UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO FERNANDA PASSARINI LOPES CARACTERIZAÇÃO DOS RASTROS BRANQUIAIS DE Astyanax altiparanae (CHARACIDAE) POR TÉCNICAS HISTOQUÍMICAS E ULTRAMORFOLÓGICAS Rio Claro 2013 CIÊNCIAS BIOLÓGICAS FERNANDA PASSARINI LOPES CARACTERIZAÇÃO DOS RASTROS BRANQUIAIS DE Astyanax altiparanae (CHARACIDAE) POR TÉCNICAS HISTOQUÍMICAS E ULTRAMORFOLÓGICAS Orientador: PROF. DR. FLÁVIO HENRIQUE CAETANO Co-orientador: Bruno Fiorelini Pereira Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de Bacharela em Ciências Biológicas Rio Claro 2013 Dedico este trabalho a Deus e a minha mãe Sonia AGRADECIMENTOS Ao meu orientador Prof. Dr. Flávio Henrique Caetano pela oportunidade de realizar esse projeto, como também aos ensinamentos obtidos sob sua orientação. Ao ICMBio/CEPTA – Instituto Chico Mendes de Pirassununga pela doação dos peixes usados nessa pesquisa. Ao futuro doutor Bruno Fiorelini Pereira, que junto com o Prof. Dr. Flávio Henrique Caetano, deu a ideia para este trabalho e que me ajudou nas análises dos resultados e na captura das imagens inseridas aqui. À futura mestra Rebeca Mamede da Silva Alves, que também me ajudou na captura das imagens. Ao técnico de Laboratório do Departamento de Biologia da UNESP – Rio Claro Gerson, pelas preparações dos reagentes usados nessa pesquisa. Aos técnicos do Centro de Microscopia Eletrônica da UNESP – Rio Claro, pelo auxílio na preparação do material para a visualização no Microscópio Eletrônico de Varredura e na captura das imagens. Ao Departamento de Biologia e ao Centro de Microscopia Eletrônica por terem permitido a realização do meu TCC. Ao meu pai, pelo apoio financeiro. Ao Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela bolsa de Iniciação Científica (processo 2011/13212-0). Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: não temas, que eu te ajudo. (Isaías 41, 10 e 13) Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança e que não respeita os soberbos, nem os que se desviam para a mentira. (Salmos 40, 4) RESUMO Grande parte dos corpos de água no Brasil e do mundo está contaminada com algum poluente, seja este esgoto, metais/produtos químicos cancerígenos ou detergentes biodegradáveis. Pouco se sabe dos agentes acima mencionados e seus impactos na morfologia interna de peixes e muito menos ainda nos rastros branquiais. Os rastros branquiais são vitais para os peixes, pois, juntos com as brânquias, são responsáveis pela defesa e proteção do organismo e na seleção de alimentos adequados para sua sobrevivência. O detergente, sendo um agente químico irritante e tóxico, ao entrar em contato com o corpo do peixe pode causar modificações histoquímicas e ultramorfológicas em seu organismo. Com isso, este estudo pleiteou investigar as prováveis alterações histoquímicas e ultramorfológicas em Astyanax altiparanae (Lambari) causadas pela exposição ao detergente biodegradável. De tal maneira, os peixes dessa espécie foram expostos à água com 01ppm (01mg/L) de detergente diluído e à água pura de um poço artesiano da UNESP – Câmpus Rio Claro durante 01 e 05 meses. Esta água foi clorada, conforme o modelo requerido pela SABESP, e foi o grupo de controle, para ser comparado com aqueles expostos ao poluente, acima citado. Foi coletado o primeiro arco branquial esquerdo para as análises. Os resultados encontrados apontaram hiperplasia das células de muco nos rastros branquiais do grupo detergente no primeiro mês de experimento e uma diminuição no número dessas células ao mesmo tempo em que ocorria uma hipersecreção de muco nos rastros branquiais desse mesmo grupo passados 05 meses. Apesar disso, comparando os dois grupos de ambas às coletas foi notado diminuição no número de células de muco nos rastros branquiais de peixes expostos ao contaminante. Em relação à histologia do rastro branquial de A. altiparanae, observou-se além da presença da célula supracitada, a presença de corpúsculos gustativos e dentículos, em ambos os grupos e coletas. Na microscopia eletrônica de varredura, no 1º mês de experimento observou-se a dilatação dos receptores químicos dos corpúsculos gustativos e uma grande quantidade de aberturas de saída de muco entre as células pavimentosas nos rastros branquiais do grupo detergente, mas pouco muco foi visualizado em ambos os grupos. No 5º mês reparou-se que houve um aumento da dilatação desses receptores químicos e um excesso de muco sobre os rastros branquiais do grupo detergente. Foi também visualizado microbridges entre as microridges (lamelas) presentes nas células pavimentosas e células quimiorreceptoras isoladas entre essas células pavimentosas em ambos os grupos. Palavra-Chave: Muco. Receptores químicos. Corpúsculo gustativo. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO, REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E JUSTIFICATIVA .......................... 7 1.1 Rastro branquial ................................................................................................................ 7 1.2 Biologia de Astyanax altiparanae (Characidae)............................................................. 33 1.3 Detergentes biodegradáveis ............................................................................................ 33 1.4 Justificativa ...................................................................................................................... 34 2 OBJETIVO ......................................................................................................................... 35 3 MATERIAL ........................................................................................................................ 36 4 MÉTODOS .......................................................................................................................... 37 4.1 Amostragem e Tratamentos ........................................................................................... 37 4.2 Análises histológicas ........................................................................................................ 38 5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................ 40 6 RESULTADOS ................................................................................................................... 41 6.1 Histologia dos rastros branquiais do arco branquial esquerdo de A. altiparanae ..... 41 6.1.1 Análise de 30 dias .......................................................................................................... 41 6.1.2 Análise de 05 meses ....................................................................................................... 47 6.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) do arco branquial esquerdo de A. altiparanae .............................................................................................................................. 52 6.2.1 Análise de 30 dias .......................................................................................................... 52 6.2.2 Análise de 05 meses ....................................................................................................... 58 6.3 Análise da água das caixas de polietileno dos grupos controle e detergente .............. 62 7 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 63 7.1 Morfologia do rastro branquial do arco branquial esquerdo de A. altiparanae ........ 63 7.2 Efeito do detergente biodegradável nos rastros branquiais do arco branquial esquerdo de A. altiparanae .................................................................................................... 63 8 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 68 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 69 ANEXO – ANÁLISE QUÍMICA DA ÁGUA DO CONTROLE E DA ÁGUA COM DETERGENTE ..................................................................................................................... 77 7 1 INTRODUÇÃO, REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E JUSTIFICATIVA 1.1 Rastro branquial Os rastros branquiais são estruturas de origem mesodérmica e são curtos e/ou longos, finos e/ou espessos que se inserem nos ossos que compõem os arcos branquiais (BRAGA, 1982; MACHADO, 1999; MACIEL, 2006; SERRA; LANGEANI, 2006; PAES, 2008; SAMPAIO; GOULART, 2011). Os rastros são locais que servem para a retenção ou concentração do alimento (OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996; SERGIPENSE; CARAMASCHI; SAZIMA, 1999; ABELHA; AGOSTINHO; GOULART, 2001; GODOY, 2006; MACIEL, 2006; SAMPAIO; GOULART, 2011), além de evitar o seu escape e facilitar a sua deglutição (MORAES; BARBOLA, 1995; OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996; MACIEL, 2006; RODRIGUES; MENIN, 2006). Estão voltados para região ventral dos arcos branquiais direito e esquerdo (RODRIGUES; BEMVENUTI, 2001; SAMPAIO; GOULART, 2011), em direção à cavidade faríngea (MACHADO, 1999; PAES, 2008). Os rastros branquiais são constituídos por uma peça de tecido cartilaginoso (MACIEL, 2006; LIMA et al., 2009) ou ósseo (MACIEL, 2006) envolvida por tecido epitelial pluriestratificado formado por células pavimentosas poligonais, corpúsculos gustativos, células mucosas, células de cloro (FONSECA NETO; SPACH, 1999; MACHADO, 1999; KUMARI et al., 2005; FIUZA et al., 2011) e células claviformes (LIMA et al., 2009). Além disso, esse tecido pode ainda apresentar estruturas chamadas ou de espinhos (SERGIPENSE; CARAMASCHI; SAZIMA, 1999; LOPES; SAMPAIO, 2002; SILVA; HAHN, 2009), ou de cteniis (SERRA; LANGEANI, 2006; SERRA, 2010) ou de dentículos (JARDIM, 1988; RODRIGUES; MENIN, 2006; ALVES, 2009), que contribuem para o melhor aprisionamento do alimento e de sua deglutição, pois evitam que o alimento fuja e/ou que retorne a boca depois de deglutido (RODRIGUES; MENIN, 2006; MONTENEGRO, 2009). O formato, a disposição, o tamanho e a quantidade dos rastros, bem como o formato da boca, dos dentes faringeanos, das brânquias e do próprio trato digestório e a presença de corpúsculos gustativos podem determinar o hábito alimentar do peixe (MORAES; BARBOLA, 1995; FERRETTI; ANDRIAN; TORRENTE, 1996; LOLIS; ANDRIAN, 1996; OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996; MACHADO, 1999; RODRIGUES; BEMVENUTI, 2001; MACIEL, 2006; NEUMANN, 2008; PAES, 2008; MONTENEGRO, 2009; PAULINO, 2011; SAMPAIO; GOULART, 2011). De acordo com Alexander (1978 apud 8 SERGIPENSE; CARAMASCHI; SAZIMA, 1999), o espaçamento entre os rastros pode, ainda, indicar o tamanho do alimento a ser ingerido pelo peixe. Além do mais, o espaçamento e a forma dos rastros podem melhorar a filtragem e a retenção de alimento de vários tamanhos no aparelho bucofaringeano (MORAES; BARBOLA, 1995; OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996; MORAES; BARBOLA; GUEDES, 1997; PAULINO, 2011; SAMPAIO; GOULART, 2011). Ao observar o trabalho realizado por Sergipense e Caramaschi e Sazima (1999) em Anchoa januaria e Cetengraulis edentulus, a área superficial e a forma dos rastros branquiais são mais importantes para a captura de alimento, do que a distância entre eles; e que a função dos rastros em selecionar o tamanho do alimento influencia na dieta dos peixes, ao passo que, em peixes que ingerem alimentos maiores, a distância entre os rastros branquiais passa a ser um requisito necessário. Peixes com rastros branquiais longos, finos e numerosos predam partículas de pequena dimensão e aqueles com rastros pequenos, redondos e em menor quantidade, predam organismos maiores (OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996; RODRIGUES; BEMVENUTI, 2001). Em espécies onívoras, os rastros branquiais normalmente são curtos, finíssimos, abundantes e bem próximos, os quais se sobrepõem com os rastros dos outros arcos branquiais formando um filtro (MACIEL, 2006; ALVES, 2009; SAMPAIO; GOULART, 2011), igual sobreposição é encontrado nos iliófagos (ALVES, 2009). Em ictiófagos, os rastros branquiais geralmente são curtos, grossos e bem espacejados (MORAES; BARBOLA, 1995; OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996; SAMPAIO; GOULART, 2011). Em planctívoros, os rastros são abundantes, muito finos, compridos, delicados, próximos entre si realizando a filtragem e a aglutinação do plâncton (SANTOS, 1982; RODRIGUES; MENIN, 2005; ALVES, 2009; SAMPAIO; GOULART, 2011). Aqueles de hábito bentônico possuem rastros branquiais vigorosos ou com muitas saliências (SANTOS, 1982). Os peixes carnívoros apresentam poucos rastros, os quais são duros, pequenos, pontiagudos, cobertos por dentículos e bem espacejados (SANTOS, 1982; MORAES; BARBOLA, 1995; OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996; MACIEL, 2006; ALVES, 2009; SAMPAIO; GOULART, 2011), que servem para segurar o alimento e evitar sua fuga (MORAES; BARBOLA, 1995; OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996). Em detritívoros, os rastros branquiais são curtos e bem próximos (SAMPAIO; GOULART, 2011) e em espécies onívoras-planctívoras, os rastros são abundantes e delgados (SAMPAIO; GOULART, 2011). Uma revisão da literatura referente ao formato, a disposição e o tamanho dos rastros branquiais e os hábitos alimentares de alguns espécies de peixes são mostradas no Quadro 1 deste trabalho, enquanto o Quadro 2 mostra a quantidade de rastros. 9 Em anostomídeos, os rastros branquiais não têm a função de reter o alimento, e sim, resguardar os arcos, os filamentos branquiais e as lamelas primárias (SANTOS, 1982; FERRETTI; ANDRIAN; TORRENTE, 1996). Essa função é verificada em alguns peixes com hábitos planctônico, bentônico, carnívoro (SANTOS, 1982) e herbívoro (FERRETTI; ANDRIAN; TORRENTE, 1996). Outros autores como Khanna (1962 apud RODRIGUES; MENIN, 2006), Oliveira Ribeiro e Menin (1996), Machado (1999), Maciel (2006), Ribeiro (2007), Paes (2008) e Santos (2010), reafirmam que em outras espécies os rastros branquiais podem contribuir para o melhor funcionamento e proteção das lamelas primárias e dos filamentos branquiais contra elementos sólidos. Porém, se for um elemento solúvel em água, como o detergente, essa proteção se torna ineficaz (MACHADO, 1999; RIBEIRO, 2007). Outros estudos observaram que muitos peixes da mesma espécie, como o Mugil spp. (BRAGA, 1982), modificam o formato e o número de seus rastros para diminuírem, ou até evitarem, a competição intraespecífica, explorando então nichos alimentares diferentes e essas modificações ocorrem à medida que o peixe se desenvolve. Tal situação foi encontrada em outras espécies, como em A. januaria (SERGIPENSE; CARAMASCHI; SAZIMA, 1999) e em C. edentulus (SERGIPENSE; CARAMASCHI; SAZIMA, 1999). Hildebrand (1963 apud SERGIPENSE; CARAMASCHI; SAZIMA, 1999) constatou que o número de rastros não se alterou com o desenvolvimento de A. januaria do Atlântico Ocidental, ao contrário do observado por Hildebrand (1943 apud SERGIPENSE; CARAMASCHI; SAZIMA, 1999) e Silva (1967 apud SERGIPENSE; CARAMASCHI; SAZIMA, 1999) em C. edentulus do Atlântico Ocidental e da Venezuela, respectivamente, nos quais o número de rastros branquiais variou com o crescimento. Ainda Sergipense e Caramaschi e Sazima (1999) não observaram nessas duas espécies modificações quanto ao espaçamento entre os rastros à medida que eles cresciam, mas sim, ao longo do comprimento dos mesmos. Moraes e Barbola (1995) também notaram que os rastros da face externa do primeiro arco branquial esquerdo de Hoplias malabaricus aumentavam tanto em tamanho quanto em empaçamento, conforme ele crescia. Em Bryconamericus exodon Eigenmann, 1907 (Ostariophysi, Characiformes, Characidae) verificou-se que o primeiro arco branquial é composto por três ossos - o hipobranquial, o ceratobranquial e o epibranquial (SERRA; LANGEANI, 2006). O osso hipobranquial e o osso ceratobranquial compõem o ramo inferior e o osso epibranquial, o ramo superior. Às vezes pode haver um rastro no ponto de união entre o osso hipobranquial e o osso ceratobranquial e também entre o osso ceratobranquial e o osso epibranquial, que pode 10 ser chamado de ângulo (SERRA; LANGEANI, 2006). Em Salminus brasiliensis, além do osso epibranquial, o ramo superior pode ainda possuir o osso faringobranquial (RODRIGUES; MENIN, 2006). A maior parte dos teleósteos detém 04 arcos branquiais (PAULINO, 2011; SAMPAIO; GOULART, 2011), porém em algumas espécies existe um 5º arco (LEONARDO et al., 2001; RODRIGUES; MENIN, 2005; MACIEL, 2006; SAMPAIO; GOULART, 2011) formado pelo osso ceratobranquial que pode conter rastros branquiais, mas a maioria apresenta o 5º arco modificado em placa faringeana que abriga os dentes faringeanos (RODRIGUES; MENIN, 2005). O acréscimo de rastros branquiais em peixes em desenvolvimento pode ocorrer tanto no osso epibranquial quanto nos ossos ceratobranquial e hipobranquial, mas foi constatado que existem variações no número de rastros em ambas os ramos (BRAGA, 1982) (Quadro 2). Verificou-se também que a variação no número de rastros nos peixes pode ter relação com o número de cecos pilóricos e, então, determinar o seu hábito alimentar (YABE; BENNEMANN, 1994). Foram ainda constatadas variações na quantidade de rastros entre as espécies de Mugil spp. e que isso pode estar associado à diferença de salinidade no ambiente (BRAGA, 1982). 11 Q ua dr o 1 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o ta m an ho ; f or m a; te xt ur a e di sp os iç ão d os ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l e o s h áb ito s a lim en ta re s ( co nt in ua ) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o B ra nq ui al 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l H áb ito A lim en ta r A ce st ro rh yn ch us b ri ts ki i (R O D R IG U ES ; M EN IN , 2 00 6) R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. - - Pi sc ív or o. A ce st ro rh yn ch us la cu st ri s (R O D R IG U ES ; M EN IN , 2 00 6) R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. - - Pi sc ív or o. A lb ul a ne m op te ra (L O PE S; S A M PA IO , 2 00 2) R B c ur to s; o bt us os ; lo ng e en tre si e en co be rto s p or es pi nh os n o E e no D . - - - - - A nc ho a ja nu ar ia (S ER G IP EN SE ; C A R A M A SC H I; SA ZI M A , 1 99 9) R B c ur to s e c om pr es en ça d e es pi nh os rô m bi co s a o lo ng o de si n o E. - - - A C ar ní vo ro ; Zo op la nc tív or o. A ph yo ch ar ax a ni si ts i (H A H N ; C R IP PA , 2 00 6) R B lo ng os c om a s ba se s a la rg ad as e o s áp ic es a fil ad os e pr óx im os e nt re si . - - - - Zo op la nc tív or o. B ra ch yd an io r er io (K U M A R I e t a l., 2 00 5) R B m ai s l on go s n a 1ª fil ei ra d o qu e na 2 ª d o A B . R B lo ng os e m a m ba s as fi le ira s, m as u m po uc o m en or d o qu e os R B d a 1ª fi le ira d o 1º A B . R B lo ng os e m a m ba s as fi le ira s, m as u m po uc o m en or d o qu e os R B d a 1ª fi le ira d o 1º A B . R B lo ng os e m a m ba s as