São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 19 CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA, PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA DO MACIÇO SARARÉ NA PARTE SUDOESTE DO CRÁTON AMAZÔNICO Larissa Marques Barbosa de ARAÚJO-RUIZ 1, Antonio Misson GODOY 2, Amarildo Salina RUIZ 3, Maria Zélia Aguiar de SOUSA 4 (1) Pós-Graduanda em Geociências, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP, Campus de Rio Claro. Avenida 24-A, 1515 – Bela Vista. CEP 13506-900. Rio Claro, SP. Endereço eletrônico: lmbar@rc.unesp.br. (2) Departamento de Petrologia e Metalogenia, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP, Campus de Rio Claro. Avenida 24-A, 1515 – Bela Vista. CEP 13506-900. Rio Claro, SP. Endereço eletrônico: mgodoy@rc.unesp.br. (3) Departamento de Geologia, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Mato Grosso. Avenida Fernando Correa, s/n – Coxipó. CEP 78060-900. Cuiabá, MT. Endereço eletrônico: asruiz@rc.unesp.br. (4) Departamento de Recursos Minerais, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Mato Grosso. Avenida Fernando Correa, s/n – Coxipó. CEP 78060-900. Cuiabá, MT. Endereço Eletrônico: mzaguiar@terra.com.br. Introdução Aspectos Geológicos da Área Caracterização das Rochas Encaixantes Caracterização Faciológica do Maciço Sararé Arcabouço Estrutural Caracterização Litogeoquímica Considerações Finais Agradecimentos Referências Bibliográficas RESUMO – O Maciço Sararé ocorre no sudoeste de Mato Grosso, intrusivo no Domínio Jauru, e encontra-se controlado por trend tectônico NW-SE ligado a tectônica regional transcorrente e, tardiamente, por feições tectônicas rúpteis NE-SW. É constituído por três fácies petrográficas principais denominadas biotita-monzogranito, muscovita-monzogranito e monzogranito, que apresentam contatos transicionais. São rochas leucocráticas, de cor vermelha a rosada, isotrópicas e eqüi/ineqüigranulares a localmente porfiríticas. Os dados geoquímicos as classificam como rochas do tipo S, peraluminosas, alto K, quimicamente restritas e evoluídas em relação a SiO2 alcançando teores em torno de 75%. Os valores de REE apresentam-se dispostos em três curvas assimétricas, evidenciando fácies distintas e mostrando uma redução destes valores e das anomalias de Eu para a fase final. O maciço representa intrusões diferenciadas, geradas a partir da fusão de material da crosta superior em ambiente de colisão continental no final do evento Aguapeí-Sunsás. Palavras-chave: Maciço Sararé, petrografia, geoquímica, Cráton Amazônico. ABSTRACT – A.M. Godoy, L.M.B. de Araújo-Ruiz, A.S. Ruiz, M.Z.A. de Sousa – Geological, petrographic and geochemical characterization of the Sararé Massif in the Southwest of the Amazonic Craton. The Sararé Massif is an intrusion into in the Jauru Domain, located in the southwest of Mato Grosso. The regional NW-SE transcurrent structures controlled the elongated shape, and late brittle deformation showing NE-SW fractures and faults affected the massif. The intrusion is constituted by three major petrographic facies (biotite- monzogranite, muscovite-monzogranite and hololeucocratic monzogranite), with transitional contacts. These rocks present monzogranitic composition, all of them are red-colored, leucocratic, isotropic, equi to inequigranular, and locally porphiritic, with medium grain size. They are S-type rocks, peraluminous, with high-K, and chemically restricted in relation to SiO2 (about 75% wt). The study of REE indicates three asymmetrical and similar distribution patterns, pointing to three distinctive facies, but with different values and reduction of REE for the final phase with depletion of Eu. The massif represents differentiated intrusion of the melting material from the upper crust in continental collision environment, related to the end of the Sunsás-Aguapeí Event. Keywords: Sararé Massif, petrography, geochemistry, Amazonian Craton. INTRODUÇÃO A porção sudoeste do Cráton Amazônico, exposta entre a cidade de Pontes e Lacerda e o limite estadual RO-MT, até recentemente contava apenas com cartografia geológica de reconhecimento na escala 1:1.000.000 (Figueiredo et al., 1974; Barros et al., 1982). Recentemente, diversas iniciativas de mapea- mento geológico em escala de semidetalhe têm reduzido a lacuna de informações