UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA" INSTITUTO DE ARTES DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS ANA LUIZA BOZOLLAN FERREIRA TATUAGENS: ESTIGMAS E ESTEREÓTIPOS NO MERCADO DE TRABALHO SÃO PAULO 2022 1 2 ANA LUIZA BOZOLLAN FERREIRA TATUAGENS: ESTIGMAS E ESTEREÓTIPOS NO MERCADO DE TRABALHO Trabalho apresentado no curso de graduação da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita" em bacharelado e licenciatura em Artes Visuais. Orientação: Rejane Galvão Coutinho SÃO PAULO 2022 3 Ficha catalográfica desenvolvida pelo Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Artes da Unesp. Dados fornecidos pelo autor. F383t Ferreira, Ana Luiza Bozollan, 1999- Tatuagem: estigmas e estereótipos no mercado de trabalho / Ana Luiza Bozollan Ferreira. - São Paulo, 2021. 71 f. : il. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rejane Galvão Coutinho Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado e Licenciatura em Artes Visuais) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes 1. Tatuagem. 2. Mercado de trabalho. 3. Marcas corporais. 4. Usos e costumes. 5. Discriminação no emprego. I. Coutinho, Rejane Galvão. II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes. III. Título. CDD 709.040752 Bibliotecária responsável: Laura M. de Andrade - CRB/8 8666 4 5 Ana Luiza Bozollan Ferreira TATUAGENS: ESTIGMAS E ESTEREÓTIPOS NO MERCADO DE TRABALHO Trabalho de Conclusão de Curso, Instituto de Artes UNESP, apresentado como requisito parcial para formação em bacharelado e licenciatura em Artes Visuais. Dissertação aprovada em: 21/02/2021 Banca examinadora Rejane Galvão Coutinho Instituto de Artes Unesp - Orientadora Luciana Martins Instituto de Artes Unesp Mays Potenza Professora de Arquitetura e Interiores 6 RESUMO Trabalho de Conclusão de Curso de Artes Visuais, Instituto de Artes UNESP, apresentado em 21/02/2021 (21 de fevereiro de 2021), tendo como orientadora Rejane Galvão Coutinho, que fez parte da banca avaliadora ao lado de Luciana Martins e Mays Potenza. O dado trabalho sonda a prática da tatuagem na contemporaneidade e como esta é vista dentro do mercado de trabalho, quais as adversidades que as pessoas tatuadas enfrentam ao procurar emprego e as perspectivas para o futuro do mercado. O trabalho foi realizado em duas partes: a primeira, por meio de uma pesquisa histórica da origem da prática. A segunda, por pesquisas disseminadas online. Palavras-chave: tatuagem; tattoo; modificação corporal; preconceito. 7 ABSTRACT Visual Arts Final Paper, UNESP Art Institute, introduced in 21/02/2021 (February 21, 2021), having as advisor Rejane Galvão Coutinho, who participated on the examining board with Luciana Martins and Mays Potenza. The final paper searches about the tattoo practice in contemporaneity and how this is seen in the work market, what adversities the tattooed people face while searching for a job and the perspectives for the market. This work was made in two pieces: the first, through a historic search about the practice origin. The second, through online searches. Keywords: tattoo; body modification, prejudice. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..……… 6 2. HISTÓRIA …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…………… 8 3. VISÃO ATUAL DA PRÁTICA …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……. 13 4. PRECONCEITOS …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…………… 15 5. A TATUAGEM NO MERCADO DE TRABALHO …..…..…..…..……..…..…..……… 16 5.1. Licenciatura e tatuagem …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..…… 20 6. A LEI E A MODIFICAÇÃO CORPORAL …..…..…..…..……..…..…..…..……..….… 25 7. METODOLOGIA DE PESQUISA …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…… 26 8. RESULTADOS DA PESQUISA …..…..…..…..……..…..…..…..……..…….…..…..… 27 IDADE …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..…………..…..…..…..…….… 27 GÊNERO …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…. 30 PROFISSÃO …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..…….. 32 TATUAGEM E ÁREA DE TRABALHO …..…..…..…..……..…..…..…..……..……..… 34 TATUADO, NÃO TATUADO, TATUADOR …..…..…..…..……..…..…..…....…..…..… 35 OPINIÕES ACERCA DE MODIFICAÇÕES CORPORAIS …..…..…..…………….… 37 A PROCURA POR EMPREGOS E A INTERFERÊNCIA DA TATUAGEM ………... 38 OPINIÕES ACERCA DA INTERFERÊNCIA DA TATUAGEM NO MERCADO DE TRABALHO …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…..….... 39 TATUAGEM NAS SALAS DE AULA …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…. 40 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..………..… 41 10. ANEXOS …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..….. 43 ANEXO 1 - PROFISSÃO ……..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..…….…. 43 ANEXO 2 - TATUAGEM E ÁREA DE TRABALHO ………..…..…..…..……..……..… 48 ANEXO 3 - OPINIÕES ACERCA DE MODIFICAÇÕES CORPORAIS …..…..…….. 49 ANEXO 4 - OPINIÕES ACERCA DA INTERFERÊNCIA DA TATUAGEM NO MERCADO DE TRABALHO …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..……...… 55 ANEXO 5 - TATUAGENS NA SALA DE AULA …..…..…..…..……..…..…..…..…….. 61 11. REFERÊNCIAS …..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…..……..…..…..…….. 68 9 1 INTRODUÇÃO A tatuagem sempre me fascinou, desde muito antes de eu ter noção de como era feita. A ideia de ter um desenho permanentemente esboçado na pele era ao mesmo tempo miraculosa e sedutora. Cresci vendo as tatuagens em desenhos de televisão, como o marinheiro Popeye e várias representações de bandidos e caras maus nas novelas da tarde. Desde muito pequena, a arte em todas as suas formas circunda minha vida, mas a paixão pela tatuagem surgiu bem depois. Foi preciso que eu entrasse no Instituto de Artes e descobrisse pessoas incríveis que me fascinaram ao exibir as próprias artes na pele ou mesmo mergulhavam de cabeça nas façanhas de tatuar os outros. Lembro-me de pensar o quão incrível seria ter os meus desenhos na pele das pessoas. Elas poderiam levar um pedaço de mim junto com elas até seus últimos dias. E a ideia que mais me atraía, entretanto, era a de eu mesma eternizar meus desenhos nos outros. Foi como a visão de tatuar me trouxe aqui hoje, pesquisando sobre o tema. Quando fiz minha primeira tatuagem, aos dezoito anos, quatro anos atrás, lembro-me de meu irmão me dizendo que "uma ou outra, escondidinha, tudo bem. O problema é fazer algo muito exposto. Como vai conseguir emprego?". Não me preocupei. Afinal, eu queria ser artista. Entretanto, até hoje essa cena não me deixa a memória. Algum tempo depois, ele mesmo estampou a panturrilha com um dragão e hoje trabalha em cargo influente dentro da empresa de atuação. Foi a primeira vez que a pergunta se concretizou para mim: "Ter tatuagens interfere em nossa aceitação no mercado de trabalho?". Desde então, a ideia amadureceu até tornar-se hoje meu trabalho de conclusão de curso. Para o desenvolvimento do trabalho de pesquisa, iniciei dividindo-o em duas partes. Primeira, a pesquisa em livros e sites, para ampliar minha visão sobre o tema, material que compartilho nas referências bibliográficas ao final do trabalho. Segunda, uma pesquisa por questionário disseminado online pelas redes sociais para sondar como outras pessoas encaram a questão. 10 Na primeira parte do trabalho aqui apresentado, abordo a história da prática da tatuagem e os fatos imutáveis a serem levados em consideração para uma análise reflexiva e aponto estudos de casos de pessoas que tiveram interferência em seus trabalhos por conta dos desenhos em suas peles ou de outras práticas de modificação corporal, como piercings e escarificações. Em seguida, na segunda parte, analiso com base nos dados coletados o questionário respondido por 71 indivíduos de diferentes idades e áreas de atuação, discorrendo acerca de suas respostas. Mediante este cenário, aprofundei-me no processo pela busca de dados específicos e relevantes para a conclusão deste tema. 11 2 HISTÓRIA A história nos deixa uma herança e, para chegarmos ao fundo da questão, temos que primeiro olhar para trás. Não há certeza da origem desta prática, mas temos registros que constam que a inscrição no corpo é uma convenção que data de pelo menos 5.300 anos. O homem de Ötzi, como ficou conhecido, é uma múmia natural que foi descoberta incrivelmente bem preservada na fronteira entre Áustria e Itália em 1991. Quando seu corpo foi analisado, descobriram 61 marcações que assemelham-se ao que hoje chamamos de tatuagem. Após investigações historiográficas e pesquisas, os especialistas concluíram que os desenhos eram provavelmente desenvolvidos na pele a partir de cinzas de lareira ou fuligem. Foi apontado também que as marcações estavam reproduzidas sobre degenerações ósseas, o que nos leva a inferir que, para a cultura do Homem de Ötzi, a tatuagem tinha ligação direta com a medicina ou mesmo a religião. (BARREIROS, Isabela. 