Universidade Estadual Julio Mesquita Filho Letícia Isabel Santos Gonçalves de Freitas Uma análise da percepção dos efeitos preventivos dos exercícios frente efeitos colaterais do anticoncepcional de via oral BAURU 2023 2 Letícia Isabel Santos Gonçalves de Freitas Uma análise da percepção dos efeitos preventivos dos exercícios frente efeitos colaterais do anticoncepcional de via oral Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para aprovação no curso de Educação Física da Faculdade de Ciências, Campus de Bauru, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Prof. Sandra Lia do Amaral Cardoso Bauru 2023 3 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todos que me deram apoio e suporte nesta caminhada. Sem amigos e família eu não seria nada. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, por estar comigo todos os dias e nunca me permitir desistir. Aos meus pais, por todo apoio e deixarem eu seguir o meu sonho. Minha segunda família, Republica Vem Caipira, por cada sorriso, momentos, memórias, jantas, festas, apoio, reuniões... Viver com vocês foi crescer, amadurecer e amar. Obrigada por tudo. Aos meus professores por todo conhecimento. Gratidão! TEMPO “A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando de vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é natal… Quando se vê, já terminou o ano… Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado… Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas… Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo… E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.” Mario Quintanna. 6 RESUMO O aparelho Reprodutor Feminino é um sistema composto por estruturas internas e externas. Os principais períodos que marcam o sistema reprodutivo é o começo, ou seja, a menacme e a menarca, que correspondente ao declínio hormonal e fim dos ciclos reprodutivos. Os anos reprodutivos da mulher se caracterizam por variações cíclicas mensais correspondente à secreção dos hormônios femininos e às alterações nos ovários e no útero, resultando em um ciclo sexual mensal médio de 28 dias. A contracepção diz respeito aos métodos com o objetivo impedir uma gravidez indesejada. Ao se dissociar da reprodução e do sexo, é um recurso utilizado algumas vezes para redução das cólicas, regularização do ciclo menstrual, diminuição da acne, incidência diminuída de anemia e de gravidez ectópica, proteção contra o câncer de ovário e doença benigna da mama e aumento do prazer sexual. O anticoncepcional hormonal consiste na utilização de drogas hormonais, em dose adequada, que podem ser composta de um hormônio ou combinado com dois hormônios. Devido a sua eficácia e praticidade e, por não interferir na vida sexual, o anticoncepcional de via oral é o método mais utilizado, mas induz vários efeitos colaterais, que podem ou ser ser melhorados com a prática de exercício físico. O objetivo deste estudo foi identificar a percepção dos possíveis benefícios do treinamento físico nos efeitos colaterais determinados pelo uso crônico de anticoncepcionais de via oral. Foi realizado um estudo do tipo transversal e qualitativo com a amostra composta por usuárias de anticoncepcional, com idade superior a 18 anos. As participantes poderiam ser praticantes ou não de exercícios físicos. Como critério de exclusão foi determinado se a praticante não utilizasse anticoncepcionais ou se estivesse na menopausa. Para realizar esta pesquisa, as participantes leram, responderam e assinaram um termo de consentimento para participação voluntária no estudo, que encontrava-se em anexo, no próprio formulário. Foi utilizado um formulário criado a partir do Google Forms, o qual continha 14 questões de múltipla escolha. A coleta foi realizada entre julho e outubro de 2022 e o convite foi realizado a partir de divulgação nas mídias sociais como Whatsapp, Instagram e Facebook. Os principais achados deste presente estudo demonstram que a maioria das mulheres que usam contraceptivos orais sentem seus efeitos colaterais e que a prática de exercícios parece não evitar estes efeitos. No entanto, os resultados demonstraram que as praticantes de dois ou mais tipos de exercícios físicos, com duração semanal de pelo menos 150 minutos, perceberam uma atenuação dos efeitos colaterais. Assim, a recomendação de exercícios regulares, por pelo menos 150 minutos semanais, principalmente a combinação de dois ou mais tipos diferentes, deve ser reforçada para as mulheres usuárias de anticoncepcionais orais, no sentido de atenuar seus efeitos colaterais. Palavras Chaves: Prevenção, Atividade Física, Contracepção, Hormônios, Saúde 7 ABSTRACT The Female Reproductive apparatus is a system composed of internal and external structures. The main periods that mark the reproductive system are the beginning, that is, menacme and menarche, which corresponds to the hormonal decline and end of the reproductive cycles. A