UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Geociências e Ciências Exatas Campus de Rio Claro (SP) PÂMELA RESSIGNELLI DE LIMA ANÁLISE DE DADOS PEDOGEOQUÍMICOS DE MULTIELEMENTOS VISANDO O REFINAMENTO DE MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE DETALHE EM ALVOS DE PB-ZN NOS MUNICÍPIOS DE ADRIANÓPOLIS, CERRO AZUL E TUNAS DO PARANÁ (VALE DO RIBEIRA, PR) Rio Claro – SP 2009 UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Geociências e Ciências Exatas Campus de Rio Claro (SP) PÂMELA RESSIGNELLI DE LIMA ANÁLISE DE DADOS PEDOGEOQUÍMICOS DE MULTIELEMENTOS VISANDO O REFINAMENTO DE MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE DETALHE EM ALVOS DE PB-ZN NOS MUNICÍPIOS DE ADRIANÓPOLIS, CERRO AZUL E TUNAS DO PARANÁ (VALE DO RIBEIRA, PR) Orientador: Prof. Dr. Elias Carneiro Daitx Co-orientador: Prof. Dr. José Ricardo Sturaro Trabalho de Conclusão do Curso de Geologia, apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas – UNESP, campus de Rio Claro, como parte das exigências para o cumprimento da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso no ano letivo de 2009” Rio Claro – SP 2009 Lima, Pâmela Ressignelli de Análise de dados pedogeoquímicos de multielementos visando o refinamento de mapeamento geológico de detalhe em alvos de Pb-Zn nos municípios de Adrianópolis, Cerro Azul e Tunas do Paraná (Vale do Ribeira, PR) / Pâmela Ressignelli de Lima. - Rio Claro : [s.n.], 2009 59 f. : il., figs., tabs., mapas + 6 mapas Trabalho de conclusão de curso (Geologia) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas Orientador: Elias Carneiro Daitx Co-Orientador: José Ricardo Sturaro 1. Geologia – Métodos estatísticos. 2. Estatística básica. 3. Pedogeoquímicos. 4. Mapeamento geológico. 5. Histogramas. 6. Krigagem. I. Título. 550.028 L732a Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP AGRADECIMENTOS Agradeço minha família pelo apoio e incentivo por todos esses anos. A Prof. Dr Elias Carneiro Daitx, por ter sido um grande professor e orientador. A Prof. Dra Gilda Ferreira Carneiro, pelo aprendizado, paciência e ajuda. A Vototantim Metais por ter cedido os dados para a execução deste trabalho, em especial ao geólogo Juliano pela ajuda desde o início do projeto. A toda turma de geologia de 2005, maravilhosos amigos e companheiros. Aos veteranos e colegas de outras turmas que fizeram parte da minha vida durante esses cinco anos de graduação. As minhas amigas: Saquê, Maíra, Sarita, Mazinha, Malu e Ju, pela paciência, conversas e muitas risadas!! SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 7 1.1. LOCALIZAÇÃO E ACESSOS .................................................................................................... 8 2. OBJETIVOS ........................................................................................................................... 9 3. MÉTODOS E ETAPAS DE TRABALHO ............................................................................. 9 3.1. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ......................................................................................... 9 3.2. MONTAGEM DE BANCO DE DADOS ........................................................................................ 9 3.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA .......................................................................................................... 9 3.4. INTEGRAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................................................................... 10 3.5. RELATÓRIO FINAL ............................................................................................................... 10 4. GEOLOGIA REGIONAL .................................................................................................... 10 4.1. LITOESTRATIGRAFIA ........................................................................................................... 11 5. GEOQUÍMICA ..................................................................................................................... 14 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 16 6.1. ALVO VARGINHA ................................................................................................................ 16 6.1.1. GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................................. 16 6.1.2. DADOS PEDOGEOQUÍMICOS .............................................................................................. 17 6.1.2.1. DADOS DA AMOSTRAGEM ............................................................................................. 17 6.1.2.2. TRATAMENTO ESTATÍSTICO .......................................................................................... 18 6.1.3. HISTOGRAMAS ................................................................................................................. 18 6.1.4. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E PEDOGEOQUÍMICOS ..................................... 18 6.1.5. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E OS ELEMENTOS PB E ZN ............................... 22 6.2. ALVO SALVADOR ................................................................................................................ 24 6.2.1. GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................................. 24 6.2.2. DADOS PEDOGEOQUÍMICOS .............................................................................................. 25 6.2.2.1. DADOS DA AMOSTRAGEM ............................................................................................. 25 6.2.2.2. TRATAMENTO ESTATÍSTICO .......................................................................................... 26 6.2.3. HISTOGRAMAS ................................................................................................................. 26 6.2.4. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E PEDOGEOQUÍMICOS ..................................... 26 6.2.5. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E OS ELEMENTOS PB E ZN ............................... 28 6.3. ALVO GUARAREMA ............................................................................................................. 30 6.3.1. GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................................ 30 6.3.2. DADOS PEDOGEOQUÍMICOS .............................................................................................. 31 6.3.2.1. DADOS DA AMOSTRAGEM ............................................................................................. 31 6.3.2.2. TRATAMENTO ESTATÍSTICO .......................................................................................... 32 6.3.3. HISTOGRAMAS ................................................................................................................. 32 6.3.4. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E PEDOGEOQUÍMICOS ..................................... 32 6.3.5. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E OS ELEMENTOS PB E ZN ............................... 35 6.4. ALVO TAQUARA LISA .......................................................................................................... 37 6.4.1. GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................................ 37 6.4.2. DADOS PEDOGEOQUÍMICOS .............................................................................................. 38 6.4.2.1. DADOS DA AMOSTRAGEM ............................................................................................. 38 6.4.2.2. TRATAMENTO ESTATÍSTICO .......................................................................................... 