UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA ANA LAURA TAMURA AKAMA ARBORIZAÇÃO URBANA EM PRAÇAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE POMPEIA-SP: ESTUDO DE CASO Ilha Solteira 2022 Campus de Ilha Solteira ANA LAURA TAMURA AKAMA ARBORIZAÇÃO URBANA EM PRAÇAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE POMPEIA-SP: ESTUDO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Engenharia do Campus de Ilha Solteira – UNESP, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Engenheira Agrônoma. Regina Maria Monteiro de Castilho Orientadora Ilha Solteira 2022 Akama ARBORIZAÇÃO URBANA EM PRAÇAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE POMPEIA-SP: ESTUDO DE CASOIlha Solteira2022 46 Sim Trabalho de conclusão de cursoEngenharia AgronômicaEngenharia Agronômica Não . FICHA CATALOGRÁFICA Desenvolvido pelo Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação Akama, Ana Laura Tamura. Arborização urbana em praças públicas no município de Pompeia-SP: estudo de caso / Ana Laura Tamura Akama. -- Ilha Solteira: [s.n.], 2022 46 f. : il. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Agronômica) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, 2022 Orientador: Regina Maria Monteiro de Castilho Inclui bibliografia 1. Conforto térmico. 2. Arborização urbana. 3. Poluição sonora. 4. Praças. A313a ATA DA DEFESA – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TÍTULO: ARBORIZAÇÃO URBANA EM PRAÇAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE POMPEIA-SP: ESTUDO DE CASO ALUNA: ANA LAURA TAMURA AKAMA RA: 172055342 ORIENTADOR: PROFª DRª REGINA MARIA MONTEIRO DE CASTILHO Aprovado (X) - Reprovado ( ) pela Comissão Examinadora. Nota: 10 (dez_.) Comissão Examinadora: PROFª DRª REGINA MARIA MONTEIRO DE CASTILHO – Orientadora - ENG. AGR. DOUTOR PATRICK LUAN FERREIRA DOS SANTOS – SafeGarden - ENG. AGR. MATHEUS VINÍCIOS LEAL DO NASCIMENTO - Doutorando do Curso de Pós-Graduação em Agronomia/ Sistemas de Produção – UNESP/FEIS ANA LAURA TAMURA AKAMA Aluna Ilha Solteira (SP) 16 de dezembro de 2022. Dedico aos meus avós, Mário (in memoriam) e Dira. RESUMO As praças são locais de notória importância para um município e seus habitantes, tratando-se de ambientes de lazer, convívio social e que remetem a história daquela região. Nesse sentido, o bem-estar dos indivíduos que ocupam e usufruem desses espaços depende do adequado planejamento e, em especial, da arborização. O presente trabalho teve por objetivo realizar um estudo de caso, avaliando a arborização urbana da Praça da Matriz e da Praça Jesus Maria na cidade de Pompeia – SP. Ressalta-se que as praças estão localizadas ao lado da Rodovia SP-294, Comandante João Ribeiro de Barros. A coleta de dados foi realizada em horários e áreas pré-estabelecidas, avaliando: intensidade luminosa, temperatura do solo e do ambiente e decibéis por um período contínuo de 15 dias, utilizando o luxímetro, termômetro de superfície, termo-higrômetro e decibelímetro. Diante disso, constatou- se que a temperatura ambiente em áreas arborizadas se contrapõe a locais expostos ao sol; nota-se o mesmo padrão na temperatura do solo, que também é influenciada pelo tipo de superfície do local; a intensidade luminosa em áreas vegetadas é significantemente menor do que áreas abertas; e que os decibéis aumentam à medida que os locais de medição estejam mais próximos à fonte de ruído. Com base nos resultados da pesquisa, confirmou-se a significativa interferência da rodovia no ambiente e importância da vegetação para o conforto e bem-estar dos indivíduos. Palavras-chaves: Conforto térmico; Arborização urbana; Poluição sonora; Praças. ABSTRACT The squares are places of notorious importance for a municipality and its inhabitants, in the case of leisure environments, social interaction and that refer to the history of that region. In this sense, the well-being of individuals who occupy and enjoy these spaces depends on adequate planning and, in particular, afforestation. This work aimed to carry out a case study, evaluating the urban afforestation of Praça da Matriz and Praça Jesus Maria in the city of Pompeia - SP. It should be noted that the squares are located next to the SP-294 Highway, Comandante João Ribeiro de Barros. Data collection was carried out at pre-established times and areas, evaluating: light intensity, soil and ambient temperature and decibels for a continuous period of 15 days, using the luxmeter, surface thermometer, thermo-hygrometer and decibel meter. In view of this, it was found that the ambient temperature in wooded areas is opposed to places exposed to the sun; the same pattern can be seen in soil temperature, which is also influenced by the type of surface at the site; light intensity in vegetated areas is significantly lower than in open areas; and that the decibels increase as the measurement sites are closer to the noise source. Based on the research results, the significant interference of the highway in the environment and the importance of vegetation for the comfort and well-being of individuals was confirmed. Keywords: Thermal comfort; Urban afforestation; Noise pollution; Squares. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Entrada de radiação solar. Diferença entre a temperatura do gramado e de materiais inertes. ...................................................................................... 14 Figura 2 - Barreira sonora verde e a propagação sonora (FALCÓN, 2008). ... 17 Figura 3 - Mapa da Rodovia SP- 294. Ponto vermelho representa a cidade de Pompeia-SP. .................................................................................................... 19 Figura 4 - Imagem da Rodovia SP- 294 e das Praças da Matriz e Jesus Maria. Pompeia -SP. ................................................................................................... 20 Figura 5 - Pontos de coleta dos dados e Rodovia SP - 294 Comandante João Ribeiro de Barros, na cidade de Pompeia - SP. Pompeia, 2021. ..................... 21 Figura 6 - Área verde (verde), e área construída (branca) das Praças da Matriz e Jesus Maria; e Rodovia SP - 294 Comandante João Ribeiro de Barros (linha vermelha), na cidade de Pompeia - SP. 2021. ................................................ 