UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA INSTITUTO DE QUÍMICA DE ARARAQUARA DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E QUÍMICA ORGÂNICA Flávia Gabriele dos Reis Fingerprinting e anotação rápida de metabólitos secundários das folhas e sementes de Xylopia sericea ARARAQUARA 2021 2 Flávia Gabriele dos Reis Fingerprinting e anotação rápida de metabólitos secundários das folhas e sementes de Xylopia sericea Monografia apresentada ao Instituto de Química, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Química. Orientador: Prof. Dr. Alberto José Cavalheiro Araraquara 2021 3 FLÁVIA GABRIELE DOS REIS Fingerprinting e anotação rápida de metabólitos secundários das folhas e sementes de Xylopia sericea Monografia apresentada ao Instituto de Química, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Química. Araraquara, 17 de janeiro de 2022 BANCA EXAMINADORA ______________________________ Prof. Dr. Ian Castro Gamboa Instituto de Química – UNESP Araraquara Profa. Dra. Isabele Rodrigues Nascimento Instituto de Química – UNESP, Araraquara _______________________________ Prof. Dr. Alberto José Cavalheiro Instituto de Química – UNESP, Araraquara 4 Dedico este trabalho aos meus pais, Elton Elbio Lima dos Reis e Carla Patrícia dos Reis, pelo apoio incondicional em cada etapa: do vestibular à conclusão do curso. 5 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Elton Elbio Lima dos Reis e Carla Patrícia dos Reis, pelo incentivo, amor, dedicação e apoio em todos os momentos. Ao meu orientador Prof. Dr. Alberto José Cavalheiro e supervisora Dra. Isabel Duarte Coutinho, pelo comprometimento, paciência, dedicação e pela amizade, principalmente. Aos meus amigos de graduação, ingressantes de 2017, com quem compartilhei momentos especiais e que tornaram mais saudável todos esses anos na universidade. Em especial ao Alexandre, Bruno, Driely, Gustavo, Laerte, Lara, Leonardo, Marianne e Gleice. Aos companheiros do Laboratório de NuBBE I, com quem troquei conhecimentos e que me auxiliaram em vários momentos. Em especial, à Júlia Morais Fernandes, pelos ensinamentos e amizade. Sempre me lembrarei de todos com carinho. Aos professores que ensinaram e participaram de minha formação. Aos técnicos de laboratório, pelos conhecimentos práticos, dedicação e aprendizado. A todos os servidores do Instituto de Química que participaram diretamente ou indiretamente deste trabalho. Às agências de fomento CNPq e FAPESP. Ao Instituto de Química, por toda infraestrutura e suporte para a realização deste trabalho. 6 “A vitalidade é demonstrada não apenas pela persistência, mas pela capacidade de começar de novo.” F. Scott Fitzgerald 7 RESUMO A espécie Xylopia sericea (píndaiba-branca), pertencente à família Annonaceae e nativa da Bacia do Rio Doce, possui ampla distribuição na região de Mariana, especialmente na comunidade de Furquim. As sementes da pindaíba branca possuem sabor picante e aromático e são utilizadas na culinária. Assim, o projeto teve como objetivo a análise do perfil químico da espécie Xylopia sericea empregando cromatografia líquida de alta eficiência acoplada ao detector de arranjo de diodos e espectrometria de massas. As folhas e sementes de X. sericea foram coletadas na Comunidade de Furquim, Mariana, MG. As folhas e sementes foram secos e moídos em moinho analítico, pulverizadas e submetidas a extração com etanol/água 70:30 v/v. Os extratos foram preparados utilizando banho ultrassônico por 30 minutos. Os sobrenadantes foram analisados no sistema UHPLC-DAD-CAD e UHPLC-DAD-MS. Como estratégia de anotação dos metabólitos presentes nos extratos analisados, foi realizado um levantamento bibliográfico dos compostos já isolados no gênero Xylopia sp. Assim, uma planilha contendo a estrutura química, fórmula molecular e nomenclatura IUPAC de 209 metabólitos foi adicionada à plataforma UNIFI para facilitar o processo de identificação. As principais classes de metabólitos identificadas foram derivadas dos flavonoides quercetina e kaempferol com λmax de 257 e 356 nm. Portanto, os resultados obtidos neste trabalho buscam agregar conhecimento aos subprodutos da cadeia produtiva de X. sericea, possibilitando assim, que no futuro a comunidade possa obter vantagem econômica na exploração sustentável dos arranjos produtivos da biodiversidade. Palavras-chave: Annonaceae. Xylopia. Cromatografia líquida. Metabólitos. Flavonoides. 8 ABSTRACT The species Xylopia sericea (pindaiba-branca), belonging to the Annonaceae family and native to the Bacia do Rio Doce, is widely distributed in the Mariana region, especially in the Furquim community. The seeds of the white pindaíba have a spicy and aromatic flavor and are used in cooking. Thus, the project aimed to analyse the chemical profile of the Xylopia sericea species using high performance liquid chromatography coupled to a diode array detector and mass spectrometry. The leaves and seeds of X. sericea were collected in the Community of Furquim, Mariana, MG. The leaves and seeds were dried and ground in an analytical mill, pulverized and submitted to extraction with 70:30 v/v ethanol/water. The extracts were prepared using an ultrasonic bath for 30 minutes. Supernatants were analysed using the UHPLC-DAD- CAD and UHPLC-DAD-MS systems. As an annotation strategy of the metabolites present in the analysed extracts, a bibliographic survey of the compounds already isolated in the genus Xylopia sp. Thus, a spreadsheet containing the chemical structure, molecular formula, and IUPAC nomenclature of 209 metabolites was added to the UNIFI platform to facilitate the identification process. The main classes of metabolites identified were derived from the flavonoids quercetin and kaempferol with λmax of 257 and 356 nm. Therefore, the results obtained in this work seek to add knowledge to the by-products of the X. sericea production chain, thus enabling the community to gain economic advantage in the sustainable exploitation of the productive arrangements of biodiversity in the future. Keywords: Annonaceae. Xylopia. Liquid chromatography. Metabolites. Flavonoids. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Frutos da espécie Xylopia sericea St. Hill ...................................... 15 Figura 2 – Cromatogramas do extrato hidroetanólico das folhas de X. sericea .. 21 Figura 3 – Cromatogramas do extrato hidroetanólico das sementes de X. sericea. ......................................................................................................................... 22 Figura 4 – Espectro MS/MS e possível fragmentação de uma quercetina ramnosilada. ......................................................................................................................... 23 Figura 5 – Diferentes classes de metabólitos secundários anotados ........... 34 Figura 6 – Perfil metabólico dos extratos das sementes (a) e folhas (b) de X. sericea ......................................................................................................................... 34 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Lista de metabólitos assinalados no extrato hidroetanólico das folhas de X. sericea ......................................................................................................... 23 Tabela 2 – Lista de metabólitos assinalados no extrato hidroetanólico das sementes de X. sericea .................................................................................................... 27 Tabela 3 – Estudo da seletividade do método ................................................. 30 Tabela 4 – Precisão intermediária do extrato das sementes de X. sericea ..... 31 Tabela 5 – Precisão intermediária do extrato das folhas de X. sericea ........... 32 Tabela 6 – Estabilidade dos extratos hidroetanolicos das folhas e sementes da X. sericea .............................................................................................................. 33 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CAD DAD DPR FID Ing. K’ LC M m/z MS N QTOF RMN Rs TSP UAE UHPLC UNESP UV detector por aerossol carregado (Ing. Charged Aerosol Detector) detector por arranjo de diodos desvio padrão relativo decaimento livre de indução (Ing. free induction decay) inglês fator de retenção cromatografia líquida (Ing. liquid chromatography) íon molecular razão massa-carga espectrômetro de massa (Ing. mass spectrometry) número de pratos teóricos quadrupolo-tempo de voo (Ing. quadrupole time-of-flight) ressonância Magnética Nuclear resolução 3-trimetilsilil-2,2,3,3-propionato-d4 de sódio extração assistida por ultrassom (Ing. ultrasound-assisted extraction) cromatografia líquida de ultra-alta eficiência (Ing. ultra-high performance liquid chromatography) universidade estadual paulista ultravioleta 12 LISTA DE SÍMBOLOS AU Da eV h Hz K kV L mDa min mg mL mm nm v/v ppm psi s V λ λmax ºC µL µm absorbância Dalton elétronvolt hora Hertz Kelvin quilovolts litro milidalton minuto miligrama mililitro milímetro nanômetro razão volume-volume partes por milhão libra-força por polegada quadrada (Ing. inglês pound force per square inch) segundo Volt comprimento de onda comprimento de onda de absorção máxima graus Celsius microlitro micrômetro 13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14 1.1. Família Annonaceae e o gênero Xylopia ..................................................... 14 1.2. Xylopia sericea St. Hill ................................................................................. 14 1.3. Fingerprinting cromatográfico ...................................................................... 15 2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 16 2.1. Objetivo geral .............................................................................................. 16 2.2. Objetivos específicos ................................................................................... 16 3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 16 3.1. Material vegetal ........................................................................................... 16 3.2. Preparo da amostra ..................................................................................... 17 3.3. Estudo das condições cromatográficas ...................................................... 17 3.4. Softwares e base de dados ......................................................................... 18 3.5. Otimização dos parâmetros para fingerprinting ........................................... 18 3.5.1. System suitability e Seletividade .............................................................. 18 3.5.2 Estabilidade ........................................................................................ 19 3.5.3. Precisão ............................................................................................ 19 3.6. Análises por RMN de 1H .............................................................................. 19 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 20 4.1. Análise do perfil químico das folhas ............................................................ 20 4.2. Análise do perfil químico das sementes ...................................................... 20 4.3. Anotação rápida dos metabólitos identificados ........................................... 19 4.4. Otimização do método de fingerprinting para análise química dos metabólitos ......................................................................................................... 30 4.4.1. System suitability e Seletividade .................................................... 