neste setor (por exemplo, Menezes et al., 1993; Araújo-Ruiz, 2000, 2003; Ruiz et al., 2003a, b). Araújo-Ruiz (2003) em mapeamento na escala 1:100.000 da Folha Rio Pindaituba (SD.21-Y-A-V) (Figura 1), enfatiza a ocorrência de um corpo graní- tico, isotrópico, denominado Maciço Sararé, alojado São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 20 em um conjunto de rochas supracrustais (Complexo Vulcano-Sedimentar Pontes e Lacerda), ortoderivadas (Complexo Metamórfico Alto Guaporé) e granitóides deformados (Maciços Sapé e Anhangüera). FIGURA 1. Mapa de localização e de vias de acesso à área estudada. Este artigo apresenta, integra e discute os dados obtidos a partir do mapeamento geológico realizado na escala 1:100.000, envolvendo caracterizações facio- lógica, petrográfica e geoquímica do Maciço Sararé (Araújo-Ruiz, 2003), contribuindo para o conhecimento desta unidade representante do magmatismo tardi- a pós-tectônico vinculado ao Evento Sunsás-Aguapeí (1,25 a 1,0 Ga), no sudoeste do Cráton Amazônico. De acordo com Tassinari & Macambira (1999), o Cráton Amazônico exibe compartimentação tectônico- geocronológica, individualizada em quatro províncias proterozóicas, uma delas denominada de Sunsás- Aguapeí (1,25–1,0 Ga), pertinente a este trabalho. Saes et al. (1994), Saes & Fragoso César (1996), Saes (1999), Geraldes (2000) e Geraldes et al. (2001) contribuíram com diferentes propostas de comparti- mentação em terrenos tectono-estratigráficos. De acordo com Saes (1999), são reconhecidos os seguintes terrenos: Paraguá (TP), Rio Alegre (TRA), Santa Helena (TSH) e Jauru (TJ) e, segundo esta proposta, a área objeto de estudo, em particular o Maciço Sararé, situa-se nos domínio do Terreno Santa Helena. No entanto, segundo a compartimentação em blocos litotectônicos de Ruiz (2003), o Maciço Sararé e suas encaixantes pertencem ao Bloco Jauru (Figura 2). Na porção meridional do Estado de Rondônia, Scandolara et al. (1999) descrevem a Suíte Ígnea Costa Marques, intrusiva em rochas metamórficas mesoproterozóicas da Seqüência Nova Brasilândia e que representa extenso magmatismo granítico também de idades entre 0,9 a 0,95 Ga. Rizzotto (1999, 2001) descreve a Suíte Granítica Rio Pardo como mani- festação de um magmatismo bimodal, constituída por gabros, basaltos e granitos epizonais do tipo A, com idades próximas a 1,0 Ga. e hospedada em meta- morfitos do Terreno Nova Brasilândia. De acordo com esse autor, os granitos tardi a pós-cinemáticos de Mato Grosso seriam correlatos aos younger granites de Rondônia e, como tal, marcariam o evento de crato- nização da porção sudoeste do Cráton Amazônico. ASPECTOS GEOLÓGICOS DA ÁREA O arcabouço geológico caracteriza-se, portanto, por grandes compartimentos geotectônicos, diferenciados por características litoestratigráficas e tectônicas, delimitados e controlados por grandes zonas de cisalhamentos antigas que apresentam reativações tardias de idade neoproterozóica, superpondo novos eventos deformacionais e metamórficos nas rochas ao longo destas faixas orogênicas. O Maciço Sararé relaciona-se a estas zonas de descontinuidades crustais profundas de caráter regional e direção NW-SE, e São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 21 FIGURA 2. (A) Divisão em Províncias Geocronológicas proposta por Tassinari & Macambira (1999). (B) Divisão em terrenos de Saes (1999). (C) Compartimentação em blocos litotectônicos do SW do Cráton Amazônico proposto por Ruiz (2003). São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 22 tardiamente é afetado por uma tectônica rúptil de direção NE-SW que define a geometria final do corpo e, às vezes, controlam os processos metassomáticos finais. CARACTERIZAÇÃO DAS ROCHAS ENCAIXANTES De acordo com a descrição de Araújo-Ruiz (2003) e Araújo-Ruiz et al. (2001, 2003a), em relação ao arcabouço geológico das encaixantes do Maciço Sararé são definidos contatos intrusivos com rochas supra- crustais polideformadas (representadas por biotita- gnaisses do Complexo Metamórfico Alto Guaporé, xistos e anfibolitos do Complexo Metavulcano- Sedimentar Pontes e Lacerda e biotita granodioritos do Maciço Sapé) e contatos tectônicos, sendo clara- mente controlado por uma foliação milonítica subvertical com os monzogranitos do Maciço Anhangüera e inclinada na Zona de Cisalhamento