1 Campus de Araçatuba DENIS WATANABE Efeito de diferentes soluções ácidas no comportamento da luz de restaurações de cerâmica de dissilicato de lítio. Araçatuba – SP 2016 2 Campus de Araçatuba DENIS WATANABE Efeito de diferentes soluções ácidas no comportamento da luz de restaurações de cerâmica de dissilicato de lítio. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Odontologia. Orientadora: Profa. Daniela Micheline dos Santos Araçatuba – SP 2016 3 Dedicatória Dedico este trabalho aos meus pais que sempre me apoiaram nas minhas decisões, e permitindo assim todas as minhas conquistas. A minha irmã, eterna conselheira e amiga. Ao Enzo, meu sobrinho, que com a sua graça me aproximou da família e de Deus. 4 Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus, por tudo que tens me proporcionado. A Faculdade de Odontologia de Araçatuba FOA-UNESP, que me fez enxergar e pensar o mundo com outras perspectivas, fez-me um cidadão mais preparado para os intempéries da vida. Ao Prof. e Diretor da Faculdade de Odontologia de Araçatuba Wilson Roberto Poi, pelas horas e horas de diálogo, discussões, não se limitando em disciplina, assim tornando-se muito importante na minha vida acadêmica. Ao Prof. Titular Marcelo Coelho Goaito, meu primeiro orientador, a pessoa que me acolheu e estimulou o meu interesse pela reabilitação. Aprendi, o que fazemos é muito mais que estética, nós fazemos o nosso melhor para dar às pessoas uma qualidade de vida um pouco melhor. E como é gratificante e maravilhoso atuar nesta área. Outra pessoa que não se limita na relação professor-aluno, tornou-se um grande amigo, conselheiro, que sempre terá o meu respeito e gratidão. À profa. Daniela Micheline dos Santos, foram quase 2 anos de bolsa Pibic, graças a sua paciência e dedicação com a minha pessoa, pois você é uma excelente pesquisadora e educadora. Sei que não fui um dos seus melhores alunos, mas hoje muito do que eu sei sobre a odontologia, devo muito à você. Aos meus amigos da pós- graduação, principalmente do Departamento de Materiais odontológicos e Prótese, que tive o prazer de ter um bom convívio. Além de ter me proporcionado grande amigos, momentos de descontração, contribuíram muito para o meu aprendizado e compreensão sobre o assunto. Ao Diretório Acadêmico Prof. Carlos Aldrovandi, no qual tive o prazer de fazer parte, foram período de muita dificuldade, de desgaste físico e emocional, porém a crescimento pessoal que obtive nesse foram imensuráveis, o relacionamento com a faculdade foi modificado, desde dos servidores, professores, alunos, pacientes. Para mim sem dúvida foi um divisor de águas na graduação, onde fui transformado, passando a pensar e agir sempre para o bem maior. Agradeço a Dora, que com a sua simpatia sempre tratou todos os alunos como se fosse seus próprios filhos. Todos os servidores que tive o prazer de conviver um longo tempo. Não posso deixar de agradecer à minha família, obrigado a todos pela ajuda, todo o esforço que fizeram para que eu pudesse me formar. Obrigado pelo orgulho que vocês tem de mim, porém são vocês que eu admiro, respeito e amo incondicionalmente. Só citarei os nomes aqui, pois não é possível me limitar com as palavras a relação criada: Gabriel José Ferraz Minatogawa (Dentinho); Jesse Auguto Pereira (Love); Victoria Berriel; Leonardo Sacchi Bordginon (Frota). Vocês são demais! Espero poder cumprir as nossas promessas e conquistar os nossos sonhos, estar sempre presente nos momentos mais importante da viva de cada um, que agora é nosso! Um brinde! Enfim, os agradecimentos são intermináveis, pois sou muito grato nessa vida, e aqui foram sem dúvida os meus melhores momentos da vida, por tanto, farei o meu melhor para sempre honrar esta instituição que sentirei muita saudade. Muito obrigado. 5 Epígrafe “Fracassei em tudo que eu tentei na vida. (Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.) Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu. “ Darcy Ribeiro “Penso que todo adeus é doloroso. Quando vivemos intensamente algo e ou alguém, a opressão parece tomar corpo e nos invade de tal maneira que nossos movimentos parecem ser automatizados, sem qualquer vestígio do que fomos numa época remota e, ao mesmo tempo, atual. Todos viveram FOA de maneira intensa. Uns mais e outros menos. Mesmo esses últimos não podem se furtar em dizer que nada levaram de nostalgias em algum momento, por mais célebre que tenha sido. Dos primeiros então , o que dize¿ Cada palavra, gesto, olhar. Pequenas atitudes desde nossa entrada na faculdade durante a recepção, os transportes para o campus, a metamorfose de “bixo” para veterano, festas, amizades, brigas, reconciliações. Amores que vingaram e outros que se perderam em algum lugar do passado. Por fim a formatura. Hora de deixar para trás o calor físico e tentar manter na mente e coração a chama eterna do tempo findo. Não tenho dívidas de que todos os que foram embora, e também aqueles que permaneceram em Araçatuba, tiveram algum segundo que seja de angústia e ansiedade. De um minuto a outro uma vida construída em quatro (seis) anos termina sem que possamos nos preparar, simples assim.“ Trecho do livro: ODONTO ARAÇATUBA É ISSO TUDO E MUITO MAIS... do autor Fernando De Luca. 6 Watanabe, D. Efeito de diferentes soluções ácidas no comportamento da luz de restaurações de cerâmica de dissilitaco de lítio. 2016. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) - Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2016. RESUMO A manutenção das características ópticas dos materiais cerâmicos é fundamental, visto que em um ambiente como a cavidade oral, alterações de pH e de temperatura podem degradar esse material, conduzindo ao insucesso do tratamento. O presente estudo teve o objetivo de avaliar a estabilidade de cor, a translucidez e o grau de contraste de cerâmica de dissilicato de lítio exposta a bebidas ácidas de uso comum, potencialmente corantes. Material e Métodos. Foram confeccionadas 50 amostras de cerâmica de dissilicato de lítio, divididas em 5 grupos de acordo com a solução de imersão (saliva artificial, refrigerante de cola, café, suco de laranja e vinho tinto). As imersões nas bebidas ácidas foram realizadas intercaladas com imersão em saliva artificial em uma termocicladora e o grupo controle foi imerso em saliva artificial a 37ºC durante todo o período de imersão. Foram realizados 10.080 ciclos de 1 minuto cada (168 horas). As leituras foram realizadas por espectrofotometria de reflexão ultravioleta visível e calculadas por meio do sistema CIELAB, em dois fundos (preto e branco) e em dois momentos: antes (T0) e após a termociclagem (Tf). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e o teste Tukey foi aplicado, com significância de 5%. Resultados. A imersão em suco de laranja e em refrigerante de cola foram responsáveis por maior alteração de cor (ΔE) do material. Já com relação ao grau de contraste e parâmetro de translucidez, a termociclagem com imersão em café resultou em maior opacidade e menor translucidez do material. Palavras-chave : Cerâmica, Cor, Fenómenos Ópticos, Estética Dentária. 7 Watanabe, D. Effect of different acid solutions on the optical behavior of lithium disilicate ceramics. 2016. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) - Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2016. ABSTRACT The maintenance of optical characteristics of ceramic materials is critical, since pH, and temperature alterations, in an environment such as the oral cavity, can degrade this material, leading to treatment failure. Purpose. The purpose of this study was to evaluate the color stability (ΔE), translucency parameter, and contrast ratio of the lithium disilicate ceramic exposed to commonly used potentially colorant solutions. Material and Methods. Fifty lithium disilicate samples were prepared, and divided into 5 groups, according to the immersion solution (artificial saliva, orange juice, Coca-Cola, coffee, and red wine). Immersions in the acidic beverages were alternated with immersion in artificial saliva, which was performed in a thermocycler. The control group was immersed in artificial saliva at 37ºC, throughout the immersion period. After 168 hours of immersion, color parameters were assessed by a spectrophotometer, and calculated by using the CIELAB system, on 2 backgrounds (black and white), and in 2 moments: before (T0) and after (Tf) thermocycling. Data were submitted to analysis of variance followed by the Tukey HSD test (α=.05). Results. Greater color change (ΔE) was observed after immersion in orange juice and cola. Regarding the translucency parameter and contrast ratio, the immersion in coffee resulted in greater opacity