30 4.4.2. Precisão da amostra ......................................................................... 31 4.4.3. Estabilidade da amostra .................................................................. 32 4.5. Diversidade metabólica das folhas e sementes da X. sericea ..................... 33 5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 35 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36 14 1. INTRODUÇÃO 1.1. Família Annonaceae e o gênero Xylopia A família Annoaceae, pertencente à ordem Magnoliales, possui aproximadamente 2400 espécies descritas. A Annonaceae é um modelo ideal para os estudos de novas alternativas nas áreas química e medicinal devido aos padrões de diversificação filogenéticos. Dentre os gêneros contidos nessa família, destaca-se o gênero Xylopia, composto por plantas arbustivas ou arbóreas. No Brasil, espécies de Xylopia são encontradas nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Centro-Sul1,2. O gênero é muito estudado pela sua variedade de metabólitos, incluindo alcalóides, flavonóides, amidas, lignóides, acetogeninas e terpenóides3,4. Além disso, possui um potencial amplo e variado de propriedades biológicas entre os quais podem ser destacadas citotoxicidade, propriedades antitumorais, antiparasitárias, anti- microbiais, inseticidas e antiplasmodiais5,6,7. Além das propriedades medicinais, as espécies X. sericea e X. brasilienses possuem potencial econômico devido ao extrativismo sustentável das sementes por comunidades vulneráveis da região de Mariana, impactada pelo acidente com o rompimento da barragem em 2015. Apesar da relevância dos dados químicos, biológicos e econômicos de espécies de Xylopia, não há na literatura científica método analítico abrangente que possibilite, em única análise, obter informação da diversidade metabólica dessas plantas. Os métodos cromatográficos já publicados são dedicados a classes específicas de metabólitos secundários de Xylopia: perfil de flavonóides em folhas8 e diterpenos caurânicos em frutos de X. aethiopica9, diterpenos caurânicos em X. frutescens e X. brasiliensis10, diterpenos traquilobânicos de X. langsdorffiana11 e flavonoides de X. sericea12. Este estudo mostra o desenvolvimento de um método analítico abrangente, em cromatografia líquida, que possibilite avaliação simultânea de várias classes de metabólitos secundários em duas espécies de Xylopia, apresentadas a seguir. 15 1.2. Xylopia sericea St. Hill A Xylopia sericea St. Hill (Figura 1) é uma planta nativa do Brasil, porte arbustivo arbóreo, variando sua altura de 5 a 50 m13. A planta é conhecida popularmente como pimenta de macaco, pindaíba, pindaíba branca, entre outros nomes10. Os estudos fitoquímicos dessa espécie identificaram alcaloides aporfínicos, diterpenos do tipo caurano e flavonoides glicosilados derivados de kaempferol e quercetina presentes nas folhas da planta. Os ácidos ent-caurenóico e xylópico (ácido ent-15α-acetóxicaur-16-en-19-oico) apresentam bioatividade antiparasitária, antimicrobiana e antiviral. 14,15,16. Figura 1. Frutos da espécie Xylopia sericea St. Hill Fonte: Próprio autor. Comunidade de Furquim, Mariana – MG, fevereiro de 2020 1.3. Fingerprinting cromatográfico A abordagem de fingerprinting cromatográfico ou “impressão digital”, envolve a análise do perfil químico de uma amostra ou conjunto de amostras utilizando técnicas analíticas de separação, como por exemplo a cromatografia líquida de ultra eficiência (UHPLC), acopladas a técnicas espectroscópicas e/ou espectrométricas. Essa abordagem visa a análise qualitativa de forma rápida na qual a maior quantidade possível de metabólitos é identificada na matriz da amostra, tal como uma planta medicinal. Assim, é possível obter uma caracterização do perfil químico da planta 16 padronizado e observar ao haver variações em resposta a exposição de toxinas, perturbações ambientais, substâncias discriminantes ou biomarcadores17,18. Este trabalho está inserido no Projeto Plantas Medicinais e Úteis da Bacia do Rio Doce (CAPES 88887.124081/2016-00) e pode auxiliar na valorização das espécies de Xylopia utilizadas no extrativismo sustentável por populações vulneráveis na região de Mariana – MG. Neste estudo, os extratos das folhas das duas espécies e das sementes da X. sericea foram submetidas a análises químicas por Cromatografia a Líquido de Ultra-eficiência acoplada com detectores UV/Vis Arranjo de Diodo e Espectrômetro de Massas tipo triplo-quadrupolo de alta resolução (UHPLC-DAD- QTOF-MSE), como também foi realizada a análise comparativa do perfil químico dos extratos das folhas e sementes da Xylopia sericea St. Hill. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral Desenvolvimento de um método cromatográfico abrangente para detecção de flavonoides, diterpenos e alcaloides nas folhas e sementes da espécie Xylopia sericea St. Hill para obter um fingerprinting metabólico da espécie. 2.2. Objetivos específicos ✓ Construção de uma base de dados de metabólitos secundários para o gênero Xylopia; ✓ Otimização dos parâmetros do método cromatográfico ✓ Identificação dos metabólitos majoritários presentes nos extratos hidroalcóolicos das folhas e sementes de Xylopia sericea. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Material vegetal O material vegetal (folhas e sementes) foi coletado na comunidade de Furquim em Minas Gerais pela equipe SAB-Territórios e pela Dra. Amanda Corrado da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Esse material foi enviado após a 17 secagem para o Instituto de Química da UNESP em Araraquara para as análises químicas do material vegetal. O material vegetal foi seco, moído e homogeneizado. 