22 Figura 7 – Aparelhos utilizados para coleta de dados na Praça Da Matriz e Praça Jesus Maria em Pompeia – SP. A- Luxímetro Hikari; B- Decibelímetro B-MAX; C- Termômetro de superfície SCANTEMP; D- Termo-higrômetro SIMPLA. ......... 23 Figura 8 - Ponto 2- Munguba (Pachira aquatica) localizada na Praça da Matriz. Pompeia - SP, 2022. ........................................................................................ 29 Figura 9 - Ponto 3- Ipê-branco (Tabebuia roseo alba) localizada na Praça da Matriz. Pompeia - SP, 2022. ............................................................................. 29 Figura 10 - Ponto 5- Ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus) localizada na Praça Jesus Maria. Pompeia - SP, 2022. ................................................................... 30 Figura 11 - Copa da árvore do Ponto 2 (Pachira aquatica), localizado na Praça da Matriz. Pompeia, 2022................................................................................. 33 Figura 12 - Copa da árvore do Ponto 3 (Tabebuia roseo alba), localizado na Praça da Matriz. Pompeia, 2022. ..................................................................... 33 Figura 13 - Copa da árvore do Ponto 5 (Handroanthus impetiginosus), localizado na Praça Jesus Maria. Pompeia, 2022. ............................................................ 34 Figura 14 - Projeção e geometrização da copa. .............................................. 35 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Temperatura do solo às 8 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. ....................................... 25 Gráfico 2 - Temperatura do solo às 13 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. ....................................... 26 Gráfico 3 - Temperatura do solo às 18 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. ....................................... 27 Gráfico 4 - Temperatura ambiente às 8 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. ....................................... 28 Gráfico 5 - Temperatura ambiente às 13 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. ....................................... 31 Gráfico 6 - Temperatura ambiente às 18 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. ....................................... 31 Gráfico 7 - Luminosidade às 8 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. ....................................................... 36 Gráfico 8 - Luminosidade às 13 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. .................................................... 36 Gráfico 9 - Luminosidade às 18 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. .................................................... 37 Gráfico 10- Decibéis às 08 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. ............................................................. 38 Gráfico 11 - Decibéis às 13 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. .......................................................... 39 Gráfico 12 - Decibéis às 18 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. .......................................................... 40 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Nível de critério de avaliação (NCA) para ambientes externos, em decibéis (dB). ................................................................................................... 16 Quadro 2 - Pontos coletados das Praças da Matriz e Jesus Maria e superfícies e sombreamento correspondentes. .................................................................. 21 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Percentual de áreas verdes nas praças da Matriz e Praça Jesus Maria. Pompeia-SP. .................................................................................................... 24 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 13 2.1 Praças .................................................................................................... 13 2.2. Benefícios da arborização urbana ......................................................... 13 2.3. Decibéis ................................................................................................ 15 3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 19 3.1 Caracterização da área estudada .......................................................... 19 3.2 Avaliações .............................................................................................. 22 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 24 4.1 Percentual de Áreas Verdes e as áreas das Praças. ............................. 24 4.2 Temperatura do solo .............................................................................. 24 4.3 Temperatura ambiente ........................................................................... 27 4.4 Luminosidade ......................................................................................... 32 4.5 Decibéis ................................................................................................. 37 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 41 6. CONCLUSÃO ............................................................................................... 42 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 43 11 1. INTRODUÇÃO Áreas urbanas são frequentemente afetadas pela alta incidência solar, que promove o aumento da temperatura e causa o desconforto térmico, característica marcante em regiões onde predominam os climas tropical e subtropical (LIU et al. 2021). As áreas verdes urbanas são alternativas sustentáveis para a melhoria destas condições, em especial as praças. De forma geral, as praças são áreas verdes públicas que por meio da arborização proporcionam a diminuição da temperatura, resfriamento do solo e sombreamento, por meio das copas das árvores. Além da regulação térmica, as árvores proporcionam a redução da poluição sonora e visual estético agradável que favorecem o bem-estar e a melhoria da saúde humana, sendo também fatores importantes para a flora e a fauna do ambiente (CARDOSO, 2020). Perante o exposto, deve-se levar em consideração a vegetação arbórea