2020) Figura 1 - Algumas das tatuagens do homem de Ötzi Fonte: EURAC / M.Samadelli / M.Melis Figura 2 - Homem de Ötzi 12 Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/extensa-lista-dos-problemas-de-saude-de- otzi-o-famoso-homem-de-gelo.phtml, 2020 Diversas foram as significações da tatuagem ao longo do tempo, carregando signos diversos, castas sociais, poder, cultura, religião, e até mesmo a marginalidade. Temos registros inclusive da prática na pré-história, onde as estatuetas humanas exibiam figuras representadas por sua extensão corporal (Rodrigues, 2016). Não podemos deixar de abordar os antigos egípcios, que eram abertamente adeptos da prática. Em múmias milenares foram descobertos diversos tipos de desenhos espalhados pelos corpos. Foram encontradas tatuagens na espinha dorsal e formas espiraladas no baixo ventre, supondo-se que acreditavam que assim selariam um ritual de fertilidade. Por muito tempo acreditamos que eram apenas as mulher egípcias que se tatuavam, pois não tínhamos ainda indícios de tatuagens em múmias do sexo masculino, o que mudou com descobertas recentes de historiadores. A tatuagem no Egito também data de aproximadamente 5.000 anos (GEGGEL, 2018). Por exemplo, essa figura feminina revela tatuagens claramente expostas em seu corpo mumificado: 13 https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/extensa-lista-dos-problemas-de-saude-de-otzi-o-famoso-homem-de-gelo.phtml https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/extensa-lista-dos-problemas-de-saude-de-otzi-o-famoso-homem-de-gelo.phtml https://www.livescience.com/author/laura-geggel Figura 3 - Múmia do Egito Antigo encontrada com tatuagens (Imagem: Fonte: http://arqueologiaegipcia.com.br/tag/tatuagens-no-egito-antigo/) "Embora tenhamos a tendência de pensar que a pré-história era primitiva e bastante simples, está claro que essa era uma época sofisticada e as pessoas devem ter parecido incríveis", disse Renée Friedman, diretora da Expedição Hierakonpolis, liderada pelo Ashmolean Museum da Universidade de Oxford, no Reino Unido. "Isso foi uma revelação porque nós realmente não podíamos ver as tatuagens nessas outras duas mulheres sem a câmera [infravermelha]", disse Friedman. "Isso me deu a ideia de que muito mais tatuagens podem ser detectadas e a tradição pode ir muito mais longe do que o Império Médio" (GEGGEL, Laura. 2018). Na Indonésia, os Maoris eram identificados dentro de suas famílias pelas tatuagens que levavam na pele, além destas serem usadas para demonstrar a posição do indivíduo dentro da tribo e para contar a sua história de vida 1. Encontramos também na história a tatuagem relacionada aos antigos gregos, que viam a marcação no corpo como forma de punição e castigo, símbolo de escravidão e prática de delitos. Seus escravos fugitivos, quando recapturados, traziam a seguinte mensagem na testa: "Pare-me, sou um fugitivo". Sendo assim, os tatuados eram mal vistos na Grécia Antiga, onde os que puderam se libertar e se reestruturar na sociedade submetiam-se à dolorosas práticas de marcação na pele 14 https://www.livescience.com/author/laura-geggel para a criação de cicatrizes que cobrissem os desenhos de seu passado (ARAUJO, 1977. p 32). Durante a Idade Média, a tatuagem foi banida por associação a crenças pagãs. Qualquer cicatriz na pele poderia levar a pessoa à fogueira. Essa conduta tomou como base o cânone de que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e que, portanto, não cabia a ele buscar alterá-lo por qualquer motivo. Não nos esqueçamos do terrível holocausto, onde os nazistas aproveitaram de sua perversidade para marcar a pele dos judeus com os números de registro que levavam na jaqueta, sabendo que a religião judaica também não permitia a prática no corpo (RODRIGUES, 2016. p 19). No Japão, a tatuagem foi usada por muito tempo para marcar delinquentes e depois apropriada pelas organizações criminosas, que passaram a usá-la para identificar seus membros internos. Tal prática durou até 1870. Vemos até hoje, por lá, uma permanente exclusão e marginalização de indivíduos tatuados (KAWANAMI, 2014). Temos aqui no Brasil o caso dos indígenas, que usam as tatuagens como simbologia de etnias, de ritos de passagem e conexão com a natureza, mas não foi a cultura indígena que popularizou a prática no Brasil 2. Em 1769, o navegador inglês James Cook entrou em contato com os maoris e seus corpos pintados com desenhos feitos de tintas naturais e um martelo artesanal. A palavra que os maoris usavam para se referirem aos desenhos era “tu tahou”, que a tripulação inglesa convencionou “tattoo”. A partir daí, a prática popularizou-se por entre os marinheiros, que reproduziam na pele grandes embarcações, caveiras e o que mais suas imaginações lhes trouxessem. 3 Foi como a tatuagem chegou ao porto de Santos no século XIX, instalando-se em periferias e lugares precários entre habitantes de pouca condição financeira e influência social. A tatuagem tornou-se popular em guetos e prostíbulos, entre criminosos, desocupados, lutadores de rua e prostitutas. Ganhou aí sua denotação marginal como primeiro contato com o povo brasileiro. 4 Esta breve introdução acerca da história da tatuagem em diversos lugares do mundo está longe de ser devidamente aprofundada, já que não é o foco da 15 pesquisa. Entretanto, divagando e inquirindo, podemos reconhecer que talvez sejam por essas origens que o preconceito ainda está tão presente nos dias de hoje. 16 3 VISÃO ATUAL DA PRÁTICA Hoje em dia as tatuagens desempenham um papel completamente divergente em relação às suas origens, que vimos brevemente abordadas no capítulo anterior. Isso nos leva a refletir acerca do motivo do procedimento atualmente ser tão disseminado e evoluído, sendo que, de cerca de dez anos para cá, tivemos um progressivo desenvolvimento dos materiais e técnicas, além de pesquisas tecnológicas rondando o meio gradualmente e regulamentações rígidas impostas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Século XXI. Estamos cercados, todos os dias e a todo momento, por questões estéticas difundidas pela globalização e urbanização que alcançam seu ápice nos dias atuais. Em paralelo, nunca antes vivemos em uma época em que o culto à imagem do corpo foi tão grande, como bem exposto na pesquisa de Beatriz Pires, em O Corpo Como Suporte da Arte. Estamos cercados pela estética a todo momento. Somos inseridos no meio, querendo ou não, ainda mais com todo o nosso acesso à internet, redes sociais e mídias. Temos acesso a academias em cada esquina, massagens modeladoras, tinturas de cabelo e unhas, dietas da moda, bronzeamentos artificiais, salões de beleza, além de cirurgias estéticas. Temos a liberdade de praticamente criar nossa imagem do zero, de um corpo "cru". As tatuagens entram na lista junto com piercings, escarificações e outras formas não tão bem vistas de modificação corporal. Diferente de nossos antepassados, a civilização contemporânea - e principalmente a urbanizada - usa das marcações na pele para fins estéticos, como gravar belos desenhos, homenagear parentes e amores, mensagens a recordar, trechos de canções, e o que mais a imaginação nos possibilitar. Se hoje podemos nos tatuar, implantar piercings e fazer cirurgias de mudança de sexo, por exemplo, temos com clareza que o ser humano chegou ao seu ápice de dominação sobre o próprio corpo (PIRES, 2005. p 18). Inferimos então que o principal motivo para uma pessoa atualmente decidir marcar a própria pele com um procedimento invasivo é a necessidade que temos, 17 desde sempre, como seres humanos, de nos encaixarmos nos arquétipos estéticos aos quais estamos inseridos, de um modo ou de outro (PIRES, 2005. p 20). Entretanto, temos ainda muitos preconceitos que rondam a temática. É o que aprofundaremos nos tópicos a seguir. 18 4 PRECONCEITOS O preconceito, por definição, é uma opinião concebida sem base, sem conhecimento ou análise acerca de determinado tema. Temos como convenção de algo que carrega uma conotação de intolerância e discriminação (NEVES,. 2018). De onde surgem, afinal, os preconceitos relacionados à prática da tatuagem? Grande parte do preconceito surge da história. Como vimos, por exemplo, no Brasil, as primeiras pessoas a exibirem tatuagens na pele foram "marinheiros, drogados, promíscuos, prostitutas e outros considerados depravados, povos periféricos de bairros conhecidos por sua má índole no litoral do país", como explicitado no livro de Apoenan Rodrigues; Tatuagem: Dor. Prazer. Moda. E Muita Vaidade. Tal fato desenrolou-se em um estigma que vemos presente nas falas do senso comum até hoje, principalmente dos mais antigos - conservadores, idosos. A tatuagem tornou-se um símbolo de baderna e marginalidade. Mesmo com toda a tecnologia que circunda a prática hoje em dia, toda a supervisão da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre a qualidade dos materiais, todos os conhecimentos desenvolvidos no que se refere à biossegurança e assepsia, além da crescente alta da procura por profissionalização, ainda temos a infâmia com a modificação corporal, não sendo vista com os mesmos olhos que uma cirurgia com fins estéticos, por exemplo, consideravelmente mais agressiva ao corpo do que uma tatuagem. De diversas bocas ouvimos discursos que condenam a prática por introdução de tinta na pele, a agressão por meio da inserção repetida de agulhas na derme e discursos mais retrógrados que desaprovam a modificação corporal, defendendo a beleza do corpo como algo puro e que não deve ser mudado. Isso nos leva a pensar: até que ponto os preconceitos com a prática interferem na vida de pessoas tatuadas, principalmente no mercado de trabalho? O que nos garante que podemos ter a liberdade de exibir a arte na pele sem consequências em nossas atuações como profissionais no futuro? 