RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta tese será disponibilizado somente a partir de 03/09/2025. UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araraquara Aryvelto Miranda Silva Alterações ópticas, superficiais e mecânicas em cerâmicas vítreas CAD/CAM após desgaste erosivo-abrasivo e repolimento: estudo in vitro Araraquara 2021 UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araraquara Aryvelto Miranda Silva Alterações ópticas, superficiais e mecânicas em cerâmicas vítreas CAD/CAM após desgaste erosivo-abrasivo e repolimento: estudo in vitro Tese apresentada à Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Odontologia, Araraquara para obtenção do título de Doutor em Ciências Odontológicas, Área de Dentística Restauradora Orientador: Prof. Dr. Edson Alves de Campos Araraquara 2021 S586a Silva, Aryvelto Miranda Alterações ópticas, superficiais e mecânicas em cerâmicas vítreas CAD/CAM após desgaste erosivo-abrasivo e repolimento: estudo in vitro / Aryvelto Miranda Silva. -- Araraquara, 2021 59 p. : il., tabs. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Odontologia, Araraquara Orientador: Edson Alves de Campos 1. Cerâmica. 2. Erosão dentária. 3. Abrasão dentária. 4. Polimento dentário. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Faculdade de Odontologia, Araraquara. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. Aryvelto Miranda Silva Alterações ópticas, superficiais e mecânicas em cerâmicas vítreas CAD/CAM após desgaste erosivo-abrasivo e repolimento: estudo in vitro Tese para obtenção do título de Doutor em Ciências Odontológicas Comissão julgadora Presidente e Orientador: Prof. Dr. Edson Alves de Campos 2º Examinador: Prof. Dr. José Roberto Cury Saad 3º Examinador: Prof. Dr. Marcelo Ferrarezi de Andrade 4º Examinador: Prof. Dr. Raimundo Rosendo Prado Júnior 5º Examinador: Prof.ª Dr.ª Regina Ferraz Mendes Viana Araraquara, 03 de Setembro de 2021. DADOS CURRICULARES Aryvelto Miranda Silva NASCIMENTO: 25 de Maio de 1993 – Fortaleza dos Nogueiras – Maranhão – Brasil FILIAÇÃO: Antonio Josias Miranda Silva e Valci Miranda Silva Formação Acadêmica 2011 – 2015: Curso de Graduação em Odontologia, Universidade Federal do Piauí (UFPI). 2016 – 2018: Curso de Pós-graduação em Odontologia, área de concentração em Clínica Odontológica, nível Mestrado. Universidade Federal do Piauí (UFPI). 2018 – 2018: Curso de Pós-graduação em Dentística Estética Avançada, nível Aperfeiçoamento. Fundação Araraquarense de Ensino e Pesquisa em Odontologia (FAEPO). 2019 – 2020: Curso de Pós-graduação em Educação Permanente em Saúde, nível Especialização. Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). 2018 – 2021: Curso de Pós-graduação em Ciências Odontológicas, área de concentração em Dentística Restauradora, nível Doutorado. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Faculdade de Odontologia, Câmpus de Araraquara. Dedico... Aos meus pais, Antonio Josias e Valci, por me proporcionarem uma vida repleta de amor, cuidado, dedicação e oportunidades. Agradecimentos Primeiramente, agradeço a Deus, pelo dom da vida, pela fé e perseverança e a capacidade de sonhar e realizar tanto. Aos meus pais, Antonio Josias e Valci, obrigado por tanto e sempre. Fabrício Carpinejar sabiamente diz que “ter raízes faz com que suportemos os momentos em que não damos flores e frutos”. Minhas raízes foram semeadas com todo o amor e o cuidado de vocês, e isto é a força motriz que me mantém “nos trilhos”. Obrigado por serem meus exemplos de fé e otimismo, melhores amigos e por abraçarem todos os meus sonhos e projetos. Amo vocês! Às minhas irmãs, Aylane e Adylane, grandes amigas e companheiras, incentivadoras e entusiastas de todas as minhas conquistas. Aos meus sobrinhos, Pedro Otávio e Ana Luísa, que me demonstram o amor mais puro que pode existir e são fonte inesgotável de alegrias e motivações. Ao meu orientador, Prof. Dr. Edson Alves de Campos, por ser sempre solícito e disponível. Mesmo diante de tantos compromissos e responsabilidades institucionais, sempre manteve a porta literalmente aberta para me receber, ouvir e ajudar. Agradeço todas as oportunidades para meu crescimento profissional e pelo cuidado em exercer seu papel de orientador com extremo respeito aos seus orientandos, com relação harmoniosa e tranquila, emprestando-nos sua inteligência inestimável totalmente desprovida de egos. Obrigado, Edinho! Ao professores do Departamento de Odontologia Restauradora – FOAr por terem, cada um ao seu modo, contribuído para o meu crescimento profissional e pessoal durante os últimos anos. De modo especial agradeço aos professores José Roberto Cury Saad, Marcelo Ferrarezi de Andrade e Milton Carlos Kuga, queridos professores e exemplos de integridade e humildade. À minha eterna orientadora Prof.