Quim. Nova, Vol. 27, No. 6, 878-881, 2004 Ar ti go *e-mail: bolzaniv@iq.unesp.br DETERMINAÇÃO POR RMN DAS CONFIGURAÇÕES RELATIVAS E CONFORMAÇÕES DE ALCALÓIDES OXINDÓLICOS ISOLADOS DE Uncaria guianensis Carlos Alberto Carbonezi, Lidilhone Hamerski, Otavio Aparecido Flausino Jr., Maysa Furlan e Vanderlan da Silva Bolzani* Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista, CP 355, 14801-970 Araraquara - SP Maria Claudia Marx Young Seção de Fisiologia e Bioquímica de Plantas, Instituto de Botânica, CP 4005, 01061-970 São Paulo - SP Recebido em 22/8/03; aceito em 18/6/04; publicado na web em 8/10/04 DETERMINATION OF RELATIVE CONFIGURATIONS AND CONFORMATIONS OF OXINDOLE ALKALOIDS FROM Uncaria guianensis BY NMR. Phytochemical studies with leaves of Uncaria guianensis resulted in the isolation of the oxindole alkaloids isomitraphylline (1), 3-isoajmalicine (2) mitraphylline (3), and isomitraphylinic acid (4). Structural assignments of these alkaloids, including relative configurations and conformations, were performed through spectral data and physical properties. 1D and 2D homonuclear and heteronuclear NMR spectroscopy was a valuable tool for the establishment of the relative stereochemistry of those compounds. Keywords: Uncaria guianensis; Rubiaceae; oxindole alkaloids; stereochemistry. INTRODUÇÃO O gênero Uncaria, compreendendo cerca de 60 espécies, carac- teriza-se por plantas lenhosas, geralmente trepadeiras e alguns ar- bustos. Plantas deste gênero ocorrem com maior freqüência nos con- tinentes asiático e africano, sendo este último considerado o centro de irradiação do gênero1,2. Espécies de Uncaria, entre outras da fa- mília Rubiaceae, são muito estudadas sob o enfoque químico devido à presença de alcalóides do tipo oxindólico, para os quais são relata- das várias atividades farmacológicas2. Alguns representantes deste gênero são amplamente emprega- dos na medicina popular. U. sinensis é utilizada secularmente na medicina tradicional chinesa para o tratamento de desordens nervo- sas e de febre3. Na Tailândia, U. callophylla é indicada para trata- mento de várias enfermidades, incluindo a hipertensão4. A espécie U. glabata, na Sumatra, é empregada na medicina tradicional como remédio contra intoxicação alimentar5,6 e U. gambir, na Malásia, na forma de pasta e loções para alívio de queimaduras e enfermidades da pele2. De acordo com Robbrecht7, o gênero Uncaria é representado no continente sul americano por duas espécies, U. guianensis (Aubl.) Gmel e U. tomentosa (Willd.) D.C., sendo esta última a mais estuda- da em relação à sua composição química e farmacologia. Estas duas espécies, conhecidas pela população peruana como unha-de-gato, são empregadas na medicina popular no tratamento de várias enfer- midades como, por exemplo, câncer, gastrite, reumatismo, artrite e certas afecções epidérmicas2,8,9. Em decorrência das propriedades anticancerígenas e antiinflamatórias atribuídas à unha-de-gato, nome