UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Júlio de Mesquita Filho - UNESP Faculdade de Ciências - FC Licenciatura em Pedagogia LUCAS SARZI AVALIAÇÃO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM COM ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: ATENDENDO AS EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM BAURU 2016 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Júlio de Mesquita Filho - UNESP Faculdade de Ciências - FC Licenciatura em Pedagogia LUCAS SARZI AVALIAÇÃO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM COM ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: ATENDENDO AS EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação da Faculdade de Ciências – UNESP, Bauru, como parte dos requisitos para obtenção do título de licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani. BAURU 2016 Sarzi, Lucas. Avaliação de objetos de aprendizagem com alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental: atendendo as expectativas de aprendizagem. / Lucas Sarzi, 2016 71 f. Orientadora: Thaís Cristina Rodrigues Tezani Monografia (Graduação) – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências, Bauru, 2016 1. Objetos de aprendizagem. 2. Prática pedagógica. 3. Processos de ensino e aprendizagem. 4. Tecnologias. I. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências. II. Título. Lucas Sarzi Avaliação de Objetos de Aprendizagem com Alunos Iniciais do Ensino Fundamental: atendendo as expectativas de aprendizagem Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Departamento de Educação da Faculdade de Ciências – UNESP, Bauru, como parte dos requisitos para obtenção do título de graduação em Pedagogia, sob a orientação do Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani. Banca examinadora: Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani – Orientadora Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru. Profa. Dra. Vera Lúcia Messias Fialho Capellini – Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru. Profa. Ms. Milena Aparecida Vendramini Sato - Secretaria Municipal de Educação – Bauru/ SP Bauru 2016 Aos meus pais Dirceu e Marta que nunca mediram esforços para que eu pudesse ter uma educação de qualidade e a meu irmão Felipe grande amigo e companheiro. AGRADECIMENTOS Meu agradecimentos inicial é para DEUS, que pôs em meu caminho pessoas maravilhosas que sempre agradeço e solicitas em ajudar, aos meus pais, Dirceu e Marta, que foram meus primeiros professores, em uma busca constante por uma educação de qualidade para os filhos, nunca mediram esforços e nem tempo seja para sentar fazer lição de casa junto ou estudar e ajudar a buscar a compreensão de algo que parecia impossível, ou aceitar o filho abandonar o último ano de uma faculdade, para buscar a felicidade em sua área, esta etapa só é possível graças ao esforço e dedicação das pessoas que mais admiro e amo meus pais. Ao meu irmão e melhor amigo Felipe que muita das vezes deu o tempo dele para que eu pudesse estudar. A Nathalia companheira de todas as horas meu porto seguro, e aos amigos que sempre tem uma palavra de conforto em tempos que parecia não andar. A minha orientadora Professora Thais Tezani, que acreditou no meu potencial e com certeza me fara sair uma pessoa e um profissional melhor, ao Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Tecnologias, Educação e Currículo (GEPTEC) por incontáveis discussões e ensinamentos. As minhas amigas Lilian, Bruna e Sabrina, que dividiram angustias e conversas em anos de muito estudo. Aos professores do Departamento de Educação sempre prestativos com os alunos, ajudando de forma competente na formação de professores críticos. Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas mudam o mundo. Paulo Freire http://pensador.uol.com.br/autor/steve_jobs/ Resumo O trabalho de conclusão de curso discorre sobre um projeto de pesquisa (iniciação cientifica) que surgiu por meio de observações em escolas de ensino fundamental de um sistema público, no qual ficou evidente que os alunos estão insatisfeitos com as práticas adotadas pelas escolas e isso tem provocado desinteresse pela aprendizagem. Ao estudar a literatura constatamos que a articulação das tecnologias à prática pedagógica pode contribuir como fomento para o processo de ensino e aprendizagem. Assim, o objetivo geral de trabalho foi investigar as expectativas do uso da tecnologia pelos alunos do 5º ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal e avaliar os objetos de aprendizagem utilizado pela escola. Como objetivos específicos, destacamos: analisar os objetos de aprendizagem existentes; conhecer com os alunos e professor se a tecnologia traz benefícios. Foram, portanto, etapas do trabalho: 1) revisão da literatura sobre objetos de aprendizagem e prática pedagógica; 2) estudo das necessidades de aprendizagem dos alunos; 3) avaliação de objetos de aprendizagem; 4) descrição e categorização dos dados; 5) análise e interpretação dos resultados. Acreditamos que há necessidade de articulação das tecnologias à prática pedagógica cotidiana, em específico nos anos iniciais do ensino fundamental dos sistemas públicos de ensino. Palavras-Chave: Objetos de aprendizagem. Prática pedagógica. Processos de ensino e aprendizagem. Tecnologias. Evaluation of learning objects with early Elementary School Students: learning expectations ABSTRACT The monography discusses a research project (scientific initiation) which arose through observations in elementary schools of a public system, in which it was evident that the students are dissatisfied with the practices adopted by schools and that has caused disaffection for learning. By studying the literature found that the articulation of the pedagogical practice technologies can contribute as encouragement for the teaching and learning process. Thus, the overall objective of this work was to investigate the expectations of the use of technology by students of the 5th grade of elementary school to a public school hall and assess learning objects used by the school. Specific objectives include the following: analyzing the existing learning objects; meet with the students and professor if technology brings benefits. Were therefore working steps: 1) review of the literature on learning objects and educational practice; 2) study of students ' learning needs; 3) evaluation of learning objects; 4) description and categorization of data; 5) analysis and interpretation of results. We believe that there is need for articulation of the pedagogical practice technologies, in particular in the initial years of the elementary school of public education systems. Keywords: Learning Objects. Pedagogical practice. Teaching and learning processes. Technologies. SUMÁRIO: 1 Introdução .............................................................................................................. 11 2 Tecnologia na educação: Possibilidades e Conflitos ............................................. 13 2.1 Currículo e tecnologia ..................................................................................... 13 2.2 A tecnologia e escola ...................................................................................... 16 2.3 Nativos e Imigrantes digitais: Um conflito geracional dentro da escola ........ 22 2.4 Nativos e imigrantes digitais .......................................................................... 22 2.5 Conflito Geracional ........................................................................................ 25 2.6 Formação Docente .......................................................................................... 27 2.7 Objeto de Aprendizagem ................................................................................ 28 3 A pesquisa de campo: coletas de dados ................................................................. 31 3.1 Questionário .................................................................................................... 32 3.2 Questionários e seus resultados ...................................................................... 33 3.3 Questionários e resultados dos professores .................................................... 38 3.4 Os dados e seus possíveis cruzamentos .......................................................... 41 4 Análise dos objetos de ensino aprendizagem ........................................................ 44 4.1 Brincando com palavras ................................................................................. 45 4.2 Tabuada divertida ........................................................................................... 47 4.3 Jogo da memória ............................................................................................. 49 4.4 Tabletes Educativos ........................................................................................ 53 4.5 Escola Games .................................................................................................. 56 4.6 Atividades Educativas .................................................................................... 60 4.7 Smart Kids ...................................................................................................... 64 5 Avaliação Geral sites educativos ........................................................................... 68 6 Considerações Finais ............................................................................................. 69 Referências ............................................................................................................... 70 11 1 Introdução O Trabalho de Conclusão de Curso representa o percurso das ações desenvolvidas durante a vigência da Pesquisa de Iniciação Científica – PIBIT (2014/2016), na modalidade sem bolsa, intitulada “Construção de Objetos de Aprendizagem com Alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: atendendo as expectativas de aprendizagem. ”, sob a coordenação da Profa. Dra. Thais Cristina Rodrigues Tezani, do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da UNESP de Bauru – SP. Na vigência da pesquisa (agosto de 2014 até julho de 2016) realizamos estudos teóricos sobre os professores e a tecnologia, os alunos e a tecnologia e a tecnologia em si, mapeamos os objetos de aprendizagem, buscamos entender o quanto o aluno usa e quer a tecnologia na escola, além de muitas discussões dentro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Tecnologias, Educação e Currículo (GEPTEC) acerca do currículo e a tecnologia e o uso da tecnologia dentro da escola. Destacamos que no início a proposta era a construção de objetos de aprendizagem, mas pela falta de conhecimento técnico não foi possível fazer a construção dos objetos, por isto optamos por avaliar os objetos de aprendizagem que a escola vem utilizando. Desta maneira, com a finalidade de analisar a expectativa de aprendizado do aluno dos anos iniciais do ensino fundamental, tivemos como objetivo:  Avaliar os objetos de aprendizagem utilizados pela escola. O processo de coleta de dados teve como fio condutor:  Analisar e perceber o quanto os alunos têm de expectativa de usar a tecnologia em seu processo de ensino aprendizagem e ver seu os objetos de aprendizagem correspondem às essas expectativas.  