39 6.4.3. HISTOGRAMAS ................................................................................................................. 39 6.4.4. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E PEDOGEOQUÍMICOS ..................................... 39 6.4.5. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E OS ELEMENTOS PB E ZN ............................... 42 6.5. ALVO ARAÇAZEIRO ............................................................................................................. 44 6.5.1. GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................................ 44 6.5.2. DADOS PEDOGEOQUÍMICOS .............................................................................................. 45 6.5.2.1. DADOS DA AMOSTRAGEM ............................................................................................. 45 6.5.2.2. TRATAMENTO ESTATÍSTICO .......................................................................................... 46 6.5.3. HISTOGRAMAS ................................................................................................................. 46 6.5.4. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E PEDOGEOQUÍMICOS ..................................... 46 6.5.5. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E OS ELEMENTOS PB E ZN ............................... 48 6.6. ALVO CAIXÃO DOS MENDES ................................................................................................ 50 6.6.1. GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................................ 50 6.6.2. DADOS PEDOGEOQUÍMICOS .............................................................................................. 51 6.6.2.1. DADOS DA AMOSTRAGEM ............................................................................................. 51 6.6.2.2. TRATAMENTO ESTATÍSTICO .......................................................................................... 52 6.6.3. HISTOGRAMAS ................................................................................................................. 52 6.6.4. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E PEDOGEOQUÍMICOS ..................................... 52 6.6.5. CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GEOLÓGICOS E OS ELEMENTOS PB E ZN ............................... 54 7. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 56 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 58 APÊNDICES APÊNDICE I: HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO VARGINHA APÊNDICE II: HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO SALVADOR APÊNDICE III: HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO GUARAREMA APÊNDICE IV: HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO TAQUARA LISA APÊNDICE V: HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO ARAÇAZEIRO APÊNDICE VI: HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO CAIXÃO DOS MENDES 6 RESUMO Com o propósito de pesquisar, na região do Perau, mineralizações de metais básicos, o Grupo Votorantim Metais efetuou uma amostragem de solos sobre alvos pré-determinados realizando sua análise química. Essas análises foram cedidas pela empresa para o presente trabalho que teve como objetivo avaliar o potencial da utilização destes dados pedogeoquímicos de multielementos para refinamento dos trabalhos de mapeamento geológico. Foram selecionados seis alvos: Varginha, Salvador, Guararema, Taquara Lisa e Caixão dos Mendes, localizados nos municípios de Adrianópolis, Cerro Azul e Tunas do Paraná, situados na região do Vale do Ribeira (PR). Ambos apresentam aproximadamente 10 km2 e estão inseridos no contexto geológico da Faixa de Dobramentos Apiaí e no Maciço de Joinville. Os principais litotipos presentes são rochas metassedimentares de baixo a médio grau metamórfico, intercaladas a anfibolitos ortoderivados, ambos pertencentes ao Complexo Perau, e gnaisses do Complexo Gnaissico Migmatítico. Aplicaram-se aos dados geoquímicos técnicas de estatística descritiva (variograma, histograma e krigagem). A partir da correlação entre as distribuições espaciais dos elementos com os dados geológicos, foi possível avaliar o potencial da metodologia proposta. Palavras-chave: Pedogeoquímicos, Mapeamento Geológico, Variograma, Histograma, Krigagem. ABSTRACT In order to to research, the region of Perau, base metal mineralization, Grupo Votorantim Metals conducted a soil sampling on targets predetermined holding its chemical analysis. These reviews have been provided by the company for this work was to evaluate the potential use of these data pedogeochemical multi-element for refinement of the work of geological mapping. We selected six targets: Varginha, Salvador, Guararema Taquara Lisa and Coffin of Mendes, in the municipalities of Adrianople, Cerro Azul and Tunas do Paraná, located in Vale do Ribeira (PR). Both have about 10 km2 and situated in the geological context of the Fold Belt Terrane and the Massif de Joinville. The main rock types are present metasedimentary rocks of low to medium grade metamorphic, interspersed the amphibolites ortoderivados, both belonging to the Complex Perau, gneisses and migmatitic Complex. Applied to the geochemical data descriptive statistical techniques (variogram, kriging and histogram). From the correlation between the distributions of elements with the geological data, we could assess the potential of the proposed methodology. Keywords: Pedogeochemical, Geological Mapping, Variogram, Histogram, Kriging. 7 1 – INTRODUÇÃO A região do Vale do Ribeira é considerada uma das províncias metalogenéticas mais importantes e promissoras devido a sua proximidade com um grande centro urbano e industrial (São Paulo) e pela vasta e diversificada ocorrência de bens minerais. Além das diversas jazidas de chumbo-prata, ouro e cobre, encontram-se expressivos depósitos de rochas carbonáticas, fluorita, barita, calcita, esfalerita, cassiterita, wollastonita, scheelita e rochas ornamentais, tornando-a uma região de extrema importância para exploração mineral. Uma das etapas fundamentais para a exploração mineral é a pesquisa mineral e para que sua execução seja eficiente, é necessário que haja um conhecimento prévio dos tipos de depósitos nos quais pode ser encontrada a substância mineral desejada. Deve-se, também, conhecer detalhadamente a geologia da região no que se diz respeito aos parâmetros litológicos e estruturais. A aplicação de métodos prospectivos adequados são os próximos passos na obtenção de respostas mais expressivas e significativas. Para isso, são utilizados diferentes métodos de geoquímica, geofísica e sondagens mecânicas que possam ser conclusivas quanto à existência de um depósito mineral. Com o propósito de avaliar o potencial metalogenético da região do Perau, em particular no que diz respeito a mineralizações de metais básicos, o Grupo Votorantim Metais efetuou uma amostragem de solos sobre alvos pré-determinados realizando sua análise química. Com estes dados juntamente com o conhecimento prévio da geologia da área foi realizado um tratamento estatístico e comparativo a fim caracterizar a distribuição espacial dos elementos analisados nas amostras de solo e de complementar os conhecimentos geológicos anteriores sobre esses alvos localizados nos municípios de Adrianópolis, Cerro Azul e Tunas do Paraná, situados na área do Perau (Vale do Ribeira, PR). 