatura. A eletroestimulação é considerada como tratamento de terceira linha pelo Guideline Associação Urológica Americana de 2012, apesar disto a neuromodulação pode ser eficaz para aliviar os sintomas clínicos de hiperatividade da bexiga, trazer melhora na qualidade de vida, de forma simples e segura [6]. Os resultados deste estudo fundamentam a indicação tanto da corrente TENS de baixa quanto de alta frequência para tratamento de IUU. A limitação do nosso estudo temos que não podemos ter a quantidade exatidão do volume da urina perdida, as frequências da micção diurna e noturna pelos questionários utilizados quanto um pad test (teste do absorvente) ou diário miccional de três dias ou estudo urodinâmico, e a intensidade que apesar de estar sempre abaixo do limiar motor e a maior intensidade suportada e confortável para as pacientes não foi registrada. Mais pesquisas são necessárias para estudar quais outros parâmetros e correntes têm o efeito positivo no tratamento de IUU e seu efeito ao longo prazo. 22 6 CONCLUSÃO As duas correntes avaliadas neste estudo foram capazes de reduzir os sintomas da incontinência urinária por urgência e melhorar a qualidade de vida. Não houve diferença significativa entre as correntes. 7 REFERÊNCIAS 1. D’Ancona, C., Haylen, B., Oelke, M., Abranches-Monteiro, L., Arnold, E., Goldman, H., Hamid, R., Homma, Y., Marcelissen, T., Rademakers, K., Schizas, A., Singla, A., Soto, I., Tse, V., de Wachter, S., & Herschorn, S. (2019). The International Continence Society (ICS) report on the terminology for adult male lower urinary tract and pelvic floor symptoms and dysfunction. Neurourology and Urodynamics, 38(2), 433–477. https://doi.org/10.1002/nau.23897 2. Agost-González, A., Escobio-Prieto, I., Pareja-Leal, A. M., Casuso-Holgado, M. J., Blanco-Diaz, M., & Albornoz-Cabello, M. (2021). 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