Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 3 UNESP – UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO NÚCLEOS DE ENSINO DA UNESP ARTIGOS DOS PROJETOS REALIZADOS EM 2009 ORGANIZADORES SHEILA ZAMBELLO DE PINHO JOSÉ BRÁS BARRETO DE OLIVEIRA São Paulo 2011 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 5 Ficha Técnica 2011 @ Cultura Acadêmica Editora Pró-Reitoria de Graduação da Unesp N964 Núcleos de Ensino da Unesp [recurso eletrônico] : artigos dos projetos realizados em 2009 / Sheila Zambello de Pinho, José Brás Barreto de Oliveira (Org.). – Dados eletrônicos (1 arquivo). – São Paulo : Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria de Graduação, 2011 Requisitos do sistema : Adobe Acrobat Reader Modo de acesso : World Wide Web Resumo : Reúne artigos dos projetos de 2009 dos Núcleos de En- sino da Unesp ISBN 978-85-7983-182-9 Educação – Projetos – Unesp. I. Pinho, Sheila Zambello de. II. Oli- veira, José Brás Barreto de. III. Universidade Estadual Paulista. Pró- -Reitoria de Graduação. CDD 378.816 Ficha catalográfica elaborada pela Coordenadoria Geral de Bibliotecas da Unesp Vários autores. Bibliografia. Editoração Eletrônica: Info ABR Projeto Gráfico Liliam Lungarezi Capa: Andrea Yanaguita Artigos originais dos autores Apoio: Coordenadores dos Núcleos de Ensino da Unesp Fomentos: Programa Núcleos de Ensino da Unesp Pró-Reitoria de Graduação – Reitoria Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 7 Dirigentes da Unesp Vice-Reitor no exercício da Reitoria Julio Cezar Durigan Pró-Reitora de Graduação Sheila Zambello de Pinho Pró-Reitora de Pós-Graduação Marilza Vieira Cunha Rudge Pró-Reitora de Pesquisa Maria José Soares Mendes Giannini Pró-Reitora de Extensão Universitária Maria Amélia Máximo de Araújo Pró-Reitor de Administração Ricardo Samih Georges Abi Rached Secretária Geral Maria Dalva Silva Pagotto Chefe de Gabinete Carlos Antonio Gamero Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 9 Pró-Reitoria de Graduação Pró-Reitora Sheila Zambello de Pinho Secretária Silvia Regina Carão Assessoria José Brás Barreto de Oliveira Klaus Schlünzen Junior (Coordenador Geral – NEaD) Maria de Lourdes Spazziani Técnica Bambina Maria Migliori Camila Gomes da Silva Cecília Specian Eduardo Luis Campos Lima Fúlvia Maria Pavan Anderlini Gisleide Alves Anhesim Portes Ivonette de Mattos Maria Emília Araújo Gonçalves Maria Selma Souza Santos Renata Sampaio Alves de Souza Sergio Henrique Carregari Vitor Monteiro dos Santos Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 11 Livro Eletrônico Institucional As normas para publicação dos artigos resultantes dos projetos realizados por docentes e discentes da Unesp, em parceria com a rede pública de ensino (munici- pal ou estadual) do estado de São Paulo, em atendimento ao programa dos núcle- os de ensino da unesp, são divulgadas anualmente aos docentes desta instituição. É permitida a reprodução do material escrito nesta Publicação com a devida indicação da fonte e autoria. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Pró-Reitoria de Graduação -2011 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 13 Apresentação A Unesp desenvolveu no ano de 2009, por meio do Programa Núcleos de Ensino, em parceria com 288 escolas públicas estaduais e municipais, 168 projetos que contaram com a participação de 434 estudantes bolsistas. Os projetos visaram contribuir com a escola pú- blica na reflexão sobre algumas de suas questões cruciais e com eventuais encaminhamen- tos; também, visaram propiciar aos estudantes da Universidade, principalmente dos cursos de Licenciatura, oportunidade para melhor refletirem sobre a prática docente, tendo por referência a realidade da escola pública. Os projetos do Programa abordam temáticas diversificadas e envolvem atividades que se relacionam ao ensino de graduação, à pesquisa e à extensão universitária gerando ex- tenso conjunto de informações e de novos conhecimentos, qualificados para subsidiar o desenvolvimento de outros trabalhos da área educacional. Dos trabalhos que foram realizados em 2009 derivaram os 105 artigos que compõem o presente Livro Eletrônico, um aumento de 18% relativamente ao Livro de 2008, e que estão distribuídos em 10 eixos temáticos. Os assuntos abordados ora têm caráter mais geral ao tratar, por exemplo, das práticas pedagógicas e dos conceitos e metodologias do processo de ensino aprendizagem, ora têm caráter mais específico como a educação mate- mática ou a educação especial. A Pró-Reitoria de Graduação da Unesp tem procurado, a cada ano, proporcionar as me- lhores condições para a condução do Programa Núcleos de Ensino, incluindo as trocas de experiências entre os participantes dos projetos do próprio Programa, bem como a intera- ção com docentes e discentes que atuam em trabalhos correlatos, por exemplo, o Programa de Institucional de Iniciação à Docência – PIBID. Dessa maneira, esperamos estar contri- buindo para fortalecer e dar maior efetividade às ações da Unesp no campo da formação de professores, que historicamente constitui uma das principais vocações da Instituição. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP APRESENTAÇÃO ............................................................................................... CAPÍTULO I – PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO CONTEXTO ESCOLAR E SOCIAL A EXPERIMENTAÇÃO INVESTIGATIVA E A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS: O EXPERIMENTO DA COMBUSTÃO DA VELA E AS CONCEPÇÕES DE ALUNOS DE EDUCAÇÃO BÁSICA, LICECIANDOS E PROFESSORES EM EXERCÍCIO Silvia Regina Quijadas Aro Zuliani, Rodrigo José Cristiano Gazola, Adriano César Mazotti, Camila Schimite Molero, Carolina Borghi Mendes, Denise Fernandes de Mello, Emilia de Mendonça Rosa Marques, Jandira Liria Biscalquini Talamoni, José Humberto Dias da Silva, karina Barrezzi, Olavo Speranza de Arruda. ...................43 ABORDAGENS INTERDISCIPLINARES DA LUZ EM ENSINO DE CIÊNCIAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA Mario Susumo Haga, Kuniko Iwamoto Haga, Aline de Souza Caetano, Matheus Tabata Santos, Karina Achcar .................................................................................55 AS CULTURAS DA INFÂNCIA E OS ESPAÇOS PEDAGÓGICOS: EM BUSCA DE INTERLOCUÇÃO. José Milton de Lima, Márcia Regina Canhoto de Lima, Jucileny Bochorny, Thaís Duarte, Larissa Aparecida Trindade dos Santos......................................................75 BRINCADEIRAS E FANTASIAS PERMEANDO A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Márcia Regina Canhoto de Lima, José Milton de Lima, Amanda Pires Chaves, Janaína Hellen Lima Santos, Leonardo De Ângelo Orlandi, Sabrina de Melo Correia da Silva, Talita Sousa Ameduri, Thaiz Negrizolli Lemes, Tony Aparecido Moreira ...............................................................................................................89 CLUBE DE CIÊNCIAS: A CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO DINÂMICO DE INVESTIGAÇÃO, COMPARTILHAMENTO E CONQUISTAS Lucia Maria Paleari, Demétrius Lira Martins; Isadora Soares Galvanese, Lotufo, João Paulo Becker Junior; Gabriel Massaine Moulatlet; Vivian Tiemi Hamamoto Cypriano; Mariana Costa Beltran de Barros .........................................................109 DESVENDANDO A CRIATIVIDADE DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Manuela Aparecida Marini Cristóvão, Elizabeth Piemonte Constantino ............123 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP DIREITOS HUMANOS, GÊNERO E INCLUSÃO: CONSTRUINDO VALORES HUMANOS NA ESCOLA Tânia Suely Antonelli Marcelino Brabo ...............................................................141 EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA E AS NOVAS ORIENTAÇÕES PARA O ENSINO MÉDIO Suraya Cristina Darido, Aline Fernanda Ferreira, Luiz Gustavo Bonatto Rufino, Sissy Bianca Maia Oishi .......................................................................................157 ESCOLA, PRÁTICAS ESCOLARES E MEMÓRIA Raquel Lazzari Leite Barbosa, Sérgio Fabiano Annibal, Bruno Garcia dos Santos .... 177 IMPLANTAÇÃO DE UM CLUBE DE CIÊNCIAS EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE JABOTICABAL- SP Bruna Carolina Mouro, Natiane Bonani Lopes de Castro, Thaís Gimenez da Silva Augusto .................................................................................................................189 JOVENS NO CONTEXTO ESCOLAR: REFLEXÕES INICIAIS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA Lílian Aparecida Ferreira, Naiara Martins Silva, André Thiago Rossito Góes ......201 O PAPEL DO LÚDICO NA VIDA DO ALUNO E A INTERVENÇÃO REALIZADA PELO PROJETO BRINQUEDOTECA E APRENDIZAGEM NA ESCOLA. Fábio Camargo Bandeira Villela ...........................................................................219 RELAÇÕES INTERPESSOAIS EM SALA DE AULA: TRABALHANDO COM CRIANÇAS EXCESSIVAMENTE TÍMIDAS E AGRESSIVAS Andréia Cristiane Silva Wiezzel; Ana Célia Carlin Martineli; Gislaine Aredes Soares dos Santos ..................................................................................................233 “TIA, NÓS VAMOS BRINCAR NO PARQUE HOJE?” – INFÂNCIA E ESCOLA PARA CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS Bruna Tadeusa Genaro Martins, Gabriella Garcia Moura, Iraíde Marques de Freitas Barreiro, Karine Inae Moreira Peretto ...................................................................245 TIMIDEZ E AGRESSIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA EM EXTENSÃO E PESQUISA Andréia Cristiane Silva Wiezzel; Ana Célia Carlin Martineli; Gislaine Aredes Soares dos Santos ..................................................................................................257 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP TRUPE QUIMIATIVIDADE: A INTERAÇÃO ENTRE O LABORATÓRIO E A SALA DE AULA Camila Rizzardi Peverari, Jean Cesar Rodrigues, Yuri Alves de Oliveira, Marcos F. S. Teixeira ..............................................................................................................279 CAPÍTULO II – CONCEITOS E METODOLOGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM CULTURA E EDUCAÇÃO COMO FORMAS DE PODER NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS Elizabete Sanches Rocha, Irma Dutra Gomes de Oliveira e Silva, Larissa Jordão Pino, Thiago Augusto de Freitas Machado ............................................................289 EDUCAÇÃO É A BASE DA PREVENÇÃO Sueli Nicolau Boaro, Mario Roberto Guarizi, Raul Fragoso Neto, Francini Gazzoli .....305 ESTUDO DOS PADRÕES E ESCOLHAS ALIMENTARES DE ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE JABOTICABAL, SP. Ana Ligia Santos de Oliveira, Ana Carolina Sampaio, Douglas Jovino Ludvério, Nelson José Peruzzi ...............................................................................................319 HISTÓRIA E METODOLOGIA DO ENSINO: A QUESTÃO LOCAL E O NACIONAL SEGUNDO OS PCN’S E A PROPOSTA CURRICULAR DO ESTADO DE SÃO PAULO Márcia Pereira da Silva, Junior Carlos Henrique Santos Lima, Roberto Tiago Correa Silva, Tiago Martins dos Santos ................................................................329 IMPASSES E DESAFIOS DA AÇÃO DOCENTE: A VALORIZAÇÃO DA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NA RELAÇÃO DOS PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM NA PRÁTICA EDUCATIVA Fernanda Passarini Melo, Fernanda Vollet, Larissa Menezes dos Reis, Patrícia Vieira Ribeiro, Talita Cristina Leal Nogueira, Maria Eliza Brefere Arnoni ..........343 INTERVENÇÃO DO NÚCLEO DE ENSINO DE ASTRONOMIA NA FORMAÇÃO DO CONHECIMENTO ASTRONÔMICO. Lânia Auxiliadora Pereira, André Luis Boaventura, Angel Fidel Fiche Pena .......363 INVESTIGANDO IMPACTOS DO PROJETO “SÃO PAULO FAZ ESCOLA” NA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE OURINHOS: O ENSINO DE GEOGRAFIA EM QUESTÃO Márcia Cristina de Oliveira Mello, Noemia Ramos Vieira ...................................373 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP MELHORIA DO PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO EM ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO, A PARTIR DA ADOÇÃO DE UM MODELO DE APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS FOCADA EM PADRÕES Galeno José de Sena, Jânio Itiro Akamatsu, Tânia Cristina Arantes Macedo de Azevedo, Doroti Quiomi Kanashiro Toyohara, Fábio Esteves da Silva, Evaldo Chagas Gouvêa .....................................................................................................391 METODOLOGIA DA MEDIAÇÃO DIALÉTICA: UMA FORMA DE COMPREENDER O ENSINO E A APRENDIZAGEM COMO TOTALIDADE EM AULA Bruna Bertasso Santanna, Natália Prioto Pavezi, Maria Eliza Brefere Arnoni .....411 MODELOS CONCRETOS NO ENSINO DE GEOMETRIA: ANÁLISE DA APRENDIZAGEM Rita de Cássia Pavani Lamas ................................................................................425 MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME: UMA ATIVIDADE EXPERIMENTAL COMO ESTRATÉGIA DE ATUAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA Haroldo de Lima Pimentel Cravo, Aline A. Jango, Renata F. M. Batista, Raphael A. Caface, Mayara C. J. Nascimento, Folashade A. O. Oluwatuyi, Elso Drigo Filho ...... 