8 1.1– Localização e Acessos Os alvos estão localizados na porção nordeste do Estado do Paraná nos municípios de Adrianópolis, distando 361 km da cidade de São Paulo – SP, e 139 km de Curitiba – PR; Cerro Azul distando 444 km da cidade de São Paulo – SP, e 89 km de Curitiba; e Tunas do Paraná estando 417 km da cidade de São Paulo – SP e à 81 km de Curitiba – PR. O percurso entre as cidades de São Paulo e Adrianópolis é feito por rodovias federais e estaduais totalmente asfaltadas. Esse trajeto pode ser realizado pela BR 374, SP-270, SP-127, SP-250 e BR 476 que passam pelas cidades de Barueri, Sorocaba, Itapetininga e Capão Bonito ainda dentro do estado de São Paulo. A partir de Adrianópolis o percurso feito até Cerro Azul e Tunas do Paraná pode ser realizado pela rodovia federal BR 476 e PR 340 como mostra a figura 01 a seguir. O acesso aos alvos estudados a partir da cidade de Adrianópolis é feito por estradas secundárias, não pavimentadas, com trânsito difícil em períodos chuvosos, como as estradas do Perau, Canoas, Varginha e Santo Antônio, e também estradas novas abertas por empresas que cultivam Pinus na região. Figura 01: Mapa de localização da cidade de Adrianópolis PR e das áreas de estudo: 1- Caixão dos Mendes; 2- Salvador; 3- Varginha; 4- Guararema; 5- Taquara Lisa; 6- Araçazeiro. 9 2 – OBJETIVOS O projeto teve como objetivo avaliar o potencial da utilização de dados pedogeoquímicos de multielementos para o refinamento dos trabalhos de mapeamento geológico em alvos pré-determinados pela Votorantim Metais localizados nos municípios de Adrianópolis, Cerro Azul e Tunas do Paraná, situados na região do Vale do Ribeira (PR), através da aplicação de técnicas estatísticas descritivas sobre dados pedogeoquímicos e sua comparação com aqueles obtidos por mapeamento geológico. 3 – MÉTODOS E ETAPAS DE TRABALHO Para o desenvolvimento das atividades propostas, foram definidas cinco etapas que foram desenvolvidas durante o ano de 2009, e estão descritas a seguir. 3.1.Levantamento Bibliográfico Estudo de trabalhos existentes de relevância aos temas abordados, que são os aspectos geológicos regional do Vale do Ribeira e os locais dos alvos inseridos neste contexto. Além destes, foi realizado a leitura de trabalhos de prospecção geoquímica e estatística e o treinamento no uso de softwares para o tratamento dos dados (Variowin e Surfer). 3.2. Montagem de Banco de dados Consistiu na montagem de um banco com todos os dados das análises químicas da amostragem de solo, e mapas geológicos na escala 1:10.000 dos alvos Varginha, Salvador e Guararema, e de 1:25.000 do alvo Taquara Lisa, sendo estes uma copilação dos mapas geológicos realizados por Silva, L. G. F. C. (2008), Silva, M. V. V. (2008), Daitx, E. C. (1996) e pelas empresas Geoexplore (2007), Petrus (2008), a serviço da Votorantim Metais. O mapa usado para os alvos Caixão dos Mendes e Araçazeiro é a copilação do mapa regional da Mineropar (2005), e dos realizados pelas empresas citadas anteriormente. 3.3. Análise Estatística Foram analisados 35 elementos, entre maiores e menores, das amostras de solo dos seis alvos pesquisados. Para cada elemento químico (variável) realizou-se um tratamento estatístico descritivo que seguiram os seguintes trabalhos: a) geração de histogramas, utilizando softwares gráficos, para cada elemento, assim representando a tendência central e a distribuição dos dados; b) semivariogramas, pelo software Variowin, que possibilitou um 10 melhor ajuste para a geração de c) mapas de isovalores pelo método de Krigagem, por meio do programa Surfer 8. Assim foram feitas estimativas mais consistentes e desta forma representar, mais próximo da realidade, a distribuição dos elementos na área dos alvos estudados. Na fase de construção dos histogramas, para alguns elementos, foram retirados valores anômalos (outliers = média + 3 desvios padrões). Esses valores foram retirados quando, observado nos histogramas iniciais, teores muito distantes da média e posteriormente, feita a krigagem. Como o objetivo do trabalho é avaliar o uso das análises de solo, a fim de refletir as litologias existentes no substrato, estes valores anômalos não seriam representativos de uma litologia e sim, como empregado pela empresa, localizar possíveis mineralizações. Para os elementos chumbo e zinco foram realizados mapas de contorno de anomalias de primeira, segunda e terceira ordem também através do método de krigagem. Foram feitas análises de agrupamento e de superfície de tendência, porem as mesmas não foram utilizadas, tendo em vista que os resultados não foram significativos para as interpretações geoquímicas. 3.4. Integração e interpretação dos dados. Integração das análises univariadas com os mapas geológicos dos alvos Guararema, Salvador, Varginha, Taquara Lisa, Araçazeiro e Caixão dos Mendes e a interpretação resultante dessa união, ou seja, as respostas obtidas através da correlação entre os produtos da geoestatística com a litologia descrita. Os mapas gerados nesta fase, assim como os mapas geológicos já existentes e utilizados neste trabalho, foram produzidos com o uso do software ArcGis versão 9.0 e Surfer 8. . 3.5. Relatório Final Etapa final com a integração dos resultados obtidos nos alvos estudados e elaboração do relatório final apresentado como conclusão da Disciplina Trabalho de Formatura do ano de 2009. 4. GEOLOGIA REGIONAL A região do Vale do Ribeira situa-se na porção centro-sul da Província Tectônica da Mantiqueira, pertencente à Faixa Ribeira. Em escala maior, está inserida no contexto geológico da Faixa de Dobramentos Apiaí e no Maciço de Joinville, ambos denominados por 11 Hasui et al. (1980) e de evolução neoproterozóica (Campos Neto & Figueiredo 1995). Incluem faixas metassedimentares, com intercalações vulcânicas básicas, do Supergrupo Açungui de idade mesopreterozóica que são cortadas por granitóides sin a tardi e pós- orogênicos neoproterozócos, diques básicos e rochas alcalinas mesozóicos (figura 02). O arcabouço estrutural é definido por um sistema de zonas de cisalhamento transcorrentes dúcteis ou dúctil-rúpteis que limitam blocos lenticulares de orientação NE-SW. Devido à pequena quantidade de dados geocronológicos e a polêmica instaurada no quadro estratigráfico da região, autores como Daitx, 1996, definiram uma estratigrafia simplificada para a região, formada por quatro grandes unidades pré-cambrianas: complexo cristalino, sequências vulcanossedimentares; sequências sedimentares e complexos granitóides gnaissificados. Figura 02: Contexto geológico da área e a delimitação das áreas de estudo 4.1. Litoestratigrafia A primeira denominação para o litotipo mais antigo da área estudada foi Complexo Cristalino, que representa o embasamento das rochas supracrustais (Oliveira, 1916 apud Daitx, 1996). O autor divide as rochas em dois distintos pacotes: um de fácies granulito, de idade arqueana, e outro de fácies anfibolito, de idade paleoproterozóica. Campanha et al. (1996) menciona essas rochas como sendo um Complexo Migmatítico, composto por 12 migmatitos, granito-gnaisses, migmatitos estromatolíticos com paleossomas de anfibólio- biotita xisto, mica-quartzo xistos, ultrabasitos, metabasitos, anfibolitos e ortognaisses de composição diorítica a granodiorítica. Além disso, há presença de feições de intenso intemperismo nas zonas fraturadas e nos contatos com outras unidades. O Complexo aflora no interior das Antiformas Anta Gorda, Água Clara e Perau e apresenta espessura máxima de 500m. Sobrejacentes ao Complexo Cristalino encontra-se a sequêcia metavulcanossedimentar, representada pelas unidades Setuva, Água Clara e Perau. As rochas metassedimentares descritas pela primeira vez como Série Açungui (Oliveira, 1916). Marini et al.