Anhambiqüara. A nordeste o maciço encontra-se recoberto pelos sedi- mentos do Grupo Parecís (Figura 3). Na área pesquisada, o Complexo Metavulcano- Sedimentar Pontes e Lacerda é representado por uma assembléia de xistos e anfibolitos, que apresentam características petrográficas muito similares às descritas por Menezes et al. (1993). Foram distinguidos três tipos petrográficos principais: muscovita-biotita xisto, granada- muscovita-biotita xisto e, mais esporadicamente, ocorrências de hornblenda anfibolitos. O Complexo Metamórfico Alto Guaporé é com- posto por ortognaisses, migmatitos e localmente anfibolitos. Os gnaisses exibem marcantes banda- mentos composicionais (bandas máficas e félsicas), irregulares e descontínuos, que se tornam difusos em setores onde prevalecem os processos de migma- tização. São petrograficamente caracterizados por biotita gnaisses bandados, cinza-claros com variações para tonalidades escuras, de granulação média a grossa e composição entre monzogranítica a granodiorítica. Os migmatitos são mais restritos, exibem composição similar à dos gnaisses e destacam-se pelas estruturas ptigmática e bandada. Os enclaves anfibolíticos, que às vezes constituem enxames, apresentam coloração verde-escura a cinza-escura, granulação fina a média, formato lenticular a ovalado e forte anisotropia. O Maciço Sapé constitui um corpo intrusivo defor- mado e metamorfizado, de dimensão batolítica, orientado segundo a direção NNW, sendo composto por duas fácies petrográficas distintas: a mais antiga, dominada por rochas de coloração cinza-escura e composição granodiorítica, e a outra, mais jovem, composta por rochas de coloração cinza-clara de composição granodiorítica a monzogranítica. O Maciço Anhangüera é um corpo intrusivo, alongado segundo a direção NNW, relativamente homogêneo, constituído por biotita monzogranito, FIGURA 3. Mapa geológico do Maciço Sararé e de suas encaixantes (Araújo-Ruiz, 2003). leucocrático, de granulação grossa, porfirítico, com coloração variando de rósea a cinza-rósea, exibindo forte anisotropia manifestada por uma foliação milonítica. CARACTERIZAÇÃO FACIOLÓGICA DO MACIÇO SARARÉ O Maciço Sararé constitui um corpo granítico de forma elíptica, alongado segundo a direção NNW, que perfaz cerca de 80 km2 de área de exposição. Em razão de sua estrutura isotrópica a fracamente foliada nas bordas, destaca-se na área de ocorrência em relevo constituído por suaves morros, do tipo meia laranja, com notáveis afloramentos sob a forma de lajedos e matacões isolados. O mapeamento faciológico do maciço granítico permitiu a definição de três variedades petrográficas São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 23 identificadas no mapa geológico (Figura 3, Prancha 1): a Fácies Monzogranito, que constitui intrusões mais jovens, localizadas e circunscritas, tendo sua principal ocorrência, no extremo norte da área; a Fácies Muscovita-Monzogranito, a mais abundante na porção norte-central do corpo; e a Fácies Biotita-Monzogranito, mais antiga, que se encontra na porção sul do maciço. A Fácies Monzogranito (A) aparece sob a forma de duas ocorrências isoladas como plugs graníticos, a primeira intrudida nas encaixantes no extremo norte da área e a segunda, mais restrita, apresenta-se em pequenos corpos intrusivos circunscritos, de menor expressão, constituindo diques aplíticos tardios nas demais fácies do maciço. Ambas são constituídas por rochas leucocráticas, índice M’ entre 5 e 10%, de cor rósea a avermelhada, isotrópicas, ineqüi- a eqüigra- nulares, localmente porfirítica do tipo serial a microporfi- rítica a granofírica (Pranchas 1A e 1B). Estas ocor- rências possuem mesma composição mineralógica caracterizada pela presença de quartzo, feldspato potássico e plagioclásio. A biotita é o principal máfico; apatita, zircão e minerais opacos são os acessórios; muscovita, sericita, clorita, carbonatos e argilo-minerais são os minerais de alteração. Quando apresentam dife- renças, estas se refletem na textura e dimensões dos cristais; isto foi observado em porções bem localizadas e restritas. Estas ocorrências possuem caráter ineqüigranular, granulação média, variando de 0,2 a 5,8 mm. Os cristais de feldspato potássico são anedrais e às vezes sube- drais, com dimensões entre 0,2 e 3,5 mm. O plagioclásio possui