comercial do fitoterápico preparado de U. guianensis e/ou U. tomentosa, vem sendo constatado um acréscimo notável no consu- mo destas espécies, sobretudo de U. tomentosa, conhecida como a verdadeira unha-de-gato. As espécies deste gênero acumulam alcalóides indólicos, conhecidos como os principais marcadores quí- micos de Rubiaceae. São alcalóides de grande complexidade estru- tural formados a partir de estrictosidina, o precursor fundamental de todos os representantes da série corinanteana. Dependendo da estereo- química dos centros estereogênicos C-3, C-15 e C-20, os alcalóides indólicos pentacíclicos podem apresentar configurações distintas nas junções dos anéis C/D/E dando origem às conformações conhecidas como normal, pseudo, allo e epiallo10. A Figura 1 ilustra alguns exem- plos de alcalóides indólicos pentacíclicos das séries mencionadas. A definição das conformações desses alcalóides é extremamente im- portante não apenas para a determinação de suas estruturas moleculares mas, principalmente, para o estudo de seus mecanismos de ação farmacológica. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os espectros de massas referentes às substâncias 1 e 3 mostra- ram fragmentos iônicos praticamente idênticos, apresentando o íon molecular [M]+ m/z 368 e o mesmo pico base m/z 223. Os fragmen- tos iônicos em m/z 208, 130 e 69, considerados os principais, tam- bém foram comuns aos dois espectros. Entretanto, os espectros de absorção na região do infravermelho de 1 e 3 apresentaram algumas diferenças, principalmente aquelas na região de estiramento N-H, em torno de 3.450-3.400 cm-1. No espectro de 1 observou-se uma forte absorção em 3.454 cm-1, enquanto que no espectro de 3 obser- vou-se uma banda de intensidade fraca em 3.260 cm-1. Além dessas, foram observadas bandas em 1.704 e 1.707 cm-1 (carbonila), 1.613 e 1.614 cm-1 (ligações duplas carbono-carbono conjugadas) para 1 e 3, respectivamente. Os dados de espectrometria de massas aliados aos espectros de RMN de 1H e 13C para estas substâncias estabelece- ram a mesma fórmula molecular C 21 H 24 N 2 O 4 para ambas. Os espec- Figura 1. Estereoquímica relativa dos centros estereogênicos C-3, C-15 e C-20, que caracteriza a estereoquímica do anel D dos alcalóides indólicos nas séries normal, pseudo, allo e epiallo 879Determinação por RMN das Configurações RelativasVol. 27, No. 6 tros na região do UV apresentaram bandas de absorção em λ max 234, 256 nm e 260, 284 nm para 1 e 3, respectivamente. A análise dos dados de RMN de 1H para 1 e 3 demonstrou grande similaridade nos sinais referentes aos hidrogênios aromáticos de um sistema 1,2 dissubstituído e aos metínicos e metilênicos na faixa de δ 2,0 a 4,30. Os dados de RMN de 1H mostraram ainda que a principal diferença entre 1 e 3 deve-se aos sinais correspondentes a H-14, δ 0,54 em 1 e δ 1,18 em 3, indicando que neste último ocorreu uma desproteção anisotrópica acentuada, quando comparados com outros derivados com