437 O LUGAR NO MUNDO, O MUNDO NO LUGAR: CONTRIBUIÇÕES DAS LINGUAGENS E REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS PARA O ESTUDO E COMPREENSÃO DA DINÂMICA ESPACIAL MUNICIPAL Andréa Aparecida Zacharias, Wellington Domingos Pereira da Silva, Lucinda Bittencourt Thesbita ..............................................................................................447 OS PROCESSOS INTERATIVOS EM SALA DE AULA: UM ESTUDO DE CASO Caio Samuel Franciscati da Silva, Rosemary Rodrigues de Oliveira .....................471 PROPOSTA DE GEOGRAFIA PARA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PRESIDENTE PRUDENTE – CONSIDERAÇÕES E PRINCÍPIOS Cláudio Benito Oliveira Ferraz, Willian Henrique Martins, Francielle Bonfim Beraldi ...................................................................................................................487 TURISMO E VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO EM PRESIDENTE PRUDENTE: EXPERIÊNCIA COM A AULA PASSEIO. Claudemira Azevedo Ito, Leiliane Ferraz Xavier, Jokasta Aparecida Valezi ..........503 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP UTILIZAÇÃO DE UM EXPERIMENTO ENVOLVENDO ENERGIA: UMA ABORDAGEM FUNDAMENTADA NA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Alice Assis, Fernando Luiz de Campos Carvalho, Carlos Eduardo Silva de Amorim, Luciene Fernanda da Silva, Luiz Guilherme Lucildo da Silva, Marcelo Dobrovolsky Schubert ................................................................................................................519 CAPÍTULO III – RECURSOS PEDAGÓGICOS E PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS A IMAGEM DIDÁTICA: O USO DE SOFTWARES DE AUTORAÇÃO A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO Paulo Eduardo Teixeira, Maria Fernanda R. de Lima ...........................................539 A QUÍMICA COM POUCOS SEGREDOS: MINI-CURSOS EXPERIMENTAIS PARA ELUCIDAÇÃO DA QUÍMICA NO COTIDIANO Verônica Maria do Nascimento, Silvania Lanfredi Nobre, Marcos Augusto de Lima Nobre ....................................................................................................................551 ATIVIDADE EXPERIMENTAL E PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS Kuniko Iwamoto Haga, Naiara Carolina Pereira Archanjo, Pâmela Buzanello Figueiredo, Deise Soares Martins, Natália Vechiatto Feitoza, Mario Susumo Haga ........................ 565 COMPETÊNCIA INFORMACIONAL DE ALUNOS DE 5º ANO DA REDE DE ENSINO PÚBLICO DE GARÇA – SP Helen de Castro Silva Casarin,Amanda Sertori dos Santos .................................579 CONTEXTUALIZAÇÃO MOTIVADA POR ENSAIO EM SALA DE AULA: UM ENFOQUE A PARTIR DA SÍNTESE E DETECÇÃO DE NANOPARTÍCULAS Gabriela Dias da Silva, Marcos Roberto Moreira da Silva Jr., Leandra Oliveira Salmazo, Iara Ap. de Oliveira Brito; Silvania Lanfredi, Marcos Augusto Lima Nobre ....................................................................................................................599 DESENVOLVIMENTO DE EXPERIMENTOS DE FÍSICA PARA O ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL Celso Xavier Cardoso, Denize Francisco do Prado, Carlos Alberto Tello Sáenz ........619 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO: INOVANDO NO APRENDIZADO DA HIPERTENSÃO Bruna Klassa, Marcela Martins Grosseli, Luiz Roberto Hernandes Bicudo, Maria José Queiroz de Freitas Alves ...............................................................................631 ELABORAÇÃO E ADAPTAÇÃO DE MATERIAL DE DIVULGAÇÃO SOBRE TEMAS CIENTÍFICO-TECNOLÓGICOS PARA USO NO ENSINO MÉDIO - PARTE II Ana Maria Pires, Fernanda Galvão Américo, Marcelo C. da Silva, Samirys S. Rodrigues Cirqueira, Taiane de O. Malheiro, Viviane A. A. da Silva, João Paulo Gelamos, Roberta Guimarães Corrêa, Andréia Cristiane Silva Wiezzel, Camila S. da Silva, Rosebelly Nunes Marques, Ana Cláudia Kasseboehmer, Marian Rosaly Davolos ....................... 641 HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZEM NO ENSINO DE FÍSICA MODERNA Paulo Sérgio Camillo de Camargo, Ana Maria Osório Araya, João Ricardo Neves da Silva, Alex Lino ................................................................................................659 JOGOS DE MESA PARA O ENSINO DO ATLETISMO NA ESCOLA: SOBRE O JOGO MEMÓRIA DO ATLETISMO” Sara Quenzer Matthiesen, Camila Basso Sibila, Andréa Mendez Araujo, Thayná Cristina Parsaneze Iasi, Thaís Yuri Jô Santos, Ana Lívia Gorgatto Fraiha, Márcio Kazuhiko Kamimura, Juliana Cardoso Daniel, Graziela Sarmento, Paulo Ricardo Mendes da Costa, Fernando Paulo Rosa de Freitas ..............................................673 LINGUAGENS ARTÍSTICAS E LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL POR MEIO DO PROJETO LUDIBUS Ana Paula Cordeiro ..............................................................................................689 MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL Neide Barroca Faccio. Everton Luís de Souza Júnior, Gabriela Machado Carré, Hellen Cristiane de Souza, Juliana Aparecida Rocha Luz ....................................701 MÚSICA: UMA FERRAMENTA PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA Célia Maria David, Gustavo Henrique Godoy Fagundes, André Alves Januário ....... 719 PESQUISAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Luciene Cristina Risso, Bruna Camar go Soldera, Lucas Limone Gonçalves, Nara Malta, Viviane Martin Piccoli ...............................................................................729 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP SOFTWARES EDUCACIONAIS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS NATURAIS Eloi Feitosa, Marcelino Belusi, Rosemara Perpetua Lopes, Fernanda de Souza Monteiro ...............................................................................................................747 SUPER ELEMENTOS: ATIVIDADES LÚDICAS COMO MATERIAL DIDÁTICO Jaqueline Cristine Machado, Maria Angela de Moraes Cordeiro .........................757 CAPÍTULO IV – FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES APLICAÇÃO DE INTERVENÇÃO BREVE POR PROFESSORES DE ESCOLA PÚBLICA PARA REDUÇÃO DO USO DE ÁLCOOL ENTRE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO: A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES EM SERVIÇO Raul Aragão Martins, Luciana Ap. Nogueira da Cruz, Izabella Alvarenga Silva, Maévi Anabel Nono ..............................................................................................771 AUDIODESCRIÇÃO: IMAGENS QUE FALAM Fagner Leandro Bueno, Priscila Pereira, Vera Lia Marcondes Criscuolo de Almeida, Luciane Maria Molina Barbosa, Maria de Fátima de Castro Lacaz Santos, Ricardo Wurthmann Saad ..................................................................................................781 AUTONOMIA DOCENTE NO ENSINO DE CIÊNCIAS: UM ESTUDO INICIAL Isabel Cristina de Castro Monteiro, Marco Aurélio Alvarenga Monteiro, Pedro Gabriel Pompermayer Leite Bittencourt ...............................................................791 “BRINQUEDOTECA NAS ESCOLAS”: ESPAÇO E TEMPO DA CRIANÇA E DE FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES/AS NO AMBIENTE ESCOLAR Rosane Michelli de Castro, Elieuza Aparecida de Lima, Janaina Gênova Bigheti, Viviane Cássia Teixeira Reis, Danúbia Ferraz dos Santos, Viviane Silva, Aline Aparecida Gonçalves .............................................................................................805 CIRANDA PEDAGÓGICA - A FORMAÇÃO DE EDUCADORES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, O ENSINO DE CIENCIAS E JOGOS E BRINCADEIRAS. Luciana Maria Lunardi Campos, Andreza Tamanaha, Luciane M. Sato..............821 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP CIRANDA PEDAGÓGICA: AÇÃO DE PROFESSORES NA CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO RIBEIRÃO LAVAPÉS Maria de Lourdes Spazziani, André Santachiara Fossaluza ..................................839 CIRANDA PEDAGÓGICA: ESTUDO DO BAIRRO COM BASE NA METODOLOGIA CIENTÍFICA Maria de Lourdes Spazziani, Patrícia Rosada Montebello ...................................853 EDUCAÇÃO FÍSICA: DA INÉRCIA AO MOVIMENTO CORPORAL Dagmar Hunger, Lílian Aparecida Ferreira, Fernanda Rossi, Carolina Bilato, Daniele Vaz de Arruda, Gislaine Aparecida Alves da Encarnação, Josiane Katsue Savay da Silva, Talita Fabiana Roque da Silva .......................................................871 ESTRANGEIROS NA ESCOLA: UMA REFLEXÃO SOCIOLÓGICA. Breno Cacossi Capodeferro; Sueli Guadelupe de Lima Mendonça ......................895 FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE REDES MUNICIPAIS Monica Fürkotter, Maria Raquel Miotto Morelatti, Ana Terra Camilo Silveira, Joana Cristina de Souza Oliveira ..........................................................................909 FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: EXECITANDO AS POSSIBILIDADES DO DIÁLOGO FREIREANO. Zulind Luzmarina Freitas, Ernandes Rocha de Oliveira ......................................929 FORMAÇÃO INICIAL E EM SERVIÇO DE PROFESSORES E O USO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE INCLUSÃO: UMA EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO DE ENSINO Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos, Elisa Tomoe Moriya Schlünzen, Jane Aparecida de Souza Santan ...........................................................................939 NOVAS TECNOLOGIAS EM PROGRAMA DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES PARA AS REDES MUNICIPAIS Tânia Cristina Arantes Macedo de Azevedo, Isabel Cristina de Castro Monteiro, Marisa Andreata Whitaker, Marco Aurélio Alvarenga Monteiro, Carlos Henrique Ferreira Sholl de Freitas Lima ...............................................................................953 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE REGENTE FEIJÓ SOBRE A ESCOLA PÚBLICA E O ALUNO Camila Aparecida Ortiz, Douglas Gonçalves de Paula, Gabriela Reginato de Souza, Mônica Almeida Cabrera, Yoshie Ussami Ferrari Leite, Cristiano Amaral Garboggini Di Giorgi, Vanda Moreira Machado Lima ........................................965 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP CAPÍTULO V – MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO A EDUCAÇÃO PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO PROJETO “TRABALHANDO COM CIÊNCIAS” Juliana Jorge, Eloisa Assunção de Melo Lopes, Kátia Luciene Maltoni; Carolina Buso Dornfeld ......................................................................................................989 A ESCOLA NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA: EM TEMPOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS E DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL. Elisandra Carla da Silva, José Tadeu Garcia Tommaselli ....................................1005 EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM RESÍDUOS: CRIAR E CONTAR HISTÓRIAS Fátima Aparecida Dias Gomes Marin, Giovana Burato, Talita Graciara Freitas, Laíz Mariana Rosa Premuli, Mayra Costa Aguiar, Ana Cláudia Consolari ................1017 LABORATÓRIO DE GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS: ESPAÇO PARA A EDUCAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÈDIO DE GEOGRAFIA Ana Carla Zeni, Jéssica de Lima Silva, Renata Pereira Prates, Philipe Andrade Ferreira, Paulo César Rocha ................................................................................1031 MEIO AMBIENTE EM FOCO: ABORDAGEM HISTÓRICA, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PRÁTICA DE ENSINO Analúcia Bueno dos Reis Giometti, Ricardo Luis Mércuri, Leonardo Fernandes Henrique, Joaquim de Oliveira Neto ..................................................................1047 OFICINAS TEMÁTICAS EM QUÍMICA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Vera Aparecida de Oliveira Tiera, Iêda Aparecida Pastre, Lídia Maria de Almeida Plicas, Fernando Luis Fertonani, Márcio José Tiera, Gabriel Barbieri Rufini, Gabriel Rodrigues Costa, Airton Juliano Damaceno e Paulo Ricardo Villa de Paula ............................................................................................. 