UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES, COMUNICAÇÃO E DESIGN
GRADUAÇÃO EM JORNALISMO
RENATA MICHETTI OTAVIANO
VITÓRIA LOPES GOMEZ
POR TRÁS DAS TELAS
BAURU
2024
RENATA MICHETTI OTAVIANO
VITÓRIA LOPES GOMEZ
POR TRÁS DAS TELAS
Relatório de Projeto Experimental apresentado
como requisito para a obtenção do título de
Bacharel(a) em Jornalismo pela Faculdade de
Arquitetura, Artes, Comunicação e Design da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” (Unesp).
Orientadora: Dra. Liliane de Lucena Ito
BAURU
2024
Otaviano, Renata Michetti
Por trás das telas / Renata Michetti Otaviano,
Vitória Lopes Gomez. – Bauru, 2024
49 f. : il.
Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado -
Jornalismo)–Universidade Estadual Paulista
(Unesp), Faculdade de Arquitetura, Artes,
Comunicação e Design, Bauru
Orientadora: Liliane de Lucena Ito
1. Cinema. 2. Redes sociais. 3. Streaming. 4.
Crítica cultural. 5. Reportagem hipermídia. I.
Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Arquitetura, Artes, Comunicação e Design. II.
Título.
RENATA MICHETTI OTAVIANO
VITÓRIA LOPES GOMEZ
POR TRÁS DAS TELAS
Relatório de Projeto Experimental apresentado
como requisito para a obtenção do título de
Bacharel(a) em Jornalismo pela Faculdade de
Arquitetura, Artes, Comunicação e Design da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” (Unesp).
Bauru, 25 de novembro de 2024
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Profª. Drª. Liliane de Lucena Ito (orientadora)
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
_______________________________________
Prof. Dr. Gustavo Soranz Gonçalves
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
_______________________________________
Profª. Drª. Vivianne Lindsay Cardoso
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
AGRADECIMENTOS
De Renata:
À minha família – avós, tios e primos – pelo incentivo e carinho incondicionais ao
longo dos anos.
Especialmente aos meus pais, Sergio e Rose, e aos meus irmãos, Carolina e André, por
serem a base de tudo e por guiarem cada passo meu durante este percurso.
À minha namorada e companheira, Rebeca, pela paciência, pelo apoio incondicional e
por crescer e sonhar ao meu lado.
Aos amigos, Amanda, Carlos, Ingrid e Maria Eduarda, pela sorte de tantos anos juntos e
por serem meu porto seguro.
À Vitória, pela parceria diária e pelo apoio incansável que tornaram este trabalho
possível.
À Profª Liliane, minha orientadora, pelos ensinamentos ao longo da graduação e pelo
privilégio de conduzir este trabalho ao nosso lado.
De Vitória:
Agradeço, antes de tudo, aos meus pais, Patrícia e Maurício, que me deram a coragem e
incentivo de correr atrás de cada sonho - e ao apoio e amor incondicional durante a realização
de cada um deles.
Aos meus familiares, pelo carinho e compreensão durante a graduação, em especial
minha irmã, Luíza, a quem sempre busquei servir de exemplo. Espero que a conclusão desta
nova etapa seja mais uma na qual você possa se inspirar, com a certeza de que estarei aqui
para acompanhar suas próprias conquistas.
À minha parceira, Ana Beatriz, que viu nascer este trabalho e torceu junto comigo.
Obrigada pela compreensão, paciência e tranquilidade, mas, acima de tudo, pelo amor e pela
sintonia dividida ao longo do ano. O próximo TCC será o seu!
Aos amigos de Bauru, que tornaram a estadia na cidade mais divertida, e aos de São
Paulo, que me fizeram sentir ainda mais saudade de casa. Vocês sabem quem são, mas farei
questão de agradecer um a um.
À Renata, por escutar minhas apreensões diárias e abraçar cada uma delas com humor e
leveza. Graças à nossa parceria, nosso projeto saiu do papel!
E à Professora Liliane, que comprou nossa ideia de primeira, nos tranquilizou em cada
etapa e, com seus ensinamentos, nos tornou profissionais melhores.
RESUMO
O presente relatório documenta o desenvolvimento do projeto experimental Por Trás das
Telas, que deu origem a quatro reportagens hipermídia e a um webdocumentário em
curta-metragem sobre consumo de audiovisual e suas mudanças a partir da ascensão das redes
sociais e das plataformas de streaming. O trabalho teve como objetivo investigar e
compreender as transformações na distribuição e no acesso de produções audiovisuais nos
últimos anos, seja via plataformas de vídeo sob demanda, mídia física ou internet; discutir os
impactos do acesso ao consumo por parte do público; e compreender as tendências para o
futuro. Para isso, além das características de reportagens hipermídia e webdocumentário,
identificadas ao longo do documento, fez-se uso de recursos transmidiáticos, como a
integração a plataformas como YouTube e Instagram, criando-se um produto que pode ser
acessado através de mais de uma porta de entrada.
Palavras-chave: Cinema; Redes sociais; Streaming; Crítica cultural; Reportagem hipermídia.
ABSTRACT
This report documents the development of the experimental project Por Trás das Telas, which
resulted in four hypermedia reports and a short webdocumentary focusing on audiovisual
consumption and its changes since the rise of social networks and video on demand platforms.
The aim of the activity was to investigate and understand the changes in distribution and
access to audiovisual productions in recent years, whether through video-on-demand
platforms, home video or the internet; to discuss the impacts of access by the public; and to
foresee trends for the future. To this end, in addition to the characteristics of hypermedia
reports and web documentaries identified throughout the document, other transmedia
elements were used, such as integration with platforms like YouTube and Instagram, creating
a product that can be accessed through more than one gateway.
Keywords: Cinema; Social media; Streaming; Journalistic Reviews; Hypermedia report.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Cores utilizadas na identidade gráfica 27
Figura 2 - Primeira versão do logotipo 27
Figura 3 - Segunda versão do logotipo 28
Figura 4 - Exemplo de uso das tipografias Helvetica e Futura na Home do site Por Trás das
telas 29
Figura 5- Exemplo de uso da tipografia Avenir no título e corpo do texto da reportagem 29
Figura 6 - Imagem da capa do site 30
Tabela 1 - Custos do Trabalho de Conclusão de Curso 31
O site ‘Por Trás das Telas’, no qual as reportagens
hipermídia e o webdocumentário que compõem este
Trabalho de Conclusão de Curso, está disponível no
link: .