estruturas similares a 1. A região em torno de δ 1,5 a 2,5 é bastante diferente nos espectros dos dois alcalóides. A análise dos dados de RMN de 13C (Tabela 1) indicou também grande semelhan- ça entre os sinais registrados para 1 e 3. A única diferença observada nos dois espectros referiu-se aos sinais em δ 71,6 e 74,6 atribuídos ao C-3 de 1 e 3, respectivamente. Os dados espectrais aqui descritos, comparados com aqueles registrados na literatura para alcalóides indólicos, indicaram que 1 e 3 são oxindólicos pentacíclicos do tipo corinanteano C5b11, identificados como mitrafilina e isomitrafilina, respectivamente12. A maioria dos dados de RMN de 1H e 13C registrados na literatura para os alcalóides oxindólicos pentacíclicos foram obtidos por técnicas unidimensionais. Com a disponibilidade de técnicas de RMN bidimensionais (mono e heteronucleares), a elucidação estrutural destas substâncias complexas pôde ser esclarecida, principalmente no que concerne aos deslocamentos quí- micos e constantes de acoplamento dos hidrogênios ligados aos car- bonos sp3. Assim, com base nas informações fornecidas dos espec- tros de RMN de 1H e 13C, principalmente pelos experimentos de DQCOSY, HMQC, HMBC e NOESY, foi realizado um estudo deta- lhado sobre a estrutura, configuração e conformação de 3. Como já descrito anteriormente, os alcalóides oxindólicos podem apresentar configurações α e/ou β em C-3, C-15 e C-20 e, conseqüentemente, conformações normal, pseudo, allo e epiallo. Os dados fornecidos pelas constantes de acoplamento entre os sinais correspondentes aos hidrogênios metínicos, metilênicos e pelo mapa de contorno de DQCOSY e NOESY de 3 indicaram uma relação diaxial entre o hidrogênio H-14β (δ 1,18 q, J = 11,0 Hz) e os hidrogênios H-3 (δ 2,35 m) e H-15 (δ 2,05 m). A constante de acoplamento de 11,0 Hz para estes hidrogênios sugeriu que a conformação da molécula de 3 poderia pertencer à série normal ou allo. A conformação epiallo para 3 foi descartada, uma vez que as constantes de acoplamento referen- tes ao H-14β para esta série deveriam apresentar valores em torno de J 14β, 15 = 4,5 Hz (acoplamento equatorial/equatorial) e J 14β,3 = 2,5 Hz (acoplamento equatorial/axial), valores estes já registrados para uncarina D, um exemplo de alcalóide da série estereoquímica epiallo6. A diferenciação entre as séries estereoquímicas normal e allo foi estabelecida por meio da análise das constantes de acoplamento en- tre os hidrogênios H-21 e H-20. Os valores de J 21α,20 = 10,4 Hz e J 21β,20 = 2,0 Hz indicaram a presença de um acoplamento diaxial en- tre os hidrogênios H-21α (δ 1,83 t) e H-20 (δ 2,05 m) e um acoplamento equatorial/axial entre os hidrogênios H-21β (δ 3,19 dd) e H-20, respectivamente, os quais se encontram em perfeito acordo com a série estereoquímica normal. Definida a configuração de 3 na série estereoquímica normal, procedeu-se a análise para estabelecer a estereoquímica relativa no carbono C-19. A constante de