fi le ira s, m as u m po uc o m en or d o qu e os R B d a 1ª fi le ira d o 1º A B . - C ar ní vo ro . B ry co n am az on ic us (A R B EL Á EZ -R O JA S, 2 00 7) R B e sp es so s e lo ng e en tre si . - - - - - B ry co n or bi gn ya nu s (M A C IE L, 2 00 6) R B lo ng os ; f ili - fo rm es ; t ria ng ul ar es e po nt ia gu do s n a FE . - - - - H er bí vo ro ; O ní vo ro . B ry co na m er ic us e xo do n (S ER R A ; L A N G EA N I, 20 06 ) R B se tif or m es c om ct en iis n a ba se d o Ep . - - - A - C at ho ro ps a ga ss iz ii (M A R C EN IU K , 2 00 7) R B a ci cu la re s. R B a cu le ifo rm es . - - - - 12 Q ua dr o 1 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o ta m an ho ; f or m a; te xt ur a e di sp os iç ão d os ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l e o s h áb ito s a lim en ta re s (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l H áb ito A lim en ta r C at ho ro ps a re na tu s (M A R C EN IU K , 2 00 7) R B a ci cu la re s. R B a cu le ifo rm es . - - - - C et en gr au lis e de nt ul us (S ER G IP EN SE ; C A R A M A SC H I; SA ZI M A , 19 99 ) R B lo ng os e e nc o- be rto s p or e sp in ho s fin os e lo ng os n o E. - - - - H er bí vo ro ; Fi to pl an ct ív or o. C on or hy nc hu s co ni ro st ri s (R O D R IG U ES ; M EN IN , 2 00 5) R B m ai s l on go s; tri an gu la re s; fl ex í- ve is ; r es is te nt es ; so br ep os to s e nt re si ; co m a s b as es m ai s la rg as d o qu e os se us áp ic es e c om a s bo rd as ir re gu la re s co m p ro je çõ es d ig i- tif or m es a ch at ad as la te ra lm en te ; o s R B es tã o in se rid os p er - pe nd ic ul ar m en te a o A B n a FE d o R I e d o R S; h á R B c ur to s; fle xí ve is ; s ob re po st os en tre si ; c om fo rm a la m el ar e c om a s b or - da s i rr eg ul ar es q ue al te rn am c om o s R B m ai or es n a FI e F E do R S e do R I. R B c ur to s; c om fo rm a la m el ar ; c om as b or da s i rr eg ul ar es qu e al te rn am c om o s R B m ai or es n a FI e FE d o R S e do R I; os R B d a FI d o R I e d o R S sã o m ai s d es en - vo lv id os n a re gi ão m ed ia na d o A B d o qu e os d a FE d o R I e do R S. R B c ur to s; c om fo rm a la m el ar ; c om as b or da s i rr eg ul ar es qu e al te rn am c om o s R B m ai or es n a FI e FE d o R S e do R I; os R B d a FI d o R I e d o R S sã o m ai s d es en - vo lv id os n a re gi ão m ed ia na d o A B d o qu e os d a FE d o R I e do R S. R B e sp es so s; c om fo rm a la m el ar P SF E do R S; h á RB m ai s lo ng os e c om fo rm a la m el ar n a re gi ão m ed ia na d o R I; os R B da F E do R I s ão m ai s de se nv ol vi do s n a re gi ão m ed ia na d o A B d o qu e os d a FI do R I. R B d e m es m o ta m an ho e c om fo rm a la m el ar PS FE d o R I e A no R S. B en tó fa go . 13 Q ua dr o 1 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o ta m an ho ; f or m a; te xt ur a e di sp os iç ão d os ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l e o s h áb ito s a lim en ta re s (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l H áb ito A lim en ta r F un du lu s he te ro cl itu s (K U M A R I e t a l., 2 00 5) R B lo ng os n a re gi ão an te rio r d o A B e m ui to c ur to s n a re gi ão p os te rio r. R B m ui to c ur to s e m am ba s a s r eg iõ es d o A B . R B m ui to c ur to s e m am ba s a s r eg iõ es d o A B . R B m ui to c ur to s e m am ba s a s r eg iõ es d o A B . - O ní vo ro . G en id en s ba rb us (M A R C EN IU K , 2 00 5) R B c ur to s; a ci cu la re s e en co be rto s p or p ou - co s r ud im en to s b ra n- qu ia is n a re gi ão lá - te ro -p os te rio r d o E e R B a cu le ifo rm es n a re gi ão m éd io - po st er io r d o E. - - - - - G en id en s m ac ha do i (M A R C EN IU K , 2 00 5) R B a ci cu la re s e en co be rto s p or p ou - co s r ud im en to s b ra n- qu ia is n a re gi ão lá - te ro -a nt er io r d o A B e R B a cu le ifo rm es n a re gi ão m éd io - po st er io r. - - - - - G en id en s pl an ifr on s (M A R C EN IU K , 2 00 5) R B lo ng os e e nc ob er - to s p or m ui to s r ud i- m en to s b ra nq ui ai s n o E. - - - - - H op lia s la ce rd ae (R O D R IG U ES ; M EN IN , 2 00 6) R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. - - Pi sc ív or o. 14 Q ua dr o 1 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o ta m an ho ; f or m a; te xt ur a e di sp os iç ão d os ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l e o s h áb ito s a lim en ta re s (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l H áb ito A lim en ta r H op lia s m al ab ar ic us (M O R A ES ; B A R B O LA , 1 99 5) (R O D R IG U ES ; M EN IN , 2 00 6) R B lo ng os ; t ria n- gu la re s; d ur os ; b em de se nv ol vi do s e pr óx im os e nt re si n o E; o s R B m ai or es e m ai s f or te s e st ão n o C . R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. - R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. - R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. - - - - In se tív or o (f as e jo ve m ), Pi sc ív or o (f as e ad ul ta ). Pi sc ív or o. H yp op ht ha lm us e de nt at us (C A SS EM IR O , H A H N , R A N G EL , 2 00 3) R B lo ng os ; e m fo rm a de p en te e p ró xi m os en tre si . - - - - - La em ol yt a va ri a (S A N TO S, 1 98 2) R B c ur to s e e sp es so s na F E e FI d o A B . - - - - O ní vo ro . Le po ri nu s fa sc ia tu s (S A N TO S, 1 98 2) R B c ur to s e e sp es so s na F E e FI d o A B . - - - - O ní vo ro . Le po ri nu s fr id er ic i (S A N TO S, 1 98 2) R B c ur to s e e sp es so s na F E e FI d o A B . - - - - O ní vo ro . Le po ri nu s tr ifa sc ia tu s (S A N TO S, 1 98 2) R B c ur to s e e sp es so s na F E e FI d o A B . - - - - O ní vo ro . M en tic ir rh us a m er ic an us (J A R D IM , 1 98 8) R B + /- ar re do nd ad os le m br an do tu bé rc u- lo s e e nc ob er to s p or de nt íc ul os n a FE d o R I. - - - A - 15 Q ua dr o 1 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o ta m an ho ; f or m a; te xt ur a e di sp os iç ão d os ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l e o s h áb ito s a lim en ta re s (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l H áb ito A lim en ta r M en tic ir rh us li tto ra lis (J A R D IM , 1 98 8) R B lo ng os ; c ilí nd ri- co s; fi no s e e nc ob er - to s p or a lg un s d en tí- cu lo s v ili fo rm es n a FE d o R I. - - - A - M ug il cu re m a (K U M A R I e t a l., 2 00 5) - R B m ai s l on go s n a re gi ão d or sa l d o A B e cu rto s n a re gi ão do rs o- ve nt ra l. - - - Ili óf ag o. M ug il liz a (K U M A R I e t a l., 2 00 5) - R B m ai s l on go s n a re gi ão d or sa l d o A B e cu rto s n a re gi ão do rs o- ve nt ra l. - - - Ili óf ag o. 16 Q ua dr o 1 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o ta m an ho ; f or m a; te xt ur a e di sp os iç ão d os ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l e o s h áb ito s a lim en ta re s (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l H áb ito A lim en ta r M ug il pl at an us (F O N SE C A N ET O ; S PA C H , 19 99 ) (K U M A R I e t a l., 2 00 5) R B lo ng os n a re gi ão lá te ro -m ed ia na d o A B e cu rto s n as e xt re m i- da de s e n a re gi ão m ed ia na d o A B ; R B ac ha ta do s; tr ia ng u- la re s a tr ap ez ói de s co m a b or da d a re gi ão an te rio r c om 0 2 sé rie s de p ro je çõ es lo bu - la re s s im pl es e o s R B sã o pr óx im os e nt re si . - R B lo ng os n a re gi ão lá te ro -m ed ia na d o A B e cu rto s n as e xt re m i- da de s e re gi ão m e- di an a do A B ; R B ac ha ta do s; tr ia ng u- la re s a tr ap ez ói de s co m a b or da d a re gi ão an te rio r c om 0 2 sé rie s de p ro je çõ es lo bu - la re s s im pl es e c om a bo rd a da re gi ão do rs o - m ed ia na c om 02 sé rie s d e pr oj eç õe s co m e xt re m id ad es ra m ifi ca da s d e on de pa rte m e st ru tu ra s po nt ia gu da s e o s R B sã o pr óx im os e nt re si . R B m ai s l on go s n a re gi ão d or sa l d o A B e cu rto s n a re gi ão do rs o- ve nt ra l. R B lo ng os n a re gi ão lá te ro -m ed ia na d o A B e cu rto s n as e xt re m i- da de s e re gi ão m e- di an a do A B ; R B ac ha ta do s; tr ia ng u- la re s a tr ap ez ói de s co m a s b or da s d e to da s a s r eg iõ es c om 02 sé rie s d e pr oj eç õe s co m e xt re m id ad es ra m ifi ca da s d e on de pa rte m e st ru tu ra s po nt ia gu da s e o s R B sã o pr óx im os e nt re si . - R B c ur to s e m a m ba s as fi le ira s d o ar co ; R B a ch at ad os ; t ria n- gu la re s a tr ap ez ói de s co m a s b or da s d e to da s a s r eg iõ es c om 02 sé rie s d e pr oj eç õe s co m e xt re m id ad es ra m ifi ca da s d e on de pa rte m e st ru tu ra s po nt ia gu da s e o s R B sã o pr óx im os e nt re si . - - - Fi ltr ad or . Ili óf ag o. O do nt es th es m ir in en si s (B EM V EN U TI , 1 99 5) R B d el ga do s e co m pr id os . - - - - - P im el od us p oh li (R IB EI R O ; L U C EN A , 2 00 6a ) R B d el ga do s e po nt ia gu do s n o R I. - - - - - P im el od us te tr am er us (R IB EI R O ; L U C EN A , 2 00 6b ) R B lo ng os e de lg ad os n o E. - - - - - 17 Q ua dr o 1 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o ta m an ho ; f or m a; te xt ur a e di sp os iç ão d os ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l e o s h áb ito s a lim en ta re s (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o B ra nq ui al 