Coletar as respostas de professores e alunos sobre a tecnologia. Para atingir os objetivos do trabalho de conclusão de curso foi realizada uma investigação qualitativa e quantitativa, pesquisa bibliográficas e de campo, além de questionários para professores e alunos. O trabalho foi realizado com 16 aluno do 5° ano do Ensino Fundamental e 2 professores que lecionam no Ensino Fundamental, foi realizada em uma escola municipal que oferece 12 somente o ensino fundamental 1, EMEF Professora Leonor Bicudo Vizenzzotto, que tem como proposta o ensino integral Este trabalho de conclusão de curso apresenta os resultados das atividades: estudos teóricos sobre a tecnologia no ambiente escolar, a coleta de dados e por fim analise das respostas dos professores e alunos em forma de gráficos. O Trabalho de Conclusão de Curso iniciou-se com explanação do subtítulo 2.1 “Currículo e Tecnologia” onde discutiremos algumas concepções de currículo e a escolha de conteúdos e o porquê de a tecnologia não estar tão presente no currículo. Para o subtítulo 2.2 “ A tecnologia e escola” reservamos espaço para compreender como a escola vem recebendo os alunos que são de uma geração digital. No subtítulo 2.3 “Nativos e Imigrantes digitais: um conflito geracional dentro da escola” abordamos quem são os nativos e imigrantes digitais e o que estas diferenças trazem para dentro da escola. “ No subtítulo 2.7 “Objetos de Aprendizagem” discutimos o que são objetos de aprendizagem. Assim para o capítulo 3 “Análise dos dados” analisamos os dados e seus possíveis cruzamentos. No capítulo 4 “Analise dos objetos de ensino aprendizagem” avaliamos objetos de aprendizagem usado pela escola. Reservamos um espaço para as Considerações finais e por fim as referências. 13 2 Tecnologia na educação: Possibilidades e Conflitos 2.1 Currículo e tecnologia Na contemporaneidade a cultura que mais cresce e difundi é a digital como afirma Almeida e Silva (2011, p. 3); “Tais tecnologias passaram a fazer parte da cultura, tomando lugar nas práticas sociais e resignificando as relações educativas ainda que nem sempre estejam presentes fisicamente nas organizações educativas.”, este avanço é por causa dos nativos digitais, que estão presente em todas as áreas da sociedade, porem em algumas escolas a uma completa negação da cultura digital, que é o modo como se comunicam, interagem um com outro, buscam informações e com encaram as transformações da sociedade (Almeida e Silva, 2011), deixando de fora de seu currículo como diz Almeida e Silva (2011, p. 8,9): Isso significa que o currículo envolve tanto propiciar ao aluno a compreensão de seu ambiente cotidiano como comprometer-se com sua transformação; criar condições para que o aluno possa desenvolver conhecimentos e habilidades para inserir no mundo como atuar em sua transformação; ter acesso aos conhecimentos sistematizados e organizados pela sociedade como desenvolver a capacidade de conviver com a diversidade cultural, questionar as relações de poder, formar sua identidade e ir além de seu universo cultural. As diferenças entre os jovens de hoje e do passado trazem grande diferenças nas vivencias, pois o modo de enxergar o mundo se transformou, as relações sociais se modificaram, e quem tem um papel fundamental em formar estes jovem para a sociedade tecnológica é a escola, que precisa forma indivíduos que sejam capazes de compreender e interagir com a sociedade que eles estão, pois como nativos digitais tem tendências e viver e prestar mais atenção no mundo digital, e se desligar um pouco do real e neste sentido tem que aprender a viver e entender as demais culturas e gerações, é como Almeida e Silva (2011, p. 6): A dimensão pedagógica se refere ao acompanhamento de processo de aprendizagem do aluno, a busca de compreender sua história e universo de conhecimentos, valores, crenças e modo de ser, estar e interagir com o mundo mediatizado pelos instrumentos culturais presentes em sua vida. O aluno que entra na escola tem que ser entendido por inteiro, hoje não pode negar que chegam com grande quantidade de informação diferente do passado, onde a única fonte era a escola, além dos mesmos terem um contato maior com o mundo por meio da tecnologia, e por 14 conta destas características a uma grande mudança na forma de ensinar para os que tem a tecnologia uma parte deles, porem em algumas vezes a uma negação deste conhecimento do nativo digital. Reconhecer estas características é fundamental já que a tecnologia mudou as relações com a sociedade (Palfrey, Gasser, 2011), reconhecer estas características significa a tecnologia como parte do currículo escolar, mas não uma parte usada esporádica, pois a tecnologia para os nativos digitais não é esporádica, é uma forma de viver, relacionar e enxergar o mundo, tem sim que ser um tema transversal que seja usado em todas as matérias escolar, como afirma Almeida e Silva (2011, p. 8): Integrar as TDIC com o currículo significa que essas tecnologias passam a compor o currículo, que as engloba aos seus demais componentes e assim não se trata de ter as tecnologias como um apêndice ou algo tangencial ao currículo e sim buscar a integração transversal das competências no domínio das TDIC com o currículo, pois este é o orientador das ações de uso das tecnologias. O currículo escolar por algum tempo foi entendido como uma lista de conteúdos que tinha que ser cumprido, não importando o andamento e estagio da sala de aula, porém não pode ser compreendido desta forma, estático e imutável, desconsiderando a sociedade e os alunos que estão na escola, inclusive compreendendo o papel de avaliação do trabalho docente, que era tido como um bom profissional se conseguisse dar conta daquela lista, que podia conter conteúdos desconexos com a realidade dos alunos e da própria cidade e cultura que a escola esta inserida, compreendido desta forma esta negando os alunos que estão dentro da escola este currículo tem que ter conteúdos que estejam ligados a cultura da sociedade como diz Pedra (1993, p. 30): O termo currículo, por exemplo, já foi definido: 1) como uma serie estruturada de resultados; 2) como um conjunto de materiais; 3) como um conjunto de experiências que os estudantes desenvolvem sob a tutela da escola e 4) como intento de comunicar os princípios essenciais de uma proposta educativa. Ultimamente, vem sendo entendido como uma seleção de conhecimentos extraídos de uma cultura mais ampla. Ao analisarmos os termos passados de currículo podemos perceber maculas que ficaram dentro da escola e na própria concepção do currículo, o novo entendimento de currículo deveria comtemplar temas ligados a sociedade as culturas sociais, infelizmente nãos vemos todas a culturas sociais contemplada no currículo escolar, percebemos uma predominância de culturas favorecidas, enquanto algumas são renegadas por não ser expressiva, podemos perceber na falta 15 da cultura digital, que cada vez se torna mais comum e pertencente a sociedade, mas que normalmente e renegada, como Pedra (1993, p. 32): Os conhecimentos que pelo currículo são selecionados, sistematizados, distribuídos e avaliados derivam de uma cultura concreta e ultrapassam os denominados “conhecimento cientifico” que, por definição, encontram-se expressos nos conteúdos próprios das diversas disciplinas. Trazem por isso – por serem culturais – representações do que pode ser considerado conhecimento válido e não conhecimento. Transmitem, assim, para além do “conhecimento cientifico”, um modo de ver e classificar o mundo – vivido. Englobar a tecnologia no currículo significa mais do que usa-la de forma minimalista, é a mostra de que a uma busca de entender a sociedade tecnológica e os nativos digitais, já que o currículo é uma construção coletiva e participava, e a falta de um assunto que interessa a uma parte da sociedade e do ambiente escolar é renegada, já que está ligada fortemente as ideologias dos construtores do currículo, como afirma Pedra (1993, p. 33): O currículo escolar, tanto como os demais aspectos da vida social, está impregnado e modelado por ideologias. Nada há de estranho, assim, em considerar que as ideologias dominantes nos conteúdos curriculares reflitam as formas ideológicas dominantes na cultura de uma sociedade. A tecnologia claramente se encaixa no atributo de seleção de conteúdos, porem a falta de reconhecimento da cultura digital difundida pelos nativos e combatida pelos imigrantes, que ideologicamente defendem uma escola tradicional, não aberta as mudanças, descartando o novo, reproduzindo comportamentos que vivenciaram na escola, onde o professor era detentor absoluto do conhecimento e despreza o conhecimento prévio do aluno, esta postura faz com que os preconceitos aumentem, e exclua este conteúdo da montagem do currículo, renegando a tecnologia e prevalecendo a ideologia que vigora na escola desde os primórdios do tempo, como Pedra (1993, p. 33) diz: No entanto, o fato de ser dominante indica que existem outras ideologias com as quais deve concorrer para manter-se enquanto tal. Tal concorrência dá-se, não de uma vez por todas e em um tempo e lugar específicos, mas cotidianamente, no interior das relações sociais. Com o crescimento da cultura digital, não podemos prever até quando a tecnologia que é a cultura inferior se manterá assim, como afirma Prensky (2001, p. 3): 16 Então o que deveria acontecer? Os estudantes Nativos Digitais deveriam aprender as velhas formas, ou os educadores Imigrantes Digitais deveriam aprender as novas? Infelizmente, independente de quanto os Imigrantes queiram isso, é bem improvável que os Nativos Digitais regredirão. Em primeiro lugar, isto deve ser impossível – as mentes podem já ser diferentes. Isto insulta tudo o que conhecemos sobre migração cultural. As crianças nascidas em qualquer nova cultura aprendem a nova linguagem facilmente, e resistem com vigor em usar a velha. Os espertos adultos imigrantes aceitam que eles não conhecem seu novo mundo e tiram vantagens de suas crianças a ajudá-los a aprender e integrar-se. Os imigrantes não-tão-espertos (ou não-tão- flexíveis) passam a maior parte de seu tempo lamentando de como eram boas as coisas em seu “velho país”. Fica evidente que o “velho país” não tem mais volta, a escola se mantem com a ideologia dominante por pouco tempo, com o passar do tempo os nativos digitais estão cada vez ampliando a sua cultura, com mais adeptos críticos e questionadores que não aceitaram serem renegados em prol de algo que não pertence a sociedade que eles estão acostumados viver, em pouco tempo serão dominantes, buscando estar em todas as áreas da sociedade inclusive na escola que busca tanto negar a cultura digital. 