RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo deste trabalho será disponibilizado somente a partir de 03/09/2023. MARIA VITÓRIA PIEMONTE CONSTANTINO PRÁTICAS EPISTÊMICAS: reflexões sobre uma perspectiva sociocultural na construção do conhecimento para a zootecnia ASSIS 2023 MARIA VITÓRIA PIEMONTE CONSTANTINO PRÁTICAS EPISTÊMICAS: reflexões sobre uma perspectiva sociocultural na construção do conhecimento para a zootecnia Tese apresentada à Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, para a obtenção do título de Doutora em Psicologia (Área de Conhecimento: Psicologia e Sociedade). Orientador: Prof. Dr. Mário Sérgio Vasconcelos Bolsista: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 ASSIS 2023 MARIA VITÓRIA PIEMONTE CONSTANTINO PRÁTICAS EPISTÊMICAS: reflexões sobre uma perspectiva sociocultural na construção do conhecimento para a Zootecnia Tese apresentada à Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, para a obtenção do título de Doutora em Psicologia (Área de Conhecimento: Psicologia e Sociedade). Data da aprovação: ___/___/___ BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Mário Sérgio Vasconcelos UNESP – Assis __________________________________________ 2º Examinador: __________________________________________ 3º Examinador: __________________________________________ 4º Examinador: __________________________________________ 5º Examinador: Dedico esta tese aos meus amados pais, Edson e Beth, e ao meu amado filho Francisco. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Mário Sérgio Vasconcelos, pela atenção, incentivo e paciência durante todas as etapas deste trabalho. À minha amada mãe, Elizabeth, pela inesgotável contribuição e dedicação para que este trabalho fosse realizado. Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e da Biblioteca, agradeço a amizade e convivência durante essa fase tão importante da minha vida. Aos membros da Banca Examinadora, pelas valiosas contribuições para o desenvolvimento deste trabalho. O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” (Albert Einstein) CONSTANTINO, Maria Vitória Piemonte. Práticas epistêmicas: reflexões sobre uma perspectiva sociocultural na construção do conhecimento para a Zootecnia. 2022. 127 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2022. RESUMO Nas últimas décadas vêm se fortalecendo, na área do Ensino de Ciências, estudos que consideram o processo de ensino e aprendizagem a partir de uma perspectiva histórica, cultural e social vinculada às interações que ocorrem no ambiente escolar. Nesse sentido, um grupo de pesquisadores sugeriu que, quando os membros de determinada comunidade interagem ao longo do tempo para produzir um conhecimento específico, eles criam, por meio da interação social, maneiras particulares de falar, pensar, agir e interagir, definidas como práticas epistêmicas. Assim sendo, os objetivos do presente estudo consistiram em refletir sobre as implicações das práticas epistêmicas à construção de conhecimento científico para a área da Zootecnia e suas possíveis relações com alguns pressupostos da Teoria Histórico-cultural de Vygotski. Tratou-se de pesquisa teórica, de caráter bibliográfico, organizada em seis capítulos. No segundo capítulo foram abordadas a história, a estrutura curricular e os resultados obtidos nos dois últimos anos do Enade para a área da Zootecnia. O terceiro capítulo expôs a trajetória histórica do Ensino de Ciências, focalizando os problemas relativos à formação do professor como elemento integrante do processo que originou a referida área. O quarto capítulo traz as pesquisas que tratam da conceituação e do desenvolvimento das práticas epistêmicas e a sua importância para o processo de ensino e aprendizagem. No quinto capítulo foram discutidas as relações que podem ser estabelecidas entre as práticas epistêmicas e alguns dos principais conceitos da Teoria Histórico-cultural de Vygotski. O sexto capítulo indicou que as reflexões feitas ao longo deste estudo evidenciaram existir uma grande lacuna entre o que está estabelecido nas Diretrizes Curriculares do curso de Zootecnia e o que se ensina em sala de aula. Para atender a essa questão, foram resgatados os problemas referentes à formação do professor, indicando que essas adversidades influenciaram o processo de ensino e aprendizagem. Considerando as práticas epistêmicas relevantes para esse processo, suscita-se a