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 11
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 13
2.1 Gênero e formatos jornalísticos 14
2.2 Reportagem hipermídia 15
2.3 Documentário 16
3. METODOLOGIA 18
3.1 Pré-produção 18
3.3 Pós-produção 21
4. DESCRIÇÃO DO PRODUTO 23
4.1 Identidade gráfica 25
4.1.1 Cores 25
4.1.2 Logo 26
4.1.3 Fontes 27
4.1.4 Fotos 28
4.2 Redes sociais 29
4.3 Público-alvo 30
4.4. Custos de produção 30
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 32
REFERÊNCIAS 34
APÊNDICES 36
Apêndice I - Questionário sobre streamings e redes sociais 36
Apêndice II - Gráficos com respostas dos usuários ao formulário 38
Apêndice III - Linha do tempo: Streamings no Brasil 42
Apêndice IV - Gráfico: Obras brasileiras por plataforma 43
Apêndice V - Gráfico: Motivo da lealdade de um consumidor a uma plataforma de streaming
43
Apêndice VI - Gráfico: Influência das redes sociais no consumo de obras 44
Apêndice VII - Gráfico: Influência das redes sociais na escolha de obras a serem assistidas 44
Apêndice VIII - Gráfico: Mudanças no consumo de audiovisual ao longo das gerações 45
Apêndice IX - Gráfico: Empregos interrompidos por IA até 2026 45
Apêndice X - Gráfico: Empresas que pretendem usar IA em processos de áudio nos próximos
3 anos 46
Apêndice XI: Cronograma do projeto Por Trás das Telas 47
Apêndice XII: Cronograma das redes sociais do Por Trás das Telas 49
1. INTRODUÇÃO
A popularização dos DVDs, na década de 2000, condenou os VHSs de volta às estantes.
20 anos depois, são os serviços de vídeo sob demanda (VOD), em especial as plataformas de
streaming, que dominam as televisões, celulares e computadores ao redor do mundo. Dados
do relatório Data Stories, da Kantar Ibope Media, presentes no documento Um mercado em
constante evolução¹ da IAB Brasil, de agosto de 2023, por exemplo, mostram que 99,2% dos
lares brasileiros consumiram vídeos nessas plataformas no primeiro semestre daquele ano.
Segundo o mesmo documento, até aquele mês eram mais de 1,3 bilhão de assinaturas
globalmente.
A chegada da Netflix em território nacional, em 2011, foi um marco nesse sentido. O
público foi rapidamente atraído pela variedade do catálogo e pela possibilidade de assistir a
conteúdos a qualquer hora, em qualquer lugar, sem precisar esperar o horário da novela ou
aguardar o fim da exibição de comerciais.
Nos anos seguintes, Amazon Prime Video e Globoplay se juntaram à Netflix como uma
das poucas opções, em um momento em que o mercado de streaming ainda era relativamente
tímido. Foi a partir de 2020 que novos players começaram a apostar suas fichas na
modalidade, aumentando a diversidade de plataformas e, em contrapartida, fragmentando o
setor. Até o final de 2023, eram 62 plataformas de VOD atuando no Brasil, segundo dados do
Panorama do Mercado de Vídeo por Demanda no Brasil (Agência Nacional do Cinema,
2024).
O streaming virou parte da vida cotidiana e mudou não só a lógica de distribuição
cinematográfica, mas também de produção e consumo. Na tentativa de fidelizar assinantes
diante da concorrência, a indústria igualmente se pauta na audiência na hora de determinar o
que será produzido, agora com métricas mais certeiras.
Na ponta final do processo, o consumo por parte do público também muda, com as
redes sociais desempenhando papel importante nesse cenário. Em uma sociedade
extremamente midiatizada e conectada, elas se tornam mais um canal de consumo das obras,
propiciando a ascensão de plataformas dedicadas a discussões sobre Cinema (a exemplo do
Letterboxd), forçando críticos culturais a se adaptarem aos novos formatos e meios de
divulgação, e as plataformas de VOD a considerar estratégias de marketing e medição de
métricas considerando o universo online.
Essa mudança na lógica de consumo perpassa o dia a dia da população. Quem nunca se
viu perdido entre tantas opções de filmes no catálogo, entre tantas plataformas? A
¹Relatório acessível no link: https://iabbrasil.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Paper-CTV.pdf
https://iabbrasil.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Paper-CTV.pdf
12
identificação deste fenômeno, que não se ateve ao consumo, mas também à produção e
distribuição das obras diante da ascensão das plataformas de streaming, há pouco menos de
meia década, motivou a escolha do tema. Pela complexidade do assunto, optou-se por uma
série de quatro reportagens hipermídia e um webdocumentário em curta-metragem, cada qual
se debruçando sobre os tantos efeitos observados no que tange à sétima arte nos últimos anos.
Assim, foi possível não apenas abordar diferentes recortes dentro da temática geral, mas
dá-los a devida profundidade em reportagens que aproveitam recursos textuais, sonoros,
gráficos e audiovisuais para imergir o leitor, permitindo a criação de um produto dinâmico e
atraente.
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos observados e analisar
seus desdobramentos e consequências para o Cinema e mercado cinematográfico,
especialmente no Brasil, a fim de levantar discussões. Para isso, aproveitou-se de revisão
bibliográfica sobre o tema e formato jornalístico escolhido, pesquisa documental, coleta de
dados e entrevistas jornalísticas.
Por fim, o presente relatório divide-se em quatro partes, além das referências
bibliográficas, apêndices e anexos. A primeira parte, Fundamentação teórica, apresenta os
conceitos que norteiam essa produção, no formato e gênero jornalístico. Na Metodologia, são
detalhadas as técnicas e processos utilizados durante a pré-produção, produção e
pós-produção do projeto Por Trás das Telas. Já no capítulo Descrição do Produto, é possível
identificar as características do produto, desde identidade visual do website e logotipo até a
escolha das redes sociais como forma de divulgação do projeto. Ao final, as Considerações
finais detalham os aprendizados e conclusões ao longo do Trabalho de Conclusão de Curso.
13
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O advento da era digital e a popularização da internet nos anos 1990 mudaram a forma
com que consumimos conteúdos. Os processos de leitura e escrita se tornaram coletivos
(Lévy, 1999), se desenvolvendo mutuamente e criando uma nova esfera: a do ciberespaço.
Nele, seres humanos navegam o universo de informações disponíveis em uma interconexão
mundial de computadores (e, posteriormente, outros dispositivos), se aproveitando delas e as
alimentando em retorno.
Na mesma linha, Jenkins (2009) - uma década mais tarde, em um cenário em que a
internet é mais acessível - relata a ascensão de uma cultura participativa, em contraste com a
passividade dos espectadores dos meios de comunicação. Se antes produtores e consumidores
ocupavam papéis separados, agora as linhas se borram com uma participação ativa de ambos
os lados, “onde o poder do produto de mídia e do consumidor interagem de maneiras
imprevisíveis” (Jenkins, 2009). Graças ao ciberespaço conceituado por Lévy, Jenkins afirma
que o público vira produtor, influenciando a obra original e criando uma cultura de
convergência que representa uma mudança de paradigma. Mudança esta que vale tanto para a
forma como fãs assistem a obras audiovisuais (como Matrix, um dos projetos fortemente
influenciados pela cultura participativa) e jogam jogos, quanto para como os produtores
pensam nessas novas possibilidades na hora de produzi-los.
O Jornalismo não escapou dessa mudança. A popularização do mundo online permitiu o
surgimento de novos horizontes para a escrita e leitura, no que ficou conhecido como
webjornalismo. Segundo Ito (2018), as mudanças vieram em fases, cada uma adicionando
mais características à prática. Já Longhi (2014) destaca um verdadeiro turning point na
produção de textos jornalísticos, que agora podem ser complementados por vídeos, áudio,
infografia e animações, se afastando das limitações do jornal impresso.
A ideia do webjornalismo vai ao encontro das proposições sobre convergência de
Jenkins (2009) e permitem produções pensadas especificamente para a web, considerando a
internet um meio legítimo de contar histórias.
