2017 CAMILA REIS PAMPURI EFEITO DA APLICAÇÃO DE LASER E FOSFATO DE CÁLCIO NA PERMEABILIDADE E RESISTÊNCIA DE UNIÃO DA DENTINA HUMANA São José dos Campos 2017 CAMILA REIS PAMPURI EFEITO DA APLICAÇÃO DE LASER E FOSFATO DE CÁLCIO NA PERMEABILIDADE E RESISTÊNCIA DE UNIÃO DA DENTINA HUMANA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de São José dos Campos, como parte das exigências para a obtenção do grau de CIRURGIÃO-DENTISTA. Orientador: Prof. Adj. Cesar Rogério Pucci Coorientador: Prof. Adj. Carlos Rocha Gomes Torres Instituto de Ciência e Tecnologia [internet]. Normalização de tese e dissertação [acesso em 2018]. Disponível em http://www.ict.unesp.br/biblioteca/normalizacao Apresentação gráfica e normalização de acordo com as normas estabelecidas pelo Serviço de Normalização de Documentos da Seção Técnica de Referência e Atendimento ao Usuário e Documentação (STRAUD). Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Profa Leila Novaes - Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação (STATI) do ICT/UNESP. Dados fornecidos pelo autor Ana Paula Mattozo Durante CRB8/6141 Pampuri, Camila Reis Efeito da aplicação de laser e fosfato de cálcio na permeabilidade e resistência de união da dentina humana / Camila Reis Pampuri. - São José dos Campos : [s.n.], 2017. 57 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - Graduação em Odontologia - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Ciência e Tecnologia, São José dos Campos, 2017. Orientador: Cesar Rogério Pucci. 1. Permeabilidade da dentina. 2. Fosfato de cálcio. 3. Laser de Nd:YAG. 4. Resistencia de união. I. Pucci, Cesar Rogério, orient. II. Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Ciência e Tecnologia, São José dos Campos. III. Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho' - Unesp. IV. Universidade Estadual Paulista (Unesp). V. Título. BANCA EXAMINADORA Prof. Adj. Carlos Rocha Gomes Torres (Orientador) Universidade Estadual Paulista (Unesp) Instituto de Ciência e Tecnologia Odontologia Restauradora Profa. Ass. Dra. Taciana Marco Ferraz Caneppele Universidade Estadual Paulista (Unesp) Instituto de Ciência e Tecnologia Odontologia Restauradora Prof. Adj. Claudio Antonio Talge Carvalho Universidade Estadual Paulista (Unesp) Instituto de Ciência e Tecnologia Odontologia Restauradora São José dos Campos, 9 de novembro de 2017. DEDICATÓRIA Aos meus avós paternos e maternos, por plantarem a semente da educação no jardim da nossa família. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à minha família, meu maior amor e minha maior gratidão. Obrigada por me apoiarem, por acreditarem e investirem em mim. Pai, sυа presença sempre significa segurança е a certeza dе qυе não estou sozinha nessa caminhada. Obrigada por não medir esforços para tornar isso tudo realidade, cada vitória minha é sua também! Mãe, sеυ cuidado е carinho por muitas vezes me deram força pаrа seguir em frente, obrigada por cada visita e pelos colos recheados de amor, eles fizeram eu me sentir acolhida longe de casa. Cris, obrigada por assumir papel de mãe e pai por tantas vezes, você é um exemplo que busco sempre seguir e um presente de Deus na minha vida. Aos meus irmãos Alexandre, Clarisse e Vinícius deixo também o meu obrigada. Me espelho nas muitas virtudes de cada um de vocês. Е nãо deixando dе agradecer dе forma grata е grandiosa aos meus avós, Ermelinda, Celso, Ilda e Acácio, а quem еυ rogo todas аs noites а existência desta família. Agradeço também ao meu melhor amigo e namorado. Marius, cоm você eu aprendi o real significado de parceria. Obrigada pelo carinho, amor e paciência е pоr sua capacidade dе me trazer pаz nа correria dе cada semestre. Nesses anos você foi a minha maior fonte de alegria. Agradeço aоs meus amigos e colegas, pеlаs alegrias multiplicadas e tristezas divididas. Sem os momentos que dividimos nesses quatro anos não seria possível chegar até aqui. Vou levar um pedacinho de cada um de vocês comigo. Obrigada! Agradeço também а todos оs professores e técnicos qυе mе acompanharam durante а graduação, eυ posso dizer qυе а minha formação, inclusive pessoal, nãо teria sido а mesma sеm eles. Minha gratidão аоs meus orientadores em especial ao colega mestrando Dr. Pablo Benítez, por toda paciência, ajuda e conhecimento compartilhado. Vocês são responsáveis pеlа realização deste trabalho. Obrigada! “Mantenha-se faminto por coisas novas, mantenha-se certo de sua ignorância. Continue ávido por aprender, continue ingênuo e humilde para procurar. Tenha fome de vida, sede de descobrir. Stay hungry, stay foolish.” - Steve Jobs. SUMÁRIO RESUMO .....................................................................................................................8 ABSTRACT .................................................................................................................9 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 2 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 13 2.1 Delineamento experimental .............................................................................. 13 2.1.1 Unidades experimentais ............................................................................... 13 2.1.2 Fatores de estudo .......................................................................................... 13 2.1.3 Variável de resposta .......................................................................................13 2.2 Adequações e preparo dos espécimes ...........................................................14 2.3 Mensuração da permeabilidade .......................................................................17 2.3.1 Mensuração da permeabilidade dentinária inicial .......................................17 2.3.2 Mensuração da permeabilidade dentinária máxima ...................................21 2.3.3 Permeabilidade após cada tratamento .........................................................22 2.4 Divisão dos grupos experimentais ..................................................................23 2.4.1 Características do laser e da técnica de irradiação ....................................25 2.4.2 Cálculo da densidade de energia ..................................................................26 2.5 Técnica restauradora ........................................................................................28 2.6 Ciclagem termomecânica .................................................................................28 2.7 Teste de resistência à microtração .................................................................28 2.8 Forma de análise dos resultados ....................................................................30 3 RESULTADOS .......................................................................................................32 3.1 Análise estatística .............................................................................................32 3.1.1 Estatística para permeabilidade dentinária .................................................32 3.1.2 Estatística para resistência de união ...........................................................33 3.1.3 Correlação para teste de permeabilidade e resistência de união .............36 3.2 Microscopia eletrônica de Varredura (MEV) ...................................................37 4 DISCUSSÃO ..........................................................................................................39 4.1 Da Metodologia ..................................................................................................39 4.2 Dos Resultados .................................................................................................43 