possibilidade de aprofundar os estudos sobre o tema com base nos pressupostos vygotskianos, uma vez que essas práticas se desenvolvem em um contexto de interação e se associam a um processo social e cultural de construção do conhecimento. Aferiu-se, assim, que esta proposta poderia ser proveitosa, uma vez que favoreceria a construção de significados científicos para os estudantes do campo da Zootecnia. Palavras-chave: Zootecnia. Práticas epistêmicas. Ensino de Ciências. Construção de conhecimento. Interação social e teoria sociocultural. CONSTANTINO, Maria Vitória Piemonte. Epistemic practices: reflections on a sociocultural perspective to knowledge construction for Animal Science. 2022. 127 p. Thesis (Psychology Doctorate Degree) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2022. ABSTRACT There has been, over the past decades, an increase of studies for Science Teaching that consider the teaching and learning process from a historical, cultural and social perspective related to the interactions that occur in the school environment. In this sense a group of researchers suggested that when members of a community interact over time to produce specific knowledge they create through social interaction particular ways of speaking, thinking, acting and, interacting, defined as epistemic practices. Therefore, the present study aimed to reflect the implication of epistemic practices for the construction of scientific knowledge for Animal Science and its possible relation with some concepts of Vygotsky's Cultural-Historical Theory. It was a bibliographical nature theoretical research, organized into six chapters. Were discussed in the second chapter the history, curricular structure and the results of Enade from the last two years of Animal Science. The third chapter reveal the evolution of Science Teaching over time focusing on the problems related to teacher training considered as part of the process that originated this area. In the fourth chapter we presented studies concerning the conceptualization and development of epistemic practices and its importance for the teaching and learning process. The fifth chapter discussed the parallel that can be established between epistemic practices and some of the main concepts of Vygotsky's Cultural-Historical Theory. The sixtieth chapter demonstrated that the reflexions made throughout this study indicated that there is a gap between what is established in the Animal Science Curriculum Guidelines and what is taught in the classroom. In order to meet this issue, we considered the problems regarding teacher training, indicating that these adversities influenced the teaching and learning process. Considering the epistemic practices relevant to this process, research in this area may consider the Vygotskian presuppositions, since these practices are developed in a context of interaction and are associated with a social and cultural process of knowledge construction. We believe that engaging in epistemic practices could be fruitful, as it would benefit the scientific construction meanings for students of Animal Science. Keywords: Animal Science. Epistemic practices. Science Teaching, Knowledge construction. Social interaction and sociocultural theory. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Cursos de Engenharia Agronômica que existiram entre 1877 e 1936 22 Quadro 2 - Fatos acadêmicos referentes ao Ensino de Ciências na década entre 1940 e 1950 46 Quadro 3 - Fatores acadêmicos referentes ao Ensino de Ciências na década de 1960 47 Quadro 4 - Fatos acadêmicos referentes ao Ensino de Ciências na década de 1960 48 Quadro 5 - Cenário Acadêmico para a área do Ensino de Ciências 51 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AAAS - American Association for the Advancement of Science ABZ - Associação Brasileira de Zootecnistas C&T - Ciência e Tecnologia CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAR - Consumo Alimentar Residual CNE - Comissão Nacional de Ensino CNEZ - Comissão Nacional de Ensino de Zootecnia CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico DOU - Diário Oficial da União EC - Educação para a Ciência ECA - Escola de Comunicação e Artes Enade - Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes FAI Física Auto-Instrutiva FCL - Faculdade de Ciências e Letras Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz FNDCT - Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico FUNBEC - Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências IBECC - Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura ICSU - International Council of Scientific Unions IES - Instituições de Ensino Superior IF - Instituto de Física Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia MEC - Ministério da Educação NARST - National Association for Research in Science Teaching OEA - Organização dos Estados Americanos PBEF - Projeto Brasileiro de Ensino de Física PDSE - Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior PEC - Projeto de Ensino de Ciências PEF - Projeto de Ensino de Física PPGs - Programas de Pós-Graduação PUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais PUC/RS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul SBF - Sociedade Brasileira de Física SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência SBQ - Sociedade Brasileira de Química SBZ - Sociedade Brasileira de Zootecnia SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SPEC - Subprograma de Educação para a Ciência UFBA - Universidade Federal da Bahia UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFSCar - Universidade Federal de São Carlos UFSM - Universidade Federal de Santa Maria UFV - Universidade Federal de Viçosa UNESCO - Organização das Nações Unidas UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Unicamp - Universidade Estadual de Campinas Unifesp - Universidade Federal de São Paulo USP - Universidade de São Paulo ZDP - Zona de Desenvolvimento Proximal SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 15 1.1 Estrutura dos capítulos 17 1.2 Metodologia 18 1.3 Justificativa 20 2 A ZOOTECNIA: HISTÓRIA, ESTRUTURA CURRICULAR E A SUA RELAÇÃO COM OUTRAS ÁREAS DAS CIÊNCIAS 21 3 ENSINO DE CIÊNCIAS: ORIGEM, TRAJETÓRIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A ZOOTECNIA 40 3.1 Evolução histórica da Pós-Graduação em Ensino de Ciências no Brasil 55 4 PRÁTICAS EPISTÊMICAS E SUA IMPORTÂNCIA PARA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM 69 5 AS CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL PARA UMA LEITURA DAS PRÁTICAS EPISTÊMICAS 81 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 91 REFERÊNCIAS 95 ANEXO A – DIRETRIZES CURRICULARES PARA O CURSO DE ZOOTECNIA 103 ANEXO B – ESCOLAS DE ZOOTECNIA NO BRASIL 110 ANEXO C – NÚMERO DE PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E ÁREAS AFINS AO FINAL DO ANO DE 2001 116 ANEXO D – NÚMERO DE PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E ÁREAS AFINS AO FINAL DO ANO DE 2002 117 ANEXO E – NÚMERO DE PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E ÁREAS AFINS APROVADOS NA AVALIAÇÃO TRIENAL 2001/2003 118 ANEXO F – NÚMERO DE PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E ÁREAS AFINS APROVADOS NA AVALIAÇÃO TRIENAL 2004/2006 119 ANEXO G – NÚMERO DE PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E ÁREAS AFINS APROVADOS NA AVALIAÇÃO TRIENAL 2007/2009 121 ANEXO H – NÚMERO DE PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E ÁREAS AFINS APROVADOS NA AVALIAÇÃO TRIENAL 2010/2012 123 ANEXO I – NÚMERO DE PROGRAMAS DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E ÁREAS AFINS APROVADOS NA AVALIAÇÃO QUADRIENAL 2012/2016 126 15 1 INTRODUÇÃO Na realização da disciplina de Metodologia do Ensino Superior, na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), ministrada pela Profa. Dra. Miriam Krasilchik, no ano de 2011, como parte do Programa de Pós-Graduação em Ciências dessa Universidade, a discussão de alguns aspectos relativos ao Ensino de Ciências despertou1 meu interesse em realizar um estudo a esse respeito voltado para o curso de Zootecnia, área essencialmente mecanicista e tecnicista das Ciências Agrárias, no qual me formei. Naquela ocasião, pude perceber as lacunas na formação dos alunos do referido curso, relacionadas à construção de conhecimento científico, estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares desta área, na qual prezam a aprendizagem e o desenvolvimento do pensamento crítico pautados em uma perspectiva social, cultural e histórica da ciência. Neste caso, a escolha do doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, da Faculdade de Ciências e Letras (FCL/UNESP), campus de Assis, contribuiu para a minha formação na área das Ciências Humanas. Desse modo, tornou-se possível o desenvolvimento de um trabalho de interlocução da