do local ou que se quer implantar, pois há diferenças nas variáveis climáticas que irão depender da espécie, com a implantação correta destas através de pesquisas pode- se definir quais são as melhores para o aumento do conforto térmico em relação às ilhas de calor (HEERDT; OLIVEIRA, 2017). Em locais onde há projetos de arborização urbana, praças, jardins verticais, calçadas verdes, telhados verdes e jardins filtrantes, vislumbra-se, dentre outras interversões positivas, a atração de espécies da avifauna, o que gera uma maior biodiversidade local, diminuindo o impacto da urbanização. Assim, o paisagismo urbano é de fundamental importância para promover uma melhoria da qualidade de vida e do conforto ambiental, visto que em ambientes onde há ação antrópica e nenhum planejamento, ocorre a degradação do ambiente (GENGO; HANKES, 2012). As praças públicas presentes nas cidades brasileiras, apresentam determinado grau de arborização (algumas são mais arborizadas e planejadas; enquanto outras são menos), tal fator, está ligado a saúde populacional em diversos aspectos. De acordo com FANG et al. 2021, um estudo realizado na China em uma região subtropical, comprovou que estes locais e os espaços verdes estão diretamente relacionados com o bem-estar público, além de outros aspectos como a temperatura, a umidade, o vento e a luminosidade os quais também afetam os indivíduos. Na cidade de Pompeia – SP, duas praças públicas destacam-se por sua importância histórica e sociocultural, a Praça da Matriz e a Praça Jesus Maria. Tais praças recebem um significativo fluxo de pessoas seja em virtude das tradicionais 12 missas religiosas realizadas semanalmente ou por eventos sociais promovidos pela prefeitura municipal (POMPEIA, 2014). Devido ambas as praças estarem situadas próximas a Rodovia SP – 294 Comandante João Ribeiro de Barros, estão expostas a poluição sonora vinda dos veículos que transitam pela rodovia e as altas temperaturas da superfície por causa da manta asfáltica, que reflete calor. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar parâmetros nas Praças da Matriz e Jesus Maria através de um estudo de caso. 13 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Praças As primeiras praças já são relatadas na Grécia Antiga, e eram denominadas de ágora que consistia em um local central onde os cidadãos gregos se reuniam (ABIKO et al., 1995). No Brasil, as primeiras praças surgiram no período colonial e estavam diretamente relacionadas às igrejas católicas, pois foram construídas em volta das delas. Nessa época, locais próximos às praças atraíam residências mais luxuosas, os prédios públicos e o comércio principal. Ademais, outra característica desses locais era a convivência da população (NOVAES, 2011). Praça é definida como espeço público aberto, construído ou adaptado a um vazio urbano (PINTO, 2003). De acordo com Souza (2018) são locais relevantes para socialização e lazer dos moradores, sendo um instrumento onde o poder público pode usar para questões ambientais e como ponto de referência. Ainda segundo o autor, tem importância ecológica, social e estética, e dessa maneira, são fundamentais para manter a qualidade de vida da população. Cardoso (2020) relatou que devido ao crescimento das cidades brasileiras e a falta de um planejamento urbano, despertou-se um projeto no sentido de aumentar a vegetação e a população percebeu que a presença desta é essencial no espaço urbano. Assim, a arborização começou a atuar como regenerador do espaço e atualmente faz parte de todas as cidades brasileiras, ganhando novos conceitos a cada ano sejam eles botânicos, arquitetônicos ou estéticos. A arborização das praças brasileiras, consolidou-se a partir do século XIX. É importante ressaltar que as praças constituem um importante espaço público com função de convívio social, e deve buscar pela amenização da área pública, contendo cobertura vegetal, canteiros com vegetação e bancos (BIONDI; LIMA NETO, 2019). 2.2. Benefícios da arborização urbana Com o aumento da urbanização, vislumbra-se mudanças na composição natural da paisagem e alteração das características e funções do ecossistema local e regional, por esse motivo, nota-se a importância da vegetação que auxilia na diminuição das temperaturas e da velocidade do vento (BARBOSA, 2016). Gengo e Hankes (2012), reforçam a afirmativa citada acima e usam de exemplo a cidade de São Paulo, onde é possível notar uma diferença de até 10º C no ambiente quando se 14 tem regiões mais centrais e menos arborizadas, onde as temperaturas ficam mais elevadas, contrapondo-se com região mais periféricas a estas e mais arborizadas (temperaturas menores). Dessa maneira, a vegetação atenua as ilhas de calor, fazendo com que o clima fique agradável. De acordo com Ayres (2004), a vegetação tem diversos benefícios, entre eles diminuir a temperatura local do pavimento (Figura 1). Figura 1 - Entrada de radiação solar. Diferença entre a temperatura do gramado e de materiais inertes. Fonte: Adaptada de Rivero (1986) Os benefícios trazidos pela vegetação de acordo com Silva et al. (2011), é de um ambiente com gerador de umidade e uma ventilação natural. Ademais, outro fator importante destacado pelos autores, são as possibilidades e as propriedades específicas de cada espécie vegetal, como por exemplo, as suas características de sombreamento e a evapotranspiração das plantas, essa importância se dá pois auxilia no microclima, gerando maior conforto térmico e melhorando o meio ambiente da cidade. Além disso, de acordo com Jantsch e Piovesan (2020) a evapotranspiração da superfície da folha faz com que haja um resfriamento da folha e do ar adjacente, por causa da troca latente de calor, e destacam a importância da vegetação como reguladora do campo térmico urbano. Segundo Ribeiro (2018), que realizaram uma 15 pesquisa em Cuiabá/MT, o sombreamento proporcionado pela vegetação, propicia um resfriamento da superfície em relação a áreas sem vegetação, o que indica a importância das árvores em áreas habitadas. Ayres (2004) demonstra o efeito de duas espécies de árvores (Caesalpinia peltophoroides e Delonix regia) em relação ao sombreamento destas e concluiu que a copa das árvores define o quanto de radiação solar o local irá receber e também como a densidade destas interfere na passagem de ar. Neste caso, as duas espécies possuem densidades das copas que são consideradas médias, mas é importante ressaltar que ambas favorecem o microclima, dessa forma, o paisagismo e o sombreamento auxiliam na melhoria do ambiente. Ademais, as árvores, isoladas ou em grupo, auxiliam na radiação solar incidente, aumentando o conforto lumínico do local (MARTINELLI; SANTOS, 2015). Outro aspecto que deve ser levado em consideração, além do sombreamento causado pelas árvores, é a importância da iluminação pública. Santos (2015), relata a história da iluminação pública e a associação desta com a arborização. Conforme cita este autor, a arborização está associada à iluminação pública e o planejamento urbano de ambos faz com que o local seja mais seguro e com melhor aspecto estético. 