and lower translucency of the material. Conclusions. Alterations in color stability, translucency parameter, and contrast ratio of the lithium disilicate ceramic were observed, according to the acidic solutions tested. Clinical Implications. The results of this study suggest that the type of commonly used acidic beverage is an important factor influencing the optical behavior of lithium disilicate ceramics. Keywords: Ceramics, Color, Optical phenomena, Dental Esthetics 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Soluções de imersão utilizadas no estudo .................................16 Tabela 2 - Análise de Variância (ANOVA) fator único de alteração de cor (ΔE) em fundo preto da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas.................................................................................................20 Tabela 3 - Análise de Variância (ANOVA) fator único de alteração de cor (ΔE) em fundo branco da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas..................................................................................................21 Tabela 4 - Análise de Variância (ANOVA) com medidas repetidas com dois fatores de translucidez da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas....................................................................................22 Tabela 5 - Análise de Variância (ANOVA) com medidas repetidas com dois fatores de grau de contraste da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas.....................................................................................24 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Valores médios de alteração de cor (ΔE) em fundo preto da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas. Mesma letra maiúscula não difere ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. S: saliva artificial; SL: suco de laranja; RC: refrigerante de cola; C: café; VT: vinho tinto..................................................................................................20 Figura 2 - Valores médios de alteração de cor (ΔE) em fundo branco da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas. Mesma letra maiúscula não difere ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. S: saliva artificial; SL: suco de laranja; RC: refrigerante de cola; C: café; VT: vinho tinto..................................................................................................21 Figura 3 - Valores médios do parâmetro de translucidez da cerâmica após a termociclagem com imersão em solução ácida. Mesma letra maiúscula não difere ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. S: saliva artificial; SL: suco de laranja; RC: refrigerante de cola; C: café; VT: vinho tinto............................................................................................................23 Figura 4 - Valores médios de grau de contraste da cerâmica após a termociclagem com imersão em solução ácida. Mesma letra maiúscula não difere ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. S: saliva artificial; SL: suco de laranja; RC: refrigerante de cola; C: café; VT: vinho tinto............................................................................................................24 10 LISTA DE ABREVIATURAS CR= grau de contraste TP= parâmetro de translucidez Y= refletância espectral ANOVA= análise de variância ∆E= alteração de cor 11 SUMÁRIO 1 Introdução 12 2 Material e método 15 3 Resultado 20 4 Discussão 24 5 Conclusão 29 Referências 30 12 Introdução Atualmente, a valorização da aparência é cada vez mais acentuada na sociedade contemporânea.1,2 Com isto, a procura por restaurações cerâmicas livres de metal cresce progressivamente, devido à basicamente uma característica destes materiais: estética durável e superior aos demais materiais restauradores.3-5 Contudo, o progresso das cerâmicas odontológicas tem sido limitado por três problemas em áreas diferentes. Primeiro, clinicamente, os sistemas cerâmicos podem apresentar algumas características indesejáveis, tais como: desgaste de dentes e restaurações antagonistas, ajustes das tonalidades e controle das propriedades ópticas.4 Sabe-se que a obtenção de restaurações que mimetizem os dentes naturais é um dos principais desafios encontrados clinicamente 6-8 e para que se atinjam níveis estéticos superiores