5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 46 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 47 ANEXO....................................................................................................................53 Pampuri CR. Efeito da aplicação de laser e fosfato de cálcio na permeabilidade e resistência de união da dentina humana [trabalho de conclusão de curso]. São José dos Campos (SP): Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Ciência e Tecnologia; 2017. RESUMO O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro o efeito da utilização do fosfato de cálcio e aplicação de laser na permeabilidade e resistência de união da dentina humana, modificando as técnicas de aplicações do sistema adesivo universal com a finalidade de formar uma dentina com permeabilidade reduzida. Foram utilizados discos de dentina com aproximadamente 6mm de diâmetro e 1,5mm de altura, obtidos de molares humanos hígidos. A permeabilidade dentinária foi mensurada em diferentes momentos. Os espécimes (n=40) foram divididos em dois grupos com e sem a aplicação do fosfato de cálcio e depois foram novamente subdivididos em dois subgrupos, resultando em 4 subgrupos (n=10): AL- Adesivo + Laser, FAL- Fosfato de Cálcio + Adesivo + Laser, LAL- Laser + Adesivo + Laser, FLAL- Fosfato de Cálcio + Laser + Adesivo + Laser. A aplicação do Laser Nd: YAG com energia a 60 mJ foi sem contato. Foi utilizado o sistema adesivo Single Bond Universal (3M-ESPE). Os espécimes foram submetidos a 5000 ciclos térmicos e 120.000 ciclos mecânicos, e posteriormente foi utilizado o teste de microtração. Os grupos foram comparados entre si e em cada momento da avaliação utilizando ANOVA a um fator. Os percentuais de permeabilidade inicial e após o tratamento de cada grupo foi comparado usando o teste t não pareado. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos na permeabilidade inicial (p=0,48) e após o tratamento (p=0,70). O percentual de permeabilidade após o tratamento foram (AL: 39,09; LAL: 35,78; FAL: 34,23; FLAL: 30,25). O teste t não pareado apresentou diferenças significativas apenas para os grupos LAL (Laser + Adesivo + Laser) (p=0,005) e FLAL (Fosfato + Laser + Adesivo + Laser) (p=0,0001) que promoveram uma redução significativa da permeabilidade em relação à inicial. Após a fotopolimerização do adesivo foi aplicado uma camada de 3mm com a resina composta Filtek Z350 XT (3M-ESPE) utilizando a técnica incremental. Os dados obtidos foram submetidos ao Teste de Tukey (α= 5%). Foi observado que na resistência de união a aplicação de Fosfato apresentou a maior média, que diferiu estatisticamente do grupo sem aplicacao do Fosfato e os diferentes tratamentos não apresentaram diferenças estatisticamente significantes. Adicionalmente foram observados em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Palavras-chave: Permeabilidade da dentina. Fosfato de cálcio. laser de Nd:YAG. Resistencia de união. Pampuri CR. Effects of laser with calcium phosphate on permeability and bond strength in human dentin [graduation final work]. São José dos Campos (SP): São Paulo State University (Unesp), Institute of Science and Technology; 2017. ABSTRACT The objective of this study was to evaluate in vitro the effect of the use of calcium phosphate and application of laser in the permeability of human dentin and bond strength, modifying the application technique of the universal adhesive system for the purpose of forming a dentine with permeability reduced. Dentine discs were used with approximately 6mm in diameter and 1,5mm height, obtained from healthy human molars. Dentin permeability was measured in four stages: initial, maximum, during treatment and after treatment. After specimens standarization (n = 40) were divided into two groups with (CFC) and without (SFC) the application of calcium phosphate and then was divided into two subgroups, resulting in 4 subgroups (n = 10):, AL- Adhesive + Laser, FAL- Calcium phosphate + Adhesive + Laser, LAL- Laser + adhesive + Laser, FLAL- Calcium phosphate + Laser + Adhesive + Laser. The application of Nd: YAG laser with energy of 60 mJ was without contact. The results of permeability showed that groups LAL (Laser + Adesivo + Laser)(p=0,005) e FLAL (Fosfato + Laser + Adesivo + Laser) (p=0,0001) promoted significant reduction betwen inicial and final permeability. We used the Single Bond Universal (3M- ESPE) and after curing we restored with Filtek Z 350 XT (3M ESPE) of approximately 1mm in diameter. The specimens was submitted to 1000 thermal cycles, and later was used microtensile test. The data were submitted to the Tukey test (α = 5%). It was observed that in the bond strength the Phosphate application presented the highest mean, which differed statistically from the group without application of the Phosphate and the different treatments did not present statistically significant differences. In addition, they were observed in scanning electron microscopy (SEM). Keywords: Permeability of human dentin. Calcium phosphate. Laser. Bond strength. 10 1 INTRODUÇÃO A adesão às estruturas dentarias tem um desenvolvimento na atualidade em técnicas para melhorar a interface entre o material restaurador e tecido dental, sendo Buonocore (1955) [1] o primeiro a introduzir a técnica de condicionamento ácido em esmalte, para que resinas adesivas pudessem penetrar nos prismas de esmalte condicionado, envolvendo cristais de apatita, apresentando resistência de adesão. Posteriormente, Nakabayashi et al. (1982) demonstraram que resinas poderiam se infiltrar em dentina condicionada por ácido formando uma adesão reforçada pelo contato das fibras colágenas com o composto resinoso, gerando assim o conceito da camada híbrida [2]. Vários fatores podem colaborar na degradação da interface adesiva, porém a água exerce um papel antagônico no processo de adesão na superfície dentinária. Na dentina desmineralizada, a presença de água mantém a matriz de colágeno plenamente expandido, uma vez que esse elemento forma ligações de hidrogênio com os peptídeos das fibrilas colágenas impedindo sua aproximação, devido ao seu elevado parâmetro de solubilidade [3]. Para os sistemas autocondicionantes a água pode influenciar na diluição dos monômeros ácidos e em sua atuação na smear layer e na dentina subjacente [4-5]. Dessa forma, enquanto a umidade é inicialmente importante para manter os espaços interfibrilares produzidos pela remoção acida do componente inorgânico e promover a infiltração monomérica da dentina desmineralizada [6], em excesso, pode afetar negativamente a integridade da união resina-dentina resultando na formação de uma camada hibrida com um maior número de imperfeições [7], por favorecer a separação de fases dos componentes presentes no agente de união [8]. Adicionalmente, o excesso de umidade influencia negativamente a evaporação dos solventes [9], e o processo de polimerização da resina [10]. Ainda, a presença da água torna-se um fator indispensável para ativação das metaloproteinases que promovem a degradação do colágeno [11]. Portanto a resistência da união resina- dentina e a biodegradação podem ser comprometidas com a presença de umidade em demasia. 