Posteriormente, mídias móveis, como smartphones e tablets, seguem reconfigurando “a
produção, publicação, distribuição, circulação, recirculação, consumo e recepção de
conteúdos jornalísticos em múltiplas plataformas” (Barbosa, 2013, p. 42).
14
Mais uma vez, o Jornalismo não passa despercebido. Com a ascensão do ciberespaço,
não só as formas de consumo e produção mudam, mas as próprias noções de gênero
jornalístico se transformam, abrindo espaço para novas categorias, como a reportagem
hipermídia, reportagem multimídia e reportagem cross-media, definições que compartilham
características em comum entre si e, por seu caráter inovador, ainda são temas de estudos
acadêmicos recentes. Neste trabalho, o foco é a reportagem hipermídia, que será abordada
tanto como gênero jornalístico inovador quanto formato possibilitado pelo webjornalismo.
2.1 Gênero e formatos jornalísticos
As pesquisas sobre gêneros jornalísticos começaram na primeira metade do século XX.
No Brasil, um dos nomes de destaque nesse campo de estudos, cujas proposições foram
escolhidas para nortear esse trabalho, é a de José Marques de Melo.
Uma de suas proposições é a configuração dos gêneros jornalísticos em informativo,
opinativo, interpretativo, diversional e utilitário (Marques de Melo; Assis, 2016). No entanto,
mesmo com a divisão, os autores esclarecem que as fronteiras entre os textos jornalísticos não
são puras e muitas vezes uma característica não está restrita a apenas um gênero, mas sim
dividida de acordo com sua função social. São elas, respectivamente: a vigilância social, o
fórum de ideias, o papel esclarecedor, a distração e o auxílio na tomada de decisões rotineiras.
Entende-se que a categoria que melhor se encaixa no trabalho aqui proposto é a
interpretativa, tanto pelo seu conteúdo quanto pelo objetivo de contextualizar o factual dentro
de um recorte histórico e social. Isto porque, de acordo com Roberto Leandro e Cremilda
Medina, responsáveis por cunhar o gênero interpretativo nacionalmente, este está ancorado na
ideia de que a interpretação busca “encontrar o sentido das diferentes forças que atuam num
fenômeno”, logo, os produtos desta categoria partem do “esforço de determinar o sentido de
um fato através da rede de forças que atuam nele”. Porém, há uma diferença em relação ao
jornalismo opinativo, ao passo que, no interpretativo, não há a valoração do fato ou da
interpretação (Leandro; Medina, 1973, p. 15-16 apud Assis, 2010, p. 22). Já para Erbolato
(2001), o jornalismo interpretativo trabalha com a “explicação das causas de um fato, da
localização dele no contexto social e suas consequências” (Erbolato, 2001, p. 34), além de
apresentar características de escrita humanizada, na qual a informação adentra o ambiente do
leitor, fazendo com que ele a sinta.
No geral, os autores citados consideram que a reportagem está na categoria de
jornalismo interpretativo (com exceção de quando assume tons literários. Nesse caso, pertence
ao gênero diversional). Entre as características da reportagem, há a preocupação em não
15
somente anunciar um fato, como na notícia, mas enunciar, ou seja, embutir um discurso na
narração a partir da interpretação e da análise de dados daquilo que se apurou (Sodré; Ferrari,
1986). Ainda, segundo Beltrão (1976), as produções interpretativas buscam aprofundamento e
complementarização do fato a partir daquilo que se considera significativo ao público. Além
disso, para Ito (2018), há uma certa liberdade estilística na reportagem.
Porém, com a ascensão das mídias tecnológicas e, consequentemente, do jornalismo
digital, mesmo os modelos mais tradicionais de classificação já não são mais suficientes para
dar conta dos gêneros e formatos jornalísticos (Seixas, 2009). Apesar das características mais
marcantes permanecerem (como a diferenciação fundamental entre notícia e reportagem
explicitada acima), novas possibilidades ampliam os horizontes da produção. É nesse contexto
que surge a reportagem hipermídia, escolhida para o desenvolvimento do presente produto
experimental.
2.2 Reportagem hipermídia
De acordo com Ito (2018), essa modalidade cria “inter-relações até então inéditas entre
emissor, mensagem, receptor e produções do receptor” e o seu objetivo principal é novo: o de
apresentar imagens por meio de uma linguagem inédita e integrada. Como prega McLuhan, o
“meio é mensagem”, com cada meio transformando radicalmente o conteúdo veiculado por
ele. Ou seja, a reportagem hipermídia aproveita os recursos disponíveis na web para
apresentar seu conteúdo.
Dessa forma, algumas das principais características da reportagem hipermídia para Ito
(2018) são a hipertextualidade, hipermidialidade, imersão provocada pela tecnologia e
transmidialidade.
No que diz respeito à hipertextualidade, a Teoria do Hipertexto assume uma escrita mais
aberta, multilinear e construída por blocos de informações com hiperlinks, “permitindo ao
leitor a seleção, a combinação e o aprofundamentos dos e nos hiperlinks” (Baccin, 2008, p.
18). Ou seja, segundo a autora, o hipertexto potencializa a participação dos leitores na
construção das narrativas, já que cada um “pode escolher o caminho que quer seguir na
narrativa”, ideia que vai ao encontro das proposições de Jenkins sobre participação ativa. A
característica também pressupõe a interatividade, em que a leitura já não é mais um processo
passivo, mas prevê a tomada de decisão por parte dos leitores. Além disso, para Baccin
(2008), as narrativas hipertextuais agregam profundidade à reportagem hipermídia.
Nas narrativas jornalísticas hipertextuais as informações são construídas em
camadas que agregam níveis de profundidade à reportagem hipermídia,
possibilitando ao leitor acesso às camadas mais profundas de informação e da
16
estrutura narrativa. A reportagem hipermídia permite ainda um enriquecimento da
experiência espacial pela sobreposição de camadas de informação. É necessário que
o leitor percorra o espaço narrativo, que se configura nas camadas, para ter acesso a
partes da história que estão ocultas. (BACCIN, 2008, p.133)
Ainda nas características da reportagem hipermídia, para além do hipertexto, da
exploração das possibilidades da web e da inclusão de diferentes formatos na página, como
fotos, vídeos, infografias, mapas e sons, Ito (2018) menciona a imersão provocada pela
tecnologia, que tem relação com a própria experiência de consumo. Nesse caso, a reportagem
não foca apenas no conteúdo, mas também na experiência daquele que a lê, através de uma
estrutura horizontalizada que permite a navegação livre no “labirinto hipermídia” e impacta
na forma como os leitores interagem com a mensagem.
Nesse ponto, há que se considerar que, com a ampliação do acesso à internet em
dispositivos móveis, especialmente smartphones, a produção, publicação, distribuição e
circulação dos conteúdos - bem como seu consumo - também depende de múltiplas
plataformas. Assim, o design responsivo se faz essencial. Ajustes como tamanho da tela e
adaptação da informação para diferentes dispositivos, sem perda ou descaracterização do
layout da página, agregam na experiência do usuário.
