UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIODEMESQUITAFILHO” INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS Trabalho de Graduação Curso de Graduação em Geografia Rio Claro (SP) 2015 Estudo Locacional das Feiras de Economia Solidária de Campinas/SP e a Necessidade de implementação de um Recinto Feiral Samuel Andrade da Silva Profª.Drª. Silvia Guarnieri Ortigoza UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Geociências e Ciências Exatas Câmpus de Rio Claro Samuel Andrade da Silva Estudo Locacional das Feiras de Economia Solidária de Campinas/SP e a necessidade de implementação de um Recinto Feiral Trabalho de Graduação apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Rio Claro - SP 2015 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Região Metropolitana de Campinas. (Fonte: Wikimidia. Disponível em: Acesso em: 08 de Novembro de 2015) 18 Figura 2 - Estação Cultura. (Fonte: 1° Sindicato dos Ferroviários Paulista. Disponível em . Acesso em: 15 de Novembro de 2015) 21 Figura 3 - Interior da Estação Cultura. (Fonte: SILVA, S.A. 2015) 22 Figura 4 - Vagão onde ocorre algumas das reuniões dos envolvidos no projeto de Economia Solidária. (Fonte: SILVA, S.A. 2015) 22 Figura 5 - Escadaria da Estação Cultura. (Fonte: SILVA, S.A. 2015) 23 Figura 6- Feira de Economia Solidária do Bento Quirino. (Fonte:SILVA,S.A) 31 Figura 7 - Exemplo de artesanato realizado por um EES presente na Feira. (Fonte: SILVA, S.A) 32 Figura 8 - À esquerda localizam-se os EES, à direita os empreendimentos econômicos não solidários. (Fonte: SILVA, S.A) 32 Figura 9 - Feira do Largo do Pará. (SILVA, S.A. 2015) 36 Figura 10 - Tendas cedidas pela Prefeitura Municipal de Campinas. (SILVA, S.A. 2015) 37 Figura 11 - Feira do Parque Linear em início de montagem. (SILVA, S.A. 2015) 40 Figura 12 - Parque Linear. (SILVA, S.A. 2015) 40 http://sindpaulista.org.br/blog/cptmcampinas/wp- Figura 13 - Banheiro do Parque Linear. (SILVA, S.A. 2015) 41 Figura 14 - Ponto de ônibus em frente ao Parque Linear. (SILVA, S.A. 2015) 42 Figura 15 - Estacionamento do Parque Linear que pode ser utilizado por frequentadores da Feira. (SILVA, S.A. 2015) 42 Figura 16 - Pessoas que se utilizam do parque para exercícios. (SILVA, S.A. 2015) 43 Figura 17 - Feira do Ouro Verde. (SILVA, S.A. 2015) 46 Figura 18 - Escola em frente a Feira do Ouro Verde. (SILVA, S.A. 2015) 47 Figura 19 - Feira da Praça do Concórdia. (SILVA, S.A. 2015) 51 Figura 20 - Playground da Praça do Concórdia. (SILVA, S.A. 2015) 52 Figura 21 - Pula-Pula e Camas-Elásticas colocadas ao lado da Feira. (SILVA, S.A. 2015) 52 Figura 22 - Academia ao ar livre localizada ao lado da Feira. (SILVA,S.A.2015) 53 Figura 23 - Ponto de ônibus localizado a frente da Feira. (SILVA, S.A. 2015) 53 Figura 24 - Pontos de comércio localizados nas imediações da Praça do Concórdia. (SILVA, S.A. 2015) 54 Figura 25 - Futura sede da nova Subprefeitura do Campo Grande localizada atrás da Feira. (SILVA, S.A. 2015) 55 Figura 26 - Feira do Ciclo Básico II da UNICAMP. (SILVA, S.A. 2015) 58 Figura 27 - Feira do Ciclo Básico II da UNICAMP. (SILVA, S.A. 2015) 59 Figura 28 - Disposição das tendas no Ciclo Básico II. (SILVA, S.A. 2015) 60 Figura 29 - Espaço para o Brechó da Rede de Economia Solidária. (SILVA, S.A. 2015) 60 Figura 30 - Exemplo de artesanato oferecido. (SILVA, S.A. 2015) 61 Figura 31 - Outro exemplo de artesanato oferecido. (SILVA, S.A. 2015) 62 Figura 32 - Faixa de divulgação da Feira. (SILVA, S.A. 2015) 62 Figura 33 - Futuro ponto fixo da Economia Solidária. (SILVA, S.A. 2015) 68 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Áreas de Atuação dos Empreendimentos Econômicos Solidários. (Elaboração: Silva, S.A 2015) 19 LISTA DE MAPAS Mapa 1 - Localização do Município de Campinas/SP no Estado de São Paulo. 17 Mapa 2 - Localização da Feira do Bento Quirino e alguns POI's próximos. 30 Mapa 3 - Localização da Feira do Bento Quirino e alguns POI's próximos. 35 Mapa 4 - Localização da Feira do Parque Linear e alguns POI's próximos. 39 Mapa 5 - Localização da Feira do Ouro Verde e alguns POI's próximos. 46 Mapa 6 - Localização da Feira do Campo Grande. 50 Mapa 7 - Localização da Feira da UNICAMP. 58 Mapa 8 - Mapa de distribuição geral das Feiras de Economia Solidária do município de Campinas/SP 65 Mapa 9 - Localização da loja de Economia Solidária e alguns POI's próximos 69 LISTA DE SIGLAS Trabalho de Conclusão de Curso - TCC Laboratório de Estudos Territoriais – LAET Departamento de Geografia – DG Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária - SIES Documentos Cartográficos foram obtidos através do Departamento de Informação - DIDC Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Campinas/SP - SEPLAN Empreendimentos Econômicos Solidários - EES Projetos Alternativos Comunitários – PACs Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão – Anteag União e Solidariedade das Cooperativas – Unisol Ministério do Trabalho e Emprego – MTE Fórum Brasileiro de Economia Solidária – FBES DEDICATÓRIA Dedico a você, que por algum motivo está lendo esse trabalho. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a minha família, aqueles que estiveram comigo desde o meu nascimento até hoje. Agradeço aos meus colegas de faculdade das repúblicas Negos e Rawr. A primeira foi a minha casa no fim da minha graduação, e outra foi a minha segunda casa, durante praticamente toda a minha graduação, muitos de vocês são hoje meus colegas de trabalho, e não seria nada se não tivesse o apoio de vocês do início ao fim de minha graduação. Gostaria também de agradecer aos docentes, Auro Aparecido Mendes, Ana Tereza Cáceres Cortez, Sandra Elisa Contri Pitton, a minha orientadora Silvia Aparecida Guarnieri Ortigoza, e Solange Terezinha de Lima Guimaraes por todo o apoio e atenção que me dedicaram durante a minha graduação. Não poderia deixar de agradecer a todos os envolvidos no programa de Economia Solidária de Rio Claro/SP e também de Campinas/SP por toda a ajuda e suporte na elaboração desse trabalho. E por último, não poderia deixar de agradecer a equipe da GeoMeridium - Empresa de Inteligência Geográfica. Aqueles que começaram como colegas de curso, e hoje tenho o orgulho de chamar de sócios. RESUMO Esse TCC visa avaliar a metodologia de estratégia de comercialização dos produtos advindos da Economia Solidária, enfatizando a questão Feiras de Economia Solidária, ressaltando os erros e acertos na implementação das mesmas, para isso, fizemos um estudo sobre a situação do município de Campinas/SP. Para atingir esse objetivo realizamos uma análise Territorial das Feiras de Economia Solidária em Campinas/SP, buscando expor como vêm sendo inseridas no município, e a verificação das possibilidades de estabelecer vínculos teóricos entre a temática de comercialização de Economia Solidária e a temática de Geografia do Comércio e Consumo. Palavras-chave: Feiras de Economia Solidária, Estudo Locacional, Comércio e Consumo. ABSTRACT This CBT aims to evaluate the marketing strategy methodology of products coming from the Solidarity Economy, emphasizing the issue shows of solidarity economy, highlighting the successes and failures in their implementation, for this, we did a study on the situation of the city of Campinas / SP . To achieve this goal we carried out a territorial analysis of Trade Fair Solidarity Economy in Campinas / SP, seeking to expose as have been inserted in the county, and the verification of possibilities to establish theoretical links between Solidarity Economy marketing theme and geography theme of trade and consumption. Key-Words: Trade Fair Solidarity Economy, Study Locational, Commerce and Consumption Sumário: 1. Introdução 1 2. Metodologia 2 3. Justificativa 4 4. Fundamentos Teóricos 4.1 Contextualização Sobre Economia Solidária. 5 4.2 Comércio Justo e Solidário. 7 4.3 Consumo em Economia Solidária 11 4.4 O Papel das Feiras de Economia Solidária 12 5. Área de estudos 14 5.1 A Economia Solidária em Campinas/SP 19 6. Avaliação da Metodologia e da Estratégia de Comercialização em Economia Solidária no município de Campinas/SP 23 6.1 Adequação dos Conceitos da Economia Solidária. 27 7. Análise Locacional Solidária. das Feiras de Economia 30 7.1. Feira do Bento Quirino 30 7.2 Feira do Largo do Pará 34 7.3 Feira do Parque Linear 39 7.4. Feira do Ouro Verde 45 7.5. Feira da Praça do Concórdia 49 7.6 Feira da UNICAMP 57 7.7. Análise geral e rankeamento dos aspectos locacionais das Feiras de Economia Solidária 64 8. Proposta 67 9. Referências Bibliográficas 73 1 1. Introdução As Feiras de Economia Solidária constituem-se em uma importante forma de comercialização dos produtos provenientes de tal forma de fazer Economia, além disso, é de grande importância na criação das Redes de Economia Solidária. Este estudo baseia-se nas pesquisas e ações desenvolvidos juntos aos projetos: “Mapeando Papéis Sociais, Diagnóstico e Desenvolvimento de Políticas Públicas em Economia Solidária em Rio Claro-SP”, e “Implantação, Gestão e Avaliação de Práticas em Economia Solidária em Rio Claro – SP, a Importância do Centro Público, do Cooperativismo, da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e das Atividades Sócio-Produtivas e Ambientais para o Desenvolvimento Territorial”, ambos coordenados pelo Prof. Dr. Auro Aparecido Mendes, que geraram uma série de estudos como: “Recinto Feiral de Economia Solidária: Pesquisa de Localização na Cidade de Rio Claro - SP”, que terá maior destaque nesse Trabalho de Conclusão de Curso - TCC. Essas pesquisas, ações e estudos envolveram uma série de professores e estudantes do Laboratório de Estudos Territoriais – LAET, alocado no Departamento de Geografia – DG, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, campus de Rio Claro/SP, e de profissionais pesquisadores da Secretaria de Ação Social, alocada na Prefeitura Municipal de Rio Claro/SP. Esse TCC teve como objetivo principal avaliar a metodologia de estratégia de comercialização dos produtos advindos da Economia Solidária, enfatizando a questão Feiras de Economia Solidária, para isso, como dito anteriormente, fizemos um estudo sobre a situação do município de Campinas/SP que, é um município onde as feiras são tidas como consolidadas. Dessa forma, esse trabalho também visou ressaltar os erros e acertos da implementação das Feiras de Economia Solidária do Município de Campinas/SP, para que sirva de exemplo para outros municípios, permitindo que estes hajam da forma mais assertiva possível em seus projetos futuros de implementação de uma Feira de Economia Solidária. Como Objetivos específicos, esse trabalho visou uma análise da estratégia de comercialização de Economia Solidária em Campinas/SP, uma análise Territorial das Feiras de Economia Solidária em Campinas/SP, buscando expor como vêm sendo 2 inseridas no município, e a verificação das possibilidades de estabelecer vínculos teóricos entre a temática de comercialização de Economia Solidária e a temática de Geografia do Comércio e Consumo. 