RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 06/03/2026. UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araraquara Ane Guadalupe Silva Influência do estado de hidratação nas mudanças metabólicas e comportamentais relativas à hibernação no lagarto teiú Salvator merianae Araraquara 2024 UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araraquara Ane Guadalupe Silva Influência do estado de hidratação nas mudanças metabólicas e comportamentais relativas à hibernação no lagarto teiú Salvator merianae Dissertação apresentada à Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Odontologia, Araraquara para obtenção do título de Mestre em Ciências Fisiologicas, na Área de Fisiologia comparada Orientadora: Kênia Cardoso Bícego Araraquara 2024 S586i Silva, Ane Guadalupe Influência do estado de hidratação nas mudanças metabólicas e comportamentais relativas à hibernação no lagarto teiú Salvator merianae / Ane Guadalupe Silva. -- Araraquara, 2024 51 p. : il., tabs. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Odontologia, Araraquara Orientadora: Kênia Cardoso Bícego 1. Desidratação. 2. Lagartos. 3. Locomoção. 4. Temperatura corporal. 5. Atividade motora. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Faculdade de Odontologia, Araraquara. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. Ane Guadalupe Silva Influência do estado de hidratação nas mudanças metabólicas e comportamentais relativas à hibernação no lagarto teiú Salvator merianae Comissão julgadora Para obtenção do grau de Mestre em 2024 Presidente e orientador: Profa. Dra. Kênia Cardoso Bícego 2º Examinador: Prof. Dr. Denis Otavio Vieira de Andrade 3º Examinador: Prof. Dr. José Eduardo de Carvalho Araraquara, 23 de fevereiro de 2024. DADOS CURRICULARES Ane Guadalupe Silva NASCIMENTO: 28/02/1997 – Ribeirão Preto – São Paulo, Brasil FILIAÇÃO: Márcia Alzira Capretz da Silva e Carlos André da Silva Março de 2017: Início da graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Jaboticabal, São Paulo, Brasil. Março de 2022: Início da Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas pelo Programa Interinstitucional de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PIPGCF) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) - Faculdade de Odontologia (FOAr), Araraquara, São Paulo, Brasil, para a obtenção do título de Mestra em Ciências Fisiológicas. Junho de 2022: Obtenção do grau de Bacharela em Ciências Biológicas com ênfase em Meio Ambiente pela UNESP/FCAV. Novembro de 2023: Ingresso no programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da UNESP/FCAV, para a obtenção do título de Doutora em Ciência Animal com ênfase em fisiologia e bem-estar animal. Fevereiro de 2024: Aprovada na defesa da dissertação de mestrado para a obtenção do título de Mestra em Ciências Fisiológicas pelo PIPGCF. AGRADECIMENTOS Difícil descrever minha trajetória durante o mestrado acadêmico. Sei de uma coisa... aprendi em dois anos muito mais do que em períodos mais longos da minha vida até agora. Aprendi a lidar com problemas, a estudar de forma mais eficiente, a lidar com novas pessoas, aprendi sobre mim, sobre os teiús, sobre fisiologia, e principalmente aprendi que em cada etapa da vida mais e mais nos aprimoramos e nos tornamos melhores. Sei que durante o doutorado vou crescer ainda mais. E assim vai ser até o fim da minha jornada na Terra. Dessa forma, é com imensa gratidão e emoção que dedico esta sessão de agradecimentos as pessoas incríveis que tornaram todo esse aprendizado possível, me apoiando de forma generosa e que estiveram sempre ao meu lado ao longo dessa trajetória. Primeiramente, quero expressar minha eterna gratidão à minha família, que incluem tios e prima, mas principalmente quero expressar meu carinho a minha mãe Márcia, meu maior exemplo de tudo na vida, ao meu pai André, que me mostra como posso ser melhor a cada dia, a minha irmã Gabriela, que com o tempo se tornou minha melhor amiga com quem compartilho meus sentimentos mais importantes, e minha querida avó Maria Lúcia, que sempre esteve e está disposta a ajudar como pode. Vocês sempre foram fontes inesgotáveis de amor, apoio e compreensão e são meu alicerce. Esta conquista também é de vocês! Quero agradecer também ao meu companheiro, Gabriel, por ser meu pilar emocional e fonte de incentivo. Sua paciência, compreensão e apoio foram fundamentais para que eu alcançasse meus objetivos e sua ajuda com as coisas da vida sempre serão lembradas como essenciais para eu ter alcançado tudo que tenho