woman's reproductive years are characterized by monthly cyclical variations corresponding to the secretion of female hormones and changes in the ovaries and uterus, resulting in an average monthly sexual cycle of 28 days. Contraception refers to methods aimed at preventing unwanted pregnancies. By dissociating itself from reproduction and sex, it is sometimes used to reduce colic, regulate the menstrual cycle, reduce acne, reduce the incidence of anemia and ectopic pregnancy, protect against ovarian cancer and benign breast disease, and increased sexual pleasure. Hormonal contraceptives consist of the use of hormonal drugs, in an appropriate dose, which can be composed of one hormone or combined with two hormones. Due to its effectiveness and practicality, and because it does not interfere with sex life, oral contraceptives are the most used method, but they induce several side effects, which can or can be improved with physical exercise. The objective of this study was to identify the perception of the possible benefits of physical training in the side effects determined by the chronic use of oral contraceptives. A cross-sectional and qualitative study was carried out with a sample composed of contraceptive users aged over 18 years. The participants could be practitioners or not of physical exercises. As an exclusion criterion, it was determined if the practitioner did not use contraceptives or if she was in menopause. To carry out this research, the participants read, answered and signed a consent form for voluntary participation in the study, which was attached to the form itself. A form created from Google Forms was used, which contained 14 multiple-choice questions. The collection was carried out between July and October 2022 and the invitation was made through disclosure on social media such as Whatsapp, Instagram and Facebook. The main findings of this present study demonstrate that most women who use oral contraceptives feel their side effects and that the practice of exercises does not seem to avoid these effects. However, the results showed that practitioners of two or more types of physical exercises, with a weekly duration of at least 150 minutes, noticed an attenuation of side effects. Thus, the recommendation of regular exercise for at least 150 minutes a week, especially the combination of two or more different types, should be reinforced for women using oral contraceptives, in order to mitigate their side effects. Keys: Prevention, Physical Activity, Contraception, Hormones, Health 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Distribuição em frequência das voluntárias de acordo com a idade da menarca (n=54). ........................................................................................................ 18 Figura 2. Métodos contraceptivos utilizados. (n=54).................................................. 18 Figura 3. Tempo de utilização do método contraceptivo (n=54). ............................... 19 Figura 4. Efeitos colaterais das usuárias de anticoncepcionais. (n=54) .................... 19 Figura 5. Relação de prática de exercício físico entre as mulheres que sentiram efeitos colaterais dos anticoncepcionais (n=52) ........................................................ 20 Figura 6. Relação entre usuárias de anticoncepcional de tempo de prática de exercícios. (n=37). ..................................................................................................... 21 Figura 7. Porcentagem de usuárias de anticoncepcional praticantes de exercícios que sentiram ou não diferença nos efeitos colaterais. (n=37).................................... 21 Figura 8. Quantidade de exercício praticada pelas usuárias que sentiram diferença nos efeitos colaterais dos anticoncepcionais (n=37). ................................................ 22 Figura 9. Tempo de prática de atividade física das usuárias que sentiram diferença nos efeitos colaterais (n=24)...................................................................................... 22 Figura 10. Quantidade de exercícios praticada pelas usuárias que não sentiram diferença nos efeitos colaterais dos anticoncepcionais (n=13). ................................. 23 Figura 11. Tempo de prática de exercício entre as usuárias que não sentiram diferença nos efeitos colaterais dos anticoncepcionais (n=13). ................................. 23 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8 1.1 FISIOLOGIA E ANATOMIA FEMININA ................................................................................ 8 2.2 CICLOS REPRODUTIVOS .................................................................................................. 9 1.3 PLANEJAMENTO FAMILIAR ............................................................................................ 10 1.4 CONTRACEPTIVOS ORAIS: MECANISMOS DE AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS ........ 