ADRIANA DO SOCORRO FERREIRA MONTEIRO EFEITO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS ASSOCIADO AO ENXERTO AUTÓGENO NA TÍBIA DE COELHOS: estudo histomorfométrico, radiográfico e biomecânico Tese apresentada à Faculdade de Odontologia, Campus de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a obtenção do título de DOUTOR, pelo Programa de Pós- Graduação em BIOPATOLOGIA BUCAL, Área de Biopatologia Bucal ADRIANA DO SOCORRO FERREIRA MONTEIRO EFEITO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS ASSOCIADO AO ENXERTO AUTÓGENO NA TÍBIA DE COELHOS: estudo histomorfométrico, radiográfico e biomecânico Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a obtenção do título de DOUTOR, pelo Programa de Pós-Graduação em BIOPATOLOGIA BUCAL, Área de Biopatologia Bucal. Orientadora: Prof. Adj. Rosilene Fernandes da Rocha São José dos Campos 2007 Apresentação gráfica e normalização de acordo com: Bellini AB. Manual para elaboração de monografias: estrutura do trabalho científico. São José dos Campos: FOSJC/UNESP; 2006. Monteiro, Adriana do Socorro Ferreira Efeito do plasma rico em plaquetas associado ao enxerto autógeno na tíbia de coelhos: estudo histomorfométrico e biomecânico / Adriana do Socorro Ferreira Monteiro; orientador Rosilene Fernandes da Rocha. São José dos Campos, 2007. 122p. ; IL. Tese (Doutorado em Biopatologia Bucal, Área Biopatologia Bucal) - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista; 2007. 1. Plasma rico em plaquetas 2. Enxerto ósseo 3. Reparação óssea. AUTORIZAÇÃO Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte. São José dos Campos, 02 de julho de 2007. Assinatura: E-mail: dri_fmonteiro@yahoo.com.br FOLHA DE APROVAÇÃO Monteiro ASF. Efeito do plasma rico em plaquetas associado ao enxerto autógeno na tíbia de coelhos: estudo histomorfométrico, radiográfico e biomecânico [tese]. São José dos Campos: Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista; 2007. São José dos Campos, 02 de julho de 2007. Banca examinadora: 1 Profa. Adj. ROSILENE FERNANDES DA ROCHA Docente da Disciplina de Farmacologia do Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos da UNESP. 2 Prof. Adj. WILSON ROBERTO SENDIK Docente das Disciplinas de Periodontia e Implantodontia do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Santo Amaro. 3 Profa.Dra. MARIANNE SPALDING Docente da Disciplina de Diagnóstico Bucal da Faculdade de Pindamonhangaba. 4 Prof. Dr. FERNANDO RENÓ DE LIMA Docente da Disciplina de Periodontia do Departamento Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos da UNESP. 5 Prof. Dr. LAFAYETTE NOGUEIRA JUNIOR Docente da Disciplina de Prótese Parcial Removível do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos da UNESP. DEDICATÓRIA À minha querida e eternamente amada mãe Rosalina (in memorian) presença forte e constante em todos os momentos da minha vida; Ao meu amado pai Carlos, pela dedicação, carinho e incentivo em todos os momentos, e por me ensinar a enfrentar os grandes desafios da vida; Aos meus amados irmãos, Áurea, Ana, Adonis, Vítor e Carolina pela alegria, carinho, apoio, incentivo, compreensão e colaboração incondicional. À Bete, a quem amo pela compreensão, apoio, incentivo e dedicação a todos nós. DEDICATÓRIA À minha amada filha Beatriz, amor incondicional, pelo grande carinho, alegria e enorme afeto, Dedico este trabalho com muito amor. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Aos meus avós e tios, pela dedicação e amor, pela educação e ensinamentos, pela perseverança, pelas alegrias, sempre me incentivando em todos os momentos da minha vida. À Raquel, recém-chegada à família, pela colaboração e apoio, tanto profissional quanto pessoal. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS À minha orientadora Prof. Adj. Rosilene Fernandes da Rocha, da Disciplina de Farmacologia da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, pela disposição de auxílio, apoio, confiança, liberdade concedida e pelos ensinamentos. Ao Prof. Dr. Nelson Luiz de Macedo, da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, exemplo de dedicação e competência, pela inestimável ajuda e apoio na realização deste estudo, pela orientação e ensinamentos, fico eternamente grata. AGRADECIMENTOS À Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, na pessoa do Diretor, Prof. Adj. Paulo Vilella Santos Júnior, e seu Vice-Diretor, Prof. Dr. José Roberto Rodrigues por ter disponibilizado toda a estrutura necessária ao desenvolvimento deste trabalho. Ao Prof. Adj. Aélcio Zangrandi e ao Prof. Dr. Ângelo Caporalli Filho da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, UNESP, pelo inestimável auxílio e ensinamentos na parte experimental dos testes biomecânicos. À Clínica Diagnovet de São José dos Campos, na pessoa do Médico Veterinário Dr. Fábio Henrique Miguel Jardini pelo auxílio imprescindível nas análises laboratoriais do sangue dos animais. À Profa. Adj. Yasmin Rodarte Carvalho da Disciplina de Patologia da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, pela colaboração e auxílio durante o Programa de Pós- Graduação. Ao Centro de Biociências Aplicado à Pacientes com Necessidades Especiais, pelo inestimável auxílio e estrutura para a análise histomorfométrica, especialmente a Vivian Neves Valva pelo apoio e amizade. À Profa. Dra. Adriana Aighotti Haberbeck Brandão e ao Prof. Adj. Luiz Eduardo Blumer Rosa da Disciplina de Patologia da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, agradeço a colaboração e auxílio durante o Programa de Pós- Graduação. Ao Prof. Tit. Luiz César de Moraes da Disciplina de Radiologia da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, e aos alunos da pós-graduação, em especial ao Milton Gonçalves Soares, pelo auxílio na obtenção das imagens radiográficas. Ao Prof. Ivan Balducci, da Disciplina de Bioestatística da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, pelo enorme auxílio com a análise estatística. À Profa. Adj. Márcia Carneiro Valera da Disciplina de Endodontia da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, pelo auxílio e colaboração, sempre prestativa. Ao Prof. Dr. Fernando Renó de Lima e ao Prof. Dr. Warley David Kerbauy do Departamento de Diagnóstico e Cirurgia, da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, pelo convívio profissional e ensinamentos transmitidos ao longo de todos esses anos. Ao Sr. Oscar Kazuyuki Kogiso, Diretor Administrativo da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, pela colaboração prestada e suporte na parte experimental deste trabalho. À secretária do Departamento de Diagnóstico e Cirurgia, Sandra Mara de Souza Ruivo e às funcionárias Maria Stella de Mendonça Maldonado Campoy Francisco, Márcia Cristina Lopes Garcia e Sr. João Benedito Ribeiro, meus sinceros agradecimentos pelos serviços prestados, pela dedicação e apoio dispensados em todos esses anos. Às técnicas Ana Lourdes da Silva Machado, Maria Salete Faria e especialmente ao Sérgio Alves e Walter Cruz, pelo auxílio e dedicação no preparo do material histológico. Às secretárias do Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal, Ivoneide Leandro e em especial à Silvia Scarpel pelo auxílio, atenção e disponibilidade durante o Programa de Pós-Graduação. Às secretárias do Programa de Pós-Graduação, Rosemary de Fátima Salgado, Erena Michie Hasegawa, Maria Aparecida Consiglio de Souza e Lilian Faria das Graças, meu reconhecimento pelo desenvolvimento de seus trabalhos e pela preocupação em todas as nossas atividades. A todas as funcionárias da Biblioteca pela pronta colaboração em todos os momentos, em especial às bibliotecárias Ângela de Brito Belinni e Silvana Alvarez pela orientação e atenção dispensada para revisão das normas de apresentação deste trabalho. Aos funcionários do Biotério desta Faculdade, Lourival Jacobs e Antônio Domingos Sávio Barbosa Maia Vasconcelos, pelos serviços prestados durante a realização da fase experimental deste trabalho. Aos colegas do Programa de Pós-Graduação Ana Cristina Posch Machado, Ângela Bolanho, Cristina Werkman, Fernando Augusto C. Garcia de Sousa, Fernando Augusto Perrella, Pietro Mainenti, Rodrigo Dias do Nascimento, Samira Esteves A. Camargo, Thaís Cachuté Paradella, e especialmente à Andressa Costa Pereira, Elaine Dias do Carmo, Susana Ungaro Amadei, Vanessa Ávila Sarmento Silveira e Renata Falchete do Prado pelo convívio amigável, auxílio mútuo e por compartilhar dos momentos de anseios e projetos. Aos monitores do Curso Implantodontia do Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos, UNESP, Luciano Inácio Reis, Ana Maria Preto Magalhães e especialmente à Karla Cassiano Machado e Cynthia Alves dos Santos, pelo aprendizado, pela amizade e pela colaboração direta ou indireta para a conclusão desse trabalho. Aos alunos da Graduação, do Curso de Implantodontia e aos estagiários da Disciplina de Periodontia, pelo incentivo, pela alegre convivência, pelos ensinamentos, pela paciência e pelo apoio. Muito obrigada a todos!! SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................... 13 LISTA DE FIGURAS ................................................................................ 14 LISTA DE TABELAS ................................................................................ 17 RESUMO ................................................................................................. 19 1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 20 2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................. 23 3 PROPOSIÇÃO .................................................................................. 48 4 MATERIAL E MÉTODO .................................................................... 49 4.1 Animais e grupos experimentais ...................................................... 49 4.2 Obtenção do plasma rico em plaquetas .......................................... 49 4.3 Contagem de plaquetas .................................................................. 50 4.4 Procedimentos cirúrgicos ................................................................ 52 4.5 Períodos de sacrifício ...................................................................... 53 4.6 Análise da densidade óptica ............................................................ 55 4.7 Análise histológica e histomorfométrica .......................................... 55 4.8 Propriedades biomecânicas ............................................................ 57 4.9 Análise estatística ............................................................................ 58 5 RESULTADOS .................................................................................. 59 5.1 Contagem de plaquetas .................................................................. 59 5.2 Análise da densidade óptica ............................................................ 60 5.2.1 Quinze dias .................................................................................... 60 5.2.2 Trinta dias ...................................................................................... 60 5.2.3 Sessenta dias ................................................................................ 61 5.2.4 Análise estatística da densidade óptica ......................................... 63 5.3 Análise histológica e histomorfométrica .......................................... 66 5.3.1 Quinze dias .................................................................................... 66 5.3.2 Trinta dias ...................................................................................... 73 5.3.3 Sessenta dias ................................................................................ 77 5.3.4 Análise estatística da histomorfometria ......................................... 79 5.4 Propriedades biomecânicas ............................................................ 84 6 DISCUSSÃO ..................................................................................... 