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l H áb ito A lim en ta r P la gi os ci on s qu am os is si m us (K U M A R I e t a l., 2 00 5) R B lo ng os . R B c ur to s. R B c ur to s. R B c ur to s. - Pi sc ív or o. P ro ch ilo du s sc ro fa (M O R A ES ; B A R B O LA ; G U ED ES , 1 99 7) RB c ur to s; la m in ar es ; ob líq uo s; e sp es so s e de c on si st ên ci a m ol e ou re si st en te s; d e co ns is tê nc ia c ar no sa e co m sa liê nc ia s la m in ar es . R B c ur to s; la m in ar es ; ob líq uo s; e sp es so s e de c on si st ên ci a m ol e ou re si st en te s; d e co ns is tê nc ia c ar no sa e co m sa liê nc ia s la m in ar es . RB c ur to s; la m in ar es ; ob líq uo s; e sp es so s e de c on si st ên ci a m ol e ou re si st en te s; d e co ns is tê nc ia c ar no sa e co m sa liê nc ia s la m in ar es . RB c ur to s; la m in ar es ; ob líq uo s; e sp es so s e de c on si st ên ci a m ol e ou re si st en te s; d e co ns is tê nc ia c ar no sa e co m sa liê nc ia s la m in ar es . - - R ita r ita (K U M A R I e t a l., 2 00 5) R B lo ng os ; r ob us to s e qu e di m in ue m u m po uc o de ta m an ho n a re gi ão v en tra l d o A B . R B lo ng os ; r ob us to s e qu e di m in ue m u m po uc o de ta m an ho n a re gi ão v en tra l d o A B . R B d im in ue m u m po uc o de ta m an ho . R B d im in ue m u m po uc o de ta m an ho . - C ar ní vo ro . Sa lm in us h ila ri i (R O D R IG U ES ; M EN IN , 2 00 6) R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. - - Pi sc ív or o. Sa lm in us m ax ill os us (R O D R IG U ES ; M EN IN , 2 00 6) R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. R B c ur to s e c om o s áp ic es p on tia gu do s. - - Pi sc ív or o. Sa lm in us b ra si lie ns is (R O D R IG U ES ; M EN IN , 2 00 6) R B c ur to s; c om pr i- m id os ; t ria ng ul ar es ; co m o s á pi ce s p on tia - gu do s e e nc ob er to s po r d en tíc ul os n a FE do E p. R B c ur to s; c om pr i- m id os ; t ria ng ul ar es ; co m o s á pi ce s p on tia - gu do s e e nc ob er to s po r d en tíc ul os n a FE do E p e do C . R B c ur to s; c om pr i- m id os ; t ria ng ul ar es ; co m o s á pi ce s p on tia - gu do s e e nc ob er to s po r d en tíc ul os n a FE do E p e do C . A A Pi sc ív or o. Sc hi zo do n al to pa ra na e (F ER R ET TI ; A N D R IA N ; TO R R EN TE , 1 99 6) RB c ur to s; fr ág ei s e co m u m a di st ân ci a de 3, 0m m e nt re si n o E. - - - - H er bí vo ro - Pa st ad or . 18 Q ua dr o 1 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o ta m an ho ; f or m a; te xt ur a e di sp os iç ão d os ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l e o s h áb ito s a lim en ta re s (c on cl us ão ) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l H áb ito A lim en ta r Sc hi zo do n bo re lli i (F ER R ET TI ; A N D R IA N ; TO R R EN TE , 1 99 6) RB c ur to s; fr ág ei s e co m u m a di st ân ci a de 3, 0m m e nt re si n o E. - - - - H er bí vo ro - Pa st ad or . Se rr ap in nu s no to m el as (H A H N ; C R IP PA , 2 00 6) R B lo ng os c om a s ba se s a la rg ad as e o s áp ic es a fil ad os e pr óx im os e nt re si . - - - - A lg ív or o. St ei nd ac hn er in a br ev ip in na (L IM A e t a l., 2 00 9) - R B c ur to s n a FI . - - A D et rit ív or o. Sy nb ra nc hu s m ar m or at us (M O N TE N EG R O , 2 00 9) R B c ur to s e lo ng e en tre si . R B c ur to s e lo ng e en tre si . R B c ur to s e lo ng e en tre si . R B c ur to s e lo ng e en tre si . A C ar ní vo ro - G en er al is ta . Ta rp on a tla nt ic us (L O PE S; S EN A , 1 99 6) R B lo ng os ; d el ga do s; m ui to p ró xi m os e nt re si e m ai s l on go s n o R I. Ta m an ho d o RB di m in ui gr ad ua lm en te . Ta m an ho d o RB di m in ui gr ad ua lm en te . Ta m an ho d o RB di m in ui gr ad ua lm en te . - - Tr ic hm yc te ru s br as il ie ns is (O LI V EI R A R IB EI R O ; M EN IN , 19 96 ) R B lo ng os ; tu be rc ul ar es e lo ng e en tre si ; P SF E do R S e A n o R I. R B lo ng os ; tu be rc ul ar es e lo ng e en tre si ; P SF E do R S e A n o R I. R B m ai s l on go s n o R I e RB tu be rc ul ar es e lo nd e en tre si ; P SF I no R S e na F E e FI d o R I. R B m ai s l on go s; tu be rc ul ar es e lo ng e en tre si n a FE e F I d o R I. R B m ai s l on go s; tu be rc ul ar es e lo ng e en tre si ; PS FE d o R I. C ar ní vo ro . Fo nt e: E la bo ra do p el a au to ra . N ot as : A = au se nt es , A B = ar co b ra nq ui al , C = os so c er at ob ra nq ui al , D = ar co b ra nq ui al d ire ito , E = ar co b ra nq ui al e sq ue rd o, E p= o ss o ep ib ra nq ui al , F E= fa ce e xt er na , F I= fa ce in te rn a. P SF E= p re se nt e so m en te n a fa ce e xt er na d o ar co , P SF I= p re se nt e so m en te n a fa ce in te rn a do a rc o, R B = ra st ro s b ra nq ui ai s, R I= ra m o in fe rio r d o ar co b ra nq ui al . R S= ra m o su pe rio r d o ar co b ra nq ui al , + /- = m ai s o u m en os . 19 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s b ra nq ui ai s p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua ) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T A lb ul a ne m op te ra (L O PE S; S A M PA IO , 2 00 2) - 03 R B . - 08 R B . 12 a 1 3 R B . 11 R B D e E. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - A nc ho a ja nu ar ia (S ER G IP EN SE ; C A R A M A SC H I; SA ZI M A , 19 99 ) - - - - 43 a 4 9 R B E . 45 a 4 7 R B E . - - - - - - - - - - - - - - - - - - 0 RB . 0 R B . A ph yo ch ar ax a ni si ts i (H A H N ; C R IP PA , 2 00 6) (S ER R A , 2 01 0) - - - 07 a 1 0 R B C . 16 R B D . - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - A ph yo ch ar ax p us ill us (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - A st ya na x al tip ar an ae (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - A st ya na x ja co bi na e (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - A st ya na x m ex ic an us (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - B ry ci nu s lo ng ip in ni s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - -. - - - - - - - - - - B ry co n am az on ic us (A R B EL Á EZ -R O JA S, 2 00 7) - - <2 9 RB . - - - - - - - - - - - B ry co n cf p es u (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - 20 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o B ra nq ui al 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T B ry co na m er ic us e xo do n (S ER R A ; L A N G EA N I, 20 06 ) 05 a 0 8 R B . 02 a 0 3 R B H , 0 7 a 09 R B C , + 1 RB C /E p ou H /C . - - - - - - - - - - 0 RB . 0 R B . B ry co na m er ic us e xo do n (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - B ry co ne lla p al lid ifr on s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - B ry co ne xo do n ju ru en ae (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - B ry co no ps m el an ur us (S ER R A , 2 01 0) - 01 a 0 6 R B C . - - - - - - - - - - - - C at ho ro ps a ga ss iz ii (M A R C EN IU K , 2 00 7) 06 a 0 8 R B . - - 12 a 1 6 R B . - - 19 a 2 3 R B . 17 a 2 3 R B . 13 a 2 3 R B . 04 a 0 7 R B . - - 11 a 1 3 R B . - - 16 a 2 0 R B . - 13 a 2 2 R B . - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - C at ho ro ps a gu ad ul ce (M A R C EN IU K , 2 00 7) - - 13 a 1 6 R B . - - - - - - - - - - - C at ho ro ps a re na tu s (M A R C EN IU K , 2 00 7) 06 a 0 8 R B . - 11 a 1 4 R B . - 17 a 2 2 R B . 13 a 2 3 R B . 04 a 0 7 R B . - 11 a 1 4 R B . - 16 a 2 0 R B . 13 a 2 2 R B . - - - - - - - - - - - - - - - - C at ho ro ps fu et rh ii (M A R C EN IU K , 2 00 7) - - 13 a 1 6 R B . - - - - - - - - - - - C at ho ro ps h yp op ht ha lm us (M A R C EN IU K , 2 00 7) - - 37 a 4 0 R B . - - 37 a 4 0 R B . - - - - - - - - 21 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o B ra nq ui al 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T C at ho ro ps m el an op us (M A R C EN IU K , 2 00 7) - - 13 a 1 6 R B . - - - - - - - - - - - C et en gr au lis e de nt ul us (S ER G IP EN SE ; C A R A M A SC H I; SA ZI M A , 19 99 ) - - 63 a 7 9 R B E . - - - - - - - - - - - C ha lc eu s sp ilo gy ro s (S ER R A , 2 01 0) - 7 a 10 R B C . - - - - - - - - - - - - C he ir od on in te rr up tu s (S ER R A , 2 01 0) - 1 1 a 13 R B C . - - - - - - - - - - - - C op to br yc on b ili ne at us (S ER R A , 2 01 0) - 7 a 10 R B C . - - - - - - - - - - - - D eu te ro do n ig ua pe (S ER R A , 2 01 0) - 7 a 10 R B C . - - - - - - - - - - - - G en id en s ba rb us (M A R C EN IU K , 2 00 5) - - 12 a 1 9 R B E . - - - - - - - - - - - G en id en s m ac ha do i (M A R C EN IU K , 2 00 5) - - 13 a 1 7 R B E . - - - - - - - - - - - G en id en s pl an ifr on s (M A R C EN IU K , 2 00 5) - - 22 a 3 4 R B E . - - - - - - - - - - - G ru nd ul us c oc ha e (S ER R A , 2 01 0) - 7 a 10 R B C . - - - - - - - - - - - - G ym no co ry m bu s te m et zi (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - H as em an ia c re nu ch oi de s (S ER R A , 2 01 0) 7 a 10 R B C . - - - - - - - - - - - - H as em an ia m el an ur a (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H as em an ia sp . n . (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - 22 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T H em ig ra m m us a na lis (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us a ru a (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us b ar ri go na e (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us b el lo tti