acoplamento de H-19 (δ 4,35 dq; J 19,20 = 3,0 Hz) com H-20 sugeriu uma disposição pseudo equatorial/axial entre estes, indicando que o grupo metilíco no C-19 está em posição α. A proposição de uma possível disposição pseudo equatorial do grupo metílico C-18 não obteve sustentação para 3, devido aos valo- res das constantes de acoplamento entre os hidrogênios vicinais H- 19 e H-20 que é de 3,0 Hz. Alcalóides com H-20/H-19 pseudo axial/ axial são caracterizados por J ~ 8,0 a 13,0 Hz. Tomando-se como referência a uncarina B (5) com disposição pseudoaxial/axial, J = 9,8 Hz para H-19/H-20, concluiu-se que na substância 3 esta relação é pseudo axial/equatorial6. Os dados de HMBC foram fundamentais para distinguir os C-3 e C-19. A correlação entre H-17 (δ 7,40) com C-19 (δ 73,8) permitiu atribuir, de maneira inequívoca, o valor de C- 19 como sendo 73,8. O sinal em δ 74,6 por exclusão foi atribuído ao C-3. Este dado foi corroborado pela fraca correlação observada en- tre o H-3 (heteroátomo, δ 7,78) e C-2. Adicionalmente, o desloca- mento químico de C-3 diferencia os alcalóides oxindólicos da série normal com δ em torno de 74,5 (+/- 1,0) e epiallo em torno de δ 71,0 (+/- 0,5). Assim, a substância 3 foi identificada como mitrafilina (sé- rie normal), e 1 como seu estereoisômero isomitrafilina12. O espectro de massas (ES-MS) do composto 2 interpretado jun- tamente com os dados de RMN de 1H e 13C revelou a fórmula molecular C 21 H 23 N 2 O 4 . O espectro no UV apresentou bandas de ab- sorção em λ máx 234 (log ε 3,79), λ máx 256 (log ε 3,78), λ máx 284 Tabela 1. Dados de RMN de 13C para as substâncias 1, 2, 3 e 4 (100 MHz, CDCl 3 ) 1 2 3 4 C δ C δ C δ C δ C 2 181,6 132,5 180,9 181,8 3 71,6 54,1 74,6 71,8 5 53,3 50,9 54,3 53,2 6 35,3 16,8 35,1 35,0 7 56,4 106,7 55,5 56,3 8 133,7 127,7 133,3 133,5 9 124,7 117,9 123,0 124,5 10 122,2 119,3 122,6 122,2 11 127,4 121,4 128,0 127,5 12 109,6 111,2 109,5 109,5 13 140,3 135,8 140,6 140,3 14 29,1 31,2 28,3 28,9 15 29,9 26,0 30,4 29,8 16 107,2 107,6 106,9 106,8 17 153,7 154,6 154,0 154,5 18 14,8 15,0 14,8 14,6 19 73,9 73,8 73,8 73,9 20 40,8 41,3 40,5 40,6 21 54,2 47,3 54,2 54,1 22 167,0 167,3 167,1 169,4 OMe 50,7 50,9 50,7 - Figura 2. Substâncias isoladas de U. guianensis (1-4) e uncarina B (5) usadas como modelo para discussão das estereoquímicas relativas de C-19 e C-20 880 Quim. NovaCarbonezi et al. (log ε 3,66), características de alcalóides indólicos. O espectro de massas evidenciou o ion molecular em m/z [M]+ 352 e fragmentos iônicos em m/z 209 (15), 184 (51), 169 (36), 156 (100), 115 (18) e 55 (18) compatíveis aos descritos para a 3-isoajamalicina. A análise detalhada do espectro de RMN de 1H e dos experimentos de DQCOSY e NOESY demonstrou a presença de um acoplamento diaxial entre os hidrogênios H-14β e H-15 (J 14β, 15 = 11,5 Hz) e um acoplamento axial/equatorial entre os hidrogênios H-14β e H-3 (J 14β, 3 = 5 Hz), consistente com a junção cis entre os anéis D/E de 2. O valor de J 