(1967) alterara a classificação da Série Açungui para Grupo Açungui, e identificou, mais tarde, em Marini (1970), que havia um grupo de rochas metassedimentares de alto grau, intermediário entre o embasamento gnáissico-migmatítico e o Grupo Açungui, denominando- o então, de Formação Setuva. Essa unidade é composta basicamente por mica-xistos, xistos aluminosos, paragnaisses, quartzitos e quartzo xistos. Mais tarde Popp et al. (1979) elevou a Formação Setuva à categoria de Grupo, classificação estratigráfica essa que é usada na maioria dos trabalhos atuais, como Araújo (1999) e Campanha e Sadowski (1999). Estratigraficamente acima do Complexo Setuva encontra-se as sequencias sedimentares que de modo geral é representado pelo Grupo Açungui. A formação Capiru, pertencente a este grupo foi descrita pela primeira vez por Bigarella & Salamuni (1956). Segundo Campanha (1991), a Formação Capiru corresponde a uma seqüência plataformal de águas rasas e litorâneas. É formada por pacotes carbonáticos, dominantemente dolomíticos, maciços e silicosos, com presença de estromatólitos, filitos, filitos grafitosos, metarritmitos, ardósias, intercalados com quartzitos, metarcósios, metacherts e hornfels (Araújo, 1999). A Formação Perau foi definida pela primeira vez por Piekarz (1981) e Takahashi et al. (1981) apud. Daitx (1996), sendo considerada pelos autores como base do Grupo Açungui, diretamente acima dos xistos e gnaisses da Formação Setuva. Daitx (1996) denomina essa unidade de Complexo Perau, em que envolve a Formação Perau e também as rochas da Formação Capiru descritas por Bigarella & Salamuni (1956), e a subdivide em três conjuntos: a) seqüência inferior ou quartzítica, composta predominantemente por quartzitos, que representam a principal camada-guia do Complexo Perau. São dois níveis de quarztito intercalados por um nível de anfibólio xistos e anfibólio biotita xistos. É possível observar a presença de paleo-estratificações e minerais detríticos arredondados, indicando região costeira com eventuais intercalações geradas por correntes de turbidez. b) seqüência intermediária ou carbonática/pelítico-carbonática, é formada por mármores dolomíticos e calcíticos, predominando o primeiro, com níveis de material silicático próximos 13 à base do pacote, e aluminossilicatos próximos ao topo. Nas áreas das minas Canoas e Perau é freqüente a presença de rochas cálcio-silicáticas e nas áreas Água Clara predominam mica- carbonato xistos. Ainda relacionada a essa seqüência, encontram-se em determinadas áreas outros pacotes rochosos: 1) sericita-xistos carbonosos, encontrados na porção média das áreas Perau e Betara, com porção inferior rica em carbonatos e porção superior rica em sulfetos; 2) rochas vulcanogênicas félsicas, formadas por meta-tufos e meta-brechas vulcânicas na área Perau (Daitx et al. 1992) e metavulcanitos na área Betara (Piekarz, 1984); 3) níveis mineralizados (Pb-Zn-Ag-Ba), formados por leitos de sulfeto maciço, semi-maciço e disseminado em rochas cálcio-silicáticas e micáceo-carbonáticas, com intercalação de metacherts. Essas mineralizações estão posicionadas na porção meso-superior da Sequência carbonática pelítico-carbonática, e; 4) níveis enriquecidos em magnetita, na forma disseminada ou como formações ferríferas bandadas. Geralmente, encontram-se acima dos corpos sulfetados (jazidas de Perau e Canoas) ou alternam-se com camadas de barita (jazida Água Clara), e por fim; c) seqüência superior ou pelito-aluminosa/anfibolítica, subdividida em dois litotipos principais: c.1)metassedimentos síltico-argilosos, em parte carbonosos, representada por quartzo-mica xistos e grafita mica-xistos, e; c.2) anfibolitos e anfibólio xistos, representam rochas ortoderivadas, posicionadas provavelmente como sills. A sequencia metassedimentar representa um pacote de metassedimentos de baixo grau posicionado entre a porção superior do vale ocidental do ribeirão grande e o Lineamento Ribeira tem sido comumente referido como Formação Votuverava. Segundo Daitx (1996) devido a monotonia litológica do pacote sedimentar não tem sido possível a sua subdivisão em unidades menores, apesar de sua espessura ser estimada em cerca de 3.500m (JICA/MMAJ, 1982 apud, Daitx, 1996). Nesse conjunto predominam as rochas metapelíticas, com intercalações subordinadas de meta-arenitos e alguns raros metabasitos e rochas carbonáticas. Para Bigarella & Salamuni (1958) é considerado a unidade do topo do Grupo Açungui, constituída por filitos, quartzitos, metaconglomerados e calcários, e cujo teor de magnésio é baixo. Segundo Marini (1970), as rochas predominantes são metarritmitos, metassiltitos e filitos, com calcários e quartzitos em menor quantidade. Devido à grande quantidade de falhas, rochas dessa unidade podem encontrar-se justapostas a rochas mais antigas. O metamorfismo é incipiente, com rochas que preservam uma estratificação rítmica plano- paralela, variando de metargilitos a metarenitos, geralmente de coloração rosada a avermelhada. Campanha (1991) elevou a Formação Votuverava à categoria de Grupo, e a subdividiu em dois subgrupos, um basal denominado Subgrupo Ribeira e outro denominado 14 Subgrupo Lajeado. Segundo o autor, o Subgrupo Ribeira é formado pelos metarritmitos da Formação Votuverava clássica, com predominância de metassiltitos finos, ardósias e filitos, com intercalações de quartzitos finos, clorita filitos, metaconglomerados, formações ferríferas e expressivas intercalações de rochas metabásicas. Na região ocorrem ainda dois corpos graníticos (Varginha e Epitáceo Pessoa) de provável idade neoproterozóica e diques de rochas básicas mesozóicas. Os principais litotipos que compõem o último correspondem a diabásios, com menor participação de lamprófiros, gabros e andesitos. As rochas alcalinas mesozóicas estão representadas pelo maciço sienítico de Tunas e por inúmeros diques de sienito/fonolito gnaisses (Daitx, 1996). 5. GEOQUÍMICA A geoquímica realizada nos alvos Varginha, Salvador, Guararema, Taquara Lisa e Caixão dos Mendes e aqui utilizada, foi a de amostragem de solo e a análise química realizada, pelo laboratório ALS Chemex. Tanto a amostragem como os tipos de análises efetuadas, foram dirigidas na pesquisa mineral para a prospecção de elementos de interesse direto do Grupo Votorantim (Cu, Pb, Zn, Ag, Ba) em 2008. Para tanto, o método analítico empregado de Espectrometria de Emissão Atômica por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP - AES), avaliou os seguintes elementos descritos na Tabela 01. O alumínio, cálcio, ferro, potássio, magnésio, sódio, enxofre e titânio, que foram analisados e os seus resultados apresentados em porcentagem, foram transformados em ppm (parte por milhão) a fim de uniformizar a unidade dos elementos para o tratamento estatístico. 15 Tabela 01: Elementos analisados nas amostras de solo para os seis alvos estudados. Elemento Símbolo Unidade Limite inferior Limite superior Método padrão acima do limite Prata Ag ppm 0.2 100 Ag-OG46 Alumínio Al % 0.01 25 Arsênio As ppm 2 10000 Boro B ppm 10 10000 Bário Ba ppm 10 10000 Berílio Be ppm 0.5 1000 Bismuto Bi ppm 2 10000 Cálcio Ca % 0.01 25 Cádmio Cd ppm 0.5 1000 Cobalto Co ppm 1 10000 Cromo Cr ppm 1 10000 Cobre Cu ppm 1 10000 Cu-OG46 Ferro Fe % 0.01 50 Gálio Ga ppm 10 10000 Mercúrio Hg ppm 1 10000 Potássio K % 0.01 10 Lantânio La ppm 10 10000 Magnésio Mg % 0.01 25 Manganês Mn ppm 5 50000 Molibdênio Mo ppm 1 10000 Sódio Na % 0.01 10 Níquel Ni ppm 1 10000 Fósforo P ppm 10 10000 Chumbo Pb ppm 2 10000 Pb-OG46 Enxofre S % 0.01 10 Antimônio Sb ppm 2 10000 Escândio Sc ppm 1 10000 Estrôncio Sr ppm 1 10000 Tório Th ppm 20 10000 Titânio Ti % 0.01 10 Tálio Tl ppm 10 10000 Urânio U ppm 10 10000 Vanádio V ppm 1 10000 Tungstênio W ppm 10 10000 Zinco Zn ppm 2 10000 Zn-OG46 16 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1. Alvo Varginha 6.1.1. Geologia local O mapa do alvo em escala 1:10.000, apresenta os litotipos encontrados na área que são: calcossilicáticas, anfibólios xistos, anfibólio biotita xistos, anfibolitos, mármores calcíticos, granada biotita muscovita xisto, muscovita quartzo xisto e quartzitos como mostra a figura 03 a seguir. Figura 03: Mapa geológico do Alvo Varginha na escala 1:10.000. 