3.2. Preparo da amostra Os extratos das folhas e sementes da Xylopia sericea foram preparados em triplicatas a partir de 30, 60 e 90 mg de material vegetal pesado diretamente em eppendorf. Para desenvolvimento do método analítico, os extratos foram preparados em 1 mL da mistura de etanol/água (70:30 v/v), submetidos a sonicação por 30 minutos e centrifugados por 10 minutos. Uma alíquota de 480 µL foi retirada de cada sobrenadante e transferida para um frasco de 1,5 mL para análise. Como padrão externo, foram adicionados em cada frasco de amostra 20 µL de uma solução 5 mg/mL de naringenina. 3.3. Estudo das condições cromatográficas O método cromatográfico foi desenvolvido utilizando um cromatógrafo líquido de ultra-alta eficiência (UHPLC) da marca Ultimate3000, Dionex ®, equipado com duas bombas (modelo DGP-3600RS, Dionex ®), detector de arranjo de diodos (modelo DAD3000RS, Dionex ®), amostrador automático (modelo WPS3000RS, Dionex®) e Detector por aerossol carregado Corona Veo (CAD). O processamento de dados foi realizado com o software Chromeleon 6.8 (Dionex ®). Anotação metabólica foi realizada usando um sistema UHPLC-DAD-QTof-MSE (bomba Water Acquity ® H- Class; amostrador automático Acquity ® FTN; detector Acquity ® PDA) com um analisador quadrupolo por tempo de voo (Xevo G2-XS QTof). Os espectros de massa foram adquiridos nos modos negativos e positivos ao longo do intervalo de 50 a 1500 m/z, em execuções separadas. Os parâmetros para a fonte ESI foram voltagem capilar 3,0 kV, voltagem do cone 30V, temperatura da fonte 100°C e fluxo de gás do cone 50 L/h. A temperatura de dessolvatação estava em 650°C com fluxo de gás de dessolvatação de 800L/h. Os dados MSE foram adquiridos no modo centroide usando uma faixa de varredura de 50 a 1500 m/z, tempo de varredura de 0,1 s, energia inferior de 20 eV e rampa de energia de colisão de 20-50 eV. A separação foi realizada em uma coluna Kinetex® C-18 (50 x 2,1 mm x 2,6 µm) e a temperatura do forno da coluna foi mantido a 40°C. A eluição foi conduzida 18 em um programa de gradiente linear contendo 0,1% de ácido fórmico – água (A) e 0,1% de ácido fórmico – etanol (B) como fase móvel. O gradiente iniciou de 7% a 40% de B no intervalo de 0 a 15 minutos, depois a 100% de B em 3 minutos e mantido por 2 minutos a um fluxo de 0,5 mL/min. A temperatura foi ajustada para 40 °C. O volume de injeção foi de 5 µL. Os cromatogramas foram registrados a 254 nm para os extratos da semente e a 350 nm para os extratos das folhas. O detector UV-DAD foi configurado para uma faixa de comprimento de onda de 200 a 600 mm e os cromatogramas foram plotados em 254 nm para o extrato das sementes e 350 nm para o extrato das folhas. Uma resposta CAD foi definida em 100 pA, um filtro alto foi selecionado e o ar regulado a 40 psi foi introduzido no detector. Primeiramente, o eluato foi introduzido no DAD e depois diretamente no instrumento CAD. 3.4. Softwares e base de dados O tratamento e aquisição dos dados espectrométricos foram realizados nos softwares UNIFI® Scientific Information System da Waters Technologies® e MassLynx 4.1 (Waters®) para o processamento dos dados empregando uma base de dados criada para substâncias já identificadas no gênero Xylopia com base na literatura, pois fornece uma mesclagem dos dados cromatográficos e espectrométricos em relatório a fim obter o processamento e visualização dos dados. O banco de dados de metabólitos já identificados em Xylopia foi construído manualmente a partir do levantamento de dados da literatura, utilizando uma planilha com nomenclatura, massa teórica e fórmula molecular de 209 metabólitos 19-75. 3.5. Otimização dos parâmetros para fingerprinting 3.5.1. System suitability e Seletividade Seletividade é a capacidade do método em ser específico para o doseamento da substância em questão mesmo quando estiverem presentes possíveis interferentes. Verificar os tempos de retenção dados pelos cromatogramas e o espectro no UV, na presença de outros componentes da amostra. A solução de 0,100 mg/mL de naringenina foi utilizada como padrão, pois não apresentou interferência na análise. A seletividade será demonstrada pelos tempos de retenção e a pureza dos 19 picos da substância de referência e os extratos de folhas e sementes obtidos pelo detector de arranjo de diodos em três pontos diferentes dos picos. Para a avaliação do system suitability, foram realizadas cinco análises da solução padrão de concentração 100 µg/mL. Os critérios de aceitação desse parâmetro são: fator de retenção k’>2; Resolução Rs >2; Fator de alargamento (TF) ≤ 2; número de pratos teóricos N > 2000; desvio padrão relativo DPR ≤ 3. A verificação da seletividade foi realizada por meio de três análises do diluente, o qual o tempo de retenção não deve coincidir e/ou interferir com os picos de absorção máxima do marcador em questão, sendo que estes devem coincidir com o padrão. 3.5.2. Estabilidade O estudo de Estabilidade das Soluções tem como objetivo determinar se 24 horas após a preparação das soluções os compostos de interesse permanecem estáveis à temperatura ambiente sob as condições de análise do laboratório. O critério de aceitação para a estabilidade é que a diferença entre o resultado inicial e após 24 horas para os extratos de folhas e sementes estocados deve ser menor ou igual a 3,0%, quando comparada aos extratos recentemente preparados e recuperação da leitura do analito no intervalo de 95 a 105%. 3.5.3. Precisão A avaliação da precisão do método foi por meio das medidas de área dos analitos de interesse em diferentes quantidades de massa de material vegetal. O objetivo é avaliar a concordância entre os valores quando o método se aplica repetidamente a múltiplas soluções de uma mesma amostra. A precisão por repetibilidade foi avaliada por meio do preparo e análise de três extratos, em triplicata, contendo diferentes quantidades de massa: 30, 60 e 90 mg de material vegetal. A precisão deve ser medida em condições repetitivas (mesmo analista, mesmo dia e mesmo instrumento). Uma análise de cada solução amostra totalizando nove análises. Os critérios de aceitação da repetibilidade são: O coeficiente de variação para o desvio padrão relativo (DPR) entre as análises das réplicas de mesma concentração deve ser menor ou igual a 10,0%. 