2.3. Decibéis Os decibéis são importantes para os indivíduos pelo fato de permitir representar números relativamente grandes com siglas pequenas e por estar alinhado com a resposta auditiva de um ser humano. Por definição, tem-se que um nível de decibéis é dado por 10 vezes o logaritimo de uma potência de interesse dividida por uma potência de referência (FALCÃO, 2019). A poluição sonora é um grave problema das cidades, pois provoca doenças aos seres humanos quando supera o nível ideal de som por exemplo, dores de cabeça, pressão alta, tontura, fadiga e outros (FALCÓN, 2008). Por tratar-se de questão que engloba a saúde pública, os sistemas de licenciamento ambiental, as diferentes legislações em níveis nacionais, estaduais e municipais; e também as diferentes atividades das cidades (RAMOS, 2007). No Brasil a normativa NBR 10151 (2000) – “Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade”, tem o objetivo de demonstrar os ruídos em áreas habitadas, mesmo que não haja reclamações. Esta norma estipula os 16 decibéis máximos que podem ser alcançados de acordo com a área em que se encontram. O Quadro1 mostra o ruído máximo permitido em algumas áreas: Quadro 1 - Nível de critério de avaliação (NCA) para ambientes externos, em decibéis (dB). Tipos de área Diurno Noturno Áreas de sítios e fazendas 40 35 Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas 50 45 Área mista, predominantemente residencial 55 50 Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55 Área mista, com vocação recreacional 65 55 Área predominantemente industrial 70 60 Fonte: ABNT (2000). Em 2020, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) deu a esta norma uma nova edição denominada de NBR 10151:2019 Versão Corrigida:2020, consoante a qual se realiza o procedimento para medição e avaliação de níveis de pressão sonora em ambientes externos às edificações, em áreas destinadas à ocupação humana, levando em consideração a finalidade de uso e ocupação do solo; através da NBR realiza-se também o procedimento para medição e avaliação de níveis de pressão sonora em ambientes internos às edificações provenientes de transmissão sonora aérea ou de vibração da edificação, ou ambos; avalia-se o som total, específico e residual; o som tonal, impulsivo, intermitente e contínuo; limites de níveis de pressão sonora para ambientes externos às edificações, em áreas destinadas à ocupação humana, em função da finalidade de uso e ocupação do solo e requisitos para avaliação em ambientes internos (ABNT, 2020). Lacerda et al. (2021), relatam que o paisagismo e a arborização auxiliam na diminuição da poluição sonora. Neste caso, os autores associaram a arborização em um programa denominado Escola Verde, fazendo com que toda a comunidade escolar trabalhasse com a melhora do meio ambiente em que vivem. Dentro deste contexto, considerou-se a sonoridade causada por poluentes sonoros externos, tais como veículos, através de decibéis e usou-se a norma técnica da ABNT. Os autores obtiveram êxito, sendo que as práticas de arborização são importantes para o 17 combate dos ruídos além de mobilizar a comunidade escolar em relação a temática socioambiental. Vladimir e Madalina (2019), trabalhando com decibéis em Cluj-Napoca/ Romênia observaram que áreas mais próximas a ferrovias (máxima poluição sonora) são extremamente expostas ao ruído sonoro ultrapassando 80 decibéis (dB), em contraposição a áreas afastadas com uma exposição média de 40 dB. Oliveira (2018) demostrou que na cidade de Curitiba/PR a vegetação é um fator de suma importância para a diminuição da poluição sonora. Neste caso, foram avaliadas áreas de parques que possuíam elevado tráfego de veículos. O autor, concluiu que a vegetação principalmente entre 40 e 60 metros de distância da fonte do ruído, proporcionou um isolamento acústico expressivo, o que demonstra a relevância de áreas verdes em locais próximos às vias de fluxo intenso de automóveis. De acordo com Falcón (2008), as árvores funcionam como uma barreira sonora para o ambiente urbano. Além disso, dentro de uma área urbana, o que causa maiores problemas sonoros é o tráfego de veículos. Por isso, as árvores formam uma barreira vegetal e o som pode ser atenuado de 1,5 até 30 decibéis em cada 100 metros (Figura 2). Figura 2 - Barreira sonora verde e a propagação sonora (FALCÓN, 2008). Fonte: Falcón (2008). Callai (2011) relatou que os decibéis são influenciados pelo tipo de revestimento que o asfalto possui, de tal maneira que o uso de alternativas pode 18 diminuir o ruído externo e interno. Complementar a essa alternativa, pode-se construir barreiras sonoras, implantar alterações no greide, ou usar barreiras sonoras verdes. 