11 1.5 EFEITOS PREVENTIVOS DA ATIVIDADE FÍSICA ........................................................... 13 2. OBJETIVO ....................................................................................................................... 15 3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 16 4. RESULTADOS ................................................................................................................. 18 5. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 24 6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 27 7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 28 10 1. INTRODUÇÃO 1.1 FISIOLOGIA E ANATOMIA FEMININA O aparelho Reprodutor Feminino é um sistema composto por estruturas internas e externas. Os órgãos correspondente à genitália interna do aparelho reprodutor feminino inclui os ovários, tubas uterinas, útero e vagina. Os ovários armazenam e produzem os óvulos desde o nascimento até o fim do ciclo reprodutivo. Eles também produzem os hormônios progesterona e estrógeno, atuantes no útero e que são responsáveis pela ovogênese. As tubas uterinas são dois ductos conectados que unem o ovário ao útero, a qual é formada por um epitélio de revestimento de células ciliadas e tem como função realizar o peristaltismo do óvulo em direção ao útero. Em cada ciclo mensal, apenas um óvulo é expelido do folículo ovariano para que assim ocorra a fecundação dentro da tuba uterina, cursando da tuba até o útero (GUYTON & HALL, 2017). O útero é um importante órgão de passagem para o espermatozóide, onde o ovócito fertilizado se implanta e se desenvolve como feto. Ele é um órgão revestido por 3 camadas, a saber: 1: Uma camada fina externa de tecido conectivo chamada perimétrio; 2: Uma camada intermédia denominada miométrio 3: Uma camada interna, denominada endométrio. Quando um óvulo não é fecundado, ele é desintegrado por meio da descamação do endométrio, também denominada como menstruação. Já a vagina tem como função captar o pênis durante o ato sexual, saída do fluxo menstrual e passagem do feto. Externamente, o aparelho reprodutor feminino é denominado vulva, onde encontram-se os grandes e pequenos lábios, uretra, clitóris e óstios da uretra (GUYTON & HALL, 2017). As funções reprodutoras femininas divide-se em 2 fases principais: 1. Preparação do corpo da mulher para a concepção da gravidez. 2. Período da própria gestação. 11 Os principais períodos que marcam o sistema reprodutivo é o começo, quando ocorre a menacme e a menarca, correspondente ao declínio hormonal e fim dos ciclos reprodutivos. Os anos reprodutivos da mulher se caracterizam por variações cíclicas mensais correspondente à secreção dos hormônios femininos e às alterações nos ovários e no útero, resultando em um ciclo mensal médio de 28 dias. Neste ciclo, apenas um só óvulo costuma ser liberado dos ovários a cada mês e o endométrio uterino é preparado para a implantação do óvulo fertilizado (GUYTON & HALL, 2017). 2.2 CICLOS REPRODUTIVOS O ciclo reprodutivo feminino é dividido em 3 fases de acordo com os eventos que ocorrem nos ovários (ciclo ovariano), útero (ciclo uterino) e secreção hormonal. O ciclo hormonal é primariamente responsável pelo ciclo ovariano e uterino. (SILVERTHORN, 2016). Nele, ocorre a liberação do libertador de gonadotrofinas (GNRH) no hipotálamo atuando sobre a adenohipófise, fator liberador dos hormônios sexuais foliculoestimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). As principais funções desses hormônios são: indução a secreção inicial de estrógenos através dos folículos em crescimento e induzir a maturação dos folículos ovarianos e a secreção de estrógenos, levando à ovulação. Estes hormônios seguem pela circulação sanguínea agindo nas células endócrinas, estimulando a função ovariana. Os ovários produzem os hormônios esteróides como progesterona e estrógeno, os quais atuam por meio de feedback negativo, para a diminuição do FSH e LH. Compreende o ciclo ovariano a eventos associados ao desenvolvimento de um ovócito, tendo em média uma duração de 28 dias onde hormônios gonadotróficos da hipófise anterior realizam a preparação de 8 a 12 novos folículos nos ovários. Um desses folículos finalmente amadurece e ovula no 14° dia do ciclo. (GUYTON & HALL, 2017). O Ciclo Ovariano é dividido em 3 partes: 1. Fase folicular: Formação do Folículo Ovariano responsável pelo crescimento folicular mediado por FSH; 2. Ovulação: Maturação e Liberação dos ovócitos; 12 3. Fase lútea: O corpo lúteo secreta grande quantidade de estrogênio e progesterona. Depois de aproximadamente duas semanas, o corpo lúteo degenera, em resposta a diminuição dos hormônios progesterona e estrogênio iniciando a menstruação, assim inicia-se um novo ciclo. (GUYTON & HALL, 2017). O ciclo uterino ocorre na parede endometrial do revestimento do útero, que opera por meio dos seguintes estágios: 1. Proliferação de tecido endometrial uterino; 2. Fase secretora; 3. Descamação (fase menstrual); Depois de ocorrer a ovulação, o endométrio sofre alterações proliferativas a fim de promover condições apropriadas à implantação do óvulo fertilizado. Se a gestação não ocorrer, a célula lutea sofre degeneração. A produção de progesterona e de estrogênio diminui, e assim, a secreção de FSH e de LH aumenta e a camada superficial do endométrio contraem. Cerca de dois dias após o corpo lúteo parar de funcionar, ou 14 dias após a ovulação, o endométrio começa a descamar a sua camada superficial, iniciando a menstruação. (GUYTON & HALL, 2017). 