19, 20 = 3,2 Hz sugeriu um acoplamento equatorial/axial entre H-19/H-20, indicando que H-20 deve estar na configuração β. Esta proposição foi confirmada pelos valores de J 21α, 20 = 10,8 Hz e J 21β, 20 = 3,2 evi- denciando um acoplamento diaxial entre os H-21α e H-20 e um acoplamento equatorial/axial entre os hidrogênios H-21β e H-20, confirmando a junção trans entre os anéis D/E de 2. Estes dados, em conjunto com aqueles obtidos dos mapas de contorno de HMQC e HMBC e comparação com a literatura, estabeleceram de forma ine- quívoca a estrutura de 2 como sendo a 3-isoajamalicina, cujo grupo metílico em C-19 está α-orientado6,13. A substância 4, fórmula molecular C 20 H 22 N 2 O 4 , apresentou ban- das de absorção na região do IV em 1.704 (R 2 C=O), 1693 (-CO 2 H), 1.616 e 1545 cm-1 (sistema aromático) e absorções no UV em λ max 236 (log ε 3,54), 260 (log ε 3,54) e 283 (log ε 3,31). O espectro de massas de 4 apresentou um sinal para o ion molecular [M]+ m/z 354 com 14 u.m.a. a menos que aquele obtido para a mitrafilina. Os da- dos de RMN de 1H e 13C foram praticamente idênticos aos obtidos para a isomitrafilina, com exceção do sinal correspondente ao grupo metoxílico (δ 50,7), ausente em 4. A confirmação da estrutura de 4 como ácido isomitrafilínico foi corroborada pelos dados dos espec- tros de RMN de 1H, principalmente dos valores de J, e pelos experi- mentos de DQCOSY, HMQC, HMBC e NOESY. PARTE EXPERIMENTAL Procedimentos experimentais gerais Os espectros de infravermelho foram registrados em espectro- fotômetro FT IV Nicolet modelo IMPACT 400, em células de KBr. Os espectros de RMN de 1H (400 MHz) e de 13C (100 MHz) uni- (1D) e bidimensional (2D) foram obtidos em espectrômetro Varian Unit 400, utilizando-se CDCl 3 como solvente e tetrametilsilano (TMS) como referência interna. Na obtenção dos espectros de mas- sa com injeção direta da amostra foi utilizado um espectrômetro Hewllett-Packard, modelo HP 5890/5988 A e Finnigan, modelos MAT 90, ITD 800 e INCOS 50B acoplados a um cromatógrafo Varian 3400, operando a baixa resolução com ionização por impacto eletrô- nico a 70 eV. Para as separações cromatográficas em coluna utili- zou-se Sephadex LH-20 (Sigma). Para análises em cromatografia em camada delgada utilizaram-se placas de vidro recobertas por sílica gel GF 254 . Material vegetal O material botânico foi coletado na reserva florestal do Viro, Belém, Pará, Brasil, em maio de 1996. Uma exsicata encontra-se depositada no Instituto de Botânica do Estado de São Paulo. Extração e isolamento dos constituintes químicos O material vegetal (folhas) foi inicialmente seco ao ar e, em segui- da, em estufa a 40 °C, triturado e submetido a exaustivas extrações com n-hexano, diclorometano/metanol (2:1 v/v) e metanol. A solução diclorometano/metanólica foi concentrada em evaporador rotativo, sob pressão reduzida, fornecendo 24,7 g do extrato diclorometano/ metanólico (2:1 v/v). Esse extrato foi dissolvido em metanol/água (8:2), seguido de partição com n-hexano, clorofórmio e acetato de etila. A fração clorofórmica (1,0 g) foi submetida a uma coluna de filtração em gel de Sephadex LH-20 com CHCl 3 :MeOH 9:1, 7:3, 1:1, 4:6 e MeOH como fase móvel. Foram obtidas 26 frações de 50 mL. As frações F-8 e F-9 foram purificadas por meio de cromatografia em camada delgada preparativa, utillizando-se o n-hexano/acetato de etila/ ácido acético (2:8:1 v/v/v) como mistura eluente, conduzindo ao iso- lamento dos alcalóides 1 e 2. As frações de F-10, F-11 e F-15 ao serem concentradas apresentaram a formação de um precipitado amarelo pálido. Cada fração foi submetida à recristalização em acetona forne- cendo as substâncias 3 e 4, respectivamente. Tabela 2. Dados de RMN de 1H para as substâncias 1, 2, 3 e 4 (400 MHz, CDCl 3 ) H 1 2 3 4 3 2,50 m 4,55 m 2,35 m 2,55 m 5 2,50 m 3,19 t (largo) J = 6,8 3,30 m 2,45 m; 3,35 m 3,20 ddd; J 5β, 5α = J 5β, 6β = J 5β, 6α = 1,8 6 2,00 m; 2,30 m 2,55 m; 3,00 m 2,05 m; 2,45 m 1,96 ddd; J 6β, 6α = 13,0; J 6β, 6β = J 5β, 6α = 8,6 2,30 m 9 7,27 d; J 9,10 = 7,5 7,49 dd; J 9, 10 = 7,2; J 9, 11 = 1,3 7,17 d; J 9, 10 = 7,3 7,27 d; J 9, 10 = 7,6 10 6,90 ddd; J 10, 9 = 7,5; 7,10 dt; J 10, 9 = J 10, 11 = 7,2; 7,01 dt; J 10, 9 = 7,3; 6,90 t; J 10, 9 = J 10, 11 = 7,6 J 10, 11 = 7,6; J 10, 12 = 0,9 J 10, 12 = 1,4 J 10, 11 = 7,3; J 10, 12 = 0,9 11 7,09 ddd; J 11, 10 = 7,6; 7,17 dt; J 11, 10 = J 11, 12 = 7,2; 7,16 ddd; J 11, 10 = 7,3; 7,08 t; J 11, 10 = J 11, 12 = 7,6 J 11, 12 = 7,7; J 11, 9 = 1,3 J 11, 9 = 1,4 J 11, 12 = 7,5; J 11, 9 = 1,2 12 6,81 d; J 12, 11 = 7,7 7,40 dd; J 12, 11 = 7,2; J 12, 10 = 1,4 6,83 d; J 12, 11 = 7,5 6,80 d; J 12, 11 = 7,6 14 0,54 q J 14β, 14α = J 14β, 15 = J 14b, 3 = 11,6 1,65 ddd; J 14β, 14α = 13,6; 1,18 q J 14β, 14α = J 14β, 15 = J 14β, 3 = 11,0 0,53 q J 14β, 14α = J 14β, 15 = J 14β, 3 = 11,6 2,15 m (H-14α) J 14β, 15 = 11,5; J 14β, 3 = 5 2,35 m (H-14α) 2,15 m (H-14α) 3,19 d; J 14α, 14β = 13,6 15 1,80 m; 2,10 m 2,00 m 2,05 m 2,1 t (largo); J 15, 14β = J 15, 20 = 11,6 17 7,31 d; J 17, 15 = 1,4 7,50 d; J 17, 15 = 1,3 7,40 d; J 17, 15 = 1,2 7,36 d; J 17, 15 = 1,4 18 1,05 d; J 18, 19 = 6,6 0,92 d; J 18, 19 = 6,6 1,09 d; J 18, 19 = 6,6 1,04 d; J 18, 19 = 6,6 19 4,30 m 4,33 dq; J 19, 18 = 6,6; J 19, 20 = 3,2 4,35 dq; J 19, 18 = 6,6; J 19, 20 = 3,0 4,30 dq; J 19, 18 = 6,6; J 19, 20 = 3,3 20 1,85 m 2,00 m 2,05 m 1,85 m 21 1,80 t; J 21α, 21β = J 21α, 20 = 10,4 2,50 t; J 21α 21β = J 21α, 20 = 10,8 1,83 t; J 21α, 21β = J 21α, 20 = 10,4 1,80 t; J 21α, 21β = J 21α, 20 = 10,4 3,10 dd; J 21β, 21α = 10,4; 2,63 t; J 21β, 21α = 10,8; J 21β, 20 = 3,2 3,19 dd; J 21β, 21α = 10,4; 3,10 dd; J 21β, 21α = 10,4; J 21β, 20 = 2,0 J 21β, 20 = 2,0 J 21β, 20 = 2,0 OMe 3,49 s 3,73s 3,56s — 881Determinação por RMN das Configurações RelativasVol. 27, No. 6 Isomitrafilina 1 Cristais amarelo pálido, p.f. 288-290 oC, literatura12 290o [α] D 29 = + 15,0o (c = 0,5 CHCl 3 ) comparado com a literatura12 +10o (c = 0,4/CHCl 3 ). P.f. UV λ máx (CHCl 3 ) nm (log ε): 238 (3,54), 258 (3,56). IV ν máx cm –1: 3.454, 2.933, 1.707, 1.613, 1.566, 1.420, 1.097. EM: m/z (int. rel.