11 No estudo do Tay et al. (2005) [12] onde foi utilizado o termo “Water Trees” para descrever canais de água dentro da camada de adesivo utilizando a metodologia da nanoinfiltração com nitrato de prata, esses canais de infiltração não apenas ocorrem na interface adesiva, também apresentam uma tendência de ultrapassar em direção a interface adesivo-resina composta. No mesmo ano Tay et al. (2005) [12] utilizaram dentina cariada translúcida para realizar a nanoinfiltração e observaram que a formação de “Water Trees” reduziu com a presença de túbulos dentinários ocluídos presente na dentina reacional em relação a dentina sadia, demonstrando que a infiltração do nitrato de prata pode ser contida, assim os esforços devem se concentrar no desenvolvimento de metodologias com melhor desempenho nessas condições e no desenvolvimento de técnicas que superem essa dificuldade. A irradiação de laser sobre a superfície dentinária pode causar a desnaturação das fibras colágenas e também reduzir o conteúdo de material orgânico [13]. A redução na permeabilidade do substrato como consequência à fusão e a posterior a recristalização da superfície do tecido foi relatado por Lee et al. (2002) [20] utilizando o laser de Nd: YAG. O Nd: YAG tem sido investigado para irradiar dentina antes ou depois da aplicação do adesivo [14]. Há relatos de que quando o laser Nd: YAG foi aplicado antecipadamente ao procedimento adesivo, houve um aumento na resistência de união para adesivos de passo único [15]. Matos et al. 2000 sugere que o melhor momento para a aplicação do laser Nd: YAG é após a aplicação do adesivo, porém anteriormente à sua polimerização, Gonçalves et al. (1999) [16], descreveram que essa aplicação do laser cria uma interface formada por monômero resinoso travado em um tecido dentinário fusionado. Verificou-se também a formação de tags resinosos na dentina [17]. Quando aplicado sem associação com sistema adesivo, o laser Nd: YAG provoca uma fusão dentinária (melting) e recristalização quando o esmalte e dentina são irradiados, resultando em uma superfície com a morfologia similar à de lava e sem microrganismos [18]. Na superfície da dentina, a irradiação com esse laser promove uma mudança física, morfológica e química, criando uma superfície irregular, fusionada ou com a evaporação da smear layer, apresentando túbulos dentinários parcialmente fechados, e os componentes orgânicos evaporados [19]. 12 Dessa forma nota-se o potencial do laser de Nd: YAG na obtenção de uma superfície dentinária com permeabilidade reduzida evitando a influência da degradação causada pela presença da agua, independente do momento em que ocorre a irradiação. Embora a irradiação direta do laser na dentina seja vantajosa, por diminuir a permeabilidade dentinária [20], e consequentemente promover a prevenção da degradação do colágeno no processo adesivo, não há evidências na literatura que demonstrem que a aplicação do laser diretamente na dentina, ou combinado com tratamentos superficiais alternativos anteriormente à aplicação do sistema adesivo. Dessa forma tais tratamentos podem gerar uma nova capacidade de interação dos sistemas adesivos na superfície dentinária anteriormente fusionada. A aplicação do Laser por meio de diferentes técnicas pode promover a formação de uma dentina modificada pela formação do “melting”, que apresenta menor permeabilidade e consequentemente menor quantidade de água dificultando as degradações provenientes da presença do excesso de umidade na interface adesiva, torna-se relevante lembrar que a presença da água também é fundamental para a ativação das MMPs, ou seja, na ausência de água as MMPs não podem ser ativadas [21]. Portanto, torna-se relevante investigar a permeabilidade dentinária e o desempenho da resistência de união de um sistema adesivo universal aplicado em momentos diferentes com a combinação com o Laser e com a utilização do fosfato de cálcio, pois a permeabilidade pode influenciar com maior ou menor intensidade fatores que regulam o processo de adesão dos sistemas adesivos. Adicionalmente foi observado a interferência desses fatores na qualidade da interface resina-dentina por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV). 13 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Delineamento Experimental Para o teste de permeabilidade a análise estatística foi realizada por meio do percentual de redução da permeabilidade em relação aos valores máximos (P%), por outro lado para o teste de microtração será utilizado os valores da resistência de união (Mpa) dos palitos de dentina. 2.1.1 Unidades experimentais “Discos” de dentina humana “Palitos” de resina composta 2.1.2 Fatores de estudo Tratamento em 4 níveis (permeabilidade e microtração): a) FAL- Fosfato de Cálcio + Adesivo + Laser; b) FLAL- Fosfato de Cálcio + Laser + Adesivo + Laser; c) AL- Adesivo + Laser; d) LAL- Laser + Adesivo + Laser. 2.1.3 Variável de resposta 14 Percentual de permeabilidade (permeabilidade). Resistência de união (MPa) (microtração). 2.2 Adequações e preparo dos espécimes Quarenta terceiros molares humanos recém extraídos e livres de caries foram coletados após consentimento livre e esclarecido dos pacientes. O trabalho foi submetido à aprovação do comitê de ética e pesquisa com seres humanos Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP. Os dentes foram armazenados em água destilada a 4ºC, trocada 1 vez por semana, até o momento da utilização, não excedendo o período de 6 meses (ISO 11405). Para obtenção de amostras circulares de dimensões padronizadas, primeiro as raízes dos dentes foram embutidas em resina acrílica autopolimerizavel (Jet- Artigos Odontológicos, Clássico, São Paulo, SP, Brasil) vertida em tubo de PVC (poli cloreto de vinila) que foi encaixado em uma matriz de silicone industrial – Rodhorsil (Clássico, São Paulo, SP, Brasil) (Figura 1A) com medidas internas de 2 cm de diâmetro e 1,5 cm de altura, permanecendo toda a coroa exposta e a superfície oclusal paralela à base da resina acrílica (Figura 1B). Figura 1- Preparo dos dentes para obtenção dos espécimes. a) Inclusão da resina acrílica; b) Vista frontal do dente incluído. Realizaram-se duas secções, a primeira na superfície oclusal de esmalte foi removida com disco diamantado de dupla face montado em uma cortadora de precisão (Labcut 1010, Extec Technologies Inc., Enfield, CT, EUA) (Figura 3A e 3C), sob refrigeração à água, expondo uma superfície plana de dentina oclusal (Figura 15 3D). Em seguida, foi utilizada a Máquina para Corte de Amostras Circulares (Micro Mill – Washington, EUA)(Figura 3B), as coroas dentais embutidas em tubo de PVC foram fixadas em uma base posicionadora para permitir o corte das amostras cilíndricas de dentina (Figura 3E), com exatamente 6 mm de diâmetro utilizando uma broca trefina revestida por diamante com irrigação constante e após o término do corte foram levados novamente a uma cortadora de precisão (Figura 3F)(Labcut 1010, Extec Technologies Inc., Enfield, CT, EUA) para o segundo corte a 3mm do primeiro corte para separação da porção radicular (Figura 2G e 2H). A seguir as amostras foram levadas a uma politriz circular com lixa 600 a 300rpm sob refrigeração com agua (Figura 4A) (Fepa-P, Extec, Enfield, CT, USA), com auxílio de um dispositivo metálico para remover todo o excedente de esmalte (Figura 4B e 4C), obtendo-se um espécime de superfície plana com exatamente 1,6 mm de espessura em dentina e a superfície foi polida com lixas 2400 e 4000 (Fepa- P, Extec, Enfield, CT, USA), por 30s em cada uma, obtendo-se espécimes com espessura padronizada de 1,5 mm e adequada lisura superficial. Para identificar o lado pulpar do espécime, um pequeno risco foi realizado sobre essa superfície utilizando uma lâmina de bisturi número 12 (Med Blade), para verificação de trincas e uma superfície de dentina sem a presença de ilhas de esmalte as amostras foram observadas em estereomicroscopio eletrônico com aumento de 40x (steREO Discovery V20, G ttingen, Germany) (Figura 4D e 4E). Figura 2 – Preparo dos espécimes: A) Posicionamento da face oclusal do molar na broca; B) Obtenção do espécime cilíndrico cortado; C) Espécime cilíndrico com as dimensões finais. 