Zootecnia com a Psicologia, ao permitir a reflexão de abordagens que incluam a participação ativa do sujeito no processo de aprendizagem para a Zootecnia – campo das Ciências Agrárias. As leituras das obras de Vygotski2 foram muito importantes, por me possibilitarem a compreensão do discurso epistemológico predominante da ciência psicológica no início do século XX. O autor, ao estabelecer a superação das concepções empiristas e idealistas para explicar as relações entre indivíduo e sociedade, no que diz respeito ao entendimento do psiquismo humano, da aprendizagem e do desenvolvimento, elaborou, juntamente com seus colaboradores, um sistema teórico que fosse capaz de eliminar a dicotomia entre interno e externo e realizar a síntese, uma vez que são elementos de um mesmo processo, ou seja, trouxe para a psicologia a perspectiva histórico-cultural, fundamentada nos princípios do método histórico-dialético. 1 Para discorrer sobre a minha experiência pessoal, optei por utilizar a primeira pessoa do singular. 2 Optou-se, no presente trabalho, pela grafia Vygotski para fazer referência ao autor, cujo nome aparece grafado de várias formas na literatura consultada, mantendo-se no caso de referências e citações a grafia original. 16 Além disso, a oportunidade de realizar um estágio de doutorado sanduíche na Penn State University, PA/USA (Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior – PDSE/CAPES), sob a supervisão do Professor Dr. Gregory Kelly, representou um grande avanço aos meus estudos para a definição da minha temática. O referido professor mantém um grupo de pesquisa, do qual passei a fazer parte, e vem trabalhando, em colaboração com pesquisadores brasileiros, sobre a aprendizagem de ciências por meio de práticas epistêmicas, baseada em um processo interdisciplinar, epistemológico e social. Na literatura existem muitas publicações, em especial na literatura internacional, que sustentam que as práticas epistêmicas são contextualizadas e efetivadas nas práticas sociais e nas normas culturais, nas quais a linguagem – oral ou escrita – se torna agente decisivo na estruturação do pensamento e é ferramenta básica para a constituição de conhecimentos. Muitos desses trabalhos são direcionados especialmente para alunos, desde seus primeiros anos escolares até o final do Ensino Médio. Porém, não foram localizados estudos, no Brasil, que se valessem das práticas epistêmicas para avaliar a construção de conhecimento científico para a área das Ciências Agrárias, mais especificamente, para a Zootecnia, que é o foco desta tese. Os estudos que serão apresentados no decorrer deste trabalho sustentam que a construção do conhecimento científico se desenvolve ao longo do tempo e por meio de uma série de interações que envolvem as formas de ser, pensar e falar dos alunos, incluindo o uso de signos e símbolos. À proporção que cada interação é estabelecida e contextualizada, os participantes dessa ação ou atividade podem ser capazes de gerar novos conhecimentos. Portanto, tomando-se por base essas considerações, objetiva-se desenvolver um trabalho teórico que visa refletir sobre as implicações das práticas epistêmicas na construção de conhecimento científico para a área da Zootecnia. Pretende-se, ainda, estabelecer relações entre as “práticas epistêmicas” e a Teoria Histórico- cultural de Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934), focalizando, em especial, os conceitos da mediação, zona de desenvolvimento proximal e da dialética significado/sentido, fundamentais à internalização dos signos da cultura, uma vez que se entende que o aprendizado de tais práticas (epistêmicas) envolve, necessariamente, a construção de sentidos, por meio do processo de mediação. 17 Para tanto, as reflexões realizadas nesta tese se desenvolveram em quatro capítulos, cujo detalhamento, a seguir, expressa a natureza de suas discussões e seus objetivos. 