2.2 A tecnologia e escola Os alunos quando terminam a educação infantil são inseridos obrigatoriamente no ensino fundamental, em alguns casos, sem qualquer projeto ou programa de transição, só que esses alunos possuem expectativa de que as práticas nos anos iniciais do ensino fundamental sejam semelhantes às da educação infantil, o que na maioria das vezes não ocorre. Este choque de realidade é duro e traumatiza, pois ninguém gosta de lugares onde não se sente à vontade, não encontram afinidades. Escolas e professores, antes de qualquer coisa, tem que entender os alunos desta era tecnológica que vem chegando, como eles são capazes de mudar sua atenção quando algo não os prende, e como a tecnologia na escola pode ser um elemento comum entre escola e o aluno. E, é neste sentido que as escolas vêm mudando sua visão sobre a tecnologia de forma considerável ao longo dos anos, ainda mais com a necessidade de atender os nativos digitais que nela estão ingressando. Oferece uma nova cara aos perfis das escolas assim, neste sentindo que: No momento em que distintos artefatos tecnológicos começaram a entrar nos espaços educativos trazidos pelas mãos dos alunos ou pelo modo de pensar e agir inerente a um representante da geração digital evidenciou-se que as TDIC não mais ficariam confinadas a um espaço e tempo delimitado (ALMEIDA; SILVA, 2011, p. 3). 17 Freire (2011) afirma que devemos considerar o conhecimento que o aluno traz consigo e hoje o conhecimento latente que eles trazem é o da tecnologia. Alunos da atualidade chegam à escola com uma quantidade de informação maior do que anos atrás, este fato se dá pela facilidade de acesso que a tecnologia trouxe, a qual será o professor que deverá transformar esta informação em conhecimento. Além de transformar o professor tem em suas mãos a possibilidade de analisar e decidir se esta informação é confiável e útil, para que seja utilizada em sala de aula, mas para que isto ocorra há que fazer, como Almeida e Silva (2011, p. 5) afirmam que “[...] é preciso que o educador possa apropriar-se da cultura digital e das propriedades intrínsecas das TDIC [...].” Apropriar-se das tecnologias digitais é difícil para alguns professores, que não aceitam que os alunos, são os detentores do saber neste assunto, só que esta falta de apropriação afasta o professor dos alunos, ou quando fazem uso da tecnologia se limita ao Datashow e filmes, o que é reduzir a imensidão da tecnologia ao mínimo, é neste sentido que Lévy (2011, p. 41) afirma: Considerar o computador apenas como um instrumento a mais para produzir textos, sons ou imagens sobre suporte fixo (papel, película, fita magnética) equivale a negar sua fecundidade propriamente cultural, ou seja, o aparecimento de novos gêneros ligados a interatividade. É neste uso errado que a uma grande limitação das expectativas dos alunos, que no fim continuam a ser meros espectadores de conhecimentos e não produtores como a tecnologia proporcionam. No ciberespaço, em troca, cada um é potencialmente emissor e receptor num espaço qualitativamente diferenciado, não fixo, disposto pelos participantes, explorável. Aqui, não é principalmente por seu nome, sua posição geográfica ou social que as pessoas se encontram, mas segundo centros de interesses, numa paisagem comum do sentido ou do saber (LEVY, 2011, p. 113). Neste tempo, no qual jovens se fazem presente em vários ambientes por meio de um celular com acesso à internet, a escola se torna um lugar onde menos eles querem estar. Portanto, é nessa imensidão de ambientes e situações que a escola não está se aproveitando para tornar o ensino mais atrativo e democrático. Ser democrática é vital para o ensino, pois nunca ouvimos um dos atores principais da educação: o aluno, que sempre tem que aceitar imposições de quem consegue compreender seus anseios. Desse modo, a tecnologia dá a oportunidade para ganharem voz efetiva, mas sempre com a mediação do professor. 18 É neste ponto que surge uma nova atribuição a escola, letrar digitalmente o aluno para que consiga, dentro do contexto contemporâneo, perceber a tecnologia que ele tanto usa e se expõem pode trazer maleficio é necessário haver este letramento. É primordial que este processo seja feito pela escola. E, o ideal é que este ambiente de letramento seja a escola, pela formalidade do ensino e, assim para que se possa usar a tecnologia em prol de sua construção intelectual. Devemos refletir que a tecnologia tem infinitas vantagens, mas das desvantagens, mal- usada ela se torna uma ferramenta alienadora, pois o computador é um potencializador de informação (LEVY, 2011) e para ajudar pessoas inclusive, os alunos, tem perdido a noção do particular achando que o que se posta na rede pode ser controlado e privado (PALFREY, GASSER, 2011). Por isso, a importância do letrar digitalmente a criança, para que ela consiga perceber a tecnologia como uma importante ferramenta de auxílio a suas necessidades e não só como um mundo no qual o possível e o proibido andam juntos. Porque quando falamos da escola assumir este papel não é para sobrecarregar, mas porque a escola precisa preparar o aluno para usar a tecnologia como um meio de produzir conhecimento e não um eterno CTRL+C. Sendo assim, a escola precisa de ajuda, pois alguns alunos já chegam a escola com domínio da tecnologia, sabendo usar e não dar sentido a ela, Palfrey e Gasser (2011, p. 84) afirmam: Os pais e os professores, o próximo círculo concêntrico, tem um papel fundamental a desempenhar na educação dos jovens sobre a privacidade e a proteção de suas identidades. A tecnologia pode ter seu uso de forma negativa, na qual ela se torna a cuidadora das crianças, tendo acesso a fontes de informações além da sua idade, e sem os pais mediando estes inúmeros contatos com a tecnologia ela acaba se tornando um meio de alienação profundo. É partindo deste princípio que voltamos a reiterar da importância da escola em assumir este papel de instruir, mostrar a importância de saber usar a tecnologia em prol do conhecimento, mais para que esta conversa acontecer há que se ter bom senso (FREIRE, 2011). É neste sentido que nós voltamos a Palfrey e Gasser (2011, p. 85), pois nas suas palavras: Os pais e professores tem muito mais a oferecer aos jovens sobre como proteger suas identidades do qualquer um deles pode pensar. O primeiro desafio é ter conhecimento suficiente para ser digno de credito. Mas uma vez que a conversa comece, tudo ficara melhor. 19 Esta discussão é fundamental, pois os alunos têm a expectativa da tecnologia na escola, pois é algo que está arreigado no seu cotidiano e não faz parte da sua rotina escolar. A tecnologia vem de encontro com o pensamento dos alunos que a escola deve ser mais articulada a contemporaneidade, conforme afirmam Almeida e Silva (2011, p. 4): Entendemos que as TDIC na educação contribuem para a mudanças das práticas educativas com a criação de uma nova ambiência em sala de aula e na escola que repercute em todas as instancias e relações envolvidas nesse processo, entre as quais as mudanças na gestão de tempo e espaços, nas relações entre ensino e aprendizagem, nos materiais de apoio pedagógico, na organização e representação das informações por meio de múltiplas linguagens. Compreendamos aqui que a mudança da pratica educativa não é meramente passar a matéria que antes era na lousa para slide, isto é a limitação da imensidão da tecnologia que falamos anteriormente. O professor precisa pensar a sua pratica pedagógica de forma tecnológica. Por isso, novamente, a importância das conversas com os alunos para compreender e assim deixar de limitar a tecnologia a passa tempo. A tecnologia usada de forma adequada com o processo de ensino aprendizagem pode transformar a escola, e a sala de aula num processo democrático. Desse modo, a aula se tornara um ambiente de produção da inteligência coletiva (LÉVY, 2011) no qual o aluno se sinta parte da escola e do processo de ensino aprendizagem podendo integrar a sua realidade que é a tecnologia com os métodos de ensino. Mas, para que os professores consigam trabalhar neste modelo e conseguir fazer estas reformulações em seu ambiente de aprendizagem, tem-se que ter uma posição crítica frente às tecnologias (ALMEIDA, SILVA, 2011) para saber de que forma integra-la em sua aula, tornando a tecnologia uma ferramenta de ensino uma parte integral do processo de ensino e aprendizagem. Além da posição crítica que o professor tem que ter frente às tecnologias digitais ele tem que se abrir a algo novo, mas a tecnologia não pode ser adotada só por ser nova, mas por trazer benefícios reais aos alunos que vivem a tecnologia. Conforme afirma Freire (2011, p. 36): É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico. 20 Curiosamente o novo não é tão novo, pois os professores estão acostumados a usar as tecnologias digitais como modo de interação social ou diversão, o que não em sala de aula é a articulação da tecnologia com o processo de ensino aprendizagem, ou seja, não a um olhar reflexivo e critico como os de Almeida, Silva e Freire (2011). Estes autores trazem as premissas para se trabalhar com a tecnologia na sala de aula, pois quando aceitamos que o novo pode me trazer benefícios e abro essa possibilidade imediatamente tenho que ter uma postura crítica, pensando no que aquilo contribua como meu processo de ensino dentro da sala de aula. Sem esta criticidade do professor, a tecnologia não será usada de forma correta, pois fará o uso de materiais prontos sem fazer uma reflexão do que lhe servirá a tecnologia, é neste ponto que se formara uma barreira e a visão de que a tecnologia não serve vem à tona, e com certeza o discurso de que a tecnologia não é salvadora da educação. Que fique bem claro: a tecnologia não é salvadora, é uma ferramenta que o professor tem para mudar, deixar