A reportagem hipermídia também se apoia na credibilidade e na inovação da
apresentação, “pois são os itens que fidelizam os leitores atentos à qualidade do jornalismo
em uma era de pós-verdades e proliferação de fake news” (Ito, 2018). No entanto, como a
valoração da inovação é relativamente arbitrária (as reportagens hipermídia não se apoiam em
métricas de visualizações, mas em tempo de leitura, por exemplo), faz-se necessário
estratégias de distribuição transmídia para ampliar a circulação, com enfoque em múltiplos
pontos de acesso nas redes sociais.
Para Ito (2018), uma das características dessa modalidade é justamente ser
potencialmente transmidiática, também convergindo com as ideias de Jenkins, que já pregava
o acesso através de múltiplos canais como forma de ampliar a narrativa. Segundo Renó
(2014), a narrativa transmídia aproveita das possibilidades comunicativas pós-modernas,
como a interatividade e participação do consumidor, o que, por sua vez, também amplia a
narrativa.
2.3 Documentário
Como a reportagem hipermídia prevê (e permite) a inclusão de conteúdos audiovisuais,
a produção de um documentário agrega na proposta de criar um ambiente hipermidiático,
17
explorando a multimidialidade. Assim sendo, vale ressaltar que o ciberespaço que possibilitou
o webjornalismo também provocou mudanças na produção, distribuição e consumo dos
documentários.
Machado (2011) defende que a palavra documentário em si já se tornou insuficiente
para dar conta da extensão da produção dentro do gênero, tanto pelo hibridismo da linguagem
quanto pela indefinição do que o caracteriza (a oposição à ficção, por exemplo, já não daria
mais conta de defini-lo, pois existem obras que usam atuações para retratar situações reais e,
ainda assim, historicamente são consideradas documentários). A partir dessa proposição, o
autor define novas categorias de documentário, como documentário híbrido, falso
documentário, metadocumentário e até animação.
Uma possibilidade (não explicitada por Machado, mas abordada por outros autores) é a
do webdocumentário. Segundo Bauer (2011), webdocumentários são produtos audiovisuais
que utilizam a internet como meio de distribuição e engajamento do público. Entre as
características desse novo formato, estão a interatividade, na qual o espectador escolhe como
quer assistir ao produto, e o impacto na representação da realidade, em que a obra promove
uma conexão mais próxima entre público e tema abordado, inclusive com o engajamento.
Além disso, o autor enfatiza o uso de diferentes recursos digitais, como inclusão de vídeos,
imagens, textos e áudio que enriquecem a narrativa e permitem uma abordagem mais
dinâmica.
Spinelli (2013) vai ao encontro da definição de Bauer e conceitua o webdocumentário
como uma nova forma de narrativa digital que combina elementos documentais com
interatividade, inclusive por meio de recursos digitais para contar histórias e envolver o
público. A autora também analisa como esse formato expande a possibilidade de engajamento
por parte dos espectadores.
Já para Della Justina (2013), o webdocumentário é uma forma híbrida de narrativa que
combina elementos do documentário tradicional com as possibilidades multimídia da internet,
como a exploração dos recursos digitais. A autora também destaca a necessidade de adaptação
por parte dos criadores às novas tecnologias, em resposta à adaptação das práticas midiáticas e
expectativas do público, além de tornar as histórias mais acessíveis.
18
3. METODOLOGIA
Para cumprir o objetivo deste Trabalho de Conclusão de Curso - produzir uma série de
reportagens hipermídia e um webdocumentário em curta-metragem sobre mudanças no
consumo de audiovisual -, empregou-se revisão bibliográfica; análise documental e coleta de
dados (através de pesquisa quanti-qualitativa); técnicas jornalísticas apreendidas durante a
graduação (como produção de pautas e entrevistas); e técnicas de produção de documentário.
Diante do interesse prévio em estudar sobre Cinema e consumo cinematográfico, pela
familiaridade com o tema e a percepção de seus desdobramentos no dia a dia, a primeira etapa
deste trabalho foi a revisão bibliográfica. Através de pesquisas no buscador acadêmico
Google Scholar e de indicações de leituras por parte da orientadora, foram selecionados
materiais iniciais que nortearam o estudo da temática geral. Tendo compreendido conceitos
básicos e os andamentos das pesquisas sobre o campo de estudo, foi possível iniciar a
produção do site Por Trás das Telas. A revisão bibliográfica, no entanto, se seguiu durante o
restante do ano, já que consiste em uma atividade constante em trabalhos acadêmicos, indo do
início da percepção do problema a ser estudado até a análise dos resultados (Stumpf, 2005).
Por se tratar de uma série de reportagens desenvolvidas durante 2024, considerou-se
essencial aproveitar assuntos em alta no momento da redação e publicação. A dupla, então,
fracionou os processos de pré-produção, produção e pós-produção ao longo do ano, conforme
detalhado no Cronograma (Apêndice XI).
3.1 Pré-produção
A etapa de pré-produção começou com a revisão bibliográfica do gênero jornalístico
informativo e dos formatos escolhidos, a reportagem hipermídia e o webdocumentário. As
leituras se seguiram durante toda a produção e pós-produção do trabalho.
No começo de abril, o grupo definiu como funcionaria o fluxo de trabalho: cada uma
das duas integrantes realizaria duas reportagens separadamente, e o webdoc seria realizado em
conjunto, ao final. Dessa forma, foi possível estabelecer um cronograma considerando a
divisão do trabalho.
Em seguida, iniciou-se o levantamento e a produção das duas primeiras pautas, uma
para cada integrante. As seguintes matérias foram propostas logo após a finalização da
anterior, como explicado previamente. Esse processo incluiu pesquisa documental junto a
relatórios de empresas de dados e órgãos regulatórios do Cinema, como a Agência Nacional
19
do Cinema (Ancine), leituras de pesquisas acadêmicas que nortearam as entrevistas com
pesquisadores, e levantamento e análise de dados.
Nas duas primeiras produções, realizou-se também coleta de dados própria para
complementar os estudos já publicados sobre o tema. Para isso, criou-se um formulário no
Google Forms contendo perguntas de múltipla escolha e dissertativas para entender os hábitos
de consumo cinematográfico do público no que diz respeito à assinatura de streamings e redes
sociais (Apêndice I), temas das duas primeiras reportagens. Optou-se por um formulário mais
longo, com perguntas referentes aos dois recortes escolhidos (distintos, mas sob o mesmo
tema geral) e que seriam úteis para ambas produções, em detrimento de dois documentos
separados que poderiam ter alcance e número de respostas diferentes. O formulário foi
divulgado para discentes da Unesp Bauru através do e-mail da Assessoria de Comunicação e
Imprensa (ACI) da Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design, em grupos de
WhatsApp e redes sociais, e para círculos sociais próximos. Ele permaneceu aberto entre 16 e
25 de abril de 2024 e obteve 160 respostas.
Com a pauta e dados documentais coletados (e dados próprios em processo de coleta),
deu-se início às entrevistas de ambas as reportagens. Os entrevistados foram escolhidos com
base na relação com o tema e selecionados a partir de pesquisas no currículo Lattes, no
LinkedIn e por indicação.
Os processos empregados nas duas primeiras reportagens se repetiram para as seguintes,
com levantamento de pautas, dados e entrevistados antes de iniciar as entrevistas e a redação.