de forma que as mesmas fiquem imperceptíveis a olho nu, as cerâmicas devem mimetizar a aparência do dente natural, bem como sua cor, textura de superfície e translucidez.6,7,9 O segundo problema acontece no laboratório de prótese, envolvendo a técnica de fabricação, o método de aplicação e o número de ciclos de queima.4 Frente a isto, podemos destacar os sistemas prensados, visto que a fabricação de restaurações pela técnica de prensagem promove menor contração durante o processo de fabricação, além de conferir menos porosidades superficiais e maior resistência que as cerâmicas 13 convencionais.10 Esta modalidade de fabricação utiliza cerâmica de dissilicato de lítio, a qual ganhou bastante popularidade nos últimos anos, pois devido a sua fase cristalina singular (com 70% de cristais de dissilicato de lítio) a luz é refletida na superfície das restaurações com bastante naturalidade.11,12 Por fim, o terceiro problema está relacionado com o próprio material. Alguns estudos afirmam as cerâmicas estão sujeitas ao processo de degradação superficial que acontece quando estas são expostas em soluções aquosas e/ou de diferentes pH13-17 Além disso, esse processo pode ser intensificado por diferenças na temperatura.13,15 Clinicamente, esta degradação superficial das cerâmicas pode trazer consequências indesejáveis a tais restaurações, como por exemplo, acúmulo de placa bacteriana, desgaste do dente e de restaurações antagonistas e alteração na cor e na aparência das mesmas.14,18 Muitos estudos in vitro têm demonstrado que bebidas de uso comum, tais como café, chá, vinho tinto, refrigerantes de cola e sucos de frutas podem causar alterações significativas na cor de materiais restauradores.19-31 Diante da importância da perspectiva estética, é fundamental a manutenção das características dos materiais cerâmicos, visto que restaurações que mimetizam apenas o formato e a cor dos dentes adjacentes são facilmente detectadas, o que pode conduzir o tratamento ao insucesso.6,32-34 14 A análise da cor por métodos digitais permite mensurar a cor dos materiais restauradores sem a subjetividade da análise humana.32,35-37 Dentre eles, o sistema CIELAB possui a vantagem expressar dados que podem ser relacionados com a percepção visual e que possuem significância clínica.12,38,39 Entretanto, Della Bona et al4 afirmam que este sistema ainda é incapaz de mensurar a opacidade e a translucidez dos materiais restauradores. Mas, sabe-se que estes fenômenos ópticos são fundamentais para a percepção de cor e não podem ser negligenciados. Para isto, existem métodos para se avaliar a translucidez e a opacidade de materiais estéticos tais como o grau de contraste (CR) e o parâmetro de translucidez (TP).6,40-43 Estudos que abordem a influência de dietas ácidas em cerâmicas dentais são raros.44 Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar: a estabilidade de cor, a translucidez e o grau de contraste de cerâmica de dissilicato de lítio exposta em bebidas ácidas de uso comum potencialmente corantes. A hipótese nula deste estudo é de que as soluções propostas, associadas com as mudanças de temperatura, não são capazes de promover alterações nas propriedades ópticas da cerâmica testada. Materiais e Métodos Cinquenta amostras de cerâmicas de dissilicato de lítio de alta translucidez (IPS Emax Press Impulse, Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein) de cor O1, foram confeccionadas por meio da técnica da 15 cera perdida, a partir de discos de resina acrílica autopolimerizável (Duralay, Cotia, São Paulo, Brasil). Os discos de resina acrílica foram obtidos por uma matriz metálica com dimensões de 10 mm de diâmetro por 3 mm de espessura. Em seguida, procedeu-se o polimento da superfície das amostras com lixas metalográficas de granulação 240, 400, 800 e 1200 (Buehler, Illinois, EUA) em politriz semiautomática (Arotec, Aropol – 2V, Cotia, São Paulo, Brasil). Os discos de resina acrílica foram fixados em anéis de revestimento (IPS PressVEST, Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein) e, por meio de canais de alimentação (sprues), a cerâmica foi injetada a uma temperatura de 915-920ºC. Inicialmente, os discos fixados foram isolados em um anel de silicone (IPS Silicone Ring, Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein). No interior deste anel, foi vertido o