seu processo de ensino aprendizagem interessante aos alunos. Nas palavras de Freire (2011, p. 95): Mas devo estar atento a leitura que fazem de minha atividade com eles. Precisamos aprender a compreender a significação de um silêncio, ou de um sorriso ou de uma retirada da sala de aula. O tom menos cortes com que foi feita uma pergunta. Afinal, o espaço pedagógico é um texto para ser constantemente “lido”, “interpretado”, “escrito” e “reescrito”. Neste sentido, quanto mais solidariedade existe entre o educador e educando no “trato” deste espaço, tanto mais possibilidades de aprendizagem democrática se abrem na escola. Quando o professor está atento às leituras das atitudes dos alunos consegue perceber como estão lidando com os conteúdos que estão sendo trabalhados além de conseguir notar a satisfação dos alunos com os métodos adotados do ensino aprendizagem, além de perceber também estes sinais o professor tem que dar voz aos alunos, como Freire (2011, p. 111) fala: “o educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, ás vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele”. Os alunos têm reações aos métodos de ensino aprendizagem e, mas que isso, têm voz e não podemos mais negar a vertente tecnológica. Eles clamam mudanças para que a escola se aproxime mais de sua realidade na qual possa participar do processo e se sentirem integrados, porém parece que professores e algumas escolas não estão querendo escutar esta voz, e assim 21 continuar insistindo em métodos contrário a geração que chegam as escolas de hoje, é como nos mostra Palfrey e Gasser (2011, p. 268): Para as escolas se adaptarem aos hábitos dos Nativos Digitais e a maneira como eles estão processando informações, os educadores precisam aceitar que a maneira de aprender esta mudando rapidamente. Antes de responder as perguntas sobre com que precisão usar a tecnologia nas escolas, é importante entender as mudanças. Esta falta de entendimento dos alunos de que as escolas não compreendem seu pensamento faz com que haja um choque, um conflito entre gerações enfatizado por Palfrey e Gasser (2011, p. 269): Aprender é muito diferente para os jovens de hoje do que era 30 anos atrás. A internet esta mudando a maneira com que as crianças coletam e processam informações em todos os aspectos de suas vidas. Nesta citação percebemos outro ponto importante do porque as tecnologias digitais às vezes são vistas com maus olhos, ela tira o papel da escola e do professor o papel de único detentor do conhecimento, pois com a tecnologia os alunos chegam com inúmeras informações, que eles têm acesso muitas vezes sem um controle como já mencionado no texto também, neste ponto nos voltamos a Levy (2011, p. 64): O “produtor” habitual (professor, editor, jornalista, produtor de programas de televisão) lutam assim para não se ver relegado ao papel de simples fornecedor de matéria-prima. De onde a batalha, do lado dos “produtores de conteúdos”, para reinstaurar tanto quanto possível, no novo espaço de interatividade, o papel que eles ocupavam no sistema unilateral das mídias ou na forma rígida das instituições hierárquicas. Aqui reconhecemos um novo papel da escola e do professor como organizador e selecionador de conteúdos apresentados pelos alunos. O professor com abertura ao novo, criticidade e compreensão dos novos perfis do aluno consegue olhar estas informações e transformar em material a ser trabalhado em sala de aula, assim estará finalmente conseguindo aliar a tecnologia ao processo de ensino aprendizagem e assim, transformará sua prática dando condições reais de uma educação democrática. Para Levy (2011, p. 62), há outro problema que o professor vê na tecnologia como um obstáculo a enfrentar com a nova geração de alunos que está na escola: 22 Os indivíduos podem assim questionar um diagnóstico ou um conselho dado por profissional “de vizinhança”, até mesmo ter acesso direto a informação pertinente junto aos melhores especialistas mundiais por intermédio de bancos de dados, de sistemas especialistas ou de sistemas hipermídia concebidos para ser consultados pelo grande público. Portanto, sabemos do receio do professor em trabalhar de forma diferenciada o conhecimento, mas não há como negar que mudanças precisam acontecer na prática docente em função dos nativos digitais. 2.3 Nativos e Imigrantes digitais: Um conflito geracional dentro da escola Na contemporaneidade a escola vem sofrendo problemas, mantendo a mesma estrutura de quando surgiu, desprezando o passar do tempo, as evoluções da sociedade e seu público alvo tiveram, desprezando a premissa básica de levar em consideração a sociedade que está atendendo, mantendo-se no século XIX. Mantendo assim o professor como um ser intocável detentor do conhecimento absoluto, que tem a função de preencher o aluno com o conhecimento verdadeiro que encontra-se somente no ambiente escolar. Não levando em conta a mudança dos alunos que estão chegando, vindo de uma sociedade tecnológica, e entrando na escola percebem uma estrutura arcaica, que não considera o conhecimento do aluno e despreza algo que o envolve desde pequeno, havendo uma incompatibilidade entre a escola e o aluno do século XXI, a incompatibilidade vem justamente por alunos nativos digitais terem professores imigrantes digitais, que não compreendem de forma clara o pensamento e agir do nativo digital. 2.4 Nativos e imigrantes digitais Atualmente tem sido comum ouvirmos que a nova geração nasce com a tecnologia na mão, que mesmo antes de andar já sabe mexer em tabletes, celulares e afins, esta situação é a nossa realidade, todos que nascem e já com pouco tempo se apropriam da tecnologia, pois a época em que nasceram é totalmente tecnológica, são os nativos digitais. Percebemos de forma clara nos nativos digitais é que têm uma vida digital mesmo antes de nascer, pois já estão conectados dentro da barriga da mãe, conforme afirma Palfrey e Gasser (2011, p. 53): 23 A vida digital começa bem antes de Andy nascer- antes mesmo dele ter um nome. A primeira entrada em seu arquivo digital é uma ultrassonografia, que seus orgulhosos pais afixam na geladeira, antecipando o feliz evento do seu nascimento. Como os autores afirmam, Andy é o nome que deram de forma fictícia já tem uma vida digital sendo criada independente da sua vontade, a cada post, foto, mensagem sobre o futuro nativo já gera um arquivo sobre ele, que ao crescerem só darão continuidade a sua vida digital já iniciada. E conforme vão interagindo com a sociedade da informação e conhecimento, vão também se aperfeiçoando tecnologicamente, além de se alfabetizar digitalmente antes mesmo de se alfabetizar na língua portuguesa. Assim, criando percepções totalmente diferentes das antigas gerações, por isso é muito comum que os jovens de hoje prefiram mais a tecnologia, por estar muito habituados a explorarem suas ferramentas, que algumas das vezes foram criados por outros nativos e assim a uma conexão imediata. Nesta constante exposição à tecnologia transforma de forma significativa o modo dos nativos digitais interagirem com a sociedade, as amizades, música, diversão e a informação. Conforme Palfrey e Gasser (2011, p. 15), “os Nativos Digitais não apenas encaram a amizade de maneira diferente de seus pais; eles também se relacionam com a informação de modo diferente”, esta relação com a informação é diferente, eles conseguem ter acesso a variadas fontes de informação e com produtores, de confiança questionável ou não, caberá aos nativos digitais verificar a confiabilidade das informações. E, por terem a tecnologia arreigada desde pequenos os nativos digitais desenvolvem características peculiares, como diz Prensky (2001, p. 2): Os Nativos Digitais estão acostumados a receber informações muito rapidamente. Eles gostam de processar mais de uma coisa por vez e realizar múltiplas tarefas. Eles preferem os seus gráficos antes do texto ao invés do oposto. Eles preferem acesso aleatório (como hipertexto). Eles trabalham melhor quando ligados a uma rede de contatos. Eles têm sucesso com gratificações instantâneas e recompensas freqüentes. Eles preferem jogos a trabalham “sério”. Estas características peculiares dos nativos digitais se opõem com os imigrantes, que deixam seu porto seguro para entrar em novo mundo, com linguagem, costumes e cultura diferente do que estão acostumados, porem buscam aprender a cultura, como afirma Prensky (2001, p. 2): É importante fazer esta distinção: como os Imigrantes Digitais aprendem – como todos imigrantes, alguns mais do que os outros – a adaptar-se ao ambiente, eles sempre mantêm, em certo grau, seu “sotaque”, que é, seu pé no passado. 24 Esta aprendizagem se dará de forma diferente de imigrante a imigrante, porem manterão sempre algumas características para se apoiarem ou mesmo para criticar a tecnologia, dizendo que o passado é melhor, a algumas marcas ou sotaques como chama o autor, que marcam os imigrantes, como mostra Prensky (2001, p. 2): Há centenas de exemplos de sotaque de imigrante digital. Entre eles estão a impressão de seu e-mail (ou pedir a secretária que o imprima para você – um sotaque ainda “mais marcante”); a necessidade de se imprimir um documento escrito do computador para editá-lo (ao invés de editá-lo na tela; e trazer as pessoas pessoalmente ao seu escritório para ver um web site interessante (ao invés de enviar a eles a URL) O imigrante sempre confirmara alguma atividade tecnológica que ele faça, não tem a confiança plena que as tarefas serão realizadas, e achara argumentos para provar que esta confirmação é necessária e fundamental, esta situação faz presente pela forma que o imigrante aprende, além de ser diferente do que ele esta habituado este momento é cercado por insegurança, pelos nativos digitais serem jovens, mais jovens que os imigrantes serem o responsável por passar a cultura digital aos imigrantes. As diferenças estão em pontos críticos, para que ambos se entendam de forma harmoniosa, mesmo que o aprendizado aconteça significativamente os resquícios do seu mundo continua aos imigrantes, na tabela a seguir serão apresentados oito aspectos opostos que faz diferença na relação nativo e imigrante digital. Quadro 1: Nativos x Imigrantes digitais. Atividades Nativos Imigrantes Aprendizado Divertido Serio Tarefa Múltiplas Única Atenção Diversificada Única Autoridade Questionadora Concordante Fonte de Informação Múltiplas Única Relacionamentos (contatos) Grupos Individual Tecnologia Emergido Superficial Confiabilidade na tecnologia Total Parcial Fonte: Autoria Própria 25 Estas características estão presentes nos alunos e professores do sistema escolar, que tem uma relação conflituoso, gerando problemas estruturais, pois um é defensor na escola tradicional do mundo imigrante, enquanto o nativo quer uma escola que ele reconheça, todas estas divergências cria um conflito geracional. 