16 Figura 3- Preparo dos espécimes. a) Cortadora de precisão (Labcut1010); b) Máquina para corte de amostras circulares; c) Secção da superficie oclusal do dente; d) Vista frontal do dente incluído sem superfície oclusal; e) Alinhamentoda superfície oclusal do dente incluído para que fique perpendicular ao longo eixo da trefina; f) Corte do dente de 6mmpara obtenção da amostra circular através de uma broca trefina diamantada com irrigação de água; g) Segunda secção para separação do espécime da porção radicular; h) Espécime cortado. 17 Figura 4- Padronização da espessura da amostra. a) Politriz circular; b) Posicionamento da amostra no orifício do dispositivo metalico; c) Desgaste na politriz; d) Estereomicroscopio eletrônico (steReo Discovery V20); e) Imagem da amostra do lado da dentina observada em estereomicroscopio eletrônico. 2.3 Mensurações da permeabilidade 2.3.1 Mensurações da permeabilidade dentinária inicial 18 Para a análise quantitativa da condutividade hidráulica, utilizou-se o sistema proposto por Pashley et al. (1981) [22], o qual foi especialmente desenvolvido para medição da permeabilidade dentinária. Para permitir a mensuração inicial da permeabilidade nessas amostras, a smear layer formada do lado pulpar dos espécimes foi removida utilizando ácido fosfórico a 37% por 15 segundos [23] (Figura 5). Figura 5- Remoção do smear layer do lado pulpar. A mensuração da permeabilidade foi realizada utilizando o modelo de câmara dividida (split chamber) através do aparelho THD-02b (Figura 6A e 6B)(Odeme Equipamentos Médicos e Odontológicos Ltda, Joaçaba, SC, Brasil). A câmara de perfusão permite a colocação do disco de dentina, exatamente na mesma posição, entre dois anéis de borracha do tipo O’Ring com abertura central de diâmetro padronizado (Figura 6C), os quais proporcionaram uma adequada vedação e determinando uma área de superfície dentinária padronizada de 0,075 cm2 exposta a pressão de 10 psi do lado pulpar (Figura 6D). 19 Figura 6- Descrição do aparelho THD-02b. a) Aparelho para mensuração da permeabilidade dentinária; b) Peças que compõem a máquina de permeabilidade; c) Anéis de borracha do tipo O’Ring; d) Manômetro regulado a pressão de 10 psi. Para a montagem dos discos de dentina na m quina coloca-se na c mara dividida, o O ring inferior do lado da c mara pulpar do disco dentin rio, depois posiciona-se O ring superior na amostra na parte superior que representa a face oclusal do dente, sendo que do lado da amostra da câmara pulpar foi colocado em contato com a água ultrapura sob pressão, enquanto o outro lado relativo a câmara pulpar ficou em contato com o ambiente em pressão atmosférica (1 atm) (Figura 7C, 7D, 7E, 7F e 7G). A água sai do reservatório e passou através de um tubo capilar, seguindo até a câmara de perfusão. Após o preenchimento de todo o sistema com a água ultrapura [66], uma pequena bolha de ar foi inserida através de uma seringa micrométrica penetrando no interior do capilar (Figura 7B). A taxa de movimento de fluído na dentina foi mensurada seguindo-se o deslocamento linear da bolha de ar dentro de um tubo capilar, através do qual passa a água, utilizando um paquímetro digital com resolução de 0,01 mm (Figura 7A), realizando-se três medidas consecutivas do movimento da bolha através do capilar, a fim de computar os valores médios de PMin para cada disco de dentina. Essas medidas eram representadas pela distância percorrida da bolha em mm/min [24,25] (Figura 7H). 20 Figura 7- Montagem da amostra na câmara de perfusão. a) Paquímetro digital, o qual medirá a taxa de movimento do fluído através da dentina pelo deslocamento linear da bolha de ar; b) Seringa micrométrica; c) Câmara de perfusão; d) Encai e do O ring inferior; e - f) Posicionamento da amostra; g) Posicionamento do O’ring superior e trava em forma de anel com 3 roscas; h)Bolha de ar se deslocando pelo capilar de vidro. Para que os cálculos da passagem dos fluídos pela dentina fossem realizados, inicialmente foi calculada a constante de proporcionalidade (CP) do movimento linear da bolha, dentro do tubo capilar, em relação ao volume de água deslocada. Como o capilar tem o diâmetro do calibre interno (DC) constante, 21 dividindo-se o volume interno de todo capilar (VI) em μL pelo seu comprimento (CO) em mm, obtém-se uma constate de proporcionalidade (CP) (Santiago. et al., 2006) [25]. Como o capilar tem um volume interno de 50 μl e 101 mm de comprimento total, o valor da constante de proporcionalidade será de 0,495. A taxa de filtração (Q), medida em μL.min, é o volume da solução que passou através dos túbulos dentinários e constatado através do deslocamento (DL) de uma bolha de ar introduzida no capilar em mm, sob pressão conhecida e constante, multiplicado pela constante de proporcionalidade (CP) e dividido pelo tempo de filtração (T) que percorrê em minutos [26]. Para cada leitura foi utilizado um tempo de filtração de 2 minutos Três leituras foram realizadas sucessivamente em cada disco, obtendo-se três valores de deslocamento linear (DL), dos quais será obtida uma média que será utilizada para o cálculo da taxa de filtração (Q) [26]. A permeabilidade dentinária foi expressa em valores de condutância hidráulica (Lp) [24,25,26,42]. A condutividade hidráulica (Lp) é entendida como o resultado do coeficiente entre a filtração dentinária (Q) e a pressão hidrostática (P), multiplicada pela área da superfície dentinária exposta (AS). Essas medidas podem ser obtidas pelas seguintes equações: Q = (DL x CP)/T Lp = Q / AS(P1-P2) Lp= condut ncia hidr ulica e pressa em μl.cm-2.min-1.cm H2O-1, Q= Taxa de filtração em μL.min-1, AS= área de superfície em cm2, P1= pressão hidrostática da solução dentro da câmara em cmH2O e P2=pressão atmosférica em cm H2O. A pressão hidrostática (P) foi convertida em cm H2O e mantida constante em 703,1 cm H2O durante todo o experimento. A área de superfície (AS) foi determinada pelo diâmetro dos espaçadores da câmara de filtração em 0,075 cm2. 2.3.2 Mensurações da permeabilidade dentinária máxima 22 Para simular a dentina com túbulos abertos presentes em áreas hipersensíveis, a smear layer das superfícies dentinárias externas, voltadas para o esmalte, foi removida usando ácido cítrico a 0,3% por 30 segundos em ultrassom (Figura 8) (Ultrasonic Cleaner 1440D, Odontobrás Indústria e Comércio, São Paulo,SP, Brasil) [22]. Figura 8- Remoção de smear layer para permeabilidade máxima. Após a abertura dos túbulos da superfície externa, a leitura da permeabilidade dentinária foi repetida em cada espécime através do aparelho de permeabilidade, conforme descrito anteriormente. Será obtido então o valor da condutância hidráulica máxima de cada amostra (Lpmax), representando a abertura total dos túbulos dentinários. Após a leitura, eles foram imersos novamente na água ultra pura (MEGApurity, Water Purification System, Billerica, USA) e lavados em ultrassom por 10 minutos (Ultrasonic Cleaner 1440D, Odontobrás Indústria e Comércio, São Paulo,SP, Brasil). 2.3.3 Permeabilidade após cada tratamento A permeabilidade de cada amostra, em cada momento da leitura após os respectivos tratamentos, foi calculada proporcionalmente como um percentual em relação à condutância hidráulica máxima, obtida após a abertura dos túbulos, a qual foi considerada uma permeabilidade de 100% [24,43,25]. A seguinte fórmula foi 23 aplicada: P% = (Lp x 100)/Lpmax P% = Percentual de permeabilidade em relação ao valor máximo; Lp = Condutância hidráulica em cada momento; Lpmax = condutância hidráulica máxima com os túbulos abertos. 