Ainda no primeiro semestre, simultaneamente às duas primeiras reportagens, deu-se
início ao desenvolvimento da identidade visual e do site do Por Trás das Telas. Para isso,
optou-se pela contratação da designer Aryadne Xavier. Com a terceirização desta etapa, foi
possível focar na redação das matérias. Nesse período, foram realizadas três reuniões com a
profissional, uma para explicar o projeto, uma de brainstorming e briefing, e outra de
acompanhamento. Durante todo o processo, a dupla e a designer se comunicaram via
WhatsApp para testes das plataformas, solicitações de mudança nos produtos e alinhamento
do projeto. O trabalho culminou no logo e identidade visual que estampam o site do Por Trás
das Telas no Wix. Também durante esse período, as duas primeiras reportagens foram
publicadas no site para testes visuais, de disponibilidade de recursos na versão gratuita e
eventuais ajustes da responsividade da plataforma.
Já no segundo semestre (conforme especificado no cronograma), iniciou-se a
pré-produção do documentário. O tema, a Video Connection, uma das últimas locadoras vivas
na cidade de São Paulo (e justamente onde costumava ficar a Cinelândia Paulista), foi
20
definido a partir da curiosidade da dupla em conhecer mais sobre a história do
estabelecimento - e como este sobrevive até hoje. Então, realizou-se uma pesquisa
documental sobre a locadora, através de outras reportagens jornalísticas que já tinham
abordado o tema, materiais da Video Connection nas redes sociais ao longo do tempo e visitas
ao estabelecimento para entrevistar o proprietário, Paulo Sérgio Baptista Pereira.
3.3 Produção
Tanto no primeiro quanto no segundo semestre, depois do levantamento e produção das
pautas, iniciou-se as entrevistas, realizadas pessoalmente, por chamadas de vídeo e por
mensagens em texto e áudio no WhatsApp. Optou-se por conversar com especialistas e
profissionais atuantes nos respectivos setores das quais as reportagens se debruçam,
pesquisadores e outras pessoas que dão uma nova perspectiva ao tema, prezando pela
diversificação de vozes. Os entrevistados que colaboraram com o projeto foram, em ordem
alfabética:
1. Bernardo Fontaniello, jornalista e doutorando em Comunicação pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho;
2. Bernardo Klaus, estudante e dono do perfil CineWheel;
3. Diego Quaglia, bacharel em Cinema e Audiovisual, e crítico de Cinema;
4. Fabiana Lima, crítica de Cinema filiada à Critics Choice Association e à Associação
Brasileira de Críticos de Cinema, colunista no site Cinem(ação) e dona do projeto
Cinemafilia;
5. Henrique Parizi, estudante;
6. Ingrid Veronesi, Sales Director - Country Manager da Comscore;
7. Jefferson Dantas, Doutor em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas da Universidade Estadual de Campinas-IFCH/UNICAMP;
8. Karina Bousso, professora da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e
especialista em streaming e consumo;
9. Kened Telles, administrador da página @filmsbrz no Instagram e TikTok;
10. Lígia Fragano, fundadora da empresa Little Brown Mouse;
11. Lucas*, administrador do perfil @outcinemabr (*não quis revelar o sobrenome);
12. Luíza Gomez, estudante de Rádio, TV e Internet na Universidade Federal de Juiz de
Fora;
21
13. Márcio Sallem, crítico de Cinema filiado à Critics Choice Association e à Associação
Brasileira de Críticos de Cinema, e dono do site Cinema com Crítica;
14. Marina Rodrigues, produtora-executiva dedicada a políticas públicas para o
audiovisual e dona do projeto Simplificando Cinema;
15. Paula Ferraz, assessora de imprensa e sócia proprietária da assessoria Sinny
Comunicação;
16. Thiago Ladeira, Presidente do Conselho Fiscal do Sindicato dos Artistas e Técnicos
em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED-RJ);
17. Thomas Frenk, supervisor de pesquisa e desenvolvimento em Inteligência Artificial da
O2 Filmes;
18. Vitor Evangelista, jornalista;
No total, foram 16 entrevistas por vídeo via Google Meet, uma por áudio via WhatsApp
e uma presencialmente no campus da Unesp Bauru. Em seguida, a dupla dedicou-se à
transcrição e decupagem dos materiais, para, finalmente, iniciar a redação. Este processo
também incluiu a construção de infográficos pertinentes aos assuntos, bem como busca de
materiais complementares (como publicações no X e Instagram, vídeos e imagens).
Já em relação ao documentário, a etapa de produção consistiu na redação do roteiro a
partir da pesquisa realizada na pré-produção. Viajamos a São Paulo para realizar a gravação
do material no final de semana dos dias 14 e 15 de setembro. Conforme cronograma de
gravação estabelecido, a entrevista presencial com o Paulo aconteceu no sábado, juntamente
com gravações dentro da locadora, e as imagens de ambientação foram feitas no domingo.
Após as gravações, a dupla realizou a organização e a decupagem do material, que
nortearam o processo de montagem. Na semana seguinte, o estúdio de rádio da Unesp foi
usado para gravações da narração em off. Com todos os materiais gravados, foi possível
iniciar a edição, seguida dos feedbacks da orientadora e dos ajustes necessários.
3.3 Pós-produção
Assim como a pré-produção e a produção, a pós-produção também se estendeu ao longo
do ano, seguindo os processos de cada reportagem e webdocumentário. Após a redação de
cada matéria, a dupla trocou os materiais entre si para revisão e fez upload no site.
Inicialmente, a intenção era testar a disponibilidade de recursos no Wix e realizar ajustes que
melhoram a experiência de leitura. Em seguida, a orientadora deste projeto deu feedbacks
22
tanto no texto quanto no site, posteriormente ajustados e atualizados, em data próxima à
entrega do relatório à banca e divulgação nas redes sociais.
Já no segundo semestre, a dupla começou os planejamentos para divulgação do produto.
Como o X estava, no momento da reunião de brainstorming, fora do ar no Brasil, optou-se por
divulgar o trabalho apenas no Instagram. Isso porque a plataforma tem uma faixa etária
predominante de jovens adultos (entre 18 e 34 anos), mas que está crescendo. Apesar do
projeto não ter uma faixa etária alvo (como será detalhado na Descrição do Produto),
entende-se que o usuário provavelmente esteja antenado às mudanças do setor audiovisual,
tenha contato com streaming e redes sociais. Além disso, de acordo com Jenkins, a plataforma
atinge pessoas com interesses diversos e permite um engajamento ativo, levando os leitores
do aplicativo do Instagram ao site do Por Trás das Telas.
Com a rede social definida, foram planejadas sete publicações, descritas no Apêndice:
uma de introdução ao Por Trás das Telas, explicando do que se trata o projeto; uma de
apresentação da equipe; quatro para as reportagens textuais; e uma para o webdocumentário.
As postagens começaram no dia 20 de setembro e aconteceram semanalmente às sextas-feiras,
entre 18 e 19 horas, com término no dia 1 de novembro, data planejada para entrega deste
relatório à banca. No entanto, previu-se a possibilidade de publicações adicionais para
divulgação e lembrete da data da apresentação para os seguidores.
Para a produção das artes, optou-se pela contratação da comunicadora visual Luíza
Lopes Gomez, em uma troca de serviço para servir como portfólio, permitindo que a dupla
focasse na finalização da produção da quarta e última reportagem, e do webdocumentário.