i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us b le he ri (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us b re vi s (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us c oe ru le us (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us c yl in dr ic us (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us g ra ci lis (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us h ar al di (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us h ya nu ar y (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us le vi s (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us lu na tu s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us m ar gi na tu s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us m im us (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - 23 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T H em ig ra m m us n ew bo ld i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us o ce lli fe r (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us o rt hu s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us p ar an a (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us p re to en si s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us p ul ch er (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us r ho do st om us (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us r od w ay i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us s ch m ar da e (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us s ko lio pl at us (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us s ili m on i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us s tic tu s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us ta ph or ni (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us tr id en s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us u lr ey i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - 24 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o b ra nq ui al 3º a rc o b ra nq ui al 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T H em ig ra m m us u ni lin ea tu s (S ER R A , 2 01 0) 2 fl R B Ep c / 0 6 a 07 R B p/ fl . 09 a 1 0 R B C , 0 2 R B H , + 1 R B C /E p. - - - - - - - - - - 0 RB . 0 R B . H em ig ra m m us v or de rw in kl er i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us y in ya ng (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H em ig ra m m us sp . n . (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H ol la nd ic ht hy s af f. m ul ti fa sc ia tu s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n m ic ro pt er us (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n be nt os i (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n co el es ti nu s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n co m pr es su s (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n di an ci st ru s (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n ei ly os (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n ep ic ha ri s (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - 25 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T H yp he ss ob ry co n eq ue s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n er yt hr os tig m a (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n m eg al op te ru s (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - H yp he ss ob ry co n ta ka se i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - Ig ua no de ct es s pi lu ru s (S ER R A , 2 01 0) - 2 fl R B C c/ 0 1 a 06 R B p / fl. - - - - - - - - - - - - Ju pi ab a po ly le pi s (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - La em ol yt a va ri a (S A N TO S, 1 98 2) - - 18 a 2 4 R B E . - - - - - - - - - - - Le po ri nu s fa sc ia tu s (S A N TO S, 1 98 2) - - 21 a 2 6 R B E . - - - - - - - - - - - Le po ri nu s fr id er ic i (S A N TO S, 1 98 2) - - 21 a 2 9 R B E . - - - - - - - - - - - Le po ri nu s tr ifa sc ia tu s (S A N TO S, 1 98 2) - - 22 a 3 0 R B E . - - - - - - - - - - - Li gn ob ry co n m ye rs i (S ER R A , 2 01 0) - >3 0 RB C . - - - - - - - - - - - - M au ro lic us m ue lle ri (A LM EI D A , 2 00 1) - - 28 a 3 2 R B . - - - - - - - - - - - M au ro lic us p ar vi pi nn is (A LM EI D A , 2 00 1) - - 26 a 2 9 R B . - - - - - - - - - - - M au ro lic us s te hm an ni (A LM EI D A , 2 00 1) - - 25 a 3 0 R B . - - - - - - - - - - - 26 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T M au ro lic us s te hm an ni (A LM EI D A , 2 00 1) - - 27 a 2 9 R B . - - - - - - - - - - - M au ro lic us w ei tz m an i (A LM EI D A , 2 00 1) - - 21 a 2 6 R B . - - - - - - - - - - - M en tic ir rh us a m er ic an us (J A R D IM , 1 98 8) - 07 R B FE . - - - - - - - - - - 0 RB . 0 R B . M en tic ir rh us li tto ra lis (J A R D IM , 1 98 8) - 06 a 0 9 R B F E. - - - - - - - - - - 0 RB . 0 R B . M en tic ir rh us s ax at ili s (J A R D IM , 1 98 8) - 0 RB . - - - - - - - - - - - - M ic ro sc he m ob ry co n sp . (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - M oe nk ha us ia b on ita (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - M oe nk ha us ia d ia m an tin a (B EN IN E; C A ST R O ; SA N TO S, 2 00 7) 06 a 0 7 R B . 11 R B . - - - - - - - - - - - - M oe nk ha us ia h em ig ra m m oi de s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - M oe nk ha us ia in te rm ed ia (S ER R A , 2 01 0) - >3 0 RB C . - - - - - - - - - - - - M oe nk ha us ia x in gu en si s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - M ug il pl at an us (F O N SE C A N ET O ; S PA C H , 19 99 ) - - 2 fl R B c/ 4 2 a 46 R B p / fl. - - 2 fl R B c/ 4 2 a 46 R B p / fl. - - 2 fl R B c/ 4 2 a 46 R B p / fl. - - 2 fl R B c/ 4 2 a 46 R B p / fl. - - O do nt es th es a rg en ri lle ns is (B EM V EN U TI , 1 99 5) - 20 a 2 4 R B . 27 a 3 3 R B . - - - - - - - - - - - 27 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T O do nt es th es h um en si s (R O D R IG U ES ; B EM V EN U TI , 2 00 1) 05 a 0 6 R B . 15 a 1 8 R B . 20 a 2 4 R B . - - - - - - - - - 0 RB . 0 R B . O do nt es th es m ir in es is (B EM V EN U TI , 1 99 5) 06 a 0 9 R B . 24 a 2 9 R B . 31 a 3 7 R B . - - - - - - - - - - - O do nt es th es p er ug ia e (B EM V EN U TI , 1 99 5) - - 28 a 3 7 R B . - - - - - - - - - - - O li go sa rc us p in to i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - P ar ac he ir od on a xe lr od i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - P ar ap ri st el la g eo rg ia e (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - P et ite lla g eo rg ia e (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - P he na co ga st er fr an ci sc oe ns is (S ER R A , 2 01 0) - 01 a 0 6 R B C . - - - - - - - - - - - - P ia bi na a rg en te a (S ER R A , 2 01 0) - 01 a 0 6 R B C . - - - - - - - - - - - - P im el od us fu r (R IB EI R O ; L U C EN A , 2 00 6a ) - 15 a 1 8 R B . - - - - - - - - - - - - P im el od us m ac ul at us (R IB EI R O ; L U C EN A , 2 00 6a ) - 25 a 2 8 R B . - - - - - - - - - - - - P im el od us p oh li (R IB EI R O ; L U C EN A , 2 00 6a ) - 20 a 2 5 R B . - - - - - - - - - - - - P im el od us te tr am er us (R IB EI R O ; L U C EN A , 2 00 6b ) 04 a 0 7 R B . 12 a 1 7 R B . - - - - - - - - - - - - P op te lla p ar ag ua ye ns is (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - 28 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o b ra nq ui al 3º a rc o b ra nq ui al 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T P ri st el la m ax ill ar is (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - P se llo gr am m us k en ne dy i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - R hi no pe tit ia m ye rs i (S ER R A , 2 01 0) - 2 fl R B C c/ 0 7 a 10 R B p / fl. - - - - - - - - - - - - R oe bo id es a ffi ni s (L U C EN A , 2 00 7) 04 a 0 8 R B . 08 a 1 1 R B . - - - - - - - - - - - - R oe bo id es a ra gu ai to (L U C EN A , 2 00 3) 07 a 0 9 R B . 12 a 1 4 R B . 19 a 2 3 R B . - - - - - - - - - - - R oe bo id es b is er ia lis (L U C EN A , 2 00 7) 05 a 0 6 R B . 08 a 1 0 R B . - - - - - - - - - - - - R oe bo id es b on ar ie ns is (S ER R A , 2 01 0) -. 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - R oe bo id es d es ca lv ad en si s (L U C EN A , 2 00 7) 06 a 0 9 R B . 09 a 1 1 R B . - - - - - - - - - - - - R oe bo id es m ar ga re te ae (L U C EN A , 2 00 3) 07 a 0 8 R B . - 13 a 1 4 R B . 12 a 1 4 R B . 20 a 2 2 R B . 19 a 2 3 R B . - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - R oe bo id es m ic ro le pi s (L U C EN A , 2 00 3) 06 a 0 9 R B . 12 a 1 4 R B . 19 a 2 3 R B . - - - - - - - - - - - R oe bo id es m ye rs ii (L U C EN A , 2 00 3) 08 a 1 0 R B . 14 a 1 6 R B . 22 a 2 6 R B . - - - - - - - - - - - R oe bo id es n um er os us (L U C EN A , 2 00 7) - 12 a 1 4 R B . - - - - - - - - - - - - R oe bo id es o lig is to s (L U C EN A , 2 00 7) - 07 a 1 1 R B . - - - - - - - - - - - - 29 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s b ra nq ui ai s p or a rc o br an qu ia l (c on tin ua çã o) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o br an qu ia l 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T R oe bo id es s az im ai (L U C EN A , 2 00 7) 05 a 0 8 R B . 10 a 1 1 R B . - - - - - - - - - - - - R oe bo id es x en od on (L U C EN A , 2 00 7) - 07 a 0 8 R B . - - - - - - - - - - - - Sa lm in us h ila ri i (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - Sc hi zo do n al to pa ra na e (F ER R ET TI ; A N D R IA N ; TO R R EN TE , 1 99 6) - - 19 a 2 1 R B E . - - - - - - - - - - - Sc hi zo do n bo re lli i (F ER R ET TI ; A N D R IA N ; TO R R EN TE , 1 99 6) - - 19 a 2 1 R B E . - - - - - - - - - - - Sc hi zo do n fa sc ia tu s (Y A B E; B EN N EM A N N , 19 94 ) - - 21 a 2 6 R B . - - - - - - - - - - - Sc hi zo do n fa sc ia tu s (F ER R ET TI ; A N D R IA N ; TO R R EN TE , 1 99 6) - - 19 a 2 3 R B E . - - - - - - - - - - - Sc hi zo do n in te rm ed iu s (Y A B E; B EN N EM A N N , 19 94 ) (F ER R ET TI ; A N D R IA N ; TO R R EN TE , 1 99 6) - - - - 18 a 2 3 R B PS FE E. 20 a 2 3 R B E ; 18 a 2 3 R B E . - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Sc hi zo do n na su tu s (Y A B E; B EN N EM A N N , 19 94 ) - - 18 a 2 4 R B . - - - - - - - - - - - 30 Q ua dr o 2 – R es um o do s d ad os e nc on tra do s n a lit er at ur a, a té o p re se nt e m om en to , r ef er en te a o nú m er o de ra st ro s br an qu ia is p or a rc o br an qu ia l (c on cl us ão ) E sp éc ie e a ut or 1º a rc o B ra nq ui al 2º a rc o br an qu ia l 3º a rc o br an qu ia l 4º a rc o br an qu ia l 5º a rc o br an qu ia l R S R I R T R S R I R T R S R I R T R S R I R T R I R T Sc hi zo do n pl at ae (Y A B E; B EN N EM A N N , 19 94 ) - - 18 a 2 4 R B . - - - - - - - - - - - Se rr ap in nu s he te ro do n (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - - - Se rr ap in nu s no to m el as (H A H N ; C R IP PA , 2 00 6) (S ER R A , 2 01 0) - - - 07 a 1 0 R B C . 16 R B D . - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Se rr as al m us m ac ul at us (S ER R A , 2 01 0) - 2 fl R B C c/ 0 7 a 10 R B p / fl. - - - - - - - - - - - St et ha pr io n er yt hr op s (S ER R A , 2 01 0) - 07 a 1 0 R B C . - - - - - - - - - - .- - Te tr ag on op te ru s ar ge nt eu s (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - Th ay er ia o bl iq ua (S ER R A , 2 01 0) - 11 a 1 3 R B C . - - - - - - - - - - - - Tr ip or th eu s ne m at ur us (S ER R A , 2 01 0) - >3 0 RB C . - - - - - - - - - - - - X en om el an ir is b ra si lie ns is (P A IV A F IL H O ; G IA N N IN I, 19 90 ) - - 12 a 2 2 R B E . - - - - - - - - - - - Fo nt e: E la bo ra do p el a au to ra . N ot as : C = os so c er at ob ra nq ui al , c /= c om , C /E p= e nt re o o ss o ce ra to br an qu ia l e o o ss o ep ib ra nq ui al , D = ar co b ra nq ui al d ire ito , E = ar co b ra nq ui al e sq ue rd o, E p= o ss o ep ib ra nq ui al . F E= fa ce e xt er na d o ar co , f l= fi le ira , H = os so h ip ob ra nq ui al , H /C = en tre o o ss o hi po br an qu ia l e o o ss o ce ra to br an qu ia l, p/ = po r, PS FE E= p re se nt e so m en te n a fa ce e xt er na d o ar co b ra nq ui al e sq ue rd o, R B = ra st ro (s ) b ra nq ui al (is ), R I= ra m o in fe rio r d o ar co b ra nq ui al , R S= ra m o su pe rio r d o ar co b ra nq ui al , R T= n úm er o to ta l d e ra st ro s b ra nq ui ai s n o ar co b ra nq ui al . + 1= ra st ro b ra nq ui al p re se nt e ou n as ju nç õe s e nt re o h ip ob ra nq ui al e c er at ob ra nq ui al o u na s j un çõ es e nt re o c er at ob ra nq ui al e e pi br an qu ia l; ân gu lo , > = m ai or q ue , < = m en or q ue . 31 Em Prochilodus scrofa Steindachner, 1881 os rastros branquiais se encontram bastantes diminutos no local aonde o arco branquial sofre curvatura. Foram notadas ainda saliências, que se estendem do rastro na sua face interna até a sua face externa, alternado num rastro sim e no outro não (EIRAS-STOFELLA; CHARVET-ALMEIDA, 1998). Tanto na região anterior dos rastros e do arco branquial como naquelas saliências acima citadas, foram visualizados corpúsculos gustativos que estão relacionados ao processo de alimentação dos peixes (EIRAS-STOFELLA; CHARVET-ALMEIDA, 1998). De acordo com Eiras-Stofella e Charvet-Almeida (1998), o alimento depois de ser separado pelos corpúsculos gustativos, é acumulado pelo muco secretado pelas células mucosas que está sobre os canais formados pelas “microridges”. Estas se dispõem em forma concêntrica sobre a superfície das células pavimentosas poligonais presentes nos filamentos secundários, nos arcos e nos rastros branquiais (FONSECA NETO; SPACH, 1999; MACHADO, 1999; EIRAS-STOFELLA; CHARVET-ALMEIDA, 2000; KUMARI et al., 2005) e funcionam como uma capa protetora para essas estruturas contra lesões durante o deslocamento do alimento em direção ao estômago (EIRAS-STOFELLA; CHARVET- ALMEIDA, 1998). Desse modo, as microridges podem exercer a função de aprisionadoras de muco liberada pelas células mucosas (FONSECA NETO; SPACH, 1999; MACHADO, 1999; ARAÚJO et al., 2001; MAZON; CERQUEIRA; FERNANDES, 2002). Os corpúsculos gustativos são estruturas pesentes em várias porções do corpo do peixe - cavidade bucofaríngea, superfície das nadadeiras, lábios, cabeça e sobre todo o corpo (KUMARI et al., 2005; NEUMANN, 2008; ARAÚJO, 2011). Eles apresentam receptores químicos em sua superfície (EIRAS-STOFELLA; CHARVET-ALMEIDA, 1998; KUMARI et al., 2005; LIMA et al., 2009), além de habilitarem-se, às vezes, como um mecanorreceptor (CLAVIJO-AYALA, 2008). Os corpúsculos possuem a função de localizar (CESTAROLLI, 2005; PAES, 2008; ARAÚJO, 2011), reter (OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996), degustar o alimento filtrado (EIRAS-STOFELLA; CHARVET-ALMEIDA, 2000; PAES, 2008; LIMA et al., 2009; ARAÚJO, 2011) e perceber certas substâncias químicas, como aminoácidos (CESTAROLLI, 2005; MAI, 2009). Com isso eles são sítios de sinalização do tipo de alimento ingerido tanto nas brânquias como na cavidade bucofaríngea e nos rastros branquiais (EIRAS-STOFELLA; CHARVET-ALMEIDA, 2000; CESTAROLLI, 2005; KUMARI et al., 2005; CLAVIJO-AYALA, 2008; NEUMANN, 2008; LIMA et al., 2009). Nos rastros branquiais de Trichmycterus brasiliensis foram observados corpúsculos/papilas gustativas baixas, pequenas, redondas e uma longe da outra (OLIVEIRA RIBEIRO; MENIN, 1996). Cestarolli (2005) menciona que algumas das células que compõem o corpúsculo gustativo 32 podem produzir e secretar muco na região do poro, ápice do corpúsculo aonde se encontram os receptores químicos. Nos rastros branquiais, as células mucosas apresentam glicoproteínas neutras ou pouco ácidas, indicando um controle na acidez da secreção, por parte dessas células (LIMA et al., 2009) mediante ao grau de viscosidade (PAULINO, 2011) e que protegem os rastros dos agentes vindos do meio externo (SABÓIA-MORAES et al., 1996; GLUSCZAK, 2008; LIMA et al., 2009) e esta secreção sofre contínua renovação (HARA; THOMPSON, 1978). Nas brânquias, o muco, composto por açúcares e ácidos siálicos (mucos neutros), tem a função de protegê-las para que não sofram nenhuma injúria à passagem de sólidos, embora os mucos ácidos exerçam essa mesma função, eles também retêm o alimento (DUCAN et al., 2010; PAULINO, 2011). Porém Sabóia-Moraes et al. (2011) salientaram que mucos neutros auxiliam normalmente na proteção química, enquanto que os mucos ácidos ajudam contra a abrasão mecânica. Para os autores abaixo, o muco constitui uma linha de defesa contra organismos patogênicos, partículas sólidas e substâncias tôxicas, além de ajudar na osmorregulação (MISRA et al., 1987; MACHADO, 1999; ARAÚJO et al., 2001; GLUSCZAK, 2008; PAES, 2008; DUCAN et al., 2010; SABÓIA-MORAES et al., 2011). Tanto as células claviformes, como as células mucosas, servem para proteção e defesa do organismo, já que as primeiras se localizam entre as células basais do epitélio estratificado dos rastros branquiais, ficando em contato direto com o exterior (LIMA et al., 2009). Nas brânquias de Prochilodus scrofa, assim como em outras espécies de peixe, as células clorídricas servem como um indicador da quantidade de sais presentes na água e no plasma sanguíneo, onde seu número pode variar com a quantidade destas moléculas (EIRAS- STOFELLA; CHARVET-ALMEIDA, 1998; SILVA et al., 2003; CAMARGO; FERNANDES; MARTINEZ, 2009; LIMA et al., 2009). Estas mesmas células contribuem para o papel exercido pelas brânquias nos peixes dulcícolas, na absorção de cloreto de sódio do ambiente (MACHADO, 1999; PISAM et al., 2000; RIBEIRO, 2007; CAMARGO; FERNANDES; MARTINEZ, 2009; LIMA et al., 2009; PAULINO, 2011), como também de cálcio e a de HCO3 - (MACHADO, 1999; CAMARGO; FERNANDES; MARTINEZ, 2009; LIMA et al., 2009 e PAULINO, 2011) e na eliminação de NH4 + e de prótons em água com pH baixo (MACHADO, 1999; LIMA et al., 2009; PAULINO, 2011). Nos teleósteos de água salgada, elas realizam a secreção ativa do cloreto de sódio (MACHADO, 1999; PIECHNIK, 2006; PAULINO, 2011). 33 Mesmo com tanta funcionalidade, os rastros branquiais não estão livres de serem parasitados principalmente por três famílias de Poecilostomatoida (ordem de copépodes) - Ergasilidae, Vaigamidae e Amazonicopeidae (MALTA, 1994) - e por monogenoides (SANCHES; OSTINI; RODRIGUES, 2007). 