19 5 A TATUAGEM NO MERCADO DE TRABALHO ESTUDOS DE CASOS Estão aqui presentes alguns casos de preconceito vividos por figuras do mundo inteiro e seus relatos. Alaor Vieira, BR “Se pudesse, eu tiraria as tatuagens. O que me incomoda é o olhar humano. Eu tiraria para me adaptar melhor à sociedade”, Alaor Vieira, 49 anos, ex-bartender, para o livro Tatuagem: Dor. Prazer. Moda. E muita vaidade, de Apoenan Rodrigues. Figura 4 - Alaor em 1995, 2005 e 2015 Fonte: Projeto Decanos, 16 personagens em três tempos, com fotos de Armando Prado. Pernambucano recifense, Alaor Vieira, com atualmente 67 anos, foi bartender do histórico clube noturno Madame Satã entre as décadas de 1980 e 1990. Em 20 1995, Alaor era uma das míseras quinze pessoas do mundo inteiro que exibiam tatuagens pelo rosto, causando grande impacto na sociedade da época. Chegou a ser querido e temido. Suas tatuagens, que cobriam o corpo inteiro, lhe davam um ar rígido, sério, que contrastava com sua personalidade gentil. Apesar de exibir com orgulho as tatuagens e afirmar que não foram feitas por pura estética, e sim, por desenvolvimento espiritual - prática que aprendeu em uma viagem à Austrália com tribos nativas - Alaor reitera: “É fascinante esse lance de me acharem belo e horripilante ao mesmo tempo [...] Mas, se pudesse, eu tiraria as tatuagens. O que me incomoda é o olhar humano. Eu tiraria para me adaptar melhor à sociedade. As pessoas ainda não estão preparadas para esse tipo de trabalho artístico e, na verdade, nem eu. Quero estar em harmonia com o mundo. Mas o que fazer? Todo escolhido tem uma marca.” (RODRIGUES, 2016. p 9). Nas páginas em que Apoenan Rodrigues discorre sobre a vida de Alaor, vemos um evidente efeito das tribos aborígenes da Austrália sob as tatuagens do homem, que começou a estudar rituais africanos e a marcação na pele após aquele breve contato que mudou sua vida. Alaor afirma que a tatuagem no ocidente é ego, vaidade, e ele não as fez por exibicionismo. Apesar de sua pele trazer para si carregada significância espiritual, o homem arrependeu-se pelo olhar que a sociedade impôs sobre ele. Jef, Reino Unido "Tenho tatuagens nos dois braços inteiros e meu empregador anterior declarou que os funcionários tinham que cobrir todas as tatuagens durante o horário de trabalho, o que eu achei errado porque outros membros da equipe foram autorizados a usar brincos, o que também é uma forma de modificação do corpo. A regra tem que valer para todos", conta Jef para a BBC News Brasil. 5 Figura 5 - Jef com traje informal - à esquerda - e com o que utiliza diariamente na empresa em que trabalha - à direita. 21 (Foto: BBC News Brasil) Amii Parr, Reino Unido "Eu já vi reações muito diferentes à minha arte. Acho que como eu sou tão jovem e com tantas tatuagens, as pessoas ou amam e me acham corajosa ou odeiam e me insultam, usando minhas tatuagens como munição", conta Amii para a BBC News Brasil. Figura 6 - Amii Parr e suas tatuagens 22 (Foto: BBC News Brasil) "Trabalho duro, pago minhas contas, faço trabalho de caridade para animais e ainda me xingam de nomes nojentos sem razão. A arte que eu tenho não é nem ofensiva. Só porque eu sou tatuada não significa que eu seja desagradável, assustadora ou estúpida." 6 São diversos os relatos como o de Alaor, o de Jef e o de Amii, que corajosamente expuseram para o mundo suas vidas e os preconceitos que viveram por exibir suas artes na pele, perdendo oportunidades ou deixando de crescer em suas áreas de especialização e atuação pela descrença de terceiros em suas habilidades, julgando-os superficialmente e sem fundamentação. São diversas também as situações em que a empresa não deixa de contratar o tatuado, mas o obriga a esconder suas tatuagens com a roupa ou fita adesiva. 7 23 5. 1 LICENCIATURA E TATUAGEM; COMO AS ESCOLAS E INSTITUIÇÕES DE ENSINO REAGEM A PROFISSIONAIS TATUADOS Vimos alguns exemplos de como a modificação corporal influencia na hora de se procurar um emprego. Sendo assim, como a tatuagem, nos dias atuais, influencia ou pode vir a influenciar na vida de profissionais da educação? Celso Pfister, BR: Figura 7 - Celso Pfister, professor de Educação Física em Limeira, São Paulo. (Foto: Celso Pfister/ Arquivo Pessoal de Celso Pfister) Em 2015, o professor Celso Pfister Junior, com seus 37 anos, registrou na 24 Polícia Civil uma denúncia: estaria sendo "perseguido" pela diretoria da escola em que lecionava como professor de Educação Física por suas tatuagens expostas, em Limeira, São Paulo. "Desde o início do ano letivo, tive minhas aulas interrompidas por gestores da instituição por causa de minhas tatuagens e piercing, cinco vezes. A direção pediu que eu colocasse uma fita adesiva sobre meu brinco”, contou em entrevista para o G1. Por parte dos docentes e principalmente dos alunos, Celso afirma nunca ter recebido nenhum tipo de preconceito ou julgamento. Pelo contrário, se dá bem com os outros professores e recebe elogios constantes de seus alunos por suas tatuagens. Pfister atua como educador físico em escolas desde 2012 e confirma nunca ter tido problemas acerca de sua imagem até atuar na Rede Estadual de Limeira. (ASSENCIO. 2015). 8 "Cheguei a ouvir da direção que, com essas tatuagens, não arrumaria emprego". Sylvain Helaine, FR Sylvain Helaine, 36 anos, é considerado o homem mais tatuado da França. Tem o corpo inteiro coberto por tatuagens, incluindo rosto, língua e olhos. No âmbito da tatuagem, recebe o apelido de Freaky Hoody. Figura 8 - Sylvain Helaine, professor Francês, conhecido no ramo da tatuagem como Freaky Hoody. 25 (Getty Images) "Vou continuar me tatuando para sempre, porque, quando você tem paixão por algo, você não quer parar. Por isso, comecei minha segunda camada e, depois da segunda camada, farei uma terceira, depois uma quarta e uma quinta. Farei até ficar totalmente preto no fim das contas", contou em entrevista. Apesar de alguns considerarem sua aparência fascinante, nem sempre é assim. Em 2019, lecionando para o jardim de infância, Helaine conta que os pais de uma criança de três anos, nem mesmo seu aluno, teve pesadelos com ele e sua aparência após vê-lo pelos corredores da escola. Meses depois, Sylvain foi demitido e tirado de sala de aula. Espera mostrar aos seus alunos que devem aceitar pessoas que são diferentes da norma. "Talvez quando forem adultos sejam menos racistas, menos homofóbicos e mais abertos", disse. Pelas autoridades foi sugerido que o homem atuasse na educação de crianças de mais de seis anos, com o argumento de que sua aparência poderia assustar menores. 9 O caso de Helaine é complicado e causa controvérsias. Por um lado, é fato que o homem não poderia ser demitido com justificativa em sua aparência. Por outro, é de reconhecimento que suas modificações corporais não assemelham-se ao 26 que as crianças, principalmente, estão acostumadas a ver. Nessa idade, de 3 a 5 anos, os maiores exemplos da criança são as figuras que ela tem em casa. A imagem de alguém tão divergente como Helaine pode vir a assustar, principalmente pelos olhos negros cirurgicamente modificados. Karla Valentine, Reino Unido Karla, com atuais 42 anos, atuava como ajudante em uma escola no Reino Unido em 2014. Enquanto o clima era frio, suas tatuagens ficavam cobertas. Assim que chegou o verão e as mangas caíram, Karla começou a ter problemas. "Logo me enviaram um guia com regras sobre como se vestir. Dizia que tatuagens visíveis e piercings no rosto não eram um bom exemplo para crianças e deveriam ser cobertos", contou ao BBC News Brasil. Figura 9 - Karla Valentine em estúdio de tatuagem (Foto: BBC News Brasil) 27 "Eu era boa no meu trabalho com as crianças e elas aparentavam gostar das minhas tatuagens. Meio que comecei uma campanha, mas eu não queria trabalhar num ambiente onde diziam-me que eu não podia fazer o trabalho porque tinha tatuagens e piercings". Karla Valentine pediu demissão logo em seguida, uma semana depois, achando incongruente ter que lutar e explicar o porquê de ser uma boa profissional, apesar dos desenhos inofensivos em seu corpo. 10 28 6 A LEI E A MODIFICAÇÃO CORPORAL; O QUE DIZ A LEI SOBRE O TRATAMENTO DE PROFISSIONAIS TATUADOS DENTRO DA EMPRESA Segundo advogados, a lei não permite que nenhum recrutador obrigue seus funcionários a cobrir suas tatuagens - com fita adesiva ou mesmo a roupa - e são proibidos de ameaçá-los de demissão por causa destas. 11 “É inconstitucional discriminar uma pessoa porque ela tem uma tatuagem. O funcionário pode pedir uma indenização por danos morais por estar sendo tolhido de sua liberdade, e há um precedente sobre isso importante do Supremo Tribunal Federal” (KFOURI, 2018). Segundo a legislação brasileira, a prática da tatuagem não é um motivo válido para a demissão por justa causa, conforme cita o Art. 482 da CLT. Além disso, a Lei n° 9.029/95 explicita como crime a discriminação de pessoas com tatuagem e piercing no ambiente de trabalho. 