17 6.1.2. Dados pedogeoquímicos 6.1.2.1. Dados da amostragem A geoquímica de solo no alvo Varginha consistiu na coleta de 473 amostras de solo em uma malha com espaçamento de 200 metros entre as linhas, e de 45 metros entre as amostras coletadas nas linhas (malha de 200m x 45m) como mostra a figura 04. Figura 04: Amostragem de solo realizada no alvo Varginha. 18 6.1.2.2. Tratamento estatístico Para os elementos analisados (em ppm) na amostragem de solo do alvo, foi aplicada a análise univariada para 31 elementos. Devido a homogeneidade dos teores, não foi aplicada esta análise para o tálio, tório, tungstênio e urânio. Os produtos gerados nessa fase foram: 31 histogramas e 31 mapas de isovalores pelo método da krigagem com ajuste de semivariogramas omnidirecionais. 6.1.3. Histogramas Os histogramas dos elementos: enxofre, zinco, arsênio, titânio, níquel, estrôncio, vanádio, escândio, cálcio, cobalto, potássio, lantânio, cobre, sódio, manganês, bário,magnésio e berílio apresentaram assimetria positiva, devido a maior quantidade de amostras com valores mínimos (Apêndice 1). O cromo, fósforo, chumbo e o alumínio apresentaram uma quase simetria. As maiores quantidades das amostras apresentaram valores intermediários. O ferro foi o único elemento próximo de uma distribuição simétrica. Os elementos: cádmio, molibdênio, mercúrio, boro, gálio, prata, bismuto e antimônio exibiram histogramas assimétricos devido à uniformidade dos valores. A maior parte das amostras se concentrou em até dois valores mínimos de teor. 6.1.4. Correlação entre os dados geológicos e pedogeoquímicos Os mapas de isovalores dos elementos: cobre, cobalto, sódio, vanádio, escândio, antimônio e cálcio demarcaram, com altos teores, a região onde estão localizados os anfibólios e anfibolitos xistos (Figura 05). 19 Figura 05: Mapas de isovalores dos elementos: cobre, cobalto, sódio, vanádio, escândio, antimônio e cálcio. 20 Outros elementos que destacaram a região dos anfibólios xistos e anfibolitos foram os baixos teores do chumbo, lantânio, bário, potássio, magnésio e berílio (Figura 06). Ao mesmo tempo, o potássio, o bário, magnésio e o berílio demarcaram o contorno do contato entre o anfibólios e anfibolitos com a região do muscovita quartzo xisto. Figura 06: Elementos que marcaram a região dos anfibólios xistos e anfibolitos. 21 O restante da área descrita como Granada Biotita Muscovita Xisto foi bem marcada nos mapas pelos maiores teores de chumbo e lantânio e pelos baixos teores de cobre, sódio, vanádio e cálcio (Figura 07). � Figura 07: Elementos que demarcaram a região da litologia Granada Biotita Muscovita Xisto. 22 6.1.5. Correlação entre os dados geológicos e os elementos Pb e Zn Com base nos parâmetros estatísticos dos elementos Pb e Zn (Apêndice 1), foram construídos dois mapas de isovalores (Figura 08), utilizando o método de Krigagem, onde os intervalos de valores foram divididos, para todos os alvos, da seguinte maneira: Média + 3 desvio padrão = anomalia de 1ª ordem Média + 2 desvio padrão = anomalia de 2ª ordem Média + 1 desvio padrão = anomalia de 3ª ordem Para o elemento chumbo foram constatados anomalias de segunda e terceira ordem, que apresentaram teores variando entre 17 e 27 ppm. O elemento zinco também não exibiu, nos mapas de isovalores, anomalia de primeira ordem, as de segunda e terceira ordem apresentaram teores entre 65 e 107 ppm. A área correspondente as anomalias esta localizada no quartzo muscovita biotita xisto, praticamente a litologia predominante em toda área de amostragem de solo. As anomalias de zinco englobam rochas calcossilicáticas, anfibólios xistos, anfibolitos, granada biotita muscovita xisto e muscovita quartzo xisto. Já o chumbo esta presente principalmente no muscovita quartzo xisto e no granada biotita muscovita xisto. 23 Figura 08: Mapa de isovalores para os elementos Pb e Zn. 24 6.2. Alvo Salvador 6.2.1. Geologia local O mapa do alvo em escala 1:10.000, apresenta os litotipos encontrados na área que são: granito epitáceo, calcossilicáticas, anfibolitos, anfibólio xistos, mármores calcíticos, quartzitos, granada biotita muscovita xistos, anfibólio biotita xistos, biotita xistos e gnaisses, como mostra a figura 09. Estão presentes uma falha definida como Ribeirão Grande de direção NE-SW, e uma segunda de direção NW-SE. Figura 09: Mapa geológico do alvo Salvador na escala de 1:10.000. 25 6.2.2. Dados pedogeoquímicos 6.2.2.1. Dados da amostragem A geoquímica de solo no alvo Salvador consistiu na coleta de 811 amostras de solo (Figura 10) em uma malha com espaçamento de 200 metros entre as linhas, e de 40 metros entre as amostras coletadas nas linhas (malha de 200m x 40m). As amostras foram coletadas nos horizontes A e B, sendo a maior parte coletada no horizonte B. Figura 10: Amostragem de solo realizada no alvo Salvador. 26 6.2.2.2. Tratamento estatístico Para os elementos analisados (em ppm) na amostragem de solo do alvo, foi aplicada a análise univariada, que consistiu na geração de 32 histogramas, ajuste de semivariogramas omnidirecionais e 32 mapas de isovalores pelo método da krigagem (Apêndice 2). Devido a uniformidade dos teores, não foi aplicada esta análise para os elementos: tálio, tório, e urânio. 6.2.3. Histogramas Os elementos: cobre, escândio, chumbo, zinco, titânio, estrôncio, potássio, magnésio, lantânio, berílio, bário, níquel, cobalto, alumínio, cromo, enxofre, vanádio, cálcio e manganês apresentaram histogramas com assimetria positiva, devido a maior quantidade de amostras com valores mínimos (Apêndice 2). O ferro e o fósforo apresentaram uma quase simetria. As maiores quantidades das amostras apresentaram valores intermediários. Os elementos: arsênio, antimônio, molibdênio, bismuto, cádmio, sódio, gálio, prata, tungstênio, mercúrio e boro, exibiram histogramas assimétricos devido à baixa variabilidade das amostras. A maior parte das amostras se concentrou em até dois valores mínimos de teor. 6.2.4. Correlação entre os dados geológicos e pedogeoquímicos Nas Figuras 11 e 12 os elementos delimitaram uma região na parte Sul da área com baixos teores. As maiores concentrações desses elementos estão distribuídas pela área, não se concentrando em um local específico. O que se pode observar é uma relativa concentração de altos teores do titânio, estrôncio, escândio, níquel, cobalto e bário na porção NW, onde está localizado o granada biotita muscovita xisto e as calcossilicáticas 2. As duas falhas que cortam a área também são marcadas pelos maiores teores dos elementos lantânio, berílio, bário, cobalto, níquel (Figura 12). 27 Figura 11: Zona sul da área marcada por baixo teores dos elementos: titânio, magnésio, estrôncio, potássio e escândio. 28 Figura 12: Zona sul da área marcada por baixo teores dos elementos: lantânio, berílio, bário, cobalto, níquel. 6.2.5. Correlação entre os dados geológicos e os elementos Pb e Zn Os mapas de isovalores de Pb e Zn teve como base os parâmetros estatísticos descritos no apêndice 2. Os intervalos de valores seguem a mesma divisão descrita para o alvo anterior (Varginha). Para o elemento chumbo foram constatados anomalias de primeira ordem teores acima de 114 ppm, e anomalias de terceira ordem teores variando entre 56 e 85 ppm. Para o elemento zinco, as anomalias de primeira ordem apresentaram teores acima de 464 ppm, e as anomalias de terceira ordem entre teores de 214 a 339 ppm. A área correspondente as anomalias englobam os quartzitos, anfibólio biotita xisto, calcossilicáticas,esta localizada no quartzo muscovita biotita xisto, praticamente a litologia predominante em toda área de amostragem de solo. As anomalias, no sul da área, foram coincidentes para os dois elementos, e ambas ocorrem nas calcossilicáticas e na zona de falha (Figura 13). 