20 Os parâmetros descritos foram analisados de acordo com a RDC Nº 166, de 24 de julho de 2017 da ANVISA, sendo eles seletividade e precisão por repetibilidade e estabilidade. 3.6. Análises por RMN de 1H Integrantes do grupo de pesquisa, Dra. Isabel Duarte Coutinho e a Dra. Julia Fernandes Morais (comunicação pessoal), por meio do Projeto Plantas Medicinais e Úteis da Bacia do Rio Doce (CAPES 88887.124081/2016-00), realizaram análises por Ressonância Magnética Nuclear de hidrogênio (RMN1H) de 28 frações coletadas no processo extração e separação das folhas da X. sericea utilizando um sistema MPLCELSD-DAD com uma coluna C-18 (180 x 30 mm d.i., 40 µm, Buchi) como fase estacionária em um programa de gradiente linear contendo água (A) e etanol (B), com o gradiente variando de 5% a 95% de B a vazão de 7 mL/min. Os espectros foram adquiridos sob uma temperatura de 300 K em um espectrômetro Avance III (operando a 600,1298 MHz, equipado com uma sonda BBFO-Z, 5mm). O sinal residual da água foi suprimido por pré-saturação, e os espectros adquiridos com o tempo de relaxação de 4,6 segundos (s), tempo de aquisição de 2,72 s (64 k pontos), acúmulo de 256 transientes e largura espectral de 20 ppm. Todos os espectros FIDs foram submetidos automaticamente a transformação de Fourier após a aplicação de uma função de janela exponencial com um alargamento de linha de 0,3 Hz. A correção da fase e da linha de base foram realizadas no software TopSpin. Os deslocamentos químicos foram referenciados a TSP-d4 a δ 0,00. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1. Análise do perfil químico das folhas Os cromatogramas obtidos nos sistemas LC-DAD e LC-MS do extrato hidroetanólico das folhas de X. sericea estão ilustrados na Figura 2. As principais classes de metabólitos identificadas foram derivados dos flavonóides quercetina e kaempferol com λmax de 257 e 356 nm. Pequenos deslocamentos em λmax (356 → 353) foram importantes para distinguir quercetina e kaempferol devido ao padrão de substituição no anel B. O assinalamento dos metabólitos foi realizado a partir dos valores de m/z detectados no extrato das folhas de X. sericea. O uso combinado das 21 análises por RMN de 1H e LC-MS foi muito importante para identificar os metabólitos diterpenos, que não possuem absorbância na região do UV. 4.2. Análise do perfil químico das sementes Os cromatogramas obtidos nos sistemas LC-DAD e LC-MS do extrato hidroetanólico das sementes de X. sericea estão ilustrados na Figura 3. Análogo ao extrato das folhas, o extrato das sementes contém como principais classes de metabólitos derivados dos flavonóides quercetina e kaempferol. Derivados de diterpenos caurânicos e traquilobânicos também foram identificados no extrato. O assinalamento dos metabólitos foi realizado a partir dos valores de m/z detectados no extrato das sementes de X. sericea. Figura 2. Cromatogramas do extrato hidroetanólico das folhas de X. sericea. / Fonte: Próprio autor Além disso, observou-se que a X. sericea contém uma grande quantidade de taninos, tanto nas folhas quanto nas sementes, devido à oscilação da linha de base no início do cromatograma, visíveis na Figura 3 e sinais amplos a 6-7 ppm em espectros de RMN de 1H. Os taninos são compostos muito polares e irreversivelmente adsorvidos em grupos de silanóis residuais da fase estacionária C18, consequentemente, diminuindo a eficiência. 22 O uso do software UNIFI fornece informações cromatográficas e espectrométricas em comparação com o banco de dados inserido. O software obtém uma possível fragmentação e íons teóricos da substância alvo do arquivo.mol do banco de dados que são comparados com os valores experimentais de m/z. Um exemplo ilustrativo da abordagem citada é a anotação do flavonoide quercetina-3-O- ramnose, um metabólito já identificado na espécie Xylopia (DA SILVA et al., 2009). Por meio do espectro na região UV característico dessa classe, massa molecular e fórmula molecular, há uma grande possibilidade de que esse metabólito, esteja presente no extrato da semente. Entretanto, essa possibilidade se aplica também aos isômeros dessa molécula, pois as informações tridimensionais da molécula não são fornecidas por análises de LC-MS. A Figura 4 mostra espectros de MS/MS da quercetina-3-O-ramnose. O [M-H] de m/z 447,0925 observado no espectro obteve uma correspondência entre a base de dados do gênero Xylopia e este metabólito. A quercetina-3-O-ramnose possui várias fragmentações, das quais é possível relacionar aos picos de maior intensidade representa a molécula ionizada de quercetina sem um hidrogênio e sem a ramnose (m/z 301,03298). O fragmento de m/z 191,05486 representa a perda do anel B contendo as duas hidroxilas (Figura 4). Figura 3. Cromatogramas do extrato hidroetanólico das sementes de X. sericea. Fonte: Próprio autor. 