12 29 7 METODOLOGIA DE PESQUISA Para a investigação e pesquisa da opinião pública acerca do tema, desenvolvi um formulário online que disseminou-se pela rede e foi respondido por pessoas de diferentes idades, classes, pensamentos e opiniões. Vale ressaltar que, como trata-se de uma pesquisa feita por meios eletrônicos, os participantes certamente resumiram-se em indivíduos com acesso à internet e conhecimento básico para a navegação em rede. Com a reunião das respostas dos entrevistados, os dados foram analisados em gráficos e comparados com pesquisas prévias, com resultados cercados de apontamentos relevantes para questões de múltipla escolha e dissertativas. As questões presentes no formulário foram: ● Nome (não obrigatório); ● Idade; ● Gênero - feminino, masculino, outro; ● Qual sua profissão? ● No seu ambiente de trabalho é permitido ter tatuagens? ● Você é - tatuador, tatuado, não possui tatuagens; ● Quantas tatuagens possui? ● Qual sua opinião geral acerca de modificações corporais? (Tatuagem, piercing, escarificação, cirurgias estéticas, pintura de cabelo, etc); ● Acha que as tatuagens interferem na hora de procurar emprego? - sim, não; ● Acha que as tatuagens da pessoa deveriam ser levadas em consideração antes da mesma entrar no mercado de trabalho? Por quê? ● Para lecionar para crianças e adolescentes, acha que o professor pode ter tatuagens à mostra? Por quê? 30 8 RESULTADOS DA PESQUISA O formulário que circulou por redes sociais como facebook, instagram e whatsapp entre 21 de setembro de 2021 a 30 de novembro de 2021, foi respondido por 71 indivíduos. Para uma melhor formulação das questões e análises de respostas, as questões foram divididas em tópicos. IDADE Figura 10 - Gráfico das Idades dos 71 participantes da pesquisa (Imagem: gerada por Google Docs) A pesquisa abrangeu participantes de 18 a 70 anos, sendo a coluna da esquerda a idade dos entrevistados e a da direita a quantidade de participantes que corresponde a tal: 18 anos 1 19 anos 1 20 anos 2 21 anos 13 22 anos 9 31 23 anos 12 24 anos 4 25 anos 2 26 anos 2 27 anos 1 31 anos 1 32 anos 1 33 anos 4 34 anos 3 36 anos 1 37 anos 1 38 anos 2 41 anos 2 45 anos 1 48 anos 2 49 anos 2 52 anos 1 53 anos 1 65 anos 1 70 anos 1 A tatuagem configura-se como lesão corporal de natureza grave, que resulta em deformidade permanente (Art. 129 §1º, III do CP), fixado pela 9ª Câmara de Direito Criminal do TJSP e portanto só pode ser realizada após a maioridade. 13 Pela coleta de dados da pesquisa, vemos que todos os participantes estão dentro do público que pode, dentro da lei, levar uma tatuagem na pele. Apesar de não termos respostas de um público mais jovem - menor de idade - temos respostas 32 de indivíduos com mais de cinquenta anos que vivenciaram a transição da tatuagem de marginalização e criminalidade para estética e cultura popular na sociedade atual. 33 GÊNERO Figura 11 - Gráfico de gêneros dos participantes da pesquisa (Imagem: gerada por Google Docs) Obtivemos mais respostas de mulheres que de homens na realização da pesquisa. Dos 71 envolvidos: 45 (63, 4%) gênero feminino 25 (35,2%) gênero masculino 1 (1,4%) outro gênero A tatuagem nasce no Brasil como uma prática a ser disseminada predominantemente sobre o público masculino, em um primeiro momento. Os marinheiros, como vimos, exibiam os traços mais grosseiros e preenchidos com pinturas chapadas, estilo que hoje denominamos old school. Hoje, entretanto, o meio da tatuagem é bastante heterogêneo, onde tanto homens quanto mulheres encantam-se com a ideia de tatuar e serem tatuados(as). 34 Foi o público feminino, todavia, que se predispôs mais a responder às questões. 35 PROFISSÃO Quanto à profissão dos entrevistados, os desenlaces presentes nos formulários foram agrupados para melhor compreensão e análise. Ao todo obtivemos 61 respostas para a questão não obrigatória. Para ver as respostas completas dos entrevistados, visite o anexo 1. Estudantes 12 (19,6%) Artistas 14 (23%) Profissionais da área da saúde 6 (9,8%) Atuantes em empresas e setores administrativos 13 (21,3%) Profissionais da educação 4 (6,5%) Outros 12 (19,6%) Catorze (14) dos sessenta e um (61) (23%) que responderam ao questionário atuam em áreas correlacionadas às artes em todo o seu âmbito de agrupamento. A tatuagem, sendo considerada por muitos como uma "arte na pele", tende a ser apreciada por artistas, o que pode vir a influenciar nos resultados das seguintes questões a serem discorridas. Em contrapartida, tivemos seis (6) (9,8%) dos entrevistados atuando em áreas de saúde e treze (13) (21,3%) atuando dentro de empresas e setores administrativos. Por ser considerado por lei como um procedimento invasivo, apesar das biosseguranças desenvolvidas nas últimas décadas, muitos dos profissionais de saúde são contra a prática e, portanto, é possível que vejamos opiniões que batem de frente nas discussões do questionário. Quanto aos setores empresariais, vimos que muitos dos problemas com os empregos dos funcionários tatuados ocorre dentro dessas áreas, o que possivelmente nos possibilitará uma visão mais 36 panorâmica e aprofundada dos relatos em primeira pessoa de quem viveu - e vive - as situações no dia-a-dia. 37 TATUAGEM E ÁREA DE TRABALHO DOS ENTREVISTADOS Os participantes responderam à questão: No seu ambiente de trabalho é permitido ter tatuagens? Majoritariamente, as respostas foram: sim, é permitido. Nenhuma das respostas foi negativa, sendo apenas uma com conteúdo de dúvida - "acho que sim". Entretanto, não pararam por aí. Por se tratar de uma questão dissertativa e aberta para pronunciamento, mais da metade dos entrevistados adicionou adendos importantes. ● "No trabalho formal já recebi "cartões verdes" para ter ou fazer tatuagens, mas sempre com um olhar velado de qual o local e o conteúdo da tatuagem". ● "Permitido sim, mas a exposição ainda gera incômodo". ● "Sim, porém comentam de uma forma não muito agradável". ● "Em algumas escolas, sim, em outras, não". ● "Sim, mas de preferência não à mostra". Podemos ponderar que as respostas seriam diferentes se a pesquisa acontecesse anos atrás. Hoje em dia, como vimos, há leis que proíbem o preconceito e a demissão de empregados por suas tatuagens, não podendo considerá-las uma justa causa para tal. Mesmo assim, como exposto anteriormente, em alguns casos a tatuagem gera incômodo dentro da área de trabalho, mesmo que não seja proibida. Para ver as respostas completas dos entrevistados, visite o anexo 2. 38 TATUADO, NÃO TATUADO, TATUADOR Uma das questões a ser respondida foi: Você é: ● Tatuador; ● Tatuado (a); ● Não possui tatuagens; Sendo que apenas uma poderia ser selecionada. Em gráfico, este foi o resultado: Figura 12 - Resultado da pesquisa para participantes tatuados, não tatuados e tatuadores. (Imagem: gerada por Google Docs) Dentre os 71 participantes: 7 (9,9%) são tatuadores; 48 (67,6%) possuem tatuagens; 20 (28,2%) não possuem tatuagens. 39 Não sendo uma resposta obrigatória, mas um acréscimo interessante, foi perguntado aos entrevistados a quantidade de desenhos que levam no corpo. O resultado foi: 49 respostas NÚMERO DE TATUAGENS x PARTICIPANTES 0 7 1 6 2 6 3 7 4 3 5 1 6 1 7 1 8 3 9 3 10 1 11 1 12 1 13 2 16 1 18 1 19 1 21 1 23 1 24 1 40 OPINIÕES ACERCA DE MODIFICAÇÕES CORPORAIS Deixei o espaço aberto para que os participantes discorressem sobre a questão: Qual sua opinião geral acerca de modificações corporais? (Tatuagem, piercing, escarificação, cirurgias estéticas, pintura de cabelo, etc.) Sendo uma questão obrigatória dentro do formulário, obtivemos 71 respostas. Para ver as respostas completas dos entrevistados, visite o anexo 3. Analisando as respostas dos entrevistados, vemos um grande apoio à modificação corporal por meio das tatuagens. Palavras e expressões como mudança, personalidade, felicidade, liberdade de expressão, direito e autonomia do corpo foram usadas com frequência e repetidas por diferentes pessoas em seus discursos. Em contrapartida, há uma recusa na prática da escarificação e mais de um dos entrevistados diz que apoia as modificações corporais sem excesso. Obtivemos também respostas que repudiam as cirurgias estéticas como modificação corporal, alegando serem um perigo para a saúde e que muitas deveriam ser proibidas. São muito disseminadas hoje em dia para o alcance de padrões estéticos impossíveis. 41 A PROCURA POR EMPREGOS E A INTERFERÊNCIA DA TATUAGEM Formulada como uma questão mais direta onde apenas uma das opções - sim ou não - poderia ser selecionada, aborda-se: Acha que as tatuagens interferem na hora de procurar emprego? Figura 13 - Resultado da pesquisa para a questão: Acha que as tatuagens interferem na hora de procurar emprego? (Imagem: gerada por Google Docs) Analisando os gráficos e as respostas, vemos que 21,1% (15) dos entrevistados acreditam que os desenhos nas peles não interferem na hora de procurar por um emprego, enquanto 78,9% (56) afirmam que sim, as tatuagens interferem. 42 OPINIÕES ACERCA DA INTERFERÊNCIA DA TATUAGEM NO MERCADO DE TRABALHO Como complementação da questão anterior, foi requisitado aos entrevistados que se posicionassem em relação à questão: Acha que as tatuagens da pessoa deveriam ser levadas em consideração antes da mesma entrar no mercado de trabalho? Por quê? Sendo obrigatória para o desenvolvimento do formulário, obtivemos 71 respostas diferentes. Para ver as respostas completas dos entrevistados, visite o anexo 4. Analisando-as, podemos ver que majoritariamente a resposta para a questão é negativa, onde os participantes acreditam que os desenhos na pele das pessoas, dentre outras características físicas, não devem interferir na hora desta introduzir-se no mercado de trabalho. Dentre as 71 respostas, apenas duas deixam claro que acreditam que as tatuagens devem ser levadas em consideração por conta de uma questão de profissionalismo e vínculo com o cliente, enquanto onze dizem depender de diferentes âmbitos e nichos (área de atuação, tipo de modificação corporal, significado dos desenhos). 