material de revestimento e, sobre o anel foi inserido um anel calibrador de inclusão (IPS Ring Gauge, Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein). Após a presa do material de revestimento, o calibrador e a base do anel foram removidos e, irregularidades presentes na parte inferior do anel de revestimento foram removidas. Em seguida, o anel de silicone foi inserido no forno pré-aquecido (EP 5000, Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein) a uma temperatura de 850ºC, com o intuito de volatizar a resina acrílica, durante 45 minutos. Então, as pastilhas de cerâmica foram inseridas frias no interior da parte oca do anel de revestimento e uma haste 16 de êmbolo fria (IPS e.max Alox Plunger, Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein) foi utilizada para a injeção da cerâmica. Todo o conjunto foi levado ao forno para iniciar o ciclo de injeção, durante 60 minutos. A amostra teve sua espessura aferida com o auxílio de um paquímetro digital (500-171-20B, Mitutoyo, Tóquio, Japão), de forma a obter as dimensões propostas. Posteriormente, as amostras foram conduzidas ao banho de ultrassom em água destilada para a remoção das impurezas de superfície. Em seguida, a queima de glazeamento foi realizada, conforme recomendações do fabricante. As amostras foram divididas aleatoriamente, de acordo com o tipo de bebida ácida de uso comum em que foram imersas. Os grupos formados foram: Grupo S (saliva artificial), Grupo RC (refrigerante de cola), Grupo C (café), Grupo SL (suco de laranja) e Grupo VT (vinho tinto) (Tabela 1). Tabela 1. Soluções de imersão utilizadas no estudo Solução de imersão Fabricante Composição Química pH Temper atura de imersão 19,45 Saliva Artificial Sigma-Aldrich Brasil Ltda, São Paulo, São Paulo, Brasil. KCl (0.4 g L-1), NaCl (0.4 g L-1), CaCl2_2H2O (0.906 g L- 1), NaH2PO4_2H2O (0.690 g L-1), Na2S_9H2O (0.005 g L- 6,5 37ºC 17 1), e uréia (1 g L-1). Café Sara Lee Cafés do Brasil Ltda, Jundiaí, São Paulo, Brasil. Café torrado e moído. 5,35 55ºC Refrigeran te de cola Coca-Cola, Cia de Bebidas Ipiranga, Indústria Brasileira de Bebida, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Água gaseificada, açúcar, extrato de noz de cola, corante amarelo IV, acidulante INS 338 e aroma natural. 2,49 5ºC Vinho Tinto Seco José Maria da Fonseca, Azeitão, Portugal. Uvas viníferas tintas Castelão, Trincadeira e Aragonez, conservador INS 220, ácido sulfuroso. Teor alcoólico 12,7%. 3,58 5ºC Suco de Laranja Coca-Cola, Cia de Bebidas Ipiranga, Indústria Brasileira de Bebida, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Suco de laranja, água, açúcar, polpa de laranja, aroma natural, antioxidante ácido ascórbico e acidulante ácido cítrico. 3,52 5ºC As amostras de cerâmica do grupo S foram armazenadas durante 168 horas em saliva artificial, no interior de uma estufa bacteriológica a 37ºC. 18 Já as amostras dos Grupos RC, C, SL e VT foram imersas em suas respectivas bebidas ácidas e as imersões foram realizadas intercaladas com imersão em saliva artificial em uma termocicladora, visto que as ingestões ácidas não são contínuas, mas intercaladas com exposição em saliva.46 As amostras foram armazenadas em água deionizada no interior de uma estufa bacteriológica digital (CIENLAB Equipamentos Científicos Ltda, Campinas, São Paulo, Brasil) a 37±1°C, por 24 horas antes das leituras iniciais e início do protocolo de imersão.19 Para realizar o processo de termociclagem das amostras, as bebidas ácidas foram armazenadas em um aparato posicionado no interior do aparelho, sendo que outro mesmo dispositivo foi preenchido com saliva artificial a 37ºC. A temperatura das bebidas foi de 5º ou 55ºC, como ilustrado na Tabela 1.19 Foram realizados 10.080 ciclos com duração de 1 minuto cada. Este regime de ciclagem corresponde a 168 horas, o que simula 22 anos de desempenho clínico de uma restauração cerâmica. 