2.5 Conflito Geracional Os nativos digitais enfrentam uma forte batalha geracional, que pode ser percebida de forma clara no ambiente escolar, pois os alunos que estão entrando no sistema são completamente nativos, que tem a tecnologia como parte vital de sua vida, já seus professores são imigrantes defensores do tradicional, defendendo a mesma forma de ensinar de quando os alunos não eram tecnológicos, ignorando as características e a realidade que eles estão inseridos, Prensky (2001, p. 1) afirma que: Os alunos de hoje – do maternal à faculdade – representam as primeiras gerações que cresceram com esta nova tecnologia. Eles passaram a vida inteira cercados e usando computadores, vídeo games, tocadores de música digitais, câmeras de vídeo, telefones celulares, e todos os outros brinquedos e ferramentas da era digital. As características da escola são tradicionalistas e não combinam nem um pouco com as apresentadas pelos alunos do século XXI, além dos professores imigrantes acreditarem que os alunos não aprendem de acordo com suas características, é aqui que nós voltamos novamente para Prensk (2001, p. 3): Os Imigrantes Digitais não acreditam que os seus alunos podem aprender com êxito enquanto assistem à TV ou escutam música, porque eles (os Imigrantes) não podem. É claro que não – eles não praticaram esta habilidade constantemente nos últimos anos. Os Imigrantes Digitais acham que a aprendizagem não pode (ou não deveria) ser divertida. Outro ponto que contribui muito para este conflito geracional é que diferentemente do tempo em que os professores eram aluno, os nativos digitais não consideram mais o professor como um detentor exclusivo da informação, para Lévy (2011, p. 62) “[...] e até mesmo ter acesso direto à informação pertinente junto aos melhores especialistas mundiais [...]” ou seja, eles já chegam à escola com um determinado nível de informação que algumas vezes são desprezados pelos professores. 26 Os nativos digitais não têm qualquer comparação com outra geração já existente, pois a forma deles verem o mundo é completamente diferente da que estamos acostumados, eles passam uma grande parte da sua vida online, e algumas das vezes não fazem diferença da vida fora e dentro do computador, como nos mostra Palfrey e Gasser (2011, p. 14): Ao contrario de muitos Imigrantes Digitais, os Nativos Digitais passam grande parte da vida online, sem distinguir entre online e off-line. Em vez de pensarem na sua identidade digital e em sua identidade no espaço real como coisas separadas, eles tem apenas uma identidade ( com representações em dois, três ou mais espaços diferentes). Pelos imigrantes não perceberem esta união das identidades dos alunos (PALFREY, GASSER, 2011), vivem pedindo para se separem das tecnologias digitais, por exemplo na escola dentro da sala de aula, quando os nativos não estão gostando ou entendo a matéria imediatamente ele recorre ao celular ou outro acessório, para fazer algo mais interessante, e eles vão recorrer a estas tecnologias digitais por ser algo que eles conhecem, que tem confiança para buscar e sanar dúvidas, além de ser um ambiente que eles tem domínio por completo aqui que nos questionamos o porquê de não aproximar a realidade dos alunos com a escola. Em muitas outras áreas a tecnologia é vista como um auxílio ao trabalho, que ajuda a desenvolver novas situações, diferentemente da escola que insiste em não ver na tecnologia uma nova forma de se trabalhar e de aplicar recursos que possibilitem aos alunos desenvolverem novos conhecimentos e otimizarem a criatividade. A tecnologia da condição do nativo participar de um ambiente democrático, no qual tem voz e pode expor seu conhecimento e debater com pessoas que tem o mesmo interesse, este ambiente não é encontrado na escola, que infelizmente faz o contrário do que está acostumando, e se tornando um mero ouvinte, que não pode participar de forma interativa e dinâmica, nas palavras de Barbosa (2004, p.190);“A criança chega a escola com muita vontade de aprender; aos poucos, ela descobre que não vai aprender o que desejaria. A escola mata a vontade natural da criança de aprender. ” Quando pensamos na escola contemporânea, analisamos novas funções que assume perante a tecnologia, por vontade própria ou por imposição de órgãos superiores (ministério, secretaria ou diretorias), isso realmente não importa pois a função de ajudar o aluno a desenvolver o conhecimento tecnológico que ele já tem está colocado a escola, como nos diz Barbosa (2004, p.187);“Hoje uma das funções da escola é assegurar a inserção de seus alunos 27 na era digital, mesclando o saber tradicional, como a função de uma mitocôndria, com a utilização, de forma ágil, de um site de busca.” Com a percepção do novo cenário, vemos que o papel da escola já avançou e mudou rapidamente, a escola não tem que assegurar a inserção dos alunos na era digital, pois eles estão completamente nesse contexto, o papel que teria que ser atribuído é o desenvolvimento tecnológico, de como os alunos usarão a tecnologia, como selecionar conteúdos relevantes e confiáveis, a relação do que é confiável ou não, mas este papel é difícil, pelos professores serem imigrantes digitais e não aceitarem a tecnologia como parte integrante da sala de aula, e quanto perduram o pensamento dos imigrantes o conflito permanecera instaurado sem tréguas. 2.6 Formação Docente A contemporaneidade tem trazido desvantagens aos professores que não são imigrantes digitais, ou se não são, tem tendências a se comportar como imigrantes, que é reflexo da negação do conhecimento tecnológico que os nativos digitais têm trazido para dentro da escola e o próprio comportamento dos alunos que vem mudando. Desvantagens que podem ser percebidas na forma de estudarem, os imigrantes gostam de estudar um conteúdo por vez em silencio absoluto, esta é a razão de pedirem constantemente silencio dentro da sala de aula. As desvantagens dos imigrantes digitais se dão pela formação deficitária que os professores têm dentro da universidade, que neste contexto, mostra desprezo com os novos alunos da sociedade contemporânea e inserindo professores desatualizados na parte tecnológica para lidar com tecnologia pura. Estes conflitos evidenciam a falta de preparo e compreensão para os professores lidarem com estes nativos digitais, além de não levar em conta um dos ensinamentos que Paulo Freire (2011) nos evidencia, que é levar o conhecimento que o aluno traz consigo, sem levar em consideração este ponto muito importante, professor e alunos se distanciam e a escola acaba se tornando um ambiente pouco interessante para os nativos digitais. Esta situação faz com que o professor entre em modo de defesa, pois não consegue perceber que os alunos chegam com várias informações, mas que não significam que sejam confiáveis e o conhecimento propriamente dito, este papel será do professor, não aceitando esta situação ele adere ao tradicionalismo para lidar com aluno que não são estáticos, e sim completamente dinâmicos na sua aprendizagem, conforme afirma Barbosa (2004, p.187): 28 Para iniciar essa caminhada de adaptação do professor as novas tecnologias, temos que combater o preconceito de alguns professores que não veem o uso dos recursos tecnológicos como seu aliado, ou por insegurança, ou ate mesmo por comodidade. Na insistência destes preconceitos, as escolas mantem o modo de ensinar igual a décadas, em alguns momentos desconsiderando as diferenças das gerações que surgem e querendo impor um método que os professores vivenciaram como alunos, neste sentido Prensk (2001, p.3) afirma que: Os professores Imigrantes Digitais afirmam que os aprendizes são os mesmos que eles sempre foram, e que os mesmos métodos que funcionaram com os professores quando eles eram estudantes funcionarão com seus alunos agora. Esta visão que os alunos não mudam, é extremamente prejudicial a escola, pois mostra a total negação que os nativos digitais estão na escola e que aprendem de forma diferente da tradicional que eles vivenciaram quando eram aluno e qual estão reproduzindo como professores. A escola e professores tem que ter de forma clara que a tecnologia está presente e a cada vez mais ira entrar neste espaço, e terão que aprender a trabalhar com ela, ou seja pode não gostar da tecnologia, mas tem que respeitar e reconhecer que ela pode trazer benéficos, desde que usada de forma intencional adequada as necessidades escolares, mas de forma banal, entretanto se usada para passar tempo sem conexão com a sala de aula se torna prejudicial. 2.7 Objeto de Aprendizagem A tecnologia provoca mudanças constantes em todas as áreas da sociedade e na escola não poderia ser diferente, mesmo que mais morosamente os avanços tecnológicos vem acontecendo, na parte administrativa de forma mais evidente que na parte pedagógica, por preconceito ou mesmo por falta de conhecimento de como usar a tecnologia a favor do processo de ensino aprendizagem dos alunos, como diz Silva, Café e Catapan (2010, p. 94),“A internet, em especial, gerou impactos na maneira pela qual os povos se comunicam e realizam seus negócios, e podem proporcionar alterações na maneira pela qual os povos aprendem.” As mudanças geradas pela tecnologia na sociedade contemporânea são constantes, pois a um aumento da velocidade de produção de produtos, serviços e informação, faz que o relevante hoje, não seja amanhã, em muitos processos que antes eram difíceis e chatos realizar, 29 a tecnologia veio facilitar, auxiliar nas realizações destas tarefas, porem em algumas áreas sofre com grande resistência e preconceitos. Independente do uso da tecnologia em sala de aula, seu uso educativo cresceu de forma significativa, criando possibilidades de auxílio ao professor dentro do seu processo de ensino como afirmam Silva, Café e Catapan (2010, p. 94), “Com avanço das tecnologias da informação e comunicação (TIC), bem como do crescimento do uso da internet para fins educativos, surge um novo conceito de recursos didáticos: os objetos de aprendizagem. ” O termo objetos de aprendizagem não é novo, conforme Carneiro e Silveira (2014, p. 236), “O conceito de “objetos de aprendizagem” surgiu no final dos anos 1990, mas sua utilização continua significativa com a expansão da educação a distância e o avanço dos recursos tecnológicos.”, fica evidente que a tecnologia