1.3 PLANEJAMENTO FAMILIAR O programa de assistência integral à saúde da mulher (PAISM) é um programa com o objetivo de atenção primária à mulher, que conta com a inclusão do planejamento familiar, que tem como objetivo o controle da natalidade. O planejamento familiar é uma das ações que orienta a população a tomarem as suas próprias decisões de forma consciente e voluntária sobre o desejo ou não de reproduzir o número de filhos que quiser, o momento adequado e o método contraceptivo a ser utilizado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). EM 1984, o Ministério da Saúde elaborou o PAISM, incluindo a provisão de ações educativas, preventivas, realizando a assistência à mulher em clínica ginecológica, incluindo suas necessidades desde o pré-natal, em prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, câncer, planejamento familiar, entre outras necessidades (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1984). 13 No dia 12 de janeiro de 1996, o projeto de lei que regulamenta o Planejamento Familiar foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República. A lei assegurada na Constituição Federal e na Lei n° 9.263, estabelece diretrizes que garantem o legislador direito e acesso aos serviços de planejamento familiar às políticas de controle demográfico, na qual o Sistema Único de Saúde (SUS) está obrigado a garantir à mulher, ao homem ou ao casal, assistência e liberdade da decisão e a responsabilidade do estado em prover recursos educacionais à concepção e contracepção (COSTA, 2009). O planejamento familiar recomenda que seja oferecido o conjunto de tecnologias disponíveis para a anticoncepção e que a atenção seja realizada com atenção à saúde. Estabelece-se ainda que o planejamento familiar deve incluir ações para a anticoncepção e também atenção aos casos de infertilidade. Ao recomendar o conjunto dos métodos anticoncepcionais disponíveis, o exercício da autonomia depende das alternativas contraceptivas e disponibilidade dos métodos contraceptivos nos serviços de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). 1.4 CONTRACEPTIVOS ORAIS: MECANISMOS DE AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS A contracepção diz respeito aos métodos com o objetivo impedir uma gravidez indesejada. Ao se dissociar da reprodução e do sexo, é um recurso utilizado algumas vezes para redução das cólicas, regularização do ciclo menstrual, diminuição da acne, incidência diminuída de anemia e de gravidez ectópica, proteção contra o câncer de ovário e doença benigna da mama e aumento do prazer sexual (MARMITT, 2006 apud ALMEIDA e ASSIS, 2017). A contracepção pode ser realizada por métodos reversíveis e ou definitivos. A escolha do anticoncepcional a ser utilizado deve ser feita de acordo com as necessidades e características de cada mulher. Os métodos contraceptivos encontrados hoje no mercado são hormonais: pílulas orais, adesivos, injeções, implantes cutâneos e anel vaginal; métodos de barreira: preservativo feminino, preservativo masculino, diafragma e espermicidas, dispositivo intrauterino (DIU) de cobre ou com hormônios, e métodos definitivos, como a vasectomia e ligadura de trompas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). O anticoncepcional hormonal consiste na utilização de drogas hormonais, em 14 dose adequada, que podem ser composta de um hormônio (individual) ou combinado com dois hormônios: progestágeno ou associação do progestágeno com um estrógeno. Devido a sua eficácia e praticidade e, por não interferir na vida sexual, o anticoncepcional de via oral é o mais utilizado no Brasil. (HERTER e ACCETA, 2001). Sua ação acontece por meio de influência no eixo neuroendócrino, alterando o mecanismo de estimulação ovariana pelas gonadotrofinas e pela interferência direta sobre os mecanismos de feedback. Eles podem ser divididos em combinados - monofásico, bifásico e trifásico, minipílulas e interceptivos (pós-coito). Seu mecanismo de ação está relacionados aos hormônios que designam a inibição da ovulação, principalmente os progestágenos, onde não há produção de FSH e maturação do óvulo (FEBRASGO, 2015). Os monofásicos apresentam estrógenos e progestágenos em concentrações iguais em todas as pílulas. Os bifásicos