hoje. Incluo nesses agradecimentos também meus melhores amigos, em especial quatro mulheres incríveis, Beatriz, Livia, Maria e Thais. Nossa amizade trouxe alegria aos momentos difíceis e compartilhar esses anos com vocês tornou tudo mais especial, mais fácil, doce e feliz. Sempre tive dificuldade em fazer amigos, mas com vocês tudo foi natural. Vou levar cada momento no coração e vou lembrar de cada risada quando estiver triste, pois sei que vai me fazer sentir melhor. Agradeço também ao pessoal do laboratório (LaFiTI e Gargaglioni's Lab), que sempre estiveram prontos para compartilhar conhecimento. Obrigado por serem uma equipe tão unida e colaborativa. Ao time dos teiús, Livia, João, Augusto e Isabelle, agradeço a colaboração e apoio inestimável. Juntos, enfrentamos desafios e celebramos conquistas, construindo memórias que levarei para toda a vida. Agradeço profundamente à professora Kênia pela orientação excepcional. Sua dedicação e paixão pelo trabalho acadêmico foram inspiradoras e fundamentais para o sucesso deste estudo. Sempre que precisei a senhora estava disposta a ajudar e conversar, não só em momentos de dúvidas profissionais, como também em momentos pessoais. Aos pós-doutorandos do laboratório Derek, Melissa e Alana, meu sincero agradecimento pela valiosa contribuição nas metodologias, resultados e discussões. A expertise de vocês foi um diferencial para a qualidade deste estudo. Não posso deixar de agradecer também ao veterinário responsável Rafael Sato, pelo profissionalismo exemplar nas cirurgias e pelo acompanhamento dedicado dos animais. Seu comprometimento foi essencial para o êxito desta pesquisa, além da sua companhia divertida ter feito os momentos de cirurgia terem sido mais leves. Agradeço a professora Luciane Gargaglioni que me orientou em diversas ocasiões, através de críticas construtivas e conhecimentos fisiológicos. Ao professor Pedro Alves, pela bondade de emprestar equipamento essencial para este estudo. Sua generosidade contribuiu significativamente para a realização deste trabalho. Agradeço também aos lagartos teiú, Salvator merianae, que foram peças essenciais para o melhor entendimento da sua fisiologia e adaptação. Por fim agradeço a FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Processo nº 2022/13834-6) pelo apoio financeiro essencial para realização dessa pesquisa. O presente trabalho também foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de financiamento 001. Muito obrigada! Silva AG. Influência do estado de hidratação nas mudanças metabólicas e comportamentais relativas à hibernação no lagarto teiú Salvator merianae [dissertação de mestrado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2024. RESUMO A disponibilidade de água e alimento em conjunto com a temperatura são fatores críticos que influenciam a fisiologia e sobrevivência dos animais, agindo como pressões seletivas dentro das capacidades e tolerância dos organismos. Essas interações organismo-ambiente, ao longo das estações, exercem forte influência nos padrões de atividade animal. O lagarto teiú (Salvator merianae), nativo da América do Sul, apresenta notáveis oscilações fisiológicas sazonais, com alta atividade metabólica na primavera (reprodução) e verão (alta atividade), seguida por reduções graduais no outono (atividade) e metabolismo mínimo no inverno (dormência). Os teiús são abundantes na região sudeste do Brasil, onde o inverno coincide com a estação de seca. Estudos anteriores indicam que a redução metabólica desses lagartos é independente da temperatura ambiente, mas não há evidências do quanto a disponibilidade de água influencia esse fenômeno. Uma questão levantada é: esses animais hibernam (redução metabólica durante o inverno) ou estivam (redução metabólica durante a seca)? Assim, o presente estudo visou avaliar a influência do estado de hidratação no padrão de redução metabólica e comportamental durante o inverno do sudeste brasileiro, em lagartos teiú de ambos os sexos. Para isso, foram avaliados mensalmente: osmolalidade plasmática, hematócrito, concentrações de amônia e ureia, massa corporal, comprimento rostro-cloacal, temperatura corporal e operacional, taxa de atividade e comportamentos em fêmeas e machos hidratados e desidratados nas fases de pré- hibernação (abril e maio), hibernação (junho e julho) e pós-hibernação (agosto e setembro). Nossos resultados mostram que a alta osmolalidade nos teiús não modificam diretamente os padrões de temperatura corporal e taxa de atividade, além também de não interferir no