14,47-49 As leituras das propriedades ópticas das amostras foram realizadas por espectrofotometria de reflexão ultravioleta visível, modelo UV-2450 (Shimadzu, Kyoto, Japão) em dois fundos (preto e branco) e em dois momentos: inicial (antes do processo de termociclagem) e final (após o processo de termociclagem).6 As alterações foram calculadas por meio do Sistema CIELab conforme estabelecido pela Comission Internacionale de I’Eclairage – CIE (Comissão Internacional sobre Iluminação).38,50 O 19 sistema CIELab calcula a variação de cor entre dois pontos por meio da fórmula: ΔE=[(ΔL)2+(Δa)2+(Δb)2]1/2, sendo "L" o parâmetro que avalia a luminosidade do material, "a" avalia a quantidade de vermelho e verde e, "b" avalia a quantidade de amarelo e azul.38,50-52 A translucidez de um material pode ser quantitativamente descrita por meio de do cálculo do grau de contraste (CR) e do parâmetro de translucidez (TP), cada um envolvendo uma medida óptica realizada em uma densidade específica.6,41 As amostras foram posicionadas em fundos (backgrounds) preto e branco, sendo que os valores registrados por meio das coordenadas do CIELAB foram utilizados para o cálculo de TP obtidos por meio da equação: TP=[(LB-LW)2+(aB-aW)2+(bB-bW)2]1/2, Sendo "B", fundo black e "W", fundo white. Em seguida, para o cálculo de CR foi necessário definir os valores de refletância espectral (Y).6 O cálculo foi realizado por meio da equação: CR=YB/YW. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) fator único para ΔE e ANOVA com medidas repetidas dois fatores para grau de contraste e translucidez. O teste Tukey foi aplicado para todas as análises, com significância de 5%. Resultados O tipo de solução de imersão interferiu na alteração de cor (ΔE) em fundo preto (Tabela 2) e em fundo branco (Tabela 3) da cerâmica de dissilicato de lítio, sendo observado que a imersão em suco de laranja 20 resultou em maior ΔE (4.51 em fundo preto e 6.58 em fundo branco), seguido do refrigerante de cola (2.67 em fundo preto e 2.95 em fundo branco), com diferença estatística dos demais (Figuras 1 e 2). Tabela 2. Análise de Variância (ANOVA) fator único de alteração de cor (ΔE) em fundo preto da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas. Figura 1. Valores médios de alteração de cor (ΔE) em fundo preto da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas. Mesma letra maiúscula não difere ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. S: saliva artificial; SL: suco de laranja; C A B C C 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 S SL RC C VT Fatores de Variação df Sum of squares Mean of squares F P Solução 4 97.513 24.378 68.276 <.001* Erro 45 16.067 0.357 Total 50 113.581 *P < 0.05 denota diferença estatística significante. 21 RC: refrigerante de cola; C: café; VT: vinho tinto. Tabela 3. Análise de Variância (ANOVA) fator único de alteração de cor (ΔE) em fundo branco da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas. Figura 2. Valores médios de alteração de cor (ΔE) em fundo branco da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas. Mesma letra maiúscula não difere ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. S: saliva artificial; SL: suco de laranja; RC: refrigerante de cola; C: café; VT: vinho tinto. C A B C BC 0 1 2 3 4 5 6 7 S SL RC C VT Fatores de Variação df Sum of squares Mean of squares F P Solução 4 194.566 48.642 74.254 <.001* Erro 45 29.478 0.655 Total 50 623.019 *P < 0.05 denota diferença estatística significante. 22 Com relação ao parâmetro de translucidez da cerâmica, foi observado que a interação entre o tipo de solução de imersão e o período de análise (antes ou após a termociclagem) interferiu significativamente no resultado (Tabela 4). Após a termociclagem, foi observado que a translucidez do material foi menor para amostras imersas em café, com diferença estatisticamente significativa das demais soluções (Figura 3). Tabela 4. Análise de Variância (ANOVA) com medidas repetidas com dois fatores de translucidez da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas. Fatores de Variação df Sum of squares Mean of squares F P Solução 4 461.614 115.403 19.328 <.001* Período 1 7.415 7.415 3.207 .080 Solução x Período 4 78.269 19.567 8.464 <.001* Erro 45 104.034 2.312 *P < 0.05 denota diferença estatística significante. 