correspondem à dose de progesterona variando duas vezes durante o ciclo artificial e o estrogênio permanece com a mesma dose durante seu uso. Já os trifásicos correspondem à variações triplas nas doses dos hormônios. Já minipílulas apresentam apenas progesterona e não atuam de maneira anovulatórias por apresentarem uma dosagem baixa em relação aos outros anticoncepcionais de via oral (FEBRASGO, 2015). A ação da progesterona no contraceptivo oral se dá pela inibição da secreção do hormônio LH por meio do feedback negativo, assim impedindo a ovulação. Ela altera o muco cervical tornando-o mais espesso e hostil, determina atrofia das glândulas endometriais, interferindo na implantação do concepto e, por fim, altera a motilidade e secreção das trompas uterinas, impedindo o transporte do ovócito e do embrião. Os efeitos adversos do progesterona são: aumento de apetite, flutuações de humor, depressão, diminuição da libido, fadiga, acne, aumento do tamanho das mamas, alteração do metabolismo de lipídios e carboidratos. Já o estrogênio tem seu mecanismo de ação dado pela inibição da secreção de FSH, importante no crescimento folicular, potencializa a ação do progestogênio e mantém o padrão de sangramento cíclico. Em consequência, sua principal ação e a interferência no crescimento folicular. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (2009), os estrogênios também apresentam funções que não estão diretamente relacionadas com a produção, mas com o metabolismo. Dentre eles pode-se citar: diminuição do colesterol total/lipoproteína de baixa densidade, aumento a lipoproteína de alta densidade, atenua o aumento da 15 glicemia e dos triglicerídeos, aumento das enzimas e proteínas, aumento fatores de coagulação e aumento da antitrombina. Já, quando estrogênios e progestágenos são associados, podem trazer efeitos como: sensibilidade mamária; cefaléia; hipertensão arterial e infarto do miocárdio (FEBRASGO, 2015). 1.5 EFEITOS PREVENTIVOS DA ATIVIDADE FÍSICA A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que demanda gasto energético acima dos níveis de repouso (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021). Atualmente a prática regular de atividade física vem sendo recomendada pela Organização Mundial de Saúde, principalmente para a prevenção de várias doenças cardiometabólicas associadas ao sedentarismo, tais como, obesidade, sindrome metabólica, hipertensão, entre outras. Neste sentido, recomenda-se a prática de pelo menos 150 a 300 minutos/semana de atividades moderadas e 75 minutos/semana para atividades vigorosas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021). Os exercícios físicos (EF) são atividades físicas planejadas com o objetivo de melhorar ou manter as capacidades físicas e o peso adequado, e devem ser prescritas apenas por profissionais de educação física (MINISTÉRIO SAÚDE, 2021). A prática de EF ao longo do tempo pode provocar diversos benefícios preventivos para o desenvolvimento de doenças na idade adulta a níveis cardiovasculares, endócrinos, metabólicos (FERNANDES et al., 2011) e sabe-se que o programa de treinamento resistido pode ser vantajoso na mudança da composição corporal obtendo um resultado significativo, consequentemente em decorrência do exercício físico. (PEREIRA et al., 2020) O treinamento físico (TF) é reconhecido como uma estratégia não farmacológica eficaz na prevenção e no tratamento de diversas patologias. Recentemente o TF tem sido utilizado também para atenuação de efeitos colaterais induzidos pelo tratamento farmacológico. Neste sentido, estudos sugerem que prática habitual de atividade física pode reduzir os efeitos colaterais do uso contínuo do anticoncepcional de via oral, ou seja, tem um impacto benéfico no perfil metabólico lipídico em usuárias de anticoncepcionais (OLIVEIRA et at., 2018). Além disso, tem sido mostrado que níveis mais elevados de prática de exercício físico são 16 associados inversamente com ansiedade e depressão, efeitos conhecidos do uso contínuo de anticoncepcionais orais (VEIGAS e GONÇALVES, 2009). Os mecanismos induzidos pelo exercício físico na prevenção e tratamento de doenças crônicas envolvem a redução da adiposidade corporal, a melhora do perfil lipídico, pressão arterial, e da sensibilidade à insulina, maior gasto energético, força muscular, da capacidade cardiorrespiratória, entre outros fatores (COELHO et al., 2009). No entanto quase nada se sabe sobre os efeitos benéficos e sua percepção em mulheres usuárias de anticoncepcionais orais. Neste sentido, baseado no conhecimento que o uso contínuo de anticoncepcionais promove uma série de efeitos colaterais, a temática proposta é que o TF, realizado ao longo da vida, poderia atenuar seus efeitos colaterais. 17 2. OBJETIVO O objetivo deste estudo foi identificar a percepção dos possíveis benefícios do treinamento físico nos efeitos colaterais determinados pelo uso crônico de anticoncepcionais de via oral. 18 3. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizado um estudo do tipo transversal e qualitativo com a amostra composta por usuárias de anticoncepcional, com idade superior a 18 anos. As participantes poderiam ser praticantes ou não de atividade física. Como critério de exclusão foi determinado: se a praticante não utilizasse anticoncepcionais, se estivesse na menopausa. Para realizar esta pesquisa, as participantes leram, responderam e assinaram um termo de consentimento para participação voluntária no estudo, que encontra-se em anexo, no próprio formulário (ANEXO 1). Foi utilizado um formulário criado a partir do Google Forms, o qual continha 14 questões de múltipla escolha. A coleta foi realizada entre julho e outubro de 2022 e o convite foi realizado a partir de divulgação nas mídias sociais como Whatsapp, Instagram e Facebook. O formulário (https://forms.gle/MpAYhp1133HZuMjTA) foi elaborado com as seguintes perguntas: 1) "Idade da menarca (primeira menstruação)” 2) "Está na menopausa?” 3) "Assinale quais métodos anticoncepcionais hormonais que tem conhecimento"; 4)"Você faz uso de algum destes métodos anticoncepcionais?"; 5) "Se sim, quais?"; 6) "A quanto tempo utiliza este método?"; 7) "Alguns dos efeitos colaterais dos métodos anticoncepcionais hormonais são: aumento de apetite, flutuações de humor, depressão, diminuição da libido, fadiga, acne, aumento do tamanho das mamas, sensibilidade mamária; cefaléia; hipertensão arterial, aumento do peso, alteração no colesterol, entre outros. Dos efeitos colaterais, cite quais você já sentiu:"; 8) "Pratica Atividade Física?"; 9)“Se sim, qual (ais):"; 10) "A quanto tempo pratica?"; 11)"Tempo de atividade física/semana:"; 12) "Quantas vezes na semana:"; 13) "Com a prática de Atividade Física sentiu alguma mudança ou melhora nos efeitos colaterais? Se sim, cite quais"; 19 14) " Se praticava/ ou deixou de praticar Atividade Física, sentiu alguma diferença nos efeitos colaterais? Se sim, cite quais: (melhora ou piora). Este formulário foi elaborado a fim de avaliar mulheres praticantes de exercícios e suas percepções em relação aos efeitos dos anticoncepcionais de via oral. A análise foi descritiva para a partir da porcentagem de respostas em cada questão. 20 4. RESULTADOS A amostra teve um total de 54 mulheres, com idade média de 24 ± 5 anos. Foram excluídas deste estudo 01 mulher que estava na menopausa e 16 mulheres que não faziam uso de anticoncepcionais. Na Figura 1, pode-se observar que dentre as mulheres participantes, 67% tiveram sua menarca na adolescência, enquanto 33% delas tiveram a menarca na infância. Figura 1. Distribuição em frequência das voluntárias de acordo com a idade da menarca (n=54). A Figura 2 mostra qual método contraceptivo era mais utilizados pelas mulheres. Pode-se observar que a maioria delas fazia uso de anticoncepcional de via oral (89%), enquanto apenas 3 delas utilizam o Dispositivo Intrauterino (DIU) (6%) e 3 (6%) usavam implantes cutâneos. Figura 2. Métodos contraceptivos utilizados. (n=54) 21 Em relação ao tempo de uso, a Figura 3 indica que 46% das mulheres utilizavam métodos anticoncepcionais no período de 1 a 5 anos, enquanto que apenas 9% das mulheres utilizam a contracepção por menos que 12 meses. 20% das mulheres faziam uso entre 6 e 10 anos e 13% utilizavam há mais de 10 anos. Figura 3. Tempo de utilização do método contraceptivo (n=54). A Figura 4 demonstra a relação da utilização de anticoncepcionais em relação aos efeitos colaterais, indicando que a maioria das mulheres (96%) já sentiu pelo menos algum dos efeitos colaterais da contracepção utilizada. Figura 4. Efeitos colaterais das usuárias de anticoncepcionais. (n=54) 22 A Figura 5 demonstra que 71% das mulheres que sentiram os efeitos colaterais do anticoncepcional realizavam exercício físico regularmente, enquanto apenas 29% não praticam atividade física. Dentre estas 29%, 25 praticavam antes, mas estava paradas no momento da avaliação. Vale destacar que, das 54 mulheres entrevistadas apenas duas relataram não sentir os efeitos colaterais e, dentre elas, apenas uma mulher realizava atividade física regularmente, ou seja, 50%. Figura 5. Relação de prática de exercício físico entre as mulheres que sentiram efeitos colaterais dos anticoncepcionais (n=52) Dentre as 37 mulheres que relataram praticar pelo menos um tipo de exercício 62% das usuárias relataram que praticam por pelo menos 1 ano, enquanto outras 24% estavam praticando de 6 meses a 1 ano e 16% praticavam exercícios entre 3 a 6 meses, como demonstrado na Figura 6. 