ª Dr.ª Regina Ferraz Mendes e ao meu querido Prof. Dr. Raimundo Rosendo Prado Júnior, exemplos de profissionais e por quem tenho grande apreço e admiração. Obrigado por participarem deste momento ímpar para mim. Às amigas Anna Thays Mendes – por se fazer sempre presente, pelas inúmeras confidências e conselhos sempre regados a boas risadas, e Anna Vitória Mendes – amiga e colega de profissão, com quem compartilho todos os prazeres e incertezas da vida de pós-graduando. Aos meus amigos Netto Pacífico e Denise Strasser. Não há distância e tempo que minimizem o afeto e torcidas mútuas que nutrimos ao longo dos anos. Aos amigos da pós-graduação, Básia Nogueira (amiga de graduação, mestrado e doutorado), Camila Lebre, Diego Dantas, Eran Almeida, Paulo Neto, Rafael Manso, Tatiane Manzoli, a quem pude recorrer para tomar de empréstimo, durante momentos inesquecíveis, força e ânimo para seguir essa jornada. Obrigado. Agradeço aos meus grandes amigos para a vida, Cristiane Alencar, João Felipe Besegato e Joissi Zaniboni. Se “é junto dos bão que a gente fica mió”, não tenho dúvidas do quanto cresci ao lado de vocês. Além de grandes amigos, solícitos e presentes na minha vida, são excelentes e admiráveis profissionais, que me deram o prazer da convivência maravilhosa e tornaram estes anos muito mais leves. Espero poder continuar colecionando inúmeros bons momentos ao lado de vocês. Aos amigos Lucas Portela e Jessica Katarine, muito obrigado pelo apoio e incentivo, especialmente no início desta trajetória. Vocês facilitaram todo o processo de chegada e adaptação à Araraquara, com um suporte inestimável e inesquecível. Muito obrigado! Torço sempre pelo sucesso de vocês. À minha grande e querida amiga, Creusa Hortenci. Obrigado por todo o cuidado e carinho dispensado aos seus “meninos” da pós-graduação. Sempre atenta às nossas necessidades e nos mimando de todas as formas possíveis. Dona dos melhores conselhos, sermões e bolos. A você todo meu carinho e gratidão! A todos os meus familiares, muitos dos quais pouco compreendem a minha trajetória acadêmica em cursar mestrado e doutorado, mas que respeitam, demonstram admiração e torcem por mim. De modo especial às minhas amadas avós Josefa e Maria de Lourdes, potinhos de amor sempre disponíveis, e à minha prima-irmã Liss, que entre afagos e sermões, sempre torce e se preocupa comigo. À Prof.ª Dr.ª Renata Garcia Fonseca, do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOAr/UNESP, pela gentileza em ceder equipamentos utilizados nas análises desta tese, ao Dr. Leandro Fernandes, pelo suporte durante análises junto ao Laboratório de Ensaios Mecânicos – FOAr/UNESP, e ao Prof. Dr. José Antonio Otoboni, pelo auxílio na usinagem dos blocos cerâmicos CAD/CAM no Laboratório de Óptica do Instituto de Física de São Carlos – USP. À Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, em nome de seu diretor Prof. Dr. Edson Alves de Campos, e ao Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas, em nome de sua coordenadora Prof.ª Dr.ª Andreia Bufalino, pela oportunidade ímpar de cursar este Doutorado e por todo o aprimoramento profissional e pessoal adquirido durante este percurso. Agradeço (e reconheço) a presteza e atenção dos funcionários da Seção Técnica de Pós-graduação da FOAr, de modo especial ao nosso querido Cristiano, por sua ajuda sempre rápida. À CAPES: O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de financiamento 001. “A rua da minha casa não é mais rua do que qualquer outra. Também, a minha escola, os meus uniformes e os meus cadernos não diferem dos demais. Mas o que vivi ali confere a eles valor de mundo. É que são nossas lembranças que dão às coisas valores. O que vale, na verdade, é a nossa história. Valorize a sua.” Samer Agi Silva AM. Alterações ópticas, superficiais e mecânicas em cerâmicas vítreas CAD/CAM após desgaste erosivo-abrasivo e repolimento: estudo in vitro [Tese de Doutorado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2021. RESUMO