2.4 Divisão dos grupos experimentais Para a realização dos tratamentos, os dentes foram divididos em dois grupos de acordo com a aplicação do fosfato de cálcio e cada grupo, por sua vez, foram subdividido novamente em dois subgrupos, os materiais foram utilizados de acordo com a indicação dos fabricantes: a) Com fosfato de cálcio (CFC): - grupo FAL, foi aplicado o TeethMate Desensitizer (Kuraray Notitake Dental Inc.) e o adesivo Single Bond Universal (3M-ESPE)foi aplicado ativamente em duas camadas durante 20 segundos e posteriormente foi aplicado um jato de ar (Figura 9C), em seguida foi feita a polimerização por 10 segundos (Figura 9D). O Laser de Nd: YAG foi aplicado em seguida a 1 mm de distância e perpendicular à superfície dentaria com comprimento de onda de emissão de 1,096 µm, não contato a 60 mJ de energia por pulso e 10 Hz, varrendo-se uma área média de 6 mm de diâmetro por 60 segundos utilizando a fibra ótica de quartzo com diâmetro de 320 µm, original do aparelho, e a largura do pulso de 0,1ms, com densidade de energia de 74,64 J/cm2 (Figura 9B). Em seguida foi feita a polimerização por 10 segundos. - grupo FLAL, os procedimentos para utilização do TeethMate Desensitizer (Kuraray Notitake Dental Inc.) foram exatamente iguais ao grupo anterior, entretanto após disso foi aplicado o Laser de Nd: YAG, com a finalidade de 24 fusão e recristalização da hidroxiapatita dentinária em presença do fosfato de di e tetracalcio especulando a redução da permeabilidade dentinária e em seguida o adesivo Single Bond Universal (3M-ESPE) e novamente o Laser de Nd: YAG conforme descrito por Gonçalves et al. (1999) e Matos et al. (1999) [16,28]. Em seguida foi feita a polimerização por 10 segundos. b) Sem fosfato de cálcio (CFC): - grupo AL, foi feito a aplicação do sistema adesivo Single Bond Universal (3M-ESPE) e em seguida o Laser de Nd:YAG conforme descrito nos outros grupos. - grupo LAL, foi feito a aplicação do Laser de Nd:YAG, com a finalidade de fusão e recristalização da hidroxiapatita dentinária especulando a redução da permeabilidade dentinária, em seguida o sistema adesivo Single Bond Universal (3M-ESPE) e novamente a aplicação do Laser de Nd:YAG, conforme descrito por Goncalves et al. (1999) [27]; Matos et al. (1999) [28]. Figura 9- Tipos de tratamento em dentina. a) Aplicação de TeethMate Desensitizer; b) Aplicação de laser Nd:YAG; c) Aplicação de Adesivo Single Bond Universal; d) Fotopolimerização depois da última aplicação do tratamento. 25 Dessa forma foram obtidos 4 subgrupos (n=10). A figura 10 mostra a divisão experimental dos grupos. Figura 10 - Delineamento dos grupos da pesquisa. 2.4.1 Características do laser e da técnica de irradiação Foi utilizado o aparelho Nd:YAG Laser (Nd:YAG Pulse Master 600 IQ Laser, American Dental Technologies, Corpus Christi, Texas, EUA)(Figura 10A), com comprimento de onda de emissão de 1,096 μm. O Nd:YAG Laser foi focado a 1 mm e perpendicular à superfície dentária, sem contato [28,30], varrendo-se uma área média de 6 mm de diâmetro por 60 segundos. No experimento, foi utilizada a fibra ótica de quartzo com di me tro de 320 μm, original do aparelho, e a largura do pulso de 0,1 ms. A etapa de irradiação do Nd:YAG Laser foi realizada por um único operador calibrado para manter padronizada a distância de 1 mm à superfície dentária. 26 2.4.2 Cálculo da densidade de energia A energia é uma grandeza física que expressa a quantidade de luz de Laser depositada no tecido irradiado, e depende do tempo de exposição no tecido em s, sendo expressa em J [29]. A densidade de energia, fluência ou dose de energia é o parâmetro mais importante para discutir os resultados obtidos. Pois essa é a grandeza que permite avaliar a dose de estimulação, inibição ou a não-manifestação dos efeitos no tecido irradiado [30]. A densidade de energia (DE) é taxa de energia por unidade de área aplicada no tecido irradiado, expressa em J/cm2 [29]. Para o substrato dentina, foram utilizados os seguintes parâmetros: 60 mJ de energia por pulso e 10 Hz (ou 10 pps) de freqüência (Figura 10B). A fibra ótica de quartzo utilizada possui diâmetro de 320 μm. Para c lculo da rea de secção transversal da fibra ótica do Laser, utilizou-se a equação: A = π. r2 Onde A é a rea de secção transversal, π é a constante matem tica 3,1415 e r é o raio da fibra ótica 0,016 (expressa em cm). A área calculada da secção tranversal para cada pulso foi 0,00080384 cm2. Para cálculo da DE (densidade de energia) na dentina, utilizou-se a equação: DE = E / A Onde DE é a densidade de energia, E é a energia irradiada 0,06 (expressa em J) e A é a área da secção transversal da fibra óptica 0,00080384 (expressa em cm2). A DE a ser utilizada para a dentina será de 74,64 J/cm2. 27 Figura 11- Características do laser. a) Laser de Nd:YAG; b) Energia aplicada. Todos os materiais, fabricantes e composições estão listados no Quadro 1. Quadro 1 - Materiais utilizados no estudo: material, marca comercial, fabricante e composição Material Marca Comercial Fabricante Composição Ácido fosfórico Magic Acid Vigodent/ Rio de Janeiro, RJ Ácido Fosfórico 37% Sistema Adesivo Single Bond Universal 3M ESPE, St. Paul, MN, EUA MDP, Bis-GMA, HEMA, diuretano dimetacrilato, copolímero do ácido polialcenóico, canforoquinona, água, etanol, glicerol, dimetacrilato, nanopartículas de sílica Resina composta Filtek-Z 350XT 3M ESPE, St. Paul, MN, EUA Bis-GMA, UDMA, TEGDMA, Bis-EMA, nanosílica filler, zircônia/ partículas de sílica Laser de Nd: YAG Pulse Master 600 IQ American Dental Technology- USA Comprimento de onda de 1,064μm e fibra óptica de 320 m. Desensibilizante TeethMate Desensitizer Kuraray Notitake Dental Inc. Powder: Tetra-calcium phosphate, dicalcium phosphate anhydrous Liquid: Water, preservative 28 2.5 Técnica Restauradora Após a aplicação das diferentes técnicas adesivas, foram adicionados 2 incrementos de 1,5 mm de espessura da resina composta nanoparticulada (Filtek Z 350 XT - 3M-ESPE - Cor A2) em todos espécimes. Estes foram fotoativados, um de cada vez, por 20 s, a uma distância padronizada, com o aparelho fotopolimerizador de LED, emissor de luz azul, comprimento de onda que varia entre 440 nm a 480 nm com uma densidade de potência de 1200 mW/cm2 (Radii-cal, SDI, Victoria, Austrália). 2.6 Ciclagem Termomecânica Os espécimes foram submetidos ao desgaste termomecânico para simulação do envelhecimento de 6 meses ocorrido na cavidade bucal, por meio da máquina de ciclagem Termomêcanica ER 37000 (ERIOSEquipamentos Técnicos e Científicos Ltda., São Paulo, SP, Brasil). As amostras sofreram 120.000 ciclos mecânicos e 5.000 ciclos térmicos com banhos em agua durante 30 segundos para cada temperatura (5 ± 2 C, 37 ± 2 C e 55 ± 2 C) [31]. 