%): [M]+ 368 (35), 223 (100), 208 (21), 162 (14), 144 (16), 130 (28), 69 (45). RMN de 1H e 13C Tabelas 1 e 2. 3-isoajamalicina 2 Sólido amorfo, amarelo, p.f. 192-194 oC, literatura13 193-194 oC. [α] D = -120o (c = 0,5/CHCl 3 ) comparado com a literatura13 –122o em piridina. UV λ máx (CHCl 3 ) nm (log ε): 234 (3,79), 256 (3,78), 284 (3,66). IV ν máx cm –1: 3.536, 2.928, 1.693, 1.615, 1.447, 1.294, 1.190, 1.097, 751. EM: m/z (int. rel.%): [M]+ 352 (54), 209 (15), 184 (51), 169 (36), 156 (100), 115 (18), 55 (18). RMN de 1H e 13C Tabelas 1 e 2. Mitrafilina 3 Cristais em forma de agulha, incolor, p.f. 270-272 oC, literatu- ra12 272 oC. [α] D 29 = -4,5o (c = 0,70/CHCl 3 ) comparado com a litera- tura12 –3,1 (c = 0,5/CHCl 3 ).UV λ máx (CHCl 3 ) nm (log ε): 260 (3,53), 284 (3,11). IV ν máx cm –1: 3.632, 2.933, 2.796, 1.704, 1.693, 1.615, 1.289, 1.184, 1.098, 758. EM: m/z (int. rel.%): [M]+ 368 (32), 223 (100), 208 (19), 162 (14), 144 (14), 130 (27), 69 (52). RMN de 1H e 13C Tabelas 1 e 2. Ácido isomitrafilínico 4 Sólido amorfo, p.f. 274-276 oC. [α]D = +30o (c = 0,5/CHCl 3 ). UV λ máx (CHCl 3 ) nm (log ε): 236 (3,54), 260 (3,54), 28 (3,31). IV ν máx cm –1: 3.250, 2.933, 1.704, 1.616, 1.469, 1.191, 1.108, 752. EM: m/z (int. rel.%): [M]+ 354 (72), 337 (11), 209 (100), 146 (19), 130 (22), 69 (26). RMN de 1H e 13C Tabelas 1 e 2. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CNPq, à CAPES e ao Programa BIOTA- FAPESP (Instituto Virtual da Biodiversidade – www.biota.org.br) pelos auxílios e bolsas concedidas. Agradecemos também ao Prof. L. A. A. Gunatilaka pela obtenção dos espectros de RMN uni- (1D) e bidimensionais (2D). REFERÊNCIAS 1. Hemingway, S. R.; Phillipson, J. D.; J. Pharm. Pharmacol. 1974, 26, suppl., 113P. 2. Sandoval, M.; Okuhama, N. N.; Zhang, X. J.; Condezo, L. A.; Lao, J.; Angeles, F. M.; Musah, R. A.; Bobrowski, P.; Miller, M. J. S.; Phytomedicine 2002, 9, 325. 3. Liu, H. M.; Feng, X. Z.; Phytochemistry 1993, 33, 707. 4. Ugaz, O. L.; Bol. Soc. Quím. Perú 1971, 186. 5. Arbain, D.; Byrne, L. T.; Putra, M. M.; Sargent, M. V.; Syarif, M.; J. Chem. Soc., Perkin Trans. 1 1992, 665. 6. Arbain, D.; Putri, M. M.; Sargent, M. V.; Syarif, M.; Aust. J. Chem. 1993, 46, 863. 7. Robbrecht, E.; Opera Bot. Belg. 1988, 7, 1. 8. Wagner, H.; Kreutzkamp, B.; Jurcic, K.; Planta Medica 1985, 419. 9. Yépez, P. A. M.; De Ugaz, O. L.; Alvarez A. C. M.; De Feo, V.; Aquino, R.; De Simone, F.; Pizza, C.; Phytochemistry 1991, 30, 1635. 10. Wenkert, E.; Chang, C.; Chawla, H. P. S.; Cochran, W. D.; Hagaman, W. E.; King, C. J.; Orito, K.; J. Am. Chem. Soc. 1976, 98, 3645. 11. Phillipson, J. D.; Zenk, M. H. Em Indole and Biogenetically Related Alkaloids; Academic Press: London, 1980. 12. Diyabalanage, T. K. K.; Kumarihamy, B. M. M.; Wannigama, G. 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