O desgaste erosivo-abrasivo pode causar danos a materiais restauradores de matriz resinosa ou cerâmica e a literatura permanece escassa sobre condutas para o manejo reparador destes danos. O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar o efeito do desgaste erosivo-abrasivo e repolimento dental sobre algumas propriedades ópticas, superficiais e mecânicas de cerâmicas CAD/CAM. Discos (ꝋ 12mm; 1.2mm – ISO 6872) de três cerâmicas CAD/CAM [Vitrocerâmica reforçada com dissilicato de lítio (DL) - IPS e.max CAD, Ivoclar Vivadent; Cerâmica feldspática (FE) - CEREC Blocs, Dentsply Sirona; Vitrocerâmica reforçada com leucita (LE) - IPS Empress CAD, Ivoclar Vivadent] foram obtidos e avaliados em três condições de superfície distintas (após polimento, desgaste erosivo-abrasivo e repolimento). Os procedimentos de polimento e repolimento foram realizados utilizando o Kit de Polimento Ceramisté. O desgaste erosivo/abrasivo correspondente a 3 anos de ambiente oral foi realizado com imersão em ácido gástrico simulado por 30 horas em uma incubadora a 37ºC e 400000 ciclos de escovação simulada. Dados de cor no sistema CIELab obtidos com espectrofotômetro foram utilizados para quantificar alteração de cor (∆Eab e ∆E00), parâmetros de translucidez (PT) e de opalescência (PO) e razão de contraste (RC). Alterações na rugosidade superficial e microdureza foram obtidos com perfilômetro de contato e microdurômetro com indentador Vickers, respectivamente. O teste de resistência à flexão biaxial (RF) foi conduzido em Máquina de Ensaios Universais, até a ocorrência de fratura. Análise de dados (α = 0.05) incluiu Análises de Variância (ANOVA) a dois fatores para medidas repetidas e testes de Bonferroni, ANOVA one-way e teste de Tukey, e teste T de Student para medidas repetidas. Análise de Weibull também foi realizada. Após o repolimento, alterações de cor atingiram limiares perceptíveis (∆Eab) e clinicamente inaceitáveis (∆E00) apenas para FE. Em um mesmo material, PT e RC não foram alterados significativamente após o desgaste erosivo-abrasivo e o repolimento. O PO para todos os materiais, independente da condição de superfície, foram similares. O repolimento reduziu a rugosidade provocada pelo desgaste erosivo-abrasivo em todos os materiais, revertendo a degradação ao padrão de rugosidade após o polimento para a cerâmica reforçada por dissilicato de lítio. O repolimento após desgaste erosivo-abrasivo promoveu, de maneira similar para todos os materiais, redução significativa na microdureza Vickers. O repolimento após degaste erosivo- abrasivo reduziu a resistência à flexão de todas as cerâmicas avaliadas, e redução significativa foi observada após o desgaste erosivo-abrasivo apenas para DL. Em conclusão, a cerâmica feldspática parece ser a cerâmica mais suscetível a alterações pelo desgaste erosivo-abrasivo. O repolimento tem potencial limitado em reverter a alteração de cor e nenhum efeito sobre as demais propriedades ópticas avaliadas neste estudo, independente do material. Além disso, o repolimento após desgaste erosivo-abrasivo promove redução na microdureza e na resistência à flexão de todos os materiais cerâmicos avaliados neste estudo. Palavras-chave: Cerâmica. Erosão dentária. Abrasão dentária. Polimento dentário. Silva AM. Optical, superficial, and mechanical changes in CAD/CAM vitreous ceramics after erosive-abrasive wear and repolishing: an in vitro study [Tese de Doutorado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2021. ABSTRACT Erosive-abrasive wear can cause damage to resinous or ceramic matrix restorative materials, and the literature on approaches for the repair management of these damages remains scarce. The aim of this in vitro study was to evaluate the effect of erosive-abrasive wear and dental repolishing on some optical, surface, and mechanical properties of CAD/CAM ceramics. Discs (ꝋ 12mm; 1.2mm – ISO 6872) of three CAD/CAM ceramics [Lithium disilicate (LD) reinforced glass-ceramic - IPS e.max CAD, Ivoclar Vivadent; Feldspathic ceramics (FE) - CEREC Blocs, Dentsply Sirona; Leucite-reinforced glass-ceramic (LE) - IPS Empress CAD, Ivoclar Vivadent] were obtained and evaluated under three different surface conditions (after polishing, erosive-abrasive wear, and repolishing). Polishing and re-polishing procedures were performed using the Ceramisté Polishing Kit. Erosive/abrasive wear