Também na reta final do projeto, após a finalização da produção de cada um dos
materiais, a dupla fez ajustes de responsividade no site, novas edições nas reportagens, de
forma a deixá-las atualizadas para o momento da publicação (a nova edição de cada texto
aconteceu na semana de publicação no Instagram), e redação deste relatório.
23
4. DESCRIÇÃO DO PRODUTO
O produto final deste Trabalho de Conclusão de Curso consiste no site do Por Trás
das Telas. O nome foi decidido a partir de um brainstorm, buscando elementos e frases que
remetam à temática do projeto. Optou-se pelo nome Por Trás das Telas para remeter aos
eventos dos bastidores do mercado cinematográfico.
A decisão do títulofoi seguida pela criação do site na plataforma Wix, na versão
gratuita, que oferece as ferramentas essenciais para atender às demandas do produto. A
produção do design do website aconteceu com o apoio de uma designer contratada, Aryadne
Xavier.
Após as reuniões de briefing e de alinhamento descritas na Metodologia, chegou-se a
um produto dividido em quatro abas principais, dispostas em um menu na parte superior
direita da tela, de forma a otimizar a navegação. São elas: Home, Reportagens, Sobre nós e
Glossário. Cada aba foi pensada com um propósito, com palavras-chave que facilitassem a
identificação pelo leitor.
A primeira página, intitulada Home, contém uma foto de capa com elementos que
remetem ao tema escolhido e um texto introdutório que apresenta o leitor à temática geral do
projeto.
A segunda, chamada Reportagens, conta com um menu expandido com seis opções:
Todas as produções, Streamings, Redes sociais, Crítica cultural, Inteligência Artificial e
Mídia física. Tratam-se das páginas que guiarão o leitor às quatro reportagens e ao
webdocumentário produzidos. Os títulos que compõem o menu são palavras-chave escolhidas
de acordo com o recorte abordado em cada conteúdo, para facilitar a identificação, e dispostos
em ordem cronológica de produção.
O primeiro item do menu expandido consiste no feed com todas as produções,
dispostas em formato de blocos.
Já o segundo item é a primeira reportagem, intitulada Os streamings vieram para ficar
- mas terão que se adaptar, que aborda o impacto das plataformas de vídeo sob demanda na
produção, distribuição e consumo de audiovisual, e como este influencia o mercado e os
hábitos do próprio consumidor. Além do recurso textual, a reportagem conta com dois
infográficos, inserções de publicações de redes sociais e um trecho em áudio de uma das
entrevistas realizadas durante a produção.
A segunda reportagem (terceiro item do menu), batizada de Como as redes sociais
tomaram as rédeas da produção audiovisual no mundo, trata da influência das redes sociais
24
no consumo, debate e divulgação das obras cinematográficas. Igualmente, o material conta
com inserção de publicação de redes sociais e três infográficos.
A terceira reportagem (quarto item), Influencer ou crítico? Como a internet está
mudando a crítica de cinema, discute como a profissão dos críticos culturais mudou diante da
ascensão das redes sociais e dos chamados ‘influenciadores digitais’, os obrigando a se
adaptar. Neste caso, de forma complementar ao aparato textual, optou-se por disponibilizar
trechos das entrevistas em vídeo de cada um dos entrevistados dando sua opinião sobre o
tema. Há, também, o áudio da assessora de imprensa Paula Ferraz, que atua no setor cultural
junto a críticos e influenciadores, e não pôde realizar a entrevista em vídeo por estar cobrindo
o Festival de Cannes.
A quarta e última reportagem textual (quinto item do menu) é chamada Ferramentas
de Inteligência Artificial ameaçam as bases da indústria cinematográfica e trata dos efeitos
da ascensão da Inteligência Artificial Generativa no mercado cinematográfico. O material
buscou explicar os impactos dos novos artifícios tecnológicos na classe trabalhadora. Há,
novamente, a inserção de dois infográficos, além de trechos de vídeos retirados no YouTube.
Já o sexto e último item do menu, Mídia física, traz o webdocumentário em
curta-metragem. Optou-se por um texto introdutório sobre o tema e o link do vídeo no
YouTube incorporado à página, possibilitando a visualização tanto pelo site do Por Trás das
Telas, quanto o reencaminhamento para a plataforma de vídeos. Isso porque, por se tratar de
um projeto transmidiático, há a preocupação em fornecer mais de uma porta de entrada ao
leitor - nesse caso, através da plataforma de vídeos. O material trata sobre uma das últimas
locadoras de São Paulo, a Video Connection, que se desenvolveu em uma região simbólica da
cidade, antigamente conhecida como Cinelândia Paulista, e continua viva apesar dos desafios,
mostrando a importância da preservação da mídia física.
Vale destacar que, apesar da separação em diferentes páginas, as quatro reportagens e
o webdocumentário conversam entre si na temática abordada, compondo, juntos, o Por Trás
das Telas. A intenção da separação foi justamente permitir que o próprio leitor se guiasse no
site, de acordo com o formato da reportagem hipermídia. No entanto, os materiais são
independentes entre si e a não leitura de um ou mais deles não acarreta prejuízo na
compreensão.
De volta ao menu principal, a aba intitulada Sobre nós apresenta a proposta do projeto
em si, um site concebido como Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo da Unesp, e as
integrantes, com suas respectivas fotos e minibiografias.
25
Por fim, a quarta e última aba do menu principal é o Glossário, página dedicada à
explicação de palavras-chave e termos especializados abordados nas reportagens. Durante o
corpo dos conteúdos, há hiperlinks que encaminham o leitor, em uma janela separada, às
respectivas palavras.
Em todas as abas e páginas do site (no caso das reportagens), há o logo do Por Trás
das Telas no canto superior esquerdo e a identificação das autoras do projeto (“um projeto por
Renata Otaviano e Vitória Gomez”) no canto inferior esquerdo.
4.1 Identidade gráfica
4.1.1 Cores
As cores escolhidas para a identidade visual do projeto foram o Amarelo (#FF9E00),
Roxo (#240046), Branco (#FFFFFF) e Preto (#070707).
O roxo foi selecionado porque, além de transmitir a sensação de respeito e sabedoria, é
associado, no imaginário popular, à tecnologia (vide o logo da Nubank), um tema central no
projeto. Já o amarelo é uma cor complementar que, além de harmonia, transmite a sensação
de energia e descontração, de forma a possibilitar uma leitura mais leve. A escolha das cores
também levou em conta o peso visual, considerando-se a experiência de leitura, na qual
buscou-se leveza e dinamicidade, mas sem chamar mais atenção do que o conteúdo.
O Branco pode ser encontrado no plano de fundo do site, em todas as abas e páginas.
O Roxo é utilizado no texto introdutório (na Home); na identificação e biografia dos membros
do projeto (no Sobre Nós); nos títulos e subtítulos das reportagens, para destaque; no menu
principal e nos itens do Glossário. O Amarelo pode ser encontrado no rodapé das páginas, no
nome das autoras; nos infográficos das reportagens; nos hiperlinks que levam aos temas do
glossário (ademais hiperlinks, que reencaminham para fora do site, utilizam a cor padrão do
Wix); e no título da seção Sobre o projeto. O Preto é encontrado no texto e citações das
reportagens; e no logo do projeto.