29 Figura 13: Mapa com regiões anômalas coincidentes para Pb e Zn. 30 6.3. Alvo Guararema 6.3.1. Geologia local O mapa do alvo em escala 1:10.000, apresenta os litotipos encontrados na área que são: diabásios, filitos, filitos carbonoso, filitos grafitosos, quartzo xistos, magnetita quartzo xistos, magnetita carbonato quartzo xistos, mármores calcíticos e anfibolitos, como mostra a Figura 14 a seguir. Figura 14: Mapa geológico do alvo Guararema na escala 1:10.000. 31 6.3.2. Dados pedogeoquímicos 6.3.2.1. Dados da amostragem A geoquímica de solo no alvo Guararema consistiu na coleta de 381 amostras de solo (Figura 15) em uma malha com espaçamento de 500 metros entre as linhas, e de 4 metros entre as amostras coletadas nas linhas (malha de 500m x 40m). A coleta das amostras foi feita principalmente no horizonte B, somente duas amostras foram coletadas no horizonte A. Figura 15: Amostragem de solo realizada no alvo Guararema. 32 6.3.2.2. Tratamento estatístico Para os elementos analisados (em ppm) da amostragem de solo no alvo, foi aplicada a análise univariada, que consistiu na geração de 29 histogramas e 29 mapas de isovalores pelo método da krigagem ajustados por semivariogramas omnidirecionais. Devido à homogeneidade dos teores, não foi aplicada esta análise para os elementos: boro, cádmio, tungstênio,tálio, tório, e urânio. 6.3.3. Histogramas Os elementos: berílio, arsênio, antimônio, enxofre, ferro, zinco, estrôncio, níquel, manganês, cobalto, cálcio, bário, lantânio, potássio, magnésio, vanádio, escândio, titânio, cromo e cobre, apresentaram histogramas com assimetria positiva, devido a maior quantidade de amostras com valores mínimos. Já o alumínio exibiu assimetria negativa, tendo a maior quantidade de amostras com valores maiores (Apêndice 3). O chumbo apresentou uma quase simetria. As maiores quantidades das amostras apresentaram valores intermediários. Os elementos: bismuto, mercúrio, prata, molibdênio e o sódio exibiram histogramas assimétricos devido à baixa variabilidade das amostras. A maior parte das amostras se concentrou em até dois valores mínimos de teor. 6.3.4. Correlação entre os dados geológicos e pedogeoquímicos Os mapas de isovalores dos elementos titânio, vanádio, escândio, ferro, cromo e cobre, marcaram a região onde está localizado o quartzo xisto (Figura 16). Os baixos teores desses mesmos elementos delimitaram a região dos filitos. 33 Figura 16: Mapas de isovalores dos elementos titânio, vanádio, escândio, ferro, cromo e cobre. 34 Os altos teores de estrôncio, cálcio, cobalto, bário, lantânio, manganês, zinco, níquel, potássio e magnésio delimitaram uma região no interior do quartzo xisto, na porção NE da área (Figuras 17 e 18). Esta diferenciação pode estar relacionada com a ocorrência de corpos de anfibolitos e/ou dos filitos carbonosos, como pode ser visto no mapa geológico. Outra região delimitada pelos elementos abaixo foi o anfibolito no extremo leste e sudeste, marcado nos mapas com a linha tracejada em vermelho. Figura 17: Delimitada a região no interior do quartzo xisto e os anfibolitos no extremo leste e sudoeste da área. 35 Figura 18: Região no interior do quartzo xisto delimitada por altos teores de potássio e magnésio. 6.3.5. Correlação entre os dados geológicos e os elementos Pb e Zn Os mapas de isovalores de Pb e Zn teve como base os parâmetros estatísticos descritos no histogramas do apêndice 3. Os intervalos de valores seguem a mesma divisão descrita para o alvos anteriores. Para o elemento chumbo foram constatados anomalias de segunda e terceira ordem, que apresentaram teores variando entre 19 e 27 ppm. O elemento zinco também não exibiu, nos mapas de isovalores, anomalia de primeira ordem, as de segunda e terceira ordem apresentaram teores entre 55 e 96 ppm. As anomalias de zinco esta principalmente no quartzo xisto, onde se encontra também corpos alongados de anfibolitos. O chumbo esta presente principalmente nos filitos da faixa leste da área. 36 Figura 19: Anomalias de primeira e segunda ordem para teores de Pb e Zn. 37 6.4. Alvo Taquara Lisa 6.4.1. Geologia local O mapa do alvo em escala 1:25.000, apresenta os litotipos encontrados na área que são: sienitos, filitos, sericita filitos, carbonatos e meta-arenitos, filitos como mostra a Figura 20. Figura 20: Mapa geológico do alvo Taquara Lisa na escala 1:25.000. 38 6.4.2. Dados pedogeoquímicos 6.4.2.1. Dados da amostragem A geoquímica de solo no alvo Taquara Lisa consistiu na coleta de 382 amostras de solo (Figura 21) em uma malha com espaçamento de 400 metros entre as linhas, e de 45 metros entre as amostras coletadas nas linhas (malha de 400m x 45m), sendo a primeira linha, na porção sudoeste, distando aproximadamente 800m da segunda linha, que por sua vez apresenta um espaço de 500m entre as amostras. As amostras foram todas coletadas no horizonte B. Figura 21: Amostragem de solo realizada no alvo Taquara Lisa. 39 6.4.2.2. Tratamento estatístico Para os elementos analisados (em ppm) da amostragem de solo no alvo, foi aplicada a análise univariada, que consistiu na geração de 29 histogramas e 29 mapas de isovalores pelo método da krigagem (Apêndice 3), ajustados por semivariogramas omnidirecionais. Devido à uniformidade dos teores, não foi aplicada esta análise para os elementos: boro, cádmio, tungstênio,tálio, tório, e urânio. 6.4.3. Histogramas Os elementos: zinco, níquel, cobalto, cobre, arsênio, antimônio, chumbo, vanádio, escândio, bário, estrôncio, berílio, prata, enxofre e manganês, apresentaram histogramas com assimetria positiva, devido a maior quantidade de amostras com valores mínimos. Já o lantânio, o cromo e o alumínio exibiram assimetria negativa, tendo a maior quantidade das amostras com valores maiores (Apêndice 4). O ferro, o potássio, o fósforo e o magnésio apresentaram uma quase simetria. As maiores quantidades das amostras estão entre valores intermediários. Os elementos: sódio, bismuto, mercúrio, molibdênio, titânio, gálio e o cálcio exibiram histogramas assimétricos devido à baixa variabilidade das amostras. A maior parte dessas amostras se concentrou em até dois valores mínimos. 6.4.4. Correlação entre os dados geológicos e pedogeoquímicos Os elementos cobre, arsênio, chumbo, zinco, níquel e escândio (Figura 22) delimitaram uma zona no extremo sudoeste da área com altos teores (tracejado em vermelho), podendo ser uma porção diferenciada do pacote litológico mapeado, além também de apresentarem os maiores teores distribuídos principalmente em toda porção oeste onde está definido no mapa geológico como de litologia meta-arenitos e filitos. 40 Figura 22: Zona no extremo sudoeste da área delimitada pelos elementos cobre, arsênio, zinco, níquel, escândio e chumbo. Além dos elementos da Figura 22, o antimônio, o vanádio e chumbo marcaram também a porção centro-leste com baixos teores e, consequentemente, as maiores concentrações destes elementos na região oeste da área (Figura 23). A concentração de vários elementos na porção oeste pode indicar uma diferenciação dos meta-arenitos e filitos nesta região para o resto da área, como também para o mesmo pacote litológico presente na porção leste. Porem, na porção sul da área o espaçamento entre as linhas são maiores, tendo uma parte da área onde não houve amostragem e, portanto, comprometendo o resultado da krigagem nesta região pela falta destes dados. 