corresponding to 3 years of oral environment was performed with immersion in simulated gastric acid for 30 hours in an incubator at 37ºC and 400000 simulated brushing cycles. Color data in the CIELab system obtained with a spectrophotometer were used to quantify color change (∆Eab and ∆E00), translucency (PT), and opalescence (PO) parameters and contrast ratio (RC). Changes in surface roughness and microhardness were obtained with a contact profilometer and microdurometer with a Vickers indenter, respectively. A biaxial flexure strength test was carried out in a Universal Testing Machine until the occurrence of fracture. Data analysis (α = 0.05) included two-way ANOVA for repeated measures and Bonferroni tests, one-way ANOVA and Tukey test, and Student's t-test for repeated measures. Weibull analysis was also performed. After repolishing, color changes reached perceptible (∆Eab) and clinically unacceptable (∆E00) thresholds only for FE. In the same material, PT and RC were not significantly changed after erosive-abrasive wear and repolishing. The PO for all materials, regardless of surface condition, were similar. Repolishing reduced the roughness caused by erosive-abrasive wear in all materials, reversing the degradation to the roughness pattern after polishing for ceramic reinforced by lithium disilicate. Repolishing after erosive-abrasive wear promoted, in a comparable way for all materials, a significant reduction in Vickers microhardness. Repolishing after abrasive-erosive wear reduced the flexural strength of all ceramics evaluated, and a significant reduction was observed after abrasive-erosive wear only for LD. In conclusion, feldspathic ceramic is the ceramic most susceptible to alterations due to erosive-abrasive wear. Repolish has limited potential to reverse the color change and has no effect on the other optical properties evaluated in this study, regardless of material. In addition, repolishing after erosive-abrasive wear promotes a reduction in microhardness and flexural strength of all ceramic materials evaluated in this study. Keywords: Ceramics. Tooth erosion. Dental abrasion. Dental polishing. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 14 2 PROPOSIÇÃO ............................................................................................. 18 3 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 19 3.1 Desgaste Dentário Erosivo ..................................................................... 19 3.2 Cerâmicas Odontológicas ...................................................................... 20 3.3 Desgaste de Cerâmicas Odontológicas ................................................ 22 4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 26 4.1 Desenho do Estudo .................................................................................. 26 4.2 Cálculo Amostral ..................................................................................... 28 4.3 Obtenção dos Espécimes ........................................................................ 28 4.4 Polimento ................................................................................................. 29 4.5 Desgaste Erosivo-Abrasivo .................................................................... 29 4.6 Repolimento .............................................................................................. 30 4.7 Propriedades Ópticas .............................................................................. 30 4.7.1 Alteração de cor .................................................................................... 31 4.7.2 Parâmetro de translucidez ................................................................... 32 4.7.3 Parâmetro de opalescência ................................................................. 32 4.7.4 Razão de contraste ............................................................................... 32 4.8 Rugosidade de Superfície ...................................................................... 32 4.9 Topografia de Superfície ........................................................................ 33 4.10 Microdureza Vickers .............................................................................. 33 4.11 Resistência à Flexão Biaxial ................................................................. 33 4.12 Análise dos Dados ................................................................................ 