repaginou e trouxe novas possibilidade de uso para os AO, como afirma Carneiro e Silveira (2014, p. 236): Enquanto na década de 1990 o uso dos materiais impressos era o foco, com o desenvolvimento tecnológico e o maior acesso as redes, foram sendo desenvolvidos outros formatos e possibilidades para desenvolvimento de materiais didáticos. Entretanto é a partir dos anos 2000 que o termo começa a ser mais difundido como diz Carneiro e Silveira (2014, p. 236), “Desde o início dos anos 2000, o termo Objetos de Aprendizagem (OA) é utilizado para descrever materiais didáticos desenvolvidos para apoio aos processos de ensino aprendizagem.”, entretanto não há um consenso global entorno do conceito dos AO, a um conceito dominante, podemos encontrar definições mostrando que podem ser livros, cadernos, mesa qualquer coisa outros falam em documentos digitais, o único consenso que tem é que todos tem que ter um objetivo educacional, entretanto afirmam Silva, Café e Catapan (2010, p. 94)“ O conceito dominante de OA é o de qualquer recurso digital usado com objetivo educacional como chegaram a conclusão Hoffmann et al. (2007).” O objeto de aprendizagem tem metáfora que tentam explicar, como o lego (Hodgins e Conner, 2006) e do átomo(Wiley, 2000), entretanto pode ser pensado como uma ponte que liga o professor ao aluno, pois a ponte da condição de um ver o outro e ao menos tentar comunicar- se de forma clara, podem transitar de um lado para outro, invertendo seus papeis na busca de compreender as dificuldade do processo, ou seja, um facilitador do processo de ensino aprendizagem, onde neste facilitador tem que conter uma linguagem que o aluno compreenda para que os AO atingiam seu objetivo, como Carneiro e Silveira (2014, p. 237) afirma: Considera-se, aqui, que, para além de um material digital (como uma apresentação de slides ou um vídeo), um OA precisa funcionar como um elemento facilitador do 30 processo de ensino e aprendizado; para que isso ocorra, ele deve explicitar seus objetivos pedagógicos e ser estruturado de tal forma que seja autocontido (no que se refere ao conteúdo abordado), permitindo ser reusado em outras atividades ou cursos, para além daquela que foi projetado. Para atingir os objetivos esperado os OA não pode ser usado isolado, sem contexto, tem que estar aliado aos conteúdos que o professor percebe as dificuldades e precisam de um algo a mais para o aluno atingir seu potencial. Portanto o objeto de aprendizagem é um facilitador de aprendizagem para o aluno, e um suporte para que o professor use em suas aulas com diz Silva, Café e Catapan (2010, p. 95): Os objetos de aprendizagem (OA) são recursos didáticos na forma de arquivos digitais, imagens, vídeos, referências a sites ou outros materiais que possam ser usados como suporte para as aulas ministradas. Mas para um efeito de suporte, o professor levara em conta que sua classe é composta por nativos digitais, que estão constantemente conectados na rede e por isso todo objeto de aprendizagem proposto tem que ser interessante e diferente do que já propus e não uma mera transposição do tradicional, com uma roupagem tecnológica. Porem a tecnologia causou um fenômeno muito interessante, a criação dos pseudos especialistas em todas as áreas, e na educação não é diferente, podemos perceber este movimento com o surgimento de inúmeros sites educativos na rede, são produções sem ou com o mínimo de conhecimentos específicos e geral da área educacional, pautadas no achismo, dentre deste contexto é fundamental o professor conhecer e saber avaliar o material que está levando para dentro da sala de aula. A tecnologia desde que usada de forma consciente e com objetivos educacionais, é um grande aliado aos professores que poderão transformar sua classe e todo o processo de ensino aprendizagem, dando voz e empatia aos alunos que reconhecerão dentro da escola algo que estão habituados em seu cotidiano, a tecnologia. 31 3 A pesquisa de campo: coletas de dados A pesquisa foi realizada na escola de Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Leonor Bicudo Vizenzzotto, que atende aos anos inicias, de 1° ao 5° ano. A escola foi fundada em 2014, com a proposta de implementar a política de educação integral na rede municipal, sendo assim a primeira com este estilo na cidade de Botucatu, é uma escola pensada para que o aluno possa permanecer o dia todo, atendendo às diversas necessidades dos alunos. A referida escola foi escolhida para a pesquisa justamente por esta concepção de educação diferenciada das demais escolas, apesar de sua sala de informática ser limitada e assim limitar os trabalhos dos professores. A pesquisa foi realizada com 16 alunos e 2 professores, por meio de uma investigação qualitativa e quantitativa, pesquisas bibliográficas e de campo, na qual os dados foram colhidos nos anos de 2014 e 2015. Alunos e professores estavam cientes que os dados que estavam sendo coletados e que eram para uma pesquisa sobre tecnologia e que contou com a autorização da diretora da escola. Os dados foram coletados por meio de questionários no qual os alunos sentiram a falta da opção “de vez em quando” no questionário, e foi explicado que a pesquisa objetivava conhecer a rotina dos alunos por isso o questionário foi fechado com as alternativas “sim” ou “não”. Porém, a questão que levantou dúvidas nos alunos foi a número 4: “Os professores utilizam jogos de computadores para facilitar o aprendizado da matéria?”, as dúvidas surgiram justamente pelas concepções e modos como os jogos foram usados pelos professores. Os professores também responderam o questionário para compreendermos como pensam e percebem a tecnologia no ambiente escolar, mas temos que lembrar que o alvo da pesquisa são claramente os alunos e suas expectativas em relação ao ensino. Os questionários tiveram o efeito esperado, pois forneceu subsidio para começarmos a olhar as tecnologias digitais no ensino fundamental e perceber as expectativas dos alunos com o ensino oferecido, o questionário foi respondido por todos os alunos que estavam frequentando regularmente a sala. 32 3.1 Questionário Foi realizada a escolha para coletar os dados com alunos do 5° do Ensino Fundamental, um questionário. O questionário continha questões fechadas, nas quais teriam que responder “sim” ou “não”, evitando divagações. Foi aplicado um breve questionário aos professores que lecionam para o 5°. Desta forma, percebemos até que ponto os alunos da escola estavam envolvidos com a tecnologia e como estes professores a viam. Esse questionário foi com questões fechadas e enfatizava a rotina que o professor vivenciava. As questões para os alunos foram:  Você faz uso diário do computador na sua casa?  Na sua escola tem sala de informática?  A sua classe faz uso da sala de informática?  Os professores utilizam jogos de computadores para facilitar o aprendizado da matéria?  Você gostaria que sua escola usa-se mais os computadores?  Você gosta do modo que as aulas são dadas?  Você entende as matérias que os professores passam em sala de aula? E, para o professor:  Você considera que a tecnologia ajuda o trabalho docente?  Em sala de aula você percebe o uso de tecnologia durante as aulas pelos alunos?  Em sua formação docente, você teve a tecnologia como alvo de estudo?  Você faz uso da tecnologia durante sua pratica docente?  Você vê a tecnologia como um facilitador de aprendizagem para os alunos? Para analisar as respostas, optamos por agrupar e converter em gráficos com os resultados em porcentagens. 33 3.2 Questionários e seus resultados Os alunos do 5° do Ensino Fundamental ficaram à vontade para responder o questionário, com o tempo necessário para pensar as respostas e com a ajuda do pesquisador para sana as dúvidas das perguntas. Apresentamos a seguir os gráficos com os resultados. Gráfico 1: Você faz uso diário do computador em sua casa? Fonte: Autoria Própria Estes dados mostram que das crianças entrevistadas, 44% delas fazem uso diário do computador em sua casa, apesar de 56% não fazerem uso diário, eles têm computador mais o uso é feito de forma mais regrada durante a semana. Sim; 44% Não; 56% 34 Gráfico 2: Na sua escola tem sala de informática? Fonte: Autoria Própria Fica claro que todos os alunos têm conhecimento que a escola possui sala de informática, aqui não importando as condições da sala de informática, mas se eles têm acesso. Gráfico 3: A sua classe faz uso da sala de informática? Fonte: Autoria Própria O gráfico mostra que a sala de aula faz uso da sala de informática, mas o problema está em como está sendo usada. Os alunos não percebem a associação da aula com os jogos ou mesmo o uso do computador, e nesta dissociação faz com a tecnologia esvazie seu sentido de ensinar e aprender. Sim; 100% Não; 0% Sim; 69% Não; 31% 35 Gráfico 4: Os professores utilizam jogos de computadores para facilitar o aprendizado da matéria? Fonte: Autoria Própria Neste dado temos que entender que a escola pesquisa é de período integral, na qual de manhã se tem a aula das disciplinas do currículo escolar e de tarde outras atividades e, neste período que entra a utilização da tecnologia, dos jogos em si, este dado dividido se dá pelos alunos não perceberem a associação da aula com os jogos e uso do computador, pois além de ser em outro horário é outro professor e por causa dessa dicotomia muitos vem os jogos como diversão e não auxílio de aprendizado. Sim; 50% Não; 50% 36 Gráfico 5: Você gostaria que sua escola usa-se mais os computadores? Fonte: Autoria Própria Este dado mostra claramente como os jovens deste tempo tecnológico, querem que o conhecimento que ele já tem como nos diz Freire (2011), esteja mais presente na escola, podendo assim sentir ela mais próxima e inclusive mais divertidas para o próprio aluno. Gráfico 6: Você gosta do modo que as aulas são dadas? Fonte: Autoria Própria Este dado não nos surpreende, pois além de gostarem das aulas, eles levam em conta a afetividade pelo seu professor, que é bom para os alunos terem uma liberdade no aprendizado melhor, mais tem que ser consciente que nesta idade o gostar da aula será trocado claramente pelo gostar do professor. Sim; 94% Não; 6% Sim; 87,5% Não; 12,5% 37 Gráfico 7: Você entende as matérias que os professores passam em sala de aula? Fonte: Autoria Própria Este gráfico tem relação com o gráfico 6, porque se compararmos apresentam o mesmo número, e relembramos que este entendimento está muito ligado ao sentimento que se tem pelo professor que está na sala de aula, como Freire (2011) fala “que o modo que os alunos me percebem me ajuda ou desajuda no comprimentos