87 7 CONCLUSÃO ................................................................................... 97 8 REFERÊNCIAS ................................................................................. 98 APÊNDICES .......................................................................................... 108 ANEXO .................................................................................................. 121 ABSTRACT ............................................................................................ 122 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BMP = Proteína morfogenética óssea CaCl2 = Cloreto de cálcio dff = Distância foco-filme FDBA = Osso alógeno liofilizado HA = Hidroxiapatita KVp = Quilovolts de potência mA = Miliampéres MSC = Célula mesenquimal indiferenciada PCBM = Osso esponjoso particulado autógeno PCCS = Sistema de coleção do concentrado de plaqueta PDGF = Fator de crescimento derivado de plaqueta PPP = Plasma pobre em plaquetas PRP = Plasma rico em plaquetas PTFE = Politetrafluoretileno rhBMP = Proteína morfogenética óssea recombinante humana ROG = Regeneração óssea guiada RTG = Regeneração tecidual guiada = Desvio padrão c = Força de compressão TGF = Fator de crescimento transformador TCP = Fosfato tricálcico LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Preparação do PRP: a) punção intracardíaca do sangue; b) colocação dos tubos em centrífuga; c) separação dos constituintes do sangue em plasma (porção superior) e células vermelhas (porção inferior); d) retirada do plasma separado após a centrifugação; e) separação do PRP (porção inferior) e PPP (porção superior); f) colocação do PRP em cubeta metálica esterilizada ................................. 51 FIGURA 2 - Procedimentos cirúrgicos: a) confecção de defeito ósseo unicortical; b) defeitos ósseos, distanciados 5 mm na tíbia; c) preenchimento do defeito superior apenas por coágulo sangüíneo e do inferior por enxerto autógeno na tíbia direita; d) defeitos na tíbia esquerda preenchido por PRP (superior) e por PRP associado ao osso autógeno (inferior); e) barreira de PTFE recobrindo os defeitos; f) sutura da pele ................... 54 FIGURA 3 - Análise das propriedades biomecânicas do osso neoformado: a) célula de carga com um dispositivo cilíndrico para ensaio de compressão; b) dispositivo cilíndrico para aplicação da carga compressiva dentro do perímetro do defeito ............................................ 58 FIGURA 4 - Representação gráfica da média da contagem de plaquetas no sangue total e no PRP ................................... 59 FIGURA 5 - Imagens radiográficas digitais dos defeitos ósseos cirúrgicos na tíbia de coelho no período de 15 dias: a) grupo C; b) grupo A; c) grupo PRP; d) grupo PRPA .................................................................................. 62 FIGURA 6 - Imagens radiográficas digitais dos defeitos ósseos cirúrgicos na tíbia de coelho no período de 30 dias: a) grupo C; b) grupo A; c) grupo PRP; d) grupo PRPA .................................................................................. 62 FIGURA 7 - Imagens radiográficas digitais dos defeitos ósseos cirúrgicos na tíbia de coelho no período de 60 dias: a) grupo C; b) grupo A; c) grupo PRP; d) grupo PRPA .................................................................................. 62 FIGURA 8 - Representação gráfica da evolução das médias de densidade óptica dos grupos C, A, PRP e PRPA aos 15, 30 e 60 dias .................................................................. 65 FIGURA 9 - Fotomicrografias das regiões dos defeitos ósseos aos 15 dias (setas): a) grupo C; b) grupo PRP; c) grupo C com trabéculas ósseas menos celularizadas; d) grupo PRP com trabéculas ósseas mostrando grande celularidade. HE e Tricrômio de Mallory, aumento original 50x e 200x. ................................ 68 FIGURA 10 - Fotomicrografia exibindo tecido conjuntivo osteogênico: a) aspecto delicado e bem vascularizado no grupo PRP; b) aspecto denso no grupo C; c) intensa atividade osteoblástica e formação de trabéculas ósseas no grupo C. Tricrômio de Mallory, aumento original 100x e 200x. .......... 69 FIGURA 11 - Fotomicrografias das regiões dos defeitos ósseos aos 15 dias (setas): a) grupo A; b) grupo PRPA. Tricrômio de Mallory, aumento original 50x. ....................... 70 FIGURA 12 - Fotomicrografias mostrando região do defeito do grupo A aos 15 dias: a) partícula de enxerto circundada por tecido conjuntivo osteogênico ( ) e por trabéculas ósseas imaturas (setas); b), c) e d) partículas de enxerto em processo de reabsorção (setas brancas); e) tecido conjuntivo osteogênico e matriz óssea neoformada. HE e Tricrômio de Mallory, aumento original 100x e 200x. .............................. 71 FIGURA 13 - Fotomicrografia mostrando região do defeito do grupo PRPA aos 15 dias: a), b) e c) intensa atividade osteoclática (setas) e, conseqüentemente, reabsorção da partícula de enxerto; d) trabéculas ósseas imaturas e delicadas; e) tecido conjuntivo osteogêncio bem vascularizado. Tricrômio de Mallory e HE, aumento original 100x e 200x. ..................... 72 FIGURA 14 - Fotomicrografias das regiões dos defeitos ósseos aos 30 dias (setas): a) grupo C; b) grupo PRP; c) tecido conjuntivo bem vascularizado e de aspecto delicado; d) medula óssea em formação exibindo células hematopoiéticas, localizadas nas adjacências do limite interno do defeito. HE, aumento original 50x e 100x. .............................................. 75 FIGURA 15 - Fotomicrografias das regiões dos defeitos ósseos aos 30 dias (setas): a) grupo A; b) grupo PRPA; c e d) tecido ósseo em processo de remodelação nos grupos A e PRPA, respectivamente. HE e Tricrômio de Mallory, aumento original 50x e 200x. ........................... 76 FIGURA 16 - Fotomicrografias das regiões dos defeitos ósseos aos 60 dias: a) grupo C; b) grupo PRP; c) grupo A; d) grupo PRPA. HE e Tricrômio de Mallory, aumento original 50x. ........................................................................ 78 FIGURA 17 - Representação gráfica da evolução das médias de densidade de volume de matriz óssea neoformada nos grupos C, A, PRP e PRPA aos 15, 30 e 60 dias .......... 81 FIGURA 18 - Representação gráfica das médias de osteócitos por área (/103µm2) de matriz óssea neoformada nos grupos C, A, PRP e PRPA aos 15, 30 e 60 dias ................. 84 FIGURA 19 - Representação gráfica das médias das forças de compressão aplicada para a falha do espécime nos grupos C, A, PRP e PRPA aos 30 e 60 dias ....................... 86 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Médias das densidades ópticas dos grupos C, A, PRP e PRPA nos períodos de 15, 30 e 60 dias .................. 63 Tabela 2 - Resultado da análise de variância (ANOVA) para os dados das densidades ópticas ............................................ 64 Tabela 3 - Resultado do teste de Tukey para os dados da densidade óptica nos diferentes períodos .......................... 64 Tabela 4 - Resultado do Teste de Tukey para os dados da densidade óptica nos diferentes grupos ............................. 65 Tabela 5 - Médias das densidades de volume de matriz óssea neoformada nos defeitos ósseos dos grupos estudados nos diferentes períodos ..................................... 79 Tabela 6 - Resultado da análise de variância (ANOVA) para os dados da densidade de volume de matriz óssea neoformada ......................................................................... 80 Tabela 7 - Resultado do teste de Tukey para os dados da densidade de volume de matriz óssea neoformada nos diferentes grupos ......................................................... 80 Tabela 8 - Resultado do teste de Tukey para os dados da densidade de volume de matriz óssea neoformada nos diferentes períodos ...................................................... 81 Tabela 9 - Médias de osteócitos por área (/103µm2) quantificadas nos defeitos ósseos dos grupos estudados nos diferentes períodos ..................................... 82 Tabela 10 - Resultado da análise de variância (ANOVA) para os valores de osteócitos quantificados nos defeitos ósseos ................................................................................ 83 Tabela 11 - Resultado do teste de Tukey para os valores de osteócitos quantificados nos defeitos ósseos nos diferentes grupos ................................................................ 83 Tabela 12 - Resultado do teste de Tukey para os valores de osteócitos quantificados nos defeitos ósseos nos diferentes grupos ................................................................ 83 Tabela 13 - Médias da força de compressão aplicada para a falha do espécime nos defeitos ósseos dos grupos estudados nos diferentes períodos ..................................... 85 Tabela 14 - Resultado da análise de variância (ANOVA) para os dados da força de compressão aplicada para a falha do espécime nos defeitos ósseos ....................................... 85 Tabela 15 - Resultado do teste de Tukey para os dados da força de compressão aplicada para a falha do espécime nos defeitos ósseos para os diferentes grupos ................... 86 Tabela 16 - Médias da densidade óptica aos 15, 30 e 60 dias nos grupos C, A, PRP e PRPA nos diferentes defeitos (continua) ............................................................ 108 Tabela 17 - Densidades de volume de matriz óssea, expressa em valor de área (µm2), quantificadas durante o processo de reparação óssea nos campos microscópicos dos grupos C, A, PRP e PRPA em cada período avaliado (continua) ...................................... 113 Tabela 18 - Contagem de osteócitos, área e relação de osteócitos por área quantificada durante o processo de reparação óssea nos campos microscópicos dos grupos C, A, PRP e PRPA em cada período avaliado (continua) ............................................................ 116 Tabela 19 - espécime quantificada durante os testes das propriedades biomecânicas nos grupos C, A, PRP e PRPA, em cada período avaliado (continua) .................... 119 Monteiro ASF. Efeito do plasma rico em plaquetas associado ao enxerto autógeno na tíbia de coelhos: estudo histomorfométrico, radiográfico e biomecânico [tese]. São José dos Campos: Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista; 2007. RESUMO O propósito deste trabalho foi avaliar o efeito do plasma rico em plaquetas associados ou não ao enxerto ósseo autógeno no processo de reparação óssea em defeitos cirúrgicos confeccionados na tíbia de coelhos. Nesta pesquisa foram utilizados 25 coelhos adultos, nos quais foram realizados 2 defeitos em cada tíbia, divididos nos seguintes grupos de acordo com o tratamento: controle (C - defeito preenchido somente por coágulo sangüíneo), autógeno (A - defeito + enxerto), PRP (PRP = defeito + PRP) e autógeno + PRP (PRPA - defeito + enxerto + PRP). Todos os defeitos foram recobertos com uma barreira de PTFE e decorridos 15, 30 e 60 dias, 5 animais foram sacrificados por período, sendo as peças contendo os defeitos processadas para análises histológica e histomorfométrica. Outros 5 animais foram sacrificados aos 30 e 60 dias e submetidos à análise das propriedades biomecânicas e todos os espécimes foram submetidos ao exame radiográfico para análise da densidade óptica. Os resultados biomecânicos, radiográficos e histomorfométricos mostraram maior resistência, densidade óptica e maior formação óssea nos grupos A e PRPA quando comparados com os grupos C e PRP. Os resultados obtidos possibilitaram concluir que não houve uma melhora nos parâmetros radiográficos, mecânicos e na neoformação óssea quando o PRP foi usado isoladamente ou associado ao enxerto ósseo autógeno. PALAVRAS-CHAVE: Plasma rico em plaquetas, regeneração óssea, enxerto ósseo, membranas, politetrafluoretileno. 