34 5 RESULTADOS ............................................................................................. 35 5.1 Alteração de Cor ....................................................................................... 35 5.2 Parâmetro de Translucidez ..................................................................... 37 5.3 Parâmetro de Opalescência ................................................................... 38 5.4 Razão de Contraste ................................................................................. 38 5.5 Rugosidade de Superfície ...................................................................... 39 5.6 Topografia de Superfície ........................................................................ 41 5.7 Microdureza Vickers ................................................................................ 41 5.8 Resistência à Flexão Biaxial ................................................................... 43 6 DISCUSSÃO ................................................................................................ 45 7 CONCLUSÕES ............................................................................................. 52 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 53 14 1 INTRODUÇÃO O desgaste dentário erosivo é o processo de desmineralização de tecidos duros dentários mediado por ácidos provenientes da dieta (extrínsecos) ou associados a patologias (intrínsecos), mas sem envolvimento bacteriano1. A exposição a ácidos no ambiente oral por si só é capaz de promover danos aos tecidos duros2. Contudo, o processo mais comumente observado é caracterizado por uma degradação dos tecidos duros inicializada pela agressão química e potencializada por desgaste mecânico oriundos da atrição ou abrasão1-3. A escovação dentária, hábito indispensável na prevenção de doenças bucais mediadas por biofilme bacteriano, é considerada a causa mais comum de abrasão4. Medidas alternativas para minimizar o potencial abrasivo no desgaste dentário erosivo, como postergar a realização de escovação após o consumo de bebidas ou comidas ácidas5 não tem demonstrado efetividade na prevenção de desgaste dentário erosivo6. Com uma prevalência global estimada entre 30 e 50%3, a ocorrência de desgaste dentário erosivo está associada ao consumo de bebidas/comidas ácidas1,3, doença do refluxo gastroesofágico7, distúrbios alimentares8, drogas ilícitas, bebidas alcoólicas, medicamentos e dietas especiais6. Além disso, desgaste dentário erosivo é fator de risco para hipersensibilidade dentinária9 e impacta negativamente a qualidade de vida dos indivíduos10. A etiologia multifatorial do desgaste dentário erosivo dificulta seu manejo clínico e requer acompanhamento multidisciplinar6,11. A natureza progressiva e destrutiva do desgaste dentário erosivo, com desenvolvimento muitas vezes de forma silenciosa e assintomática, proporciona desgaste dos tecidos duros em níveis clinicamente inaceitáveis, o que requer tratamento restaurador12. O tratamento restaurador do desgaste dentário erosivo tem o objetivo de paralisar ou reduzir a progressão das lesões, reduzir a sintomatologia dolorosa ou hipersensibilidade, além de restabelecer estética e função. É preconizado nestes casos que a terapia menos invasiva possível seja utilizada. Entretanto, as opções restauradoras para desgaste dentário erosivo não diferem dos protocolos estabelecidos, ou seja, a perda de tecido dentário deve ser restabelecida conforme a localização e extensão da perda, independente da etiologia1,3,6. Os procedimentos restauradores diretos geralmente são menos invasivos do que os indiretos13. Por esta razão, os compósitos tem sido os materiais mais utilizados para restauração do desgaste dentário erosivo6. Todavia, o desgaste 15 dentário erosivo muitas vezes acomete indivíduos inconscientes e desinformados11, levando à demanda clínica de casos de desgaste dentário severo, condições em que restaurações indiretas são o procedimento de escolha. Além disso, materiais à base de resina são mais suscetíveis à degradação mediada por desgaste químico14 e mecânico15 o que sugere uma superioridade dos materiais cerâmicos quando se pretende garantir longevidade nos tratamentos restauradores em pacientes mais propensos a desgaste dentário. Os requisitos críticos para obtenção de sucesso com restaurações