19 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Caracterização da área estudada O estudo foi realizado de 28 de outubro a 11 de novembro de 2021, em um período contínuo de 15 dias, na cidade de Pompeia, estado de São Paulo, que se encontra localizada em 22° 6' 23'' Sul e 50° 10' 29'' Oeste e está na região do Centro- Oeste Paulista. Durante esse período de coleta dos dados, a temperatura ambiente máxima foi de 41ºC, a mínima de 22, 7ºC e a média 30,3ºC. O município possui uma área de 784, 67 m2 com uma população estimada de 22.172 habitante. Na área urbana está localizada a Rodovia SP - 294 Comandante João Ribeiro de Barros (Figura 3). Figura 3 - Mapa da Rodovia SP- 294. Ponto vermelho representa a cidade de Pompeia-SP. Fonte: Eixo SP. A coleta de dados, foi realizada às 08, às 13 e 18 horas, em duas Praças (Praça da Matriz e Praça Jesus Maria) próximas à rodovia SP-294 Comandante João Ribeiro de Barros na cidade de Pompeia- SP (Figura 4). POMPEIA 20 Figura 4 - Imagem da Rodovia SP- 294 e das Praças da Matriz e Jesus Maria. Pompeia -SP. Fonte: Google Earth (2022). Na praça da Matriz foram coletados os dados nos Pontos 1, 2, 3 e 4 e na Praça Jesus Maria foram coletados os Pontos 5 e 6. Os pontos estão localizados de acordo com a Figura 5, o tipo de revestimento e a superfície constam no Quadro 2. Praça da Matriz Praça Jesus Maria Rodovia SP- 294 21 Figura 5 - Pontos de coleta dos dados e Rodovia SP - 294 Comandante João Ribeiro de Barros, na cidade de Pompeia - SP. Pompeia, 2021. Fonte: Google Earth (2022). Quadro 2 - Pontos coletados das Praças da Matriz e Jesus Maria e superfícies e sombreamento correspondentes. PONTOS COORDENADAS SUPERFÍCIES E SOMBREAMENTO PONTO 1 22º 6’ 31.877” S e 50º 10’ 18.349” O Pavimento e área exposta PONTO 2 22º 6’ 31.967” S e 50º 10’ 19.151” O Grama e área sombreada PONTO 3 22º 6’ 30.402" S e 50º 10’ 20.696” O Pavimento e área sombreada PONTO 4 22º 6’ 30.214" S e 50º 10’ 20.741” O Pavimento e área exposta PONTO 5 22º 6’ 28.586” S e 50º 10’ 18.919” O Grama e área sombreada PONTO 6 22º 6’ 27.648” S e 50º 10’ 19.749” O Pavimento e área exposta Fonte: Própria autora (2022). 22 3.2 Avaliações O cálculo do Percentual de áreas verdes (PAV) de acordo com Bargos (2010), calculada através da seguinte fórmula: PAV = ∑ Averdes At Sendo o quociente de divisão a somatória do território composto por áreas verdes em m2, por sua área total (m2). Na Figura 6, é possível visualizar as áreas verdes presentes nas praças: Figura 6 - Área verde (verde), e área construída (branca) das Praças da Matriz e Jesus Maria; e Rodovia SP - 294 Comandante João Ribeiro de Barros (linha vermelha), na cidade de Pompeia - SP. 2021. Fonte: Google Earth (2022). Para avaliar a luminosidade, utilizou-se de luxímetro Hikari com o aparelho a altura (1 metro) do solo. Tal aparelho, auxilia na obtenção do valor de intensidade luminosa, em LUX, que determinado local apresenta. Quanto ao nível de decibéis, foi utilizado decibelímetro B-MAX sendo que em cada ponto, 5 dados foram coletados e, posteriormente, foi realizada uma média para a obtenção dos dados. 23 O termômetro de superfície SCANTEMP foi usado para medir a temperatura do solo sendo disposto a altura de 1 metro. O Quadro 1 demonstra onde estavam alocados os pontos de acordo com a superfície. Para as aferições de temperatura do ar, utilizou-se o termo-higrômetro da SIMPLA, também a 1m do solo. De acordo com a Figura 7, observa-se os aparelhos utilizados na coleta de dados: Figura 7 – Aparelhos utilizados para coleta de dados na Praça Da Matriz e Praça Jesus Maria em Pompeia – SP. A- Luxímetro Hikari; B- Decibelímetro B-MAX; C- Termômetro de superfície SCANTEMP; D- Termo-higrômetro SIMPLA. Fonte A: https://www.hikariferramentas.com.br/mini-luximetro-led/1171/104/; B: https://www.magazineluiza.com.br/decibelimetro-digital-medidor-de-sons-e-ruidos-b- max/p/be1bbgb66b/fs/dcro/; C: https://www.fibracirurgica.com.br/termometro-digital-infravermelho-scan-temp-st-400-incoterm-/p; D: https://loja.akso.com.br/produto/termo- higrometro-simpla-th01-381 A B C D 24 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Percentual de Áreas Verdes e as áreas das Praças. O Percentual de Áreas Verdes (PAV) é considerado um indicador de qualidade ambiental e está relacionado com as funções ecológicas de controle climático e manutenção do regime hidrológico. O percentual é importante, pois auxilia na quantificação de áreas vegetadas, sendo possível notar quais locais estão com maior déficit e quais estão adequados (ARAUJO; FERREIRA, 2016). Tabela 1 - Percentual de áreas verdes nas praças da Matriz e Praça Jesus Maria. Pompeia-SP. Área de estudo Ʃ de áreas verdes (m2) Ʃ de área construídas (m2) PAV (%) Praça da Matriz 2862 6860 41,7 Praça Jesus Maria 3545 6190 57,2 Fonte: Própria autora (2022). As áreas das praças diferem em tamanho e na quantidade de área verde (Figura 7). A Praça da Matriz, possui uma área construída de 3998 m2 e 2862 m2 de área verde, sendo o PAV de 41,7%, com área total 6860 m2; a Praça Jesus Maria tem 2645 m2 de área construída e área verde de 3545 m2 possuindo área total de 6190 m2 e PAV de 57,2 % (Tabela 1). 4.2 Temperatura do solo A temperatura do solo sofreu algumas alterações, variando com o horário que está foi analisada. Entretanto, é possível notar que nos Gráficos 1, 2 e 3 os Pontos 2, 3 e 5 apresentaram temperaturas menores quando comparados aos Pontos 1, 4 e 6. Isso se deve ao fato das áreas que apresentam menores temperaturas possuírem arborização sobre elas. De acordo com Guilherme et al. (2020), locais vegetados (principalmente com vegetações densas), podem variar as temperaturas, principalmente por causa do albedo, que é a capacidade de refletir a radiação solar. Conforme Amaro (2018), as áreas que são revestidas por solos descobertos e áreas urbanas apresentam superfícies com temperaturas elevada. Ressaltando a 25 importância da cobertura vegetal para amenizar a temperatura superficial. Neste caso, é importante destacar que os Pontos 2 e 5 estavam cobertos por grama (Zoysia japonica). Porém o gramado do Ponto 2 possuía falhas e não estava bem cuidado, já o gramado do Ponto 5 encontrava-se em melhores condições. Nota-se no Gráfico 1 a temperatura do solo às 8 horas da manhã, e durante os 15 dias, há uma diferença notável entres os Pontos 2, 3 e 5 e os Pontos 1, 4 e 6. Essa diferença se dá por dois fatores: o primeiro é a cobertura do solo, pois todos os pontos com menor temperatura estavam cobertos por gramado, alguns em melhores condições, como é o caso do Ponto 5; além disso, há árvores nestes locais. A partir dessas informações, é possível notar o impacto causado pelo paisagismo ou pela falta deste. Gráfico 1 - Temperatura do solo às 8 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). O Gráfico 2 demonstra as temperaturas do solo coletadas às 13 