1 INTRODUÇÃO Técnicas cirúrgicas reconstrutivas são pré-requisitos essenciais para a reabilitação funcional e estética, especialmente na correção de perda óssea decorrente de traumatismos, lesões císticas, infecção, neoplasias ou reabsorções no processo alveolar dos ossos maxilares. Enxertos de osso autógeno de fonte intra ou extra-oral, considerados como padrão ouro, são utilizados para regenerar defeitos ósseos na região craniofacial. Pesquisas buscam melhorar quantitativa e qualitativamente o resultado dos enxertos ósseos e a regeneração óssea guiada (ROG) é uma descoberta benéfica nesse aspecto20,34,41. O processo de reparação de tais enxertos depende de vários fatores, como a qualidade do tecido doador, vascularização da área receptora, imobilização do enxerto e eficiência dos mecanismos de reparo. Este último, por ser um processo natural, independe da técnica cirúrgica ou das condições cirúrgicas locais sendo inteiramente depende do paciente5,33,41. Recentemente, a atenção tem sido voltada para a possibilidade de aplicação de fatores de crescimento que regulam uma série de eventos celulares como a quimiotaxia, mitogênese e diferenciação, para aumentar e acelerar a regeneração óssea, além de proporcionar maior densidade do novo tecido formado. Muitos desses fatores, produzidos por diversas células como os fibroblastos, osteoblastos, condroblastos e outras de natureza mesenquimal, foram identificados, isolados e testados quanto a sua capacidade de iniciar o crescimento ósseo12,57. 21 As plaquetas contêm alguns desses fatores de crescimento e são também ricas em moléculas de adesão celular1. Valendo-se dessas informações, a estratégia seria aplicar o plasma rico em plaquetas (PRP) nos locais de enxerto, sugerido por aumentar a deposição óssea e a qualidade do osso regenerado, dando início ao processo seqüencial de proliferação, migração e diferenciação celular, seguido pela deposição de osteóide e posterior mineralização da matriz3,18,37,38,49,53. Na osteointegração de implantes endósseos, a migração e diferenciação celular e a formação e remodelação óssea ao longo de sua superfície é dependente de plaquetas e do coágulo sangüíneo. Dessa maneira, o PRP pode ser usado para aumentar a osteointegração em pacientes nos quais esse processo pode ser menos previsível, como em idosos e indivíduos com osteoporose, diabetes ou outras situações nas quais a regeneração óssea possa estar comprometida e em osso menos denso, como na maxila posterior3,11. A razão para utilizar o PRP em levantamento de seio maxilar, local com baixa tensão de oxigênio, inclui vascularização acelerada do enxerto, melhora do reparo do tecido mole, menor morbidez pós-operatória e regeneração óssea aumentada, além de apresentar a vantagem de ser um produto autógeno, sem, portanto, risco de reação cruzada ou imune e transmissão de doença. O uso do PRP melhora a manipulação do material de enxerto particulado e sua inserção na cavidade cirúrgica, possibilitando a colocação de um enxerto mais denso, sendo eficaz na manutenção do espaço e conseqüente regeneração óssea4,18,26. Apesar da evidência científica existente que as plaquetas e o PRP atuam na primeira fase bioquímica e precoce da regeneração óssea, não há ainda um consenso sobre os benefícios do seu uso associados aos enxertos quando se pretende o aumento ósseo. Isso tem 22 gerado opiniões contraditórias sobre o assunto, justificando a realização desse estudo para procurar trazer subsídios na avaliação de sua eficácia. 2 REVISÃO DA LITERATURA A biologia e fisiologia de indivíduos jovens e mais velhos são distintas, de forma que estruturas capazes de regenerar naturalmente em pacientes jovens não regeneram em adultos. A reprodução de processos biológicos básicos, ou biomimética, tem sido usada para a regeneração de tecidos esqueléticos funcionais e é referida como engenharia tecidual8. As células, com meia-vida finita, são substituídas por outras recém-diferenciadas, formando a base da remodelação tecidual, dessa forma, cada tecido tem suas próprias células progenitoras que dão origem àquelas diferenciadas em uma sucessão controlada. A regeneração e a reparação dos tecidos mesenquimais são processos fundamentalmente diferentes, sendo a regeneração um processo relativamente lento que restabelece a dinâmica da renovação e, em contraste, a reparação é rápida e envolve inicialmente uma resposta inflamatória aguda para prover o preenchimento rápido com tecido fibroso. Posteriormente, processos de renovação mais lentos tentam remodelar seus limites naturais. A partir de uma seqüência rápida de reparo um tecido cicatricial não-integrado é formado e freqüentemente torna-se o local do fracasso futuro sob uma carga mecânica total6. Caplan e Goldberg8 sugeriram que o material ideal para a regeneração consiste de células e/ou agentes bioativos e de um veículo de liberação preenchedor de espaço. Estes devem inibir a reparação natural, prover espaço para o tecido diferenciado recém-sintetizado, estimular e ser condutivo para a neoformação tecidual, provendo uma estrutura porosa e absorvível e, finalmente, o arcabouço tem que facilitar a integração completa dos tecidos. 24 Embora a seqüência de eventos embrionários possa servir como um guia conceitual para a bioengenharia, é difícil esperar que todas as moléculas sinalizadoras presentes no embrião também estejam no adulto. O conhecimento do papel das células, sua interação com a matriz circunvizinha e veículos de liberação, o efeito de moléculas bioativas e a influência do ambiente mecânico guiando estes mecanismos proverão modelos para construir estratégias biológicas para regenerar um tecido funcional8. Em uma revisão sobre o papel das células mesenquimais indiferenciadas (MSC) no desenvolvimento, reparação e regeneração óssea, Bruder et al.7 relataram que a formação óssea no embrião, e durante a reparação e remodelação em adultos, envolve a progênie dessas células que se reproduzem continuamente, enquanto uma porção é comprometida a linhagens mesenquimais como do osso, cartilagem, tendão, ligamento e músculo. A diferenciação das MSC, dentro de cada linhagem, é um caminho complexo multifásico, envolvendo transições discretas, muitas ocorrendo durante a hematopoiese. A progressão de uma fase para a próxima depende da presença de fatores bioativos específicos e condições ambientais, cujas contribuições perfeitamente controladas coordenam o fenômeno inteiro de diferenciação. O isolamento e a expansão mitótica in vitro de MSC humanas autógenas apoiaram o desenvolvimento de protocolos modernos para o tratamento de muitas condições clinicamente desafiadoras, levando os autores a concluir que opções terapêuticas que não estavam disponíveis anteriormente possam ser exploradas. Citocinas produtoras de mudanças fenotípicas celulares descobertas na última década são principalmente de 2 tipos, como descrito por Boyne5: mitogênicos e morfogênicos, com algumas apresentando uma capacidade para produzir ambas as atividades. De acordo com este estudo, as citocinas mitogênicas, como o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), têm aplicação limitada para 25 proliferação osteoblástica na regeneração óssea. Porém, é útil na reparação de tecido mole e também pode ser usada juntamente com algumas das proteínas morfogenéticas ósseas (BMP), porque uma combinação de mitogênicos e morfogênicos pode ser efetiva de uma maneira sinérgica, aumentando a mitose das MSC locais e o recrutamento dessas nas áreas marginais da ferida. Uma vez recrutadas, elas podem ser fenotipicamente transformadas em osteoblastos para iniciar o processo de formação da matriz óssea. Classificados de acordo com a fonte e resposta imune os enxertos podem ser autógenos quando o doador é o próprio indivíduo, alógeno se retirado de outro indivíduo, porém, da mesma espécie, xenógeno quando de outra espécie e aloplástico se é um material sintético33. Enxertos e substitutos ósseos foram revisados por Perry46 ressaltando ainda que o objetivo do manejo de fraturas e defeitos ósseos segmentares é o retorno da função tão rápido e completamente quanto possível, e que técnicas e estratégias de manipulação estão constantemente evoluindo para alcançar esta meta. Revisando sobre técnicas e materiais para ROG na reabilitação oral com a utilização de implantes osteointegrados, Hämmerle e Jung20 descreveram o conceito da ROG, fundamentado na descoberta que as células colonizadoras iniciais de um dado espaço determinam o tipo de tecido que irá regenerá-lo. A colocação de barreiras físicas exclui as células indesejadas e forma um espaço no qual é permitida a migração celular pretendida na área da ferida. Os autores chamaram a atenção que muitos desenvolvimentos na medicina têm sido baseados no melhor entendimento das doenças em níveis celular e molecular, com objetivo de propor técnicas mais efetivas que promovessem a habilidade natural do corpo para regenerar o tecido perdido. Destacaram a investigação de polipeptídeos e proteínas naturais com o avanço de tecnologias para isolar, seqüenciar e produzir essas moléculas, citando ainda estudos experimentais e clínicos que têm esclarecido os mecanismos biológicos 26 de vários fatores de crescimento e diferenciação na regeneração de diferentes tecidos. O uso da associação carreador-fatores bioativos foi ressaltado como a chave para a reparação de defeitos ósseos maiores, tratados freqüentemente com enxertos autógenos e membranas, o que resultaria em morbidade e risco cirúrgico menores, representando um passo importante na simplificação de técnicas de regeneração óssea. Estudos iniciais e experimentos mais recentes utilizando a técnica de ROG, citados por Monteiro41 e Macedo et al.32,34,35, descreveram a neoformação óssea com o uso de diferentes tipos de barreiras físicas, com a finalidade de excluir os tecidos moles não- osteogênicos, criar e manter um espaço apropriado onde o potencial biológico natural possa ser expandido para auxiliar a regeneração. De acordo com os resultados, os autores concluíram que o periósteo não é necessário para a formação óssea na ROG e confirmaram a biocompatibilidade da barreira física não-porosa de politetrafluoretileno (PTFE). Avaliando a importância da permeabilidade da membrana para permitir a passagem de fluidos e nutrientes, criando um ambiente favorável para a osteogênese, Macedo et al.35 utilizaram barreira não- porosa de PTFE e mostraram que este não é um pré-requisito para a neoformação óssea. A barreira foi capaz de manter espaço adequado e resistir à pressão dos tecidos adjacentes. Macedo et al.32 discutiram a possibilidade da exposição desse material ao meio externo sem prejudicar sua ação na ROG, por não apresentar porosidade, diminuindo a adesão e retenção bacteriana e conseqüente infecção local. Dentre os métodos e substâncias para favorecer a osteogênese, Marx37,38 utilizou o PRP, obtido por um processo de centrifugação diferencial através de gradiente de densidade para a separação do plasma das células vermelhas do sangue. Desse modo, o PRP vem a ser uma concentração autógena de plaquetas humanas em 27 um pequeno volume de plasma, sendo, portanto uma concentração dos fatores de crescimento secretados de plaquetas. As plaquetas são células pequenas, cujo diâmetro varia de 2 a 4 µm e espessura menor que 1 µm, com referência normal no sangue periférico de 130 a 400 mil/mm3, resultado da fragmentação do megacariócito da medula. São anucleadas e têm citoplasma complexo, cujas organelas são indispensáveis para suas funções. A superfície plaquetária tem limites externos mal definidos e é muito rica em mucopolissacarídeos, material glicoprotéico e fosfolipídeos, substâncias essenciais nas funções de adesividade e agregabilidade plaquetárias. Exibem ainda grânulos- s grânulos- onsáveis pela liberação de PDGF, fator de crescimento transformador TGF- e TGF- ), entre outras substâncias1,49. Embora tenha sido descrito inicialmente nos grânulos- de plaquetas, o PDGF também é sintetizado e segregado por outras células, como macrófagos e células endoteliais. Parece ser o primeiro fator de crescimento presente na reparação e inicia o reparo de tecido conjuntivo, inclusive regeneração e reparação óssea. As atividades específicas mais importantes do PDGF incluem mitogênese (aumento nas populações celulares reparadoras), angiogênese (mitose de células endoteliais em capilares funcionais) e ativação macrofágica (debridamento local e uma segunda fonte de fatores de crescimento para o reparo continuado e regeneração óssea)38. Como PDGF, o TGF- - são sintetizados e encontrados em plaquetas e macrófagos, como também em alguns outros tipos de células. Quando liberados através da degranulação de plaquetas ou ativamente secretada por macrófagos, têm ação parácrina, agindo principalmente sobre fibroblastos, MSC e pré-osteoblastos. Porém, cada uma destas células alvo tem a habilidade para sintetizar e segregar suas próprias proteínas TGF- para agir em células adjacentes em um modo parácrino ou agindo em si mesmo como um fator de crescimento 28 autócrino. Suas funções mais importantes descritas são a quimiotaxia e a mitogênese de precursores de osteoblastos e eles também têm a habilidade para estimular a deposição da matriz de colágeno por osteoblastos da ferida e do osso. Além disso, os TGF- inibem a formação de osteoclastos e reabsorção óssea, favorecendo a formação óssea através desses 2 mecanismos38. Outra citocina encontrada nos grânulos- o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) com efeitos limitados às células endoteliais, estimulação da síntese da lâmina basal e o recrutamento de pericitos para suportar o desenvolvimento de novos vasos sangüíneos. O fator de crescimento epitelial (EGF) age sobre as células basais da pele e mucosas, induzindo sua multiplicação e migração sobre uma superfície biológica e estimulando tais células na elaboração de componentes específicos da membrana basal37. O PRP contém também fibrina, fibronectina e vitronectina que agem como moléculas de adesão celular para a osteocondução e como matriz para o osso, tecido conjuntivo e migração epitelial. A secreção dos fatores de crescimento é iniciada pelo processo de coagulação e mais de 95% deles são secretados em 1 ou 2 horas. No estado anti-coagulado, foi mostrada a viabilidade do PRP por até 8 horas. Como a maioria dos fatores de crescimento, os contidos no interior dos grânulos- biologicamente inativos. A ativação do processo de coagulação está associada com uma mudança estrutural na membrana das plaquetas e resulta em secreção ativa dos fatores de crescimento a partir dos grânulos- 37. Foi delineado que MSC, osteoblastos, fibroblastos, células endoteliais e epiteliais expressam receptores de membrana celular aos fatores de crescimento no PRP. Esses receptores trans-membrana por sua vez induzem a ativação de uma proteína sinalizadora endógena, a qual causa a expressão de uma seqüência genética normal da célula como proliferação celular, formação de matriz, produção de osteóide, 29 síntese de colágeno, entre outros. Após a liberação inicial de fatores de crescimento relacionados ao PRP, as plaquetas sintetizam e secretam fatores de crescimento adicionais pelos 7 a 10 dias remanescentes de seu período de vida. Uma vez as plaquetas esgotadas, os macrófagos, que chegaram à região pelo crescimento vascular estimulado pelas plaquetas, assumem a função de regulação da reparação tecidual segregando alguns dos mesmos fatores de crescimento assim como outros. Então, o número de plaquetas no sangue coagulado determina a taxa de reparação da ferida37. Marx37 citou ainda trabalhos que sugeriram que o valor do PRP está relacionado principalmente a melhora de reparação do tecido mole devido à ausência de BMP nas plaquetas. Porém, todo processo de osteocondução e reparação de enxerto e substitutos ósseos surgem de MSC e sua linhagem, que se diferenciam em osteoblastos, todos sendo relatados a responder ao PRP. Sanchez et al.53 afirmaram que embora a ROG seja um método cirúrgico empregado na implantodontia para aumentar a quantidade e qualidade óssea em áreas de defeitos alveolares localizados, a falta de previsibilidade em procedimentos regenerativos utilizando vários materiais de enxerto sugeriram que a melhora nas propriedades osteoindutivas destes materiais seria altamente desejável e que o PRP poderia liberar fatores de crescimento em altas concentrações nesses locais, que sinalizariam as MSC para migrar, dividir, e aumentar a síntese de colágeno e de matriz extracelular. Descreveram que somente 6 estudos em humanos utilizando PRP foram encontrados na literatura de implante endósseo, e 5 eram relatos de caso. Assim, concluíram que há uma falta de embasamento científico para apoiar o uso de PRP em combinação com enxertos ósseos e que esta nova técnica potencialmente promissora requer estudos controlados e bem projetados para fornecer evidência de seu efeito. 30 A eficácia do PRP após a utilização de diferentes materiais de enxerto ósseo foi avaliada por Grageda18, revisando metodologias, estudos experimentais e clínicos. O autor sugeriu um protocolo de pesquisa que consiste em testes laboratoriais para a quantificação de plaquetas no sangue e nos plasmas rico e pobre em plaquetas (PRP e PPP) e de fatores de crescimento; análise histomorfométrica dos espécimes; necessidade de um controle contralateral e a correlação da análise histomorfométrica e o número de plaquetas e de fatores de crescimento. De acordo com os resultados conflitantes da literatura sobre PRP, o autor concluiu que existe uma necessidade urgente por pesquisas padronizadas para aplicação clínica de uma odontologia baseada em evidência e acredita que sem a normatização dos protocolos, não será possível determinar se o PRP é de fato um acelerador da reparação óssea. O uso terapêutico do PRP na estimulação e aceleração da reparação de tecidos mole e ósseo foi destacado por Anitua et al.3, sendo a liberação local e contínua de uma gama extensiva de fatores de crescimento e proteínas a base da eficiência deste processo, imitando o processo fisiológico de reparação tecidual. A aplicação do PRP tem sido estendida a muitas áreas, incluindo ortopedia, medicina esportiva e odontologia, porém alguns obstáculos e desafios ainda precisam ser superados para manter o progresso neste campo. O objetivo do tratamento periodontal de proteger e manter a dentição natural do paciente e, mais especificamente, após cirurgia regenerativa, de alcançar a regeneração da unidade periodontal foi ressaltado por Tozum e Demiralp57 que ainda descreveram a utilização do PRP como um veículo de armazenamento para fatores de crescimento, delineando seus efeitos específicos in vitro e in vivo. Concluíram que embora os fatores de crescimento e os mecanismos envolvidos ainda estejam pobremente entendidos, a facilidade de aplicação do PRP na clínica odontológica e seus resultados benéficos, inclusive redução de 31 sangramento e reparação rápida, dão suporte a procedimentos adicionais. Além do mais, este produto autógeno elimina a preocupação de reações imunogênicas e transmissão de doenças, porém, ressaltaram que mais estudos são necessários para prover evidência sólida do papel do PRP na reparação tecidual, reconstrução de tecidos mole e ósseo combinados ou não com enxertos. Man et al.36 avaliaram a efetividade do PRP para a hemostasia nos retalhos cirúrgicos em pacientes submetidos à cirurgia estética. PPP e PRP foram preparados durante o procedimento a partir do sangue combinado com uma solução de trombina e cloreto de cálcio para produzir uma cola de fibrina e um gel de plaquetas, respectivamente. Os autores concluíram que as vantagens do PRP, como diminuição da hemorragia, reparação acelerada da ferida, facilidade de uso, custo moderado e segurança do paciente, deveriam estimular o interesse de cirurgiões e ajudar a difundir esta técnica para ser aplicada em vários procedimentos cirúrgicos plásticos. Apesar da disponibilidade clínica e do uso indiscriminado, a efetividade terapêutica do PRP ainda não está comprovada e a maioria das informações traz resultados conflitantes. Para caracterizar o conteúdo do PRP, Eppley et al.10 quantificaram o número de plaquetas e fatores de crescimento liberados de preparados de sangue retirados de 10 pacientes saudáveis que se submeteriam a cirurgia estética. Resultados desse estudo mostraram que as plaquetas podem ser isoladas e concentradas em até 8 vezes sem que ocorra ativação antes do desejado e a concentração de fatores de crescimento também aumentou em decorrência do maior número de plaquetas, porém, variou entre pacientes. A correlação entre os níveis de fatores de crescimento e a contagem de plaquetas, idade e sexo do paciente foi realizada por Weibrich et al.61 após isolar o PRP através da separação celular descontínua. Os resultados mostraram que a contagem de plaquetas foi 5 32 vezes maior comparado ao sangue doador; que a quantidade de fator de crescimento não foi bem correlacionada com a de plaquetas e que não houve influência do sexo ou idade. Os autores concluíram que as condições que influenciaram a variação significativa no conteúdo de fator de crescimento ainda são merecedoras de investigação adicional e ressaltaram a necessidade de uma técnica simplificada pela qual a quantidade de fator de crescimento pudesse ser avaliada no PRP. Além da separação celular descontínua, 2 métodos para preparação de PRP foram avaliados por Weibrich e Kleis60 pela contagem de plaquetas e dos níveis de fatores de crescimento após a retirada de sangue de 47 doadores saudáveis. Para cada doador, os métodos de PCCS (3i Implant Innovations, Palm Beach Gardens, FL, USA) e de Curasan (Curasan, Kleinostheim, Germany) foram utilizados. Os autores concluíram que o PCCS representa um método de preparação mais rápido, manipulação mais fácil e também mais eficiente para concentração de fatores de crescimento resultando em contagens significantemente maiores comparados ao Curasan. Para esclarecer a inconsistência de resultados contraditórios obtidos após a combinação de PRP e enxerto ósseo autógeno no aumento da taxa de osteogênese e na qualidade de formação óssea, Choi et al.9 examinaram a influência das concentrações de PRP na viabilidade e proliferação celular in vitro. Culturas de células ósseas obtidas de fragmentos de alvéolos expostas ao PRP mostraram uma inibição por altas concentrações e estimulação em mais baixas, concluindo que tais variações poderiam influenciar a formação óssea. A comparação de 2 métodos de preparo do gel de PRP e seus níveis de fator de crescimento utilizando o agente de geleificação ITA (Natrex Technologies Inc, Greenville, NC) ou a adição de trombina e cloreto de cálcio foi realizada por Landesberg et al.30. Os resultados mostraram que ambos os métodos de preparação formaram o gel de PRP em menos de 30 minutos e seus níveis de PDGF e TGF- foram 33 semelhantes, levando os autores a concluir que o uso do agente de geleificação é equivalente ao do cloreto de cálcio e trombina, sem a necessidade de equipamento especial, nem o risco de coagulopatias. Os efeitos do cálcio e da trombina na liberação de fatores de crescimento do PRP, e o seu potencial mitogênico osteoblástico e endotelial in vitro foram avaliados por Frechette et al.12. Testes indicaram variações nas concentrações de fatores de crescimento e que o cálcio e a trombina regularam sua liberação, síntese e/ou degradação em padrões estereotípicos. Grandes divisões de células osteoblásticas e endoteliais foram promovidas pelo PRP, apoiando o conceito do seu benefício na reparação tecidual. Landesberg et al.29 compararam o uso do TRAP (thrombin receptor agonist peptide-6) e trombina bovina como agentes de geleificação na preparação do PRP. O tempo de coagulação e a retração do coágulo in vitro foram mensurados em função da concentração de TRAP e a liberação de fatores de crescimento relacionados ao PRP em função de sua preparação também foi determinada. De acordo com os resultados, os autores observaram uma polimerização mais rápida com a adição de trombina que, entretanto, causou uma considerável retração do coágulo (43%), enquanto o TRAP isolado resultou em apenas 15% de retração. Concluíram que o uso de TRAP para ativar a formação do coágulo pode ser uma alternativa segura à trombina bovina, apresentando um bom tempo de trabalho e significativamente menos retração de coágulo que os métodos atualmente disponíveis de produção do PRP. Em estudo recente, Weibrich et al.62 compararam os níveis de fator de crescimento no PRP preparado pelo banco de sangue (BB) que usa o método de separação celular descontínuo ou pelo método denominado buffy coat (Curasan). Este estudo observou que nem a contagem de plaquetas no sangue inteiro nem no PRP é útil para predizer os níveis finais de fator de crescimento em qualquer preparação de PRP. Concluíram que as proporções diferentes de fatores de crescimento 34 corresponderam a diferenças nas proporções celulares nas preparações de PRP analisadas, sugerindo que haja fontes principais diferentes destes fatores de crescimento no PRP, por exemplo, plaquetas, leucócitos e plasma. Jahn et al.23 avaliaram um protocolo de dupla centrifugação, realizando contagem de plaquetas de amostras de sangue de 33 indivíduos, de ambos os sexos, de 22 a 80 anos de idade. Na primeira centrifugação utilizou 200 g por 10 minutos e na segunda, 200 g por 10 ou 15 minutos em centrífuga (CELM mod. SIN 1200). Os resultados mostraram que a técnica de dupla centrifugação foi eficiente para a separação de plaquetas no plasma, levando a uma concentração média de 370,2% no terço inferior do tubo, após a segunda centrifugação por 15 minutos. Para estabelecer um método barato e eficiente de preparação do PRP para utilização em cirurgia plástica Vendramin et al.58 realizaram 20 testes nos quais variaram a força e o tempo de centrifugação para determinar qual deles proporcionava maior concentração plaquetária e mais 10 outros testes para comprovar a sua reprodutibilidade. A utilização de uma força de centrifugação de 300 g por 10 minutos na primeira centrifugação e de 640 g por 10 minutos na segunda centrifugação obtiveram as maiores concentrações de plaquetas, 4,5 vezes superiores a concentração na amostra, mostrando que os testes foram reprodutíveis. Uma alta concentração plaquetária pode ser obtida por este protocolo com a formação de gel sendo possível pelo uso de trombina autóloga, o que tem facilitado sua aplicação em cirurgia plástica, com bons resultados na cicatrização de feridas e na integração de enxertos ósseos e cutâneos. Em um trabalho clínico para tratamento de extensas perdas ósseas decorrentes de neoplasias, Marx et al.38, utilizaram o PRP obtendo uma concentração de plaquetas de 338% e identificaram o PDGF e o TGF- no seu interior. A avaliação de anticorpo monoclonal de 35 enxertos de medula óssea mostrou células que eram capazes de responder aos fatores de crescimento, pela ligação aos receptores da membrana celular. As quantias adicionais destes fatores de crescimento obtidas acrescentando PRP a enxertos comprovaram uma taxa de maturação radiográfica de 1,62 a 2,16 vezes comparadas a enxertos sem PRP Os resultados histomorfométricos mostraram que houve maior densidade óssea nos enxertos quando o PRP foi adicionado ao contrário daqueles sem PRP. O efeito do PRP sobre o enxerto de osso autógeno foi avaliado por Gerard et al.16 em defeitos bilaterais de 2 cm x 1 cm na borda inferior da mandíbula de cães. Osso fragmentado córtico-medular do ilíaco foi utilizado para preencher ambos os defeitos, porém, o do lado direito recebeu também PRP. A análise radiográfica indicou que em um e 2 meses os enxertos sem PRP eram mais densos, e a 3 e 6 meses não havia nenhuma diferença. Histomorfometricamente, em um e 2 meses havia menos osso enxertado e mais osso 3 e 6 meses. Concluíram que o PRP pareceu aumentar o reparo inicial em enxertos autógenos, entretanto, depois de 2 meses este efeito não foi mais significante. Utilizando o mesmo modelo experimental Gerard et al.17 realizaram uma análise em nível celular para determinar o número de osteoblastos e osteoclastos presentes nos grupos tratados com e sem PRP. Os autores concluíram que o número aumentado dessas células nos locais enxertados devido à adição do PRP estava limitado aos períodos iniciais, e que os enxertos ósseos autógenos sem PRP tinham números semelhantes de células ósseas ativas após um mês nesse modelo animal. Avaliando o PRP combinado com osso bovino inorgânico Aghaloo et al.2 realizaram 4 defeitos cranianos em coelhos e enxertaram com osso autógeno, xenógeno, xenógeno com PRP e um controle sem enxerto. Após 1, 2 e 4 meses 5 animais foram sacrificados por período. Com base nos resultados radiográficos, concluíram que apesar de maior 36 densidade óssea ter sido observada nos defeitos enxertados comparados ao controle, o significado clínico é difícil determinar, desde que todos os materiais pareceram densos na radiografia. De acordo com a histomorfometria, o enxerto autógeno mostrou um aumento ósseo substancialmente maior comparado com outros materiais de enxerto ou ao grupo controle. Para estudar os efeitos dos fatores de crescimento liberados de plaquetas (PRGF) e do colágeno tipo I na reparação óssea, Fuerst et al.13 realizaram defeitos nas mandíbulas de miniporcos e preencheram com colágeno+PRGF ou somente com colágeno, enquanto defeitos controle foram deixados sem tratamento. Os resultados mostraram maior formação óssea no grupo colágeno e que as diferenças entre os grupos colágeno e colágeno+PRGF, e entre o colágeno e os controles foram estatisticamente significantes. Na análise histológica, defeitos preenchidos com colágeno+PRGF mostraram reações inflamatórias até 4 semanas e a neoformação óssea perto dos remanescentes do colágeno foi reduzida. Os dados sugeriram que o grupo colágeno pode auxiliar as fases iniciais da reparação do osso cortical. Fundamentado no conhecimento da invasão vascular prematura ser um fator chave na incorporação de osso alógeno, reduzindo as complicações relacionadas à integração óssea mais lenta e incompleta, e que as MSC associadas ao PRP são potentes indutores angiogênicos, capazes de liberar VEGF, Lucarelli et al.31 avaliaram se esta combinação poderia aumentar a integração alógena em ovelhas. Um defeito tamanho crítico foi realizado na porção mediana da diáfise do osso metatarsal, sendo preenchido, no grupo experimental, por enxerto alógeno mais MSC, PRP e colágeno (6 animais) e no grupo controle apenas por enxerto alógeno (4 animais). As análises foram feitas mediante radiografia, teste mecânico e histomorfometria, mostrando neoformação óssea significativa no grupo experimental, relacionada com 37 melhor invasão vascular e remodelação do enxerto. Concluíram que estes resultados confirmaram o papel fundamental desempenhado pelas MSC e PRP na reparação óssea e que estudos adicionais são necessários para melhor definir o papel que essas células desempenham quando utilizadas isoladamente. Com o objetivo de avaliar o efeito de PRP associado a um material osteocondutivo na regeneração óssea, Plachokova et al.48 realizaram defeitos no crânio de ratos, os quais foram preenchidos com partículas de HA/ -TCP (hidroxiapatita / fosfato tricálcico- , partículas de HA/ -TCP combinadas com PRP líquido, partículas de HA/ -TCP combinadas com gel de PRP, enquanto alguns defeitos foram deixados sem tratamento, servindo como controle. Depois de 4 semanas de implantação, análises histológica, histomorfométrica e de tomografia micro-computadorizadas não revelaram diferenças na neoformação óssea entre os grupos. Além do mais, nenhum efeito adicional do gel de PRP comparado com líquido de PRP foi descoberto, com exceção da capacidade de manipulação aumentada do enxerto. Estes resultados sugeriram que PRP não teve nenhum efeito positivo na formação óssea associado a um material osteocondutor após o período de implantação. Defeitos segmentados de 2,5 cm foram realizados na tíbia de ovelhas e preenchidos com PRP autógeno em um carreador de colágeno por Sarkar et al.54 para estudar o efeito do PRP na neoformação óssea. Após 12 semanas, os espécimes ósseos removidos foram avaliados quantitativamente por radiografia, tomografia computadorizada, teste biomecânico e avaliação histológica. Volume ósseo, densidade mineral, rigidez mecânica e histologia do osso recém-formado no defeito não diferiram significativamente entre os grupos PRP e controle, e nenhum efeito do PRP sobre a formação óssea foi observado. Foi sugerido que o PRP não aumenta a neoformação óssea em defeito de tamanho crítico com um baixo potencial regenerativo e que tais defeitos poderiam requerer estímulos mais potentes, por exemplo, combinações 38 de biomateriais funcionais ou enxertos autógenos, precursores celulares ou fatores de crescimento osteoindutivos. Pela avaliação de proteínas da matriz óssea, Thorwarth et al.56 examinaram a formação óssea após o preenchimento de defeitos experimentais com osso autógeno ou com um colágeno liofilizado, combinados ao PRP em um estudo em porco doméstico. Seis grupos, com ambos os materiais, com e sem PRP em duas concentrações foram comparados com osso não tratado em 2, 4, 12 e 26 semanas. Os resultados indicaram a participação de BMP-2 em todas as fases de formação óssea. Efeitos do PRP na expressão de proteínas da matriz óssea foram identificados particularmente na fase inicial, indicando que o PRP tem um efeito osteopromotor devido suas propriedades mitogênicas se colocado juntamente com osso. Para investigar a influência do PRP na regeneração de defeitos ósseos, Wiltfang et al.64 realizaram enxertos de osso autógeno, grânulos de TCP (CeraSorb®), osso mineral poroso bovino deproteinizado (BioOss®) e um osso bovino semelhante a esponja de colágeno (Colloss®) com e sem PRP em duas preparações, distribuídos aleatoriamente em defeitos na calota de miniporcos. Em duas semanas, o PRP pôde significativamente aumentar a reparação óssea somente quando aplicado em combinação com osso autógeno. Quatro semanas depois da cirurgia, ambas as preparações de PRP já não aumentaram a regeneração óssea nos grupos autógenos e em 12 semanas, o nível de neoformação foi semelhante em todos os grupos. Os autores concluíram que o PRP não acrescentou nenhum benefício quando substitutos ósseos xenógenos foram usados, em contraste ao efeito inicial significante na regeneração óssea quando foi associado ao enxerto autógeno. A extração de terceiros molares mesioangulados impactados pode causar múltiplos defeitos periodontais na raiz distal do segundo molar. Sammartino et al.52 analisaram os efeitos do PRP na reparação e prevenção de complicações periodontais adjacentes a esses 39 dentes e observaram 12 semanas após a cirurgia uma redução notável na profundidade de sondagem e uma melhora no nível de inserção nos casos tratados com PRP comparados aos controles, assim como, neoformação óssea no defeito. Concluíram que o PRP é efetivo na indução e estimulação da regeneração óssea para o tratamento dos tipos de defeitos avaliados. A instalação de implantes na maxila posterior pode ser problemática devido ao volume ósseo insuficiente e a proximidade do seio maxilar, além da qualidade óssea ser freqüentemente desfavorável, pois a porção medular muitas vezes é de baixa densidade. O levantamento do seio maxilar foi desenvolvido em meados da década de 70 para aumentar a altura óssea vertical permitindo a estabilidade primária de implantes, sendo um procedimento seguro e previsível, utilizando enxerto autógeno combinado ou não a substitutos ósseos com resultados favoráveis. Klongnoi et al.28 avaliaram os efeitos do PRP no levantamento de seio maxilar utilizando osso autógeno ou fluorohidroxiapatita (Algipore® - Friadent, Mannheim, Germany) e instalação simultânea de implantes endósseos, em miniporcos. Os resultados mostraram que os materiais de enxerto apresentaram níveis crescentes de contato osso-implante (BIC) e de osso recém-formado em todos os períodos observados, levando os autores a concluir que a aplicação de PRP não acrescentou efeitos benéficos significantes no BIC, na porcentagem de neoformação óssea e na quantidade de osso substituto remanescente. A membrana de Schneider de seios de miniporcos foi bilateralmente elevada por Furst et al.14 e o espaço entre a membrana e a parede do seio foi preenchido com PRP e HA (grupo PRP) ou somente HA (grupo controle), simultaneamente à instalação de implantes pela parede facial do seio. A análise histológica, em 3 e 6 semanas, mostrou menor contato osso-implante no grupo PRP e após 12 semanas, os resultados foram semelhantes em ambos. No osso enxertado, contatos no grupo PRP foram mais extensos que no controle em 3 semanas, inferiores 40 ao controle em 6 semanas e ultrapassado estes em 12 semanas. Este estudo mostrou que o PRP tem um efeito diferencial na osteointegração em osso enxertado e osso local, entretanto, combinado com HA não foi superior a HA somente. Roldan et al.51 analisaram o possível benefício do PRP no enxerto de seio maxilar comparado com rhBMP-7 associados ao osso bovino inorgânico e inserção simultânea de implante em miniporcos. Os autores concluíram, com base nos resultados que o uso da rhBMP-7 conduziu a resultados superiores com respeito a osteointegração de implantes endósseos e a altura de novo osso, quando comparado com o PRP. Utilizando a engenharia tecidual Ohya et al.44 avaliaram MSC e PCBM associados ao PRP para elevação do assoalho do seio maxilar em coelhos. As MSC foram isoladas da medula da crista ilíaca e o PRP foi obtido do sangue periférico. PCBM foram coletados da crista ilíaca e misturados ao PRP. De acordo com as observações histológicas, osso recém-formado e neovascularização estavam presentes em 2 e 4 semanas, porém, em 8 semanas, medula gordurosa ocupou grandes áreas do osso lamelar em ambos os locais. Não houve diferença significante no volume e na altura óssea aumentada entre os grupos em cada semana, mas havia diferenças significantes entre 2 e 8 semanas e em volume de osso entre 4 e 8 semanas no grupo PCBM / PRP. Estes resultados sugeriram que o complexo MSC / PRP possa ser usado para regeneração óssea em elevação do assoalho do seio, comparada com o complexo PCBM / PRP. A capacidade do PRP associado ao osso medular da crista ilíaca foi estudada por Jakse et al.24 em procedimentos de levantamento de seio maxilar de ovelhas. A análise estatística da proporção média de novo osso e da área de contato entre o enxerto e o osso neoformado não revelou diferenças significantes entre os grupos. Os resultados mostraram uma capacidade regenerativa baixa do PRP 41 levando os autores a concluir que pesquisas básicas são necessárias para investigar mais profundamente seus efeitos na regeneração óssea. Em maxilas severamente reabsorvidas e com pneumatização do seio, Raghoebar et al.50 realizaram enxertos para avaliar o efeito do PRP na remodelação óssea de material autógeno da crista ilíaca. Três meses depois da reconstrução, biópsias foram realizadas com uma trefina e 3 implantes foram instalados na maxila posterior esquerda e direita. A reparação da ferida ocorreu sem transtornos, não sendo observada nenhuma diferença entre o lado tratado ou não com PRP, concordando com os achados histológicos e as sobredentaduras retidas nos implantes, confeccionadas 6 meses após a implantação, mostraram bom desempenho quando submetidas às cargas funcionais. Neste estudo, nenhum efeito benéfico do PRP na reparação da ferida e na remodelação óssea foi observado, não apresentando valor adicional na promoção de reparo de defeitos de tamanho não crítico enxertados. A associação do osso alógeno liofilizado (FDBA) com PRP ou membrana absorvível foi comparada por Kassolis e Reynolds26 para o enxerto bilateral do seio maxilar em 10 pacientes. A análise histomorfométrica revelou uma porcentagem significativamente mais alta de tecido vital e menor de partículas de enxerto residual em seios tratados com FDBA e PRP, entretanto, a porcentagem de formação óssea com tal combinação não foi significativamente mais alta que em seios enxertados com FDBA/membrana. Os resultados sugeriram que a combinação de FDBA/PRP aumentou a taxa de formação óssea quando comparada com FDBA/membrana. O uso de hidrogéis para a liberação controlada de fatores de crescimento plaquetários e o conseqüente aumento da regeneração óssea induzida por PRP foram avaliados em defeitos produzidos no osso parietal de coelhos por Hokugo et al.21. Hidrogéis incorporados por PRP, PRP ativado por trombina, ou somente hidrogel foram aplicados no defeito 42 e um controle foi deixado sem tratamento. Regeneração óssea bem sucedida foi observada no defeito ósseo tratado com hidrogel associado ao PRP, apresentando diferença bastante acentuada quando comparado aos outros grupos. Os autores concluíram que o hidrogel é um material promissor para a liberação controlada de fatores de crescimento plaquetários para aumentar a regeneração óssea. A altura da crista óssea remanescente inferior a 5 mm na maxila posterior indicou a necessidade de levantamento de seio em 105 pacientes para instalação simultânea de implantes endósseos. Mazor et al.39 realizaram enxertos ósseos compostos que consistiu de 30-40% de osso autógeno e de 60-70% de enxerto xenógeno, associadas ou não ao PRP. No pós-operatório de 6 meses, os implantes foram expostos e nenhuma evidência clínica ou radiográfica de perda na crista óssea foi observada e todos estavam clinicamente integrados. O uso do PRP no aumento da maxila posterior severamente reabsorvida apresentou, segundo os autores, benefícios clínicos óbvios, reduzindo o período de maturação óssea, melhorando a manipulação do enxerto e acelerando o reparo do tecido mole. Embora o levantamento da parede lateral do seio maxilar seja um procedimento clínico previsível para aumentar a altura óssea resultando em taxas de sucesso dos implantes comparáveis àquelas de osso nativo, o período de reparação permanece controverso. Vários métodos foram pesquisados, inclusive adição de fatores de crescimento e peptídeos, para reduzir este tempo de reparação e aumentar a formação óssea. A incorporação de PRP foi proposta como um método para acelerar e melhorar a reparação da ferida, além de aumentar a qualidade óssea. Boyapati e Wang4 revisaram a literatura pertinente e verificaram dados conflitantes com respeito ao seu uso em enxertos de seio. Fatores que podem contribuir a esta variabilidade incluem modelo de estudo impróprio, estudos pouco significativos, concentrações de plaquetas discrepantes, e diferentes materiais de enxerto utilizados. Além disso, os 43 métodos para quantificar a regeneração óssea e reparação da ferida diferem entre os estudos. Os autores concluíram que devido à limitada evidência científica, o uso de PRP em levantamento de seio não pode ser recomendado. A incorporação de procedimentos restauradores durante a instalação de implantes, procurando um melhor perfil de emergência, a disponibilidade do uso de restaurações cerâmicas que simulam muito bem os dentes naturais, tem trazido um avanço na abreviação do tempo de tratamento dos pacientes. Publicações de pesquisas mais recentes forneceram diretrizes e protocolos cirúrgico e protético para a aplicação da prótese imediata funcional. A melhora na fase de reparação pela liberação local de fatores de crescimento para o sítio cirúrgico, assim como pelos avanços biotecnológicos dos materiais de enxerto ósseo, permitiu a realização de procedimentos múltiplos em fase única. Petrungaro47 apresentou os resultados de mais de 400 implantes com restaurações imediatas instalados em locais edêntulos, alvéolos de extração recente e regiões de seio enxertado, bem como realçou as diretrizes para o sucesso cirúrgico. Para avaliar o efeito do PRP alógeno em um modelo experimental de osteogênese ao redor de implantes laminares em ratos, Fontana et al.11 retiraram 1 mililitro de sangue de cada animal e prepararam o PRP para inserção juntamente com um implante na tíbia direita, enquanto a tíbia esquerda recebeu só o implante. Após 30 dias o volume de osso perimplantar foi avaliado histomorfometricamente e submetido à análise estatística e, de acordo com os resultados, concluíram que um maior volume ósseo esteve presente quando o PRP foi usado. O aumento da osteointegração de implantes foi estudado por Kim et al.27 comparando o osso desmineralizado em grânulos (DBP) isolado ou combinado com PRP em um modelo experimental em cachorro. Trinta defeitos ósseos foram criados cirurgicamente e em cada 44 um deles um implante foi inserido e o espaço entre a parede óssea e a superfície do implante foi enxertado com DBP, DBP e PRP e um grupo sem tratamento. A análise histomorfométrica após 6 e 12 semanas mostrou uma porcentagem mais alta de contato de osso com DBP e PRP comparado com controle e DBP e os autores concluíram que defeitos ósseos ao redor de implantes podem ser tratados com sucesso com DBP e que o PRP pode melhorar a formação óssea. A relação da contagem de plaquetas no PRP sobre a regeneração óssea ao redor de implantes in vivo foi avaliada por Weibrich et al.59 em um estudo em coelhos, utilizando o PCCS para preparação do PRP. Um implante foi inserido na distal de cada fêmur, os quais foram aleatoriamente tratados com ou sem PRP. Os animais foram sacrificados em 28 dias e, de acordo com os resultados, observaram que a concentração de plaquetas requerida para um efeito positivo do PRP em regeneração óssea parece abranger uma gama muito limitada. Efeitos biológicos vantajosos aconteceram com uma concentração de plaquetas de aproximadamente 1.000.000/µl. Em mais baixas, o efeito é inferior, enquanto mais altas poderiam ter um efeito inibitório paradoxal. Por outro lado, o benefício deste tipo de concentrado de plaquetas não foi favorável para acelerar a osteointegração de implantes endósseos. Jensen et al.25 compararam ossos alógenos processado em grânulo e fresco congelado e a influência do PRP combinado a esses materiais ao redor de implantes inseridos bilateralmente no côndilo femoral de 8 cães. Cada implante foi rodeado por um espaço concêntrico de 2,5 mm, preenchido aleatoriamente com osso alógeno fresco- congelado, osso alógeno em grânulos, osso alógeno fresco-congelado + PRP ou osso alógeno em grânulos + PRP. Embora o nível de plaquetas no PRP fosse 7,7 vezes maior que o nível sangüíneo, nenhuma melhora na formação óssea ou fixação do implante foi observada pela adição do PRP. 45 Usando um protocolo cirúrgico de fase única, Monov et al.40 inseriram um total de 34 implantes na mandíbula edêntula de 10 pacientes. No quadrante III o PRP foi instilado localmente antes da colocação do implante, enquanto nenhum PRP foi utilizado no quadrante IV. Todos os implantes foram acompanhados com repetidas medidas de estabilidade por meio da análise da freqüência de ressonância em diferentes intervalos de tempo e os resultados não mostraram diferença estatisticamente significante entre os 2 grupos levando os autores a concluir que o uso de PRP durante a instalação de implante na mandíbula anterior não trouxe benefício adicional. As propriedades biomecânicas de enxertos ósseos são fatores importantes a serem considerados na prática clínica, embora haja poucas descrições relevantes sobre o assunto. Alterações dessas propriedades no local do enxerto estão na dependência da taxa de reabsorção e formação óssea. Por essa razão, o tipo adequado de material deve ser cuidadosamente selecionado de acordo com o propósito para o qual o enxerto será realizado22,33,45,55. Devido os dados contraditórios com relação aos efeitos da irradiação gama nas propriedades do osso cortical alógeno, Hamer et al.19 investigaram um método para a medida comparativa da força do osso para avaliar amostras de osso padrão e de cadáveres irradiadas com doses variadas combinadas ou não com congelamento. Nenhum dos tratamentos teve qualquer efeito no comportamento elástico das amostras, mas houve uma redução da força em 64% dos valores controle após irradiação com 28 kGy. Também houve uma redução dose- dependente na força e na habilidade das amostras para absorver trabalho antes do fracasso. Os autores sugeriram que a irradiação possa causar uma alteração na matriz óssea do osso alógeno, mas contanto que seja usado em situações na qual a carga esteja dentro de sua região elástica, então não deverá acontecer fracasso. 46 Nather et al.42 estudaram a reparação e a força de torção de secções de diáfises de tíbias não-vascularizadas e vascularizadas em gatos. Ambos os tipos de enxertos consolidaram a fratura no mesmo período de tempo, e em 12 e 16 semanas os enxertos não-vascularizados eram tão fortes quanto os enxertos vascularizados. Os autores ressaltam que, ainda que ambos os enxertos tenham incorporado prontamente nos animais estudados, em pacientes a incorporação leva um tempo mais longo. Em 2004, Nather, et al.43 compararam a força biomecânica do enxerto cortical alógeno congelado com o liofilizado em transplante in vivo executados na tíbia de gatos. Após 8, 12, 16 e 24 semanas, analisando torque máximo, dureza de torção e energia de absorção, observaram que os enxertos alógenos congelados alcançaram 64% da força em 6 meses. Com marcante contraste, enxertos alógenos liofilizados foram significativamente mais fracos, alcançando somente 12% da força de torque máximo. Os autores concluíram que para a reconstrução de defeitos ósseos corticais volumosos, somente enxertos alógenos corticais congelados deveriam ser usados, em detrimento dos alógenos liofilizados por apresentarem resultados insatisfatórios. A manutenção da redução anatômica em um modelo experimental de fratura na tíbia de cabras foi avaliada por Welch et al.63 comparando o efeito de um cimento de fosfato de cálcio e do enxerto autógeno esponjoso fragmentado. Os animais foram sacrificados em períodos que variaram de 24 horas a 18 meses e os espécimes submetidos às análises histológica e biomecânica. Não foi observada diferença significante na dureza da fratura entre os 2 grupos de tratamento em quaisquer dos tempos examinados. O cimento de fosfato de cálcio foi reabsorvido rapidamente e o volume de osso trabecular nos defeitos foi restabelecido ao do controle sem tratamento aos 6 meses em ambos os grupos. Os autores concluíram que enxertos autógenos não mantiveram uma redução anatômica de fraturas em tíbia neste modelo. 47 Em contraste, o aumento com cimento de fosfato de cálcio preveniu o colapso do fragmento da fratura e manteve a congruência articular como a fratura reparada. Gauthier et al.15 investigaram a eficiência de um substituto ósseo de fosfato de cálcio injetável (IBS) para procedimentos regenerativos através de imagens micro-tomográficas (µCT), teste biomecânico e análise de microscopia eletrônica de varredura (MEV). O material injetável foi implantado durante 6 semanas em defeitos de tamanho crítico na extremidade distal de fêmures de coelho. Extensa justaposição de novo osso foi notada com ambas as técnicas. O ganho de força pareceu bem relacionado com a quantidade de tecido ósseo neoformado, observada com µCT. Este estudo mostrou a habilidade de técnicas não-destrutivas para investigar aspectos biológicos e mecânicos de substituição de osso com biomateriais injetáveis. 3 PROPOSIÇÃO O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência do PRP, associado ou não ao enxerto autógeno, utilizando a técnica da ROG, na reparação de defeitos ósseos cirúrgicos criados na tíbia de coelhos mediante análises radiográfica, microscópica e das propriedades biomecânicas. 4 MATERIAL E MÉTODO 4.1 Animais e grupos experimentais Para a realização do presente estudo foram utilizados 25 coelhos adultos, machos, New Zealand, com peso médio de 3,5 kg, os quais foram mantidos em gaiolas individuais com ração balanceada (Probiotério Moinho Primor S.A.) e água ad libitum. Os animais foram fornecidos pelo Biotério da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos - UNESP. Este estudo foi realizado com base nos Princípios Éticos para a Experimentação Animal adotado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia do Campus de São José dos Campos UNESP (protocolo nº 026/2005-PA/CEP). Quatro defeitos foram realizados em cada animal e divididos em grupos: controle (C = defeito ósseo), autógeno (A = defeito ósseo + enxerto autógeno), PRP (PRP = defeito ósseo + PRP) e PRP + autógeno (PRPA = defeito ósseo + PRP + enxerto autógeno). 4.2 Obtenção do plasma rico em plaquetas Mediante punção do coração do animal com seringa tipo luer descartável (Figura 1a), 18 ml de sangue foram removidos e 50 colocados em 4 tubos de 4,5 ml para coleta de sangue a vácuo (Vacutainer - Becton-Dickinson - Belliver Industrial Estate, Plymouth, UK), contendo 0,5 ml de citrato de sódio tamponado como anticoagulante. A amostra sangüínea contida nos tubos foi colocada numa centrífuga (SIN - Sistema Nacional de Implantes, São Paulo, Brasil) a 200 g por 10 minutos (Figura 1b), para a separação dos constituintes do sangue em plasma e células vermelhas (Figura 1c). Após a pipetagem do plasma com uma seringa tipo insulina (Figura 1d) o mesmo foi colocado em tubos estéreis. Uma segunda centrifugação foi realizada a 200 g por 10 minutos para a separação do PRP (porção inferior) e PPP (porção superior) (Figura 1e). O PRP foi removido do tubo, colocado em cubeta metálica esterilizada (Figura 1f) ao qual foi adicionado o cloreto de cálcio 10% (Terapêutica Farmácia de manipulação São José dos Campos, SP) na proporção de 8:1, com o objetivo de promover a reversão do processo de quelação do citrato de sódio, permitindo a aplicação do PRP na forma de gel. 4.3 Contagem de plaquetas A contagem da quantidade de plaquetas foi feita no sangue total e no PRP por mm3, diluindo-se 20 µl de sangue total ou PRP em 2 ml de oxalato de amônio 1%. A solução foi homogeneizada durante 10 minutos, colocada em câmara de Neubauer não espelhada, aguardando mais 10 minutos para sedimentação das plaquetas. A contagem foi feita utilizando-se os 25 campos centrais da câmara sob microscopia óptica (400x). Levando-se em conta os fatores de diluição e da câmara, o resultado obtido da contagem de plaquetas foi multiplicado por 103, obtendo-se assim o valor final /mm3. 51 a b c d e f FIGURA 1 - Preparação do PRP: a) punção intracardíaca do sangue; b) colocação dos tubos em centrífuga; c) separação dos constituintes do sangue em plasma (porção superior) e células vermelhas (porção inferior); d) retirada do plasma separado após a centrifugação; e) separação do PRP (porção inferior) e PPP (porção superior); f) colocação do PRP em cubeta metálica esterilizada 52 4.4 Procedimentos cirúrgicos Os animais foram anestesiados por via intramuscular, sendo o sedativo analgésico e relaxante muscular (solução aquosa a 2% de cloridrato de 2-(2,6-xilidino)-5,6-dihidro-4H-1,3 tiazina - Rompum - Bayer do Brasil) aplicado 5 minutos antes da administração do anestésico geral (cloridrato de ketamina - Dopalen, Agribrands do Brasil Ltda.) na proporção de 1 ml/kg e 0,5 ml/kg de peso corpóreo, respectivamente. Após a depilação e assepsia com solução de clorexidina a 0,2% (Terapêutica Farmácia de manipulação São José dos Campos, SP) na pata, uma incisão com uma lâmina intercambiável nº 15, montada em bisturi tipo Bard-Parker nº 3 foi realizada na porção lateral, seguida de divulsão muscular e incisão dos planos profundos. Subseqüentemente, o descolamento do tecido foi realizado, seguido da confecção de 2 defeitos ósseos unicorticais (Figura 2a), distanciados 5 mm entre si (Figura 2b), em cada tíbia, com o auxílio de um motor cirúrgico elétrico Asseptico (AEU-707-MGF Asseptico Inc., USA) usando redução 1/16, ponta reta, uma broca tipo trefina de 5 mm, velocidade de 1500 rpm e irrigação constante com cloreto de sódio a 0,9% estéril. Os fragmentos ósseos obtidos a partir da confecção dos defeitos foram particulados com um osteótomo biarticulado e utilizados como material de enxerto. Nas tíbias direitas de cada animal, um defeito foi preenchido apenas por coágulo sangüíneo e o outro por enxerto autógeno (Figura 2c), sendo denominados, respectivamente, grupo controle (C) e grupo autógeno (A). Os defeitos nas tíbias esquerdas foram preenchidos por PRP e por PRP associado ao osso autógeno (Figura 2d) e denominados, respectivamente, grupo PRP (PRP) e grupo PRP + autógeno (PRPA). Todos os defeitos foram recobertos com uma barreira de PTFE (Figura 2e) para evitar a interferência de tecido não-osteogênico 53 no seu interior. A película não-porosa de PTFE (Tecnoflon-Brasflon, Ind. & Com. Plásticos, São Paulo, S.P.), com espessura de 0,13mm apresenta características e biocompatibilidade adequadas para o uso em cirurgias com a técnica da regeneração óssea guiada. A barreira de PTFE foi colocada em embalagens individuais, seladas e esterilizadas em autoclave. Em seguida, as estruturas dos planos profundo e superficial foram suturadas com fio absorvível Vycril (ETHICON / Johnson & Johnson 6-0) e de seda (ETHICON / Johnson & Johnson 4-0) (Figura 2f), respectivamente. Os cuidados pré e pós-operatórios foram realizados para cada animal, administrando-se, por via intramuscular, o antibiótico Pentabiótico veterinário pequeno porte (Fort Dodge Saúde Animal Ltda.) e antiinflamatório Voltaren 75mg solução injetável (Parker-Davis, São Paulo, Brasil) nas dosagens de 0,1 ml/kg e 0,6 ml/kg do peso corporal, respectivamente. O antibiótico e o antiinflamatório foram administrados uma hora antes dos procedimentos cirúrgicos, prolongando o uso do antiinflamatório por mais 1 dia. 4.5 Períodos de sacrifício Decorridos 15, 30 e 60 dias do procedimento cirúrgico, 5 animais foram sacrificados em cada período por superdosagem de anestésico. As peças contendo os defeitos ósseos foram removidas em bloco, fixadas em formol a 10% (Merck S.A. Indústrias Químicas) por 72h, radiografadas, processadas no laboratório e, em seguida, submetidas às análises microscópica e histomorfométrica. Para análise das propriedades biomecânicas, foram sacrificados 5 animais em cada período após 30 e 60 dias do procedimento cirúrgico. As peças contendo os defeitos ósseos foram removidas em bloco, colocadas em solução de Ringer e congeladas até serem radiografadas e submetidas aos testes biomecânicos. 54 a b c d e f FIGURA 2 - Procedimentos cirúrgicos: a) confecção de defeito ósseo unicortical; b) defeitos ósseos, distanciados 5 mm na tíbia; c) preenchimento do defeito superior apenas por coágulo sangüíneo e do inferior por enxerto autógeno na tíbia direita; d) defeitos na tíbia esquerda preenchido por PRP (superior) e por PRP associado ao osso autógeno (inferior); e) barreira de PTFE recobrindo os defeitos; f) sutura da pele 55 4.6 Análise da densidade óptica Para a obtenção das imagens radiográficas, foi utilizado o sistema Visualix Gx-S-HDI (Gendex Dental System, Dentisplay International, Chicago, IL, USA). Este sistema consiste de um software VixWin 1.9 (Gendex Dental System, Dentisplay International, Chicago, IL, USA) que capta a imagem radiográfica digital por meio de um sensor CCD (Charge-Coupled Device), com área ativa de 20 mm de largura por 30 mm de comprimento. O aparelho de raios X utilizado foi o Gendex 765 DC (Gendex Dental X-Ray Division, Dentistry International Inc., IL, USA), regulado para 65 KVp e 7 mA. As peças cirúrgicas foram colocadas sobre o referido sensor, posicionado paralelamente ao solo, e o feixe central de raios X foi direcionado perpendicularmente a esse dispositivo. A distância foco-filme e o tempo de exposição aos raios-X foi de 40 cm e 0,02 s, respectivamente. Um estudo cego foi realizado para obter medidas da densidade da área em cada região correspondente ao defeito utilizando o sistema de análise de imagem (Image Tool - v.3.0; URHSCSA). Essas mensurações foram repetidas após 15 dias para a calibração intra- examinador. 