41 Figura 23: Região centro-leste marcada pelos baixos teores de chumbo, antimônio e vanádio. Os elementos bário e estrôncio marcaram com baixos teores, a região central da área, onde foi mapeado como filitos, sericita filitos e carbonatos. Os maiores teores destes elementos estão nos meta-arenitos, como mostra a Figura 24. Figura 24: Região central marcada pelos baixos teores de bário e estrôncio. 42 O cromo e o ferro (Figura 25) também apresentam suas maiores concentrações na porção oeste e principalmente uma delimitação de maiores teores no pacote litológico central próximo do contato com o meta-arenito da porção oeste, o que pode indicar a existência de uma falha na área tracejada em vermelho. Figura 25: Concentração na porção oeste dos elementos cromo e ferro. Os elementos: magnésio, potássio, enxofre, titânio, alumínio, fósforo e gálio estão distruibídos por toda a área e, portanto não indicaram uma relação direta com alguma litologia, como pode ser visto nos mapas de isovalores (Apêndice 4). 6.4.5. Correlação entre os dados geológicos e os elementos Pb e Zn Os mapas de isovalores de Pb e Zn teve como base os parâmetros estatísticos descritos no apêndice 4. Os intervalos de valores seguem a mesma divisão descrita para o alvo Varginha. Para o elemento chumbo foram constatados anomalias de primeira ordem teores acima de 98 ppm, e anomalias de terceira ordem teores variando entre 52 e 75 ppm. Para o elemento zinco, as anomalias de primeira ordem apresentaram teores acima de 90 ppm, e as anomalias de terceira ordem entre teores de 50 e 68 ppm. A área correspondente as anomalias esta localizada nos meta-arenitos e filitos da porção oeste da área. As anomalias, distribuídas na faixa oeste, foram coincidentes para os dois elementos, pincipalmente na região sudoeste (Figura 26). 43 Figura 26: Anomalias de primeira ordem coincidentes para Pb e Zn na porção sudoeste da área estudada. 44 6.5. Alvo Araçazeiro 6.5.1. Geologia local Como dito anteriormente o mapa geológico do alvo é uma compilação de mapas realizados por empresas a serviço da Votorantim Metais e do mapa regional da Mineropar (2005). São encontrados na área os seguintes litotipos: quartzitos, quartzo muscovita xisto, anfibólio xisto e anfibolito, gnaisses e metassedimentos como mostra a figura 27 a seguir. Figura 27: Mapa geológico do alvo Araçazeiro. 45 6.5.2. Dados pedogeoquímicos 6.5.2.1. Dados da amostragem A geoquímica de solo no alvo Araçazeiro consistiu na coleta de 278 amostras de solo (Figura 28) em uma malha com espaçamento de 250 metros entre as linhas, e de 45 metros entre as amostras coletadas nas linhas (malha de 250m x 45m). Figura 28: Amostragem de solo realizada no alvo Araçazeiro. 46 6.5.2.2. Tratamento estatístico Para os elementos analisados (em ppm) da amostragem de solo no alvo, foi aplicada a análise univariada, que consistiu na geração de 30 histogramas e 30 mapas de isovalores pelo método da krigagem (Apêndice 3), ajustados por semivariogramas omnidirecionais.. Devido à uniformidade dos teores, não foi aplicada esta análise para os elementos: boro, cádmio, tungstênio, tálio e tório. 6.5.3. Histogramas Os elementos: lantânio, vanádio, escândio, ferro, níquel, cromo, potássio, bário, zinco, estrôncio, cobalto, cobre, manganês, cálcio, berílio, titânio, chumbo, arsênio, urânio, magnésio, fósforo, prata, apresentaram histogramas com assimetria positiva, devido a maior quantidade de amostras com valores mínimos (Apêndice 5). O enxofre e o alumínio apresentaram uma quase simetria. As maiores quantidades das amostras estão entre valores intermediários. Os elementos: sódio, gálio, molibdênio, mercúrio, bismuto e antimônio exibiram histogramas assimétricos devido à baixa variabilidade das amostras. A maior parte dessas amostras se concentrou em até dois valores mínimos. 6.5.4. Correlação entre os dados geológicos e pedogeoquímicos Os baixos teores do potássio e do lantânio diferenciaram a região oeste do restante da área, assim como os altos teores do cromo (Figura 29), que pode indicar uma diferenciação dentro do quartzo muscovita biotita xisto. 47 Figura 29: Região oeste da área delimitada pelos elementos: cromo, lantânio e potássio. Há ainda uma faixa NE-SW na porção mais a oeste da área, que se destaca por apresentar baixos teores dos elementos: ferro, escândio, níquel e vanádio, como mostram a Figura 30. As maiores concentrações destes elementos também marcam a faixa oeste comentada anteriormente, delimitada pelos altos teores do cromo, e por baixos teores de potássio e lantânio. 48 Figura 30: Faixa NE-SW na porção mais a oeste da área, que se destaca por apresentar baixos teores dos elementos: ferro, escândio, níquel e vanádio. 6.5.5. Correlação entre os dados geológicos e os elementos Pb e Zn Os mapas de isovalores de Pb e Zn teve como base os parâmetros estatísticos descritos nos histogramas do apêndice 5. Os intervalos de valores seguem a mesma divisão descrita para o alvo anterior. Para o elemento chumbo foram constatados anomalias de primeira ordem teores acima de 300 ppm, e anomalias de terceira ordem teores variando entre 130 e 215 ppm. Para o elemento zinco, as anomalias de primeira ordem apresentaram teores acima de 95 ppm, e as anomalias de terceira ordem entre teores de 55 a 75 ppm. A área correspondente as anomalias esta localizada no quartzo muscovita biotita xisto, praticamente a litologia predominante em toda área de amostragem de solo. As anomalias, no centro dos mapas, foram coincidentes para os dois elementos. 49 Figura 31: Anomalias de primeira ordem para os elementos Pb e Zn na porção central do mapa. 50 6.6. Alvo Caixão dos Mendes 6.6.1. Geologia local O mapa geológico utilizado neste alvo teve a mesma compilação de mapas geológicos que a do alvo anterior: mapas realizados por empresas a serviço da Votorantim Metais e do mapa regional da Mineropar (2005). Para tanto são encontrados na área os seguintes litotipos: filitos, meta sedimentos, meta ritmitos, muscovita carbonato xisto, quartzo muscovita biotita xisto, anfibólio e meta arenito, como mostra a figura 32 a seguir. Figura 32: Mapa geológico do alvo Caixão dos Mendes. 51 6.6.2. Dados pedogeoquímicos 6.6.2.1. Dados da amostragem A geoquímica de solo no alvo Caixão dos Mendes consistiu na coleta de 406 amostras de solo (figura 33) em uma malha com espaçamento de 200 metros entre as linhas, e de 45 metros entre as amostras coletadas nas linhas (malha de 200m x 45m), sendo que as duas últimas linhas distando 650m e 800m respectivamente Figura 33: Amostragem de solo realizada no alvo Caixão dos Mendes. 52 6.6.2.2. Tratamento estatístico Para os elementos analisados (em ppm) da amostragem de solo no alvo, foi aplicada a análise univariada, que consistiu na geração de 30 histogramas e 30 mapas de isovalores pelo método da krigagem (Apêndice 6). Devido à uniformidade dos teores, não foi aplicada esta análise para os elementos: cádmio, boro, tungstênio, tálio e tório. 6.6.3. Histogramas Os elementos: cálcio, magnésio, cobre, zinco, níquel, bário, lantânio, cobalto, manganês, bismuto, ferro, arsênio, cromo, fósforo, enxofre, escândio, titânio, estrôncio, potássio e berílio, apresentaram histogramas com assimetria positiva, devido a maior quantidade de amostras com valores mínimos (Apêndice 6). O alumínio, chumbo, gálio e o vanádio apresentaram uma quase simetria. As maiores quantidades das amostras estão entre valores intermediários. Os elementos: mercúrio, molibdênio, sódio, urânio, prata e o antimônio exibiram histogramas assimétricos devido à baixa variabilidade das amostras. A maior parte dessas amostras se concentrou em até dois valores mínimos. 