1061 PROJETO COLÓIDE: EDUCAÇÃO AMBIENTAL TENDO COMO EIXO PRINCIPAL O RECURSO NATURAL SOLO Maria Cristina Perusi, Erika Porceli Alaniz, Carla Cristina Reinaldo Gimenes de Sena, Aline Natasha Pereira, Camila Al Zaher, Renata Correia Costa ...............1075 TRILHANDO PELOS SOLOS: A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE SOLOS João Osvaldo Rodrigues Nunes, Denise Jerônimo Dantas, Douglas Mamoru Nomura, Lucas Júnior Pereira da Silva ................................................................1091 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP CAPÍTULO VI – FILOSOFIA, HISTÓRIA, IDENTIDADE E CIDADANIA – MOVIMENTOS SOCIAIS A CONSTRUÇÃO DA HUMANIDADE NOS HOMENS: LIMITES E POSSIBILIDADES DO TRABALHO EDUCATIVO HUMANIZADOR NA ESCOLA Irineu Aliprando Tuim Viotto Filho, Rosiane de Fátima Ponce, Anderson de Oliveira Pelegrinni, Felipe Barros Nunes, Graziela Leite Bezerra, Márcio Luiz Braguin, Natalya Camargo de Souza, Rodrigo Lima Nunes, Tatiane da Silva Pires Félix, Thiago Henrique de Carvalho ...................................................................1101 A IMPOSSIBILIDADE DA FORMAÇÃO DA LIBERDADE E DA AUTONOMIA NO SISTEMA CAPITALISTA Vandeí Pinto da Silva, Juliana Carla Fleiria Pimenta ........................................1119 A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL Bruno Rodrigo dos Santos, João Felipe Bronzato, Evandro Rafael Saracino, Djanira Soares de Oliveira e Almeida ..............................................................................1133 CARTOGRAFIA HISTÓRICA COMO COMPREENSÃO DO OUTRO: UMA INTERPRETAÇÃO DE DOIS MUNDOS Maria Celeste Fachini, Júlio César Zandonaidi, Lucas Braghetta Cáceres, Thiago Henrique Alvarado .............................................................................................1143 EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: CONSCIÊNCIA E VIVÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR Dora Isabel Paiva da Costa, Edson de Carmo Inforsato, Aline Shaaban Soler, Jéssica Grava da Conceição, Sheiva Sörensen .................................................................1167 HISTÓRIA E MEMÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: LABORATÓRIO DE ESTUDOS DE RIBEIRÃO PRETO. Alisson Lucas Romualdo, Bruno Ricardo Machado da Silva, Vânia de Fátima Martino ...............................................................................................................1195 JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO: A TOLERÂNCIA E A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA Ivan Aparecido Manoel, Paula Martins Xavier ...................................................1209 MARACATUDO: CORPO, SOM, HISTÓRIA E CIDADANIA Julia Horesh Brettas, Wilton Carlos Lima da Silva ............................................1223 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP O CARÁTER SOCIAL DA MERCADORIA E O DESENVOLVIMENTO DOS SEUS VALORES Vandeí Pinto da Silva, Amanda de Carvalho Maia Oliveira ...............................1241 PROTAGONISMO NEGRO, IDENTIDADE E PROCESSO DE CONHECIMENTO DA HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA Bernadete Aparecida Martins dos Santos, Gerson Francisco de Moraes, Talita dos Santos Molina, Lúcia Helena de Oliveira Silva ..................................................1253 TRILHA DO PRECONCEITO RACIAL E O DIFICIL DIÁLOGO COM A FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Maria Valéria Barbosa ........................................................................................1261 CAPÍTULO VII – EDUCAÇÃO MATEMÁTICA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E SEGURIDADE SOCIAL: APROFUNDANDO RELAÇÕES Mara Sueli Simão Moraes, Elizabeth Mattiazzo Cárdia, Eduardo da Costa Luppi, Fátima Cristina Wolf, Vinicius Martins dos Santos ............................................1277 ENCONTROS COM A MATEMÁTICA Luiz Francisco da Cruz, Najla Varalta, Thais Saes Giuliani ................................1295 O JOGO “O SIM” PARA O ENSINO DE COMBINAÇÕES SIMPLES José Marcos Lopes ..............................................................................................1311 RELAÇÕES ENTRE ORALIDADE E ESCRITA: UM ESTUDO SOBRE NUMERAMENTO NA PERSPECTIVA DA DIALOGIA CULTURAL José Carlos Miguel, Letícia Humberto, Otília Nair Obst ...................................1337 UM MOVIMENTO EM DIREÇÃO À AULA INVESTIGATIVA DE GEOMETRIA Miriam Godoy Penteado, Maria Dirlene da Silva Cattai, Analúcia Castro Pimenta de Souza, Maria Augusta Machado Reis, Leila de Oliveira, Ana Paula Inforsato, Erica Aparecida Capasio Rosa, Henrique da Silva Santos, Mauricio Monteiro, Natalia Zulmira Massuqueti de Oliveira, Renan Mercuri Pinto, Willian Bala Geraldo ....... 1353 UTILIZANDO O WINPLOT EM LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA DE ESCOLAS PÚBLICAS NO ESTUDO DE FUNÇÕES REAIS Ermínia de Lourdes Campello Fanti, Luis Antonio Evangelista, Mariângela Alves de Magalhães Calsavara, Letícia Thais Medeiros, Thaisa Alves Pianoschi ..........1367 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP CAPÍTULO VIII – EDUCAÇÃO SOCIAL E INCLUSIVA – TECNOLOGIAS PARA INCLUSÃO DIGITAL A TERAPIA OCUPACIONAL CAPACITANDO PROFESSORES PARA O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NO ENSINO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA Luciana Ramos Baleotti, Juliana de Carvalho Magoga .......................................1395 INSTRUÇÃO NORMATIVA: AVALIAÇÃO DAS PRESCRIÇÕES LEGAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM UMA REDE MUNICIPAL DE ENSINO Lúcia Pereira Leite, Sandra Eli Sartoreto Martins, Ana Paula P. Moraes, Helena F. Vander Velden, Lilia G. Franceschini ..................................................................1405 O PAPEL DO PROFESSOR NA PROMOÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS Denise Ivana de Paula Albuquerque ...................................................................1419 RECURSOS E PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA PARA ALUNO COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO REGULAR Débora Deliberato; Fabiana Sayuri Sameshima .................................................1431 CAPÍTULO IX – EDUCAÇÃO ESPECIAL ANÁLISE DA CAPACIDADE PSICOMOTORA DE CRIANÇAS COM SEQUELAS DE PARALISIA CEREBRAL Tânia Cristina Bofi, Augusto Cesinando de Carvalho, Laís Rosa Souza Azambuja, Kamila Eugênia Pavarina Prates, Marcela Fernanda Val Birolli, Guilherme Tamura Ozaki ..................................................................................................................1451 PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES E DISCURSIVAS EM UM PROGRAMA DE ATENDIMENTO BILÍNGUE A SURDOS, FAMILIARES E PROFESSORES Claudia Regina Mosca Giroto, Sandra Eli Sartoreto de Oliveira Martins, Iana da Costa Pires, Amanda Chistina Gomes de Moura, Anna Paola Torrizi Leme ........1459 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO: ENSINO DIRECIONADO A DEFICIENTES VISUAIS Selma M. M. Matheus, Maria Dalva Cesário, Claraline Stocco de Godoy, Talita de Mello Santos, Paula Aiello Tomé de Souza, Sâmia Mouallem de Camargo .......1473 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP CAPÍTULO X – ARTES, LINGUAGEM, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS ANÁLISE E PRÁTICA DO ENSINO DE LITERATURA NO ENSINO MÉDIO Cláudia Maria Ceneviva Nigro, Mariana Beolchi Jódas .....................................1485 ATIVIDADES DE LEITURA LITERÁRIA: MEDIAÇÕES PARA O APRENDIZADO DA LINGUAGEM ESCRITA. Cyntia Graziella Guizelim Simões Girotto, Aline Pereira Minoti, Amanda Pimentel da Silva, Dominique Fekete, Evinária Brandão, Lizbeth Oliveira de Andrade, Priscila Rodrigues Sonsim ...................................................................1499 DESDOBRAMENTOS DA “HORA DO CONTO”: EXPERIÊNCIA NUMA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL DO INTERIOR DE SÃO PAULO Heloisa Maria Heradão Rogone, Abgail Brito Gonçalves, Lilian Aparecida de Araújo .................................................................................................................1519 ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MEDIADO PELO CINEMA: UMA ABORDAGEM COMUNICATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE Maria de Lourdes Otero Brabo Cruz, Francieli Major Pitta, Isabel Cristina Briones Cáceres, Fábio Marques de Souza .......................................................................1533 ESTRATÉGIAS DE COMPREENSÃO LEITORA: APLICAÇÕES EM SALA DE AULA – COM FOCO NA VISUALIZAÇÃO Renata Junqueira de Souza, Nathalia Corneto, Suelen Santos Monteiro............1547 ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO COTIDIANO ESCOLAR: LER PARA COMPREENDER Cyntia Graziella Guizelim Simões Girotto, Aline Pereira Minoti, Amanda Pimentel da Silva, Dominique Fekete, Evinária Brandão Xavier, Lizbeth Oliveira de Andrade, Priscila Rodrigues Sonsim ...................................................................1563 INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA (ITALIANO) Marilei Amadeu Sabino, Araguaia S. de Souza Roque .......................................1575 LEITURA, LITERATURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS: A HORA DO CONTO VAI À ESCOLA Renata Junqueira de Souza, Evelise Raquel de Pontes, Amanda Carolina Freire Pommella ............................................................................................................1587 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP MONTEIRO LOBATO E O ENSINO DA GRAMÁTICA Bruna Tairine Silva, Maria Antonia Granville ....................................................1603 MÚSICA NO ENSINO MÉDIO: POSSIBILIDADES E ALCANCE Iveta Maria Borges Ávila Fernandes, Gabriel Augusto Longhitano, Guilherme Granato, Jacqueline Oshima Franco, Márcia Sílvia Garcia .................................1615 O CINEMA E A SALA DE AULA: DA TELA PARA A VIDA Eunice Lopes de Souza Toledo, Denise Batista, Douglas Magrini Garrão, José Francisco Roselli, Nicole Mioni Serni .................................................................1631 Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A E xp erim entação Investig ativa e a C o nstrução ... 