4.7 Análise histológica e histomorfométrica As peças contendo os defeitos foram desmineralizadas em solução de EDTA a 10% (ácido etilendinetrilo tetracético, sal dissódico dihidratado Titriplex III p.a. Merck-KgaA, Darmstadt, Alemanha) e posteriormente processadas e incluídas em parafina. Os cortes 56 microscópicos foram feitos com 6 µm de espessura e as lâminas histológicas preparadas pelas técnicas histológicas rotineiras para coloração com hematoxilina-eosina e tricrômio de Mallory. Em seguida, essas lâminas foram analisadas pela microscopia de luz convencional para a análise histomorfológica dos aspectos gerais da neoformação óssea. Para a realização da análise histomorfométrica, foi utilizado o método estereológico, que consiste em determinar parâmetros quantitativos tridimensionais de estruturas anatômicas a partir de cortes histológicos através da geometria e estatística. Os métodos estereológicos se baseiam em princípio geométrico-estatísticos, derivados da probabilidade das imagens dos perfis da estrutura na secção histológica coincidirem com um sistema-teste apropriado. Deste modo, a característica principal nesses métodos está na casualização das amostras, eliminando a ocorrência de vício na amostragem, realizado por meio da aplicação de procedimentos de escolha aleatória em todos os estágios do experimento, tais como: seleção dos animais, dos blocos histológicos, das lâminas histológicas, dos cortes e campos microscópicos. Cortes histológicos semi-seriados foram realizados nos espécimes para obter 10 lâminas histológicas por animal em cada grupo. Dentre essas lâminas, 3 foram separadas aleatoriamente, obtidas longitudinalmente na região central do defeito, e avaliadas pelo programa Axiovision 4.5 (Carl Zeiss Vision Imaging Systems, Carl Zeiss, Alemanha). Para a mensuração da densidade da matriz óssea foi utilizada objetiva 20 x 0,45 (A-PLAN, Carl Zeiss) e ocular 10x (W-PI, Carl Zeiss) de um microscópio de luz (Axioskop 40, Carl Zeiss, Alemanha). As imagens de 5 campos histológicos por lâmina foram captadas por uma câmera digital (AxioCam MRc5, Carl Zeiss, Alemanha), correspondendo a uma área de 439,28 x 329,12 µm2. Imagens de 2 campos histológicos por lâmina foram obtidas próximas as bordas do defeito, utilizando objetiva 40 x 0,65 e 57 ocular 10x para a contagem do número de osteócitos na matriz neoformada. 4.8 Propriedades biomecânicas Para avaliar a resistência mecânica em compressão do osso neoformado foi utilizada uma máquina universal EMIC (Figura 3a), modelo MEM 10.000, com capacidade máxima para aplicação de carga de 104 kgf (9,81 kN). A velocidade de aplicação da carga durante os ensaios de compressão (push out) foi constante e igual a 1 mm/seg, até a falha do espécime. Foi utilizada uma célula de carga de 20 kgf com um dispositivo cilíndrico para ensaio de compressão, que permitiu a aplicação da carga na região do defeito do espécime. Os testes foram realizados à temperatura ambiente, e os espécimes mantidos úmidos com solução salina. O dispositivo cilíndrico com diâmetro igual 3,1 mm assegurou que a carga compressiva fosse aplicada dentro do perímetro do defeito, somente em tecido ósseo neoformado (Figura 3b). Durante cada ensaio foi anotada a carga máxima atingida, no exato momento da falha do espécime. A resistência à compressão do tecido ósseo neoformado foi calculada por meio da expressão (1). c = 9.81x 4. Fmáx 2 = 12,5 Fmáx / D 2 ................. (1) Em que: c = resistência à compressão ou tensão de compressão do tecido neoformado [MPa] Fmáx = carga máxima de compressão registrada durante o ensaio [kgf] D = 3,1 mm, diâmetro do dispositivo de compressão 58 a b FIGURA 3 - Análise das propriedades biomecânicas do osso neoformado: a) célula de carga com um dispositivo cilíndrico para ensaio de compressão; b) dispositivo cilíndrico para aplicação da carga compressiva dentro do perímetro do defeito 4.9 Análise estatística Os resultados obtidos da densitometria óptica, histomorfometria e propriedades biomecânicas foram submetidos à análise de variância (ANOVA) de 2 fatores de medidas repetidas. Foi avaliado um fator entre grupos, que é o tempo de tratamento e um fator dentro do grupo, que é o tipo de tratamento realizado. O nível de significância adotado foi foram submetidos ainda ao teste de comparação múltipla de Tukey. 5 RESULTADOS 5.1 Contagem de plaquetas A contagem de plaquetas realizada confirmou que a técnica de preparação do PRP utilizada no presente estudo gerou uma fonte de plaquetas altamente concentrada. A média da contagem de plaquetas no sangue periférico foi de 280 x 103/mm3 variando de 230 x 103/mm3 a 315 x 103/mm3. A média da contagem de plaquetas no PRP foi de 1052 x 103/mm3 variando de 848 x 103/mm3 a 1260 x 103/mm3 (Figura 4). FIGURA 4 - Representação gráfica da média da contagem de plaquetas no sangue total e no PRP 0 200000 400000 600000 800000 1000000 1200000 SANGUE TOTAL PRP 60 5.2 Análise da densidade óptica Os achados radiográficos mais freqüentes observados nos espécimes dos grupos controle e experimentais foram analisados em conjunto dentro de cada período considerado no experimento. 5.2.1 Quinze dias De um modo geral, os aspectos radiográficos foram muito semelhantes dentro dos períodos entre os grupos C e PRP e A e PRPA. Nos grupos C (Figura 5a) e PRP (Figura 5c), notou-se imagem radiolúcida sugestiva da área do defeito ósseo exibindo limites precisos e definidos. Nos grupos A (Figura 5b) e PRPA (Figura 5d) notava-se área radiolúcida, sugestiva de defeito ósseo, com limites precisos e discretamente indefinidos em algumas regiões. Imagens mais radiopacas foram observadas no interior do defeito, correspondentes às partículas de enxerto ósseo. 5.2.2 Trinta dias A topografia do defeito nos grupos C (Figura 6a) e PRP (Figura 6c) podia ser visualizada, porém, em alguns defeitos, os limites de suas paredes eram precisos e discretamente indefinidos. Nos grupos A (Figura 6b) e PRPA (Figura 6d), os limites do defeito eram indefinidos e irregulares, apresentando perda de nitidez em algumas regiões, entretanto, a sua topografia ainda podia ser visualizada. A densidade radiográfica diminuía das paredes do defeito para a porção central e as 61 imagens mais radiopacas no interior do defeito, correspondentes às partículas de enxerto ósseo, apresentavam-se mais homogêneas. 5.2.3 Sessenta dias Nos grupos C (Figura 7a) e PRP (Figura 7c) a imagem radiográfica do defeito e os limites das suas paredes ainda eram visualizados, embora houvesse evidências de aumento de densidade no contorno da loja cirúrgica. Nos grupos A (Figura 7b) e PRPA (Figura 7d), a topografia do defeito era pouco visualizada com perda de nitidez nos contornos das paredes. Em algumas regiões foi notado que a densidade radiográfica da porção periférica do defeito mostrava-se semelhante à densidade do tecido ósseo normal. Algumas imagens dos defeitos revelavam áreas menos radiopacas quando comparadas com outras regiões da mesma loja cirúrgica. As imagens correspondentes às partículas de enxerto ósseo apresentavam-se ainda mais homogêneas, comparadas as dos períodos anteriores. Além disso, foi observado, devido às variações de densidade radiográfica entre as porções periférica e central, crescimento ósseo centrípeto. 62 a b c d FIGURA 5 - Imagens radiográficas digitais dos defeitos ósseos cirúrgicos na tíbia de coelho no período de 15 dias: a) grupo C; b) grupo A; c) grupo PRP; d) grupo PRPA a b c d FIGURA 6 - Imagens radiográficas digitais dos defeitos ósseos cirúrgicos na tíbia de coelho no período de 30 dias: a) grupo C; b) grupo A; c) grupo PRP; d) grupo PRPA a b c d FIGURA 7 - Imagens radiográficas digitais dos defeitos ósseos cirúrgicos na tíbia de coelho no período de 60 dias: a) grupo C; b) grupo A; c) grupo PRP; d) grupo PRPA 63 5.2.4 Análise estatística da densidade óptica Os valores das médias da densidade óptica nos defeitos ósseos dos diferentes grupos encontram-se expressos na Tabela 17 (Apêndice A). As médias da densidade óptica da região dos defeitos ósseos (Tabela 1) nos grupos estudados demonstraram que os grupos A e PRPA apresentaram maior densidade óptica quando comparado com os grupos C e PRP e que houve diminuição da densidade óptica em todos os grupos ao longo do tempo. Tabela 1 - Médias das densidades ópticas dos grupos C, A, PRP e PRPA nos períodos de 15, 30 e 60 dias PERÍODO GRUPO DENSIDADE 15 C 165 13,31 A 191 18,20 PRP 161 5,63 PRPA 194 5,63 30 C 164 10,28 A 191 13,14 PRP 156 12,82 PRPA 191 9,58 60 C 157 15,09 A 184 10,28 PRP 149 14,49 PRPA 182 9,28 64 De acordo com os dados, referentes à análise de variância (ANOVA), apresentados na Tabela 2, houve diferença estatística significante entre as densidades ópticas dos diferentes grupos estudados e nos diferentes períodos, determinada pelos valores de p encontrados, inferiores a 0,05 (nível de significância). Tabela 2 - Resultado da análise de variância (ANOVA) para os dados das densidades ópticas FONTE DE VARIAÇÃO P Grupo 0,0001 Período 0,0031 Grupo*período 0,9961 O teste de comparação múltipla de Tukey revelou diferença estatisticamente significante somente para o período de 60 dias (Tabela 3). Tabela 3 - Resultado do teste de Tukey para os dados da densidade óptica nos diferentes períodos PERÍODO DENSIDADE GRUPOS HOMOGÊNEOS 15 178 A 30 176 A 60 168 B O teste de comparação múltipla de Tukey revelou diferença estatisticamente significante entre os grupos A e PRPA e C e PRP nos diferentes períodos (Tabela 4). 65 Tabela 4 - Resultado do Teste de Tukey para os dados da densidade óptica nos diferentes grupos GRUPO DENSIDADE GRUPOS HOMOGÊNEOS PRPA 189 A A 189 A C 162 B PRP 155 B A Figura 8 mostra a evolução das médias da densidade óptica nos diferentes períodos de observação dentro de cada grupo analisado. FIGURA 8 - Representação gráfica da evolução das médias de densidade óptica dos grupos C, A, PRP e PRPA aos 15, 30 e 60 dias 0 50 100 150 200 250 C A PRP PRPA C A PRP PRPA C A PRP PRPA 15 15 15 15 30 30 30 30 60 60 60 60 66 5.3 Análise histológica e histomorfométrica De um modo geral, os grupos C e PRP e os grupos A e PRPA apresentavam grande semelhança entre si. Os achados histológicos mais freqüentes observados nos espécimes foram analisados em conjunto dentro de cada período considerado no experimento. 5.3.1 Quinze dias Na região dos defeitos dos grupos C (Figura 9a) e PRP (Figura 9b), os limites exibiam trabéculas ósseas neoformadas e a porção central estava preenchida por tecido conjuntivo osteogênico. Além disso, notava-se que os limites do defeito apresentavam áreas de remodelação óssea, exibindo atividade osteoclástica e deposição de matriz óssea pelos osteoblastos, e áreas de tecido ósseo necrótico e basofílico com osteoplastos vazios. As trabéculas ósseas eram imaturas, delgadas, ramificadas e com arranjo linear (Figura 9c), estendendo-se para porção central, apresentando osteócitos volumosos e grande número de osteoblastos na periferia (Figura 9d). O tecido conjuntivo osteogênico era bem celularizado, vascularizado e composto por células osteoprogenitoras e por fibras colágenas, dispostas paralelamente entre si. Na superfície do defeito, podia ser observado tecido conjuntivo fibroso em íntimo contato com a região previamente ocupada pela barreira. Formação de tecido ósseo, em alguns cortes histológicos, no interior do canal medular da tíbia, áreas de hemorragia intersticial e infiltrado de células inflamatórias mononucleadas completavam o quadro. Havia maior quantidade de vasos neoformados, por vezes congestos, e edema no grupo PRP quando comparado com o grupo C. As fibras colágenas do tecido con