2.7 Teste de resistência à microtração Após a termociclagem, os corpos-de-prova foram submetidos ao teste mecânico laboratorial, para avaliação da resistência da união às tensões de microtração. Este teste foi realizado em uma máquina de ensaios universal EMIC DL2000 com uma célula de carga de 10 kg. Esta máquina possui um terminal de computador acoplado, preparado para efetuar a leitura dos dados transmitidos pelo ensaio mecânico, por meio de um programa próprio. Os espécimes foram fixados a 29 uma base de resina acrílica transparente ativada quimicamente, com cera pegajosa. Após a fixação, os espécimes foram seccionados, com o auxílio de uma cortadeira de precisão Isomet (Buehler Ltd, Lake Bluff, IL, EUA) sob irrigação com água, em prismas de secção quadrangular, denominadas “palitos”, com dimensões aproximadas de 1 mm x 1 mm. Cada espécime apresentou em média 8 “palitos”, cuja área da interface adesiva foi medida com o paquímetro digital. Os palitos foram fixados individualmente pelas suas extremidades com cianoacrilato em gel (Zapit, Dental Ventures of American, Corona, CA, EUA) no dispositivo de microtração metálico, para realização do ensaio de microtração na máquina de testes, a uma velocidade de 0,5 mm/min, no momento da fratura, o teste foi automaticamente interrompido (Figura 12). Ao final do ensaio as partes fraturadas foram analisadas quanto ao padrão de fratura em esteroscópico (steREO Discovery V20, G ttingen, Germany), e classificadas em fratura coesiva em resina, coesiva em dentina, adesiva e mista. As falhas pré-teste e fraturas coesivas em resina e dentina não foram consideradas (Figura 13). Figura 12- A) Amostra fixada sobre resina acrílica; B) Corte longitudinal da amostra; C) Corte transversal da amostra; D) Paquímetro medindo palito; E) Palito colado no dispositivo de metal; F) Dispositivo na máquina de testes universais; G) Palito fraturado. A B C D E F G 30 Adesiva - Para fraturas em que a falha ocorreu na interface adesivo- estrutura dental ou na interface entre o adesivo e a resina composta, em mais de 75% da área analisada. Coesiva em resina - Para fraturas em que a falha ocorreu predominantemente no interior da resina composta, cerca de 75%. Coesivas na estrutura dental - Para fratura em que a falha ocorreu predominantemente no interior da estrutura dental, cerca de 75%. Mista - Para fraturas nas quais não existiu uma predominância maior que 75% de qualquer tipo de falha. Figura 13 - Tipos de Fratura. 2.8 Forma de análise dos resultados Neste estudo, para o teste de permeabilidade a análise estatística foi realizada por meio do percentual de redução da permeabilidade em relação aos valores máximos (P%), por outro lado para o teste de microtração foram utilizados os valores da resistência de união (Mpa) dos “palitos” de dentina. Os dados foram analisados estatisticamente, sendo avaliados quanto à sua normalidade, por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. Caso estes tenham apresentado distribuição normal, ambos os dados foram analisados pelo teste da análise de variância (ANOVA) 31 paramétrica e pelo Teste t pareado, sendo adotado o nível de significância de 5% para tomada de decisões. As seguintes hipóteses estatísticas foram analisadas: H01- Os diferentes tipos de tratamentos na dentina não influenciam significativamente na permeabilidade dentinária; H02- Os diferentes tratamentos na dentina não influenciam significativamente a resistência de união entre a dentina e a resina; H03- A permeabilidade dentinária não influencia significativamente a resistência de união. 32 3 RESULTADOS Os dados obtidos serão apresentados em duas partes: análise estatística e análise das imagens obtidas por MEV referentes à obliteração dos túbulos dentinários dos grupos após os diferentes tratamentos. 3.1 Análise estatística 3.1.1 Estatística para permeabilidade dentinária Os grupos foram comparados entre si e em cada momento da avaliação utilizando ANOVA a 1 fator, os resultados podem ser observados na Tabela 1, evidenciando que não tem diferenças significativas entre os grupos. Os resultados para o teste-t não pareado para amostras dependentes compararam a porcentagem de permeabilidade para cada grupo com smear layer presente (Inicial) e depois do tratamento (final) em relação ao valor máximo, como mostra na Tabela 1. Diferenças significativas foram observadas apenas para os grupos LAL (Laser + Adesivo + Laser) e FLAL (Fosfato + Laser + Adesivo + Laser) que promoveu uma redução significativa da permeabilidade em relação à inicial. Os meios de redução da permeabilidade para todos os grupos, inicial e final pode ser visto na Figura 11. 33 Tabela 1- Resultados do teste ANOVA a um fator e teste t não pareado para permeabilidade Grupos Inicial Final Teste t AL 44,95 (±23,42) 39,09 (±18,96) p=0,70 (t=0,38) LAL 47,40 (±10,64) 35,78 (±11,009) p=0,005 (t=3,67) FAL 35,84 (±11,13) 34,23 (±15,99) p=0,37 (t=0,92) FLAL 49,42 (±17,82) 30,25 (±17,42) p=0,0001 (t=6,09) ANOVA 1 fator p=0,48 (f=0,91)* p=0,70 (f=0,59)** *Resultado da ANOVA um fator para a comparação entre os grupos na avaliação inicial **Resultado da ANOVA um fator para a comparação entre os grupos na avaliação final ***Teste t não pareado para a comparação inicial versus final Fonte: Elaborado pelo autor. Gráfico 1- Gráfico que mostra a permeabilidade inicial e final de cada grupo. 3.1.2 Estatística para resistência de união Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) a dois fatores para os fatores “Fosfato” e “Tratamento”. Os resultados do teste ANOVA dois fatores (Tabela 2), mostraram que houve uma diferença significante para o fator 34 Fosfato e na interação entre eles. Tabela 2- Resultados do teste ANOVA a dois fatores para a resistência de união FATORES SQ GL MQ F p Fosfato 0,11 1 0,11 0,02 0,89 Tratamento 30,54 1 30,54 5,10 0,03 Tratamento x Fosfato 0,03 1 0,03 0,01 0,94 GL = grau de liberdade; SQ = soma quadrática; MQ = média quadrática; F = variância; p- valor = probabilidade. * Diferenças estatisticamente significantes (p<0,05). Fonte: Elaborado pelo autor. Dessa forma o Teste de Tukey (5%) foi realizado para os fatores:” Tratamento” e “Fosfato”, assim como a interação entre eles. A tabela 3 mostra que não ocorreu diferença significante entre o fator Tratamento. Tabela 3- Resultados do teste de Tukey 5% para o fator Tratamento Tratamento Média (Mpa) ±DP Grupos Homogêneos LAL 30,52 2,18 A AL 30,62 2,86 A Na avaliação do fator Fosfato (Tabela 4), observou-se que houve uma diferença significante quando foi aplicado ou não o Fosfato de Cálcio. Tabela 4- Resultados do teste de Tukey 5% para o fator Fosfato Fosfato Média (Mpa) DP Grupos Homogêneos SF 29,69 2,64 A CF 31,44 2,08 B 35 Quando o Teste Tukey (5%) foi realizado para a interação dos fatores (Tabela 5), foi observado que nao houve diferenca estatista significante entre os grupos. Tabela 5- Resultados do teste de Tukey 5% para a interação dos fatores Tratamento x Fosfato Tratamento Fosfato Média (Mpa) DP Grupos Homogêneos LAL SF 29,67 2,30 A AL SF 29,72 3,07 A LAL CF 31,36 1,77 A AL CF 31,52 2,45 A As medias de resistência de união de todos os grupos, podem ser vistas no Gráfico 2. Gráfico 2- Gráfico que mostra as medias dos grupos em Mpa. 36 O gráfico 3 mostra a porcentagem do tipo de fratura obtido por cada grupo após a realização do teste de microtração. Gráfico 3- Gráfico que mostra a porcentagem do tipo de fratura obtido por cada grupo 3.1.3 Correlação para teste de permeabilidade e resistência de união A correlação entre a permeabilidade e a resistência de união mostrou que não houve correlação entre os resultados. A permeabilidade não influenciou na resistência de união, mostrando uma correlação negativa desprezível. 37 3.2 Microscopia Eletrônica de Varredura As imagens obtidas pelo MEV da porção de dentina do “palito” fraturado seguem abaixo nas figuras de a com aumentos de 2000 x e 15, 20 ou 25 KV de potência. A figura 14 apresenta a fotomicrografia de MEV da porção de dentina do palito fraturado do grupo Adesivo + Laser com e sem previa aplicação do Fosfato de Cálcio. A figura A (2000 x/25 KV) mostra porção de dentina do palito fraturado do grupo Adesivo + Laser, com a entrada dos túbulos dentinários obliterados. A figura B (2000 x/25 KV) mostra porção de dentina do palito fraturado do grupo Adesivo + Laser com previa aplicação de Fosfato, com a entrada dos túbulos dentinários obliterados. 