tonalidades esbranquiçadas, formas subedrais de hábito tabular e dimensões entre 0,3 e 5,8 mm. O quartzo apresenta-se hialino, em grãos intersticiais, com dimensões de 0,2 a 4 mm. A biotita ocorre em cristais isolados ou associados a agregados poligranulares de opacos distribuídos caoticamente. Localmente, as rochas dessa fácies apresentam variações, ocorrendo porções porfiríticas e hetero- gêneas quanto à distribuição e dimensões dos feno- cristais de feldspato potássico e plagioclásio, que têm uma matriz quartzo-feldspática fina a média, variando de 0,1 a 1,5 mm. Os fenocristais de feldspato potássico de coloração avermelhada e alguns de plagioclásio ocorrem discretamente orientados, com dimensões na faixa de 2 a 5 mm. Os minerais máficos ocorrem de forma isolada em finas palhetas de biotita, com dimen- sões restritas ao intervalo de 0,1 a 1,0 mm, ou associada a agregados de opacos. A Fácies Muscovita-Monzogranito (B) é a mais abundante distribuindo-se por toda porção norte-central do corpo na forma de matacões, lajedos e suaves morros subarredondados do tipo meia laranja. São rochas leucocráticas, róseas, ineqüigranulares médias com granulação variando de 4 mm a 1,3 cm, sendo o intervalo mais comum de 6 a 8 mm. É rica em muscovita, e o índice de coloração varia entre 1 e 8%. Em geral, caracteriza-se pela estrutura isotrópica, podendo local- mente, mostrar uma fraca anisotropia dada pela fragmen- tação da rocha, evidenciada pela orientação subverti- calizada e estiramento de cristais de quartzo e feldspatos (microclínio e/ou plagioclásio) (Pranchas 1C e 1D). As rochas que representam esta fácies são consti- tuídas essencialmente por microclínio (35-40%), quartzo (28-39%) e plagioclásio (23-31%), aparecendo ainda muscovita (1-8%), biotita (1-4%) e traços de zircão, apatita e opacos. Os minerais de alteração estão representados por clorita, muscovita, sericita, fluorita, epidoto, carbonato e argilo-minerais. Distingue-se das outras fácies pela presença de dois tipos de muscovita, uma límpida, incolor e outra, pleocróica, incolor a levemente rosada, geralmente intersticial e associada aos minerais opacos e aos raros cristais de biotita. A muscovita representa a fase mineral mais abundante nesta fácies, exibindo-se com forma placóide. Quando intersticial, seu pleocroísmo varia de incolor a rosa e ocorre na forma de placa subédrica bem desenvolvida, com dimensões variando entre 0,5 a 3,0 mm. Seus contatos são retos com outros cristais e eventualmente mostram textura do tipo kink- bands. A outra forma de ocorrência da muscovita é mais freqüente, em placas mal formadas ou em fibras, não pleocróicas, provenientes da alteração do plagio- clásio ou da biotita, dispondo-se ao longo da clivagem da biotita. Em algumas amostras, detecta-se a presença de cristais anédricos de fluorita (0,5 a 2,5 mm), isotrópica e cor roxa. É marcante nesta fácies a presença de minerais de alteração, tais como, clorita, sericita, epi- doto e fluorita. O epidoto, a sericita e a calcita são provenientes do processo de saussuritização, a sericita decorre da sericitização e a fluorita, clorita e muscovita provavelmente originaram-se numa fase de metas- somatismo hidrotermal. Os acessórios estão representados pelos minerais opacos mais freqüentes (ilmenita e magnetita) de até 3 mm de dimensão, apatita acicular, zircão e diminutos cristais de monazita. A Fácies Biotita-Monzogranito (C) ocorre na por- ção sul do maciço e é representada por rochas isotró- picas de composição monzogranítica, ineqüigranulares, leucocráticas com índice M’ variando entre 8 e 15%, de coloração avermelhada, macroscopicamente rica em ripas de biotita, apresentando quantidade de máficos superior àquela observada nas fácies norte e central. Apresentam textura ineqüigranular xenomórfica, constituídas por microclínio (33-41%), plagioclásio (28-35%) e quartzo (30-31%), distribuídos homoge- São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 24 PRANCHA 1. Aspectos macroscópicos das Fácies Monzogranítica (A e B), Fácies Muscovita Monzogranítica (C e D) e Fácies Biotita Monzogranítica (E e F). neamente. A biotita (3-10%) e a muscovita (3-6%) exi- bem contatos comumente retos. Os minerais de alte- ração comuns são a clorita e traços de zircão, apatita e opacos (2-4%) (Pranchas 1E e 1F). Em geral seus