1.2 Biologia de Astyanax altiparanae (Characidae) Os lambaris ou tambiús pertencem à subfamília Tetragonopterinae, que são estritamente de água doce e, da família Characidae, são os que apresentam o maior número de espécies, sendo o gênero Astyanax o mais comum no Estado de São Paulo (NOMURA, 1975). Os lambaris são altamente utilizados para consumo humano, porém apresentam médio valor comercial devido ao seu pequeno porte. Por outro lado, eles possuem grande valor ecológico como espécie forrageira (GODOY, 1975). Além disso, são considerados transformadores de partículas orgânicas em proteína, que por sua vez deverá alimentar aves e peixes pertencentes a níveis tróficos superiores, como os piscívoros. A espécie A. altiparanae caracteriza-se por apresentar o corpo prateado, com a região ventral esbranquiçada e a região dorsal cinzenta, as nadadeiras caudal, anal e pélvica são amareladas enquanto as demais são hialinas ou levemente amareladas. Na caudal, ainda, há uma faixa mediana negra estendida à extremidade dos raios medianos, separando os lobos superior e inferior. Acima da pupila, há uma mancha amarelo-ferrugem (BRITSKI; SATO; ROSA, 1984) sendo esta espécie conhecida popularmente por lambari relógio ou lambari-de- rabo-amarelo. Contudo, como esta espécie ocorre numa grande diversidade de microambientes, as populações desse lambari não são homogêneas quanto à morfologia. Essa espécie apresenta grande capacidade adaptativa exploratória, utilizando estratégias diferenciadas na estrutura da população (GOMIERO; BRAGA, 2003). Portanto, a elevada plasticidade alimentar de A. altiparanae, bem como sua capacidade de se reproduzir em todos os ambientes, explicam o sucesso desta espécie no processo de colonização de novos habitats. Entretanto, observa-se uma preferência pela permanência em águas mais lênticas. 1.3 Detergentes biodegradáveis Populações de peixes são sensíveis a impactos ambientais resultantes de diversos fatores, seja a introdução de espécies exóticas, de detritos industriais ou residuais, 34 derramamento de óleo, de pesticidas ou de outros agentes, que podem afetar diretamente a ecologia e a sobrevivência das espécies. Os detergentes biodegradáveis, compostos à base de dodecil-benzeno-sulfonato de sódio, são considerados detergentes brandos, por possuírem uma cadeia lateral linear alifática (ALLINGER et al., 1978). Os detergentes utilizados atualmente têm sido alvo de críticas (MISRA et al., 1985; MUNGRAY; KUMAR, 2009). Segundo Brown e Mitrovic e Stark (1968) a toxicidade oriunda do detergente se eleva com o aumento do comprimento de sua cadeia. Além disso, não se trata apenas do problema da biodegradação, mas também do elevado teor de fosfato (de até 50%) que aumenta a eficiência na limpeza e é responsável, quando as águas residuais são despejadas em rios e lagos, pelo aumento na velocidade de crescimento e reprodução de algas e ervas daninhas (ALLINGER et al., 1978). Este processo é conhecido como eutrofização, que faz com que diminua o teor de oxigênio disponível nas águas, com efeitos graves sobre a vida animal (ALLINGER et al., 1978). 1.4 Justificativa O presente estudo se justifica pelo fato desta parte das brânquias ser muito importante no processo de seleção do alimento, e ser muito pouco estudada principalmente nos animais das bacias hidrográficas do estado de São Paulo. 35 2 OBJETIVO Nosso estudo pretendeu analisar os rastros branquiais de Astyanax altiparanae, com o intuito de se inferir sobre a sua eficácia no processo de sinalização de agentes poluidores e/ou perturbadores da fisiologia do órgão em questão. 36 3 MATERIAL Para a realização do presente experimento foram utilizados sessenta indivíduos da espécie Astyanax altiparanae, com o mesmo estágio de desenvolvimento, obtidos junto ao ICMBio/CEPTA – Instituto Chico Mendes (Pirassununga, SP), amostrados no rio Mogi- Guaçu. Os peixes foram analisados separadamente em períodos distintos (ver na Seção 4.1 Amostragem e Tratamentos). Foram mantidos em duas caixas de polietileno com capacidade de 500 litros cada, que receberam amostras de água do tratamento e do controle. Detergente (D): água com poluentes do tipo detergentes biodegradáveis (veja na Seção 4 Método, logo abaixo); Controle (C): água limpa coletada no poço artesiano, situado na UNESP (Rio Claro). Para as análises ultraestruturais foram utilizadas as instalações do Centro de Microscopia Eletrônica da UNESP, Rio Claro, enquanto para as analises histológicas foram utilizados microscópios Leica CM 2000 do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências da UNESP, Rio Claro. Para todas as análises foi utilizado o primeiro arco branquial esquerdo dos indivíduos. 37 4 MÉTODOS 4.1 Amostragem e Tratamentos Foram utilizados 03 casais, sendo as matrizes escolhidas ao acaso para a reprodução, garantindo a manutenção da variabilidade genética dos indivíduos para o experimento. Os mesmos foram colocados em caixas de polietileno de 500 litros (Figura 1) e a exposição ao poluente foi realizada por um período total de 05 meses, sendo que foram realizadas duas coletas, uma após o primeiro mês de experimento e outra ao final dos 05 meses. Os animais foram alimentados com a mesma ração fornecida no ICMBio/CEPTA – Instituto Chico Mendes. Figura 1 – Estrutura montada na UNESP – Câmpus de Rio Claro, contendo caixas de polietileno de 500L, nas quais parte do experimento foi realizado. Fonte: Bruno Fiorelini Pereira O grupo controle foi exposto à água comprovadamente pura do poço artesiano da UNESP, Rio Claro, que recebe posterior tratamento com cloro, segundo as normas da SABESP, para eliminar as possíveis contaminações da mesma. O grupo detergente foi exposto a uma diluição na proporção de 1:1000000 de uma mistura de 10 marcas de detergentes biodegradáveis comerciais, que foram acrescidas na mesma água utilizada no grupo controle, para que os parâmetros químicos, como a concentração de cloro fossem mantidas as mesmas. Para uma melhor análise dos resultados obtidos, amostras das águas do grupo controle e do detergente foram analisadas no Laboratório de Análise de Águas do 38 Departamento de Geologia Aplicada do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, Câmpus de Rio Claro. Estas análises foram realizadas para os dois experimentos deste trabalho, seguindo as normas do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2005), para os parâmetros descritos abaixo: Foi realizada a determinação de metais por ICP-AES para os elementos: Ba, Ca, Cd, Co, Cr(t), Cu, Fe, Mg, Mn, Ni, P(t), Pb, Si, Sr e Zn. Os ânions: Cl-, ClO2 -, F-, NO2 -, NO3 -, PO4 3-, SO4 -2, acetato e oxalato mais os cátions K+, Li+, Na+ e NH4 + foram determinados por cromatografia iônica. Foi realizada também a análise de pH, condutividade, alcalinidade total e carbonatos por titulação potenciométrica. Poucos estudos abordam os valores de toxicidade dos detergentes biodegradáveis, segundo Roy (1988a) a DL50 para diversos grupos de peixes varia entre 7ppm e 22,5ppm. Nesse sentido, o presente estudo utilizou uma diluição de 1ppm, pois visou detectar alterações histológicas já com níveis baixíssimos de agente poluentes, tendo em vista que a diluição de detergentes em rios, não deva exceder este valor. Antes de sacrificados para a coleta do órgão a ser analisado, os animais foram anestesiados em solução de benzocaína (0,1g de benzocaína em 1mL de álcool etílico para cada 100mL de água deionizada), para amenizar o sofrimento dos indivíduos durante o processo de dissecação. 4.2 Análises histológicas Para a análise histológica, foram sacrificados ao todo 24 indivíduos sendo 06 de cada grupo, em cada coleta. Os primeiros arcos branquiais esquerdos de todos os peixes foram retirados e um fragmento dos mesmos foi fixado em Bouin aquoso e em paraformoldeído 0,4%, desidratado em álcool, preparado para a técnica de inclusão em resina, com reações em Hematoxilina – Eosina, para a análise de possíveis alterações na morfologia do órgão, em PAS e em Azul de Alcian pH= 1,0 e 2,5, para detecção das células de muco. Outros fragmentos também foram fixados em formol neutro, para a reação de Von Kossa, para a visualização das células de cloro segundo Pereira e Caetano (2009) e em Karnovisky para a análise ultramorfológica. - Hematoxilina e Eosina: segundo Beçak e Paulete (1976), para a realização desta técnica as lâminas foram deixadas em água destilada por 1 min., coradas com hematoxilina 39 por 5 min., reagiram com água por 4 min., foram lavadas em água corrente, coradas com eosina por 5 min. e lavadas novamente em água corrente. - PAS (Ácido Periódico de Schiff): segundo Beçak e Paulete (1976), para a realização desta técnica as lâminas foram deixadas em ácido periódico 0,4% por 10 min., depois lavadas em água destilada, reagiram com o reativo de Schiff por 1h no escuro, em seguida lavadas em água sulforosa (3 banhos de 1 min. cada) e por fim, lavadas em água corrente por 10 min. - Azul de Alcian (pH= 1,0): segundo Beçak e Paulete (1976), a técnica consiste em lavar o material em água destilada e depois corar com azul de Alcian pH= 1,0 durante 15 min. e em seguida, lavar em água destilada. - Azul de Alcian (pH= 2,5): segundo Beçak e Paulete (1976), a técnica consiste em lavar o material em água destilada e depois corar com azul de Alcian pH= 2,5 durante 15 min. e em seguida, lavar em água destilada. - Von Kossa: segundo Pereira e Caetano (2009), para a realização desta técnica as lâminas foram coradas por 20 min. com nitrato de prata, depois lavadas rapidamente em água, reveladas com D-72 por 1 min., tratadas com tiossulfato 5% por 30 min. e em seguida lavadas em água destilada. - Microscopia Eletrônica de Varredura: o material foi fixado em Karnovisky no mínimo por 2 horas. Depois foi desidratado em acetona (numa bateria de 50% até 100%, a cada 5 min., sendo duas vezes em Acetona pura), e em seguida levado ao ponto crítico. Então o material foi colado nos stubs com fita dupla face. Os stubs foram levados ao Sputtering para cobrir o material com carbono e ouro e foi observado ao Microscópio Eletrônico de Varredura modelo Hitachi TM3000. 40 5 ANÁLISE ESTATÍSTICA Foram consideradas as células de muco presentes em 10 rastros de mesmo tamanho. As médias da contagem das células supracitadas entre os grupos controle e o exposto ao detergente foram comparadas pelo teste F de homogeneidade de variância (BERQUÓ; SOUZA; GOTLIEB, 1981; ZAR, 1999), no Microsoft Office Excel 2007 (MICROSOFT CORPORATION, 2007). Em seguida, foi aplicado o teste Shapiro-Wilk para ver se havia ou não normalidade entre os grupos estudados. Como não houve normalidade usou o teste Mann- Whitney (BERQUÓ; SOUZA; GOTLIEB, 1981; ZAR, 1999; AYRES, 2011), independente da igualdade ou não das variâncias, sendo estas últimas análises realizadas no software BioEstat 5 (AYRES et al., 2007). 41 6 RESULTADOS 6.1 Histologia dos rastros branquiais do arco branquial esquerdo de A. altiparanae 6.1.1 Análise de 30 dias Com 01 mês de experimento, as análises histológicas mostraram através da contagem de células de muco, que o grupo detergente apresentou alterações nos rastros branquiais. As células de muco que reagiram às técnicas PAS, AB pH= 2,5, PAS/AB pH= 2,5/ AB pH= 1,0 e AB pH= 1,0, foram nomeadas em células de muco tipo 1, 2, 3 e 4, respectivamente, de acordo com Paulino (2011). Pelo teste de Mann-Whitney, verifica-se que não ocorreram variações significativas nos números de células de muco tipo 1 [PAS+] e 4 [AB+ (pH= 1,0)], com p > 0,05, porém, quando analisadas as células de muco do tipo 2 [AB+ (pH= 2,5)] e 3 [PAS+/AB+ (pH= 2,5)/ AB+ (pH= 1,0)], pode-se observar proliferação destas no grupo detergente, com p < 0,05 (Tabela 1) (Figuras 3 A e B, 4 A e B). Tabela 1 – Média e o desvio padrão dos 04 tipos de células de muco para cada grupo no tempo de 01 mês e os resultados estatísticos (p) pelo teste de Mann-Whitney entre o grupo controle e o grupo detergente. Observe as diferenças significativas nas células do tipo 2 e 3 entre os grupos. Grupo Controle Grupo Detergente Resultados Estatísticos (p) 1 mês 1 mês Célula de muco: Tipo 1 [PAS+] M= 31,1 DP= 14,8 M= 39,5 DP= 19,9 ns Célula de muco: Tipo 2 [AB+ (pH= 2,5)] M= 9,4 DP= 7,8 M= 18,6 DP= 3,7 < 0,05 Célula de muco: Tipo 3 [PAS/AB+ (pH= 1,0)/AB+ (pH= 2,5)] M= 8,6 DP= 9,3 M= 28,5 DP= 17,2 < 0,05 Célula de muco: Tipo 4 [AB+ (pH= 1,0)] M= 10,7 DP= 11,1 M= 16,3 DP= 8,6 ns Fonte: Elaborado pela autora. Notas: DP= desvio padrão, M= média, ns= não significativo. 42 Nota-se que as células de muco, presentes nos rastros branquiais de peixes expostos ao detergente reagiram à técnica de Von Kossa (Figura 2 A). O mesmo não é observado nos rastros branquiais de peixes do grupo controle (Figura 2 B), indicando que essas células estão auxiliando na osmorregulação. No entanto, nenhuma célula de cloro é observada nessa técnica, em ambos os grupos. São observados corpúsculos gustativos nos rastros branquiais tanto no grupo controle quanto no grupo exposto ao detergente, como visto nas Figuras 3 A, 5 A e B. 43 Figura 2 – Rastros branquiais de A. altiparanae. A. Mostra as células de muco (CM) no rastro branquial (RB) do grupo detergente que reagiram à técnica de Von Kossa. B. Mostra que não houve nenhuma reação dessas células no rastro branquial do grupo controle à técnica de Von Kossa. Fonte: Elaborado pela autora. 44 Figura 3 – Rastros branquiais de A. altiparanae. A. Mostra muitas células de muco (CM) por toda a superfície do rastro branquial (RB) do grupo detergente. Observe um corpúsculo gustativo (CG) na extremidade dele. Técnica de PAS. B. Mostra poucas células de muco com reação positiva para a técnica PAS na superfície do rastro branquial do grupo controle. Fonte: Elaborado pela autora. 45 Figura 4 – Rastros branquiais de A. altiparanae. A. Mostra muitas células de muco (CM) com reação fortemente positiva à técnica de Azul de Alcian pH= 2,5 no rastro branquial (RB) do grupo detergente. B. Mostra poucas células de muco com reação positiva para a técnica de Azul de Alcian pH= 2,5 pela superfície do rastro branquial do grupo controle. Fonte: Elaborado pela autora. 46 Figura 5 – Rastros branquiais de A. altiparanae. A. Detalhe do rastro branquial (RB) do grupo controle, aonde pode ser observado um corpúsculo gustativo (CG) em sua região ventral. Técnica de H-E. B. Rastro branquial do grupo detergente mostrando as células de muco (CM) bem conspícuas e um corpúsculo gustativo (campo superior da Figura). Técnica de H-E. Fonte: Elaborado pela autora. 47 6.1.2 Análise de 05 meses Quando analisadas as quantidades de células de muco dos tipos 2, 3 e 4 não são encontradas diferenças significativas entre os grupos, com p > 0,05, ao contrário das células de muco do tipo 1, em que se observaram uma redução no número destas no grupo detergente em relação ao do grupo controle, com p < 0,05, para o teste Mann-Whitney (Tabela 2). Tabela 2 – Média e o desvio padrão dos 04 tipos de células de muco para cada grupo no tempo de 05 meses e os resultados estatísticos (p) pelo teste de Mann-Whitney, entre o grupo controle e o grupo detergente. Observe a diferença significativa nas células do tipo 1 entre os grupos. Grupo Controle Grupo Detergente Resultados Estatísticos (p) 5 meses 5 meses Célula de muco: Tipo 1 [PAS+] M= 24,8 DP= 10,8 M= 11,0 DP= 5,6 < 0,05 Célula de muco: Tipo 2 [AB+ (pH= 2,5)] M= 14,2 DP= 12,8 M= 6,2 DP= 5,3 ns Célula de muco: Tipo 3 [PAS/AB+ (pH= 1,0)/AB+ (pH= 2,5)] M= 20,8 DP= 6,9 M= 11,8 DP= 12,4 ns Célula de muco: Tipo 4 [AB+ (pH= 1,0)] M= 14,1 DP= 7,6 M= 6,1 DP= 3,0 ns Fonte: Elaborado pela autora. Notas: DP= desvio padrão, M= média, ns= não significativo. É observado para a técnica de Von Kossa, que novamente as células de muco presentes nos rastros branquiais do grupo detergente reagiram a essa técnica (Figuras 6 B e C). Nota-se, ainda, a liberação de secreção do conteúdo das células de muco na região distal dos rastros (Figuras 6 B e C). Nos rastros de peixe do grupo controle observa-se que nenhuma célula de muco reagiu à técnica de Von Kossa, como pode ser visto na Figura 6 A. No entanto, nenhuma célula de cloro é visualizada nessa técnica, em ambos os grupos. A diminuição no número de células de muco nos rastros branquiais de peixes expostos ao detergente pode ser constatada quando comparada com aquelas de peixes do grupo controle, independente do tamanho dos rastros, como pode ser visto nas Figuras 7 A e B, devido possivelmente à hipersecreção de muco. 48 Observa-se ainda nas Figuras 8 A e B a liberação do conteúdo das células de muco dos rastros branquiais expostos ao contaminante, onde se nota o muco por toda a superfície dos rastros. São vistos corpúsculos gustativos e dentículos nos rastros branquiais, que auxiliam na seleção e retenção de alimentos, respectivamente, como os visualizados nas Figuras 9 A e B. 49 Figura 6 – Rastros branquiais de A. altiparanae. A. Rastro branquial (RB) do grupo controle sem reação à técnica de Von Kossa. B. Mostra células de muco (CM) próximo do arco branquial (AB) do grupo detergente. Técnica de Von Kossa. C. Mostra as células de muco liberando seu conteúdo, como pode ser notado na borda (em marrom claro) do ápice do rastro branquial do grupo detergente. Técnica de Von Kossa. Fonte: Elaborado pela autora. 50 Figura 7 – Rastros branquiais de A. altiparanae. A. Mostra muitas células de muco (CM) no rastro branquial (RB) do grupo controle. Técnica de Azul de Alcian pH= 1,0. B. Mostra menor número de células de muco no rastro branquial do grupo detergente, além de células de muco liberando seu conteúdo (indicado pela borda azul). Técnica de Azul de Alcian pH= 1,0. Fonte: Elaborado pela autora. 51 Figura 8 – Rastros branquiais de A. altiparanae do grupo detergente. A. Vista geral do rastro branquial (RB) mostrando a liberação de muco pelas células de muco (indicado pela borda azul ao redor do rastro). Técnica de Azul de Alcian pH= 1,0. B. Detalhe de uma célula de muco liberando seu conteúdo (indicado pela seta). Técnica de Azul de Alcian pH= 2,5. Fonte: Elaborado pela autora. 52 Figura 9 – Rastros branquiais (RB) de A. altiparanae do grupo detergente. A. Mostra dois corpúsculos gustativos (CG) em seu ápice. Células de muco (CM). Técnica de Von Kossa B. Mostra dois dentículos (D) em sua lateral direita. Técnica de H-E. Fonte: Elaborado pela autora. 6.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) do arco branquial esquerdo de A. altiparanae 6.2.1 Análise de 30 dias Em menor aumento, como visto na Figura 10, observa-se que os rastros branquiais variam de tamanho ao longo do arco branquial esquerdo e que eles se localizam opostos às brânquias, voltados em direção à cavidade bucofaringeana. Eles também apresentam estruturas tais como os corpúsculos gustativos, que dispõem em sua região ventral (Figura 13 A) e os dentículos, que situam em suas laterais (Figura 10). Nas Figuras 11 A e B notam-se que a epiderme dos rastros branquiais é formada por células pavimentosas. Elas apresentam formato poligonal, sendo estas encontradas em vários tamanhos e são delimitadas por uma microprega. Essas células apresentam-se lisas na região dorsal e enrrugadas na região ventral dos rastros. Em seu interior observa-se microssaliências concêntricas, algumas vezes irregulares, chamadas microridges. As células de muco não são observadas no órgão em questão, a indicação