23 Figura 6. Relação entre usuárias de anticoncepcional de tempo de prática de exercícios. (n=37). A Figura 7 demonstra que, dentre as usuárias de anticoncepcionais praticantes de exercício, 65% delas sentiram alguma diferença nos efeitos colaterais quando começaram a praticar exercícios regularmente, enquanto 35% das praticante não sentiram diferenças nos efeitos colaterais. Figura 7. Porcentagem de usuárias de anticoncepcional praticantes de exercícios que sentiram ou não diferença nos efeitos colaterais. (n=37) A Figura 8 demonstra a quantidade de exercício praticada por aquelas usuárias que sentiram contribuição da prática nos efeitos colaterais do anticoncepcional. A maioria delas praticava 2 ou mais atividades (62%), enquanto que 38% realizava apenas 1 tipo de exercício. 24 Figura 8. Quantidade de exercício praticada pelas usuárias que sentiram diferença nos efeitos colaterais dos anticoncepcionais (n=37). Dentre as usuárias que sentiram diferença nos efeitos colaterais dos anticoncepcionais com a prática de atividade física, a maioria delas realizava exercícios regularmente por pelo menos 1 ano ou mais (58%), como pode ser observado na Figura 9. Figura 9. Tempo de prática de atividade física das usuárias que sentiram diferença nos efeitos colaterais (n=24). A Figura 10 demonstra que, dentre a usuárias que não sentiram contribuição da prática regular de exercícios nos efeitos colaterais do anticoncepcional, a maioria delas 25 praticava apenas 1 tipo de exercício (69%). Figura 10. Quantidade de exercícios praticada pelas usuárias que não sentiram diferença nos efeitos colaterais dos anticoncepcionais (n=13). Dentre as usuárias praticantes de atividade física que não sentiram diferença nos efeitos colaterais, 69% pratica atividade física por pelo menos 1 ano ou mais. Figura 11. Tempo de prática de exercício entre as usuárias que não sentiram diferença nos efeitos colaterais dos anticoncepcionais (n=13). Dentre as 13 mulheres que era praticantes de exercícios regularmente, mas que estavam paradas no momento da avaliação, 54% (7) relataram sentir pelo menos um efeito colateral dos anticoncepcionais, tais como piora no controle de peso e ou aumento de peso, piora no humor, insônia, dores nas pernas, indisposição e acne; 38% (5) não relataram ter sentido nenhum efeito e uma delas (8%) não respondeu. 26 5. DISCUSSÃO Os principais resultados encontrados neste estudo foram que a maioria das mulheres percebem os efeitos colaterais do uso contínuo de anticoncepcional de via oral. No entanto, a prática regular de exercícios físicos, por pelo menos um ano, parece ter um efeito benéfico na atenuação nos efeitos colaterais. A utilização de diferentes métodos de contracepção diz respeito principalmente para impedir uma gravidez indesejada, no entanto, é uma estratégia farmacológica utilizada também para outras situações, tais como redução de cólicas, regularização do ciclo menstrual, diminuição da acne, incidência diminuída de anemia e de gravidez ectópica, proteção contra o câncer de ovário e doença benigna da mama (ALMEIDA e ASSIS, 2017). Independente o objetivo do uso, frequentemente tem-se observado efeitos colaterais do uso contínuo de anticoncepcionais de via oral, principalmente de via oral. O presente estudo não teve como foco avaliar o objetivo do uso e sim se as usuárias apresentavam seus efeitos colaterais. Assim, os resultados apontaram que 89% das mulheres jovens, avaliadas no presente estudo, faziam uso de anticoncepcionais de via oral, há pelo menos 1 ano (entre 1 a 5 anos). Dentre as que faziam uso, 96% revelaram ter sentido pelo menos um dos efeitos colaterais conhecidos, tais como acne, flutuações de humor, aumento de apetite, sensibilidade mamária, aumento de peso e aumento dos tamanhos das mamas. Em concordância, um estudo realizado por Cabral e colaboradores (2018) também identificou que a maioria das mulheres sentem cefaléia, alteração do humor, ganho de peso, retenção hídrica, diminuição da libido e sensibilidade mamária como principais efeitos colaterais em decorrência ao uso de anticoncepcionais de via oral. (CABRAL et al., 2018). A prática regular de exercícios físicos é uma estratégia não farmacológica eficaz na prevenção e no tratamento de diversas patologias, tais como obesidade, síndrome metabólica, hipertensão, dislipidemia e depressão, presentes na pós- menopausa (RODRIGUES et al., 2019). No entanto, pouco se sabe sobre os benefícios do exercício físico nos efeitos colaterais do uso de anticoncepcionais, em jovens que não estão na menopausa. Oliveira et al. (2018) demonstraram um estudo de caso de uma voluntária sedentária, de 24 anos, obesa, com diagnóstico de 27 ovário policístico e hipotireoidismo subclínico que fazia uso de contraceptico oral combinado e foi submetida a um programa de treinamento físico. Estes autores demonstraram que o programa de exercício físico foi capaz de melhorar o perfil lipídico, inflamatório e reduzir a massa corporal. O principal objetivo deste trabalho foi avaliar se os efeitos atenuadores da prática exercícios físicos eram percebidos entre as mulheres que faziam uso de anticoncepcional hormonal. Neste sentido, o primeiro passo foi