minerais apresentam formas anédricas, com dimensões que variam de submi- limétricas até 4 mm (média de 1 a 2 mm). Destacam- se fenocristais de microclínio de coloração rosa, que conferem uma maior variação de granulação à rocha. A biotita pode se destacar como agregados placóides ou ocorrer em cristais isolados, distribuídos aleatoria- mente por toda a rocha. As plaquetas de muscovita, apesar de freqüentes, não são tão abundantes como na fácies anteriormente descrita. ARCABOUÇO ESTRUTURAL Os terrenos metamórficos de áreas cratônicas exibem uma natural complexidade estrutural que reflete a complexa histórica deformacional e metamórfica a que esses sítios crustais foram submetidos. No setor sudoeste do Cráton Amazônico, onde se aloja o Maciço São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 25 segundo o sentido do mergulho das superfícies de cisalhamento. Nos maciços gnáissicos Sapé e Anhangüera, a anisotropia planar é classificada como xistosidade. Todavia, há zonas paralelas entre si, onde a intensidade da deformação, imprime uma feição tipicamente milo- nítica, marcada pelo surgimento de estruturas ocelares (augen gnaisses). Estas feições de cisalhamento dúctil apresentam uma enorme variação textural, principal- mente no Maciço Anhangüera, que exibe desde proto- milonitos até ultramilonitos em faixas de alguns metros de largura. Esta foliação penetrativa, aqui identificada como S3, apresenta atitudes semelhantes a S2. Ruiz et al. (2003) descrevem situação similar na região de Nova Lacerda, onde é possível identificar a relação de superimposição de S2 e S3. A direção dominante da foliação S3 varia entre N20o a 50oNW e os mergulhos elevados, de 70o a 90o, principalmente para NE. As lineações de estiramento e mineral L3 asso- ciadas à foliação milonítica, exibem uma orientação constante, em particular nos domínios do Maciço Anhangüera. Essas lineações são definidas principal- mente por biotitas e, mais raramente, por agregados quartzo-feldspáticos dispostos ao longo do plano de foliação milonítica e apresentando mergulhos altos, entre 70 e 90, principalmente para o quadrante NE. Raramente observa-se lineações paralelas à direção da foliação. O arranjo estrutural das rochas do Maciço Sararé é definido por um corpo elíptico que exibe, em alguns setores marginais, o desenvolvimento de uma foliação penetrativa que acompanha a orientação das paredes da intrusão, estruturas interpretadas como efeito da colocação da intrusão, além de falhas e fraturas que secionam e deslocam o plúton transversalmente a seu maior comprimento. A essas falhas, que apresentam direção entre N40o e 60oW e mergulhos de 80o a 90o para NW e SE, associam-se cataclasitos e finos veios de quartzo. Os limites ocidental e oriental do plúton Sararé exibem atitudes preferencialmente concordantes com a orientação do principal elemento estrutural dos maciços Sapé e Anhangüera, a foliação milonítica S3. Esta situação não é observada na borda sul, onde o plúton apresenta feições tipicamente intrusivas como veios e diques aplíticos, que recortam discordantemente a foliação S1. Sararé, incidiram pelo menos dois ciclos orogênicos (San Ignácio/Rondoniano e Sunsás/Aguapeí), respon- sáveis pela estruturação geral, seguida pelo processo de estabilização da plataforma que resultou na forma- ção do Cráton Amazônico. O contexto estrutural será apresentado através da identificação e interpretação das estruturas tectô- nicas superimpostas nas rochas encaixantes e no Maciço Sararé (Figura 3). O arranjo estrutural das rochas encaixantes, do Complexo Metamórfico Alto Guaporé e Complexo Vulcano-sedimentar Pontes e Lacerda, é representado por um conjunto de elementos estruturais que retratam claramente a sobreposição de eventos metamórficos e deformacionais. A foliação penetrativa S1 é definida pela orienta- ção de minerais ineqüigranulares e pelo bandamento composicional nos gnaisses ortoderivados, granada- muscovita xistos e muscovita-quartzo xistos. As atitudes apresentam consideráveis variações, mas é possível identificar uma concentração com direção entre N30o a 60oW, e mergulhos elevados a médios, variando entre 70o a 40o para SW e NE. A foliação S1 é o elemento estrutural mais notável nos Complexos Pontes e Lacerda e Alto Guaporé, definindo seguramente um importante evento