hematócrito, nas concentrações de amônia e ureia ou massa corporal, indicando certa resistência desses animais ao estresse hídrico. Foi possível observar relações significativas entre a temperatura corporal e a taxa de atividade, e relações não significativas como osmolalidade e hematócrito. Concluímos que os teiús apresentam uma redução metabólica e comportamental sincronizada com o inverno moderadamente frio e seco da região sudeste do Brasil, independentemente de seu estado de hidratação. Isso reforça a ideia de que esses animais não entram em estivação, mas sim em estado de hibernação. Além disso, machos parecem ser mais sensíveis a desidratação, já que foi observado uma redução de seus comportamentos associados à locomoção, em contraste com o aumento da densidade comportamental de permanência no abrigo. Palavras – chave: Desidratação. Lagartos. Locomoção. Temperatura corporal. Atividade motora. Silva AG. Influence of hydration status on metabolic and behavioral changes related to hibernation in the tegu lizard Salvator merianae [dissertação de mestrado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2024. ABSTRACT The availability of water and food, along with temperature, are critical factors influencing the physiology and survival of animals, acting as selective pressures within the capacities and tolerances of organisms. These organism-environment interactions throughout the seasons strongly influence patterns of animal activity. The tegu lizard (Salvator merianae), native to South America, exhibits notable seasonal physiological fluctuations, with high metabolic activity in spring (reproduction) and summer (high activity), followed by gradual reductions in autumn (activity) and minimal metabolism in winter (dormancy). Tegus are abundant in the southeastern region of Brazil, where winter coincides with the dry season. Previous studies indicate that the metabolic reduction in these lizards is independent of ambient temperature, but there is no evidence of how water availability influences this phenomenon. One question raised is: do these animals hibernate (metabolic reduction during winter) or estivate (metabolic reduction during dry season)? Therefore, the present study aimed to evaluate the influence of hydration status on the pattern of metabolic and behavioral reduction during the winter in southeastern Brazil, in male and female tegu lizards. For this purpose, monthly assessments were made: plasma osmolality, hematocrit, concentrations of ammonia and urea, body mass, rostro-cloacal length, body and operational temperature, activity rate, and behaviors in hydrated and dehydrated females and males during pre-hibernation (April and May), hibernation (June and July), and post-hibernation (August and September) phases. Our results show that high osmolality in tegus does not directly modify patterns of body temperature and activity rate, nor does it interfere with hematocrit, ammonia and urea concentrations, or body mass, indicating a certain resistance of these animals to water stress. Significant relationships were observed between body temperature and activity rate, and non-significant relationships such as osmolality and hematocrit. We conclude that tegus exhibit a synchronized metabolic and behavioral reduction with the moderately cold and dry winter of the southeastern region of Brazil, regardless of their hydration status. This reinforces the idea that these animals do not undergo estivation but rather enter a state of hibernation. Additionally, males appear to be more sensitive to dehydration, as a reduction in their locomotion-associated behaviors was observed, contrasting with an increase in the behavioral density of sheltering. Keywords: Dehydration. Lizards. Locomotion. Body temperature. Motor activity. LISTA DE ILUSTRAÇÔES Figura 1 - Variáveis sanguíneas de lagartos teiú S. merianae a) Osmolalidade plasmática (mmol/kg) durante os meses de experimento. b) Hematócrito (%) durante os meses de experimento. c) Relação entre hematócrito e osmolalidade plasmática. Círculos na cor preta representam o grupo controle e quadrados na cor verde representam o grupo desidratado. Gráficos a, b e c representam valores de fêmeas e machos em conjunto, devido à inexistência de diferenças entre os dois sexos. Letras diferentes (a, b, c, d) representam diferenças intragrupo, e símbolos (*) representam diferenças entre os grupos ........................ 