43 TATUAGEM NAS SALAS DE AULA A última questão do formulário foca no âmbito da educação e impele ao entrevistado discorrer sobre a questão: Para lecionar para crianças e adolescentes, acha que o professor pode ter tatuagens à mostra? Por quê? Sendo obrigatória para o desenvolvimento do formulário, obtivemos 71 respostas diferentes. Para ver as respostas completas dos entrevistados, visite o anexo 5. As 71 respostas foram positivas. Nenhum indivíduo acha que um professor não pode ser tatuado e exibir seus desenhos dentro de sala de aula. Como justificativas e extensões das respostas, destacam-se as possibilidades de conversas e reflexões acerca de arte, autonomia do corpo, consentimento e aceitação. Alguns defendem que é necessário para mostrar as diferenças e gerar respeito e um senso de normalidade por parte dos alunos, o que impediria desde cedo o tema de virar um tabu, gerando a quebra de um futuro preconceito. Poucas foram as respostas com adendos diferentes, que disseram haver preocupação mais por parte dos pais das crianças do que com as mesmas, limites profissionais para as tatuagens e modificações corporais, ou falta de conhecimento pedagógico para embasamento da resposta. 44 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa rendeu diferentes opiniões e pontos de vista de pessoas diversas, com idades, gêneros, profissões e pensamentos díspares. Ter acesso às respostas e ver em que pé estamos acerca da prática na sociedade contemporânea nos impõe a refletir, também, sobre nossas próprias opiniões pessoais. Com base nos dados que temos em mãos, vimos com clareza como estamos vivendo um importante momento de autonomia corporal do ser humano e que este tende a evoluir e crescer conforme o passar do tempo. A sociedade abraçou a ideia de que somos seres na constante busca por singularidade e excentricidade, encontrando nas práticas de modificação corporal um meio para a autonomia. As pessoas enxergam as tatuagens como algo que beira o poético; a capacidade de gravar para sempre na pele um desenho que fará parte desta para o resto de sua vida. Hoje, são essas mesmas pessoas que estão ingressando e ganhando espaço no mercado de trabalho, indivíduos majoritariamente mais jovens e que cresceram com a ideia de que a tatuagem e as modificações corporais são desvinculadas de qualquer conceito de baderna e marginalidade. Pelo contrário, defendem-nas como objeto de mudança, personalidade, felicidade, liberdade de expressão, direito e autonomia do corpo. Se continuarmos no pé em que estamos, a tendência é que a tatuagem dentro do mercado de trabalho seja cada vez menos mal vista. O professor que atua em sala de aula influindo em futuros indivíduos da sociedade é visto como uma figura de modelo a ser seguido, logo ao lado dos pais e figuras de afeto dos mais jovens. Este, ao apresentar tatuagens - sem cunho preconceituoso e afins - já introduz às crianças o desenho na pele como algo inofensivo e normal, natural ao adulto que é livre para exercer suas vontades, trazendo também - como muito apontado pelos que responderam à pesquisa - o conceito de liberdade, independência e autonomia para com o próprio corpo. É de se imaginar que a próxima geração - a dos nossos filhos e netos - deixe de vislumbrar a prática da tatuagem como algo pejorativo e impeditivo para o ingresso em determinadas áreas do mercado de trabalho. Estamos moldando hoje a 45 ideia de que a prática não é um tabu e esta está sendo disseminada com sucesso pela sociedade em que vivemos. 46 9 ANEXOS ANEXO 1 - PROFISSÃO Respostas corridas dos entrevistados para a questão acerca de suas áreas de atuação e profissão. Foram 61 respostas, sendo elas: ● Administradora ● Administrador ● Agricultora ● Arte+educadora em formação ● Artesã ● Artista Visual ● Artista visual, ceramista e terapeuta holística ● Assistente de atendimento ● Assistente de Suporte Acadêmico ● Auxiliar de sala ● Auxiliar administrativo ● Bancário ● Cabeleireira ● Contadora ● Coordenadora Financeira ● Desempregado ● Designer ● Designer gráfico ● Economista ● Empresária ● Empresário ● Engenheiro ● Estagiária administrativa ● Estagiária de arquitetura 47 ● Estagiária Jurídica ● Estagiário ● Estudante ● Estudante ● Estudante de enfermagem ● Estudante de fisioterapia ● Estudante de psicologia ● Estudante e atleta ● Executivo comercial ● Executivo comercial ● Fisioterapeuta ● Gerente de Contas ● Ilustrador ● Jornalista ● Motoboy ● Musicista ● Naturóloga ● Pedagoga ● Pedagoga ● Personal Trainer ● Personal trainer ● Pesquisador e Estudante ● Product Owner ● Professora ● Professora ● Profissional de Educação Física ● Profissional de Educação Física ● Publicitária ● Redatora e copywriter ● Restauradora de obras de arte ● Secretária Executiva aposentada 48 ● Segurança ● Tatuador ● Tatuador ● Tatuadora ● Tatuadora ● Trabalhador em uma empresa de efeitos especiais e cenografia Agrupados em áreas de atuação, com respostas secundadas associadas para melhor análise: Estudantes 12 ● Auxiliar de sala ● Estagiária administrativa ● Estagiária de arquitetura ● Estagiária Jurídica ● Estagiário ● Estudante (2) ● Estudante de enfermagem ● Estudante de fisioterapia ● Estudante de psicologia ● Estudante e atleta ● Pesquisador e Estudante Artistas 14 ● Arte+educadora em formação ● Artesã 49 ● Artista Visual ● Artista visual, ceramista e terapeuta holística ● Designer ● Designer gráfico ● Ilustrador ● Musicista ● Restauradora de obras de arte ● Tatuador (2) ● Tatuadora (2) ● Trabalhador em uma empresa de efeitos especiais e cenografia Profissionais da área da saúde 6 ● Fisioterapeuta ● Naturóloga ● Personal Trainer (2) ● Profissional de Educação Física (2) Atuantes em empresas e setores administrativos 13 ● Administradora ● Administrador ● Auxiliar administrativo ● Bancário ● Contadora 50 ● Coordenadora Financeira ● Economista ● Empresária ● Empresário ● Executivo comercial (2) ● Gerente de Contas ● Secretária Executiva aposentada Profissionais da educação 4 ● Pedagoga (2) ● Professora (2) Outros 12 ● Agricultora ● Assistente de atendimento ● Assistente de Suporte Acadêmico ● Cabeleireira ● Desempregado ● Engenheiro ● Jornalista ● Motoboy ● Product Owner ● Publicitária ● Redatora e copywriter ● Segurança 51 ANEXO 2 - TATUAGEM E ÁREA DE TRABALHO Respostas corridas dos entrevistados para a questão: No seu ambiente de trabalho é permitido ter tatuagens? Foram 16 respostas, sendo elas: ● Sim (4). ● Acho que sim. ● Sim, mas de preferência não à mostra. ● Na profissão que eu quero exercer, acredito que sim. Mas também acho que ainda existe preconceito. ● Sim, normal. ● No trabalho autônomo sim, porque sou minha própria chefe. Já no trabalho formal já recebi "cartões verdes" para ter ou fazer tatuagens, mas sempre com um olhar velado de qual o local e o conteúdo da tatuagem. ● Sim. Nos tornozelos, batata da perna, atrás da coxa, braços, ombro, costela e peito. Pequenas e médias, uma grande na batata da perna. ● Permitido, sim, mas a exposição ainda gera incômodo. ● Quando eu trabalhava, era, sim. ● Em algumas escolas, sim, em outras, não. ● Sim, porém comentam de uma forma não muito agradável. ● Sim. ● Na época a tatuagem não era tão comum. 52 ANEXO 3 - OPINIÕES ACERCA DE MODIFICAÇÕES CORPORAIS Respostas corridas dos 71 entrevistados acerca da questão: Qual sua opinião geral acerca de modificações corporais? (Tatuagem, piercing, escarificação, cirurgias estéticas, pintura de cabelo, etc.) ● Acho que é um direito da pessoa e deveria ser visto sem preconceito. ● Eu gosto de tudo. ● Eu acho que cada um deve ser livre para se expressar do jeito que quiser e, se isso envolver modificações corporais, ela (a pessoa) não devia ser limitada a nada em consequência disso. ● Cada um tem o direito de fazer alterações estéticas da maneira que lhe agrade. ● Não uso, mas acho algo interessante e muito bonito. ● Acho que qualquer pessoa é livre para fazer o que quiser com seu corpo! ● Eu acho lindo quem tem e adoro as minhas, as pessoas não deveriam ser definidas por isso. ● Acho muito legal! ● Se quer e não machuca ou fere ninguém (como tatuagem de símbolos nazistas) tá liberado. ● Sou à favor de que cada um faça o que te faz feliz, mas sempre tomando os cuidados necessários e tendo consciência dos possíveis efeitos negativos. ● Sou parcialmente à favor. ● Apenas faça o que te faz bem. ● Um meio de expressar e de deixar lembranças no corpo. ● Eu acho que todo mundo deve se sentir livre para estar bem com o próprio corpo. Modificado ou não. ● Não sou contra , só não pode ser exagerado. 