tectono- metamórfico que precede a colocação dos maciços gnáissicos mais jovens (Sapé e Anhangüera). O bandamento S1 apresenta-se invariavelmente afetado por dobras apertadas, simétricas e assimétricas, com freqüência exibindo um padrão desarmônico, e em zonas de flanco podem desenvolver superfícies de cisalhamento com alguns centímetros de largura, as quais são concordantes com a foliação penetrativa S2, desenvolvidas plano-axialmente às dobras D2. A foliação S2 identificada nos Complexos Pontes e Lacerda e Alto Guaporé caracteriza-se como uma xistosidade ou clivagem de crenulação, que é paralela a subparalela ao bandamento diferenciado S1, exceto nas zonas de charneiras D2 das dobras. Os valores médios de direção da foliação S2 estão entre N30o a 60oW, com mergulhos elevados de 60o a 90o, ora para NE ora para SW. É comum o desenvolvimento de discretos feixes de cisalhamento dúctil paralelos à superfície de foliação S2; nestes casos é possível identificar uma lineação de estiramento L2 orientada CARACTERIZAÇÃO LITOGEOQUÍMICA As análises químicas das rochas do Maciço Sararé foram realizadas no LABOGEO-IGCE/UNESP-Rio Claro, utilizando-se fluorescência de Raios X, através da fusão em meio borato para a determinação elementos maiores (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3, MnO, MgO, CaO, Na2O, K2O e P2O5) e através da pastilha prensada para os elementos traços (Cu, Rb, Sr, Y, Zr, Nb e Ba). Para obtenção dos elementos de terras raras (La, Ce, São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 26 Nd, Sm, Eu, Gd, Dy, Er, Yb e Lu) foi usado a separação cromatográfica e leitura em espectrômetro de emissão em plasma (ICP-AES). A investigação geoquímica visa estabelecer a composição, o comportamento litogeo- químico e as possíveis correlações entre os diversos litotipos desta seqüência e a evolução petrogenética. Na caracterização geoquímica foram selecionadas 9 amostras das variedades petrográficas deste corpo, para análises geoquímicas, envolvendo elementos maiores e traços e de terras raras (Tabela 1) e iden- tificadas pelos símbolos: (A) Fácies Monzogranito ( ), (B) Fácies Muscovita Monzogranito ( ), (C) e Fácies Biotita Monzogranito ( ). Os trabalhos específicos versando sobre a ca- racterização litogeoquímica e petrográfica deste maciço encontram-se parcialmente discutidos em Araújo-Ruiz (2003) e Araújo-Ruiz et al. (2003b, c). Os padrões de distribuição geoquímica identificados nas três fácies apresentam para a fase inicial um gradual enriquecimento em SiO2 e Na2O e um decréscimo no TABELA 1. Composição geoquímica das rochas do Maciço Sararé. teor de K2O. De modo geral, o magmatismo inicial evidencia um caráter gradualmente mais sódico em relação à fase final, que tende a ser cada vez mais pobre em potássico (Figura 4). As correlações dos elementos maiores, em relação à sílica, podem ser visualizados em diagramas de variação binários de Harker (1909) (Figuras 4A a 4H). As rochas apresentam valores muitos elevados de sílica e quimicamente restritos, com concentração de teores ao redor de 75% de SiO2, estando a maioria das amostras distribuídas no intervalo restrito de 74% a 76% de SiO2, refletindo a natureza evoluída do maciço e caracterizando rochas graníticas extremamente ácidas e diferenciadas. A ausência de amostras que apresentem valores mais baixos de sílica dificulta as interpretações de correlações composicionais e gené- ticas das fases iniciais do processo de diferenciação magmática, mas observa-se, no geral, uma pequena correlação negativa entre sílica e os teores de TiO2, Al2O3, Fe2O3, MnO, MgO e CaO (Figuras 4A a 4F). São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 27 Em relação aos álcalis, observa-se fracas correlações positivas para o Na2O (Figura 4G) e negativas para o K2O (Figura 4H), ambos com valores variando de 4,0 a 5,0%. O diagrama de classificação petrográfica que utiliza os parâmetros multicatiônicos Q versus P, de Debon et al. (1988) (Figura 5A) e nos diagramas FIGURA 4. Diagramas binários Harker (1909) para elementos maiores das fácies do Maciço Sararé. baseados nos teores em álcalis versus SiO2 de Le Maitre (1989) (Figura 5B), observa-se que os pontos representativos das rochas estudadas coincidem, predo- minantemente, com os domínios composicionais corres- pondentes a monzogranito. O