2. Metodologia Os materiais necessários para o desenvolvimento dessa pesquisa corresponderam a dados socioeconômicos obtidos dos censos organizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bem como, os dados e estatísticas obtidos pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) e pelo Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (SIES). Documentos Cartográficos foram obtidos através do Departamento de Informação (DIDC), setor da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Campinas/SP (SEPLAN), da Prefeitura Municipal de Campinas/SP, e do Atlas Digital da Economia Solidária, que trabalha com os dados do segundo mapeamento nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) realizado pela SENAES e finalizado no ano de 2013. O programa utilizado para a Pesquisa é o SIG ArcGis1, visando o processamento dos dados estatísticos e análises espaciais. A metodologia da pesquisa baseia-se na análise do comercio em Economia Solidária, cujos fundamentos encontram-se em Ortigoza (2013), e Rêgo (2014). Para atingir todos esses objetivos utilizamos como procedimentos técnicos o Levantamento cartográfico do município de Campinas, com auxílio da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura Municipal de Campinas/SP, por intermédio do Departamento de Informação, Documentação e Cadastro, mapeamento, bibliografia e trabalhos de pesquisa desenvolvidos e publicados sobre as principais abordagens acerca de Economia Solidária também visando à caracterização da área de estudo, o levantamento de bibliografia e trabalhos de pesquisa desenvolvidos e publicados sobre as principais abordagens acerca de Geografia do Comércio e Consumo, de trabalhos de campo de levantamento e aferição dos dados no município de Campinas/SP, além de entrevistas com pessoas engajadas nos projetos de Economia Solidária na cidade, de Campinas/SP, visando fazer uma comparação entre o discurso 1ArcGIS: software SIG oferecido pela empresa americana ESRI. Versão ArcMap10 3 desses entrevistados com o que vem sendo divulgado oficialmente, o mapeamento da localização, e território, de feiras de Economia Solidária no município de Campinas/SP, utilizando o SIG ArcGis, o reankeamento dos aspectos locacionais das Feiras de Economia Solidária, com o objetivo de avaliar qual Feira de Economia Solidária está melhor servida com relação aos aspectos locacionais propriamente ditos. Lembrando que, nesta etapa não foram consideradas as questões de contextualização das Feiras de Economia Solidária dentro dos conceitos da própria Economia Solidária, dando uma nota final as Feiras (de 1 a 5, sendo 1 ruim, e 5 excelente) dada segundo a média que cada uma obteve a partir das análises feitas para cada aspecto locacional, por fim, faremos uma análise dos resultados alcançados, até a preparação desse relatório final com as conclusões da pesquisa. Esse estudo partiu do pressuposto que a comercialização dos produtos é tida como deficitária através dos Empreendimentos Econômicos Solidários – EES. Considerando-se a afirmativa de Rêgo (2014): “(...) por volta de 61% dos empreendimentos afirmaram ter dificuldades na comercialização. Não à toa, a comercialização figura como tema de Conferências Temáticas na Conferência Nacional da Economia Solidária, bem como em eixos temáticos tanto das Plenárias Nacionais de Economia Solidária como de Grupos de Trabalho do Fórum Brasileiro de Economia Solidária. Uma das conquistas relativas à questão é o ato que decreta o Sistema Brasileiro de Comércio Justo e Solidário, que se encontra em fase final de regulamentação. Apesar da referida atenção dada à comercialização, e constatando-se sua relação direta com a remuneração dos trabalhadores da economia solidária, este ainda é um tema pouco explorado, sobretudo pela importância bastante apontada pelos próprios empreendimentos.” (RÊGO, 2014, p. 54) Além disso, abordará as Feiras de Economia Solidária como grandes responsáveis pelo escoamento de produtos, troca de experiências entre empreendimentos, e disseminação da identidade solidária local, tendo, inclusive, grande importância histórica para a sociedade, ainda considerando que segundo Ortigoza 2013, “A feira é uma forma de comércio que aparece já na Antiguidade como uma necessidade para facilitar a troca e agregar vários tipos de mercadorias em um mesmo local." (Pág. 37). 4 3. Justificativa Alunos e docentes ligados ao Laboratório de Estudos Territoriais - LAET, do Departamento de Geografia - DG, da Universidade Estadual Paulista - UNESP, vem desenvolvendo pesquisas em Economia Solidária desde 2011, inicialmente, através do projeto “Mapeando Papéis Sociais, Diagnóstico e Desenvolvimento de Políticas Públicas em Economia Solidária em Rio Claro/SP”, e a partir de 2013 com o projeto: “Implantação, Gestão e Avaliação de Práticas em Economia Solidária em Rio Claro/SP. A Importância do Centro Público, do Cooperativismo, da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e das Atividades Sócio-Produtivas e Ambientais para o Desenvolvimento Territorial”, ambos coordenados pelo Prof. Dr. Auro Aparecido Mendes. Desde o início do primeiro projeto se discute a implementação e consolidação de um ponto fixo para uma Feira de Economia Solidária no município de Rio Claro, que viria a ser uma localização estratégica com a possibilidade de ser reconhecido como um “marco territorial” capaz de transmitir a identidade solidária do município. Essas discussões geraram a pesquisa denominada de “Recinto Feiral de Economia Solidária: Pesquisa de Localização na Cidade de Rio Claro - SP”, realizada no ano de 2014 sob a coordenação da Profª. Drª. Sílvia Guarnieri Ortigoza, essa pesquisa envolveu um estudo de viabilidade locacional, ou seja, estudos de caso com uso da abordagem qualitativa, utilizando-se da coleta de dados com apoio de uma check list para verificação dos pontos positivos e negativos de cada área para cada empreendimento. Esse estudo levou a uma área, que mais apresentou pontos positivos na perspectiva intraurbana dos estudos de localização comercial, levando em conta a especificidade do comércio solidário e de seus produtos. Esse estudo ainda envolveu a participação dos presentes no Fórum Municipal de Economia Solidária através de uma pesquisa de opinião sobre a alocação da Feira de Economia Solidária neste local. Além da pesquisa de opinião entre os participantes do Fórum de Economia Solidária, os pesquisadores desenvolveram uma pesquisa de opinião, e de dados pessoais (idade, gênero, hábitos de consumo, bairro onde trabalhavam e moravam), diretamente no local, entre moradores e transeuntes, assim como a coleta de material fotográfico. Todo esse estudo gerou um encarte que será distribuído para a população do município explicando todos os procedimentos da pesquisa e alguns conceitos básicos sobre Economia Solidária, bem como o que são as Feiras de Economia Solidária e os benefícios delas para a comunidade. 5 Considerando-se todo o estudo e os esforços que já foram realizados, bem como, a quantidade de recursos, humanos e financeiros, investidos nesse projeto, ainda faz-se necessário uma avaliação metodológica sobre a comercialização na Economia Solidária, visto que, muitos consideram que o sistema de circulação dos produtos de Economia Solidária é deficiente. Como pudemos participar deste convênio como bolsista desde 2013 e, assim, acompanhar de perto e participando ativamente das pesquisas, observamos que seria importante conhecer a realidade de outros municípios no que tange as estratégias comerciais em Economia Solidária adotadas. Neste sentido, escolhemos o município de Campinas/SP para realizar nossa pesquisa, tendo como preocupação central compreender a metodologia utilizada na implantação das feiras solidárias, apontando pontos positivos e negativos da mesma. 4. Fundamentos Teóricos 4.1 Contextualização Sobre Economia Solidária. A Economia Solidária surgiu, no Brasil, no fim do século XX como uma forma alternativa de reagir a grave crise econômica que assolava o Brasil, nessa época milhões de postos de trabalho foram extintos, acarretando desemprego em massa. Numa época de poucas oportunidades a Economia Solidária surge como alternativa de trabalho e renda, por meio de várias ações de desenvolvimentos locais. Hoje, a Economia Solidária conta com um Conselho Nacional de Economia Solidária, que lançou o 1° Plano Nacional de Economia Solidária, que deverá estar em rigor de 2015 a 2019, e se postará como um instrumento de organização da política pública nacional em Economia Solidária, visando a constituição da Economia Solidária como política de Estado. "A Economia Solidária expressa formas de organização econômica – de produção, prestação de serviços, comercialização, finanças e consumo – baseadas no trabalho associado, na autogestão, na propriedade coletiva dos meios de produção, na cooperação e na solidariedade. São milhares de atividades econômicas realizadas por organizações solidárias: cooperativas, associações, empresas recuperadas por trabalhadores em regime de autogestão, grupos solidários informais, redes de cooperação em cadeias produtivas e 6 arranjos econômicos locais ou setoriais, bancos comunitários de desenvolvimento, fundos rotativos etc." (1° PLANO NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA. Pág. 7. 2015 ) Como exemplo dessas ações temos os Projetos Alternativos Comunitários – PACs, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, que passa a construir cooperativas agropecuárias em seus assentamentos, e da Ação da Cidadania Contra a Fome e Miséria, surgem as incubadoras Universitárias de Cooperativas Populares, de empresas a beira da falência que foram transformadas em cooperativas, surge a Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão – Anteag, e posteriormente, a União e Solidariedade das Cooperativas – Unisol, além de inúmeras outras iniciativas. Em 2002, é eleito o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o único candidato, na época, a incluir a Economia Solidária em seu programa de governo, e atendeu a reivindicação do movimento de criar o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, e a Secretaria Nacional de Economia Solidária – SENAES, nomeando o grande nome da Economia Solidária do país, Paul Singer, para chefiá-la. A SENAES ainda fundou o Fórum Brasileiro de Economia Solidária – FBES, principal evento na área. Ainda sobre a Economia Solidária, podemos destacar uma passagem de Mendes (2013), que ao abordar as contextualizações e mutações dessa Economia considera que: “Independentemente do nome que se atribua a esse movimento ou paradigma, como Economia Social, Economia Popular, Socioeconomia, entre tantos outros, importa entender a Economia Solidária como parte de um projeto maior que visa a transformação social, e não simplesmente uma política econômica compensatória em um mundo em crise do trabalho no sistema capitalista. É fundamental entender a Economia Solidária para além dos aspectos meramente econômicos. Trata-se de uma prática centrada no ser humano, e não no capital” (MENDES, 2013, p. 16) Cabe também ressaltar uma fala do próprio Paul Singer, que em uma entrevista a Paulo Salles de Oliveira, professor do departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da USP, no dia 23 de Setembro de 2007, faz uma definição sobre o tema: “Nós costumamos definir economia solidária como um modo de produção que se caracteriza pela igualdade. Pela igualdade de direitos, os meios de produção são de posse coletiva dos que trabalham com eles – essa é a característica central. E a autogestão, ou seja, os empreendimentos de 7 economia solidária são geridos pelos próprios trabalhadores coletivamente de forma inteiramente democrática,quer dizer, cada sócio, cada membro do empreendimento tem direito a um voto.”(PAUL SINGER,2007) Por meio de coleta de informações primárias, observamos que em Campinas a Economia Solidária encontra-se articulada em 4 programas: Programa de Resíduos Sólidos, Programa de Agricultura Urbana e Periurbana, Programa de Segmento Produção, e Programa de Comércio Justo e Solidário, que será o mais abordado nesse Trabalho de Conclusão de Curso - TCC. Segundo a Prefeitura Municipal de Campinas o Programa de Comércio Justo e Solidário consiste em: "Através de assessoramento, atende cinco espaços permanentes de comercialização (feiras de artesanato), organiza os artesão e empreendimentos em associações e também articula a formação da rede de comercialização. Promove parcerias para qualificação dos artesãos com o objetivo de alcançar níveis diferenciados na qualidade dos artesanatos. Os empreendimentos (Cooperativas Sociais) também são parte integrante do Programa de Comércio Justo e Solidário." (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS. Disponível em: http://campinas.sp.gov.br/governo/trabalho-e-renda/programa-economia- solidaria.php. Acesso: 20 de Julho de 2015) A Economia Solidária de Campinas está alocada na Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, e é articulada pela Coordenadoria de Economia Solidária, e presta assistência a cerca de 1.137 (mil cento e trinta e sete) trabalhadores por meio de cooperativas e demais grupos. Além disso, ainda segundo a Prefeitura Municipal de Campinas: "A Economia Solidária no município de Campinas está alinhada à política Nacional estabelecida na trajetória do Movimento de Economia Solidária e procura dialogar com as políticas transversais no âmbito municipal." 