43 A Experimentação Investigativa e a Construção de Conceitos: o Experimento da Combustão da Vela e Algumas Concepções. Rodrigo José Cristiano Gazola, Adriano César Mazotti, Camila Schimite Mo- lero, Carolina Borghi Mendes, Denise Fernandes de Mello, Emilia de Mendon- ça Rosa Marques, Jandira Liria Biscalquini Talamoni, José Humberto Dias da Silva, Karina Barrezzi, Olavo Speranza de Arruda, Silvia Regina Quijadas Aro Zuliani. Departamento de Educação – Faculdade de Ciências - Universidade Estadual Paulista-Unesp/Bauru - Núcleo de Ensino – PROGRAD. Resumo: Este trabalho, realizado por um grupo de estudo e pesquisa em prática e formação docente, vinculado ao Núcleo de Ensino da Universida- de Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), teve como principal objetivo verificar e comparar, através de uma prática investi- gativa, as concepções de indivíduos com diferentes níveis de formação, acerca da combustão de uma vela em um recipiente fechado. Percebeu-se que apesar de intensamente discutidas na literatura cien- tifica as idéias relacionadas ao experimento em questão permanecem ainda muito confusas e repletas de concepções que se distanciam mui- to do conhecimento dito acadêmico. Palavras-chave: Concepções, Prática Investigativa, Combustão de uma Vela. Introdução O ensino de ciências, no Brasil, não tem recebido o devido apoio das autoridades pú- blicas, tanto com respeito ao investimento em novos recursos, quanto para a formação continuada dos professores que atuam na área. A principal evidência da falta de atenção dispensada à formação na área de ciências neste país é o enorme déficit de docentes de físi- ca, química, matemática e ciências biológicas, calculado em 200 mil segundo o Ministério da Educação (BRASIL, 2010). Ainda está presente nas instituições de ensino uma metodologia arcaica, que considera a mente do aluno como uma tabula rasa que está apenas esperando para ser preenchida. Popper, (apud REALE e ANTISERI, 1992), denomina esta noção “observacionismo” e considera-a um mito; um mito filosófico porque, na realidade, nós somos uma tabula Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 44 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social plena, ou seja, uma superfície repleta de sinais que a tradição ou a evolução cultural nela imprimiu. Ao ser tratado como um sujeito desprovido de qualquer conhecimento ou ex- periência previamente acumulados, como se fosse “uma folha em branco”, o aluno acaba perdendo o interesse, o estímulo pela busca pelo conhecimento, pois este lhe é ofertado sem exigir-lhe o mínimo esforço, de forma fastidiosa e pouco didática. Fica evidente, então, a necessidade de se investir na proposição de metodologias e estratégias capazes de proporcionar o desenvolvimento cognitivo do aluno. A experimen- tação investigativa tem sido considerada por diversos pesquisadores como uma alternativa para melhorar e intensificar o papel do aluno nas atividades que visam à ampliação de seus conhecimentos (CAÑAL, 1997; ZULIANI, 2009; SUART e MARCONDES, 2008). Essa atividade tem como marco central a participação do aluno no processo de construção do conhecimento, enquanto ao professor cabe mediar ou facilitar o processo, valorizando a participação ativa do estudante na resolução de situações problemáticas, possibilitando- -lhe predizer respostas, testar hipóteses, argumentar, discutir, buscando a compreensão de um conteúdo. De acordo com Barth (1996), o aluno deve ele próprio construir o seu saber. Reproduzir um saber não é a mesma coisa que construí-lo. Nesta óptica a responsabilidade do professor é transmitir o saber de tal modo que esta construção pessoal seja possível. Neste sentido, as práticas interdisciplinares se mostram favoráveis a este propósito. Experimentação Investigativa e Interdisciplinaridade De acordo com Canal (1997), o ensino por investigação tem por principal objetivo a inserção do aluno como sujeito da aprendizagem, capaz de buscar a construção do conhe- cimento a partir da necessidade de respostas a questões de seu interesse. O aluno é quem almeja as respostas e é ele quem as alcança, sob a orientação do professor, ao contrário dos demais métodos de ensino nos quais o aluno é compelido a assimilar conteúdos. Esta pro- posta mostra, então, uma grande eficácia para o desenvolvimento cognitivo, pois oferece ao aluno uma oportunidade de auto-estruturação de seus conhecimentos, por meio da sua autonomia e da identificação de seus próprios erros. A investigação pode ser dirigida através de experimentos de fácil compreensão e que não necessitem de estudos muito avançados para permitir o entendimento e a construção orientada do conceito envolvido. As atividades investigativas devem ser adaptadas ao nível de desenvolvimento dos alunos e favorecer a reflexão dos estudantes sobre a relevância da situação, criando, assim, condições para que ocorra um estudo contextualizado. Cabe ao professor perceber a importância do processo de planejamento e elaboração de plani- lhas relativas à atividade experimental proposta, buscando a incorporação de tecnologias, Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A E xp erim entação Investig ativa e a C o nstrução ... 45 estimulando a emissão de hipóteses como atividade central da investigação científica e mostrando a importância da discussão das hipóteses construídas durante a realização da atividade cientifica. Neste contexto, Canal (1997) coloca como princípios da investigação: a) Desenvolvimento de experiências a partir de problemas ou situações ou problema para os alunos. b) Delimitação e esclarecimento do problema, buscando explicações ou hipóteses. c) Coleta de dados em material bibliográfico ou realização de experi- mentos. d) Reelaboração de hipóteses originais. e) Aplicação e comprovação das idéias elaboradas (CAÑAL, 1997, p. 48). Diante da proposta de desenvolvimento de uma atividade experimental investigati- va, visando à construção coletiva ou à ampliação de conhecimentos relativos a um dado conceito, por parte dos sujeitos da aprendizagem, é preciso considerar a importância do trabalho interdisciplinar. Esta importância está associada ao fato de que um dos princípios que norteia a inter- disciplinaridade é a participação conjunta de profissionais de diferentes áreas do saber, vi- sando a uma construção coletiva e ampliada do conhecimento relativo a um dado conceito. Segundo Weigert, Villani e Freitas (2005), a interdisciplinaridade prioriza, como proposta metodológica, a investigação, para que o aluno possa exercitar sua capacidade de buscar informações, respostas, em detrimento do processo de memorização. O trabalho interdisciplinar é, portanto, uma atividade realizada em grupo, visto que requer o diálogo e a participação ativa dos sujeitos envolvidos no processo, possibilitando que ocorra a troca de experiências por estes vivenciadas, bem como dos conhecimentos que trazem consigo. Estes também são requisitos necessários ao desenvolvimento do en- sino por investigação, pois, durante o desenvolvimento de uma atividade experimental baseada nesta proposta, é importante e altamente desejável que os participantes possam compartilhar experiências e conhecimentos e, portanto, é necessário que tenham liberdade para se comunicarem, para se expressarem a respeito de suas observações, dúvidas e hipó- teses formuladas para explicar um dado fenômeno em estudo. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 46 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social O trabalho em grupo se caracteriza pelo estabelecimento de um compromisso com a solidariedade relativa aos objetivos comuns e, levando em conta que todo indivíduo tem uma experiência que merece ser transmitida aos demais, possibilita que a soma de expe- riências resulte num enriquecimento do patrimônio cultural de todos os elementos que o constituem (WEIGERT; VILLANI; FREITAS, 2005). Quando se possibilita que a construção coletiva do conhecimento ocorra desta manei- ra, à luz de diferentes olhares e levando em conta as diferentes concepções a respeito do fenômeno em questão - o que acontece quando o processo de aprendizado conta com a participação ativa de sujeitos que trazem experiências e saberes diversos - uma visão mais ampliada e um aprendizado significativo poderão ser alcançados, possibilitando a aplica- ção do conhecimento para a compreensão das questões, em sua complexidade, presentes no dia-a-dia dos sujeitos. Trabalho em um Projeto de Formação Inicial e Continuada de Professores Este trabalho, vinculado ao Núcleo de Ensino da Faculdade de Ciências, UNESP, Campus de Bauru, tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento das práticas de ensino das diferentes áreas das Licenciaturas envolvidas, ou seja: Química, Matemática, Física, Ciências Biológicas e desenvolver oportunidades de formação inicial e continuada a pro- fessores de Educação Básica destas disciplinas. Tem como base de ação, a implantação de atividades de ensino por Investigação Interdisciplinar, uma metodologia funcional, tanto no caráter disciplinar quanto no caráter interdisciplinar, na busca de um ensino de ciências mais dinâmico e abrangente. Para criação, articulação e avaliação das atividades do projeto formou-se um grupo de trabalho que reuniu docentes da universidade, professores da rede de educação básica, estudantes de graduação das áreas de Química, Matemática, Física e Ciências Biológicas. O trabalho com as atividades criadas pelo grupo, em uma primeira fase, foi aplicado a grupos de professores da rede pública de ensino em um Laboratório de Práticas de Ensino preparado dentro do Campus da Universidade. A agenda de encontros foi dividida de tal forma que a cada semana um grupo de professores de uma dessas disciplinas era reunido, sendo assim, cada disciplina era trabalhada em uma das semanas do mês e ao final de quatro semanas, era proposto um dia de encontro de todos os professores das disciplinas supracitadas, onde se realizava uma atividade de cunho interdisciplinar. Em uma segunda fase do projeto, ainda em realização, outra abordagem foi utilizada. Algumas escolas públicas do município foram convidadas a participarem do projeto como Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A E xp erim entação Investig ativa e a C o nstrução ... 47 anteriormente, porém foi proposto que essa atividade fosse levada até uma das escolas es- colhidas, durante a realização da Hora de Trabalho Pedagógico Coletiva (HTPC), e então trabalhada com professores de diversas disciplinas ao mesmo tempo. No final de cada mês, os professores de todas as escolas, são convidados a participar juntos na Universidade de uma proposta de atividade a ser construída pelo grupo no re- ferido laboratório. Este encontro tem por base atividades de estudo e discussões alem de construção coletiva de conhecimentos. Relatamos aqui uma das atividades desenvolvidas no projeto com o intuito de discutir sua aplicação o ensino e a formação inicial e continu- ada de professores. Uma Proposta de Atividade de Ensino por Investigação A partir da estruturação do grupo de estudos e pesquisa em formação docente descrito anteriormente, foi elaborada uma proposta de atividade experimental investigativa que permitisse o trabalho nas diferentes áreas de abrangência do grupo. A atividade baseou-se na investigação dos conceitos envolvidos em uma prática expe- rimental simples, porém com uma grande história, trata-se do experimento em que uma vela acesa é coberta por um recipiente. Os primeiros registros de que se tem notícia sobre este experimento foram feitos por Filo de Bizâncio (~280-220 a.C.), o experimento tam- bém foi estudado por vários nomes da literatura científica, como (BIRK e LAWSON, 1999; LAVOISIER, 1777). O experimento constitui-se em cobrir, com um copo transparente, uma vela acesa e depositada em um prato raso contendo água, conforme detalhado na seqüência abaixo. Figura 1: (A) Vela fixada no centro de um prato contendo água. (B) Coloca-se um recipiente sobre a vela. (C) Após algum tempo a vela se apaga e o nível de água sobe dentro do recipiente. A observação direta do experimento mostra que: 1) A vela se apaga; 2) A água sobe internamente no interior do frasco que cobre a vela. Posteriormente a realização do experimento, foram apresentadas algumas questões a respeito do ocorrido: Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 48 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social • Por que a vela se apaga? • Por que, ao apagar a vela, a água sobe dentro do copo? Os sujeitos da pesquisa foram reunidos em grupo de no máximo quatro indivíduos para que discutissem e chegassem a um consenso sobre os fenômenos observados de modo que fossem geradas respostas para as questões propostas. Após a apresentação das respostas foi proposto que cada grupo formulasse um experimento ou situação que argumentasse a fa- vor de seu raciocínio. O mediador (professor) então deveria conduzir os grupos de forma a indicar a validade das propostas formuladas até que se chegasse a um consenso geral sobre a natureza dos fenômenos observados, possibilitando durante o caminho a construção de conceitos ligados a estes fenômenos. A Realização da Pesquisa A idéia de realização desta pesquisa surgiu durante a observação dos dados gerados através da aplicação a atividade proposta no item anterior por professores da universidade e estudantes de graduação. Tal atividade foi aplicada e conduzida da mesma forma em três di- ferentes grupos de sujeitos com o objetivo de verificar em que medida as concepções dos su- jeitos coincidiram, uma vez que se trata de indivíduos em diferentes níveis de escolarização. O primeiro grupo era formado por alunos dos 1° e 3° ano do Ensino Médio de uma escola pública, localizada em um bairro afastado do centro da cidade de Bauru-SP. O segundo grupo de sujeitos era formado por alunos do 5º ano do curso de licenciatura em Química de uma universidade pública estadual. Finalmente o terceiro grupo de sujeitos era formado por professores da rede pública de ensino de uma escola pública da cidade de Bauru-SP. Coleta e Organização dos Dados A coleta de dados foi realizada de duas formas, sendo que a primeira delas, aplicada aos grupos de alunos do ensino médio e dos cursos de graduação, foi feita através da aplicação de um questionamento, que deveria ser respondido de forma escrita, no qual se encon- travam as questões anteriormente citadas, referentes a atividade experimental . Assim, ao escrever, o indivíduo utiliza diversas formas de acesso à realidade, relembrando experiên- cias e organizando-as de maneira estruturada. Além disso, é oferecida a oportunidade de auto-avaliar a evolução e o desenvolvimento dos pensamentos (ZABALZA, 1994). Com relação aos professores da rede pública, a coleta de dados foi feita através de gravação em vídeo, durante a realização da atividade. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A E xp erim entação Investig ativa e a C o nstrução ... 49 Quanto à metodologia de análise dos dados gerados nos instrumentos de coleta, as etapas utilizadas podem ser assim descritas: a. Leitura inicial das respostas, embora ainda sem anotações ou observações, apenas para que se tivesse uma idéia geral da linha de pensamento seguida pelos sujeitos. Esta leitura permitiu a construção de um esquema orientador que dá destaque aos princípios mais importantes presentes no texto, não perdendo, entretanto, a visão geral do mesmo. Na pesquisa qualitativa, esta primeira etapa possibilita que sejam isoladas as características a serem posteriormente classificadas a fim de permitir a formulação das categorias de análise. b. Segunda leitura das respostas, com o cuidado de proceder a anotação das categorias em cada um deles, a fim de delimitar as representações e os dados relevantes a elas associados. c. Leitura e extração de textos característicos, associados às categorias estabelecidas. d. Análise qualitativa dos dados. A seguir apresentamos o quadro 1 com trechos das respostas às duas questões iniciais apresentadas aos sujeitos, ou seja, “Porque a vela apaga?” e “Porque a água sobe o recipien- te?”, organizadas em algumas categorias e número de vezes que aparecem. Questão Categorias Exemplo de resposta Alunos do ensino médio (EM), Alu- nos de graduação (G) e Professores (P). Nível de esco- laridade (nº de respostas) Por que a vela apaga? O oxigênio do recipiente acaba. “Por que o oxigênio acaba e ela precisa dele para permanecer acesa, pois ela consome o oxigênio lá presente.” (EM) 1º ano E.M. (3) 3º ano E.M. (2) Graduação (0) Professores (5) Camadas de oxigênio perto da chama. “Porque dentro do local (copo) contém várias camadas de oxigênio, então a cada tamanho de vela é uma camada de oxigênio que queima, ao terminar a queima a vela se apaga.”(EM) 1º ano E.M. (0) 3º ano E.M. (2) Graduação (0) Professores (0) CO2 gerado na combustão sufoca a chama. “A vela no interior do copo apaga porque durante a combustão uma parte do oxigênio se converte em gás carbô- nico. O CO2 formado é mais denso que o O2 presente, e portanto fica na parte superior do recipiente, e por não ser comburente não alimentará a chama.”(G) 1º ano E.M. (0) 3º ano E.M. (0) Graduação (3) Professores (2) Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 50 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social Por que o nível de água sobe dentro do recipiente? Água sobe em decorrência da corrente de convecção. “...paralelo a isso, observa-se corrente de convecção, igualando as pressões interior e exterior e consequentemente ocorre a iminência da água.”(G) 1º ano E.M. (0) 3º ano E.M. (0) Graduação (2) Professores (0) A água ocupa o lugar do Oxi- gênio que foi “queimado”. “A vela apaga, depois a água sobe, por- que o oxigênio acabou e entrou a água no lugar do oxigênio.”(EM) 1º ano E.M. (3) 3º ano E.M. (4) Graduação (0) Professores (2) Outros “Pela formação de correntes de convec- ção (subida do CO2) há “atração” da água que também subirá, ate o mo- mento em que as pressões ( internas e externas) se equiparem.”(G) “...a umidade, tem vapor, tem umidade.”(P) 1º ano E.M. (3) 3º ano E.M. (4) Graduação (1) Professores (3) Quadro 1: Dados sobre as concepções de alunos e docentes a cerca do experimento realizado. Resultados e Discussão Em relação à questão inicial percebe-se que apenas os graduandos não afirmam cate- goricamente que a vela apaga, pois o oxigênio do recipiente acaba. Diversos autores têm apresentado resultados onde a maioria dos sujeitos pesquisados apresenta a concepção de que o oxigênio acaba (BIRK e LAWSON, 1999; GALIAZZI, 2005; LAVOISIER, 1777). Parece-nos que apesar de intensamente discutidas na literatura cientifica as idéias relacionadas à combustão permanecem ainda muito confusas e repletas de concepções que se distanciam muito do conhecimento dito acadêmico. Livros didáticos ainda apresentam erros relacionados às explicações a respeito da com- bustão da vela. Por outro lado percebemos também que este experimento é usado pelos professores, principalmente, os do primeiro ciclo da educação básica, para desenvolver o conceito de combustão, e nem sempre as discussões se dão com base nas explicações cien- tíficas adequadas para o fenômeno. Percebe-se que tanto professores quanto alunos têm grande dificuldade em compreender que a combustão da vela está associada à combustão da parafina. Não é fácil para nenhum dos grupos, perceber de imediato que há necessidade de produzir as mudanças de estado físico da parafina, primeiramente do estado sólido ao líquido e deste ao gasoso para que finalmente possa ser utilizada para alimentar a chama. Todos os grupos (alunos de ensino médio, graduandos e professores da educação básica), demoram a compreender que o pavio é apenas o suporte para a chama e tem como função principal facilitar o processo. Duas aplicações, entretanto nos chamam atenção. A primeira por se aproximar de uma explicação mais adequada, supõe que a chama da vela se apaga, pois o CO2 gerado Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A E xp erim entação Investig ativa e a C o nstrução ... 51 na combustão age como “extintor” da chama. Na concepção dos graduandos e de alguns professores, o CO2 forma uma camada em torno da chama, apagando-a. Entretanto os alunos de graduação indicam erroneamente que o CO2 é mais denso que o O2 e por este motivo “fica na parte superior do recipiente”. Os graduandos não fazem menção à tempe- ratura do CO2 gerado a combustão, temperatura essa grande, faz com que sua densidade diminua, provocado assim, correntes de convecção no interior do frasco. Parece-nos que a justificativa dada se contrapõe à indicação feita pelos sujeitos. Isso nos remete à outra explicação proposta apenas por alunos do ensino médio, de que há no frasco várias camadas contendo oxigênio e que segundo eles, vão sendo queimadas quando colocamos no frasco mais de uma vela com tamanhos diferentes, conforme ilus- trado na figura 1, de autoria dos estudantes. Figura 1: Desenho de concepção de um estudante do 3º ano do ensino médio acerca do experimento em questão GALIAZZI (2005) relata um experimento onde são colocadas três velas de mesmo tamanho e elas se apagam ao mesmo tempo. Em nossa atividade com os alunos do tercei- ro ano do ensino médio, foi sugerido, pelos alunos, que colocássemos 3 velas juntas, e ao observarem que estas se apagaram ao mesmo tempo, sugeriram o experimento relatado acima, com três velas de tamanhos diferentes. As velas se apagam na seqüência da maior para a menor o que pode ter gerado o desenho. Assim parece-nos que a conclusão apre- sentada pelos alunos está diretamente ligada à elaboração do aparato experimental. A idéia de corrente de convecção surge somente na resposta da segunda questão e ape- nas em parte dos alunos de graduação. Estes afirmam que a água sobe no frasco porque a partir da formação das correntes de convecção as pressões, interna e externa, se igualam. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 52 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social Apesar de introduzir a idéia de corrente de convecção, equivocadamente se atribui a ela, o equilíbrio da pressão do sistema. Torna-se necessário uma problematização mais ela- borada, para que os graduandos passem a considerar o que acontece na combustão e nos produtos formados durante o fenômeno. Para os professores de educação Básica e os alunos de ensino médio, a água ocupa o lu- gar do oxigênio utilizado na combustão. É interessante notar que se o mediador do expe- rimento (no caso, os autores deste trabalho), não utilizarem outras questões, que os façam refletir sobre os fenômenos observados, os sujeitos assumem sua concepção como adequa- da e não se interessam pela busca de explicações mais elaboradas. Na proposta investiga- tiva, todos os pesquisadores indicam necessidade de uma atuação efetiva do professor na mediação da aprendizagem. Essa mediação se traduz de maneira clara, no questionamento constante, que este pode oferecer aos alunos a fim de fazer com que suas concepções evo- luam de maneira fundamentada. Outro ponto a se analisar foi a atitude dos professores em relação aos experimentos. Antes da execução do experimento, ao serem apresentados à proposta investigativa al- guns docentes manifestaram dúvida sobre a efetividade da proposta, pois “muito já havia sido tentado sem resultados satisfatórios”. Entretanto, ao participarem do experimento na condição de estudantes, os professores mostraram um envolvimento e um interesse destacados. Ao final, houve praticamente consenso de que a prática iria promover o envol- vimento dos estudantes na investigação e seria uma boa ferramenta para motivá-los para o aprofundamento dos estudos em diferentes conceitos envolvidos no experimento. Há um contraste em relação à visão dos estudantes de licenciatura. Estes parecem mais conscientes da necessidade de experimentos e práticas que motivem o envolvimento do estudante, e a postura de uma parcela significativa dos professores. Isso certamente resulta de experiências vivenciadas pelos professores, e pelas dificuldades em se levar uma pro- posta de ensino com alto grau de envolvimento dos alunos para situações práticas. Essa aproximação entre alunos de graduação, professores mais experientes e docentes, mostrou- -se frutífera em vários aspectos. Os professores da rede pública e os alunos do ensino médio apresentam, aparentemen- te, as mesmas concepções. Apesar dos alunos de graduação apresentarem uma concepção um pouco mais elaborada, não é possível garantir que eles a utilizarão em situação de ensino. Mesmo pessoas com uma cultura científica bem desenvolvida mantêm concep- ções espontâneas de senso comum sobre fenômenos físicos e químicos quando inquiridas. Assim parece que as atividades elaboradas e aplicadas a estes diferentes grupos podem ser muito úteis tanto para o processo formativo, quanto para a aplicação ao ensino de concei- tos específicos na educação básica. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A E xp erim entação Investig ativa e a C o nstrução ... 53 Considerações Finais Ao utilizar a experimentação investigativa foi possível uma imediata verificação dos conceitos prévios e das concepções dos sujeitos a respeito dos fenômenos observados. Percebe-se claramente a dificuldade de todos os envolvidos em formular explicações. Em todos os níveis, estas concepções apresentam-se incompletas e inadequadas indicando que apesar de terem passado por diferentes etapas na educação formal, há uma lacuna de aprendizagem, onde predominam explicações pouco elaboradas e na maioria das vezes distantes da cientificamente aceita. Percebe-se, entretanto que a maneira como o experimento é conduzido pode ser a responsável por estas defasagens, mas o trabalho realizado com este grupo não nos parece suficiente para diagnosticar onde estes conceitos são adquiridos e qual a influência do ensino formal em sua construção. Assim acreditamos que esta possa ser uma investigação de interesse uma vez que permitirá obter dados capazes de indicar onde devemos atuar enquanto formadores de professores. Este levantamento possibilita também ao professor uma melhor adequação em sua forma de trabalho com cada turma, produzindo melhores resultados no que diz respeito à aprendizagem e compreensão dos sujeitos. Entretanto, a análise dos resultados obtidos até o momento nos permitiu a formulação de dois questionamentos principais, que deverão ser alvo de futuras investigações durante esta pesquisa: • Em qual momento da vida acadêmica do aluno se dá a formação dos conceitos aqui discutidos? • Qual é o papel do professor na formação desses conceitos? REFERÊNCIAS BARTH, M. B. O Saber em Construção: para uma pedagogia da compreensão. Lisboa: Instituto Piaget, 1996. BIRK, J.P. e LAWSON, E. The persistence of the candle-and-cylinder misconception. Journal of Chemical Education, v. 76, p. 914-916, 1999. BRASIL, Ministério da Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_content&task=view&id=9885. Acesso em: 20/05/2010. CAÑAL, P; LLEDÓ, A. I.; POSUELOS, F. J.; TRAVÉ. G. Investigar en la Escuela: elementos para una enseñanza alternativa. Sevilla: Díada Editorial S.L., 1997. GALIAZZI, M.C.; GONÇALVES, F.P.; SEYFFERT B.H.; HENNIG, E.L.; HER- Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 54 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social NANDES J.C. Uma sugestão de atividade experimental: A velha vela em questão. Revis- ta Química Nova na escola, n. 21, 2005. LAVOISIER, A. Me´moire sur la combustion des chandelles dans l’air atmosphe´rique, et dans l’air e´minemment respirable. Me´moires de l’Acade´mie des sciences, p.195,1777. Disponível online em: http://www.lavoisier.cnrs.fr/memoires2.html, Acesso em: 30/06/2010. REALE G.; ANTISERI, D. Historia del Pensamiento Filosófico e Científico, v.3. Bar- celona: Editorial Herder , 1992, p.892-893. SUART R. C.; MARCONDES, M. E. R. Atividades experimentais investigativas: ha- bilidades cognitivas manifestadas por alunos do ensino médio. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ). Atas. Disponível em: http://www.quimica.ufpr.br/ eduquim/eneq2008/resumos/R0342-1.pdf. Acesso em: 20/02/2010. WEIGERT, C.; VILLANI, A.; FREITAS, D. A Interdisciplinaridade e o trabalho cole- tivo: análise de um planejamento interdisciplinar. Revista Ciência & Educação, v.11, n.1, p. 145-164, 2005. ZABALZA, M. A. Diários de aula: contributos para o estudo dos dilemas práticos dos professores. Porto: Porto Editorial, 1994. ZULIANI, S. R. Q. A.; HARTWIG, D. R. A influência dos processos que buscam auto- formação: uma leitura através da fenomenologia e da semiótica social. Revista Ciência & Educação, v. 15, n. 2, p. 359-82, 2009. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 55 Abordagens Interdisciplinares da Luz em Ensino de Ciências em uma Escola Pública Mario Susumo Haga1; Kuniko Iwamoto Haga2; Aline de Souza Caetano2; Matheus Tabata Santos4; Karina Achcar4 – Faculdade de Engenharia, UNESP, Campus de Ilha Solteira 1Departamento de Física e Química; 2Departamento de Biologia e Zootecnia; 3Aluna do curso de Graduação de Licenciatura em Ciências Biológicas; 4Alunos do curso de Graduação em Engenharia Mecânica REFERÊNCIA: PROJETO NÚCLEO DE ENSINO/PROGRAD 2008/2009. e-mail: haga@dfq.feis.unesp.br Resumo: Desde 2003 são desenvolvidos projetos Núcleo de Ensino, com propos- tas de formação em conteúdos disciplinares de Ciências, na E.E. An- tonio Marin Cruz da cidade de Marinópolis– SP. O presente artigo se refere aos trabalhos realizados no desenvolvimento do projeto Núcleo de Ensino com desenvolvimento de atividades teóricas e experimentais a partir do conceito de luz e as interações luz/matéria como reflexão, refração, fotossíntese entre outros. Basicamente, foram trabalhados con- teúdos de diferentes componentes curriculares de forma contextualizada e interdisciplinar na medida do possível, incluindo apresentações exposi- tivas, aos alunos e professores da escola, com projeto e desenvolvimento de um telescópio de espelho, palestras sobre o olho humano e introdução à astronomia, oficina de observações noturnas de alguns corpos celestes e estudo da interação luz-matéria em processos de fotossíntese. Os resul- tados foram bons e, embora em uma experiência os resultados esperados não tenham sido alcançados como previstos pelos modelos consensu- ais, não significaram prejuízos. Pelo contrário, propiciou mais condições para a aprendizagem através das análises de eventuais erros cometidos, dificuldades experimentais e discussão de possíveis soluções. Palavras-chave: luz, matéria, imagem, fotossíntese. 1. Introdução O conteúdo de óptica, tradicionalmente, não é trabalhado em nível desejável, por di- versos motivos, na estrutura curricular da educação básica. Assim, o projeto foi proposto à Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 56 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social EE Antonio Marin Cruz, não somente para apresentar o tema óptica de forma curricular, mas envolvendo componentes motivadores para a aprendizagem. Tratou-se de um projeto com atividades teóricas experimentais para alunos e professo- res da escola, com foco na formação continuada de professores de ciências e, por extensão, aos professores das outros componentes curriculares, desenvolvendo complementarmente uma proposta pedagógica de um modelo alternativo de avaliação escolar. O tema gerador foi a luz, trabalhando conceitos abordados em contextos teóricos e experimentais, transcendendo as fronteiras disciplinares da Física. Os estudos abordaram diversas formas de interação luz/matéria, como a reflexão, a refração e a fotossíntese. A principal preocupação da coordenação e de seus colaboradores foi de envolver os professores, bolsistas e alunos em processos investigativos de conceitos científicos, consi- derados fundamentos da educação em atividades de ensino-aprendizagem, inicialmente com alunos da primeira série do ensino médio e, nos anos seguintes, estendidas às demais séries do Ensino Médio e Fundamental da escola. Nos trabalhos de pesquisa, nesta fase inicial, a ênfase maior foram os estudos das reações dos alunos e professores em ativi- dades de aprendizagem, processos estes não convencionais e tradicionais, como as aulas expositivas seguidas de avaliação somativa. Os alunos foram orientados para as práticas de aquisição de conhecimentos de forma significativa e investigativa, promovendo sempre que possível, a “práxis” em conteúdos multidisciplinares neste projeto, envolvendo a luz e as experiências em óptica. Foram trabalhados conceitos e definições consensuais, utilizando as observações e in- vestigações das manifestações, muitas vezes fantásticas e observáveis, deste fenômeno na- tural que é a luz, e as suas interações com matéria em geral, como plantas, os diferentes tipos de espelhos, lentes, corpos negros e coloridos, entre outros, que surgiram como de interesse para um aluno, ou grupos de alunos, de acordo com o seu meio ambiente e co- nhecimento espontâneo. Os tópicos, inicialmente propostos pela coordenação, foram ajustados durante o desen- volvimento do projeto de acordo com interesse do momento ou sugeridos pelos bolsistas, ou ainda, pelos professores e alunos da escola. Os alunos foram orientados para realizar as pesquisas individuais e em grupos, desen- volver as competências e habilidades, envolvê-los na aprendizagem, reservando-se sempre espaços e tempo para manifestações e apresentações, nem sempre em situações formais como seminários, mas em manifestações espontâneas que foram observados e registrados pelos bolsistas. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 57 2. Metodologia O desenvolvimento incluiu o “condenado” processo de aulas expositivas, com apresen- tação de materiais de vídeo, palestras, seminários e orientações em forma de oficinas para oferecer aos alunos um mínimo de “background” para que a partir deste, tenham auto- nomia para a sua aprendizagem. Esse suporte coloca o estudante da educação básica em contato com a experiência. Por outro lado, em iniciativas, seja de bolsistas, professores e alunos, a coordenação sem- pre se preocupou em preservar a todos, de forma a nunca inibi-los e, sempre que possível, deu aos autores das iniciativas total apoio, mesmo que sejam detectadas incorreções, ou mesmo erros, desde que os envolvidos não corressem riscos à sua integridade, como o caso de trabalhos com a rede elétrica de 110 V, por exemplo. Cada erro foi aproveitado como ponto de partida para a aprendizagem de modelos consensuais e também em análise de prá- ticas e de lógicas experimentais, mas nunca para depreciar o autor ou autores das sugestões. Um exemplo concreto de equívoco experimental aconteceu quando a experiência para estudo da interação luz/plantas apresentou resultados não conclusivos em sua experimen- tação: os alunos tomaram iniciativas para tentar resolver os problemas técnicos da experi- ência, sem consultar nenhuma das partes envolvidas no projeto. De certo, como não afeta- ria a integridade física deles, foi preservada a liberdade de buscar soluções com autonomia. Somente foram alertados quanto ao risco de trabalhar com o sistema elétrico do arranjo experimental com a utilização da rede elétrica de 120,0 V. A complexidade dos conteúdos abordados no desenvolvimento deste projeto não foi evitada, pois, em muitas ocasiões, na tentativa de simplificar conceitos complexos, pode- mos ensinar conceitos errados ou complicamos a sua compreensão mais do que o faci- litamos (MORIN, 2003). Consideramos mal menor o complexo não aprendido do que aprender errado. Foi o caso do projeto e construção de um telescópio óptico de espelho que envolve complexidade de conceitos e de aplicações técnicas da Engenharia. Para fechar estas atividades, os alunos, em grupos, sob supervisão de nossos bolsistas, elaboraram textos sobre diferentes conteúdos e os apresentaram em forma de seminários para professores, colegas e gestores da escola. Somente um grupo de seis não concluiu a tarefa devido a motivos inerentes às reações humanas normais. 2.1. Conteúdos trabalhados e equipamentos construídos A ciência da óptica, trabalhada em geral no ensino básico formal, quando muito, res- tringe-se aos aspectos geométricos de feixes de luz em alguns fenômenos mais simples Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 58 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social como a reflexão (espelhos) e a refração (lentes), por falta de qualificação de professores e/ ou de equipamentos e de infra-estrutura nas escolas públicas de ensino básico. Pelo projeto, a escola desenvolveu trabalhos com alunos e professores na construção de um telescópio, estudando conceitos básicos sobre formação de imagens como em filmes de emulsão fotográfica (câmaras antigas) e em gravação digital de imagens (câmaras mo- dernas) e as relações com o olho humano. A proposta com abordagens teóricas e experimentais, envolvendo luz, teve por objetivo buscar novas perspectivas para o processo de ensino aprendizagem, sem eliminar por com- pleto as apresentações expositivas. 2.1.1. O telescópio Foi projetado e construído um telescópio de espelho de 180,0 mm com envolvimento de um bolsista da área de exatas da UNESP e grupos de alunos voluntários e professores da escola, ficando o equipamento concluído à disposição da comunidade da E. E. Prof. Antônio Marin Cruz – Marinópolis – SP (imagem fotográfica da Figura 1). FIGURA 1. Três alunos apresentam (com devidas autorizações dos pais) o telescópio que leva o nome da escola. A lente principal do telescópio tem diâmetro φ = 180,0 mm, distância focal f = 1,0 m. A ocular fica aproximadamente na extremidade superior junto ao espelho 45o (foto publicado com autorização dos pais destes alunos). Este telescópio, como produto inicial de professores e alunos desta escola, poderá, em curto prazo, servir para fins de aprendizagem dos alunos em geral, não somente para os alunos inicialmente envolvidos no desenvolvimento deste projeto. Também foram de- senvolvidas oficinas de observações de corpos celestes em uma noite, orientadas por um astrônomo amador de Ilha Solteira e, posteriormente, para a comunidade escolar, pelos Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 59 próprios alunos e professores participantes do projeto. Além disso, o telescópio poderá ser utilizado em ações de integração da escola com os pais de alunos e pessoas da comunidade local em geral, principalmente em atividades de observação de alguns corpos celestes e estudo de tópicos de astronomia como o movimento relativo e as fases da Lua observados da Terra. Também foi sugerido por dirigentes da Diretoria Regional de Ensino que, even- tualmente, poderiam promover futuras atividades integradas com outras escolas da região com utilização do telescópio. Para a coordenação, o telescópio não foi um projeto em si mesmo, mas se tratou de um instrumento gerador de ações escolares e comunitárias para criação de grupos acadêmicos para a aprendizagem, envolvendo alunos, professores, direção e funcionários da escola. Na realidade, já existe um trabalho neste sentido sendo desenvolvido por um engenheiro agrônomo, ex-aluno da escola, que enfoca as atividades rurais sustentadas para agricultores com participação de alunos da escola, desenvolvendo uma educação não formal, enfatizan- do a importância das medidas de preservação ambiental. 