26 Figura 2 - Concentrações plasmáticas de amônia e ureia de lagartos teiú S. merianae a) concentração de amônia (mmol/L), durante os experimentos. b) concentração de ureia (mmol/L), durante os experimentos. Os valores são representados para fêmeas e machos em conjunto devido à inexistência de diferença entre os sexos para ambas as variáveis. Círculos preenchidos na cor preta representam a média de cada mês para o grupo controle, enquanto quadrados preenchidos na cor verde representam a média de cada mês para o grupo desidratado. Letras diferentes (a e b) representam diferenças intragrupo, e símbolos (*) representam diferenças entre os grupos ........................................................................................................ 28 Figura 3 - Temperatura corporal e ODBA de fêmeas de lagartos teiú S. merianae Temperatura corporal (eixo y esquerdo) e ODBA (eixo y direito) de fêmeas, ao longo dos meses de experimento, em médias por horas correspondentes de cada mês. Círculos pretos representam fêmeas do grupo controle, enquanto quadrados verdes representam fêmeas do grupo desidratado. Símbolos preenchidos com cor sólida representam a temperatura corporal, enquanto símbolos não preenchidos representam o ODBA. A linha azul reflete a temperatura operacional do recinto onde os animais foram mantidos. Letras indicam diferenças intragrupo (a, b, c, d, e, f) e símbolos (*) indicam diferenças entre os grupos .......................................... 31 Figura 4 - Temperatura corporal e ODBA de machos de lagartos teiú S. merianae Temperatura corporal (eixo y esquerdo) e ODBA (eixo y direito) de machos, ao longo dos meses de experimento, em médias por horas correspondentes de cada mês. Círculos pretos representam machos do grupo controle, enquanto quadrados verdes representam machos do grupo desidratado. Símbolos preenchidos com cor sólida representam a temperatura corporal, enquanto símbolos não preenchidos representam o ODBA. A linha azul reflete a temperatura operacional do recinto onde os animais foram mantidos. Letras indicam diferenças intragrupo (a, b, c, d, e, f) e símbolos (*) indicam diferenças entre os grupos .......................................... 32 Figura 5 - Regressão linear entre ODBA e temperatura corporal de fêmeas e machos de lagartos teiú S. merianae a) Médias mensais das duas variáveis para fêmeas. b) Médias mensais das duas variáveis para machos. Círculos pretos representam o grupo controle, e quadrados verdes representam o grupo desidratado ............................................................................................................................... 33 Figura 6 - Densidade de comportamentos de fêmeas de lagartos teiú S. merianae, durante os meses de experimento a) Densidade do comportamento de abrigo. b) Densidade do comportamento de exploração. c) Densidade do comportamento de repouso fora do abrigo. O grupo controle é representado por barras pretas, enquanto o grupo desidratado é representado por barras verdes. Letras diferentes (a, b, c, d) indicam diferenças intragrupo, e símbolos (*) indicam diferenças entre os grupos .................................................................................................................................................. 35 Figura 7 - Densidade de comportamentos de machos de lagartos teiú S. merianae, durante os meses de experimento a) Densidade do comportamento de abrigo. b) Densidade do comportamento de exploração. c) Densidade do comportamento de repouso fora do abrigo. O grupo controle é representado por barras pretas, enquanto o grupo desidratado é representado por barras verdes. Letras diferentes (a, b, c, d) indicam diferenças intragrupo, e símbolos (*) indicam diferenças entre os grupos .................................................................................................................................................. 37 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Etograma dos comportamentos classificados por meio das gravações de vídeos de lagartos teiú S. merianae .......................................................................................................... 23 Tabela 2 - Valores de massa corporal (kg) e fator de condição (K) para fêmeas e machos de S. merianae, durante os experimentos para ambos os grupos (controle e desidratado) Letras diferentes (a, b e c) indicam diferenças intragrupo ...................................................... 29 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12 2 PROPOSIÇÃO ................................................................................................................. 