4.2 Comércio Justo e Solidário Para explanar a questão do Comércio Justo e Solidário vamos, primeiramente, explanar sobre o comércio convencional, de lógica capitalista, em seguida, trataremos http://campinas.sp.gov.br/governo/trabalho-e-renda/programa-economia- 8 do Comércio Justo Solidário, propriamente dito, e assim, poderemos apontar as diferenças entre um e outro. O Comércio é uma atividade econômica que está presente na humanidade há várias eras e é tido como uma atividade do setor terciário da economia, setor que mais emprega trabalhadores formais no Brasil, tanto para produtos, quanto para serviços, além disso, o comércio também tem uma grande participação na economia informal do Brasil, e por essas razões podemos dizer que o comércio é de enorme importância na economia brasileira. Para a cartilha Trocando Ideias, "o comércio é uma relação social que envolve a compra venda, ou intercâmbio de produtos, serviços e valores", onde os atores exercem até quatro diferentes funções: Comprador, que dispõe de recurso para adquirir um determinado bem ou serviço. Vendedor, podendo ser varejista, que vende o produto, ou serviço, para o consumidor final, e podendo ser atacadista, que vende o produto, ou serviço, para o comerciante varejista, bem como outros negócios. O Intermediário, ou Atravessador, que adquire um determinado produto, geralmente em larga escala, para revender para o comerciante atacadista, ou varejista. E o Produtor, que cuida da produção e fornecimento de um determinado produto para todos os outros autores, sendo eles compradores, vendedores atacadistas, vendedores varejistas, e atravessadores, cabe lembrar que todo produtor é também um vendedor, pois ele vende seus produtos a todos os autores já mencionados, além disso, o produtor pode, também ser um comprador, pois ele poderá adquirir matéria prima para a confecção de seu produto. A cartilha Trocando Ideias ainda ressalta que o comércio envolve os seguintes aspectos:  O produto ou serviço a ser comercializado;  O lugar para vendê-lo;  A sua divulgação;  O recebimento dos pedidos;  O estabelecimento das condições e formas de pagamento;  O financiamento da operação de compra e venda;  O recebimento do dinheiro ou do que será oferecido em troca do produto ou serviço;  A finalização da venda; 9  O atendimento do pedido, com a entrega do produto ou prestação do serviço;  A sustentação de garantias;  A possibilidade de devolução ou troca do produto e/ou restituição de valores;  O serviço de atendimento ao cliente ou suporte técnico pós-venda;  As condições legais de comercialização e o pagamento dos impostos e taxas respectivos, seguros e custos financeiros de financiamento de operações etc. Ainda para a cartilha Trocando Ideias, temos que, na lógica capitalista o comércio é "injusto" e "não-solidário", ou seja, ele é praticado segundo a ótica de concorrências, explorando a necessidade de consumo, muitas vezes supérfluo, da população, trabalhando com o objetivo de acumulação de renda em detrimento da população menos favorecida economicamente. Dentro dessa lógica, podemos apontar como beneficiados dessa forma tradicional de comércio, apenas um número reduzido de grandes empreendedores, que possuem grande influência em organizações internacionais, e ditam as regras do comércio local e até mundial, além disso, exercem um forte controle sobre a precificação de produtos e serviços, não deixando muitas condições para que pequenos empreendedores possam competir de igual para igual. Já o Comércio Justo e Solidário, busca reafirmar a dignidade humana, está acima da concorrência mercadológica, incentivada pelo comércio capitalista, e trabalha com a distribuição da riqueza social produzida de forma igualitária. Em tempos dessa nova crise econômica que assola o Brasil, o Comércio Justo Solidário tem surgido como alternativa para os mais variados empreendedores que buscam driblar a crise, nesse sentido, RÊGO 2014 aponta que: " (...) muitos empreendimentos buscam alternativas. Uma delas é a prática de outra comercialização – a solidária –, ou de comércio – o comércio justo e solidário. Tanto a comercialização solidária como o comércio justo e solidário são definidos como uma nova relação comercial que fomenta a produção sustentável e não tolera nenhum tipo de exploração e discriminação (contra a natureza, mulheres, criança, grupos minoritários, etc.), estabelecendo relações éticas, solidárias e transparentes entre todos os elos da cadeia produtiva. Essas 10 relações pressupõem livre acesso à informação, a prática do preço justo para quem produz e para quem consome e a eliminação de atravessadores desnecessários. Assim, o próprio ato de comercializar constitui-se através de processo formativo e de empoderamento dos trabalhadores (produtores, comerciantes e consumidores) e a oferta e demanda são construídas em conjunto, visando o bem estar da população" (RÊGO, 2014, p. 44) Dentre as alternativas fornecidas pelo Comércio Justo Solidário, estão a contribuição para que pequenos produtores das zonas mais pobres do mundo possam viver de forma digna com o seu trabalho, o reforço para métodos de produção artesanais, que valorizem a cultura local e sejam ambientalmente corretos, a geração de mercados locais, mais próximos dos locais de produção, e os consumidores terem a garantia de estarem adquirindo um produto produzido de forma sustentável, nos âmbitos sociais, econômicos e ambientais. "Reconhecendo que tanto no Sul quanto no Norte do mundo existem agricultores e artesãos fragilizados, como o Comércio Justo fomenta igualmente - como alternativa ao comércio convencional - a aliança entre produtores e consumidores de uma mesma região ou país na prática do preço justo e na promoção das cadeias curtas, com menor impacto ambiental no deslocamento dos produtos. Assim, embora o Comércio Justo tenha surgido como forma de apoiar os camponeses e artesãos da África, América Latina e Ásia, algumas de suas vertentes passaram a apoiar também os produtores do Norte." (Cartilha Trocando Ideias, Pág 16) Nessa perspectiva, diversas ações vem sendo desencadeadas para a propagação e fortalecimento do Comércio Justo e Solidário, muitas delas estão sendo desencadeadas através do Conselho Nacional de Economia Solidária, que através do 1° Plano Nacional de Economia Solidária, considera que, o objetivo central para o fortalecimento da produção, comercialização e consumo solidários gira em torno da estruturação dos processos de produção, comercialização e consumo da Economia Solidária, visando garantir recursos públicos para a implantação do plano no período de 2015 a 2019. Dentre os objetivos específicos, podemos destacar o seguinte:  "Garantia da implementação do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário (SCJS), com recursos públicos para assessoria técnica 11 permanente, possibilitando a certificação dos produtos dos empreendimentos da economia solidária." (1° Plano Nacional de Economia Solidária. Pág. 21. 2015) Dentre as diretrizes, podemos destacar a:  "Políticas públicas de comercialização que garantam às mulheres e jovens acesso às compras públicas, espaços fixos de comercialização em seus territórios e garantia de comercialização da sua produção com ênfase na segurança alimentar e nutricional." Observa-se que o comércio justo é uma preocupação central da Economia Solidária em todas as suas escalas de planejamento, tanto em âmbito municipal como estadual e federal. 4.3 Consumo em Economia Solidária Quando se fala de consumo em Economia Solidária ele vem carregado de um caráter ético e político. O Consumo Solidário é tido como de fundamental importância para a transformação da economia como um todo e para a expansão sustentável da Economia Solidária. Segundo a cartilha do projeto Trocando Ideias, Consumo pode ser divido em dois tipos, consumo produtivo, ou seja, o consumo de matérias-primas, energia, força de trabalho e etc., necessários para a produção ou realização de um novo bem ou serviço. E consumo final, sendo ele a consumação do produto em si, a aquisição de bens e serviços. Ainda segundo a cartilha do projeto Trocando Ideias podemos notar a diferença entre o Consumo Solidário e o Consumo adotado pelas sociedades capitalistas, esse Consumo é denominado por eles de: consumo alienado, consumo compulsório ou forçoso. Essas são as formas de consumo que seriam induzidas pelas empresas, que com a ânsia de girar a produção para a geração de mais lucro e acúmulo de capital adotam táticas como o encurtamento da vida útil de produtos para que pessoas tenham de comprá-los mais vezes, além disso utilizam de estratégias de marketing em demasia para levar as pessoas a comprar produtos em excesso que vão além de suas necessidades para uma vida saudável. 12 O Consumo Solidário, por sua vez, é aquele que dá preferência por produtos produzidos pelas cadeias produtivas da própria Economia Solidária, dessa forma cria-se a já mencionada Rede de Economia Solidária, onde distribuidores, produtores, e comerciantes, negociam entre si, dessa forma ele contribui com a manutenção de postos de trabalho em EES que levam um viés de sustentabilidade, tanto no aspecto econômico, levando-se em consideração uma precificação justa, uma negociação autônoma entre produtores, comerciantes, e consumidores, visando uma remuneração justa pelo trabalho de cada um, quanto no aspecto social, levando-se em conta a diminuição da concentração de riquezas e ambiental, levando-se em conta a preferência por cadeias produtivas curtas, ou seja, com pouca distância entre o produtor e o consumidor, e a preferência pela utilização de materiais recicláveis e o cuidado para se evitar desperdício. 4.4 O Papel das Feiras para a Economia Solidária Segundo ORTIGOZA 2013, pág 38, “Na história das trocas, o mercado precede a feira e estas duas estratégias comerciais podem ser interpretadas como um fenômeno social total, pois revelam a gênese do exercício da troca já nas antigas civilizações.” Cabe ressaltar, que essa necessidade de facilitar a troca e agregar vários tipos de produtos, surgiu com a ocorrência do excedente de produção, os produtores, portanto, passaram a comercializar esse excedente, fazendo com que o seu trabalho não fosse mais, apenas, para subsistência. Portanto, desconsiderando o termo “Solidária” por uns instantes, podemos dizer que, uma Feira é um recinto onde a população de uma determinada localidade, ou região, organizam relações de troca de produtos (seja por dinheiro como ocorre predominantemente nos dias de hoje, ou por escambo como praticado em suas primeiras experiências), geralmente, são marcadas por uma periodicidade de funcionamento, com um dia certo na semana, no mês, no ano, etc. para ocorrer. Agora realocando termo “Solidária” as Feiras, tendo assim, “Feiras Solidárias”, ressalta-se, primeiramente, que as Feiras Solidárias buscam ir além do objetivo de uma Feira regular, que tem como objetivo apenas o comércio. Ainda segundo ORTIGOZA (2013, p. 42), “trata-se de uma forma especial de feira, criada com o objetivo de organizar e criar condições de realizar trocas de mercadorias, serviços e saberes, para o desenvolvimento de uma comunidade local.”