23 Figura 3. Valores médios do parâmetro de translucidez da cerâmica após a termociclagem com imersão em solução ácida. Mesma letra maiúscula não difere ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. S: saliva artificial; SL: suco de laranja; RC: refrigerante de cola; C: café; VT: vinho tinto Com relação ao grau de contraste da cerâmica, também foi observado que a interação entre o tipo de solução de imersão e o período de análise interferiu significativamente no resultado (Tabela 5). Foi identificado que a termociclagem com imersão em café resultou em maior opacidade do material (Figura 4). B A A C AB 0 5 10 15 20 25 S SL RC C VT 24 Tabela 5. Análise de Variância (ANOVA) com medidas repetidas com dois fatores de grau de contraste da cerâmica para as diferentes soluções de imersão utilizadas. Figura 4. Valores médios de grau de contraste da cerâmica após a termociclagem com imersão em solução ácida. Mesma letra maiúscula não difere ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. S: saliva artificial; SL: suco de laranja; RC: refrigerante de cola; C: café; VT: vinho tinto. Discussão A hipótese nula testada, de que as soluções propostas não são capazes de promover alterações nas propriedades ópticas da cerâmica B C C A B 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 S SL RC C VT Fatores de Variação df Sum of squares Mean of squares F P Solução 4 0.375 0.094 24.103 <.001 Período 1 0.000064 0.000064 0.044 0.834 Solução x Período 4 0.22 0.006 3.832 0.009 Erro 45 0.065 0.001 *P < 0.05 denota diferença estatística significante. 25 testada, foi rejeitada, visto que foram observadas alterações de cor, translucidez e grau de contraste da mesma. A imersão em suco de laranja e em refrigerante de cola foram responsáveis por maior alteração de cor (ΔE) em fundo preto e em fundo branco do material. Já com relação ao grau de contraste e parâmetro de translucidez, a termociclagem com imersão em café resultou em maior opacidade e menor translucidez do material. O sistema CIELAB, utilizado para a análise da estabilidade de cor (ΔE), quantifica a cor, por meio de coordenadas tridimensionais, sendo L* o parâmetro que avalia a luminosidade do material, a* avalia a quantidade de vermelhidão (valores positivos de a*) e de verdor (valores negativos de a*) e b* avalia a quantidade de tom amarelado (valores positivos de b*) e de tom azulado (valores negativos de b*). 6,38,50 Esse sistema foi escolhido visto que permite a identificação de pequenas diferenças de cores entre amostras, além de ser amplamente utilizado na literatura.27,39 Dois fundos foram utilizados, o preto e o branco, para as análises de alterações das propriedades ópticas, pois o fundo preto é mais absorbente, sendo um modelo adequado para simular a situação clínica de dentes anteriores, enquanto o fundo branco pode ser um modelo adequado para dentes posteriores.27 Apesar de diferença estatisticamente significativa ter sido observada entre a imersão em suco de laranja e em refrigerante de cola e as demais soluções, apenas a imersão em suco de laranja apresentou ΔE maior que 3.3 26 (4.51 em fundo preto e 6.58 em fundo branco), sendo considerada uma alteração de cor perceptível a olho nu e inadequada do ponto de vista estético.5,27,31 De acordo com Hipólito et al,38 o pH da solução em que a amostra é imersa interfere na sua alteração de cor. Apesar do refrigerante de cola apresentar o menor pH, dentre as soluções testadas, o que pode danificar a integridade superficial do material, não foi observada alteração de cor perceptível a olho nu associada a essa solução, possivelmente devido a baixa quantidade de corantes amarelos em sua composição.26,30 Além disso, enquanto o refrigerante de cola possui ácido carbônico e fosfórico em sua composição, o suco de laranja contém ácido cítrico, o que, de acordo com Catelan et al,26 também pode explicar a diferença encontrada. Os danos à integridade superficial da cerâmica citados estão associados com a exposição à baixas condições de pH, que resultam na dissolução de sílica da sua composição, assim como na perda de íons alcalinos estruturais.17 Como resultado, há a degradação superficial do material, podendo resultar em maior penetração de corantes e, consequentemente, maior pigmentação do mesmo.30 Dessa forma, pode-se inferir que a alteração óptica observada não é propriamente uma alteração de cor intrínseca da cerâmica, que possui excelentes propriedades estéticas quando comparada à outros materiais restauradores,4,5 mas um resultado da sua degradação superficial. 