Há, ainda, o uso de cores extras nos infográficos da primeira reportagem, para
apresentar as informações de forma visual com a devida diferenciação entre os elementos,
sempre prezando pela paleta da identidade visual.
26
Figura 1 - Cores utilizadas na identidade gráfica
Fonte: Aryadne Xavier
4.1.2 Logo
O logotipo do Por Trás das Telas foi pensado para ser simples e minimalista, mas não
menos impactante. Em conjunto com a designer contratada para a elaboração da peça visual,
optou-se pelo uso do nome do projeto junto de um elemento que remeta à temática proposta.
Após a apresentação de algumas opções, chegou-se ao consenso de duas versões do
logo. Na primeira, o nome “Por Trás das Telas” fica alinhado à direita, com linhas verticais e
horizontais dispostas em formato de uma tela, à esquerda.
Figura 2 - Primeira versão do logotipo
Fonte: Aryadne Xavier
27
Na segunda versão, o “Por Trás das Telas” aparece centralizado, com as mesmas
linhas em uma disposição diferente: dessa vez, ficam ao redor do nome, como se o próprio
título do projeto estivesse dentro da tela.
Figura 3 - Segunda versão do logotipo
Fonte: Aryadne Xavier
A fonte utilizada nas palavras “Por Trás das” foi a Helvetica, uma tipografia
desenvolvida para ser limpa e neutra. Já na palavra “Telas”, que aparece em tamanho maior
no logo, a fonte foi a Futura, uma tipografia desenvolvida para ser igualmente limpa, mas
marcante.
4.1.3 Fontes
As fontes escolhidas para a identidade visual do projeto foram Helvetica, Futura e
Avenir.
A Helvetica é uma tipografia desenvolvida por Max Miedinger e Eduard Hoffman,
criada para ser clara e neutra, propiciando uma leitura sem empecilhos. No site, foi usada na
Home na versão Regular (tamanho 18) para corpos de texto; no Sobre nós, na versão Bold
para títulos e nomes dos membros dos projetos (tamanho 35), e na versão Regular para a
descrição do projeto e textos das biografias (tamanhos 15 e 18, respectivamente); e no
Glossário, na versão Bold (negrito) para títulos (tamanho 20) e na versão Regular para corpos
de textos (tamanho 16). Também foi usada em parte do logotipo (“Por Trás das”).
28
A tipografia Futura foi criada por Paul Renner com o objetivo de ser limpa e promover
grande impacto. Ela é usada no logotipo do Por Trás das Telas (“Telas”) e no rodapé do site
(na versão Light, tamanho 16).
Figura 4 - Exemplo de uso das tipografias Helvetica e Futura na Home do site Por Trás das
Telas
Fonte: Por Trás das Telas
A tipografia Avenir foi desenvolvida por Adrian Frutiger para ser limpa e neutra,
facilitando a leitura sem tirar o foco do conteúdo. É possível encontrá-la no corpo do texto das
reportagens na versão Light (tamanho 18) e nos títulos na versão Bold (tamanho 22).
Figura 5 - Exemplo de uso da tipografia Avenir no título e corpo do texto da reportagem
Fonte: Por Trás das Telas
4.1.4 Fotos
Tanto a foto da capa do projeto, na Home, quanto as das reportagens foram retiradas
do banco de imagens Shutterstock, escolhidas de acordo com a temática abordada.
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No caso da ilustração da Home, a imagem foi editada para ter as cores escolhidas para
o projeto, ou seja, o roxo e o amarelo especificados acima.
Figura 6 - Imagem de capa do site
Fonte: Aryadne Xavier
4.2 Redes sociais
Por se tratar de um produto transmidiático, que requer mais de uma porta de entrada,
optou-se pela criação de um perfil no Instagram para o Por Trás das Telas. Na rede social, é
possível não apenas divulgar o trabalho, mas experimentar uma linguagem visual diferente
daquela apresentada no site.
Para isso, a comunicadora visual Luíza Lopes Gomez participou do projeto na criação
das artes, a partir de uma reunião de brainstorm e alinhamentos sobre a ideia a ser seguida. A
proposta era buscar elementos que remetessem à temática trabalhada, mesclando o aspecto
analógico com o digital, mas com um tom mais casual e divertido, se adaptando para o
público do Instagram. Além disso, optou-se pelo uso de carrosséis de imagens e templates,
que pudessem chamar para o conteúdo completo no site enquanto aproveitava das
características marcantes da rede social.
Assim, surgiu o perfil @portrasdastelastcc. A foto de perfil definida foi a segunda
versão do logotipo do projeto, que se encaixou melhor ao ícone arredondado do Instagram.
As artes, apesar da diferença de tom em relação ao site, usam as mesmas tipografias e cores,
visando manter a identidade e unidade visual do trabalho.
Por lá, as publicações aconteceram semanalmente nas sextas-feiras, entre às 18 e 19
horas, dos dias 20 de setembro a 1 de novembro. O calendário foi pensado de forma inversa à
entrega do Trabalho de Conclusão de curso à banca avaliadora, momento que consideraríamos
o trabalho encerrado, mas considerando-se a possibilidade de publicações adicionais para
divulgação da data de apresentação.
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O perfil no YouTube também usa a segunda versão do logotipo do Por Trás das Telas e
conta com uma apresentação do projeto, de forma a situar espectadores que encontrem o
conteúdo diretamente por lá. Na rede social de vídeos, o webdocumentário foi publicado na
íntegra, com legenda chamando os usuários para visitar o site e o restante das reportagens.
4.3 Público-alvo
O Por Trás das Telas trata de um tema que ressoa em diversas camadas sociais e
faixas etárias: o consumo de cinema. Com linguagem simples e termos especializados
explicados (como no Glossário), o objetivo é se fazer acessível.
A dificuldade em definir um público-alvo também envolve o próprio caráter do
projeto. Cada uma das quatro reportagens e do webdocumentário tratam de temas diferentes
dentro da temática mais ampla, podendo atingir públicos diferentes de acordo com a
familiaridade. Por exemplo, enquanto pessoas mais velhas podem se interessar mais pelo tema
da mídia física, jovens adultos adeptos ao Letterboxd podem se sentir mais representados pela
abordagem das redes sociais.
Essa é a intenção do Por Trás das Telas: criar reportagens especializadas para pessoas
interessadas nos temas envolvendo audiovisual. Assim, pode-se considerar uma faixa etária
mais ampla, de 18 a 60 anos - público que vem vivenciando os desdobramentos na indústria
cinematográfica e das plataformas de streaming em primeira mão -, e com uma característica
em comum: interesse por Cinema.
Por se tratar de uma rede social com lógica própria, porém, espera-se que o perfil do
Por Trás das Telas no Instagram atinja majoritariamente jovens adultos, que tendem a engajar
nas discussões sobre Cinema.
Já no YouTube, espera-se que o público seja mais amplo, já que a plataforma de vídeos
funciona pela busca direta por palavras-chave e recomendações relacionadas.
O projeto tampouco define uma delimitação geográfica para seu público, já que os
conteúdos abordam temas com um viés nacional e a internet amplia fronteiras, podendo
alcançar qualquer falante da língua portuguesa.
4.4. Custos de produção
Para a realização deste trabalho, foi necessária a contratação da designer responsável
pela identidade visual e desenvolvimento do site do Por Trás das Telas.