. 13 Considerando-se esses aspectos, de organização e criação de condições de realizar trocas de mercadorias, serviços e saberes, para o desenvolvimento local, podemos tomar como exemplo o Regimento Interno da Feira de Economia Solidária da Praça XV do município de São Carlos/SP, publicado no Diário Oficial da cidade, onde o objetivo geral e os objetivos específicos são detalhados: “Art. 6º O objetivo geral da feira é organizar um espaço de comercialização e consumo de produtos e serviços, pautado nos princípios da economia solidária, valorizando o trabalho desenvolvido por empreendimentos solidários de São Carlos e proporcionando oportunidades de divulgação, de troca de experiências entre trabalhadores(as) da economia solidária, além da sociedade em geral. Art. 7º São objetivos específicos da Feira: I - proporcionar aos artistas e artesãos a divulgação e comercialização dos produtos artísticos e artesanais, realizando trocas de experiências e agregando a valorização da cultura desenvolvida de forma solidária por esses profissionais; II - articular relações de comércio solidário entre os expositores(as)/empreendedores(as) buscando a constituição de redes de cooperação; III - relatar, debater e aprofundar os princípios e modos da economia solidária por meio de oficinas, palestras e seminários; IV - promover eventos culturais; V - oferecer aos munícipes e visitantes a oportunidade de contato com a Arte e a Cultura através do trabalho solidário de artistas e artesãos; VI - divulgar diferentes técnicas artesanais e formas de trabalhos manuais e individuais, de expressivo valor artístico.” (DIÁRIO OFICIAL DE SÃO CARLOS/SP) Segundo RÊGO (2014), os espaços ocupados pelas Feiras de Economia Solidária, são espaços que se manifestam através do "mercado solidário", que é aliado com as lutas sociais através de critérios não-capitalistas. "(...) há um espaço natural de interação entre consumidores e produtores, sendo que os consumidores participam do processo de construção coletiva e conjunta destes espaços. Por essa peculiaridade, as feiras 14 podem tornar-se espaços de potencialização da comercialização para fora do território, já que são realizadas em diversos âmbitos (municipais, estaduais, nacional)." (RÊGO, 2014, p. 44) Durante esta pesquisa pudemos observar a importância das feiras para a comercialização dos produtos provenientes da Economia Solidária e, também, como ponto de encontro de todas as pessoas envolvidas nesta nova forma de produzir. Além disso, as feiras facilitam outros tipos de trocas, tais como experiências, sociabilidades e formação de redes de colaboração. RÊGO (2014), ainda cita a Feira Nacional de Economia Solidária, que ocorre anualmente em Santa Maria - RS, como um exemplo de força das Feiras de Economia Solidária. "Na sua última edição (2013) que ocorreu junto com o II Fórum Mundial da Economia Solidária, houve mais de 100 (cem) oficinas e palestras, das quais participaram pessoas de 28 (vinte e oito) países de todos os continentes. No Brasil, havia 27 (vinte e sete) estados brasileiros e mais de 530 (quinhentos e trinta) cidades representadas; ao todo, mais 200 (duzentas) Entidades e Organizações, Movimentos Sociais, Pastorais Sociais, Sindicatos, Entidades de apoio da Igreja, Universidades, veículos de comunicação, dentre outros; e mais de 1.000 (mil) empreendimentos expuseram na feira com uma variedade de cerca de 10.000 (dez mil) produtos. Estima-se ainda, segundo a Brigada Militar da cidade, que cerca de 200.000 (duzentas mil) pessoas passaram pelo evento" (RÊGO, 2014, p. 45) Portanto, isso mostra como as Feiras de Economia Solidária possuem um papel importantíssimo dentro de qualquer projeto que envolva a Economia Solidária, não só no quesito de escoamento dos produtos da mesma, como no quesito de mobilização de pessoas e entidades entorno de toda a temática que a Economia Solidária engloba. 5. Área de estudos Segundo o IBGE, a cidade de Campinas surgiu como um bairro rural da Vila de Jundiaí, na segunda metade do século XVIII, localizada nas estradas abertas por paulistas que seguiam por elas em direção as minas de Goiases, com o passar do tempo foi erguida uma hospedaria denominada de pouso das “Campinas do Mato Grosso”, fazendo menção as pequenas Campinas (áreas descampadas) que haviam naquela região 15 de mata fechada que iniciaram o desenvolvimento da cidade, a partir da construção dessa hospedaria, várias atividades de abastecimento se desenvolveram na área, e essas atividades impulsionaram o crescimento populacional neste, ainda então, bairro rural. Ainda segundo o IBGE, nesse mesmo período, segunda metade do século XVIII, uma nova atividade econômica ganhava forma, o cultivo da cana de açúcar, impulsionada por fazendeiros que vinham de várias localidades da região e traziam consigo, escravos. E foi graças aos interesses desses fazendeiros que o bairro rural de Mato Grosso foi promovido a condição de Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso (1774); depois, em Vila de São Carlos (1797), e em Cidade de Campinas (1842). Com a queda do ciclo da Cana-de-Açúcar os fazendeiros de Campinas deram início a um novo ciclo econômico, o ciclo do café. “Os cafezais, por sua vez, nasceram do interior das fazendas de cana, impulsionando em pouco tempo um novo ciclo de desenvolvimento da cidade. A partir da economia cafeeira, Campinas passou a concentrar um grande contingente de trabalhadores escravos e livres (de diferentes procedências), empregados em plantações e em atividades produtivas rurais e urbanas. No mesmo período (segunda metade do século XVIII), a cidade começava a experimentar um intenso percurso de "modernização" dos seus meios de transporte, de produção e de vida, permanecendo vivo até hoje na memória da cidade, aspectos diversos destas transformações levaram a população a praticamente duplicar de tamanho.”(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em:< http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=350950 &search=%7Ccampinas> . Acesso em: 08 de Janeiro de 2015) Na década de 30 todo o Brasil passou a viver uma grave crise econômica impulsionada pela crise econômica cafeeira, uma das principais atividades do país até então, com essa crise Campinas, até então considerada agrário, passou a migrar para a indústria e serviços. “ [...] a cidade "agrária" de Campinas assumiu uma fisionomia mais industrial e de serviços. No plano urbanístico, por exemplo, Campinas recebeu do "Plano Prestes Maia" (1938), um amplo conjunto de ações voltado a reordenar suas vocações urbanas, sempre na perspectivas de impulsionar http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang&amp%3Bcodmun=350950 16 velhos e novos talentos, como o de pólo tecnológico do interior do Estado de São Paulo. [...] No mesmo percurso, a cidade passou a concentrar uma população mais significativa, constituída de migrantes e imigrantes procedentes das mais diversas regiões do estado, do País e do mundo, e que chegavam à Campinas atraídos pela instalação de um novo parque produtivo (composto de fábricas, agro-indústrias e estabelecimentos diversos). Entre as décadas de 1930 e 1940, portanto, a cidade de Campinas passou a vivenciar um novo momento histórico, marcado pela migração e pela multiplicação de bairros nas proximidades das fábricas, dos estabelecimentos e das grandes rodovias em implantação - Via Anhanguera, (1948), Rodovia Bandeirantes (1979) e Rodovia Santos Dumont, (década de 1980).” (IBGE, 2014 disponível em Acesso em: 08 de janeiro de 2015 ) Portanto, até mesmo por conta de todo o seu o histórico, o município de Campinas, que hoje conta com mais de 1 milhão de habitantes, é considerado um município moderno, urbanizado e industrializado, há nele pólos tecnológicos de grande porte, como a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, o Centro da Tecnologia e Informação Renato Archer – CTI, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento – CPqD, braço de pesquisa do sistema Telebrás, a Companhia Química Rhodia, dentre outros. - Dados do município:  População estimada 2014: 1.154.617;  Área da unidade territorial (km²): 794,571;  Densidade demográfica (hab/km²): 1.359,60;  Prefeito: Jonas Donizette Ferreira;  Área da unidade territorial: 794,571 km²;  Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - 2010 (IDHM 2010): 0,805;  PIB per capita a preços correntes – 2012: 38.926,69reais. http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang&amp%3Bcodmu 17 (IBGE 2014, disponível em: Acesso em: 08 de Janeiro de 2015) Mapa 1: Localização do Município de Campinas/SP no Estado de São Paulo. Além de todas essas características geográficas, não podemos deixar de considerar que Campinas é uma cidade da Região Metropolitana de Campinas - RMC, o que traz a ela outros qualitativos e com eles muitos novos conflitos socioespaciais. http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang&amp%3Bcodmun=350950 18 Figura 1: Região Metropolitana de Campinas. (Fonte: Wikimidia. Disponível em: Acesso em: 08 de Novembro de 2015) Segundo a Subsecretaria de Assuntos Metropolitanos do Estado de São Paulo temos: A Região Metropolitana de Campinas (RMC), criada pela Lei Complementar Estadual nº 870, de 2000, é uma das regiões metropolitanas mais dinâmicas no cenário econômico brasileiro. Seu Produto Interno Bruto (PIB) foi de R$ 77 bilhões em 2008, representando 7,75% do PIB paulista. Além de possuir uma economia forte e diversificada, a RMC destaca-se também pela presença de centros inovadores no campo das pesquisas científicas e tecnológicas. Outro expoente da região é o Aeroporto de Viracopos, localizado no município de Campinas. O aeroporto registra um fluxo anual de cargas embarcadas e desembarcadas em vôos internacionais de cerca de 176 mil toneladas. De cada três toneladas de mercadorias exportadas e importadas por via aérea no país, uma passa por Viracopos, que, juntamente com os aeroportos de Guarulhos e do Rio de Janeiro, respondem por 82% do fluxo anual de cargas desse tipo de transporte. Fazem parte da RMC 20 municípios: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Morungaba, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa 19 Bárbara d'Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. (Subsecretaria de Assuntos Metropolitanos de Campinas, 2015. Disponível em Acesso em: 15 de Dezembro de 2015) Portanto, nota-se a importância que a cidade de Campinas tem para a economia do Brasil, ainda mais se considerarmos o fato dela encabeçar uma importante região, com 20 cidades, que é responsável por uma grande parcela do PIB, e de toda a produção do país. 5.1 A Economia Solidária em Campinas. Com relação a Economia Solidária propriamente dita, segundo o Atlas Digital da Economia Solidária, que consta dados do Segundo Mapeamento Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (EES), realizado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), Campinas conta com 37 EES, sendo 1 com atuação na área urbana e rural e outros 36 com atuação apenas na área urbana, sendo que, 13 são declarados como Grupos Informais, 4 como Associações, e 20 como Cooperativas. Ainda segundo o Atlas Digital da Economia Solidária (2013), as áreas de atuação dos EES se dividem em: Gráfico 1: Áreas de Atuação dos Empreendimentos Econômicos Solidários. (Elaboração: Silva, S.A 2015) http://www.sdmetropolitano.sp.gov.br/portalsdm/campinas.jsp 20 Dentro dos empreendimentos de Comercialização ou Organização Social, é possível obter, ainda no Atlas Digital de Economia Solidária, um levantamento das principais formas de organização da comercialização dos EES do município de Campinas. 