1.1 Estrutura dos capítulos O capítulo 1 – Introdução – apresenta a trajetória acadêmica da pesquisadora, o tema abordado, bem como a justificativa, os objetivos e a estruturação deste estudo. O capítulo 2 descreve a origem e a trajetória do ensino agrícola no Brasil para mostrar como se deu a formação do curso de Zootecnia. Portanto, esse capítulo inicial irá apontar as transformações da atividade agropecuária, influenciadas por um modelo conservador (tradicionalista), as ações e os posicionamentos políticos que impulsionaram e manipularam o desenvolvimento do ensino agrícola no Brasil, até chegar à elaboração das Diretrizes Curriculares, as quais determinam, atualmente, os projetos pedagógicos para o curso de Zootecnia. Ainda, neste capítulo, tomando por base os resultados obtidos nos dois últimos anos do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para a área da Zootecnia, observou-se que existe uma grande lacuna entre o que está estabelecido nas Diretrizes Curriculares dessa área do conhecimento e o que se ensina em sala de aula. Dando continuidade, o capítulo 3 expõe as origens e a trajetória do Ensino de Ciências no Brasil, além da evolução histórica da Pós-Graduação dessa área no país. Ademais, focalizam-se problemas relativos à formação do professor como elemento integrante do processo que originou a área do Ensino de Ciências. Apesar dos avanços na estruturação dos currículos em Ciências Agrárias, aponta-se que ainda se encontra em fase embrionária uma formação docente para o ensino que ofereça um sólido conhecimento teórico-prático, não apenas com ênfase em “como produzir”, mas também quanto ao processo educativo como um todo. No capítulo 4, são relatadas as pesquisas que tratam da conceituação e do desenvolvimento das práticas epistêmicas para o Ensino de Ciências, especialmente aquelas do grupo de pesquisa do professor Gregory Kelly, precursor principal de sua formulação. Aborda-se, ainda, a trajetória das discussões sobre a ênfase no conhecimento, como uma prática social, que começa a adquirir contornos 18 fundamentais para o Ensino de Ciências no Brasil e sua importância para o processo de ensino e aprendizagem. O capítulo 5 traz as relações que podem ser estabelecidas entre as “práticas epistêmicas” e a Teoria Histórico-Cultural de Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934), focalizando, em especial, os conceitos da mediação, zona de desenvolvimento proximal e da dialética significado/sentido, fundamentais à internalização dos signos da cultura, por compreender que eles podem contribuir para o aprendizado de tais práticas (epistêmicas), sobretudo porque envolvem a construção de sentidos, por meio do processo de mediação. Por fim, as Considerações Finais, apresentam as principais conclusões alcançadas pelo presente trabalho e a possibilidade de um estudo futuro, levando em conta uma proposta aplicada das práticas epistêmicas para o Curso de Zootecnia. Almeja-se expor como as práticas epistêmicas, resultantes da interação entre os professores e os alunos e entre os próprios alunos influenciam a construção do conhecimento científico. 1.2 Metodologia Considerando os objetivos propostos e com o intuito de refletir acerca do problema de pesquisa, serão utilizadas as bases metodológicas da pesquisa bibliográfica que, de acordo com Gil (2002), se pauta, sobretudo, em fontes bibliográficas, como por exemplo, livros, artigos científicos, entre outras produções. Nesse sentido, Lakatos e Marconi (2003, p. 183) esclarecem que: [...] A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas [...] Outro dado importante sobre a pesquisa bibliográfica está no fato de que esta “oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente” (TRUJILLO, 1974, p. 230). Portanto, essa metodologia oferece uma 19 (re)leitura crítica de determinado tema sob nova perspectiva, podendo levar a conclusões inovadoras. De modo mais específico, com o propósito de desenvolver o tema do presente trabalho, serão propostas algumas etapas e, conforme Gil (2002, p. 59), [...] o que se segue deve ser entendido não como um roteiro rigoroso que se deva seguir, sob pena de comprometer irremediavelmente o trabalho, mas sim como um roteiro, entre outros, elaborado com base na experiência de seu autor, cotejada com a experiência de outros autores nesse campo. (GIL, 2002, p. 59). As etapas estabelecidas para a presente pesquisa envolverão o levantamento bibliográfico3 sobre o tema escolhido, a leitura exploratória, a análise e interpretação do material. Gil (2002, p. 77, grifo nosso) considera cinco tipos de leitura que podem ser feitas para explorar o material utilizado na pesquisa bibliográfica – “leitura exploratória, leitura seletiva, leitura analítica, leitura interpretativa e a tomada de apontamentos” –, com o objetivo de avaliar em que medida a obra consultada interessa à pesquisa. Desse modo, Gil (2002, p. 77) assevera que: [...] A leitura que se faz na pesquisa bibliográfica deve servir aos seguintes objetivos: a) identificar as informações e os dados constantes do material impresso; b) estabelecer relações entre as informações e os dados obtidos com o problema proposto; c) analisar a consistência das informações e dados apresentados pelos autores [...]