31
Além disso, a gravação do webdocumentário demandou o deslocamento da cidade de
Bauru para São Paulo. Nesse caso, algumas das despesas, como alimentação e hospedagem,
não foram contabilizadas, pois se deram na casa de família de uma das integrantes.
Tabela 1 - Custos do Trabalho de Conclusão de Curso
CUSTOS DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DESPESAS CONJUNTAS RENATA VITÓRIA VALOR INTEGRAL
Desenvolvimento do site e identidade
visual R$ 90 R$ 90 R$ 180
DESPESAS INDIVIDUAIS RENATA VITÓRIA VALOR INTEGRAL
Ônibus intermunicipal SP - Bauru R$ 152,73 R$ 152,73 R$ 152,73
Ônibus intermunicipal Bauru - SP R$ 148,25 R$ 148,25 R$ 148,25
Transporte público na cidade de São
Paulo R$ 20 R$ 20 R$ 20
Total R$ 410,98 R$ 410,98 R$ 821,96
32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O consumo de audiovisual é tema caro à população brasileira, tão acostumada a
assistir à televisão. As mudanças no mercado cinematográfico ao longo dos últimos anos,
principalmente com a chegada das plataformas de streaming, os aumentos nos preços dos
ingressos de cinema e as restrições impostas pela pandemia foram sentidas pelo público,
como comprovam os números da Ancine e de outros relatórios estudados.
Dessa forma, a intenção do Por Trás das Telas é fornecer um panorama das mudanças
desse mercado e como elas têm impactado desde a produção até a distribuição e consumo das
obras, levantando discussões críticas sobre suas consequências. Isso, especialmente no Brasil,
onde a cota de tela foi apenas recentemente atualizada e aprovada (havia expirado em 2021,
no governo de Michel Temer) e os streamings ainda não têm a devida regulamentação.
Nesse ponto, um dos desafios deste Trabalho de Conclusão de Curso foi justamente se
manter atualizado conforme as mudanças se desdobravam ao longo do ano. A cota de tela foi
aprovada, a discussão sobre a regulamentação do streaming avançou (inclusive com a notícia
de que o Ministério da Cultura quer lançar uma plataforma própria com títulos nacionais) e a
Inteligência Artificial Generativa se popularizou e fez-se presente em diversos âmbitos da
sociedade. O audiovisual não ficou de fora. Assim, a dupla precisou selecionar pautas quentes
e frias (como o webdocumentário) ao longo de 2024, prezando sempre pela urgência da
informação e com o compromisso de mantê-las atualizadas mesmo frente a tantos
desdobramentos. Isso porque, ainda que a divulgação tenha acontecido no final do ano, as
reportagens foram publicadas ao longo dos dois semestres, com a data da última atualização
especificada na página de cada uma.
Além disso, a produção se debruçou em uma análise rigorosa de informações e dados
retirados, majoritariamente, de veículos de comunicação estrangeiros, bem como relatórios de
consultorias dos Estados Unidos, onde há uma maior gama de referências e bases de
informação sobre o tema. Houve também o esforço em contatar especialistas com sólida
bagagem e credibilidade, mesmo que o recorte temático ainda seja embrionário no Brasil,
visando a produção de um material detalhado e de caráter interpretativo.
À vista disso, a realização deste Trabalho de Conclusão de Curso demandou um
exercício exaustivo de apuração e pesquisa, refletido no número e na qualidade das fontes
entrevistadas, e nos dados apresentados. O projeto reuniu fontes (tanto pessoas físicas quanto
relatórios) de diferentes áreas e nacionalidades, oferecendo uma visão aprofundada sobre as
transformações do mercado audiovisual. Esse levantamento não apenas aumenta a
33
confiabilidade das reportagens, mas também demonstra o compromisso com a produção de
um conteúdo de alta qualidade, que busca informar o leitor de maneira completa e
contextualizada.
Além do desempenho enquanto produto jornalístico, a dupla alemja que este Trabalho
de Conclusão de Curso se torne um registro para futuras pesquisas e investigações sobre o
tema. As produções, feitas ao longo de 2024, capturam um momento de transição e adaptação
na indústria audiovisual, permitindo que outros pesquisadores possam utilizá-las como uma
radiografia do período. Assim, o Por Trás das Telas não apenas documenta essas mudanças,
mas também convida à reflexão sobre o impacto delas no consumo de audiovisual.
Vale reforçar que o projeto nasceu e foi concluído em um recorte de tempo, mas as
mudanças seguirão. A Inteligência Artificial, tema destrinchado em uma das reportagens,
segue se tornando mais poderosa e popular, e os efeitos observados até agora devem se
intensificar. Ou seja, se por enquanto a IA está nos algoritmos dos streamings e começando a
adentrar profissões da área audiovisual, em um futuro próximo pode estar mais ampla ainda.
As próprias plataformas devem continuar mudando. Por limitações de tempo, equipe e
pela natureza finita do trabalho, não foi possível abordar boa parte das mudanças identificadas
no período de construção do Por Trás das Telas, mas que devem seguir impactando o
mercado. Algumas delas são a presença de “canais” dentro das plataformas, em que é possível
assinar pacotes de plataformas em uma única assinatura; a inclusão de transmissões esportivas
ao vivo; e até o crescimento de streamings especializados. Nesse ponto, vale lembrar que, dos
62 serviços levantados no relatório da Ancine, nem todos são comerciais e pensados para o
público geral. Alguns, como Spcine Play, Itaú Cultural e Sesc Digital não têm caráter
comercial. Já outros são voltados para públicos específicos - por exemplo, com catálogos
pensados para produções independentes, feitas por cineastas negros ou até exclusivamente
para produções brasileiras. Ou seja, no caldeirão de serviços disponíveis atualmente, nem
todos competem entre si pela mesma clientela. Qual será o futuro dessa competição? Nesse
sentido, a dupla entende que há uma multiplicidade de temas que ainda devem se desdobrar
em pautas relevantes.
Ao final, entende-se que o objetivo foi atingido: aproveitar de técnicas jornalísticas
apreendidas durante o curso de Jornalismo para pesquisar, apurar e contextualizar o leitor
sobre as mudanças observadas, suscitando a reflexão e promovendo o debate.
34
REFERÊNCIAS
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36
APÊNDICES
Apêndice I - Questionário sobre streamings e redes sociais
37
38
Apêndice II - Gráficos com respostas dos usuários ao formulário
39
40
41
42
Apêndice III - Linha do tempo: Streamings no Brasil
43
Apêndice IV - Gráfico: Obras brasileiras por plataforma
Apêndice V - Gráfico: Motivo da lealdade de um consumidor a uma plataforma de
streaming
44
Apêndice VI - Gráfico: Influência das redes sociais no consumo de obras
Apêndice VII - Gráfico: Influência das redes sociais na escolha de obras a serem
assistidas
45
Apêndice VIII - Gráfico: Mudanças no consumo de audiovisual ao longo das
gerações
Apêndice IX - Gráfico: Empregos interrompidos por IA até 2026
46
Apêndice X - Gráfico: Empresas que pretendem usar IA em processos de áudio nos
próximos 3 anos
47
Apêndice XI: Cronograma do projeto Por Trás das Telas
48
49
Apêndice XII: Cronograma das redes sociais do Por Trás das Telas