16 EES declaram as lojas ou espaços fixos de venda como uma das principais formas de organização da comercialização, 5 declararam terem central (is) de comercialização como uma das principais formas de organização da comercialização, e apenas 3 empreendimentos declaram as feiras como uma das principais formas de organização da comercialização. Ter apenas 3 empreendimentos, em um total de 17, que declaram as Feiras como uma das principais formas de organização da comercialização pode ser um dado um tanto desanimador para o início dos trabalhos, porem, vale a pena ressaltar que esses 17 empreendimentos foram mapeados em 2013, agora em 2015 o número de empreendimentos pode ter mudado, e a importância das Feiras de Economia Solidária pode ter aumentado, além disso, nada impede que os empreendimentos que não declararem ter na feira como uma das principais formas organizacionais de comercialização do produto também participem das Feiras, pelas outras importâncias já mencionadas acima, como a troca de experiências entre empreendedores. Segundo os depoimentos do antigo Coordenador Municipal de Economia Solidária de Campinas/SP, o senhor Ercindo Mariano Júnior, e a Presidente das Redes de Economia Solidária, a senhora Hilda Sampaio, a Economia Solidária de Campinas/SP está conveniada a Secretaria do Trabalho e Renda, antes disso, era conveniada com a Secretaria de Ação Social, e até abril de 2015 ela contava com recursos do Poder Público Municial, porém ele não contam mais com esses recursos. Cabe ressaltar que, a Economia Solidária de Campinas está contemplada pelos editais 003 2013 de "Fomento à Economia Solidária como Estratégia de Inclusão Socioeconômica e de Autonomia da População em Situação de Rua" e 004 2012 de "Apoio e Fortalecimento de Redes de Cooperação Constituídas por Empreendimentos Econômicos Solidários em Cadeias Produtivas e Arranjos Econômicos Territoriais e Setoriais de Produção, Comercialização e Consumo Sustentáveis e Solidários", do Governo Federal e, que foram assinados pelo ex-prefeito de Campinas/SP, Pedro Serafim. 21 Com relação ao local de trabalho dos técnicos e pesquisadores do programa de Economia Solidária do Município de Campinas/SP, eles estão alocados na Estação Cultura, localizada na Rua Francisco Teodoro, no Centro da cidade, a Estação Cultura é a muito tempo um "cartão postal" da cidade, construída para ser uma estação ferroviária que transportava passageiros para as cidades da região e café produzido nas fazendas da cidade no século XVIII. Por ser um local que demonstra uma síntese de toda a cultura e do passado histórico de Campinas/SP podemos dizer que eles se encontram em um bom local para dar um "ponto de partida" em qualquer projeto relacionado a Economia Solidária, visto que, a Economia Solidária se sustenta, dentre outras coisas, na identidade cultural do município que ela está sendo realizada. Por outro lado, a Estação Cultura não cede aos membros da Economia Solidária nenhum espaço fixo para que técnicos, pesquisadores e gestores da Economia Solidária possam trabalhar e/ou realizar suas reuniões, tendo que sempre pedir permissão para utilizar das dependências do lugar com antecedência. Figura 2: Estação Cultura. (Fonte: 1° Sindicato dos Ferroviários Paulista. Disponívelem . Acesso em: 15 de Novembro de 2015) http://sindpaulista.org.br/blog/cptmcampinas/wp-content/themes/redtime/images/estacao-campinas-2.jpg 22 Figura 3: Interior da Estação Cultura. (Fonte: SILVA, S.A. 2015) Figura 4: Vagão onde ocorre algumas das reuniões dos envolvidos no projeto de Economia Solidária. (Fonte: SILVA, S.A. 2015) 23 Figura 5: Escadaria da Estação Cultura. (Fonte: SILVA, S.A. 2015) 6. Avaliação da Metodologia e da Estratégia de Comercialização em Economia Solidária no município de Campinas/SP Para a avaliação da metodologia e da estratégia de comercialização em Economia Solidária consideramos todos os aspectos que foram levantados nesse trabalho até o presente momento, ou seja, a própria Economia Solidária, o Comércio Justo e Solidário, o Consumo em Economia Solidária, e as Feiras de Economia Solidária. A consideração de todos esses aspectos nos levou a formular, três questões: 1) As Ferias de Economia Solidária de Campinas estão dentro do que a Economia Solidária espera que estejam? Contemplam as determinações do 1° Plano de Economia Solidária? 2) As Feiras de Economia Solidária de Campinas, de fato, contribuem para a geração de uma Rede de Economia Solidária? 24 3) Os produtos comercializados nas Feiras de Economia Solidária são, de fato, produtos provenientes do Comércio Justo e Solidário? Além disso, fez-se necessário fazer um levantamento dos aspectos locacionais propriamente ditos, ou seja: 1) As Feiras estão localizadas em regiões de fácil acessibilidade, com boa infraestrutura, espaço, e logisticamente viáveis para as suas realizações? 2) As Feiras estão localizadas em regiões com alta possibilidade de atração de potenciais consumidores? 3) Os EES se encontram satisfeitos com o espaço que possuem e com o movimento da própria Feira? Para responder todas essas perguntas, foram utilizados depoimentos coletados em reuniões com pessoas envolvidas no Programa de Economia Solidária, tanto empreendedores, quanto demais colaboradores, além disso, foi de fundamental importância os diversos trabalhos de campo realizados com o intuito de observar e avaliar os aspectos locacionais dos locais onde se realizavam as Feiras, fizemos uso de um check list, com seis aspectos a serem observados e classificados por uma nota de 1 a 5, qualificados da seguinte forma: 1: Ruim; 2: Regular; 3: Satisfatório; 4: Muito Bom; 5: Excelente. Os critérios avaliados foram: 1) Redução de custos; A nota para esse aspecto foi estipulada da seguinte forma, consideramos a questão logística, como a proximidade que Feira tem da casa e do trabalho dos empreendedores e dos consumidores, pensando nesses dois agentes de forma 25 generalizadas como habitantes do município de Campinas/SP, dessa forma, pensamos que o centro da cidade como o local de ponto de encontro natural desses habitantes e, portanto, consideramos a proximidade da feira para o centro da cidade como um fator que agregaria nota no aspecto da redução de custos. Além disso, consideramos aspectos como, o pagamento, ou não, de possíveis taxas para uso do espaço, a presença de financiamento, ou não, de tendas para os empreendedores, e os investimentos necessários para que haja uma infraestrutura ideal para que os empreendedores possam realizar a feira. Entendemos como infraestrutura ideal para a realização da feira a presença de calçamento, estacionamento, e banheiros, além da própria questão das tendas. 2) Infraestrutura (calçadas, arruamento, estacionamento, etc.); Como explicado anteriormente estabelecemos um entendimento do que seria a infraestrutura ideal, como já é possível deduzir a nota desse aspecto locacional influenciará na nota do primeiro aspecto locacional, pois ele também considera a infraestrutura como um quesito importante para a redução de custos. 3) Transportes (individual e coletivo); Presença de pontos de ônibus nas proximidades, ponto de táxi, e facilidade de acesso com transporte individual. 4) Circulação Urbana (facilidade de acesso, trânsito de veículos e pedestres); Nesse aspectos analisamos se o acesso para cadeirantes ou demais pessoas com deficiências motoras conseguem transitar normalmente, além dos demais pedestres que não possuam nenhuma deficiência física, além disso, analisamos como um fator preponderante a possibilidade de haver congestionamento no entorno da Feira que dificultaria o acesso ao local. 5) Presença de potenciais consumidores; Para esse aspecto locacional fizemos uma observação do movimento de pessoas no local, além disso, observamos se há empreendimentos comerciais, industriais, ou de serviços, no entorno da Feira que possa atrair mais consumidores, ou até mesmo espantar potenciais consumidores. Além disso perguntamos para alguns dos 26 empreendedores se eles consideram que o movimento da Feira é satisfatório para seus negócios. 6) Impactos de vizinhança. Esse aspecto está atrelado a todos os outros cinco citados anteriormente, ou seja, se Feira atrai muitos consumidores obviamente o impacto será maior, se ela causar congestionamentos, se ela modificar, de alguma forma, a circulação urbana, tudo isso, irá impactar, positivamente ou negativamente a vizinhança. A nota atribuída girará em torno dos impactos positivos e negativos que a Feira trouxer para o seu entorno. As áreas estudadas foram todas as áreas que contavam com uma Feira semanal de Economia Solidária, além daquela que ocorre mensalmente, sendo elas: 1) Feira do Bento Quirino (funcionamento: 5ª e 6ª); 2) Feira do Largo do Pará (funcionamento: 4ª, 6ª e sábado); 3) Feira do Parque Linear (funcionamento: sábado e domingo); 4) Feira do Concórdia (funcionamento: sábado e domingo); 5) Feira do Ouro Verde (funcionamento: sábado e domingo); 6) Feira da UNICAMP (funcionamento: mensal). Cabe observar que, dentro de todo o trabalho feito pelas pessoas envolvidas no programa de Economia Solidária do município de Campinas/SP, segundo os entrevistados, tudo girou em torno da concepção de "fornecer o maior número de oportunidades possíveis aos empreendedores", e assim, praticamente todas as oportunidades oferecidas pelas mais variadas instituições para venda e exposição dos produtos provenientes de EES foram trabalhadas, e até por isso, Campinas/SP conta com uma série Feiras semanais. Existem assim, outros espaços como o Ciclo Básico II e a região localizada atrás da reitoria da UNICAMP, e 5 espaços de venda e exposição na tradicional feira do Centro de Convivência (também conhecida como Feira Hippie) localizada na Praça Imprensa Fluminense, em um dos bairros mais nobres e centrais da cidade, o Cambuí, 27 dentre outros espaços em outras feiras tradicionais que ocorrem no decorrer do ano, em eventos da cidade. 6.1 Adequação dos Conceitos da Economia Solidária. Com relação a adequação dos conceitos levantados nesse TCC, de Economia Solidária, de Comércio Justo e Solidário, de Consumo em Economia Solidária, e as Feiras de Economia Solidária, e respondendo os questionamentos levantados anteriormente podemos afirmar que: Em geral, as Feiras de Economia Solidária de Campinas/SP cumprem com as determinações do 1° Plano Nacional de Economia Solidária, pois, segundo o que foi observado sobre o comportamento dos empreendedores, principalmente os mais antigos, não há uma competição entre eles, e sim uma cooperação conjunta, ou seja, os empreendedores trocam experiências entre si e se unem para somar forças e para melhorarem cada vez mais os seus produtos, isso foi notado até mesmo através do depoimento dos próprio empreendedores, inclusive pudemos presenciar dois empreendedores do setor alimentício discutindo suas experiências e buscando melhorar juntos o produto que ofereciam para o consumidor. Porém, cabe ressaltar que, segundo o 1º Plano Nacional de Economia Solidária, no sentido da abordagem territorial, temos: "A abordagem territorial é concebida como método de fortalecimento da Economia Solidária na construção de iniciativas de desenvolvimento sustentável e solidário, considerando o território como espaço socialmente construído, geograficamente definido com afinidades sócio-culturais, caracterizado por critérios multidimensionais (o ambiente, a economia, a sociedade, a formação histórica e cultural), instituições políticas e grupos sociais distintos que se relacionam interna e externamente por meio de processos que indicam identidade e coesão, social e cultural Com essa perspectiva, a abordagem territorial implica na adoção do território como ponto de partida para uma imersão na realidade, possibilitando olhar de perto para onde as relações econômicas acontecem, acompanhar seus efeitos e entender qual o sentido do desenvolvimento que se está construindo. Da mesma forma, é possível - ampliar