23 Figura 4. Espectro MS/MS e possível fragmentação de uma quercetina ramnosilada. Fonte: Próprio autor. Os dados da lista foram comparados com banco de dados de metabólitos já identificados no gênero Xylopia, uma planilha com nomenclatura, massa teórica e fórmula molecular de 209 metabólitos. Dessa maneira, a plataforma sugeriu uma lista de 109 metabólitos e 51 dados de m/z tiveram as possíveis fórmulas moleculares atribuídas para as folhas mostrados na Tabela 1 e 56 dados de m/z foram atribuídas para as sementes mostrados na Tabela 2. Tabela 1 – Lista de metabólitos assinalados no extrato hidroetanólico das folhas de X. sericea (continua) N°. Tempo de retenção (min) Metabólitos m/z observada Aduto Massa Neutra observada Neutral mass (Da) Mass error (mDa) 1 0,71 Laurolitsina 314,1385 [+H] 313,1312 313,13141 -0,2 2 1,13 Coreximina 328,15 [+H] 327,1468 327,14706 -0,3 [M-H+] - [M-H+-ramnose] - 24 (Continuação) N°. Tempo de retenção (min) Metabólitos m/z observada Aduto Massa Neutra observada Neutral mass (Da) Mass error (mDa) 3 1,13 Laurotetanina 328,1541 [+H] 327,1468 327,14706 -0,3 4 1,19 Ácido 4-O- Cafeoilquinico 377,0842 [+Na] 354,0950 354,09508 -0,1 5 1,52 Reticulina 330,1699 [+H] 329,1626 329,16271 -0,1 6 1,78 Discretina 342,1698 [+H] 341,1625 341,16271 -0,2 7 2,67 Glaucina 356,1861 [+H] 355,1788 355,17836 0,5 8 2,79 Discretina 342,1698 [+H] 341,1625 341,16271 -0,2 9 2,89 Laurotetanina 328,154 [+H] 327,1467 327,14706 -0,3 10 3,18 Quercetina-di- glicosideo (649.13767 (Na), 627,15775 (+H) 303,0499 [+H] 302,0426 302,04265 0 11 3,30 Procianidina A2 577,1344 [+H] 576,1268 576,1271 0,3 12 3,70 (+)-Siringaresinol- O-β-D- glicopiranosideo 603,2057 [+Na] 580,2165 580,21559 0,9 13 3,76 Quercetina-3-O- glicosilpentosideo (465,1029, 303,0499) 619,127 [+Na,+H] 596,1378 596,13773 0,1 14 4,02 Fibrecisina 296,1286 [+H] 295,1214 295,12084 0,5 15 4,53 Roemerina 280,133 [+H] 279,1257 279,12593 -0,2 16 4,57 Quercetina-3-O- glicosideo (303,05001) 487,085 [+Na,+H] 464,0957 464,09548 0,3 25 (continuação) N°. Tempo de retenção (min) Metabólitos m/z observada Aduto Massa Neutra observada Neutral mass (Da) Mass error (mDa) 17 4,74 Nornantenina 326,1386 [+H] 325,1314 325,13141 0 18 4,78 Quercetina-3-O- glicosideo (303,05001) 487,085 [+Na,+H] 464,0958 464,09548 0,3 19 4,86 Nornuciferina 282,1493 [+H] 281,1420 281,14158 0,5 20 4,97 Anonaina 266,1175 [+H] 265,1103 265,11028 0 21 5,01 Tudurainaq 298,144 [+H] 297,1367 297,13649 0,2 22 5,01 Quercetina-3-O- glicosilpentosideo (303,0501) 619,1273 [+Na,+H] 596,1381 596,13773 0,4 23 5,07 Quercetina-3-O- arabinosideo 457,0745 [+Na] 434,0852 434,08491 0,3 24 5,53 Kaemferol-3-O- glicosideo (287,0554, kaempferol)* 471,0901 [+Na] 448,1009 448,10056 0,3 25 5,57 Quercetina-3-O- dipentosídio 589,1166 [+Na+K+H] 566,1274 566,12717 0,2 26 5,58 Quercetina-3-O- arabinosideo 435,0924 [+H] 434,0851 434,08491 0,2 27 5,63 Quercetina-3-O- arabinosideo 457,0741 [+Na] 434,0849 434,08491 0 28 5,88 Quercetina-3-O- raminopiranosideo (303,0499) 471,0899 [+Na] 448,1007 448,10056 0,1 29 5,90 Kaempferol-3-O-β- D-glicopiranosideo 471,0899 [+Na,+H] 448,1006 448,10056 0,3 30 5,98 “Stephalagin” 310,1441 [+H] 309,1368 309,13649 0,3 31 6,10 Quercetina-3-O- raminosilpentosideo (303,05) 603,1326 [+Na,+H] 580,1434 580,14282 0,6 26 (continuação) N°. Tempo de retenção (min) Metabólitos m/z observada Aduto Massa Neutra observada Neutral mass (Da) Mass error (mDa) 32 6,26 O-metil-liridinina 326,1754 [+H] 325,1681 325,16779 0,3 33 6,28 Kaempferol-3-O- rutinosideo 617,1485 [+Na] 594,1593 594,15847 0,8 34 6,36 Quercetina-3-O- raminosilpentoside (303,05) 603,1324 [+Na,+H] 580,1432 580,14282 0,3 35 6,36 Quercetina-3-O- arabinosideo 435,0929 [+H] 434,0856 434,08491 0,7 36 6,78 kaempferol-3-O- dipentosídio (287,055) 573,1217 [+Na] 550,1320 550,13226 0,2 37 6,90 kaempferol-3-O- pentosideo ((287,055)) 441,0793 [+Na] 418,0901 418,09 0,1 38 7,27 Afzelina (287,0553, Kaempferol) 455,0952 [+Na] 432,1060 432,10565 0,4 39 7,63 kaempferol-3-O- pentosideo (Kaempferol, 287,055) 419,0983 [+H] 418,0910 418,09 1 40 7,79 Kaempferol-3-O- raminosilglicosideo (287,055) 633,1234 [+K] 594,1602 594,15847 1,8 41 16,90 Ácido ent-kaur-16- en-15-ona-19-oico 339,193 [+Na,+H] 316,2038 316,20384 0 42 17,04 Biciclogermacreno 205,1951 [+H] 204,1878 204,1878 0 27 N°. Tempo de retenção (min) Metabólitos m/z observada Aduto Massa Neutra observada Neutral mass (Da) Mass error (mDa) 43 17,10 Ácido ent-kaur-16- en-15-ona-19-oico 317,2082 [+H] 316,2009 316,20384 -2,9 44 17,22 Ácido ent-15α- Acetoxikaur-16-en- 19-oico 383,2192 [+Na] 360,2300 360,23006 -0,1 45 17,22 Ácido ent-15α- Acetoxikaur-16-en- 19-oico 383,2192 [+Na] 360,2300 360,23006 -0,1 46 17,32 ent-18-nor-atisano- 4beta, 16alpha-diol 331,2241 [+Na] 308,2349 308,23514 -0,2 47 17,75 Ácido 7 beta- acetoxytrachyloban- 18-oic 303,2318 [+H] 302,2245 302,22458 -0,1 48 17,81 Traquilobano 273,2575 [+H] 272,2502 272,2504 -0,2 49 18,22 Xilomatenina 645,4704 [+Na] 622,4812 622,48085 0,3 50 18,28 Sitosterol-3-O- galactopiranosideo 599,4282 [+Na] 576,4390 576,43899 0 51 18,75 Xilomaticina 663,4592 [+K] 624,4961 624,4965 -0,4 Fonte: Próprio autor. Tabela 2 – Lista de metabólitos assinalados no extrato hidroetanólico das sementes de X. sericea. (continua) N°. Tempo de retenção (min) Metabólitos m/z observada Aduto Massa Neutra observada Neutral mass (Da) Mass error (mDa) 1 0,60 Ácido 3-O- Cafeoilquínico 353,0875 -H 354,0947 354,09508 0,4 2 1,18 Ácido 3-O- Cafeoilquínico 353,0873 -H 354,0946 354,09508 0,5 3 1,26 Ácido 3-O- Cafeoilquínico 353,0872 -H 354,0945 354,09508 0,6 4 2,73 Kaempferol-3-O- ramnosilglicosídio 593,1513 -H 594,1586 594,15847 0,1 5 3,15 Quercetina-3-O- dipentosídio 625,1413 +CH3COO 566,1275 566,12717 0,3 (conclusão) 28 (continuação) N°. Tempo de retenção (min) Metabólitos m/z observada Aduto Massa Neutra observada Neutral mass (Da) Mass error (mDa) 6 3,31 Quercetina-3-O- dipentosídio 625,1417 +CH3COO 566,1278 566,12717 0,7 7 3,84 Quercetina-3-O- glicosilpentosídio 595,1305 -H 596,1378 596,13773 0,0 8 3,99 kaempferol-3-O- dipentosídio 609,1452 +CH3COO 550,1313 550,13226 1,0 9 4,22 Quercetina-3-O- glicosilpentosídio 595,1303 -H 596,1376 596,13773 0,1 10 4,47 Quercetina-3-O- dipentosídio 565,1196 -H 566,1269 566,12717 0,3 11 4,51 Afzelin 431,0973 -H 432,1046 432,10565 1,0 12 4,54 Quercetina-3-O- glicosídio 463,0874 -H 464,0947 464,09548 0,8 14 4,63 Kaempferol-3-O- glucosídio 447,0924 -H 448,0996 448,10056 0,9 15 4,64 Kaempferol-3-O- dipentosídio 565,1194 -H 566,1267 566,12717 0,5 16 4,74 Quercetina-3-O- glicosídio 463,0872 -H 464,0945 464,09548 0,1 17 4,77 Quercetina-3-O- ramnosilglucosídio 609,1456 -H 610,1529 610,15338 0,5 18 5,01 Quercetina-3-O- ramnosilpentosídio 579,1353 -H 580,1425 580,14282 0,3 19 5,05 Quercetina-3-O- arabnofuranosídio 433,0767 -H 434,0840 434,08491 1,0 20 5,36 Afzelin 431,0970 -H 432,1043 432,10565 1,4 21 5,42 Kaempferol-3-O- ramnosilglicosídio 593,1499 -H 594,1572 594,15847 1,3 22 5,49 Quercetina-3-O- glucosídio 447,0922 -H 448,0994 448,10056 1,1 23 5,53 Quercetina-3-O- dipentosídio 565,1195 -H 566,1268 566,12717 0,4 24 5,58 Quercetina-3-O- arabnofuranosídio 433,0769 -H 434,0842 434,08491 0,7 25 5,85 Kaempferol-3-O- glucosídio 447,0925 -H 448,0998 448,10056 0,8 26 5,98 Kaempferol-3-O- ramnosilglucosídio 593,1514 -H 594,1587 594,15847 0,2 27 5,98 kaempferol-3-O- pentosídio 417,0819 -H 418,0891 418,09000 0,9 28 6,07 Quercetina-3-O- ramnosilpentosídio 579,1351 -H 580,1424 580,14282 0,5 29 6,31 Quercetina-3-O- ramnosilpentosídio 579,1350 -H 580,1423 580,14282 0,6 30 6,77 kaempferol-3-O- dipentosídio 549,1244 -H 550,1317 550,13226 0,6 31 6,92 Quercetina-3-O- ramnosídio 447,0925 -H 448,0997 448,10056 0,8 32 8,27 Kaempferol 285,0394 -H 286,0467 286,04774 1,1 29 (continuação) N°. Tempo de retenção (min) Metabólitos m/z observada Aduto Massa Neutra observada Neutral mass (Da) Mass error (mDa) 33 13,80 ácido ent-labda- 15,16-epóxido- 8(17), 13(16), 14- trien18-óico 375,2169 +CH3COO, -H 316,2031 316,20384 0,8 34 15,21 ácido ent-labda- 15,16-epóxido- 8(17), 13(16), 14- trien18-óico 375,2168 +CH3COO 316,2030 316,20384 0,9 35 15,53 ácido ent-labda- 15,16-epóxido- 8(17), 13(16), 14- trien18-óico 375,2163 +CH3COO 316,2024 316,20384 1,4 36 15,93 ent-atisane-16alpha- ol-18-oic acid 379,2501 +CH3COO 320,2363 320,23514 1,1 37 16,11 ácido ent-labda- 15,16-epóxido- 8(17), 13(16), 14- trien18-óico I 375,2169 +CH3COO 316,2030 316,20384 0,8 38 16,26 ácido ent-labda- 15,16-epóxido- 8(17), 13(16), 14- trien18-óico I 375,2170 +CH3COO 316,2032 316,20384 0,7 39 16,42 Ácido 7beta- Hydroxytrachyloban- 18-oico 317,2122 -H 318,2194 318,21949 0,1 40 16,60 ent-18-nor-atisano- 4beta- hidroxiperóxido- 16alpha-ol 351,2536 +CH3COO 292,2398 292,24023 0,4 41 16,61 Ácido Traquiloban- 19-oico 361,2385 +CH3COO 302,2246 302,22458 0,1 42 16,64 Ácido 7beta- Hydroxytrachyloban- 18-oico 317,2117 -H 318,2190 318,21949 0,5 43 16,72 ácido ent-labda- 15,16-epóxido- 8(17), 13(16), 14- trien18-óico 375,2174 +CH3COO 316,2035 316,20384 0,3 44 16,77 Ácido ent-atisane- 16alpha-ol-18-oico 319,2272 -H 320,2345 320,23514 0,7 45 16,91 ácido ent-labda- 15,16-epóxido- 8(17), 13(16), 14- trien18-óico 315,1965 -H 316,2038 316,20384 0,1 46 17,03 Ácido 4-epi- transcomunico 359,2228 -H 360,2301 360,23006 0,0 47 17,09 ent-18-nor-atisano- 4beta- hidroxiperóxido- 16alpha-ol 351,2536 +CH3COO 292,2398 292,24023 0,4 30 (conclusão) N°. Tempo de retenção (min) Metabólitos m/z observada Aduto Massa Neutra observada Neutral mass (Da) Mass error (mDa) 48 17,23 Ácido 4-epi- transcomunico 359,2228 -H 360,2300 360,23006 0,0 49 17,24 Vielanina E 537,2845 -H 538,2918 538,29305 1,3 50 17,62 Vielanina D 597,3068 +CH3COO 538,2930 538,29305 0,1 51 17,62 Vielanina E 597,3068 +CH3COO 538,2930 538,29305 0,1 52 17,75 Ácido 7beta- acetoxytrachyloban- 18-oico 301,2171 -H 302,2244 302,22458 0,2 53 17,75 Ácido traquiloban- 19-oico 301,2171 -H 302,2244 302,22458 0,2 54 18,16 Geranylgeraniol 349,2741 +CH3COO 290,2603 290,26097 0,7 55 18,34 E-phytol 355,3213 +CH3COO 296,3075 296,30792 0,4 Fonte: Próprio autor. 4.4. Otimização do método de fingerprinting para análise química dos metabólitos 4.4.1. System Suitabilitty e Seletividade A seletividade foi determinada por análise e comparação de dados cromatográficos (tempo de retenção e pureza de pico) e por nenhuma coeluição visível entre o solvente e a amostra (Tabela 3). Deve-se notar também que os espectros de UV também foram examinados, não apresentando alterações. Assim, o método foi capaz de distinguir os analitos da matriz. O padrão de naringenina 0,100 mg/mL foi injetado cinco vezes e três injeções do diluente foram feitas para análise da seletividade do método. Tabela 3- Estudo da seletividade do método. (continua) Nº de injeções Tempo de Retenção (min) Área (mAU*min) Altura (mAU) N° de Pratos Teóricos (N) Pureza de Pico 1 8,879 4,5786 40,1241 39366 1000 2 8,883 4,7173 40,9489 39271 1000 3 8,887 4,7802 41,256 39184 1000 31 (conclusão) Nº de injeções Tempo de Retenção (min) Área (mAU*min) Altura (mAU) N° de Pratos Teóricos (N) Pureza de Pico 4 8,884 4,7093 41,0624 39661 1000 5 8,888 4,7359 41,4714 40200 1000 Média 8,884 4,704 40,973 39536 1000 DPR (%) 0,0036 0,0754 0,5142 0,0000 0,0000 Diluente 0,0000 mAU*min Interferência (%) 0,0000 Fonte: Próprio autor. 