indiretas incluem previsibilidade no desempenho mecânico, estética favorável e precisão da adaptação marginal16. Com o objetivo de alcançar estas características, a obtenção de design e a fabricação de restaurações assistida por computador (Computer Aided Design/Computer Aided Manufacturing, CAD/CAM) tem sido empregada para fabricação padronizada de restaurações cerâmicas com alta precisão, composição homogênea e redução de imperfeições resultantes dos processos tradicionais de obtenção de restaurações indiretas17. Além disso, o fresamento de precisão a partir de blocos cerâmicos reduz o tempo clínico, as etapas de obtenção e o custo do processo, levando à obtenção de restaurações CAD/CAM com menos tensões residuais e melhores propriedades mecânicas18. A estrutura química e propriedades mecânicas das cerâmicas odontológicas são determinantes da sua capacidade de polibilidade, resistência ao desgaste do ambiente oral e longevidade clínica19. As cerâmicas vítreas são as que melhor mimetizam as propriedades ópticas do esmalte e da dentina. Estas cerâmicas são compostas por uma estrutura amorfa preenchida por vidro à base de alumina e sílica com distância e ângulos não padronizados entre si20. Exemplo clássico deste grupo, a cerâmica feldspática é considerada o material referência em odontologia estética. Entretanto, suas excelentes propriedades ópticas e alta translucidez são contrapostas por sua fragilidade e baixa resistência à fratura21. Devido à necessidade de maior resistência mecânica, em algumas situações clínicas a escolha recai no uso de vitrocerâmicas reforçadas22. Nestes materiais, a matriz vítrea recebe a adição de partículas de preenchimento, como por exemplo, cristais de dissilicato de lítio ou de leucita21,23. A obtenção de vitrocerâmicas reforçadas garante propriedades físicas e mecânicas reconhecidamente superiores às cerâmicas clássicas de feldspato, além da possibilidade de controle de efeitos 16 ópticos, como cor, opalescência e translucidez21. Resultados estéticos bem- sucedidos tem sido obtidos com o uso destes materiais24. As cerâmicas são materiais restauradores biocompatíveis e quimicamente inertes21. A composição química do material, técnica de obtenção, tratamento de superfície e condições do ambiente ao qual é exposto são alguns dos fatores determinantes da durabilidade e potencial de degradação das restaurações cerâmicas25. O ambiente oral tem potencial de degradar as propriedades ópticas de cerâmicas devido ao desgaste mecânico induzido pela mastigação, procedimentos de higiene oral, hábitos parafuncionais, ingestão de bebidas e comidas ácidas ou por efeito conjugado destes fatores26,27. Estudos anteriores sugerem que a imersão em soluções ácidas tem potencial de degradar cerâmicas odontológicas26,28-35. A rugosidade de superfície parece ser a propriedade mais influenciada por simulações de desgaste erosivo33,34. Alterações de rugosidade tem implicações clínicas por influenciar a deposição de biofilme, o que contribui para o surgimento de desordens bucais biofilme-dependentes29,31. Além disso, alguns parâmetros ópticos, como a translucidez e o brilho, são influenciados pela topografia de superfície do material restaurador36. A cor do material restaurador também pode ser influenciado por ácidos do ambiente oral30,32,36,37. As alterações de cor dos materiais odontológicos e estruturas dentais geralmente são obtidas a partir da análise do espaço tridimensional de cores (CIELab) e suas equações para cores totais associadas (∆Eab e ∆E00)38-40. A interpretação de alterações de cor geralmente é feita com o uso de limiares de perceptibilidade e aceitabilidade41. Nos procedimentos utilizando cerâmicas odontológicas, atingir uma alteração de cor inferior ou igual à aceitabilidade clínica é uma meta realista. Isso ocorre porque uma correspondência perfeita e imperceptível raramente é necessária, entretanto uma correspondência aceitável é mais frequentemente exigida20,38,41. O desgaste mecânico das cerâmicas odontológicas quando submetidas a desgaste dentário erosivo tem sido pouco explorado26,34. Investigar a resistência mecânica de um material restaurador quando exposto a situações que comprovadamente desgastam outras propriedades dos materiais é essencial para garantir a previsibilidade do tratamento restaurador. Além da lacuna sobre algumas propriedades pouco investigadas em estudos