14 3 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 15 3.1 Influências ambientais sobre a fisiologia animal ........................................................ 15 3.2 O lagarto teiú Salvator merianae .................................................................................. 17 4 MATERIAL E MÉTODO .............................................................................................. 19 4.1 Animais ........................................................................................................................... 19 4.2 Grupos experimentais ................................................................................................... 19 4.3 Variáveis sanguíneas e corporais ................................................................................. 20 4.4 Temperatura corporal ................................................................................................... 21 4.5 Taxa de atividade (ODBA: Overall Dynamic Body Acceleration) .............................. 22 4.6 Monitoramento comportamental ................................................................................. 22 4.7 Análise estatística ........................................................................................................... 24 5 RESULTADOS ................................................................................................................ 25 5.1 Variáveis sanguíneas e corporais ................................................................................. 25 5.2 Temperatura corporal e taxa de atividade .................................................................. 30 5.3 Monitoramento comportamental ................................................................................. 34 6 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 38 6.1 Temperatura corporal e taxa de atividade .................................................................. 38 6.2 Monitoramento comportamental ................................................................................. 39 6.3 Variáveis sanguíneas e corporais ................................................................................. 40 7 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 44 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 45 12 1 INTRODUÇÃO A disponibilidade de água e alimento, juntamente com a temperatura, são fatores críticos que afetam de maneira importante a fisiologia, aptidão e sobrevivência dos indivíduos. As variações de temperatura corporal (Tc) atuam direta e indiretamente nos processos fisiológicos do organismo animal, sendo também influenciada por tais processos1. Há, assim, uma relação de custo-benefício para a termorregulação, já que vários outros fatores podem alterar a Tc do animal, incluindo seu estado reprodutivo, estação do ano, ingestão de alimento e disponibilidade de água e de micro-habitat2-8. Dentro desse contexto, considerando a essencialidade da água para todos os seres vivos, seu uso de forma econômica pelo organismo torna-se crucial em ambientes, ou épocas do ano, quentes e secos. Nos vertebrados, a perda de água pode ocorrer através de diversas vias e a taxa de perda dessa água pelo animal está associada à sua temperatura e ao seu grau de atividade9- 12. Dessa forma, é esperado que os custos que advêm da manutenção do balanço hídrico dos indivíduos sejam importantes influenciadores do ambiente térmico selecionado por eles13. O conjunto de mecanismos fisiológicos de termorregulação e balanço hídrico são intrinsicamente ligados14 e, em momentos em que os custos de sobrevivência são altos, o estado de hidratação pode afetar negativamente a termorregulação. Estudos que envolvem a relação entre osmorregulação e termorregulação já foram realizados em diferentes vertebrados, mostrando que quanto maior a desidratação do animal, maior a Tc que ele apresenta, devido à inibição de mecanismos de perda evaporativa de calor1,14-24. Anderson e Andrade em 201724, mostraram que em altas temperaturas e altos níveis de desidratação, o sapo Rhinella dyptcha mostra uma redução em seu desempenho comportamental e tolerância térmica, utilizando de mudanças simultâneas em seus comportamentos termorreguladores para contrabalancear os efeitos negativos. Outro exemplo é o lagarto Pogona vitticeps ̧que apresenta o comportamento de gaping inibido pelo aumento da osmolalidade plasmática1. Esses e outros exemplos da literatura demonstram como o estado de hidratação do organismo animal pode ser um fator que interfere