38 Figura 14- Fotomicrografia de MEV da porção de dentina do palito fraturado do grupo Adesivo + Laser com e sem previa aplicação do Fosfato de Cálcio. A figura 15 apresenta a fotomicrografia de MEV da porção de dentina do palito fraturado do grupo Laser + Adesivo + Laser com e sem previa aplicação do Fosfato de Cálcio. A figura A (2000 x/25 KV) mostra porção de dentina do palito fraturado do grupo Laser + Adesivo + Laser, com a entrada dos túbulos dentinários obliterados. A figura B (2000 x/25 KV)) mostra porção de dentina do palito fraturado do grupo Laser + Adesivo + Laser com previa aplicação de Fosfato, com a entrada dos túbulos dentinários obliterados. Figura 15- fotomicrografia de MEV da porção de dentina do palito fraturado do grupo Laser + Adesivo + Laser com e sem previa aplicação do Fosfato de Cálcio. 39 4 DISCUSSÃO A Odontologia evolui nos últimos anos, conseguindo simplificar passos operatórios com o desenvolvimento de vários materiais restauradores. Dentre destes materiais temos os sistemas adesivos, compostos por monômeros resinosos de diferente natureza. Pelo avanço na área da adesão, pesquisas objetivam análises na resistência adesiva e seu comportamento através do tempo [32]. A adesão num substrato de esmalte é facilmente conseguida quando comparado ao substrato dentinário, sendo o mecanismo de união de sistemas adesivos à dentina um grande desafio. Uma característica da dentina é que na sua estrutura é penetrada por uma malha de canalículos que contém um grande volume de água, tornando-a um substrato úmido, fator que pode contribuir negativamente na longevidade dos procedimentos adesivos. Varias técnicas foram propostas para melhorar as condições encontradas no substrato dentinário, dentre das quais esta a utilização de varias formas de energia laser como o Nd:YAG e aplicação de vários tratamentos da superfície [33]. De acordo com o sistema sugerido por Pashley e Gallowey (1985) [23], discutiremos como diversos tratamentos tem a capacidade da obliteração de túbulos e redução da permeabilidade dentinária, assim como influência na resistência de união dente-material restaurador. A discussão deste trabalho foi dividida em duas partes. Na primeira parte as metodologias utilizadas no estudo, e na segunda parte a discussão dos resultados encontrados. 4.1 Da Metodologia Para este estudo foram utilizados terceiros molares hígidos, com o fim de simular as condições in vivo [34], a qual reflete resultados mais próximos a realidade. Existe uma dificuldade para se obter dentes humanos hígidos, sendo uma 40 desvantagem a querer formar grandes grupos experimentais. Apesar de maior tempo para aquisição dos dentes, preferimos optar por este substrato. Assim, conforme dados observados na literatura, no presente trabalho foi utilizado dez dentes por cada grupo experimental [28,43]. A coleta dos dentes foram de pacientes entre 18 e 25 anos de idade por indicação ortodôntica ou cirúrgica, com a finalidade de padronizar as características de maturação da estrutura dental e foram doados baixo um termo de consentimento e submetidos a comitê de ética. Os dentes foram armazenados em água destilada a 4ºC, trocada 1 vez por semana, até o momento da utilização, não excedendo o período de 6 meses (ISO 11405). Neste estudo obtou-se pela estocagem em freezer com a finalidade de evitar variações na permeabilidade (goodis91) e como método eficiente de armazanamento para dentes com finalidade a analise de resistência de união e assim também manter o colágeno dentinario o mais próximo das condições in vivo (Tonami-titley). Para o teste de permeabilidade, dois tipos de espécimes foram encontrados na literatura, um em forma de disco [24, 25, 43] e outro que utiliza segmentos de coroas [35,36,37]. Os discos de dentina são mais utilizados por possuir varias vantagens como facilidade de manuseio, bom acabamento dos espécimes e uma espessura uniforme em comparação com os segmentos de coroa, que pela estrutura da sua câmera pulpar possuem espessura de dentina variáveis [38]. Para obtenção dos espécimes, os dentes foram cortados e lixados até remover o esmalte e expor a dentina do lado oclusal, seguido pelo corte com uma trefina circular de aproximadamente 6 mm de diâmetro para remocao do esmalte que circunda o dente. Vários autores para avaliar a permeabilidade usaram discos com uma espessura de 1 mm [24,25,26,43]. Para obter a espessura foi feito um estudo piloto, na qual foi testado a espessura de 2 mm pensando em não deixar uma espessura muito fina para o teste da resistência de união. Porém, pela característica do lado pulpar da dentina, por possuir a presença dos cornos pulpares e uma região irregular que pode influenciar na permeabilidade dentinária, foi lixada e polida com ajuda de um dispositivo metálico numa politriz com diferentes gramaturas de lixas. Assim, com a finalidade de compensar essas diferenças regionais e obter amostras de discos padronizados, de espessura de aproximadamente 1,5 mm [39]. 41 Neste estudo para mensuração da permeabilidade dentinária foi aplicado o método de Pashley (1981) [22]. Para permitir o registro da permeabilidade inicial, foi removido o smear layer do lado pulpar dos discos de dentina, aplicando acido fosfórico a 37% por 15 segundos [23,24]. A condutância hidráulica foi mensurada aplicando uma pressão de 10 psi [24,25,40], que permitiu o movimento do fluido através do sistema e do disco de dentina. A pressão utilizada difere da pressão fisiológica de aproximadamente 0,5 psi [34,41,], o que atrasaria a leitura e o movimento lento da bolha, pela pressão reduzida. Para simular regiões com túbulos abertos e ter uma referencia com as outras mensurações foi realizada a permeabilidade máxima, já que representa o 100%. Para remoção do smear layer das superfícies externas, os discos de dentina foram submergidos em solução de acido cítrico a 0,3% por 30 segundos usando ultrassom [22]. Considerando este tipo de ensaio, independentemente dos parâmetros usados, é que cada espécime serve como controle de si mesmo, o que reduz a diferença que podem ter entre os espécimes. A solução utilizada no presente estudo foi a agua ultrapura que difere do fluido dentinário in vivo, com a finalidade de não influênciar nos resultados, por qualquer componente mineral pudesse interferir na infiltração [42]. A ultima medição de permeabilidade foi realizada depois da aplicação de cada tratamento, com o fim de estabelecer que tratamento foi mais eficaz. Assim, quando o tratamento tem uma maior redução da taxa de filtração, teoricamente, mais durável é o efeito oclusivo [43]. Os tratamentos realizados foram associados, o fosfato de cálcio, adesivo e Laser Nd:YAG. A irradiação do Laser Nd:YAG sobre a dentina provoca alterações morfológicas, como a fusão e solidificação da dentina, além de reduzir o conteúdo de material orgânico [13]. Assim, a dentina pode obter uma permeabilidade reduzida como consequência da recristalização do substrato [44]. Na literatura encontramos que há relatos que as primeiras aplicações do laser foram previamente a qualquer tratamento restaurador, na qual Rolla et al. (2006) [45] demonstrou que há um aumento na resistência adesiva, porém outros pesquisadores mostram que há uma redução na resistência adesiva [16,28,33]. Razão pela qual neste estudo a aplicação do Laser foi aplicado previamente e após do sistema adesivo. 