da minha tarefa como professor”. Sim; 87,5% Não; 12,5% 38 3.3 Questionários e resultados dos professores Os professores responderam de acordo com a realidade que eles vivem em sala de aula e com suas convicções. São professores que lecionam no 5° e aqui apresentaremos agora os resultamos. Gráfico 1: Você acha que a tecnologia ajuda o trabalho docente? Fonte: Autoria Própria É unânime entre os docentes entrevistados que percebem com clareza que a tecnologia ajuda no seu trabalho docente. Sim; 100% Não; 0% 39 Gráfico 2: Em sala de aula você percebe o uso de tecnologia durante as aulas pelos alunos? Fonte: Autoria Própria Esta pergunta se deu por muitos jovens terem celulares, e surgiu a dúvida se alunos do 5° do Ensino Fundamental fariam uso dessa tecnologia fora da escola. Gráfico 3: Em sua formação docente, você tece a tecnologia como alvo de estudo? Fonte: Autoria Própria Ficou claro a dificuldade e mal uso da tecnologia. Os professores não analisam a mesma como alva de estudo, vendo as possibilidades e maneiras de usa-la integrada no processo de ensino aprendizagem. Sim; 0% Não; 100% Sim; 0% Não; 100% 40 Gráfico 4: Você faz uso da tecnologia durante sua pratica docente? Fonte: Autoria Própria Os professores responderam que faziam uso de tecnologias digitais, pois passam vídeos no computador, mostrando o uso limitado da tecnologia. Gráfico 5: Você vê a tecnologia como um facilitador de aprendizagem para os alunos? Fonte: Autoria Própria O gráfico 5 apresenta um dado preocupante, no qual os professores pesquisados analisam a tecnologia como uma facilitadora para eles como mostra no gráfico 1, enquanto para os alunos que são da era tecnológica que tem acesso direto a tecnologia, eles não percebem como um facilitador, confirmando a visão de Prensk (2001), que os professores preferem manter os mesmos métodos de ensino do passado, desprezando a tecnologia, presente na vida dos alunos. Sim; 0% Não; 100% Sim; 100% Não; 0% 41 3.4 Os dados e seus possíveis cruzamentos Realizamos alguns cruzamentos de dados nos quais, apresentaremos a seguir. Os dados serão cruzados entre os dois questionários e sozinhos. Gráfico 1: Uso diário de computador x Você gostaria que a escola usa-se mais computador Fonte: Autoria Própria Este cruzamento de dados mostra que além de 44% dos alunos fazerem uso diário da tecnologia, entra em contraponto que 94% dos entrevistados anseiam pelo maior uso da tecnologia em sala de aula. Mas aqui cabe uma ressalva, dos 56% que responderam todos fazem uso da tecnologia em algum momento, mas não o uso diário, portanto podemos perceber que a maioria dos que fazem uso da tecnologia querem que ela esteja mais integrada na escola em suas aulas. Sim; 44% Não; 56% Sim; 94% Não; 6% 42 Gráfico 2: Gostaria que sua escola usa-se mais computador x Você vê a tecnologia como um facilitador de aprendizagem para os alunos Fonte: Autoria Própria Neste gráfico podemos perceber a diferença de opiniões entre os aluno e os professores, os alunos querem que a escola use mais computadores e assim se aproxime mais de sua realidade, e mesmo com estes pensamentos dos alunos os professores não tem a visão da tecnologia como um facilitador para o aluno compreender o que o professor está passando em sala de aula. Sim; 94% Não; 6% Sim; 0% Não; 100% 43 Gráfico 3: Em sua formação docente, teve tecnologia como alvo de estudo x Você vê a tecnologia como facilitador de aprendizagem para o aluno Fonte: Autoria Própria A formação docente perante a tecnologia interfere no modo de ver a tecnologia, pois como Almeida (2011) e Freire (2011) sem uma posição crítica, que sua formação poderia dar, não pode perceber os benefícios para os alunos que tem o domínio da tecnologia. Gráfico 4: Em sua formação docente, você teve a tecnologia como alvo de estudo x Você faz uso da tecnologia durante sua pratica docente Fonte: Autoria Própria O professor não tem a tecnologia como estudo, mesmo assim utiliza, como Almeida e Silva (2011), o professor tem que ter domínio para usar a tecnologia, sem este domínio o uso superficial predomina e a tecnologia não é explorada em sua plenitude. Sim; 0% Não; 100% Sim; 0% Não; 100% Sim; 0% Não; 100% Sim; 100% Não; 0% 44 4 Análise dos objetos de ensino aprendizagem Apresentamos a análise de três jogos: Brincando com palavras, Tabuada divertida e Jogo da memória, além dos tabletes educativos que foi uma aquisição recente para escola usar durante o processo de ensino aprendizagem, porem por ser adquirido recentemente e alguns professores estarem em faze de capacitação estão apresentando algumas dificuldades em sua utilização. Os jogos analisados deixaram a desejar no aspecto do processo de ensino e aprendizagem, pois não proporcionam a mínima condição do professor acompanhar o desempenho dos alunos e pouco pode ser utilizado, os jogos são uma mera transposição da lousa para o computador. Como reforçamos antes, isto não é uso da tecnologia e também não é o que o aluno deseja, pois continua sendo expectador. Além de apresentarmos a análise de três sites educativos: Escola Games, Atividades Educativas e Smart Kids, dentro desta analise nos pautaremos em três eixos, organização, conteúdos e interação. O advento da tecnologia digital possibilitou uma grande transformação na produção e consumo de conhecimento, oportunizando o surgimento de inúmeros sites, como não poderia ser diferente atingiu de forma significa a educação, surgindo muitos sites que se intitulam educacionais. Dois dos sites avaliados mostram uma excelente organização, possibilitando uma fácil localização do aluno em suas buscas realizadas, porem um deles apresenta uma falha organizacional, apesar de estarem divididos em categorias, os três sites apresentam falhas em mostrar aos professores o desempenho de seus alunos, encontramos a mesma falha dos jogos educativos, onde, atividades tradicionais são reproduzidas de maneira tecnológica, ficou evidente a dificuldade de se perceber os autores dos conteúdos disponíveis. Reafirmamos que os alunos desejam participar do processo de ensino – aprendizagem, e desta forma não a possibilidade, além de negarem uma participação maior do professor neste site, a produção de sites educativos tem que ser crítico aos conteúdos não uma mera reprodução, tem que dar condições aos professores trabalharem de forma diferente com seus alunos não mera transposições do tradicional ao tecnológico, dentro disso os sites não podem excluir dois atores essenciais dentro do processo de ensino-aprendizagem. 45 4.1 Brincando com palavras Figura 1: Como Jogar? Fonte: Brincando com Palavras Figura 2: Tela inicial Fonte: Brincando com Palavras 46 Figura 3: Erro Fonte: Brincando com Palavras No jogo “Brincando com palavras” você tem que escrever os nomes corretos das figuras apresentadas. As figuras são bem desenhadas, claras, as instruções do jogo são de fácil entendimento e a interface é bem simples. O problema é que o jogo é bem curto, e jogado de uma única forma, nunca sai do mesmo lugar, por ser um jogo curto limita o trabalho do professor, pois provavelmente o aluno que jogou uma ou duas vezes não quererá jogar novamente. A tela dando enfoque no erro do aluno com um quadrado vermelho, ou seja, quando o aluno acerta passa despercebido, mas no erro é avisado com um enorme quadrado vermelho. 47 4.2 Tabuada divertida Figura 4: Tela Inicial Fonte: Tabuada Divertida Figura 5: Identificação Fonte: Tabuada Divertida 48 Figura 6: Jogo Fonte: Tabuada Divertida Figura 7: Tela Final Fonte: Tabuada Divertida Diferentemente do que o nome indica, não é um jogo divertido pelo contrário é maçante, repetitivo e cansativo. Um jogo que é uma mera transposição da lousa para o computador um jogo que não chama atenção da criança, pois fica sempre na mesma tela. Este jogo não fornece ajuda ou uma explicação como funciona, apesar de ficar claro que o jogo é só para colocar o resultado da tabuada. 49 4.3 Jogo da memória Figura 8: Instrução Fonte: Jogo da Memória Figura 9: Instrução 1 Fonte: Jogo da Memória 50 Figura 10: Instrução 2 Fonte: Jogo da Memória Figura 11: Instrução 3 Fonte: Jogo da Memória 51 Figura 12: Tela inicial Fonte: Jogo da Memória Figura 13: Jogo Fonte: Jogo da Memória 52 Figura 14: Jogo 2 Fonte: Jogo da Memória Figura 15: Jogo 3 Fonte: Jogo da Memória Este jogo é o que mais agradou, é bem explicado, fornece condição do aluno entender, de forma clara as intenções do jogo, além de dar condições do professor trabalhar além do jogo com os alunos, além de dar condições dos alunos interagirem um pouco mais com o jogo. O jogo tem uma interface agradável, colorida e opções para serem trabalhadas, diferente dos outros jogos a criança não se cansará logo por ter outras opções para continuar o jogo. 53 4.4 Tabletes Educativos Figura 16:Tablete Fonte: Acervo do autor Figura 17: Aplicativo sistema solar Fonte: Acervo do autor 54 Figura 18: Sistema solar Fonte: Acervo do autor Figura 19: Sistema solar 1 Fonte: Acervo do autor Ao analisarmos os tabletes ficamos surpreendidos com a qualidade dos jogos e aplicativos para uso em sala de aula, ainda mais se compararmos com os jogos que estão no computador. O tablete traz a condição do aluno se tornara um produtor do conhecimento como nos diz Freire (2011), além de proporciona uma interação maior com o conteúdo apresentado pelo professor. 55 Há jogos de diversas disciplinas de diferentes modelos, dando a condição dos alunos explorarem ao máximo o tablete, enquanto o computador é os jogos do computador em si tem várias limitações, o tablete é um atrativo que chama atenção dos alunos. Almeida e Silva (2011) afirmam que sem o para o professor dominar a técnica fica difícil para o professor trabalhar, ninguém exige o professor como um expert da tecnologia digital, pois é provável que o aluno saiba usar melhor que o professor, mas na sua prática educacional com objeto de aprendizagem o professor tem que saber usar, com objetivo bem definidos mostrando aos aluno o sentido de tudo que está sendo transmitido. 56 4.5 Escola Games Figura 20: Tela Inicial Fonte: Site Escola Games A tela inicia do site Escola Games é bem visual, mostra de início todas as abas com opções para o aluno utilizar os conteúdos disponíveis no site, além de cada aba do site ter uma cor. Figura 21: Jogos Educacionais Fonte: Site Escola Games Na aba de jogos educacionais a facilidade de identificação continua, pois, a única parte do site que muda é a parte de cima, nas outras o site se mantém, nesta parte a as divisões com as iniciais das matérias e com níveis de dificuldade, podendo o aluno se encontrar de forma rápida e organizada. 