53 ● É importante a pessoa ter liberdade de expressão pelo seu corpo, mas tenho medo de possíveis machucados/doenças que podem ser causados por processos agressivos. ● Se a pessoa quer, tem que fazer! O corpo é dela! ● Eu amo e acho que não deveria interferir em absolutamente nada. ● As pessoas são donas do seu corpo e fazem o que as deixa felizes. Não me sinto no direito de julgar. Acho alguns trabalhos verdadeiras obras de arte, mas não gosto do exagero… tipo o corpo todo. ● O importante é se sentir bem! ● Acredito que cada pessoa faz do seu corpo o que bem entende. O importante é ser feliz e estar bem. ● Minha opinião influencia no que eu faço no meu corpo, apenas. ● Todo mundo modifica o seu corpo de alguma maneira. Eu tendo a aceitar mais a tatuagem, piercing, escarificação, pintura de cabelo, etc, do que cirurgias estéticas que visam o emagrecimento ou um padrão de corpo que a sociedade considera como "bonito". Sinto que esse tipo de modificação corporal é mais bem vista e aceita socialmente por criar uma imagem agradável à sociedade (coletivo), enquanto a tatuagem, piercing, etc, diz mais sobre uma mudança pessoal. ● Eu não vejo problema nenhum nelas e acho que cada um é dono do próprio corpo. ● Acho muito válido quando se trata de autocuidado e autoestima! Tenho uma tatuagem e um piercing! ● Acredito que todas as modificações corporais são válidas e as pessoas são livres para fazerem o que quiserem, contanto que não coloque em risco a saúde da pessoa. ● Assim, sem pensar muito, adoro tatuagens, piercings, pintura de cabelo, modificações corporais, mas superficiais (menos invasivas e doloridas). Sobre escarificação, depilação com cera, tenho muita aflição e não gosto da ideia para meu corpo, mas de boas sobre quem as faz. Já as cirurgias estéticas, tenho mais ideias críticas, além de serem procedimentos mais 54 invasivos, dolorosos e com maiores riscos à saúde, existem os procedimentos ilegais perigosíssimos. E também a questão de que se expandiu esse mercado por uma pressão social, por uma beleza ideal inalcançável sobre os corpos de mulheres. Bom, há muito o que se pensar e aprofundar, mas espontaneamente é isso que me veio à cabeça. ● As pessoas são livres para fazerem o que elas quiserem nos seus corpos. ● Eu amo. ● Acho que tudo que der prazer e deixar feliz, sou à favor. ● Cada um sabe a necessidade de seu próprio corpo e não deve ser discriminado por isso. ● Acho que todo mundo é livre pra fazer o que quiser! E pretendo num futuro próximo me tatuar também. ● Cada pessoa é dona do seu próprio corpo, sua casa e tem consciência e responsabilidade sobre o mesmo. ● Adoro. Marcam uma personalidade. ● Cada um deve experimentar aquilo que tem vontade, mas que não seja por pressão de outras pessoas, social, ou padrão estabelecido. ● Para mim, vejo como uma extensão da personalidade de uma pessoa. ● Acho um direito da pessoa, mas reconheço que há muito preconceito com quem tem. ● Acho que faz quem quer e que seja feliz com a escolha que fez. ● Amo, tenho piercing no septo e também tinha no tragus. ● Acredito que tudo que deixa a pessoa feliz em relação a ela mesma é válido. ● Acredito que a tatuagem não muda nosso caráter, é uma forma de expressar o que sentimos. ● Não tenho nenhuma vontade de fazer, mas é uma decisão pessoal (Desconsiderando questões de pressão social e padrões de beleza). 55 ● Extremamente de boa, eu acho que as pessoas tem que mudar mesmo, eu só não faria algumas coisas em mim. ● São expressões artísticas de algum gosto pessoal ou símbolos que remetem a significados pessoais. Acredito que é difícil opinar sobre as opções de exposição artísticas de outras pessoas exatamente por ser uma manifestação pessoal, onde devemos apenas respeitar as decisões alheias e quando achar bonito ou inspirador, apreciar! ● Quem gosta, faz, quem não gosta, só aceita. ● Gosto muito. ● Amo tatuagens, acho lindo e sempre fui apaixonada. Acho que em relação a essas modificações corporais é você que tem que querer fazer e se sentir confortável! Não ligar para a opinião dos outros porque não são os corpos deles e sim o seu. ● Acredito que as pessoas devem fazer aquilo que as deixem bem consigo mesmas. ● Acho que a pessoa faz o que ela quiser com o corpo dela. ● Bonito, mas sem exageros. Tudo em excesso não é legal. ● Mesmo sendo tatuador, acho que tudo tem um limite. Quando passa do artístico e entra no bizarro não me agrada. ● Acho muito interessante, e acho que pode ser um meio de retomada da autonomia do corpo para muitas pessoas. ● Nunca faria, mas não vejo problema em fazer. ● As interferências como cirurgias desnecessárias, químicas agressivas para os cabelos, escarificação, piercing e até tatuagens de forma exagerada me parecem uma agressão a esta dádiva incrível que é o nosso corpo. ● Sou adepta a qualquer tipo de modificação corporal. Acho que o corpo é, em grande medida, instrumento de nossa expressão no mundo. Só não acho prudente que modificações "definitivas" sejam liberadas para menores de idade. ● Não julgo o caráter e a competência pela aparência. 56 ● Acho ótimo, quem não gostar, é só não fazer! ● Contanto que a pessoa se sinta feliz, apoio e busco não julgar. ● Acho que as tattoos são um charme a mais, piercing e escarificação não me agradam muito, porém é só questão de gosto mesmo. Não interferem em nada sobre caráter, educação, honestidade, que é mais importante que a aparência! ● Cirurgia estética eu não acho legal. Exercício físico melhora o que for possível. O resto aceita e o que puder evitar, evita. Tomar uma anestesia, enfiar um aspirador na barriga e tirar um balde de gordura? Não sei para quem isso pode ser aceito como natural. Arriscar a vida para fazer um furinho no queixo? Não entendo. Tirar uma costela para melhorar a cintura? Deveria ser proibido. Cabelo azul, cor-de-rosa, vermelho? Não tive ninguém na família com tanto mau gosto. Se eu contrataria uma pessoa com cabelo assim? Claro. Sendo competente, o mau gosto da pessoa não interessa. Escarificação eu acho que é atividade de uma pessoa doente e que deveria ter intervenção da família por representar perigo para si própria. Quem pratica isso em outra pessoa deve ser tratado pela justiça como que ajuda a fazer eutanásia. Piercing e tatuagem depende de qualidade e local. Pode ser super charmoso ou asqueroso. Uma lata de refrigerante enfiada na orelha ou uma orelha balançando nos ombros, não é coisa de tribo urbana. Se fazem isso para chocar a sociedade, parabéns. Conseguem. Quem olha esse tipo de coisa e acha legal, deve ser tratado. ● Acredito que todos têm liberdade para fazer o que desejam com seu corpo, desde que estejam bem com isso. O que importa é se sentir feliz com seu corpo. ● Mudanças fazem bem, com bom senso. ● Que cada pessoa sabe o que lhe faz bem, qualquer tipo de modificação feita no corpo não altera a pessoa que tu és. ● Gosto. 57 ● Acho que são opções para satisfações e/ou acertos estéticos. Sou contra exageros que chegam à aberração. ● É um jeito das pessoas se expressarem, de se caracterizarem e representarem a sua imagem como imaginam. ● Acredito que, dependendo da modificação, pode sim interferir em alguns ambientes de trabalho, mesmo eu não me incomodando em atender um cliente ou ser atendido por pessoas com tatuagem, piercing, etc. ● Amo, tenho, quero mais, acredito ser uma parte importantíssima da identidade e cultura dos povos antigos e atuais e é uma forma de expressão linda. ● São escolhas individuais que condizem com a vontade de quem as tem ou deseja ter. ● Fazem parte da identidade da pessoa. ● Eu acho normal, acredito ser uma extensão de identidade e personalidade de cada pessoa. 58 ANEXO 4 - OPINIÕES ACERCA DA INTERFERÊNCIA DA TATUAGEM NO MERCADO DE TRABALHO Respostas corridas dos 71 entrevistados acerca da questão: Acha que as tatuagens da pessoa deveriam ser levadas em consideração antes da mesma entrar no mercado de trabalho? Por quê? ● Não. ● Não, porque diz respeito à sua vida pessoal. ● Acho que não, pois não interferem na capacidade de ninguém de fazer nada, a não ser em casos de tatuagens de símbolos preconceituosos. ● Não deveriam, a não ser que tivessem algum significado comprometedor (como uma suástica). Mas, de forma geral, elas não interferem nas capacidades da pessoa de atuar na profissão. ● Não. Ter ou não ter tatuagem não interfere no desempenho e no comprometimento. ● Não. A pessoa tem tatuagem porque se sente bem assim e aquilo é agradável pra ela e isso não significa nada em relação a competência e caráter. ● Não acho, pois a tatuagem é um marco da vida pessoal da pessoa e uma vez que numa entrevista de emprego o que importa é a vida profissional eu considero duas situações distintas. ● Não, pois a tatuagem não interfere na capacidade de realizar o trabalho. ● Acredito que tatuagens e modificações corporais não deveriam ser levadas em consideração em nenhuma profissão, com exceção de modelos e atrizes, porque entendo a interferência visual que essas modificações podem causar e o trabalho de esconder. ● Não, a qualidade do profissional não se relaciona com as escolhas que ele faz sobre seu próprio corpo. ● Não, tatuagem é completamente gosto, e gostos não deveriam influenciar na hora da busca de trabalho. 59 ● Tatuagens não deveriam ser levadas em consideração nesse caso, pois é uma questão puramente estética que não interfere nas ações da pessoa e nem em quem ela é dentro do ambiente de trabalho. ● Não, porque a tattoo não é um ponto relevante para entrar no mercado de trabalho. ● Sim. No mercado de trabalho a busca é pela experiência profissional e talentos individuais. É o que se espera, mas não o que acontece na prática. Se a vaga é para atendimento ao público idoso ou infantil, por exemplo, dependendo da imagem, pode haver interferência na escolha. ● Não, a aparência de uma pessoa não deve ser levada em consideração no ato de contratação porque algo como uma tatuagem não muda a competência da pessoa para o cargo, até mesmo para modelos. ● Não acho. Eu acho que a pessoa tem que ser julgada como apropriada profissionalmente para aquele posto, não por questões estéticas, ainda mais pelas modificações que fez como as tatuagens. Na minha opinião deve-se levar em conta se a pessoa é capacitada ou não, e não se tem tatuagem ou não. ● Não, porque não é um padrão de tinta na pele de alguém que determina a qualificação ou conduta desta pessoa. ● Nas minhas experiências profissionais não tive problemas por conta das tatuagens, recebi apenas comentários neutros ou positivos sobre elas. Mas também, pensando na minha aparência além das tatuagens, sou uma mulher branca, cis e magra, questões que também influenciam e no caso são privilégios no mercado de trabalho de nossa sociedade. ● Eu acho que as tatuagens interferem, pois somos muito lidos (e também comunicamos) pela nossa aparência, corpos, roupas, gestos, etc. Acho que não há como não acontecer essa interferência, mas o que acho que não deve ser levado em consideração são as discriminações acerca das tatuagens ou a arrogância de pré julgar seus significados e intenções. 