avaliar a prática de exercícios entre as mulheres avaliadas. Das 54 mulheres que foram avaliadas, apenas duas não apresentaram efeitos colaterais. Dentre as 52 usuárias de contraceptivo oral que apresentaram sintomas pode-se observar que 37 (71%) praticavam exercícios, enquanto que 2 (4%) eram sedentárias e 13 (25%) praticavam anteriormente mas estava paradas no momento da pesquisa, totalizando 71% ativas e 29% não ativas. Dentre as duas mulheres que não sentiram efeito colateral, 1 (50%) praticava exercícios e outra (50%) não. Assim, estes resultados sugerem que a prática per se não interfere na presença / percepção dos efeitos colaterais dos anticoncepcionais. Diante dos resultados encontrados notasse que a maioria das mulheres relatam ter tido uma menarca na adolescência. Sabe-se que existem vários aspectos que podem influênciar na idade da menarca, como fatores fatores ambientais, etnicos raciais, cultura, e genética. Porém, é sabido que a idade da menarca parece ter uma tendência a dimunuir em paises desenvolvidos e subdesenvolvidos. As influências deste fenomenos ainda são estudadas, pois existem diversos fatores que podem influenciarar diretamente quanto indiretamente a menarca, entre eles a prevalência de sobrepeso e de obesidade (CARVALHO, FARIAS e JUNIOR, 2007). No entanto, dentre as praticantes de exercício físico, 65% revelaram ter percebido um atenuação dos efeitos colaterais, enquanto que 35% não identificaram qualquer mudança. Dentre as melhoras observadas pode-se citar melhor controle de peso e retenção hídrica, mais disposição, menos dores de cabeça e na lombar, melhora do flutuação do humor, melhora da libido, mais energia além de redução de ansiedade e sentimentos de depressão. Importante ressaltar que transtornos de ansiedade e depressão podem estar relacionados aos hormônios sexuais femininos (CARDOSO ET AL., 2019). 28 Dentre as mulheres que perceberam os benefícios do exercício, 62% praticavam mais que duas atividades concomitantes, por exemplo, caminhada e musculação, caminhada e pilates, crossfit e musculação, entre outros, enquanto que 38% praticavam somente um tipo de exercício, sendo o mais presente a musculação. Dentre aquelas mulheres que não perceberam os benefícios, 69% praticavam somente 1 tipo, enquanto que 31% faziam dois ou mais tipo de exercício. A recomendação de prática de exercícios segundo a Organização Mundial de Saúde (2021) é de pelo menos 150 minutos de exercícios semanais. Neste sentido os resultados do presente estudo revelaram que dentre aquelas que sentiram diferença com a prática de exercício físico, 62,5% realizavam pelo menos 150 minutos ou mais de atividade física/semana. Por outro lado, dentre aquelas que não sentiram diferença nos efeitos colaterais vinculados a prática de atividade física, 62% não atingiam nem 75 minutos de atividade semanal. Neste sentido, parece que o volume e o tipo de exercício podem contribuir significativamente para a maior percepção dos benefícios determinados pelo exercício nos efeitos colaterais. Interessante foi observar que dentre as 13 mulheres que eram praticantes de exercícios regularmente, mas que estavam paradas no momento da avaliação, 54% (7) relataram sentir pelo menos um efeito colateral dos anticoncepcionais, tais como piora no controle de peso e ou aumento de peso, piora no humor, insônia, dores nas pernas, indisposição e acne; 38% (5) não relataram ter sentido nenhum efeito e uma delas (8%) não respondeu. 29 6. CONCLUSÃO Os principais achados deste presente estudo demonstram que a maioria das mulheres que usam contraceptivos orais sentem seus efeitos colaterais e que a prática de exercícios parece não evitar estes efeitos. No entanto, os resultados sugerem que as praticantes de dois ou mais tipos de exercícios físicos, com duração semanal maior que 150 minutos, percebem uma atenuação dos efeitos colaterais, principalmente os relacionados às desordens metabólicas e mentais, associados ao uso de anticoncepcionais de via oral. Assim, a recomendação de exercícios regulares, por pelo menos 150 minutos semanais, principalmente a combinação de dois ou mais tipos diferentes, deve ser reforçada para as mulheres usuárias de anticoncepcionais orais, no sentido de atenuar seus efeitos colaterais. 30 7. REFERÊNCIAS 1. ALMEIDA, A.P.F.; ASSIS, M. M. Efeitos colaterais e alterações fisiológicas relacionadas ao uso contínuo de anticoncepcionais hormonais orais. Revista Eletrônica Atualiza Saúde, v. 5, n. 5, p. 85-93, 2017. 2. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Atividade Física para a População Brasileira [recurso eletrônico] /, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2021. Acessado em 12 de maio de 2022 Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_fisica_populacao _brasileira.pdf 3. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. 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