27 Apesar do valor ΔE ser considerado o padrão ouro para análises de mensuração de cor, apenas as coordenadas do CIELAB são consideradas, não sendo avaliados outros critérios como translucência, opalascência, fluorescência, brilho, textura de superfície e formato.6,12 Visando uma análise cromática mais completa do material, foi incluído no presente estudo a avaliação de translucidez e grau de contraste. Alguns estudos demonstram que os valores de translucidez (TP) podem ser definidos pela diferença dos valores de cor obtidos entre a luz refletida pelo material com espessura definida e posicionado em dois fundos (backgrounds) diferentes: um preto e o outro branco.6,51,52 Quanto maior o valor de TP, maior a translucidez do material. No presente estudo, foi observado que a imersão em café resultou em menor translucidez (parâmetro de translucidez) do material. Já os valores de CR, também relacionados com a translucidez do material, variam de 0.0 (material transparente) até 1.0 (material totalmente opaco).6 Foi notado no presente estudo que a maior opacidade da cerâmica foi encontrada após a termociclagem com imersão em café. Sabe-se que o café possui corantes amarelos de menor polaridade, que resultam em uma descoloração do material causada por absorção e adsorção de corantes.22,30 Porém, é interessante observar que essa bebida foi a única submetida a maiores temperaturas (55ºC), simulando o seu uso diário, fator que pode ter influenciado na maior opacidade e menor translucidez da cerâmica. 28 Bagis et al39 avaliaram as propriedades ópticas de diferentes sistemas cerâmicos, incluindo as cerâmicas de dissilicato de lítio, antes e após o envelhecimento acelerado. Os autores observaram que as amostras tornaram-se mais opacas, escurecidas, avermelhadas e amareladas após o envelhecimento por 300 horas, simulando um ano de uso clínico, contudo a alteração não foi perceptível clinicamente. De forma semelhante, Dikicier et al34 verificaram o escurecimento da cerâmica de dissilicato de lítio após 200 horas de envelhecimento, porém imperceptível clinicamente. Visto que a cerâmica de dissilicato de lítio possui excelente translucidez, devido ao grande conteúdo de cristais de dissilicato de lítio em sua composição,11,12 é essencial que essa vantagem do material seja preservada, visando a longevidade da reabilitação. A maioria dos estudos que avalia as propriedades ópticas dos materiais restauradores realiza imersões destes em soluções corantes de forma contínua, o que dificulta a correlação com que é encontrado clinicamente, visto que a exposição dos mesmos a tais soluções é alternada com períodos de exposição à saliva. Neste sentido, é importante que os estudos realizem a ciclagem dos materiais em soluções de diferentes temperaturas para que as condições laboratoriais simulem com maior fidelidade as condições encontradas no ambiente oral.18,19 Além disso, a temperatura usualmente utilizada para a ingestão das bebidas foi respeitada, com maior temperatura para o café e menores temperaturas para o 29 refrigerante de cola, suco de laranja e vinho, visto que diferenças de temperatura podem interferir na alteração de cor do material, devido a sua influência na porosidade de superfície.38 Os resultados do presente estudo são de grande relevância clínica, visto que fornecem informações relacionadas ao efeito de soluções ácidas sobre as propriedades ópticas da cerâmica de dissilicato de lítio. O ideal é que pacientes portadores dessas próteses evitem o consumo frequente de suco de laranja, refrigerante de cola e café, visando maior estabilidade das propriedades ópticas desse material. Contudo, visto que trata-se de um estudo in vitro, ensaios clínicos randomizados são necessários para avaliar as propriedades ópticas da cerâmica de dissilicato de lítio a longo prazo. Conclusão Foram observadas alterações de cor, translucidez e grau de contraste da cerâmica, de acordo com as bebidas ácidas testadas. A imersão em suco de laranja e em refrigerante de cola foram os responsáveis por maior alteração de cor (∆E) em fundo preto e em fundo branco do material. Já com relação ao grau de contraste e parâmetro de translucidez, a termociclagem com imersão em café resultou em maior opacidade e menor translucidez do material. 30 Referências 1. Motro PF, Kursoglu P, Kazazoglu E. Effects of different surface treatments on stainability of ceramics. J Prosthet Dent 2012;108:231-7. 2. Wright MD, Masri R, Driscoll CF, Romberg E, Thompson GA, Runyan DA. Comparison of three systems for the polishing of an ultra-low fusing dental porcelain. 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