diagrama de Debon & Le Fort (1983) (Figura 5C), classifica as rochas estudadas como leucogranitos São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 28 peraluminosos com duas micas, coincidentes com os campos I, II e III, que correspondem ao campo granito peraluminosos a duas micas. O diagrama de classificação com relação ao teor em potássio de Taylor (1976) (Figura 5D), identifica as amostras como pertencentes à série de alto potássio. A distribuição dos litotipos no diagrama Lameyre & Bowden (1986) (Figura 5E) define como granitos crustais. Quanto à saturação em alumínio e álcalis os dados foram lançados, no diagrama de Maniar & Piccoli (1989) (Figura 5F) os litotipos estudados evidenciam o caráter peraluminoso destas rochas, com um leve crescimento de saturação em alumina nas fácies mais evoluídas. FIGURA 5. Diagramas de classificação. (A) Debon et al. (1988): 2 - monzogranito. (B) Le Maitre (1989): R - granito (C) Debon & Le Fort (1983): leucogranitos, distribuídos nos campos I, II e III (peraluminosos com duas micas). (D) Taylor (1976), (E) Lameyre & Bowden (1986). (F) Maniar & Picolli (1989). São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 29 Quanto à classificação tectônica baseada no dia- grama de Batchelor & Bowden (1985) (Figura 6A), as amostras estão dispostas no campo sincolisional tendendo a pós-colisional. Nos diagramas de classificação tectônica proposta por Pearce et al. (1984) (Figura 6B), verifica-se que os litotipos concentram-se no campo de granitos sincolisionais. FIGURA 6. Diagramas de classificação tectônica (A) Batchelor & Bowden (1985). (R1xR2). (B) Pearce et al. (1984): (Syn-COLG) - sincolisional, (VAG) - arco vulcânico, (WPG) - intraplaca e (ORG) - cadeia oceânica. Os aranhogramas de elementos traços norma- lizados pela crosta superior de Weaver & Tarney (1984) apresentam os padrões de distribuição das fácies (Figuras 7 A1, B1 e C1) e a distribuição total na (Figura 7 D1), e pela crosta inferior de Taylor & McLennan (1985) apresentam os padrões de distri- buição das fácies (Figuras 7 A2, B2 e C2) e a distri- buição total. Na Figura 7 D2 observa-se um extremo empobrecimento em Sr e valores elevados de Rb, Ba, Ti e Y para todo o conjunto analisado. Os valores dos elementos traços, os pequenos valores de Ca, anterior- mente ilustrados, além das razões de Ba/Rb baixas, evidenciam rochas altamente diferenciadas. O padrão de REE é definido por um acentuado enriquecimento em elementos de terras raras leves (ETRL) e empobrecimento em elementos de terras raras pesados (ETRP), e anomalia negativa de Eu. Outras feições relevantes são a redução dos valores dos elementos de terras raras e das anomalias negativas de Eu para a fácies principal. No estudo dos REE nor- malizados pelo condrito (Boynton, 1984), a distribuição por fácies (Figuras 7 A3, B3 e C3) e total (Figura 7 D3) indicam padrões de distribuição assimétricos e similares, mas com valores distintos de REE, apre- sentando valores totais de [La/Yb]N = 8,04, [Ce/Sm]N = 1,86, [Gd/Yb]N = 2,04, e anomalias negativas de Eu e [Eu/Eu* = 0,54]. A fase inicial (C) (Figura 7 C3) é composta por Biotita-Monzogranito que se apresenta enriquecido em REE, com valores de [La/Yb]N = 4,8, anomalias nega- tivas de Eu, com [Eu/Eu* = 0,24] e padrão assimétrico com alta inclinação dos braços [Ce/Sm]N = 1,66 em relação a [Gd/Yb]N = 1,70. A fase principal (B) (Figura 7 B3) é constituída por Muscovita-Monzogranito, apresentando-se enri- quecida em REE, com valores de [La/Yb]N = 9,66, anomalias negativas mais acentuadas de Eu, com [Eu/Eu* = 0,89] e inclinação mais acentuada dos braços [Ce/Sm]N = 1,72 em relação a [Gd/Yb]N = 2,42. A fase final tardia (A) (Figura 7 A3) é composta por Monzogranito, que apresenta um empobrecimento de REE, com valores de [La/Yb]N = 9,04, anomalias negativas de Eu, com [Eu/Eu* = 0,38], padrão assimétrico com redução de [Ce/Sm]N = 2,24 em relação a [Gd/Yb]N = 1,85. O estudo dos elementos de terras raras indica três padrões de distribuição assimétricos com valores distintos de REE e de anomalias negativas de Eu. Estes valores aumentam para a fase intermediária mais diferenciada, o que sugere a intensificação do processo de fracio- namento do magma a partir da fase inicial. Quanto à fase final tardia, com padrão empobrecido em REE em relação