horas, este horário registrou os maiores valores tanto em áreas sombreadas e com forração como em áreas não sombreadas; nota-se que os Pontos 1, 4 e 6 estão se destacando. Por exemplo, no sétimo, décimo primeiro, décimo segundo, décimo terceiro e décimo quarto dias a temperatura do solo no Ponto 1 está aproximadamente 60º Celsius (C). Alguns dias como o segundo e o último (15) estão com a temperatura menos elevada, pois o clima estava mais ameno e nublado, dessa forma isso impactou nas 0 10 20 30 40 50 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 T e m p e ra tu ra d o s o lo ( ºC ) TEMPERATURA DO SOLO 08:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 26 temperaturas. Ademais, frisa-se que os pontos com árvores e forração sempre estão com as temperaturas mais baixas. Gráfico 2 - Temperatura do solo às 13 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). De acordo com o Gráfico 3, o qual relata a temperatura do solo às 18 horas, a temperatura do solo encontra-se mais “equilibrada” em todos os pontos. Ao comparar com os outros horários, os Pontos onde recebem incidência solar direta (1, 4 e 6) estão com uma temperatura menor (eixo y) em todos os dias. Está conjuntura se dá pela posição que o sol exerce na praça ao longo do dia. Neste momento, quase toda a praça está sem a presença direta da luz solar, o que influencia diretamente nas temperaturas. 0 10 20 30 40 50 60 70 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 T e m p e ra tu ra d o s o lo ( ºC ) TEMPERATURA DO SOLO 13:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 27 Gráfico 3 - Temperatura do solo às 18 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). A partir desses dados, nota-se que locais com gramados apresentam uma menor temperatura quando comparados as superfícies pavimentadas ou com solos descobertos. Ademais, de acordo com Coan (2008), os gramados também liberam oxigênio e controlam a poluição, dessa forma são importantes para o paisagismo e para o planejamento urbano. Com isso, escolher um gramado ideal para o local é de suma importância. A grama mais usada nos jardins brasileiros é a grama esmeralda (Zoysia japonica). Por ser uma grama de estação quente e ter boa tolerância a seca, a espécie se adapta bem às condições brasileiras. Vale ressaltar que a Zoysia permite o pisoteio, mas não tolera tráfego constante no mesmo local (PATRO, 2013). 4.3 Temperatura ambiente Em relação à temperatura ambiente, o Gráfico 4, demonstra que às 8 horas da manhã as áreas sombreadas possuíam uma temperatura menor. Às 13 horas e às 18 horas os resultados não diferem tanto. De acordo com Vasconcellos (2020), as copas das árvores são importantes para diminuir as temperaturas, sendo assim, a área sob uma árvore que possui uma copa maior e mais fechada recebe uma menor incidência solar, por esse motivo, as espécies presentes em uma determinada área fazem diferença. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 T e m p e ra tu ra d o s o lo ( ºC ) TEMPERATURA DO SOLO 18:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 28 Gráfico 4 - Temperatura ambiente às 8 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). A temperatura é um fator de suma importância para a fisiologia da planta, pois se está estiver elevada, as funções celulares da planta podem ser prejudicadas. As consequências geradas pela temperatura que ultrapassa os valores críticos são, por exemplo, o fechamento dos estômatos e a destruição dos cloroplastos (NASCIMENTO, 2009). Através do Gráfico 4, constatou-se uma menor temperatura no Ponto 2 que está representado pela Figura 8, Ponto 3 (Figura 9) e Ponto 5 (Figura 10). Estes foram escolhidos por serem locais sombreados. No caso do Ponto 2 a espécie presente é a Pachira aquatica, conhecida popularmente como Munguba (Figura 8). Esta árvore tem como característica uma copa arredondada, podendo alcançar 18 metros (PATRO, 2015). 0 5 10 15 20 25 30 35 40 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 T e m p ra tu ra A m b ie n te ( ºC ) TEMPERATURA AMBIENTE 08:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 29 Figura 8 - Ponto 2- Munguba (Pachira aquatica) localizada na Praça da Matriz. Pompeia - SP, 2022. Fonte: Própria autora 2022) O Ponto 3 é composto pelo Ipê-branco (Tabebuia roseo alba), já o Ponto 5 possui a espécie Handroanthus impetiginosus, denominado popularmente de Ipê- roxo. Figura 9 - Ponto 3- Ipê-branco (Tabebuia roseo alba) localizada na Praça da Matriz. Pompeia - SP, 2022. Fonte: Própria autora (2021). ANA LAURA TAMURA AKAMA (2022) ANA LAURA TAMURA AKAMA (2022) 30 Figura 10 - Ponto 5- Ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus) localizada na Praça Jesus Maria. Pompeia - SP, 2022. Fonte: Própria autora (2021). Nos Gráficos 5 e 6 as temperaturas encontram-se mais próximas; o Gráfico 5 aponta que o Ponto 2 apresentou uma menor temperatura. Tal fator demonstra a influência da Munguba com sua copa mais densa. Os Pontos 3 e 5 também são sombreados (por Ipê-branco e roxo, respectivamente) e dessa maneira as temperaturas estão menores do que os Pontos totalmente expostos ao sol (1, 4 e 6). Entretanto, as copas dessas espécies possibilitam uma maior entrada de luz solar sob a área, fazendo com que a temperatura seja mais elevada. Em relação ao Gráfico 6, as temperaturas estão bem próximas em todos os Pontos. Devido ao entardecer, a praça fica com o ambiente mais agradável e as temperaturas diminuem. ANA LAURA TAMURA AKAMA (2022) 31 Gráfico 5 - Temperatura ambiente às 13 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). Gráfico 6 - Temperatura ambiente às 18 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). Ao comparar a temperatura do solo e a temperatura ambiente, é possível notar que ambientes mais sombreados e com solos revestidos com gramado, têm resultados marcantes quando comparados a pontos sem arborização e sem revestimento vegetal. No caso dos Pontos 2, 3 e 5 a temperatura ambiente às 08 horas 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 T e m p ra tu ra A m b ie n te ( ºC ) TEMPERATURA AMBIENTE 13:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 0 5 10 15 20 25 30 35 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 