4.4.2. Precisão intermediária da amostra A precisão foi expressa como desvio padrão relativo (DPR) da repetibilidade e da análise de precisão intermediária com massas diferentes de material vegetal em triplicata. A repetibilidade foi determinada analisando o composto majoritário em nove repetições. Portanto, as análises foram realizadas em três níveis de concentração (baixo, médio e alto) dentro de um dia. O composto monitorado para a análise da semente foi o pico 5 de maior intensidade, como mostra a Figura 3, que corresponde ao composto 46 da Tabela 2, anotado como ácido ent-labda-15,16- epóxido8(17),13(16),14-trien18-óico. Para a análise da folha foi monitorado o pico 4 de maior intensidade indicado na Figura 2, que é correspondente ao composto 25 da Tabela 1 anotado como quercetina-3-O-dipentosideo. Tabela 4 - Precisão intermediária do extrato das sementes de X. sericea. (continua) Amostra Área (mAU*min) Composto 46 Média DPR (%) 30.1 5,5606 5,27577 4,28 30.2 6,0455 30.3 5,7212 32 (conclusão) Amostra Área (mAU*min) Composto 46 Média DPR (%) 60.1 8,8390 9,08850 3,94 60.2 8,9273 60.3 9,4992 90.1 13,6508 1,74757 6,86 90.2 12,6863 90.3 11,9056 Fonte: Próprio autor. Tabela 5 - Precisão intermediária do extrato das folhas de X. sericea. Amostra Área (mAU*min) Composto 25 Média DPR (%) 30.1 16,1895 15,5866 3,9806 30.2 15,6203 30.3 14,9500 60.1 24,0908 21,7117 11,8614 60.2 18,9771 60.3 22,0672 90.1 39,5246 39,7696 3,7248 90.2 38,4260 90.3 41,3581 Fonte: Próprio autor. Em ambos os extratos, as amostras preparadas com 30 e 90 mg de material vegetal obedecem ao critério de coeficiente de variação menor ou igual à 10%, mostrando que o método é preciso para essas concentrações. Entretanto, o extrato da folha preparado com 60 mg de material vegetal ultrapassa o valor limite para o coeficiente de variação e mostra um desvio padrão relativo maior do que as demais concentrações, indicando que houve algum erro experimental na preparação/análise da amostra a 60 mg. 4.4.3. Estabilidade da amostra O estudo da estabilidade, descrito na Tabela 5, foi realizado pela análise das áreas dos picos de maior intensidade em ambos os cromatogramas das amostras 33 preparadas com 60 mg de material vegetal. Verificou-se que as variações não foram superiores a 1,92% e 2,16% para o extrato das folhas e sementes, respectivamente, sugerindo que o método desenvolvido foi preciso. As recuperações dos componentes foram de 95,6–100% para a semente e de 99,2–105.0%, demonstrando que esse método é preciso. Além disso, a amostra permaneceu estável por pelo menos 24 h. Tabela 6 - Estabilidade dos extratos hidroetanolicos das folhas e sementes da X. serircea Fonte: Próprio autor. 4.5. Diversidade metabólica das folhas e sementes da X. sericea Utilizando a estratégia da base de dados da literatura, é possível observar que os metabólitos secundários majoritários nas folhas da X. sericea estão distribuídos em 16 alcaloides, 11 terpenos e 21 flavonoides. Todos esses compostos já foram descritos no gênero Xylopia, e desses apenas 5 flavonoides já foram identificados no 33 extrato das folhas de Xylopia sericea (GONTIJO et al., 2019). Analogamente, o processo de identificação da distribuição metabólica das sementes assinalou 21 terpenos, 29 flavonoides e 3 ácidos clorogênicos já descritos na literatura. Um exemplo de cada classe desses metabólitos secundários majoritários está ilustrado na Figura 5, na qual está presente a laurolitsina (a), pertencente à classe dos alcaloides, o ácido ent-labda-15,16-epóxido-8(17),13(16),14-trien18-óico (b) que pertence à classe dos diterpenos, o ácido 3-cafeoilquínico (c) que pertence à classe Amostra Data e Hora Área (mAU*min) Recuperação (%) Período de estabilidade (h) DPR (%) Composto 46 (semente) 30/10/20 00:20 8.87 100.00 0:00 1.92 30/10/20 00:53 8.83 99.5 0:32 30/10/20 01:25 8.84 99.6 1:05 30/10/20 6:19 8.66 97.6 5:59 30/10/20 7:25 8.48 95.6 7:04 30/10/20 7:57 8.56 96.5 7:37 31/10/20 5:40 8.51 96.0 29:20. Composto 25 (folha) 30/10/20 9:35 13.75 100.00 0:00 2.16 30/10/20 10:08 13.76 100.1 0:32 30/10/20 10:41 14.31 104.1 1:05 30/10/20 15:35 14.04 102.1 5:59 30/10/20 17:13 13.90 101.1 7:37 30/10/20 17:45 14.44 105.0 8:10 31/10/20 16:23 13.63 99.2 30:47: 34 dos ácidos clorogênicos e a quercetina-3-O-dipentosídeo (d) que é derivado de um flavonoide. A análise comparativa dos perfis fitoquímicos permite observar que as folhas possuem atividade antioxidante e antimicrobiana (GONTIJO et al., 2019) devido à alta presença de alcaloides e flavonoides. O perfil fitoquímico das sementes aponta a presença majoritária de terpenos e flavonoides, que explica as atividades antiinflamatória e bactericida do óleo essencial da X. sericea (MENDES et al., 2017). A comparação entre os perfis fitoquímicos das folhas e sementes da X. sericea pode ser mais bem observada na Figura 6. Figura 5. Diferentes classes de metabólitos secundários anotados. Fonte: Próprio autor. Figura 6. Perfil metabólico dos extratos das sementes (a) e folhas (b) de X. sericea. Fonte: Próprio autor. (a) (b) 35 5. CONCLUSÃO O gênero Xylopia é conhecido na medicina popular por conter uma grande variedade de metabólitos secundários com atividade biológica registrado na literatura, dos quais os flavonoides e alcaloides constituem majoritariamente o perfil químico do gênero. Nesse trabalho, cinquenta e um metabólitos foram anotados utilizando cromatografia líquida de ultra-alta eficiência acoplada a espectrometria de massas (UHPLC-QTOF/MSE) e utilizando o software UNIFI. Essa metodologia permitiu a anotação do perfil metabólico dos compostos já relatados para o gênero Xylopia de maneira qualitativa e rápida. A abordagem aqui descrita é útil para agregar conhecimento aos subprodutos da cadeia produtiva de X. sericea que é uma matriz com promissora atividade biológica, possibilitando assim, que no futuro a comunidade de Furquim possa obter vantagem econômica na exploração sustentável dos arranjos produtivos da biodiversidade. 36 REFERÊNCIAS 1MAAS, P.,Lobão, A.,Rainer, H. 2015. Annonaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: . Acesso em: 24 fev. 2020 2SANTOS, D. Y. A. C.; SALATINO, M. L. F. Foliar flavonoids of Annonaceae from Brazil: Taxonomic significance. Phytochemistry, v. 55, n. 6, p. 567–573, 2000. 3ADETEGHA, S. A. et al. A comparative study on the antioxidativeactivities, anticholinesterase propertiesand essential oil composition of Clove (Syzygium aromaticum) bud and Ethiopian pepper (Xylopia aethiopica). Rivista Italiana delle Sostanze Grasse, v. 92, n. 4, p. 257–268, 2015. 4CHAVES, T. L. et al. 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