42 Para a aplicação de Laser, estudos tem mostrado a dificuldade de padronização dos parâmetros utilizados. Considerando isto, os efeitos produzidos pelos laseres dependem da intensidade de energia e da dose aplicada [46,50,62,]. Os parâmetros deste estudo foram escolhidos pelo resultado encontrados por Silva (2013) [47], que avaliou a influência da aplicação do Nd:YAG na variação da temperatura pulpar. Demostrou que o parâmetro de 60 mj/ pulso, resulto ser mais segura para a vitalidade pulpar. Um produto utilizado neste estudo é o Fosfato de cálcio, utilizado na clinica como dessensibilizante. Na literatura encontramos vários produtos para o tratamento da sensibilidade, utilizados com eficácia na redução da permeabilidade dentinária [48-51]. No trabalho de Zhou (2016) [52], relatou que a utilização de Fosfato de cálcio teve um desempenho superior com demais produtos indicados para esta finalidade, mostrando uma redução maior da permeabilidade. O sistema adesivo usado neste estudo foi o Scothbond Universal Adhesive, e aplicado pela técnica de autocondicionante com as recomendações do fabricante. A infiltração do sistema adesivo proporciona um selamento dos túbulos dentinários quando realizada corretamente [53,54]. O uso de adesivos tem efetividade para redução de permeabilidade, mas diminui com o tempo [55]. Por isso, alternativas para melhorar a penetração adesiva e a longevidade foram desenvolvidas, como a utilização da energia laser. Após os diferentes tratamentos e realizado o processo restaurador, para verificar a degradação da interfase adesiva que ocorre ao longo do tempo e simular as situações que ocorrem no meio bucal foi aplicado um envelhecimento artificial. Dentre dos tipos de envelhecimentos relatados na literatura, para este estudo foi escolhido o método da ciclagem termomecânica. Para a escolha dos ciclos térmicos teve como base a revisão de literatura de Gale e Darvell (1999) [56], que relatou que a aplicação de 10.000 ciclos térmicos seriam correspondentes a um ano in vivo, desse modo 5.000 ciclos térmicos corresponderiam a 6 meses in vivo, que foi aplicado neste estudo. Para a escolha dos ciclos mecânicos foi baseado no trabalho de Blatz et al. (2008) [57], onde 1,2 milhões de ciclos corresponderiam a 5 anos in vivo, desse modo 120.000 ciclos mecânicos corresponderiam a 6 meses in vivo, que foi aplicado neste estudo. 43 Para avaliar a resistência adesiva foi aplicado o método de microtração, amplamente empregado, sendo Sano et al. (1994) [58] o primeiro em empregar este método. Para realizar o teste utilizamos espécimen em forma de palito com uma área de aproximadamente de 1mm2 . Essa característica permite a obtenção de um maior número de amostras, maior resistência e menor número de falhas [58,59]. 4.2 Dos Resultados A primeira parte deste estudo, teve como objetivo avaliar os efeitos de vários tratamentos na permeabilidade dentinária, sua capacidade de reduzir a mesma. Considerando que a diminuição da quantidade de fluido pode contribuir a uma menor degradação da interfase adesiva. Todos os tratamentos testados produziram algum grau de alteração da condutância hidráulica. Na literatura, aquele que se aproxima da permeabilidade mínima é tido como um bom resultado, isto é, a capacidade obstrutiva semelhante ao conseguido pela smear layer [60]. Como se pode observar na Tabela 1, a média dos valores da permeabilidade após os tratamentos comparado com a permeabilidade mínima, foi capaz de reduzir a permeabilidade em relação a permeabilidade máxima. Os resultados deste estudo, foram avaliados pelo teste de ANOVA a 1 fator, podendo observar que não houve diferença significativa entre os grupos. Isso quer dizer que os resultados indicam que os diferentes tratamentos são capazes de bloquear a movimentação do fluido dentinário dentro dos túbulos de maneira semelhante. Dessa forma, alguns autores relatam que quando os tratamentos não são estatisticamente significante na redução da permeabilidade dentinária, pode não ser eficaz in vivo [26]. Para mostrar a eficácia após os diferentes tratamentos comparando com a permeabilidade inicial, foi aplicado o teste-t não pareado para amostras dependentes em relação ao valor máximo, como mostra na Tabela 1. Diferenças significativas foram observadas apenas para os grupos LAL (Laser + Adesivo + Laser) e FLAL 44 (Fosfato + Laser + Adesivo + Laser) que promoveu uma redução significativa da permeabilidade em relação à inicial. A permeabilidade após o tratamento com laser aplicado prévio ao sistema adesivo mostrou diferença com a permeabilidade mínima, que concorda com os resultados encontrados na literatura [61-65]. Porém, o efeito da associação com laser aplicado antes do sistema adesivo, pode ter um efeito deletério na interfase adesiva, segundo relatado por vários autores que melhor momento para aplicar a irradiação laser é depois do sistema adesivo [27,33]. Vários produtos indicados para sensibilidade dentinária são aplicados para a redução da permeabilidade [48,50,51]. Thanatvarakorn et al. (2013) [66] afirmaram que o uso de Fosfato de Cálcio se mostra efetivo a longo prazo, que pelas suas propriedades químicas promovem aumento de cristais após do desafio em saliva. Porem estatisticamente os dois grupos com melhor resultado não mostraram muita diferença entre eles quando a associação com o Fosfato. Como se pode observar, a interação de vários produtos como os utilizados neste estudo, levo a uma redução maior da permeabilidade comparado aos outros grupos. A capacidade do laser para resolidificar a dentina [67] e interagir com outros produtos, pode aumentar a durabilidade dos tratamentos. Tosun et al. 2016 [68] afirmaram que quando o laser era combinado com clinpro melhorou a capacidade de obliteração tubular, mas o laser reduziu a penetração do clinpro. Os produtos à base de Fosfato de cálcio apresentam características que permitem maior penetração nos túbulos, pois o pequeno diâmetro de suas partículas e sua morfologia aumentam sua área superficial. Para os resultados da microtração foi aplicado o teste ANOVA a 2 fatores, considerando o fator Tratamento (associação de adesivo, Fosfato de cálcio e laser Nd:YAG) e o fator Fosfato (tratamentos com e sem aplicação do Fosfato de calcio), não mostrando uma diferença significante no fator Tratamento mas sim na interação entre eles. Foi aplicado o teste de tukey (5%). Considerando o fator Fosfato, observou-se que teve uma diferença significante quando foi aplicado ou não o Fosfato de Cálcio previamente aos diferentes tratamentos. Mostrando que a aplicação deste produto influência na resistência de união, pois na média dos valores houve um leve aumento quando os tratamentos foram aplicados com o fosfato de cálcio. 45 Para a interação dos fatores, foi observado que os resultados nao diferiram estatisticamente entre grupos, os quais não apresentaram diferenças estatisticamente significantes. Sendo assim, a aplicação do Fosfato previa ao sistema adesivo não comprometeu a resistência de união. 46 5 CONCLUSÃO Os diferentes tipos de tratamentos na dentina influenciam significativamente na permeabilidade dentinária; Os diferentes tratamentos na dentina não influenciam significativamente a resistência de união entre a dentina e a resina; A permeabilidade dentinária não influencia significativamente a resistência de união. 47 REFERÊNCIAS 1. Buonocore MG. A simple method of increasing the adhesion of acrylic filling materials to enamel surfaces. J Dent Res. 1955 Dec;34(6):849-53. 2. Nakabayashi N, Kojima K, Masuhara E. The promotion of adhesion by the infiltration of monomers into tooth substrates. J Biomed Mater Res. 1982;16(3):265-73. 3. Carvalho RM, Yoshiyama M, Pashley EL, Pashley DH. In vitro study on the dimensional changes of human dentine after demineralization. Arch Oral Biol. 1996;41(4):369-77. 4. 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