T e m p ra tu ra A m b ie n te ( ºC ) TEMPERATURA AMBIENTE 18:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 32 está menor nestes pontos, assim como a temperatura do solo. É notório que nos Gráficos 1 ,2, e 3 a temperatura do solo é menor nos Pontos 2, 3 e 5, sendo que às 08 horas e às 13 horas a temperatura do solo tem uma maior distinção nestes locais. De acordo com Amaro (2018), a temperatura ambiente pode variar de um local vegetado para áreas urbanas em até 7ºC. Desse modo, a vegetação é de suma importância para a influência do microclima local. A temperatura ambiente pode ocasionar stress térmico quando um indivíduo fica exposto ao calor extremo (CARVALHO; MICHALOSKI, 2018). De acordo com Ciocci (2004), temperaturas aparentes (com base na temperatura do ar e umidade relativa) entre 27 e 32ºC podem causar fadiga em casos de exposição prolongada e atividade física; de 32 a 41ºC o indivíduo pode ter cãibras e insolação em exposições prolongadas e atividades físicas; de 41 a 54ºC os sintomas são cãibras, insolação e possibilidade de acidente vascular cerebral (AVC); quando as temperaturas ultrapassam 54ºC o indivíduo terá insolação e AVC iminente. Com base nesses dados, identifica-se que o horário das 13 horas é o que mais possui risco para a saúde dos indivíduos, em contrapartida os locais sombreados às 08 horas estão com os menores níveis de temperatura. 4.4 Luminosidade Em consonância com a temperatura ambiente e a temperatura do solo, tem-se o conforto lumínico, ou seja, quanto de radiação solar as árvores estão recebendo e como elas projetam a radiação. As copas das árvores em um ambiente urbano são permeáveis à radiação solar. Soma-se a isso, o fato delas sofrerem com elementos presentes nas cidades, como por exemplo, sombreamento de edifícios (VASCONCELLOS, 2020). A Figura 11 mostra a copa da árvore no Ponto 2 (onde se tem a Pachira aquatica), a Figura 12 (Tabebuia roseo alba) a copa da árvore do Ponto 3 e a Figura 13 (Handranthus impetiginosus) a copa das árvores do Ponto 5. 33 Figura 11 - Copa da árvore do Ponto 2 (Pachira aquatica), localizado na Praça da Matriz. Pompeia, 2022. Fonte: Própria autora (2022). Figura 12 - Copa da árvore do Ponto 3 (Tabebuia roseo alba), localizado na Praça da Matriz. Pompeia, 2022. Fonte: Própria autora (2022). ANA LAURA TAMURA AKAMA (2022) ANA LAURA TAMURA AKAMA (2022) 34 Figura 13 - Copa da árvore do Ponto 5 (Handroanthus impetiginosus), localizado na Praça Jesus Maria. Pompeia, 2022. Fonte: Própria autora (2022). A partir dessas imagens, é perceptível a diferença da copa da árvore do Ponto 2, que se caracteriza por ser mais fechada quando relacionada ao Ponto 3 (Figura 12) e Ponto 5 (Figura 13). De acordo com os Gráficos 10, 11 e 12, o Ponto 2 foi o que apresentou uma menor entrada solar, isso ocorreu devido à menor entrada de luz causada pela copa. Vasconcellos (2020), relata que a geometrização das copas, a largura da copa e sua projeção influenciarão no conforto térmico, sendo demonstrado esse fato em na Figura 14. ANA LAURA TAMURA AKAMA (2022) 35 Figura 14 - Projeção e geometrização da copa. Fonte: Vasconcelos (2020). De acordo com Oliveira (2018), o Jardim Botânico possui menos vegetação quando comparado ao Parque São Lourenço (ambos em Curitiba / PR). O Lux do primeiro (Jardim Botânico) foi em média 42.701 no verão e 38.859 no inverno. O segundo (Parque São Lourenço), o Lux encontrado foi de 647 no verão e 3.072 no inverno; isso acontece devido às espécies de árvores presentes nos locais que no caso do Parque São Lourenço, são caducifólias ou semicaducifólias. Por isso, é importante ressaltar que as espécies de árvore e a geometrização das copas são fundamentais para o sombreamento que essas árvores possuem. O Gráfico 7 confirma a teoria de que o Ponto 2 fornece um maior sombreamento e os Pontos sem árvores (1, 4 e 6) recebem entrada direta da luz solar. Aqui é possível notar também o que foi afirmado sobre as espécies. A Tabebuia roseo alba e o Handroanthus impetiginosus fornecem sombra, contudo menos do que a Pachira aquatica. O Gráfico 8, onde se mediu a intensidade às 13 horas, segue o mesmo parâmetro do Gráfico 7. O único Gráfico de luminosidade que se diferencia dos demais é o Gráfico 9. Isso se dá porque neste horário (18 horas) é o momento do entardecer, portanto nota- se que os valores da intensidade são mais baixos. Ademais, a Praça Jesus Maria 36 (representada pelos Pontos 5 e 6) recebe maior incidência solar devido à posição da praça em relação ao pôr do sol, gerando resultados mais elevados nesses locais. Gráfico 7 - Luminosidade às 8 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). Gráfico 8 - Luminosidade às 13 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). 0 20 40 60 80 100 120 140 160 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 L U X LUMINOSIDADE 08:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 0 50 100 150 200 250 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 L U X LUMINOSIDADE 13:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 37 Gráfico 9 - Luminosidade às 18 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). 4.5 Decibéis De acordo com a norma da ABNT 10.151 (2000), em áreas residenciais, o nível de decibéis deve ser de 55. Entretanto, de acordo com os Gráficos 10, 11 e 12, nota- se que esse valor supera o valor que a norma estabelece. O Gráfico 10, que são os decibéis coletados às 08 horas da manhã, demonstram que o Ponto 1 e o Ponto 2 captam uma intensidade sonora mais alta do que o recomendado. Isso acontece pela localidade em que ambos os pontos estão inseridos (mais próximo à Rodovia). É válido ressaltar que os locais próximos à estrada possuem vários habitantes, o que traz enorme malefícios para a saúde desses indivíduos, como citado anteriormente. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 L U X LUMINOSIDADE 18:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 38 Gráfico 10- Decibéis às 08 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). O Ponto 3 e o Ponto 4 variam em uma faixa de 50 a 60 decibéis aproximadamente, mas eles estão localizados em uma área central da Praça da Matriz, ou seja, o som nessa região é mais atenuado, pois encontra-se mais distante da Rodovia SP-294. Os Pontos 5 e 6 estão na Praça Jesus Maria, mais distantes do local que recebe mais barulho. Por isso, ambos estão com o nível de decibéis mais adequados para a população. Ainda assim, vale lembrar que as duas praças são divididas por uma rua e o Ponto 5 está próximo a está divisão. Oliveira (2018) mostra em uma pesquisa que o Jardim Botânico de Curitiba e o Parque São Lourenço, localizados na cidade de Curitiba, possuem níveis de decibéis acima do recomendado. No caso das áreas verdes, a Prefeitura de Curitiba recomenda que a quantidade de decibéis seja de 55, entretanto, os valores encontrados ultrapassam o limite, sendo que o valor máximo encontrado foi de 101,4 dB, local onde encontrava- se a fonte do ruído. Comparando com o Ponto 1 da Praça da Matriz, os valores encontrados também são elevados, pois este local fica próximo a fonte do ruído (Rodovia SP - 294). Os dados às 13 horas, representado pelo Gráfico 11, mostram que ocorre uma oscilação conforme o dia, onde os Pontos 1 e 2 foram apresentam maiores picos de decibéis, sendo que no segundo dia de coleta, há uma elevação sonora em ambos os Pontos. Observa-se também que no nono dia o Ponto 1 está elevado e no décimo dia 0 10 20 30 40 50 60 70 80 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 D e c ib é is ( d B ) DECIBÉIS 08:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 39 o Ponto 2. Este fato ocorre pela quantidade de veículos que estão trafegando no momento das medidas. Além disso, alguns veículos pesados (como caminhões) acabam gerando uma maior poluição sonora. Em contrapartida, os Pontos 5 e 6 estão com uma intensidade adequada. Gráfico 11 - Decibéis às 13 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). O Gráfico 12 representa os decibéis coletados às 18 horas, esse horário, possui um tráfego de veículos mais elevado devido ao maior fluxo de trabalhadores (principalmente pela estrada estar ligada à outras cidades). Portanto, moradores do município e dos vizinhos passam por esse local nesta hora. A partir desse Gráfico, nota-se que o Ponto 1 e o Ponto 2 que estão próximos à Rodovia, continuam com uma maior elevação de decibéis. Em relação a esses dois Pontos o 3 e o 4 estão medianos, mas ainda assim não estão adequados, segundo consta a NBR 10151. Os Pontos que se aproximam do que a norma estabelece para a saúde humana são o 5 e principalmente o 6. De maneira geral, as árvores presentes nos locais de coleta, não possuem copas densas e nem há uma barreira acústica de grande dimensão para barrar a entrada sonora. A partir disso, é perceptível que o paisagismo do local e a presença de uma rodovia influenciam diretamente nos decibéis. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 D e c ib é is ( d B ) DECIBÉIS 13:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 40 Gráfico 12 - Decibéis às 18 horas dos Pontos 1, 2, 3 e 4 (Praça da Matriz); e 5 e 6 (Praça Jesus Maria). Pompeia - SP. Praça da Matriz: Ponto 1 – área de sol pleno e pavimento; Ponto 2 – área sombreada e gramado; Ponto 3 – área sombreada e pavimento; Ponto 4- área de sol pleno e pavimento; Ponto 5 – área sombreada e gramado; Ponto 6 – área de sol pleno e pavimento. Fonte: Própria autora (2022). 0 10 20 30 40 50 60 70 80 DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 DIA 8 DIA 9 DIA 10 DIA 11 DIA 12 DIA 13 DIA 14 DIA 15 D e c ib é is ( d B ) DECIBÉIS 18:00 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 41 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nas avaliações realizadas, notou-se a influência da arborização e da Rodovia SP- 294, Comandante João Ribeiro de Barros. A partir dos resultados, foi possível notar que a temperatura do solo sofre interferência direta da cobertura vegetal ou do pavimento. Em áreas não sombreadas com pavimentação, às 13 horas (horário com maiores temperaturas) os pontos expostos atingiram na superfície até 60º Celsius. A temperatura ambiente assemelha- se a temperatura da superfície pois locais sombreados apresentam maior conforto térmico para os indivíduos. A intensidade luminosa segue o mesmo padrão de áreas sombreadas e áreas expostas. Portanto, nos locais onde há arborização a intensidade luminosa captada é menor. Esses resultados diferem apenas no Ponto 5 (área sombreada), às 18 horas, pois o entardecer influenciava na entrada solar, logo essa localidade apresentou dados mais elevados. A Rodovia SP-294 fica situada em uma área mista, predominante residencial, na qual, de acordo com a ABNT, os decibéis não devem ultrapassar valores de 55 para o período diurno e 50 para o noturno. Entretanto, os Pontos 1 e 2 (próximos à fonte de ruído) excedem esses valores, causando diversos problemas de saúde à população que mora nas imediações. O paisagismo e o planejamento urbano estão diretamente relacionados com o conforto acústico, conforto térmico e bem-estar dos indivíduos. Em relação aos decibéis, sabe-se que os valores estipulados pela norma da ABNT para a área estão acima do recomendado. Dessa maneira, é necessário a implantação de espécies que executem a função de barreira acústica. Vale ressaltar que, é preciso estudar e escolher espécies que ofereçam um sombreamento correto, com copas mais densas. Além disso, a presença de forração, como por exemplo, um gramado, contribui para o conforto térmico da população que utiliza as Praças. Em suma, todas as variáveis analisadas estão diretamente relacionadas com a saúde, em vista disso, é necessário um bom planejamento das praças. 42 6. CONCLUSÃO Os parâmetros avaliados demonstraram que no estudo de caso, a temperatura do solo e do ar e a intensidade luminosa são fortemente influenciados pela arborização local da Praça da Matriz e da Praça Jesus Maria, havendo maior conforto para o bem- estar social em locais com a presença da vegetação urbana. 43 REFERÊNCIAS ABIKO, A. K.; ALMEIDA, M. A. C.; BARREIROS, M. A. F. Urbanismo: história e desenvolvimento. São Paulo: Escola Politécnica Universidade de São Paulo, 1995. AMARO, L. A. Análise da influência do uso e cobertura do solo na ocorrência de ilhas de calor na região central do Vale do Taquari. 2018. 52 f. 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