à fase intermediária, sugere-se a geração de magmas contemporâneos não cogenéticos de fontes crustais distintas ou uma possível participação de mistura e/ou contaminação com rochas empobrecidos em REE. São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 30 FIGURA 7. Aranhogramas normalizados pela Crosta Superior, diagramas (A1, B1, C1 e D1), pela Crosta Inferior (A2, B2, B2, D2) e pelo Condrito (Boynton, 1984) (A3, B3, C3 e D3). CONSIDERAÇÕES FINAIS O Maciço Sararé, que ocorre no sudoeste de Mato Grosso, registra o evento magmático vinculado à evolução da Província Sunsás-Aguapeí do Cráton Amazônico durante o período Toniano (idades Ar-Ar entre 903 a 906 Ma de acordo com Araújo-Ruiz, 2003). É intrusivo em rochas metamórficas dos Complexos Pontes e Lacerda e Alto Guaporé, nos Maciços Sapé e Anhangüera, de idades Calyminiana (aproxima- damente 1.450 Ma). O Maciço compreende um corpo de 80 km2, sendo constituído por três fácies petrográficas principais, que apresentam composição monzogranítica, isotrópica, eqüi- a ineqüigranular e granulação predominan- temente média. O Maciço é caracterizado por três fácies, a mais jovem, denominada de Fácies Monzogranito, é cons- tituída por intrusões localizadas e circunscritas e sua principal ocorrência, aflora no extremo norte da área. É constituída por rochas róseas, leucocráticas, isotró- picas, ineqüigranulares, de granulação fina a média a localmente porfirítica. Suas ocorrências são compostas basicamente por diferentes porcentagens de micro- clínio, quartzo, oligoclásio, biotita, muscovita, apatita, zircão, minerais opacos e por minerais de alteração, São Paulo, UNESP, Geociências, v. 24, n. 1, p. 19-32, 2005 31 como muscovita, sericita e clorita. A segunda, deno- minada Fácies Muscovita-Monzogranito, predomina na porção norte-central do corpo e é constituída por rochas róseas, leucocráticas, isotrópicas, ineqüigranulares de granulação média a grossa a localmente porfiróide, destacando a presença de dois tipos de muscovita e biotita. A mais antiga denominada de Fácies Biotita- Monzogranito, ocorre na porção sul do maciço, composta por rochas de cor vermelha, leucocráticas, isotrópicas, ineqüigranulares, de granulação fina a média. A tectônica regional, com traços de direção NW- SE, controla e define a forma alongada do Maciço Sararé acompanhando o trend regional de suas encai- xantes, e tardiamente uma tectônica rúptil, manifesta através de fraturas e falhas de direção NE-SW, define a geometria final do corpo. Quanto aos aspectos litogeoquímicos as rochas que constituem o Maciço Sararé caracterizam padrões de granitos crustais, peraluminosos, de alto K e quimi- camente restritos em relação a SiO2, caracterizando rochas graníticas diferenciadas. O estudo dos elementos terras raras indicam três padrões de distribuição assimétricos com valores distintos de REE e de anomalias negativas de Eu. Estes valores aumentam para a fase intermediária mais diferenciada, o que sugere a intensificação do processo de fracionamento do magma a partir da fase inicial. Quanto à fase final tardia, com padrão empobrecido em REE em relação à fase intermediária, sugere-se a geração de magmas contemporâneos não cogenéticos de fontes crustais distintas ou uma possível participação de mistura e/ou contaminação com rochas empo- brecidos em REE. As rochas que constituem o Maciço Sararé repre- sentam intrusões tardias geradas a partir da fusão de material da crosta superior em ambiente de colisão continental ao final do evento colisional Aguapeí-Sunsás. AGRADECIMENTOS Este trabalho teve o apoio financeiro CNPq (Proc. 131225/2001-41), FAPESP (Proc. 2002/13079-0) e FAPEMAT (3.2.15.243/05). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ARAÚJO-RUIZ, L.M.B de. Caracterização petrográficas do Granito Sararé e de seu embasamento Posto Sapé – MT. Cuiabá, 2000. 65 p. Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de Mato Grosso. Trabalho de Conclusão de Curso. 2. ARAÚJO-RUIZ, L.M.B. de. Caracterização petrológica, geoquímica e geocronológica do Maciço Sararé – Nova Lacerda – MT. Rio Claro, 2003. 89 p. Dissertação (Mestrado em Geociências), Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista. 3. ARAÚJO-RUIZ, L.M.B. de; GODOY, A.M.; SOUZA, M.Z.A.; RUIZ, A.S. 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