as articulações entre os movimentos sociais, visando à construção de pactuações desses sujeitos coletivos com outras instituições na formulação e execução de políticas públicas. Além dessas, são características da abordagem territorial: 28  concebe o desenvolvimento como decorrente da criação de condições para que os agentes locais, públicos e da sociedade civil organizada mobilizem-se em torno de uma visão de futuro, de um diagnóstico das suas potencialidades e limitações, e dos meios para perseguir um projeto próprio de desenvolvimento sustentável;  possibilita implantar ações de economia solidária de maneira integrada, visando garantir o acesso a investimentos, formação, assessoria técnica e comercialização aos empreendimentos econômicos solidários articulados territorialmente;  uma visão integradora de espaços, atores sociais e políticas públicas de intervenção, através da qual se pretende alcançar: a geração de riquezas com eqüidade; o respeito à diversidade, solidariedade e justiça social; o uso sustentável dos recursos naturais; a inclusão social; a valorização dos conhecimentos tradicionais e da diversidade cultural e étnica dos povos e comunidades. Com base nessas características, as políticas públicas de economia solidária devem enfrentar o desafio de incorporar critérios e mecanismos de reconhecimento e priorização de espacialidades territoriais, identificando claramente as suas vantagens e desvantagens. No entanto, não podem ficar limitadas a uma simples territorialização de suas ações, buscando alcançar uma perspectiva mais ampla de política de desenvolvimento territorial, inclusive explicitando a concepção de território como espaço privilegiado de ampliação do exercício da autogestão." (1º PLANO NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA. Pág. 18. 2015) E para que toda essa abordagem territorial seja feita, considerando os desafios comentados para incorporação de critérios e mecanismos de reconhecimento e priorização de espacialidades territoriais faz-se necessário que busquemos um local que ainda não possua uma identidade territorial já definida. Nesse sentido, considerando que as Feiras de Economia Solidária de Campinas, com exceção daquelas localizadas no Largo do Pará, Parque Linear, e Praça do Concórdia, dividem espaços com empreendimentos que não são Empreendimentos Econômicos Solidários, e ainda, muitos EES dividem espaços em Feiras que já são tradicionais e conhecidas pela população e, portanto, sem identidade com a Economia Solidária, podemos dizer que, com relação a territorialidade, algumas Feiras acabam deixando a desejar nesse aspecto. 29 Com relação a formação de Redes de Economia Solidária, utilizando-se de depoimentos da própria presidente das Redes e dos empreendedores que estavam nas Feiras de Economia Solidária, podemos dizer que ainda não ocorre. Para a formação de uma Rede de Economia Solidária, um dos princípios básicos é que as pessoas envolvidas no programa de Economia Solidária não só comercializem produtos da Economia Solidária, como também consumam produtos da Economia Solidária, e o que podemos observar é que, os próprios empreendedores não adquirem seus bens de produção de outros EES, ou pela falta de conhecimento de empreendimentos que possam fornecer os bens de produção a eles, ou até mesmo pela inexistência desses empreendimentos. Nem mesmo soluções colaborativas simples tem ocorrido, como a união de empreendedores de um mesmo setor para que eles possam comprar em conjunto seus materiais por um preço mais em conta, ocorre. Porém, apenas o fato de Campinas/SP contar com um bom número de EES e empreendedores, além de uma série de Feiras de Economia Solidária já conta como um passo para que as Redes de Economia Solidária passem a ser formadas, afinal de contas, eles já possuem um grande número de pessoas envolvidas no projeto que só precisam se articular de forma mais conjunta para passar a desfrutar das vantagens de se elaborar uma Rede de Economia Solidária. Além disso, algumas ações em Rede já estão sendo realizadas, através de algumas medidas colaborativas como o financiamento de algumas tendas para que empreendedores com menos condições possam participar das Feiras. Com relação aos produtos comercializados nas Feiras de Economia Solidária pelos EES podemos dizer que se enquadram muito bem nos parâmetros da Economia Solidária, com exceção dos materiais de produção serem adquiridos por empreendimentos convencionais, não participantes do projeto de Economia Solidária. Todos os empreendedores passam por um processo de aprovação de seus produtos antes de terem seus empreendimentos aceitos como EES e ter o direito de participar das Feiras do programa de Economia Solidária, com isso, os produtos provenientes da Economia Solidária de Campinas/SP são totalmente artesanais, e são de ótima qualidade, muitos, inclusive, reaproveitam materiais para produzir os seus produtos. 30 7. Análise Locacional das Feiras de Economia Solidária. Com relação a análise locacional das Feiras de Economia Solidária de Campinas/SP, uma análise individual, Feira por Feira, foi realizada, após a análise individual, uma análise conjunta comparativa foi realizada, e um mapa foi confeccionado para melhor visualização da territorialidade da Economia Solidária do município. Com relação as análises individuais feitas temos as seguintes observações: 7.1. Feira do Bento Quirino A Feira do Bento Quirino, que funciona de quintas e sextas-feiras, nos períodos da manhã e da tarde, é realizada na Praça Bento Quirino no Centro da cidade de Campinas/SP, que leva o nome de uma figura pública muito importante para o município que viveu entre 1837 a 1914, Bento Quirino do Santos, comerciante e vereador da cidade que fundou um dos Colégios mais tradicionais do município, o Culto a Ciência, a Companhia Mogiana, a Santa Casa da Misericórdia, a Companhia Campineira de Água, dentre outras. Mapa 2: Localização da Feira do Bento Quirino e alguns POI'spróximos. 31 Ao chegarmos nessa feira já temos uma boa primeira impressão, ela conta com um bastante pessoas caminhando e consumindo nas tendas, possui um número considerável de empreendedores e no dia e horário da visita (13 de Novembro de 2015 às 15h), contava com um expressivo movimento de pessoas. Figura 6: Feira de Economia Solidária do Bento Quirino. (Fonte: SILVA, S.A) Além disso, já nos deparamos com uma nítida qualidade dos artesanatos, como por exemplo, os tapetes em formato de coruja ilustrados na figura abaixo, como dito anteriormente tudo é feito de forma totalmente artesanal, e a empreendedora em questão declarou estar conseguindo realizar vendas que garantem uma tenda satisfatória. 32 Figura 7: Exemplo de artesanato realizado por um EES presente na Feira. (Fonte: SILVA, S.A) Porém, alguns aspectos deixaram a desejar, como o fato desta feira não ser exclusiva da Economia Solidária, e os EES dividirem espaços com Empreendimentos Econômicos não Solidários, o que, como dito anteriormente, prejudica a questão da identidade territorial solidária. Figura 8: À esquerda localizam-se os EES, à direita os empreendimentos econômicos não solidários. (Fonte: SILVA, S.A) 33 Com relação aos aspectos locacionais as notas atribuídas foram as seguintes: a) Redução de custos: Nota 3. Como fatores positivos temos o não pagamento de taxa para utilização do espaço e o fato dessa Feira estar localizada, praticamente, no coração do centro da cidade. Como fatores negativos podemos observar que essa feira não conta com uma infraestrutura adequada para que ela seja realizada, por não possuir banheiro, além disso, apesar de vermos que há vários estacionamentos no entorno, nenhum deles possui convênio com a Feira. b) Infraestrutura (calçadas, arruamento, estacionamento, etc.): Nota 3. Como fatores positivos podemos considerar a presença de calçadas e arruamento, como fatores negativos podemos ressaltar algumas observações que já foram citadas anteriormente, como a falta de banheiro, de estacionamento, e as tendas terem de ser alugadas. c) Transportes (individual e coletivo): Nota 3; Por ser uma região central há uma série de linhas de ônibus que passam próximo ao local da Feira, e podemos observar até pontos de ônibus próximos, além disso há várias vias de acesso a região da Feira, porém não há pontos de táxi próximos, apesar de ser uma região conhecida e muitos taxistas saberem como chegar lá sem problemas, além disso, até mesmo por ser uma região central, a possibilidade de congestionamentos é muito grande, independente do movimento de veículos que a própria Feira gerar. d) Circulação Urbana (facilidade de acesso, trânsito de veículos e pedestres): Nota 3; Há algumas rampas de acesso a cadeirantes, e o trânsito de pedestres se realiza sem grandes problemas, porém uma melhor disposição das tendas, que permita um maior número de corredores facilitaria a circulação. Além disso, como dito anteriormente, o trânsito de veículos pode ser dificultado em horários de pico. e) Presença de potenciais consumidores: Nota 4; 34 A atração de consumidores nesta Feira se deve ao fato de estar localizada numa região central da cidade, ser ponto em rota de casa/trabalho e trabalho/casa de muitas pessoas e ter uma série de comércios em volta. O número de pessoas foi considerado satisfatório, até mesmo pelos próprios empreendedores. Porém os próprios empreendedores indagaram que em um dos dias de funcionamento da Feira o movimento não é tão satisfatório, no caso, eles alegaram que a quinta-feira não é um bom dia para o comércio. f) Impactos de vizinhança: Nota 4. Considerando todos os aspectos analisados podemos perceber que o impacto qie essa Feira tem gerado na vizinhança é positivo, uma vez que, impactos negativos como o congestionamento no entorno já ocorrem mesmo, e portanto, não se deve a ela. Além do mais, essa Feira trás mais clientes para os estacionamentos localizados em seu entorno, muda a rotina de muitas pessoas que por lá passam para ir ou voltar do trabalho e aproveitam para consumir algum produto, e gera um maior movimento no local. 7.2 Feira do Largo do Pará A poucas quadras de distância da Feira do Bento Quirino acontece a Feira do Largo do Pará, localizada na Praça de mesmo nome. Cabe ressaltar que as referidas feiras funcionam simultaneamente nas sextas feiras. 35 Mapa 3: Localização da Feira do Bento Quirino e alguns POI'spróximos. No dia da visitação (no dia 13 de Novembro de 2015 às 16h00), percebemos alguns poucos empreendedores expondo os seus produtos e alguns poucos consumidores os adquirindo. Pudemos perceber através de conversas com empreendedores que o movimento de sexta-feira não chega a ser satisfatório. Entretanto, por ser a Feira de Economia Solidária mais antiga do município de Campinas/SP e até por isso uma das mais tradicionais esperávamos um movimento maior de pessoas. Esse tipo de problema nos levanta uma questão, "será que vale a pena realizar duas Feiras de forma simultânea tão próximos um do outro?". O que pudemos perceber nesse dia de trabalho de campo é que, enquanto a Feira do Largo do Pará, que contava exclusivamente com EES e é a mais antiga e uma das mais tradicionais se encontrava com pouco movimento nas sextas-feiras, a Feira do Bento Quirino que não é tão antiga, nem tão tradicional, nem exclusivo de EES estava com um bom movimento. Essa constatação nos leva a refletir sobre a existência de uma competição entre as feiras, o que, no caso da Economia Solidária revela-se como uma grande contradição. 