na manutenção de uma Tc bem ajustada, fatores que em conjunto modificam certos comportamentos e escolhas de micro-habitat. Diante das variações climáticas cíclicas anuais, a garantia de sobrevivência e reprodução está diretamente associada a ajustes fisiológicos e comportamentais, como as alterações metabólicas e/ou migrações25. Tais ajustes podem ser regulados por um ciclo endógeno, que independe das pistas ambientais e antecipa as mudanças sazonais, ou podem ser responsivos às 13 variações ambientais, sendo mais frequentemente, oriundos da complexa interação entre ambos os tipos de regulação26-31. A previsibilidade das alterações climáticas sazonais confere uma vantagem adaptativa aos animais, permitindo a antecipação desses ajustes fisiológicos. Nesse caso, as demandas energéticas são reguladas para atravessar momentos críticos transitórios da sua história de vida, restringindo suas atividades de altas demandas às estações de abundância, para crescer e reproduzir rapidamente29,32. De fato, torpor é uma estratégia amplamente utilizada por uma grande diversidade de animais, em todas as zonas climáticas, incluindo as tropicais28,33-35, que reduz o tempo de forrageamento, diminuindo o risco de predação e aumentando a longevidade, além de oferecer benefícios para a reprodução35. A espécie Salvator merianae é amplamente distribuída do nordeste do Brasil ao norte da Argentina e Uruguai36-37, e apresenta um interessante ciclo sazonal, com mudanças metabólicas que parecem não estar relacionadas diretamente com as alterações de temperatura ambiente34,38,39. Esses animais mostram alta atividade metabólica e motora na primavera e no verão, com redução gradual no outono, e menores valores ocorrendo no inverno, por aproximadamente três meses33,34,39-41. Na região sudeste do Brasil, onde há abundante distribuição de S. merianae, a estação de inverno, caracterizada por reduções amenas de temperatura ambiente, coincide com a fase seca do ano e assim, há possibilidade de confusões entre eventos de hibernação e estivação42. Há várias evidências de que a redução metabólica desses lagartos durante o inverno é independente da temperatura ambiente, e somente alguns indícios de que talvez seja também independente da redução de pluviosidade nessa fase do ano34,39,43. Dessa forma, o foco do presente estudo foi verificar se o grau de hidratação corporal pode influenciar na atividade de redução metabólica de inverno nessa espécie. Tal abordagem de estudo não foi aplicada ainda para a espécie S. merianae. Os únicos dados disponíveis dentro dessa temática, tratam da comparação da tolerância osmótica das hemácias entre as estações de alta atividade e de hibernação, tendo sido observada maior fragilidade durante a fase de hibernação44. 44 7 CONCLUSÃO Como conclusão desta dissertação de mestrado, é possível inferir que os lagartos teiú S. merianae apresentam uma redução metabólica e comportamental sincronizada com o inverno moderadamente frio e seco da região sudeste do Brasil, independentemente de seu estado de hidratação. Isso reforça a ideia de que esses animais não entram em estivação, mas sim em estado de hibernação. Além da diminuição metabólica que todos os animais deste estudo, independe do seu grupo hídrico, apresentaram, os machos de lagarto teiú pareceram ser mais sensíveis ao estado de desidratação. Estes reduziram certos comportamentos, como exploração e repouso fora do abrigo, associados à locomoção, simultaneamente ao aumento do comportamento de permanência no abrigo. Essas alterações indicam reduções em seu forrageamento, o que pode acarretar consequências prejudiciais a longo prazo. Essas descobertas proporcionam insights sobre as adaptações fisiológicas e comportamentais desses lagartos durante a fase de hibernação, enriquecendo nossa compreensão sobre suas estratégias de sobrevivência em condições climáticas adversas. Além disso, este estudo abre portas para futuras investigações. A compreensão mais profunda das interações entre o estado de hidratação, mudanças metabólicas e comportamentais destes lagartos podem ser exploradas em estudos mais específicos, contribuindo não apenas para a ecologia desses lagartos, mas também para a biologia comparativa e a compreensão mais ampla dos padrões de hibernação em vertebrados. 45 REFERÊNCIAS 1. Scarpellini CS, Bícego KC, Tattersall GJ. Thermoregulatory consequences of salt loading in the lizard Pogona vitticeps. J Exp Biol. 2015; 218(8): 1166-74. 2. Huey RB, Slatkin M. 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