. Valendo-se dessas sugestões para orientar a exploração do material de leitura do presente estudo, o qual abrangeu, em especial, textos de livros, periódicos científicos, teses e dissertações, anais de eventos científicos e resumos, entre outros, foram selecionados aqueles que constituíram o principal acervo bibliográfico da tese4. Após a exploração e a leitura crítica da literatura selecionada, procedeu-se à análise interpretativa e inferencial do material. 3 Para o levantamento bibliográfico foram utilizadas as principais bases de dados que incluem o Portal de Periódicos da CAPES, SciELO, Scopus, Wiley, PubMed, Nature, entre outras. 4 O levantamento do material de leitura a ser explorado acompanhou todo o desenrolar da pesquisa, constituindo-se em um exercício permanente de atualização bibliográfica. 20 1.3 Justificativa A contemporaneidade, marcada por transformações em esferas variadas, produziu importantes descobertas em todos os campos do saber, em contraponto, combinada ao acelerado e indiscriminado avanço tecnológico, surgiram preocupações relacionadas aos possíveis riscos para o meio ambiente, para a saúde humana, para o futuro da educação, para o futuro da agricultura, entre outros. Pesquisadores brasileiros e estrangeiros, como é o caso de Lúcia Helena Sasseron, Gregory Kelly e colaboradores, que vêm trabalhando na produção de artigos e pesquisas em Educação para a Ciência, têm exposto questões relevantes acerca do “compromisso por uma educação para a sustentabilidade”, com o intuito de buscar soluções aos problemas advindos dessas situações de risco. Além disso, esses pesquisadores têm discutido e proposto que somente uma educação para a ciência que tenha como pressuposto uma interlocução com outras áreas das Ciências Humanas seria capaz de formar pessoas que possam compreender as demandas da sociedade atual e formular propostas de pesquisa e intervenção condizentes com o desenvolvimento científico, humano e tecnológico. Dessa forma, justifica-se a importância do presente estudo, uma vez que se objetiva incidir sob as implicações das práticas epistêmicas para o campo da Zootecnia, área marcadamente técnica e ainda pouco explorada no sentido de pensar novos paradigmas à construção do conhecimento. Por essa razão, é justificável a escolha da área da Psicologia para desenvolver a pesquisa de doutorado, por se tratar de um ramo do saber imprescindível à reflexão das questões formuladas na investigação que se pretende realizar. 91 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Realizar o objetivo proposto neste estudo não foi tarefa fácil, considerando as amarras do pensamento positivista que ainda permeiam o processo de formação dos estudantes dos cursos de Zootecnia. Para que essa complexa discussão tenha se tornado possível, foi preciso superar a postura de saber fragmentado, influenciado pelas ideologias políticas formuladas pelo Estado, que retira do sujeito a capacidade de pensar criticamente, visando apenas promover o conhecimento para favorecer as tecnologias demandadas pelo mercado. Ao assumir uma visão histórica e social para a construção do conhecimento, acredita-se na necessidade de trazer novos subsídios ao campo de formação dos Zootecnistas. Isto porque, desde a sua origem, a atividade agropecuária e as primeiras experiências com o ensino agrícola no Brasil estavam atreladas ao modo conservador da produção agrícola, o que influenciou, de maneira significativa, os seus projetos educacionais, até o presente momento. Apesar da primeira proposta curricular para o curso de Zootecnia, no Brasil, ter sido feita no ano de 1953, atrelada às Diretrizes Curriculares dos cursos de Agronomia, Veterinária e Engenharia Florestal, cursos esses que compõem a área das Ciências Agrárias, somente no ano de 2006 a Comissão Nacional de Ensino instituiu as Diretrizes Curriculares específicas para o curso em pauta. Foi possível observar, portanto, que a proposta curricular para os cursos de Zootecnia das IES, no Brasil, passou por uma evolução desde seu início até a constituição de sua identidade, que se