36 Diante desta avaliação observa-se que a proximidade entre as feiras, aliada ao funcionamento no mesmo horário, devem ser evitados. Apesar dessas questões a Feira do Largo do Pará apresenta, também, uma ótima localização. Figura 9: Feira do Largo do Pará. (SILVA, S.A. 2015) Outro fator positivo a ser analisado é que as tendas da Feira do Largo do Pará são cedidas pela prefeitura. Devido a um roubo que aconteceu no depósito onde as tendas estavam guardadas, por esse motivo não há tendas para que todos os empreendimentos possam expor seus produtos simultaneamente, por isso, a Feira do Largo do Pará tem as tendas cedidas e a do Bento Quirino não. 37 Figura 10: Tendas cedidas pela Prefeitura Municipal de Campinas. (SILVA, S.A. 2015) a) Redução dos Custos: Nota 4; Estar no centro da cidade já é um benefício locacional importante, além disso, os empreendedores não pagam nem pela tenda, nem pelo espaço que usam. Porém faz-se necessário um investimento na infraestrutura do lugar, como a construção de um banheiro e criar possibilidades de conseguirem um estacionamento próximo a Feira ou um convênio com algum estacionamento já existente. Destaca-se que a Praça está na área de cobertura da Zona Azul (local de estacionamento em via pública mediante cobrança da Prefeitura), mas esse fato não prejudicaria a implantação de estacionamento próprio da Feira ou conveniado. b) Infraestrutura: Nota 4; O local conta com a presença de calçadas e arruamento, além disso as tendas são cedidas pela Prefeitura Municipal de Campinas, porém, como fatores negativos podemos ressaltar, novamente, a falta de banheiro, e o único estacionamento disponível ser Zona Azul, que é mais barato que os estacionamentos particulares, porém não são suficientes em dias mais movimentados como o sábado. 38 c) Transportes (individual e coletivo): Nota 4 O local possui ponto de ônibus próximo, e apesar de não possuir ponto de táxi na imediações também é um local conhecido pelos taxistas, com relação ao transporte individual é um local de fácil acesso, porém em horários de pico tende a congestionar, menos do que na região do Bento Quirino, porém, mesmo assim há uma tendência. d) Circulação Urbana (facilidade de acesso, trânsito de veículos/pedestres): Nota 5 É um local com rampas e de fácil locomoção para deficientes físicos, além disso o trânsito de pedestres é tranquilo e a disposição das tendas não atrapalham em nada o caminhar das pessoas, com relação ao trânsito de veículos não foi observado problemas nos horários de funcionamento da feira, com exceção de um trânsito um pouco mais pesado a partir das 16h30. e) Presença de Potenciais Consumidores: Nota 3 É um local com muito potencial para atrair consumidores, tem pontos comerciais e prédios residenciais nas imediações, além disso, também é um ponto que está no centro da cidade e é faz parte do trajeto casa/trabalho e trabalho/casa de uma boa parcela da população da cidade, o único fator negativo é a baixa presença de empreendedores que faz com que a Feira se torne menos atrativa para os consumidores, além disso, o fato já ter uma outra Feira funcionando a poucas quadras de distância, todas as sextas-feiras, também reduz a presença de potenciais consumidores. f) Impactos de Vizinhança: Nota 3. Considerando todos os aspectos analisados podemos perceber que o Impacto que essa Feira tem gerado na vizinhança é positivo, uma vez que, impactos negativos como o trânsito carregado no entorno já ocorrem mesmo que não haja a intervenção da Feira, porém, apesar dela estar na rota de muitos habitantes do município de Campinas/SP, pouco muda a rotina das pessoas que por lá passam para ir ou voltar do trabalho, uma vez que a volta de empreendimentos faz com que muitos optem por não aproveitarem para parar e consumir algum produto, fazendo com que não haja um grande movimento de pessoas. 39 7.3 Feira do Parque Linear A Feira do Parque Linear é localizada na Avenida Amoreiras, avenida essa que corta a cidade atravessando bairros centrais de Campinas/SP até a região do Parque Linear, um bairro afastado do centro da cidade, relativamente próximo ao Aeroporto Internacional de Viracopos, e está sediada no Lago do Mingone, lagoa que atrai uma série de moradores para caminhar e se exercitar, cabe ressaltar que essa feira funciona nos fins de semana, nos períodos da manhã e da tarde. Apesar de estar numa região predominantemente residencial, também conta com alguns estabelecimentos comerciais no entorno, além disso, está próximo de uma região industrial do município. Também cabe ressaltar que essa Feira conta, exclusivamente, com EES. Mapa 4: Localização da Feira do Parque Linear e alguns POI'spróximos. No dia e hora do trabalho de campo (14 de Novembro de 2015 às 9h00), nos deparamos com apenas algumas tendas sendo montadas, decidimos, portanto, analisar o entorno enquanto as atividades da Feira iam começando. 40 Figura 11: Feira do Parque Linear em início de montagem. (SILVA, S.A. 2015) Como dito anteriormente a Feira do Parque Linear está situada na Lagoa do Mingone, também conhecida como Parque Capivari, pois se encontra ao lado do rio Capivari, essa Parque é um local bastante visitado pelos habitantes daquela região, portanto, acaba sendo um atrativo a mais para a instalação de qualquer empreendimento na região. Figura 12: Parque Linear. (SILVA, S.A. 2015) 41 Com relação a infraestrutura, essa foi a única Feira semanal que contava com um banheiro público nas suas proximidades, no caso o banheiro da própria Lagoa. Figura 13: Banheiro do Parque Linear. (SILVA, S.A. 2015) Também possui um ponto de ônibus logo à frente da Feira. Além disso, como dito anteriormente, essa Feira está localizada em uma importante e extensa avenida da cidade, que corta os bairros centrais e os liga aos bairros mais afastados, portanto, é uma avenida muito movimentada nos dias de semana, pois é uma avenida que muitas pessoas utilizam como trajeto de casa/trabalho e trabalho/casa. 42 Figura 14: Ponto de ônibus em frente ao Parque Linear. (SILVA, S.A. 2015) O local também conta com um amplo estacionamento gratuito e fica ao lado de um posto de gasolina. Figura 15: Estacionamento do Parque Linear que pode ser utilizado por frequentadores da Feira. (SILVA, S.A. 2015) E como dito anteriormente muitas pessoas se utilizam desse parque para se exercitar, há vários grupos que se encontram para realizar baterias de exercícios, pessoas essas que podem ser clientes potenciais para a Feira. 43 Figura 16: Pessoas que se utilizam do parque para exercícios. (SILVA, S.A. 2015) Após analisar o entorno voltamos a Feira que já estava com as suas atividades iniciadas, mesmo com a espera, apenas 4 empreendedores compareceram a Feira para expor e vender os seus produtos, e o movimento era bem escasso, como ainda não passava das 10h00 da manhã indagamos aos empreendedores como era o movimento da feira, se ela estava vazia por conta do horário ou se isso era algo recorrente, e eles disseram que aos sábados, o movimento é realmente pouco, ainda mais no período da manhã. O dia que tinha mais movimento é domingo, assim, é o único dia que realmente compensava comparecer para expor e vender os produtos. Por esse motivo muitos empreendedores de fato não compareciam de sábados. Esse tipo de alegação nos fez refletir se realmente é viável manter aos sábados uma feira com tão pouco movimento e tão poucos empreendedores apenas para que o espaço fique ocupado. Além disso, a Feira do Ouro Verde não fica muito longe da Feira do Parque Linear, o que nos faz considerar que, a melhor saída para essa Feira seria manter as atividades apenas aos domingos, pois são os dias de maior movimento, melhores vendas, e consequentemente, maior rentabilidade para os empreendedores. Também cabe observar que a Feira do Parque Linear é o Feira mais nova, com apenas 4 meses de existência, e os empreendedores lá presentes também aderiram recentemente a Economia Solidária. 44 a) Redução dos Custos: Nota 4. As tendas são todas cedidas pela Prefeitura, além do mais o espaço é gratuito, e a infraestrutura do local é boa, apenas necessitando um calçamento e arruamento para tudo ficar dentro dos conformes e empreendedores e clientes não necessitarem caminhar em uma superfície de grama e cascalhos. Além do mais, essa região é consideravelmente afastada do centro da cidade, o que a torna distante para os empreendedores chegarem até a feira. Considerando-se que, desde o fim do apoio da Prefeitura Municipal de Campinas, em Abril de 2015, todos os empreendedores tem de se deslocar através de seus próprios recursos até as Feiras. b) Infraestrutura: Nota 4; Como dito anteriormente, esse é a única Feira que possui um banheiro público nas proximidades, além do mais as tendas são cedidas pela prefeitura e tem um amplo estacionamento que pode ser utilizado pelos frequentadores, o único ponto negativo é a ausência de arruamento e calçamento na área da Feira. c) Transportes (individual e coletivo): Nota 4 O ponto de ônibus fica logo em frente, mas não há pontos de táxi na proximidade, além do mais, por ser uma região afastada da cidade não são tantos taxistas que circulam pela região, em comparação com os locais das duas primeiras Feiras (Bento Quirino e Largo do Pará), no que tange ao transporte individual, o local é bem servido, a Avenida das Amoreiras, além de ser uma importante Avenida da cidade, é uma Avenida larga e dá um acesso facilitado de veículos para a região da Feira. Além disso é um local próximo as Rodovias Anhanguera e Santos Dumont. d) Circulação Urbana (facilidade de acesso, trânsito de veículos/pedestres): Nota 3; O acesso para deficientes físicos e dificultado pela ausência de calçamento e arruamento na área, porém, não há interferência no trânsito de pedestres, porém, com a falta de movimento, é difícil avaliar essa questão, com relação ao trânsito de veículos, a Avenida das Amoreiras tende a ter um trânsito mais pesado em horários de pico, porém a presença, ou não, da Feira não chega a influenciar no trânsito, o problema nesse aspecto fica por conta da entrada e saída de veículos do estacionamento, apesar do 45 estacionamento ser amplo e com várias vagas, há apenas uma entrada e uma saída, o que dificulta o trânsito dos veículos nos dias de maior movimento na Feira. e) Presença de Potenciais Consumidores: Nota 3. Apesar de contar com a própria Lagoa como um atrativo de clientes, os próprios empreendedores já declaram que é no domingo que tem um bom movimento na feira, o que, como dito anteriormente, nos faz questionar se não seria melhor, principalmente para os próprios empreendedores, que a Feira funcionasse apenas nos domingos. f) Impactos de Vizinhança: Nota 3. A presença de poucos empreendimentos, principalmente aos sábados, faz com que poucas pessoas sintam-se atraídas pela Feira. Porém, como dito anteriormente, a Feira não causa nenhum transtorno a região, e os breves congestionamentos que acontecem na Avenida das Amoreiras nos horários de pico não acontecem por influência dela, podemos dizer que o Impacto, apesar de modesto, é positivo, tirando os domingos, quando o movimento é maior e há dificuldade de trânsito de veículos nos estacionamentos. 7.4. Feira do Ouro Verde A Feira do Ouro Verde, como dito anteriormente, funciona simultaneamente com a Feira do Parque Linear, e não fica muito longe da mesma, localizada em uma grande Avenida da cidade, a Avenida Suaçuna, tendo cerca de 2 anos e meio de existência e contando, em sua maioria, com empreendedores da Feira do Bento Quirino é uma Feira que mantém um movimento considerável de pessoas. 