57 Figura 22: Historias Fonte: Site Escola Games Um ponto positivo que o site apresenta são as histórias, onde o aluno pode escolher lendo um pequeno resumo, ele da opção de você próprio ler ou com um recurso onde o site faz a leitura com destaque das palavras. Figura 23: Jogo Fonte: Site Escola Games Os jogos do site são bem desenvolvidos, chamam atenção dos alunos, pois são divertidos, e trabalham os conteúdos escolares, porem quando a erro, a cor do quadro é sempre em vermelho, reforçando o erro e em alguns jogos só mostra o erro e não a resposta correta. 58 Figura 24: Dica ao Educador Fonte: Site Escola Games Em cada jogo a um quadro com resumo do jogo, e um tópico que é a dica para o educador, onde mostra sugestões de como se trabalhar o jogo com os alunos. Figura 25: Proposta do site Fonte: Site Escola Games O site apresenta sua proposta, mostrando um pouco da história e há quantos anos está funcionando, além da quantidade de jogos e deixando claro que todos os jogos têm acompanhamento pedagógico. 59 Figura 26: Fale Conosco Fonte: Site Escola Games O site reserva também uma aba para o fale conosco, onde poderão tirar dúvidas e dar sugestões para a equipe do site. O interessante é que o próprio site se abre e pede por opiniões que os ajudem desenvolver e ampliar conteúdos. Figura 27: Atividades Professor, Estudante e Pais. Fonte: Site Escola Games O site tem pontos positivos e um deles é a parte de atividades, onde você pode cadastrar e receber atividades de acordo com seus interesses, sendo educador, estudante e pais, esta parte não se encontra nas abas, está localizada em um quadro a parte, com um nome que é receba nossas novidades, porém, ao entrar, fica um pouco confuso, pois fala em receber dicas de atividades. 60 4.6 Atividades Educativas Figura 28: Pagina Inicial Fonte: Site Atividades Educativas O site Atividades Educativas, tem as divisões por conteúdos, com as letras pequenas e com temas que fogem do Ensino Fundamental, tornando difícil encontrar o conteúdo desejado. Figura 29: Jogos escolhido pelo site Fonte: Site Atividades Educativas O próprio site relaciona alguns jogos, infográficos e historias na paginam inicial, os quadros onde os jogos se encontram tem pequeno resumo, porem as letras continuam pequenas e títulos extensos. 61 Figura 30: Pesquisa de matérias Fonte: Site Atividades Educativas Ao clicar nos conteúdos, abrira uma página mostrando quantos itens foram encontrados, o que foi pesquisado e o tempo que levou, esta busca deixa os conteúdos confusos, pois não tem uma divisão do que é jogo, infográfico, fazendo que dificulte a seleção de conteúdos que estão procurando, a letra é um problema que está em todo o site. Figura 31: Jogo Fonte: Site Atividades Educativas Os jogos do site em sua grande maioria, traz explicações confusas, isto quando traz algo para que se possa compreender, além de ser uma mera reprodução do tradicional para a tecnologia digital frustrando o aluno que espera que a escola use a tecnologia digital de forma integrada com o currículo. 62 Figura 32: Quadro do Jogo Fonte: Site Atividades Educativas Todo jogo apresentara um quadro, que traz a descrição, em que área ele está disponível, quando foi postado, o último acesso e o total de acesso que o site teve, este quadro mostra uma realidade, apesar de produzirem conteúdos o site não é educativo e sim um selecionador de conteúdo. Figura 33: Formulário de Contato Fonte: Site Atividades Educativas O site tem uma área onde o usuário pode se comunicar com o site, porem em nenhum momento eles menciona sobre a equipe que faz seleção de conteúdo o site todo é muito vago. 63 Figura 34: Direito autoral Fonte: Site Atividades Educativas Como o site tem muitos conteúdos selecionados tem uma parte que fala dos direitos autorais, e como se deve proceder se sentir que seus direitos foram feridos. Figura 35: Requisitos Fonte: Sites Atividades Educativas O site traz em uma parte especifica, que mostrar o que tem que ter para que os jogos e próprio site funcionem de forma satisfatória. 64 4.7 Smart Kids Figura 36: Tela Inicial Fonte: Site Smart Kids O site Smart Kids é bem organizado, a uma sequência dentro da página, que segue as abas que estão colocadas na parte superior, que te letras visíveis e em um tamanho adequado, podemos nos localizar facilmente. Figura 37: Para Colorir Fonte: Site Smart Kids O site oferece atividades para colorir, de diversos assuntos, porem em todo desenho a modelo pintado, podendo levar a criança a copiar o modelo, esta área especifica pode confundir um pouco, pois a atividades que são para imprimir e a outras que podem colorir no próprio site, mas não há nenhuma menção de qual é qual. 65 Figura 38: Atividades Fonte: Site Smart Kids Nas atividades oferecidas pelo site, tem mascaras, ligue os pontos, pinte os pontos, sequência lógica, descubra sete erros, preencha os espaços a muitas atividades para imprimir, que precisa ser trabalhado como suporte, porém é livre a todos, outro ponto é que algumas atividades podem ser pintadas no site e outras não se podem fazer, novamente fica confuso e não a menção de qual pode fazer no site e qual só é para impressão. Figura 39: Trabalhos Escolares Fonte: Site Smart Kids Dentro do site tem a parte de conteúdos trabalho escolar, que é uma parte muito interessante, pois da condição dos alunos começarem trabalhos e para os professores indícios de começarem algo dentro de sala de aula. 66 Figura 40: Vídeos Fonte: Site Smart Kids Os vídeos são bem informativos, traz conteúdos relevantes que podem contribuir no processo ensino – aprendizagem, porém, não tem como pausar o vídeo para discussão, e durante o vídeo a uma música que também não tem como para e não a fala nos vídeos só os texto passando. Figura 41: Jogo Fonte: Site Smart Kids Os jogos do site, não divertidos, são jogos que reproduzem alguns exercícios tradicionais, quando tem níveis são muito parecidos um com o outro e sempre que erram a um reforço do erro, são jogos cansativos, que chamam atenção no primeiro momento, mas mesmo que passando de nível cansa rápido. 67 Figura 42: Barra Final Fonte: Site Smart Kids A barra final do site tem o mapa do site, onde mostra todas as seções que ele tem, e tem uma fileira com o nome do sobre, que irá levar o usuário a conhecer quem produziu o site, clicando você irá para a página deste grupo que contém informações e uma loja virtual com alguns artigos. 68 5 Avaliação Geral sites educativos Dentro de nossa avaliação ficou bem claro que os três sites têm conteúdo para ser levado em consideração, mas caberá ao professor saber selecionar e unir o site ao processo de ensino- aprendizagem. O site Escola Games é bem organizado, sendo um site de fácil ambientação, com conteúdos relevantes, chamando muito atenção para seus jogos que conseguem divertir com conteúdos escolares, se mostra um site pensado para o aluno de forma plena, não se esquecendo dos professores. Já o Atividades Educativas tenta uma organização, porem sua disposição dificulta a navegação, pelas letras pequenas e as divisões muito juntas, tem que sempre procurar por um bom tempo o que esta procurando, não há divisões de jogos ou infográficos, dos três Ava lidados é o que conteúdos e organização bem inferior aos outros, mesmo assim ainda a infográficos que o professor pode usar, mas para isto tem que ser feita uma análise do material. Por fim temos o Smart Kids que se destaca pela sua organização e quantidade de conteúdos, mas quanto mais navegamos do site mais claro fica, que apesar de conter atividades para os alunos, é um site para o educador, mesmo eles não explicitando isto, os melhores conteúdos se mostram para uso em sala de aula e quando nós voltamos aos conteúdos que podem ser usados online pelos alunos eles deixam a desejar. O que os três sites têm em comum, é a falta de interação direta entre os que jogam, ou mesmo um fórum para que possam discutir como utilizar os conteúdos e porem suas experiências com eles, o único modo de contato é por e-mail. Fica evidente que apesar do surgimento da grande quantidade de sites educativos pela facilidade em se tornar um produtor de conhecimento (Lévy,2011), tem que ter muito cuidado, é necessária uma análise criteriosa para que ele seiva verdadeiramente como um objeto de ensino aprendizagem, usado sem planejamento e objetivos seu uso fica vazio, não atendendo as expectativas dos alunos de usar a tecnologia digital dentro das escolas. 69 6 Considerações Finais A pesquisa de iniciação cientifica que se tornou o Trabalho de Conclusão de Curso proporcionou compreendermos melhor as expectativas do uso da tecnologia digital dos alunos do 5° do Ensino Fundamental, perante a tecnologia digital que estão presente em todas as áreas da sociedade. A pesquisa evidenciou que os alunos que estão em constante contato com a tecnologia digital pedem por maior participação dela no ambiente escolar, que infelizmente tem se evidenciado despreparado tanto no âmbito de preparo das pessoas que trabalham com a tecnologia digital e na parte de equipamentos também. Além deste despreparo a uma falta de conhecimento no preparo dos objetos de aprendizagem, esta pesquisa mostrou que os jogos utilizados são mera transposição da lousa para o computador, minimizando o uso da tecnologia digital e tornando um objeto que era para tornar o ensino mais próximo do aluno o acaba distanciando. Um fato que ficou claro foi a dicotomia dos pensamentos dos alunos com as dos professores, enquanto o aluno concebe a tecnologia digital como algo importante, o professor não vem a tecnologia digital como um facilitador de aprendizado. Essa pesquisa fornece indicativos que tem de haver um preparo na formação inicial para o professor sair com base para trabalhar a tecnologia digital integrada com o processo de ensino aprendizagem, além de rever o conceito sobre o uso da tecnologia digital mostrando que o inovador é como se dá a prática docente em sala de aula e que os alunos de hoje da era tecnológica pedem a tecnologia digital mais presente no ambiente escolar. 70 Referências ALMEIDA, M.E. B. de; PRADO, M. E. B. B. A importância da gestão nos projetos de EAD. In: Debates: mídias na educação. Boletim 24 – Salto para o futuro. Novembro/Dezembro, 2006, p. 49-57. ALMEIDA, M. E. B. de; SILVA, M. G. M. Currículo, Tecnologia e Cultura Digital: espaços e tempos de web currículo. Revista e-Curriculum (PUCSP). , v.7, p.1 - 19, 2011. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/viewFile/5676/4002. Acesso em 26 de abril de 2014. BARBOSA, JANIA DO VALLE. 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