revela no ensino atual. As principais diferenças, em relação à época de criação dos primeiros cursos, foram a incorporação de dois paradigmas que impactaram a forma de estudar, fazer ciência e trabalhar com Zootecnia, sendo elas a indissociabilidade entre a exploração agropecuária e seus impactos ambientais e de bem-estar animal e a sua função social e crescimento da gestão de negócios nos processos produtivos. Embora, tais diretrizes tenham representado um avanço em relação à inclusão de uma dimensão social do conhecimento. O desempenho dos estudantes do curso de Zootecnia, avaliado pelo Enade, revelou fragilidades significativas, no que se refere à construção do conhecimento científico, na formação dos estudantes. Uma das principais deficiências dos alunos está em correlacionar as disciplinas específicas do curso de Zootecnia com aquelas em comum com a área do Ensino de 92 Ciências, como, por exemplo, Química, Física, Matemática e Biologia. Verificou-se, também, dificuldades significativas em relação a leitura, interpretação de texto, argumentação, capacidade de expressão linguística para criar e articular ideias. Embora as Diretrizes Curriculares enfatizem uma proposta pedagógica que permita ao estudante desenvolver um perfil humanista e crítico, apoiado em conhecimentos científico, social e cultural, historicamente construídos e que transcendam a área de sua formação, ainda existe uma grande lacuna entre o que está estabelecido no conteúdo curricular dessa área do conhecimento e o que se ensina em sala de aula. Isso indica que, teoricamente evoluídas, as diretrizes não parecem ter se concretizado na prática. Acredita-se que esses resultados demonstram, de modo específico para o campo da Zootecnia, que o ensino ainda se apresenta pautado em uma posição conservadora. Tomando por base a própria experiência na área, verificou-se que os conhecimentos específicos são trabalhados isoladamente, o que mostra uma organização de conteúdos descontextualizados e desvinculados da prática e dos problemas sociais, que consequentemente podem resultar em uma aprendizagem fragmentada e sem significado. Considera-se, ainda, que a inclusão de uma disciplina de Ensino de Ciências para essa área poderia contribuir para melhorar as condições da formação dos alunos, favorecendo o debate, a discussão e a reflexão sobre o papel social da ciência. Porém, antes, torna-se necessário investir na formação do professor como parte integrante do processo de ensino e aprendizagem. Essa formação, de maneira geral, no Brasil, sempre esteve atrelada às demandas políticas de Estado, que não tem manifestado interesse em investir na educação de qualidade, que trabalhe com uma visão social e crítica da realidade para a formação de professores, tanto para o Ensino Básico como para o Ensino Superior, que se opõe à profissionalização especializada, a fim de atender aos interesses de mercado. Esse processo profissionalizante do ensino resultou no atraso na formulação de propostas curriculares inovadoras, as quais já estavam sendo discutidas por pesquisadores e professores da área do Ensino de Ciências desde a década de 60. Após a década de 80, os avanços das pesquisas dos Programas de Pós- Graduação em Ensino de Ciências impulsionaram uma linha investigativa que entende a sala de aula como espaço histórico e cultural, apontando a necessidade em compreender como a construção do conhecimento científico se desenvolve 93 nesse espaço. Observou-se, por meio das Avaliações realizadas pela CAPES, que a geração de conhecimentos científicos, produzidos pelos grupos de pesquisa de diversas instituições, nas últimas décadas, representa uma quantidade significativa de informações de extrema importância para o ensino e aprendizagem. Essa vasta produção sugere melhorar as condições da formação do espírito científico dos alunos em vista das circunstâncias histórico-culturais da sociedade, numa perspectiva de que o conhecimento científico se constrói com base em processos de interação social. Tendo em vista que algumas disciplinas do curso de Zootecnia são compartilhadas com as disciplinas da área do Ensino de Ciências (Química, Física, Biologia e Matemática), é possível pensar que essa área contribuiria para a elaboração de propostas pedagógicas, que visem introduzir conteúdos referentes ao ensino e aprendizagem nas matrizes curriculares dos cursos de Graduação da área