46 Mapa 5: Localização da Feira do Ouro Verde e alguns POI'spróximos. Figura 17: Feira do Ouro Verde. (SILVA, S.A. 2015) 47 Além disso, logo em frente a Feira do Ouro Verde há uma escola, e atrás há uma creche. Também cabe ressaltar que ela encontra-se próxima a um dos hospitais mais movimentos da cidade, o Hospital Ouro Verde, e próxima a um dos terminais rodoviários mais movimentados da cidade, o terminal Ouro Verde. Figura 18: Escola em frente a Feira do Ouro Verde. (SILVA, S.A. 2015) Um dos pontos negativos da Feira do Ouro Verde, pelo menos no quesito de adequação aos princípios econômicos solidários é a presença de dois empreendimentos não econômicos solidários, um vendedor de verduras e um vendedor de CD's, DVD's e jogos pirateados. Esses dois empreendimentos em questão, principalmente, o vendedor de produtos denominados de genéricos, acabam, muitas vezes, atraindo policiais para o local, que apreendem os produtos desses dois empreendedores. Essas atitudes, acabam por intimidar possíveis clientes de comparecerem na feira no momento da apreensão, atrelado a essas ocorrências, a própria Prefeitura envia fiscais para tentar fechar esses empreendimentos. Entretanto, apesar desses transtornos as empreendedoras entrevistadas, que de fato faziam parte do programa de Economia Solidária, disseram que não veem problema nenhum na presença desses dois empreendimentos tidos como informais aos olhos da Prefeitura, afinal de contas, segundo elas, esses empreendimentos atraem um público maior para a Feira que podem vir a consumir seus produtos, portanto, até colaboram com esses empreendimentos pensando no sentido de mantê-los aonde estão. 48 a) Redução dos Custos: Nota 3 Apesar de algumas das tendas serem fornecidas pela prefeitura, nem todos os empreendimentos possuem esse benefício, além disso, a distância do centro da cidade é um fator que dificulta na questão dos custos de logística. Ressalta-se ainda que, a falta de um banheiro no local faz com que haja a necessidade de um investimento para que essa Feira passe a funcionar com a infraestrutura ideal. Porém, também cabe ressaltar que o espaço para colocar o empreendimento é cedido de forma gratuita. b) Infraestrutura: Nota 3. Apesar de haver arruamento e calçamento adequado, essa feira está localizada em uma rua aberta, ou seja, temos carros passando na rua ao mesmo tempo em que pedestres estão circulando pela feira, e inclusive atravessando-a frequentemente, o que limita a segurança dos consumidores. Além disso, como falado anteriormente, não há banheiro no local. Com relação a estacionamento, o local da Feira não possui um estacionamento, e também não há estacionamentos particulares próximos, porém, no entorno da Feira não há grandes problemas de encontrar um lugar para estacionar. c) Transportes (individual e coletivo): Nota 4. A Feira do Ouro Verde conta com um ponto de ônibus logo em frente, além do mais possui um fácil acesso de veículos, por estar localizado em uma grande Avenida da cidade, porém em certos horários essa avenida tem dificuldades para atender a demanda, gerando alguns congestionamentos. Cabe também ressaltar que esse lugar não possui um ponto de táxi próximo, além de ser uma área distante e possivelmente menos conhecida pelos taxistas da cidade. d) Circulação Urbana (facilidade de acesso, trânsito de veículos/pedestres): Nota 4 Como dito anteriormente, a Avenida onde se localiza a Feira garante um fácil acesso de veículos e a circulação de carros e pedestres ocorre sem problemas, porém a falta de rampas de acesso para cadeirantes, além do fato de estar localizada em uma rua 49 aberta, tendo de caminhar no mesmo local em que carros estão transitando faz com que a caminhada dos pedestres na área seja mais perigosa. e) Presença de Potenciais Consumidores: Nota 4. A Feira do Ouro Verde está bem localizada apesar de longe do centro da cidade, nas proximidades da Feira tem um hospital, e um terminal de ônibus, ambos muito movimentados. Além disso, como dito anteriormente, na frente da Feira há uma escola, e atrás da Feira uma creche, e ambos os locais possuem atividades nos fins de semana, tendo inclusive vários alunos que frequentavam a Feira, muitas vezes acompanhadas de seus pais, para comer alguma coisa após as atividades de fim de semana da escola e/ou da creche. f) Impactos de Vizinhança: Nota 4 Podemos considerar que os impactos gerados são positivos, os congestionamentos que ocorrem são em virtude de estarmos falando de uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes, além da área ser consideravelmente movimentada, e próxima de tantos Pontos de Interesse - POI's. Além do mais, percebemos uma boa movimentação de moradores da região e/ou estudantes da escola em frente, o que nos leva a concluir de que essa Feira passou a estar na rotina dos moradores e frequentadores do bairro. 7.5. Feira da Praça do Concórdia Por último, por volta das 14h do dia 14 de Novembro de 2015, visitamos a Feira da Praça do Concórdia, localizada na Avenida John Boyd Dunlop região do Campo Grande, um dos bairros mais afastados do município de Campinas/SP. E também realiza as suas atividades nos fins de semana. 50 Mapa 6: Localização da Feira do Campo Grande. A Região do Campo Grande é praticamente tida como uma "outra cidade" pela maioria dos moradores de Campinas/SP, até mesmo por conta do longo tempo de percurso, para chegar na região do Campo Grande saindo do centro da cidade podemos demorar até cinquenta minutos dependendo do trânsito. Porém, essa região que até mesmo por conta da distância acaba até sendo "esquecida" pela própria Prefeitura Municipal ganhou, graças a um plebiscito realizado no primeiro turno da última eleição presidencial, o status de Distrito, e até mesmo por conta disso é uma região que está recebendo alguns investimentos em infraestrutura, inclusive com uma nova Subprefeitura. Com relação a Feira, notamos que há um bom numero de EES expondo seus produtos, além disso, o princípio básico de ter apenas EES em uma Feira de Economia Solidária é cumprido. Ao chegarmos na Feira já podemos notar que há um bom número de empreendedores expondo os seus produtos, além disso, há um bom movimento. 51 Figura 19: Feira da Praça do Concórdia. (SILVA, S.A. 2015) A localização dessa Feira, para quem mora e/ou trabalha na região do Campo Grande é tida como estratégica, a Praça do Concórdia é uma Praça central da região, que possui uma boa infraestrutura com uma série de atrativos que tem a possibilidade de atrair um maior número de consumidores para Feira, como um Playground, escorregadores infláveis e camas-elásticas para crianças, e uma academia ao ar livre para moradores e transeuntes se exercitarem. 52 Figura 20: Playground da Praça do Concórdia. (SILVA, S.A. 2015) Figura 21: Pula-Pula e Camas-Elásticas colocadas ao lado da Feira. (SILVA, S.A. 2015) 53 Figura 22: Academia ao ar livre localizada ao lado da Feira. (SILVA, S.A. 2015) Além disso, logo em frente a Feira temos um ponto de ônibus, importante ressaltar que muitas dessas linhas levam ao Terminal Rodoviário Central e ao Terminal Rodoviário do Ouro Verde. Figura 23: Ponto de ônibus localizado a frente da Feira. (SILVA, S.A. 2015) Outro fator que conta a favor da Feira da Praça do Concórdia é a presença de vários estabelecimentos comerciais em seu entorno, que atrai um maior número de pessoas da Feira para os comércios e dos comércios para a Feira. 54 Figura 24: Pontos de comércio localizados nas imediações da Praça do Concórdia. (SILVA, S.A. 2015) Como dito anteriormente, a região do Campo Grande acabou de ser elevada a categoria de distrito, o que está levando uma série de investimentos infraestruturais para o local, inclusive com a construção de uma subprefeitura para centralizar a administração do novo distrito, e essa subprefeitura está sendo construída logo atrás do local da Feira da Praça do Concórdia. Isso é mais um fator positivo para o local, ter um órgão público de relevância para a região tão próximo da Feira é dar certeza de que o movimento será satisfatório. 55 Figura 1: Futura sede da nova Subprefeitura do Campo Grande localizada atrás da Feira. (SILVA, S.A. 2015) a) Redução dos Custos: Nota 3. Essa Feira também conta com tendas cedidas pela Prefeitura, e os espaços também são gratuitos para os EES exporem os seus produtos, porém a longa distância do centro da cidade, cerca de 22 km, que faz com que a logística de transporte dos empreendedores fique mais cara, e a falta de um banheiro, que faz com que haja a necessidade de um investimento para que haja uma infraestrutura ideal para os empreendedores e consumidores, são pontos negativos. Porém, voltando a questão da distância, cabe ressaltar que, no caso da região do Campo Grande, devemos levar em consideração de que pode ter uma possibilidade de que a elevação dessa região para distrito possa gerar um "novo centro" de atração de pessoas, uma vez que essa região será o centro do Distrito do Campo Grande futuramente, possivelmente, em um futuro próximo, poderemos dizer que para os moradores do Distrito do Campo Grande essa Feira estará localizada em uma região central. 56 b) Infraestrutura: Nota 3. Com relação a Infraestrutura, podemos ressaltar dois pontos positivos: há um bom arruamento e calçamento na área da Feira, com relação a estacionamento, apesar de não ter um estacionamento por perto, nem da própria Feira, nem particular, há muitas vagas que podem ser ocupadas na via. Como ponto negativo, podemos ressaltar a ausência de um banheiro para empreendedores e consumidores. c) Transportes (individual e coletivo): Nota 4. Como dito anteriormente, além da Feira estar localizada em frente a um ponto de ônibus e em uma das maiores avenidas da cidade, portanto com relação a transportes, o local pode se considerar bem servido, com a ressalva de não ter um ponto de táxi nas proximidades, e a longa distância do centro da cidade dificultar a utilização desse meio de transporte. d) Circulação Urbana (facilidade de acesso, trânsito de veículos/pedestres): Nota 3. Apesar da Avenida John Boyd Dunlop ser uma das maiores avenidas da cidade, ela congestiona em vários pontos, e em vários horários, sendo ou não horário de pico, em virtude disso, o acesso de veículos acaba sendo complicado. Porém, no quesito de mobilidade de pedestres e pessoas com deficiência física não há nenhum problema, pelo contrário, a praça comporta uma boa circulação de pessoas e possui rampas de acesso para deficientes físicos. e) Presença de Potenciais Consumidores: Nota 5. Apesar da distância já mencionada do centro da cidade, a região que está instalada a Feira é bem movimentada, com vários comércios em seu entorno, e com a futura sede da subprefeitura de Campo Grande sendo construída podemos dizer que a região fornece uma série de atrativos para potenciais consumidores. Além disso, a própria Praça do Concórdia possui atrativos por si só, tendo academia ao ar-livre, e a instalação de escorregadores infláveis e camas-elásticas para atrair crianças. 57 f) Impactos de Vizinhança: Nota 5. As observações levaram a crer que essa Feira causa um grande impacto, positivo, na região, podemos perceber que uma série de pessoas que vão ao local por conta dos comércios no entorno também param na Feira para consumir algum dos produtos, em geral alimentício. Além do mais a Praça do Concórdia é tida como um ponto de encontro para moradores do Campo Grande, e muitos participam das atividades da Feira. 7.6 A Feira da UNICAMP Além das Feiras semanais, a Economia Solidária de Campinas conta com outras Feiras que não ocorrem com tanta regularidade, como os que ocorrem em eventos relacionados a Economia Solidária. A Feira da UNICAMP, ocorre uma vez por mês, e está localizada no Ciclo Básico II da UNICAMP, além dessa Feira do Ciclo Básico II há uma outra Feira localizada atrás do prédio da Reitoria da mesma universidade, que ocorre em outros momentos. A nossa visita a Feira da UNICAMP ocorreu no dia 10 de Outubro de 2015. 58 Mapa 7: Localização da Feira da UNICAMP. No caso dessa Feira a UNICAMP fornece o local, e libera a infraestrutura da Universidade para ser utilizada. Figura 26: Feira do Ciclo Básico II da UNICAMP. (SILVA, S.A. 2015) 59 Essa Feira, segundo os profissionais envolvidos no Programa de Economia Solidária entrevistados, Ercindo Mariano Júnior e Hilda Sampaio, tem uma enorme importância, não necessariamente no sentido das vendas e, consequentemente, geração de renda em si, mas no s