prévios, estas evidências se distanciam dos desfechos previstos no ambiente oral, visto que o desafio erosivo é 17 investigado de forma isolada na maioria destes estudos30,32 e, independente do desgaste erosivo ter origem extrínseca ou intrínseca, é inconcebível supor uma condição clínica em que não haja desafio mecânico associado1,6. Uma investigação in vitro observou que o desgaste erosivo-abrasivo é capaz de promover alterações significativas nos padrões de rugosidade, cor e brilho em cerâmicas de dissilicato de lítio e feldspática34. Considerando que o tratamento restaurador do desgaste dentário erosivo deve ser monitorado com sessões regulares de acompanhamento, quando não há tratamento multidisciplinar da condição a progressão do desgaste dentário erosivo poderá comprometer as restaurações a níveis clinicamente inaceitáveis, porém sem indicação de substituição2,5,11. A ausência de evidências e protocolos clínicos para o manejo destas situações tem levado os cirurgiões-dentistas a pautarem sua atuação clínica no empirismo. Um estudo recente indicou que o repolimento possui efeitos limitados na reversão do comprometimento do desgaste erosivo sobre as propriedades superficiais e ópticas de materiais cerâmicos CAD/CAM30. Este estudo avaliou o efeito de uma simulação in situ de erosão de origem extrínseca, sem associação ao desgaste mecânico mediado por abrasão30. Todavia, ácidos de origem intrínseca e associados a forças mecânicas parecem causar maiores danos aos tecidos duros dentários e materiais odontológicos28,32,34,42. Desta forma, observa-se uma lacuna na literatura sobre o possível benefício do repolimento na reversão da degradação de cerâmicas odontológicas mediada por desgaste dentário erosivo de origem intrínseca. A investigação de protocolos a serem utilizados no manejo clínico destas condições é relevante para propiciar longevidade nos tratamentos restauradores em pacientes expostos a condições que favorecem o desgaste dentário e pode contribuir para a seleção do material restaurador mais adequado. 52 7 CONCLUSÕES Os achados do presente estudo, dentro de suas limitações, permite concluir que: - O desgaste erosivo-abrasivo promove alteração de cor clinicamente perceptível para cerâmicas feldspática e reforçada por leucita. Para a análise ∆E00 a alteração na cerâmica feldspática é clinicamente inaceitável. O repolimento não é capaz de reverter as alterações de cor nas cerâmicas avaliadas; - O desgaste erosivo-abrasivo promove alteração clinicamente perceptível na translucidez de cerâmica feldspática, que não é alterada pelo repolimento; - A opalescência e a razão de contraste das cerâmicas avaliadas neste estudo são sofrem influência do desgaste erosivo-abrasivo e repolimento; - O desgaste erosivo-abrasivo promove aumento da rugosidade superficial em todas as cerâmicas avaliadas e o repolimento, apesar de reduzir a rugosidade em todos os materiais, parece reverter a alteração de rugosidade apenas na cerâmica de dissilicato de lítio; - O repolimento realizado após desgaste erosivo-abrasivo promoveu reduções significativas na microdureza de todas as cerâmicas avaliadas neste estudo; - A resistência à flexão biaxial das cerâmicas feldspática e reforçadas por dissilicato de lítio e leucita é significativamente reduzida após desgaste erosivo- abrasivo e repolimento. 53 REFERÊNCIAS 1. Schlueter N, Amaechi BT, Bartlett D, Buzalaf MAR, Carvalho TS, Ganss C et al. Terminology of erosive tooth wear: Consensus report of a workshop organized by the ORCA and the cariology research group of the IADR. Caries Res. 2020; 54(1): 2-6. 2. Martignon S, Bartlett D, Manton DJ, Martinez-Mier EA, Splieth C, Avila V. Epidemiology of erosive tooth wear, dental fluorosis and molar incisor hypomineralization in the American continent. Caries Res. 2021; 55(1): 1-11. 3. Schlueter N, Luka B. Erosive tooth wear - a review on global prevalence and on its prevalence in risk groups. Br Dent J. 2018; 224(5): 364-70. 4. Shellis RP, Addy M. The interactions between attrition, abrasion and erosion in tooth wear. Monogr Oral Sci. 2014; 25: 32-45. 5. Hong DW, Lin XJ, Wiegand A, Yu H. Does delayed toothbrushing after the consumption of erosive foodstuffs or beverages decrease erosive tooth wear? A systematic review and meta-analysis. Clin Oral Investig. 2020; 24(12): 4169- 83. 6. 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