60 ● Desde que não seja nada ofensivo, não devem ser consideradas, pois não afetam a capacidade ou desempenho de alguém ao exercer uma atividade. ● Acredito que não, porque a pessoa pode ter um grande potencial e isso passar despercebido por conta da sua estética, isso não só com tatuagens, mas com o físico também. ● Não. A não ser que seja de teor ofensivo, incitação à violência. ● Não acho, porque minhas tatuagens não me definem. ● Tatuagem não define a capacidade física e psicológica de uma pessoa. Ou até mesmo as qualidades necessárias para o emprego. ● Há variação de interpretação e tipos de tattoo! As com significados de crimes, por exemplo. Impossível você não fazer associações. ● Não. Ter tatuagem não devia ser mais importante do que avaliar a pessoa como profissional e a empresa não deveria levar isso como um empecilho se este candidato for qualificado. ● Não, afinal isso não altera em nada a competência da pessoa em questão. ● Claro que não, minhas tatuagens não definem minha vontade de trabalhar e muito menos minha competência. ● Não, o corpo da pessoa e suas tatuagens não dizem sobre si, ela pode ser um ótimo profissional tendo ou não modificações corporais. ● Não, o que vale é o conhecimento e expertise do profissional. ● Não, pois isso não define um perfil ou um padrão de pessoa ou seu potencial profissional. ● Vale uma pesquisa antes para se evitar problemas em certos mercados específicos nos quais estas regras são inflexíveis. ● Não. Arte corporal não tem nada a ver com os objetivos, qualificações e etc. ● Não. Registrar na pele algo que gosta não te classifica/quantifica profissionalmente. 61 ● Acho que sim, se for algum desenho ou frase ofensiva, fica realmente um pouco complicado para conseguir emprego, mas fora isso, é mais tranquilo, o mercado tem mudado bastante. ● Eu acredito que se a pessoa não possui nenhuma tatuagem que represente ódio ou algum símbolo/mensagem preconceituosa, as tatuagens não devem ser levadas em consideração, pois em nada afetam a competência no trabalho. ● Por outro lado, dependendo da carreira que a pessoa escolher, ela deve entender que o preconceito pode fazer com que as tatuagens atrapalhem a questão profissional. ● Não, não interferem em nada no desempenho daquela pessoa. ● Não. As tatuagens dizem respeito a forma de expressar e em nada interferem na capacidade da pessoa em realizar determinada tarefa em sua carreira. ● Alguns tipos de tatuagem sim, pois podem representar algo negativo. Por exemplo, ser confundido com tatuagem de presidiários. Isso pode ser um problema futuro. É preciso avaliar o que vai ser tatuado e onde vai ser, pois isso pode ter impacto não só no trabalho, mas na vida social em geral. ● Não. O que vale é suas competências. ● É preciso refletir muito, pois o preconceito existe. ● Não, porque não define a personalidade ou características profissionais do indivíduo. ● Não , tatuagem não interfere em rendimento, intelecto e caráter. ● Não, porque tatuagem é só uma arte no corpo, igual maquiagem, pintar unha, etc ... Só que é eterna. ● Não, tatuagem é pessoal, não interfere no trabalho. ● Não acho , porque são formas que a pessoa tem de se expressão , e não são coisas que vão interferir no trabalho da pessoa . ● Não! Pois isso não define caráter! 62 ● Não! A tatuagem não tem nada haver com a capacidade de trabalho da pessoa. ● Não, as pessoas sofrem discriminação ao arrumar emprego de maneira injusta, uma tatuagem não determina o potencial do trabalhador. ● Não a pessoa precisa ser competente e profissional a aparência os gostos as preferências dela são direito dela no trabalho a pessoa vai pra trabalhar da melhor forma é isso que importa. ● Não, pois não altera sua eficiência e capacidade. ● Não. No geral, as tatuagens não deveriam impedir alguém de exercer a profissão que quiser. ● Na minha profissão, por exemplo, é importante criar vínculos, acredito que modificações corporais “extremas” possam prejudicar a aceitação do seu atendimento com determinados públicos. ● Não, pois uma tatuagem não define a qualidade de trabalho de alguém, mas que nem pra ir pra minha área jurídica e até nesse estágio que estou, fiz sempre de terno ou com blusa manga longa cobrindo minhas tattoos, ninguém nunca chegou a me questionar em entrevista se eu tinha, mas eu sempre cobri por via das dúvidas. Nesse atual emprego que estou, cheguei e fiquei sabendo que eles são tranquilos relacionado a isso, então somente depois de ter arrumado a vaga que fiquei a vontade pra deixar elas à mostra. ● Não, a tatuagem não dita a capacidade da pessoa de exercer seu papel no mercado de trabalho. ● Não, porque não interfere na forma de trabalho. ● Não. Tatuagem não define a pessoa que ela é. ● Eu penso que em algumas profissões as tatuagens tirariam a atenção do produto como por exemplo jóias, moda, desfile de beleza etc. ● Depende, mas num geral não. O trabalho é o desempenho de uma função, desenvolvimento de uma habilidade, não tem ligação com a imagem diretamente (a não ser que seu trabalho seja a imagem). 63 ● Não deveriam. Algumas pessoas fazem tatuagens em uma época da vida e não retrata sua personalidade/vida atual. ● Não. Porque uma tinta na pele não interfere no potencial ou desempenho profissional de uma pessoa. ● Não, porque isso não modifica nada em como a pessoa vai atuar na profissão. ● Não influenciam na qualidade do trabalhador :) ● Não. Na minha opinião as tatuagens são apenas desenhos que mostram o que somos e muitas vezes o que gostamos, acredito que ainda tenha muito tabu a respeito disso. ● Não. É parte integrante da subjetividade do ser e não cabe ao outro delimitar acesso a espaços e funções por esse motivo. ● Quando a gente vai ser contratado, tudo será levando em consideração: postura, roupa, cabelo, cor de pele, ou tatuagens. Quando eu faço uma entrevista, espero que o entrevistador veja minhas tatuagens e saiba, sim, no que acredito, que tipo de pessoa eu sou. Acho que faz parte. Se o empregador não tem esses mesmos valores, pode ser que o próprio trabalho fique bem difícil. ● Não, não há interferência na capacidade profissional da pessoa. ● Acho que ainda existe muito preconceito. ● Sim, o importante é o lado profissional. ● Acho que a pessoa deveria ser avaliada pela sua capacidade em relação ao cargo e não em relação às características físicas. ● Não, porque não expressam a capacidade técnica, profissional ou interpessoal da pessoal, sendo apenas uma manifestação artística de algum gosto ou significado pessoal. ● Acho que depende da área que pretende atuar. Na minha área, designer, é até um arrojo valorizado. Mas se quiser trabalhar na área bancária, por exemplo, pode trazer problemas. 64 ANEXO 5 - TATUAGENS NA SALA DE AULA Respostas corridas dos 71 entrevistados acerca da questão: Para lecionar para crianças e adolescentes, acha que o professor pode ter tatuagens à mostra? Por quê? ● Sim, porque ele é uma pessoa não um robô. ● Acredito que sim, proibir tatuagens em professores é algo moralizante no pior sentido da palavra. Acho importante crianças e adolescentes também saberem que há a possibilidade de autonomia sobre o próprio corpo, e que professores tatuados podem gerar conversas importantes sobre consentimento e sobre aceitação do corpo. ● Sim, mas com cuidado em relação ao que é tatuado. Uma frase ou desenho de conteúdo impróprio para uma faixa etária deveriam ser escondidos. ● Sim. Ver tatuagens é algo cotidiano: andando na rua, vemos tatuagens; no transporte público, vemos tatuagens. Não deve ser diferente na escola. ● Sim. ● Tatuagem não define caráter e/ou competência e ainda é importante mostrar para as crianças que as pessoas são diferentes e devemos respeitar isso. ● Acho (que sim), porque de qualquer forma as crianças vão lidar com pessoas com tatuagem em algum momento da vida. Então é melhor tratar o assunto em sala num lugar voltado para a educação do que deixar o tema virar um tabu. ● Sim, a não ser que as tatuagens tenham conteúdo inadequado, pois a tatuagem não interfere na realização do trabalho. ● Claro, professores são humanos normais com vidas normais e se expressam visualmente da forma que se sentirem mais confortáveis. 