supracitada. Acredita-se, assim, que o resultado positivo das pesquisas na área de Ensino nas últimas décadas poderia abrir novas possibilidades para uma formação científica efetiva e oferecer recursos para se pensar, agir e tomar decisões sobre os problemas referentes aos riscos de destruição de reservas naturais, biológicas e energéticas do planeta, entre outros. Entende-se que o papel da ciência poderia trazer melhorias à vida humana e desenvolver habilidades e competências a serviço de uma sociedade global. Ainda, a educação em ciência deve proporcionar aos estudantes a interlocução de seus conhecimentos com os modelos construídos pelos cientistas, numa dinâmica problematizadora, para que possam prever, compreender e tomar decisões relativas aos problemas da sociedade. Nessa perspectiva social, cultural e histórica, o Ensino de Ciências como disciplina, quando introduzido nas matrizes curriculares dos cursos de Zootecnia, contribuiria não apenas para o exercício de uma cidadania crítica, mas, também, para que os estudantes se apropriem de conceitos científicos, desenvolvam habilidades e atitudes para que sejam capazes de identificar e solucionar problemas da vida real, tanto de ordem pessoal como social, tomar decisões relativas a problemas científicos e tecnológicos que demandam participação ativa dos cidadãos. A ênfase no conhecimento, como uma prática social, cultural e histórica, começa a adquirir contornos fundamentais para o Ensino de Ciências no Brasil. Apesar 94 dos avanços e melhorias que a área de Ensino vem mostrando, nas últimas décadas, ainda é necessário aprofundar os estudos acerca de como os professores auxiliam o processo pelo qual os estudantes compartilham significados nas aulas de Ciências, mediante o processo de interação social e suas relações com a aprendizagem. Observou-se, ainda, que as pesquisas fundamentadas no referencial Vygotskiano, em especial aquelas que vêm sendo desenvolvidas por estudiosos estrangeiros da área de Ensino de Ciências, têm representado grande colaboração à discussão de como as interações que se desenvolvem no plano social do ambiente escolar se constituem nos pilares essenciais para a construção do conhecimento, formulando o que definiram como práticas epistêmicas, ou seja, a forma como os membros de determinados grupos ou comunidades observam, inferem, justificam, avaliam e legitimam teorias referentes ao conhecimento científico. Vale destacar que o conceito de práticas epistêmicas está associado a um processo social e cultural de construção do conhecimento, ou seja, como determinado grupo aprende determinadas práticas educacionais. Supondo que essa proposta poderia ser proveitosa aos estudantes de Zootecnia, por favorecer a aprendizagem, especialmente daqueles que tiveram pouco (ou quase nenhum) contato com a ciência (teorias e práticas científicas de maneira geral), como é o caso desses alunos. Essa visão sugere que as atividades pedagógicas são efetivadas (in situ) por meio de formas padronizadas de agir, falar e conhecer. Embora existam muitas publicações que discutam as práticas epistêmicas para as áreas que abrangem desde o Ensino Fundamental até algumas áreas do Ensino Superior, como, por exemplo, a Oceanografia e a Engenharia, não foram encontrados estudos que fazem uso das práticas epistêmicas para avaliar a construção de conhecimento científico para o campo da Zootecnia. Diante do exposto, poder-se-ia sugerir, portanto, para um futuro estudo, analisar como a interação que ocorre em sala de aula influencia, desenvolve e favorece a construção de significados científicos, considerando as formas como as práticas epistêmicas se estabelecem ao longo do tempo e como tais práticas contribuem para a aprendizagem. Ainda, seria possível propor, como unidade de análise, os movimentos discursivos desenvolvidos pelo grupo no espaço social da sala de aula, tendo em mente como os princípios do processo de mediação, linguagem e pensamento, significado e sentido influenciam o processo de aprendizagem em Ciências. 95 REFERÊNCIAS AGUIAR, W. M. J.; OZELLA, S. Apreensão dos sentidos: aprimorando a proposta dos núcleos de significação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 94, n. 236, p. 299-322, 2013. AGUIAR, W. M. J.; SOARES, J. R.; MACHADO, V. C. Núcleos de significação: uma proposta histórico-dialética de apreensão das significações. 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