2.1.2. Estudos da luz, a interação luz/matéria e o olho humano Inicialmente foram apresentados materiais de vídeo tratando, sobretudo, da natureza da luz e das suas cores, em contraste às cores de pigmentos. Foram no total quatro sessões, incluindo o intrigante tema: “Por que as plantas se curvam para a luz?”. Também foi apresentada, não somente para alunos e professores da escola, mas aberta à comunidade uma palestra intitulada: “O olho humano, seus defeitos e doenças”, proferida pelo médico oftalmologista Dr. Dílson César Moreira Jacobucci. Para a fase final do desenvolvimento do projeto, os alunos foram divididos em cinco grupos para a preparação e apresentação de temas específicos da mecânica e da óptica do telescópio, incluindo o papel do olho humano, em forma de seminários. Os temas tra- balhados pelos grupos de alunos e posteriormente apresentados em seminários por eles foram: 1. conjuntos de lentes de um telescópio, 2. estabilidade num telescópio, 3. graus de liberdade mecânica do corpo do telescópio; 4. defeitos da visão e 5. como corrigir os defeitos da visão. Exceto um grupo, todos os outros cumpriram com suas tarefas e, após as apresentações dos respectivos seminários, foi feita uma avaliação pelos próprios alunos, não no sentido tradicional da avaliação escolar, mas uma avaliação para fins de manifestar a satisfação em participar e para consolidação de conhecimentos dos conteúdos abordados. 2.1.3. Introdução à astromia e oficina para montagem e operação de um telescópio Uma palestra sobre Introdução à astronomia foi proferida pelo Sr. Mário Pinto Car- neiro Junior que também aplicou uma oficina de montagem, operação e cuidados básicos Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 60 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social de instrumentação, sendo as atividades concluídas com algumas observações astronômi- cas, embora um pouco prejudicadas pelas condições de visibilidade do céu naquela noite em especial. Atualmente, o telescópio está permanentemente à disposição da escola para interessados em geral. A responsabilidade pela conservação e operação do equipamento em observações astronômicas e as explicações que se fizerem necessárias, cabem principal- mente aos alunos para que possam adquirir autonomia em relação à Universidade, apesar das dificuldades iniciais inerentes a este tipo de atividade. 2.1.4. Uma abordagem interdisciplinar da luz: a interação luz/plantas A escola também desenvolveu trabalhos experimentais para aprender um processo de pesquisa científica simples: descobrir qual (quais) é (são) a(s) cor (es) da luz que uma plan- ta aproveita para realizar a fotossíntese. Esta prática, embora muito complexa, foi melhor do que trabalhar a aprendizagem a partir de modelos simplificados (MORIN, 2003). Para esta atividade específica, foram construídos sistemas (imagem fotográfica da Fi- gura 2) que permitiram criar micro-ambientes com luz colorida (vermelha, amarela, verde e azul), cada ambiente com diferentes cores, para cultura de plantas e pesquisar as suas respostas aos diferentes tratamentos, incluído desde a completa ausência de luz ao banho de luz branca (ver Figura 2). Aos professores da escola, com participação de um bolsista da área biológica (aluna de Licenciatura em Ciências Biológica da FE-UNESP, Campus de Ilha Solteira) coube o trabalho de mediar a aprendizagem e as ações dos alunos na busca de respostas científicas a partir dos diferentes resultados verificados em plantas sob este tratamento. Entretanto, nas primeiras experiências, os resultados não foram os espe- rados, com as plantas sendo totalmente e igualmente degradadas em todos os ambientes por deficiência de intensidade luminosa e ventilação. Porém, eles, sem desanimar, busca- ram respostas às suas perguntas, com autonomia, e executaram ajustes nos sistemas que eles julgaram necessários montando os arranjos experimentais num ambiente aberto para aproveitar a luz solar provendo cada micro-clima com filtros de cor. Porém novamente, a tentativa não permitiu obter respostas conclusivas das plantas em estudo devido às condi- ções climáticas e vento que danificaram os arranjos experimentais. Entretanto, apesar do malogro experimental, a vivência garantiu, aos alunos e professo- res, uma compreensão, além de conceitos de processos de experimentação, uma nova atitu- de do grupo diante dos problemas experimentais surgidos, alcançando o objetivo principal do projeto: como motivar os alunos a aprender e, para os professores, desenvolver uma percepção do que significa mediar a aprendizagem dos alunos. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 61 Figura 2. Os conjuntos de micro-ambientes artificiais em ambiente fechado para estudo da influência das cores da luz no desenvolvimento de plantas. O vaso superior (tampo) contém uma lâmpada de cor acionada por um “timer” ajustado para oito horas de iluminação intercalada com 16 horas de ausência de luz. 2.1.5. O conceito ondulatório da luz Quando se diz que a luz se comporta como onda (além do seu comportamento como partícula - fóton), os conceitos como comprimento de onda, período, amplitude e fre- qüência de oscilação, foram estudados, teoricamente em livros didáticos tradicionais (HALLIDAY, et al, 2002) e também com experiências realizadas com um pêndulo sim- ples para estabelecer uma analogia entre os conceitos de mecânica de oscilações e ondas eletromagnéticas. Com o pêndulo simples, duas experiências básicas foram realizadas: 1. determinar o período de oscilação variando a massa e mantendo o comprimento constante; 2. determi- nação do período de oscilação variando o comprimento e mantendo a massa constante. Os resultados experimentais estão representados nos gráficos das figuras 3 e 4. Na Figura 3, a investigação feita pelos alunos sobre a influência do comprimento L de um pêndulo simples no seu período T de oscilação pode ser compreendida pela curva parabólica obtida no gráfico de período T em função do comprimento L. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 62 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social Figura 3. Gráfico do período T (em segundos) em função do comprimento L (medido em metros) obtido por um grupo de alunos que estabelece uma relação parabólica que pode ser confirmada pela equação 1. g L2T π= (1) onde g é a aceleração da gravidade. Por outro lado, o gráfico da Figura 4 mostra que o período T não depende da massa M, fato este que os alunos puderam confirmar pela teoria de oscilação de um pêndulo simples pela mesma equação 1. Figura 4. Gráfico do período T (em segundos) em função da massa M (em gramas) obtido por um grupo de alunos que permite verificar que o período não depende da massa conforme pode ser confirmada pela equação 1. Estes estudos experimentais, com arranjo mecânico com oscilações, foram introduzidos mesmo que não previstas na proposta original em função das dificuldades de se compre- ender aspectos ondulatórios da luz. A experiência foi útil para que alunos desenvolvessem conceitos como o da freqüência e período de oscilação e fazer uma correlação com fenô- menos não perceptíveis ao olho humano normal que vê a luz, mas não as oscilações de uma Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 63 onda eletromagnética. Somente depois foram introduzidos aos fenômenos envolvendo luz conhecidos como óptica geométrica. 2.1.6. A luz, seus efeitos e o olho humano A Óptica Geométrica estuda a propagação de luz em linha reta quando atravessa um meio transparente homogêneo. Mas a óptica geométrica não se preocupa com a natureza da luz, que, na realidade, é constituída de ondas eletromagnéticas em uma faixa de fre- qüência que a torna visível ao olho humano normal, correspondente a comprimentos de onda entre 3900 Å (luz violeta) e 7900 Å (luz vermelha). A maior sensibilidade do olho humano normal se situa na faixa de luz amarela, com um comprimento de onda aproximado de 5800 Å. O Å (Angstrom) corresponde a um decimilésimo de micrometro, ou seja, 10–10 m. A composição dessas várias cores corresponde ao que chamamos de LUZ BRANCA, por exemplo, a que é emitida pelo Sol. A cor de maior comprimento de onda visível é a vermelha, passando pela luz alaranjada, seguida da amarela, da verde, da azul, da anil e finalmente da violeta. Abaixo da luz vermelha, existe a luz infravermelha e acima da vio- leta temos a luz ultravioleta, esta última bastante nociva ao organismo humano e para os demais tecidos de seres vivos. Ambas são invisíveis ao olho humanos. Na natureza, a luz ultravioleta é também emitida pelo Sol, mas é filtrada naturalmente pela camada de Ozônio da atmosfera que envolve quase que totalmente a Terra. A destrui- ção dessa camada de ozônio protetora pela liberação para a atmosfera de certos compostos químicos fabricados pelo homem é um fato comprovado. Por essa razão, muitos aerossóis estão sendo proibidos bem como o composto químico freon que era utilizado nas geladei- ras. Hoje muitos fabricantes estão substituindo o gás freon por outros compostos que não afetam a camada de ozônio. 2.2. Entendendo a luz Para enxergar as coisas a seu redor, o ser humano sempre necessitou de luz (luz do Sol, de tocha, de vela, de uma lâmpada). Podemos dizer que a luz é uma forma de energia ra- diante que se propaga por meio de ondas eletromagnéticas. É o agente físico responsável pela produção da sensação visual. 2.3. Velocidade da luz Para qualquer que seja o tipo de luz, verifica-se que sua velocidade de propagação no vácuo é constante e, aproximadamente, igual a 300.000 km/s. Mas nos meios materiais Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 64 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social a velocidade da luz assume valores diferentes, sempre menores que 300.000 km/s, e em qualquer meio decresce no sentido da luz vermelha para a violeta. 2.4. Nomenclatura a) Raio de luz. É a linha orientada que representa a trajetória seguida pela luz. Figura 5. Representação geométrica de um raio de luz. b) Feixe Luminoso ou Pincel de Luz. É um conjunto de raios luminosos. Existem três tipos de feixes (pincel) luminosos. Figura 6. Feixes Luminosos: da esquerda para a direita, feixe de luz paralela, convergente e divergente. c) Meios Ópticos c.1) Meio transparente é aquele meio que permite a propagação regular da luz possibili- tando a formação de uma imagem nítida dos objetos. Exemplos: ar, vidro, papel celofane, etc. c.2) Meio Translúcido é o meio que permite a propagação irregular da luz e o obser- vador não vê o objeto com nitidez através do meio. Exemplos: vidro fosco, papel vegetal, tecido fino, etc. c.3) Meio Opaco é o meio que não permite a propagação da luz. Exemplos: parede, madeira, tijolo, etc.  2.6. Fenômenos ópticos Figura 7. Reflexão regular de luz pela superfície de um meio material. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 65 a) Reflexão regular: a luz incidente em S volta ao mesmo meio, regularmente com direção bem definida. Ocorre quando S é uma superfície metálica bem polida (espelhos). b) Reflexão irregular ou Difusão. Neste tipo de reflexão, a luz incidente em S volta ao mesmo meio, irregularmente em direções aleatórias. Ocorre quando S é uma superfície rugosa. Figura 8. Difusão de luz por uma superfície de um meio material. c) Refração. Na refração, a luz incidente atravessa o meio material S e continua a se propagar por outro meio. Este fenômeno óptico ocorre quando S separa dois meios trans- parentes (ar e água, água e vidro, etc.). Figura 9. Refração de luz através de um meio material. d) Absorção. A absorção de luz incidente em S ocorre quando a luz não se reflete e nem se refrata pelo meio material. A luz, que é uma forma de energia radiante, é absorvida em S, aquecendo-a. Ocorre, por exemplo, nos corpos de superfície preta (corpos negros). Figura 10. A absorção de luz pelo meio material. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 66 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social 2.7. Propriedades cromáticas da matéria: a cor dos objetos A cor apresentada por um corpo, ao ser iluminado, depende do tipo de luz que ele re- flete difusamente. A luz branca é constituída por uma infinidade de cores que podem ser agrupadas em sete cores distintas: vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul, anil e violeta. Um observador vê cada corpo com uma determinada cor, da seguinte maneira: se a luz incidente no corpo é branca (composta de todas as cores) e o corpo absorve toda a gama de cores, refletindo apenas a azul, o corpo é de cor azul. Assim acontece com as demais cores de diferentes corantes que podem existir na natureza ou serem “criadas” pelo Homem. Então, o corpo branco é aquele que reflete difusamente quase toda a luz branca inci- dente e o corpo negro é aquele que absorvem quase todas as cores, não refletindo difusa- mente nenhuma cor de luz em especial. Figura 11. A cor dos objetos que o olho humano percebe pelos raios de luz refletida. 2.8. Interpretando a reflexão da luz Um raio luminoso (em teoria, emitido por uma fonte pontual de luz ou gerado por um pequeno orifício de um anteparo) ao atingir uma superfície pode ser refletido, refratada para o interior do meio cuja fronteira é a superfície, ou absorvida por esse meio. Em geral, os três fenômenos acontecem simultaneamente, um em maior grau do que o outro fenô- meno. Quando a totalidade da energia contida no raio luminoso volta ao meio de onde se originou, diz-se que há reflexão total, ou simplesmente, reflexão. No caso de reflexão, o ângulo de incidência é o ângulo que o raio luminoso faz com a normal para fora da superfície refletora e o ângulo de reflexão é o ângulo que o raio refle- tido para o meio de origem faz com aquela mesma normal. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 67 Figura 12. O ângulo de reflexão R é igual ao ângulo de incidência I. Uma superfície perfeitamente refletora (na prática isso não existe) é chamada de ES- PELHO. Assim diz-se que “o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão, em rela- ção a um eixo normal ao plano tangente ao espelho no ponto de incidência”. Quando um objeto é colocado na frente de um espelho ele gera uma imagem, cujas ca- racterísticas dependem da forma do espelho e da posição do objeto em relação ao espelho. Uma imagem é REAL quando se situa do mesmo lado do espelho onde se encontra o objeto. Caso contrário, a imagem é VIRTUAL.  2.9. Tipos de espelhos a) Espelhos Planos Figura 13. Um espelho plano produz uma imagem virtual simétrica ao objeto. Um único espelho plano fornece sempre uma imagem virtual de um objeto (do lado oposto do objeto em relação à superfície refletora) simétrica em relação ao plano do espe- lho. Esta regra não se aplica a um conjunto de espelhos planos. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 68 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social Como você poderá verificar um conjunto de espelhos planos pode fornecer uma ima- gem real. Na Figura 14, representamos apenas algumas das imagens produzidas pelo obje- to e uma das muitas imagens que as três imagens principais geram. Observe as caracterís- ticas da imagem de número 3 em relação ao objeto. Ela é invertida em relação ao objeto, isto é, girada de 180o. Isto significa que se você for objeto deste experimento, irá ver sua face direita do lado esquerdo e vice-versa. Figura 14. Imagens obtidas por um objeto frente a dois espelhos planos ortogonais. b) Espelhos Esféricos. Um espelho esférico é uma calota esférica com uma certa abertura angular. No estudo elementar da Óptica Geométrica os espelhos têm pequena abertura angular, pois grandes aberturas geram distorções cujas características pertencem ao estudo da Óptica Física. No caso dos espelhos esféricos, a imagem é real se formada pelos raios luminosos refle- tidos e é virtual se formada pelo prolongamento virtual desses raios. Figura 15. Um objeto colocado na frente de um espelho côncavo pode produzir uma imagem real invertida nessa figura. C é o centro do espelho e F o seu foco. No exemplo ilustrado na Figura 15 já podemos observar duas regras importantes: a) Todo raio luminoso paralelo ao eixo do espelho se reflete passando por um ponto característico F do eixo do espelho chamado FOCO. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 69 b) Todo raio luminoso que passa pelo CENTRO DE CURVATURA C do espelho, chamado apenas CENTRO, se reflete sobre si mesmo. c) A imagem, no caso, é REAL, pois é o encontro dos raios refletidos pelo espelho. d) A imagem é INVERTIDA, pois está “de cabeça para baixo” em relação ao objeto.  2.10. Elementos de um espelho esférico Referindo-nos à Figura 16, os elementos de um espelho esférico são definidos a seguir: a) Centro de curvatura é o centro geométrico do espelho, simplesmente denominado CENTRO. b) Raio de curvatura é o raio da calota esférica que gerou o espelho, simplesmente de- nominado RAIO. c) Vértice é o ponto médio da superfície do espelho, onde o eixo de simetria do espelho encontra esta superfície do espelho. d) Abertura é o ângulo de abertura do espelho e) Eixo Principal é o eixo de simetria pelo vértice, isto é, o EIXO. f ) Eixo Secundário é qualquer eixo pelo vértice g) Foco Principal é um ponto do eixo principal que fornece uma imagem no infinito. Todo raio vindo do infinito (ou seu prolongamento) passa pelo foco principal, simples- mente chamado FOCO. Figura 16. Representação dos elementos de um espelho esférico. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 70 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social h) Distância Focal é a distância do foco principal ao vértice do espelho. Para espelhos de pequena abertura, a distância focal é metade do raio do espelho. Os espelhos esféricos são chamados CÔNCAVOS quando a superfície refletora está do mesmo lado do centro do espelho. Caso contrário, os espelhos são chamados CONVE- XOS. O espelho da figura 12 é um espelho côncavo. Na Figura 13 construímos a imagem (VIRTUAL DIRETA) de um espelho convexo. A imagem é virtual, pois é formada pelos prolongamentos dos raios incidentes. 2.11. A construção de imagens de espelhos esféricos A imagem é sempre obtida pelo cruzamento de raios refletidos paralelos ao eixo princi- pal (passam pelo foco) com raios refletidos passando pelo  centro (voltam sobre si mesmo) no caso de imagem real. Quando o cruzamento se der pelo prolongamento virtual desses raios, a imagem é virtual. Figura 17. Imagem virtual direta produzida por um espelho convexo. A relação entre os tamanhos normais ao eixo da imagem e do objeto para um espelho esférico, sendo L o comprimento (altura) do objeto, p sua distância ao centro do espelho, L’ o comprimento (altura) da imagem e p’ sua distância ao centro do espelho, vale a relação: L / L’ = - p / p’ (2) A relação entre as distâncias p e p´ é chamada equação dos FOCOS CONJUGADOS e é dada por 1 / f = 1 / p + 1 / p’ (3) onde f é a distância focal do espelho. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 71 Observações: a) A Convenção de sinais. Por convenção, a luz vem do lado esquerdo para o direito, sendo esse o sentido negativo sobre o eixo principal do espelho. Para um espelho côncavo (concavidade voltada para a esquerda) a distância focal f e o raio de curvatura R são posi- tivos. Para um espelho convexo (convexidade voltada para a esquerda), a distância focal f e o raio de curvatura R são negativos. Toda imagem real (à esquerda do espelho) tem p > 0. Toda imagem virtual (à direita do espelho) tem p’ <0; b) Construção geométrica da imagem. Figura 18. Sentido de incidência da luz. Da esquerda para a direita é negativo. O sentido “para baixo” é negativo. 2.12. Princípios da óptica geométrica Os estudos sobre a óptica geométrica são feitos basicamente através do conceito do raio de luz e princípios da propagação geométrica. Estes princípios são: a) Princípio da propagação retilínea da luz. “Nos meios transparentes e homogêneos a luz se propaga em linha reta.” Exemplo: A formação de sombras e penumbras.  b) Princípio da independência dos raios luminosos. “Se dois ou mais raios de luz, vindos de fontes diferentes se cruzam, eles seguem suas trajetórias de forma independente, como se os outros não existissem.” Exemplo: O uso simultâneo de vários refletores durante um show. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP 72 C ap.1 • Práticas Ped ag óg icas no C ontexto Escolar e Social  c) Princípio da reversibilidade dos raios de luz. “Se um raio de luz se propaga em uma direção e em sentidos arbitrários, um outro raio de luz poderá propagar-se na mesma direção, porém em respectivos sentidos opostos”. Podemos citar o caso em que ao observar uma pessoa através de um espelho retrovisor de um carro e percebermos que esta pessoa também pode nos observar através dele. 2.13. Sombra e penumbra Sombra é uma região do espaço que não recebe a luz direta da fonte. Penumbra é uma região que recebe apenas parte da luz direta da fonte. Figura 19. Representação gráfica de formação de sombra e de penumbra. 3. Conclusões Podemos afirmar que o desenvolvimento do projeto teve um reflexo muito importante na consolidação de conteúdos disciplinares e processos de aprendizagem diferenciada à forma tradicional de aulas expositivas, tanto pelos professores quanto alunos. Foram úteis para estabelecer referenciais relativos à aprendizagem e serviram para crescimento de mo- tivações (DECI; RYAN, 1994), mesmo que extrínsecas ou de diferentes tipos (NOVAK, 1981) e promoveu uma melhora na auto-estima dos alunos com perspectivas de sucesso em vestibulares de instituições públicas. Dois alunos da escola ingressaram, pela primeira vez na história da escola, em universidades públicas; antes, nem tentavam prestar vestibu- lar nestas instituições. Quanto aos professores, naturalmente apresentaram significativos avanços (ANTU- NES, 2001), principalmente como resultado de desenvolvimento de projetos pedagógicos de apoio ao projeto centrado em conteúdos disciplinares, Agradecimentos: Ao Sr. Mário Pinto Carneiro Junior pela palestra (introdução à as- tronomia) proferida, à EE Antonio Marin Cruz pela parceria na realização deste projeto e à Prefeitura Municipal de Marinópolis pelo apoio material e transporte e à PROGRAD- -UNESP pelos financiamentos. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A b o rd ag ens Interd iscip linares d a Luz em E nsino ... 73 REFERÊNCIAS ANTUNES, Celso. Como Transformar Informações em Conhecimento. 4ª edição, Petró- polis: Editora Vozes, 2001. DECI, E. L.; RYAN, R.M. Promoting Self-determined Education. Scandinavian Journal of Education Research, v. 38, n. 1, pp. 3-15, 1994. GRECA, I.M.; MOREIRA, M.A. The Kinds of Mental Representations-Models, Prop- ositions and Images-Used by College Physics Students Regarding the Concept Of Field. Int. J. Sci. Educ., v. 19, n. 6, pp. 711-724. 1997. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física, Rio de Janeiro – RJ, Livros Técnicos e Científicos Editora S/A, v.4, 6ª Edição, 2002. MORIN, E. Introdução ao Pensamento Complexo. Instituto Piaget, 4a ed., Porto Alegre – RS, 2003. NOVAK, J.D., Uma Teoria de Educação. Tradução de Marco Antônio Moreira, Livraria Pioneira Editora, São Paulo, 1981. Pró Reitoria de Graduação - Núcleos de Ensino da UNESP A s C ulturas d a Infância e o s E sp aço s Ped ag ó g ico s... 75 As Culturas da Infância e os Espaços Pedagógicos: em Busca de Interlocução José Milton de Lima1; Márcia Regina Canhoto de Lima2; Jucileny Bochorny3; Thaís Duarte4; Larissa Aparecida Trindade dos Santos5. Resumo: Os objetos deste projeto são as culturas da infância e os espaços pedagógicos e é resultante de uma parceria entre a FCT/UNESP/ PP e a SEMEC de Álvares Machado/SP. Em linhas gerais a Teoria Histórico Cultural e a Sociologia da Infância dão suporte teórico, pois essas duas correntes teóricas concebem a infância com carac- terísticas e identidades próprias e as crianças como sujeitos inter- pretativos e criativos. Partimos do pressuposto de que as crianças, para avançarem no seu desenvolvimento, necessitam de propostas educativas que contemplem os seus interesses e necessidades, des- taque para as atividades lúdicas e as interações sociais. Contraria- mente, a realidade tem revelado discrepâncias entre teoria e prá- tica. A metodologia que orienta a investigação é a pesquisa-ação que contempla o diagnóstico sobre as concepções de educação, infância, criança que orientam as práticas dos professores; reco- nhecimento da estr