6.6.4. Correlação entre os dados geológicos e pedogeoquímicos Os maiores teores dos elementos abaixo (Figura 34) demarcaram uma faixa SW-SE na área que corresponde as seguintes litologias: a) xistos (muscovita carbonato xisto e quartzo muscovita xisto), e b) filitos, meta sedimentos e meta ritmitos. A concentração destes elementos nesta região pode estar relacionada a existência de somente uma litologia, indicando a existência de dois pacotes litológicos principais: um na faixa sul onde se concentraram os maiores teores e um segundo, marcado com menores teores, nas porções NW-NE. Nos mapas abaixo podemos observar a existência também de uma concentração de altos teores destes elementos na região central, que pode estar relacionado com a presença de uma possível falha (tracejado em azul). 53 Figura 34: Concentração, na faixa SW-S-SE, dos maiores teores dos elementos: zinco, cobalto, cobre, níquel, bário e lantânio. 54 Os elementos: berílio, magnésio e cálcio (Figura 35) também demarcaram a região sul com maiores teores e a porção centro-norte com os menores teores, evidenciando a diferença litológica entre as duas porções da área. Figura 35: Região sul demarcada pelos elementos berílio, magnésio e cálcio. 6.6.5. Correlação entre os dados geológicos e os elementos Pb e Zn Com base nos parâmetros estatísticos dos elementos Pb e Zn (Apêndice 6), foram construídos dois mapas de isovalores, utilizando o método de Krigagem. Os intervalos de valores seguem a mesma divisão descrita para o alvos anteriores. Para o elemento chumbo foram constatados anomalias de segunda e terceira ordem, que exibiram teores variando entre 19 e 25 ppm. O elemento zinco apresentou pequenas anomalias de primeira ordem com valores 140 a 150. As anomalias de zinco aparecem nos filitos e nos xistos e o chumbo somente nos filitos da porção norte da área. 55 Figura 36: Anomalias de terceira ordem para os elementos Pb e Zn. 56 7 – CONCLUSÕES Através da integração da análise estatística com os dados geológicos foi possível notar, principalmente nos alvos Guararema e Varginha, a coincidência entre as litologias com as delimitações dos elementos nos mapas de isovalores. No alvo Varginha, as três litologias principais (anfibolitos, muscovita quartzo xisto e granada biotita muscovita xisto) foram delimitadas pelos elementos cobre, cobalto, sódio, vanádio, escândio, antimônio, cálcio, potássio, bário, magnésio e o berílio. No alvo Guararema os mapas de isovalores dos elementos titânio, vanádio, escândio, ferro, cromo e cobre, marcaram o quartzo xisto. Os baixos teores desses mesmos elementos demarcaram a região dos filitos. As duas principais litologias descritas no mapa geológico foram coincidentes com as concentrações destes elementos. As anomalias de terceira ordem de zinco estão principalmente no quartzo xisto, onde encontra-se também corpos alongados de anfibolitos. O chumbo esta presente principalmente nos filitos da faixa leste da área. No alvo Taquara Lisa os mapas de isovalores dos elementos antimônio e vanádio coincidiram com a litologia. Os elementos: cobre, arsênio, chumbo, zinco, níquel, escândio e chumbo marcaram principalmente a zona oeste, diferenciando os meta-arenitos e filitos desta região para o resto da área, como também para o mesmo pacote litológico presente na porção leste. As anomalias de primeira e terceira, distribuídas na faixa oeste, foram coincidentes para os elementos Pb e o Zn. No alvo araçazeiro praticamente toda a área de amostragem de solo foi realizada em uma litologia descrita no mapa geológico. Os elementos cromo, lantânio e potássio diferenciaram uma região dentro desta litologia (quartzo biotita muscovita xisto). As anomalias, no centro do mapa, foram coincidentes para os dois elementos, se tornando uma área de grande interesse. No alvo Caixão dos Mendes os mapas de isovalores dos elementos evidenciaram principalmente duas áreas: uma bem marcada por altos teores (faixa SW-SE); e uma segunda (faixa NW-NE) marcada por baixos teores. A área marcada por altos teores coincide com o contato entre os xistos e os filitos, não demarcando somente uma litologia. As anomalias de primeira e terceira ordem do elemento Pb, estão concentradas na porção sul, onde estão os filitos e xistos e também em uma pequena parte no norte. No alvo Salvador os elementos delimitaram uma região na parte Sul da área, com baixos teores, e outra com relativa concentração de altos teores de titânio, estrôncio, escândio, níquel, cobalto e bário na porção NW, onde está localizado o granada biotita muscovita xisto e as calcossilicáticas 2. Porem, os resultados dos mapas de isovalores não delimitaram alguma 57 litologia em especial. Os mapas feitos por krigagem definiram anomalias no sul da área, que foram coincidentes para os dois elementos de interesse da empresa. As análises de solo tiveram boa relação com a litologia descrita nos mapas, tanto em alvos com mapa detalhado (Varginha, Salvador, Taquara Lisa e Guararema) como em alvos com mapa sem detalhe – Caixão dos Mendes e Araçãzeiro. Em ambos ocorreu identificação de diferenciações dentro de um mesmo pacote litológico, apresentou respostas diferentes sobre a litologia descrita em alvos sem detalhe, e também novas interpretações geológicas destas áreas como possíveis falhas não mapeadas, e diferentes litologias. Para refinar este estudo recomendam-se estudos sobre a evolução da paisagem onde os alvos estão inseridos, assim como análise da evolução pedogenética para identificar se os solos coletados são in sito ou transportados. Outras recomendações são: geração de variogramas direcionais e campo em áreas que apresentaram diferenciações dentro do mesmo pacote litológico (Alvo Guararema e Taquara Lisa e Araçazeiro) e em alvos que apresentaram respostas diferentes do que descrito no mapa geológico (Alvo Caixão dos Mendes e Araçazeiro). 58 8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ ARAÚJO, C. C. 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Tese de doutoramento. IGCE. UNESP, Rio Claro-SP. 1996. DAITX, E. C. Utilização de Métodos Geofísicos e Geoquímicos na Pesquisa de Corpos Mineralizados Sub-aflorantes ou “Cegos”: Aplicação a Depósitos de Metais-Base e/ou Preciosos na Região do Vale do Ribeira (Estados do Paraná e São Paulo) – Relatório Trienal de 1997 – 2000. IGCE. UNESP, Rio Claro-SP. 82p. 2001. FRIZZO, S. J., LICHT, O. A. B. Estatísticas uni e bivariadas aplicadas à prospecção geoquímica. In: PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA DE DEPÓSITOS MINERAIS METÁLICOS, NÃO-METÁLICOS, ÓLEO E GÁS, Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Geoquímica – SBGq/CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2007. p. 595-618. LANDIM, P. M. B. Análise estatística de dados geológicos. Editora UNESP, 1ª Ed. São Paulo, 1998. LANDIM, P. M. B., MELLO, C. S. B., SERRA, A. C. S., MACEDO, A. B. Metodologia estatística multivariada em geoquímica. 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APÊNDICE I HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO VARGINHA APÊNDICE II HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO SALVADOR APÊNDICE III HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO GUARAREMA APÊNDICE IV HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO TAQUARA LISA APÊNDICE V HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO ARAÇAZEIRO APÊNDICE VI HISTOGRAMAS E MAPAS DE ISOVALORES DO ALVO CAIXÃO DOS MENDES CAPA FOLHA DE ROSTO FICHA CATALOGRÁFICA AGRADECIMENTOS SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT 1 – INTRODUÇÃO 2 – OBJETIVOS 3 – MÉTODOS E ETAPAS DE TRABALHO 4. GEOLOGIA REGIONAL 5. GEOQUÍMICA 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 7 – CONCLUSÕES 8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES