8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Exposições Itinerantes do Projeto Museu Dinâmico da Mata Atlântica, Patrícia Gleydes Morgante, João Vicente Coffani Nunes, Kelly Botigeli Sevegnani, Giovana Bertini, Ana Caroline Conrado, Camila Aparecida Nunes de Souza, Kelly Kanae Izumi, Pamela Carrara Ladislau – ISSN 2176-9761 Exposições Itinerantes do Projeto Museu Dinâmico da Mata Atlântica Patrícia Gleydes Morgante 1,4, João Vicente Coffani Nunes 1,2, Kelly Botigeli Sevegnani 1, Giovana Bertini1,2, Ana Caroline Conrado 1,3, Camila Aparecida Nunes de Souza 1,3, Kelly Kanae Izumi 2, Pâmela Carrara Ladislau1,3: 1 Campus Experimental de Registro, Curso de Agronomia; 2 Campus Experimental de Registro, Curso de Engenharia de Pesca; 3 Bolsa de Extensão Universitária; 4 pgleydes@registro.unesp.br. Eixo 1 - “Direitos, Responsabilidades e Expressões para o Exercício da Cidadania" Resumo As exposições itinerantes enfocam o conhecimento científico e cultural do Vale do Ribeira. Iniciadas em 2014, já atingiram 10 escolas e 1.374 visitantes, tendo grande repercussão e reconhecimento. Palavras Chave: Educação informal, Divulgação do conhecimento, Vale do Ribeira. Abstract The traveling exhibitions focus on the scientific and cultural knowledge of the Vale do Ribeira, Brazil. Started in 2014, they have reached 10 schools and 1,374 visitors, with great impact and recognition. Keywords: Informal education, Dissemination of knowledge, Vale do Ribeira-Brazil. Introdução O Projeto Museu Dinâmico da Mata Atlântica (MDMA) iniciou-se em 2004 e tem ampliado suas ações norteado por seu principal objetivo de divulgar o conhecimento à população, em especial, o conhecimento sobre o Vale do Ribeira para sua população. No Estado de São Paulo, a região apresenta-se como local de contrastes, revelando altos índices de biodiversidade (COFFANI-NUNES; WEISSENBERG, 2010) e, ao mesmo tempo, baixo índice de desenvolvimento regional, como pode ser observado pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de algumas cidades (PNUD, 2013). Nesse contexto, onde tanto a preservação dos recursos naturais como o desenvolvimento humano são primordiais, o projeto surgiu com o propósito de disseminar informações técnico-cientificas e culturais, entendendo que o acesso à informação e educação é o melhor caminho para a promoção de conscientização e da cidadania. Ao longo desses anos, por meio de projetos aprovados no CNPq e na UNESP (PROEX; Ciência na UNESP) foi organizado um banco de dados bibliográficos (CITEC) para busca on line de publicações, adquirido um acervo diversificado para exposições, produzidos materiais paradidáticos e realizados cursos, palestras e outras atividades de interesse para a comunidade. É importante salientar que atualmente o projeto MDMA não tem centro de visitação e, por isso, ele vai até à população. Como destacado em estudos, os museus são importantes na promoção da educação. Segundo Gaspar (1993), “Desde que se entenda um museu ou centro de ciências como uma instituição de educação informal, parece-nos óbvio ela voltar-se à alfabetização em ciências, como seu objetivo principal. Da mesma forma, museus e centros de ciências certamente poderão desenvolver essa tarefa em condições mais favoráveis que a escola, pois não têm limitações de uma instituição de ensino formal e com maior competência que a mídia impressa ou eletrônica, pois, entre outros fatores, estão livres das imposições de seus empresários em busca de lucro e audiência”. Ou seja, o autor expressa a relevância dos museus e entidades afins na educação informal. Em consonância com este pensamento, o projeto MDMA tem desenvolvido ações para levar seu espaço até a comunidade e, dentro desse contexto, surgiu o propósito de realizar exposições itinerantes com parte do acervo disponível. Segundo Ferreira et al. (2007) “a divulgação científica itinerante busca popularizar a ciência além dos muros dos museus, maravilhar a população e motivar os jovens a se interessarem mais pelo universo científico” e por meio do sinergismo com o Programa Escola da Família (PEF), que de acordo com a UNESCO (2006 apud SOUZA 2009), “abre o espaço das Escolas Públicas Estaduais nos finais de semana, transformando-as em centros comunitários, com o propósito de atrair os jovens e suas famílias”, o 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Exposições Itinerantes do Projeto Museu Dinâmico da Mata Atlântica, Patrícia Gleydes Morgante, João Vicente Coffani Nunes, Kelly Botigeli Sevegnani, Giovana Bertini, Ana Caroline Conrado, Camila Aparecida Nunes de Souza, Kelly Kanae Izumi, Pamela Carrara Ladislau – ISSN 2176-9761 projeto MDMA propôs esta linha de atuação junto à comunidade. Objetivos O objetivo principal foi levar informações científicas e culturais em diferentes temáticas às escolas, por meio de exposições itinerantes, realizadas junto ao Programa Escola da Família. Material e Métodos As exposições itinerantes abordaram as seguintes temáticas: 1- Animais invertebrados (Figura 1, Anexo 1): a apresentação de animais invertebrados diversificados foi feita com espécimes armazenados em álcool dentro de frascos apropriados e caixas entomológicas com tampa de vidro para observação sem manuseio direto e, disposição de estereomicroscópios (lupas de laboratório) para a observação com manuseio e em detalhes de insetos preservados. 2- Pesca caiçara artesanal (Figura 2, Anexo 1): exposta com utilização de réplica de Canoa caiçara em tamanho reduzido e Remo em tamanho natural, Covo em tamanho natural, réplica de Cerco caiçara e de Jerival em tamanho reduzido e, fragmento de tronco de Caixeta, a árvore da qual é feita a canoa e o remo; as peças foram dispostas sobre um tapete artesanal de Piri, com placas identificando o nome e o uso de cada uma. 3- Casa de farinha (Figura 3, Anexo 2): organizada com utilização de réplicas em tamanho reduzido, esculpidas em madeira, de maquinário empregado na produção artesanal de farinha de mandioca e de milho, representado pela Sevadeira (Roda de ralar), Prensa de fuso, Monjolo e Forno; as peças foram identificadas com placas contendo o nome e uso de cada uma. 4- Como é o Vale do Ribeira: exposição apresentada por meio de maquete contendo os municípios pertencentes ao Estado de São Paulo, na qual cada município é uma peça única que se encaixa em uma base dobrável e móvel (Figura 4, Anexo 1); após montada, a maquete pode ser explorada para mostrar o relevo, as aptidões e outras informações sobre a região. No dia agendado para a atividade, as peças eram transportadas por membros do projeto até a escola, onde eram organizadas no espaço disponível de forma a valorizá-las o melhor possível e permitir o trânsito adequado dos visitantes. Os membros do projeto presentes na exposição davam orientações, informações e auxílio aos observadores, principalmente para o manuseio dos estereomicroscópios, equipamentos desconhecidos para a maioria do público. Ao final da visitação, todos eram convidados a assinar o livro de registro. As exposições foram realizadas no segundo semestre de 2014 e no primeiro semestre de 2015. Patrícia G. Morgante, João Vicente Coffani-Nunes, Kelly B. Sevegnani e Giovana Bertini são docentes da UNESP de Registro, membros do Projeto MDMA desde sua formação. Ana Caroline Conrado é Bolsista de Extensão Universitária no ano corrente e atuou como voluntária em 2014. Camila Aparecida N. Souza foi Bolsista de Extensão Universitária em 2014 e atua como voluntária no ano corrente. Kelly K. Izumi é voluntária em 2015. Pamela C. Ladislau foi Bolsista de Extensão Universitária em 2014. O contato com as escolas e os agendamentos foi mediado pela Diretoria de Ensino – Regional de Registro, por meio de parceria com a Sra. Adriana Grabowski, Professora Coordenadora do Núcleo Pedagógico da disciplina de Biologia e Coordenadora do Programa Escola da Família. Resultados e Discussão As exposições itinerantes tiveram início no ano de 2014, no qual foi possível realizar a atividade em cinco escolas estaduais (Tabela 1), aos sábados, atuando junto ao Programa Escola da Família (PEF). Nesse ano, as temáticas trabalhadas foram “Animais invertebrados” e “Pesca caiçara artesanal”. No total, as exposições receberam 551 visitantes (Tabela 1), sendo que o número oscilou bastante entre as escolas, havendo desde participação aquém da expectativa, com 33 visitantes, como presença acima do esperado na E.E. José Pacheco Lomba, que reuniu 279 visitantes (Tabela 1). Observou-se que quanto maior o envolvimento dos vice-diretores, responsáveis pelo programa, mais organizado é o PEF e maior é a participação da comunidade na programação oferecida. Nas escolas com maior número de visitantes, os estudantes, familiares e demais membros da população local estão envolvidos em atividades constantes, muitas permanentes, promovidas no âmbito escolar pelo PEF. Especificamente no caso das exposições do Projeto MDMA, as duas escolas com maior visitação registrada em 2014 promoveram atividades bastante atrativas em conjunto com a exposição, como a Festa do sorvete na E.E. José Pacheco Lomba e a comemoração de aniversário de 11 anos do PEF na E.E. Prof. Pascoal Greco (Figura 5, Anexo 1). A repercussão das exposições itinerantes realizadas no segundo semestre de 2014 foi positiva, 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Exposições Itinerantes do Projeto Museu Dinâmico da Mata Atlântica, Patrícia Gleydes Morgante, João Vicente Coffani Nunes, Kelly Botigeli Sevegnani, Giovana Bertini, Ana Caroline Conrado, Camila Aparecida Nunes de Souza, Kelly Kanae Izumi, Pamela Carrara Ladislau – ISSN 2176-9761 ocasionando o interesse de outras escolas vinculadas à Diretoria de Ensino – Regional de Registro em recebê-las em 2015. Tabela 1. Número de visitantes recebidos nas exposições do segundo semestre de 2014. Escola visitada Data No visitantes E.E. Profa. Massako Osawa Hirabayashi (Registro - SP) 16/08 62 E.E. Prof. Pascoal Greco (Registro - SP) 23/08 128 E.E. Prof. Joaquim Goulart (Registro - SP) 20/09 33 E.E. Prof. Maria Santana de Almeida (Sete Barras - SP) 28/09 49 E.E. José Pacheco Lomba (Registro - SP) 11/10 279 Total de visitantes 551 Dessa forma, em 2015, o Projeto MDMA deu continuidade às exposições, ampliando os temas trabalhados com a adição da “Casa de farinha” e da apresentação de “Como é o Vale do Ribeira” por meio de maquete, além de contemplar outros municípios abrangidos pela Diretoria de Ensino – Regional de Registro. No primeiro semestre, por meio do Programa Escola da Família, foram visitadas quatro escolas, nas cidades de Jacupiranga, Eldorado, Pariquera-açu e Cananéia (Tabela 2), totalizando 748 visitantes, ou seja, 197 a mais que os registrados nas cinco escolas públicas do circuito do ano anterior. O sucesso atingido em 2014 repercutiu em 2015 não somente no aumento do número de visitantes, mas também no maior envolvimento da comunidade escolar no evento. Como exemplos podemos citar trabalhos escolares solicitados aos estudantes por professores de Biologia e, composição de matéria para o jornal da E.E. Antônio Duarte de Castro. É importante frisar que, por estar em consonância com a temática da 13ª Semana de Museus promovida pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) em todo o país, a exposição realizada na E.E. Prof. Manoel Camillo Junior, foi cadastrada junto ao IBRAM e fez parte da programação oficial da 13ª Semana de Museus. Além do trabalho junto ao PEF, foi realizada uma atividade no Colégio Andersen, escola particular de Registro, que foi promovida a convite da instituição e fomentada pelas comemorações da Semana do Meio Ambiente. Foram proferidas palestras e, em seguida, realizada a visitação monitorada dos estudantes e professores do colégio às estações com os temas trabalhados, enfocando em cada caso sua importância e correlação com questões ambientais. As cinco escolas somaram, em 2015, 823 registros no livro de visitação do Projeto MDMA (Tabela 2). Tabela 2. Número de visitantes recebidos nas exposições do primeiro semestre de 2015. Escola visitada Data No visitantes E.E. Antonio Duarte de Castro (Jacupiranga - SP) 25/04 202 E.E. Dr. Jayme Almeida Paiva (Eldorado - SP) 09/05 221 E.E. Prof. Manoel Camillo Junior (Pariquera-açu - SP)* 23/05 113 Colégio Andersen (Registro - SP)** 01/06 75 E.E. Dinorah Silva Santos (Cananéia - SP) 13/06 212 Total de visitantes 823 * Exposição que fez parte da programação oficial da 13ª Semana de Museus – IBRAM. ** Exposição realizada em escola particular para estudantes do Ensino Fundamental I, em comemoração à Semana do Meio Ambiente. A faixa etária predominante foi de crianças de 6 a adolescentes de 17 anos. O Projeto MDMA recebeu muitas manifestações de reconhecimento, convites para retornar em futuro breve, retorno positivo de todas as escolas e relatos de testemunhos dados em discussões fomentadas em salas de aula na semana subsequente à exposição. As exposições terão continuidade no ano corrente e pretende-se abranger a Diretoria de Ensino – Regional de Miracatu em 2016. Conclusões Levar o Projeto Museu Dinâmico da Mata Atlântica até a comunidade de Registro e região teve um impacto altamente positivo na divulgação do conhecimento científico e cultural do Vale do Ribeira, auxiliando, dessa forma, no cumprimento do papel social que a universidade pública deve exercer. 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Exposições Itinerantes do Projeto Museu Dinâmico da Mata Atlântica, Patrícia Gleydes Morgante, João Vicente Coffani Nunes, Kelly Botigeli Sevegnani, Giovana Bertini, Ana Caroline Conrado, Camila Aparecida Nunes de Souza, Kelly Kanae Izumi, Pamela Carrara Ladislau – ISSN 2176-9761 Agradecimentos Os autores agradecem à PROEX pelo Auxílio financeiro e Bolsas de Extensão Universitária. ____________________ FERREIRA, J.R. et al. Ciência Móvel: Um Museu de Ciências Itinerante. Disponível em: Acesso em: 04 de set. 2014. COFFANI-NUNES, J.V; WEISSENBERG, E.W. Flora do Vale do Ribeira: lista das Angiospermas In Polo de Biotecnologia da Mata Atlântica, eds. R. B. da Silva; L. C. Ming, Jaboticabal, 2010. GASPAR, A. Museus e centros de ciências - conceituação e proposta de um referencial teórico. Tese de doutorado. Faculdade de Educação. Universidade de São Paulo, 1993. PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Atlas do Desenvolvimento Humano dos Municípios 2013. Disponível em: Acesso em: 15 de jul. 2015. SOUZA, A.O. Programa Escola da Família – é possível educar para a cidadania? Dissertação de mestrado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. 2009. Anexo 1 Figura 1. Observação de insetos de forma detalhada com uso de estereomicroscópio. Em detalhe ampliado, uma libélula preservada da coleção do Projeto MDMA. Figura 2. Parte das peças utilizadas na exposição sobre a pesca caiçara. 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Exposições Itinerantes do Projeto Museu Dinâmico da Mata Atlântica, Patrícia Gleydes Morgante, João Vicente Coffani Nunes, Kelly Botigeli Sevegnani, Giovana Bertini, Ana Caroline Conrado, Camila Aparecida Nunes de Souza, Kelly Kanae Izumi, Pamela Carrara Ladislau – ISSN 2176-9761 Figura 3. Parte das peças utilizadas para a exposição da Casa de farinha. A) Monjolo. B) Roda de ralar. C) Prensa de rosca. Figura 4. Estudantes observando e analisando a maquete do Vale do Ribeira montada, contendo os municípios pertencentes ao Estado de São Paulo. 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Exposições Itinerantes do Projeto Museu Dinâmico da Mata Atlântica, Patrícia Gleydes Morgante, João Vicente Coffani Nunes, Kelly Botigeli Sevegnani, Giovana Bertini, Ana Caroline Conrado, Camila Aparecida Nunes de Souza, Kelly Kanae Izumi, Pamela Carrara Ladislau – ISSN 2176-9761 Figura 5. Exposição do Projeto MDMA em conjunto com a comemoração de aniversário de 11 anos do PEF na E.E. Prof. Pascoal Greco. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6