65 ● Sim. Eu trabalho em uma escola e as tatuagens à mostra nunca foram um problema. As tatuagens acabam sendo uma forma de expressão da identidade por meio do corpo. Nesse sentido, acho interessante mostrar para as crianças que não precisamos esconder nossa singularidade. Além disso, pela minha experiência, as crianças costumam se interessar bastante pelas tatuagens dos adultos, e algumas vezes até brincam de “se tatuar” com canetinha. Para mim, faz mais sentido falar sobre tatuagens com crianças e conversar sobre qual o sentido de uma marca no corpo, do que criar um tabu em torno disso. ● Sim, acho que mostra um pouco mais sobre quem eles são e tornam-o mais normal também. ● Acredito que sim. Porque além de não afetar as ações e decisões do professor(a) dentro da sala de aula, é uma possibilidade de desenvolver nas crianças um senso de que é normal ter tatuagem e de que isso não é um problema, uma vez que é cada vez mais comum ver pessoas tatuadas em diferentes ambientes e situações do dia a dia. Assim, contribui-se para que o estigma criado em cima das pessoas tatuadas seja diminuído gradativamente. ● Sim, porque assim isso vira rotina, diminuindo o preconceito. ● Sim. Não vejo problemas, mas a resposta da pergunta anterior permanece: não devemos julgar pela aparência, mas com públicos em processo de formação e de consolidação de caráter, é importante ser imparcial, não exaltando a ótica do tatuado em relação aos cuidados com o corpo. Cabe aos pais e responsáveis orientar a formação dessas crianças, baseado cada um em suas crenças. ● Sim, inclusive eu vejo como uma característica favorável ao ensino por mostrar diferença entre as pessoas, evitando um estranhamento quando nova que pode se desenvolver em um preconceito. ● Sim, eu acho. Não acredito que tatuagens ofendam as crianças e adolescentes (a não ser alguma tatuagem ofensiva em si) e não vejo porque um professor mostrar suas tatuagens seja um problema. 66 ● Como uma pessoa que teve professores tatuados na infância/juventude eu digo por experiência que isso não afetou de forma negativa como eu via as tatuagens nem fez eu querer me tatuar por parecer "descolado" então eu acredito que professores deveriam poder ter tatuagens à mostra e acho muito errado a conduta de forçar esses profissionais a esconderem partes do corpo como o antebraço, tornozelo e etc. ● Sim. Não consigo justificar assim de cara, no meu contexto tatuagem é realidade, assim como pintar as unhas, cortar o cabelo, não vejo sentido em esconder essa realidade de ninguém. Mas em culturas em que é menos comum as tatuagens, pode ser diferente, não tenho conhecimento para comentar. ● Desde que não seja nada inapropriado à faixa etária em questão não vejo problema, pois não afetam a capacidade ou desempenho do professor. ● Acredito que não haveria problema, os pais têm que ensinar as crianças sobre respeito e empatia, ninguém nasce preconceituoso. Essa ideia de ser errado é plantada pelos próprios pais que deveriam ensinar o respeito ao próximo. ● Sim, as tattoo não teriam interferência em nada. ● Pode sim, tatuagem nada mais é que uma pequena história contada em forma de tinta, isso despertaria a curiosidade e a imaginação da criançada. ● Sim, tatuagem deve ser associada à arte e não a coisas ruins como o crime. E as crianças já devem crescer sabendo disso, dessa forma podemos mudar todo esse contexto ruim que temos atualmente sobre tatuagem. ● Sim. Isso transmite a liberdade de expressão. ● Sim… elas não definem seu caráter! ● Não vejo problema. Mais uma vez, acredito que o que realmente importa é que o profissional cumpra suas atividades bem, sem que suas tatuagens sejam levadas em conta. 67 ● Sim, afinal isso é um gosto pessoal e eu, particularmente, não acho que é um problema. ● Sim, acho que não deveriam ser escondidas, exceto para tatuagens de cunho ofensivo. ● Pode, as pessoas tem em mente que pode ser influenciável, e antiético, mas é tudo questão de consciência. ● Sim. A primeira professora do meu filho tinha diversas tatuagens. Meu filho era bem tratado e adorava a professora. ● Sim, desde de que não incentive. ● Dependendo da tatuagem, acredito que não tenha problema, com crianças temos que ter mais cautela. ● Acho que o mais importante nesta questão, para mim, é a competência do professor. Isto sim deve ser considerado! ● Pode sim. A criança que se incomodar tem que aprender a não dar pitaco no corpo dos outros. É só não fazer! ● Pode ter tatuagens, mas se questionado, explicar a arte. ● Sim!! Todos podem se expressar, desde que não tenha nada ofensivo na tatuagem, como falei. ● Na minha opinião, pode. Isso é importante inclusive para combater o preconceito. ● Sim. Crianças tendo aulas com um tatuado gerará uma geração de pessoas que não tem esse preconceito besta com tatuagens. ● Sim. Sou professora de crianças e adolescentes e algumas de minhas tatuagens ficam à mostra. As crianças e adolescentes devem ter contato com a diversidade e isso inclui pessoas tatuadas. Acho, inclusive, que essa convivência auxilia na diminuição do preconceito. ● Pode, porque é como eu falei, tatuagem é uma extensão da sua personalidade, aquilo que você é. Há de ter bom senso, sempre. ● Pode sim. Porém reforço o exagero. Professores são referências e viver em sociedade exige alguns padrões de bom senso. 68 ● Sim. A tatu faz parte dele como pessoa, não vai interferir no seu profissionalismo. ● Sim, não vejo problemas. ● Pode ter sim … a tatuagem não influencia no conhecimento a ser passado ● Sim, para poder normalizar a existência do corpos e pessoas diferentes ● Acho, eu dou aulas e meus alunos ainda sim aprendem. ● Acho que podem sim ! Não é porque um professor não tem tatuagem que a criança nunca irá querer ou fará alguma, e vice-versa. ● Sim, pois é algo completamente normal e não deve ser um tabu para os jovens. ● Sim, pois a tatuagem em nada interfere no aprendizado dos alunos! ● Sim, tatuagem não impacta em nada negativo. ● Sim, cabe àqueles que ensinam mostrar às pessoas o que é empatia e ensinar a respeitar o próximo e não ter preconceito de forma alguma. ● Sim, pois não afeta a capacidade de ensinar e ainda pode trazer bons ensinamentos como: liberdade de expressão, estilo próprio e o bem estar com esse estilo. ● Sim, isso não afeta a didática ou competência do profissional ● Sim, por que é artístico e bonito. ● Claro. Tatuagem é um hábito cultural em vários lugares (comunidades indígenas, maori, etc) e fingir que elas não existem é negar uma expressão artística com raízes culturais. ● Pode, porque ele vai fazer um trabalho bem feito com ou sem tatuagens. ● Por mim tanto faz, a tatuagem não aumenta nem diminui a qualidade da didática de ninguém. ● Pode sim. ● Não vejo problemas em ter. Não é porque o professor tem uma tatuagem que o aluno vai ser incentivado a ter. Tudo é uma questão de conversa e esclarecimento das consequências de se fazer uma tatuagem. 69 ● Claro que sim. Já seria um bom ponto para ensinar que "seu corpo, suas decisões". ● Sim. E por que não? Má influência? Não vejo um ato errado ou de má índole uma pessoa ter tatuagem. ● Sim, porque como eu disse antes, não modifica em nada na atuação da profissão. E crianças não julgam se não forem ensinadas. ● Na escola onde trabalho atualmente, TODAS as professoras sem exceção têm tatuagens, de todos os tamanhos, tipos e cores, incluindo a coordenadora. Nosso trabalho é exatamente o mesmo que seria se não tivéssemos. ● Sim, acredito que tatuagens não vão influenciar na vida da criança, crianças são inocentes e não carregam maldade sobre as tatuagens. ● Sim. É parte integrante da subjetividade do ser e não cabe ao outro delimitar acesso a espaços e funções por esse motivo. ● Pode ter sim, com certeza!!! As crianças adoram tatuagens, dá para gente puxar vários assuntos na aula de artes, inclusive. ● Sim, para mostrar que diversidade existe e deve ser respeitada. ● Não vejo problema com as crianças, elas são muito abertas à novas opiniões, me preocuparia com alguns pais. ● Sim, desde que não exagerado. ● Sim, cada dia que passa mais pessoas se tatuam. Há anos atras era julgado uma pessoa tatuada como ladrão ou que não queria nada da vida. Hoje, por ser comum, acho legal, pois a criança/adolecente vê que qualquer um faz e o que importa é fazer com sabedoria e não por impulso, que pessoas tatuadas também estudam, são formadas, ensinam. Temos aí médicos, advogados, delegados, todos com tatuagens. ● Acredito não ter problemas principalmente para adolescentes, porém, não possuo nenhum conhecimento em psicopedagogia para embasar opinião formal. 70 ● Não vejo problemas. Mas é como escrevi na resposta anterior. O limite é o bom senso. Tatuar a parte branca dos olhos, fechar o rosto e a cabeça, encher as orelhas e o nariz de piercing, não é recomendável para alguém que vai lecionar para crianças. Será que a vocação surgiu depois de todos esses procedimentos? Muitas pessoas acham que expor esse tipo de opinião é sinal de preconceito, e preferem embarcar na onda progressista de valores emergentes que fabrica uma legião de idiotas. Não sou hipócrita. 71 REFERÊNCIAS ASSENCIO, Claudia. Professor todo tatuado diz sofrer preconceito em escola de Limeira. Disponível em: http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2015/05/professor-todo-tatuado-diz-s ofrer-preconceito-em-escola-de-limeira.html. Acesso em 01/09/2021. BBC News, 23 de setembro de 2014. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/conheca-casos-de-preconceitos-no-trabalho -devido-a-tatuagens,bd09bf234d2a8410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html, Acesso em 01/09/2021. FERNANDES, Cláudio. História da Tatuagem. Disponível em: https://www.preparaenem.com/historia/historia-tatuagem.htm, Acesso em 01/09/2021. GONÇALVES, Rainer. História da Tatuagem. Disponível em: https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/historia-da-tatuagem.htm, Acesso em 01/09/2021. HYPENESS, 01 de outubro de 2018. Disponível em: https://www.hypeness.com.br/2018/10/discriminar-funcionarios-por-tatuagens-e-ilegal -e-da-processo/, Acesso em 01/09/2021. JEHA, Silvana. Uma História da Tatuagem no Brasil. Edição padrão 1. 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