UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO Keteryne Rodrigues da Silva ISOLAMENTO DE SEQUÊNCIAS REPETITIVAS DO GENOMA DE ESPÉCIES DO GÊNERO Ancistrus (SILURIFORMES: LORICARIIDAE) PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR) Março - 2016 Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas (Biologia Celular e Molecular). 0 ___________________________________________________________________________ PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR) ___________________________________________________________________ Orientadora: Profª Drª PATRICIA PASQUALI PARISE-MALTEMPI Rio Claro Estado de São Paulo - Brasil Março - 2016 ISOLAMENTO DE SEQUÊNCIAS REPETITIVAS DO GENOMA DE ESPÉCIES DO GÊNERO Ancistrus (SILURIFORMES: LORICARIIDAE) Keteryne Rodrigues da Silva Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas (Biologia Celular e Molecular). 1 2 Dedico este trabalho aos meus pais Maria e Benedito pelo apoio e dedicação de sempre! 3 Agradecimentos Nenhuma batalha é vencida sozinha. Ao longo dessa conquista tive a sorte de ter pessoas especiais ao meu lado que me deram a mão e me ajudaram a chegar aqui. Aproveito para agradecer: Primeiramente a Deus que me deu força para mais uma caminhada e que me permitiu mais uma conquista, com fé, saúde, sabedoria e muito amor. Minha mãe, Maria, que com todo seu amor de “mãe coruja” soube quando me pôr embaixo de suas asas e quando me deixar voar; que sempre me apoiou em todas minhas decisões; que sempre teve paciência para minha impaciência. Meu PAIdastro, Benedito, que sempre me conduziu pelo caminho da sabedoria, esclarecendo minhas dúvidas e questionando minhas certezas e que, assim como minha mãe, sempre me apoiou em minhas decisões. Um me aprisiona, outro me liberta, ambos procurando o meu melhor. Eu amo vocês. Meus familiares que sempre demonstraram orgulho por mim, mas que na verdade são o meu orgulho. Eu tenho os melhores, também amo vocês. Meu namorado, Josimar, que além de muito carinho me deu muita força nos momentos que mais precisei, teve muita paciência e sempre foi muito companheiro. Eu te amo. Minha professora, orientadora e amiga Patricia Pasquali Parise-Maltempi que em uma parceria que dura mais de 5 anos, sempre me orientou com muita sabedoria, dedicação, carinho e compreensão. Só tenho a agradecer pela confiança e amizade. Meus amigos de laboratório, Rafael (Mão), Flávia (Flavictha), Allison (Xuxu), Carol e Nahanna, que tornaram o ambiente de trabalho ainda mais agradável com a amizade e carinho de cada um. Aos colegas de laboratório, Diogo (Dioguinho) e Octavio, que por tantas vezes esclaresceram minhas dúvidas, me dando todo apoio técnico com muita paciência e dedicação. Assim como, Profº Dr Diogo Cavalcanti Cabral-de-Mello que também me deu todo apoio técnico e ajudou a construir este trabalho. A Profª Drª Sandra Mariotto e Profº Dr Liano Centofante, colaboradores deste trabalho, que foram de extrema importância para execução do mesmo. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPQ) pelo apoio financeiro durante o desenvolvimento deste trabalho. 4 “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê. ” Arthur Schopenhauer 5 RESUMO O DNA pode estar organizado no genoma em sequências de cópias únicas e em sequências que se repetem várias vezes, denominadas sequências repetitivas. Estas sequências são constituídas basicamente por repetições em tandem (satélites, minissatélites e microssatélites) ou dispersas (transposons ou retrotransposons), e parecem estar envolvidas em diversos eventos celulares importantes, como por exemplo nos processos de replicação do DNA, de recombinação, de expressão gênica e de evolução dos cromossomos, auxiliando na manutenção e propagação do material genético celular. Em nível cromossômico parecem ser responsáveis por proporções significativas das variações cariotípicas observadas em diversos grupos. O gênero Ancistrus (Siluriformes, Loricariidae) apresenta atualmente 68 espécies nominais, e uma enorme quantidade de espécies ainda não identificadas. Alguns trabalhos vêm utilizando sequências repetitivas também em análises citogenéticas e moleculares para identificação de cromossomos homólogos e marcadores cariotípicos interessantes que podem auxiliar os trabalhos de identificação de espécies. Apesar de serem amplamente estudadas em diversos organismos, há ainda muito a ser entendido sobre essas sequências e sua organização no genoma. Este trabalho teve como objetivo isolar sequências repetitivas no genoma de espécies de Ancistrus, afim de encontrar possíveis marcadores para o gênero, que pudessem contribuir para o entendimento da taxonomia deste grupo, bem como auxiliar no entendimento do processo de evolução dos cromossomos sexuais dessas espécies. Dentre as sequências isoladas está um transposon da família TC1/mariner que se mostrou presente em todos os cromossomos das espécies analisadas e dois DNAs satélites que se apresentam acumulados em regiões centroméricas de alguns cromossomos. Sendo assim, este estudo resultou em dados que poderão contribuir com o entendimento da evolução cariotípica do gênero Ancistrus bem como fornecer mais informações sobre características e evolução dos cromossomos sexuais em peixes. Palavras-chave: Mapeamento cromossômico, sequenciamento genômico, DNA satélite, Transposon, Cromossomo sexual 6 ABSTRACT DNA may be organized in the genome as single copy sequences and as sequences that are repeated several times, called repetitive sequences. These sequences are basically constituted by tandem repeats (satellites, minisatellites and microsatellites) or scattered (transposons and retrotransposons), and seem to be involved in important cellular events such as, DNA replication process, recombination, gene expression and chromosome evolution, assisting in maintenance and spread the genetic material of cells. At chromosome level, seems to be significant proportions of karyotypic variations observed in several groups. The genus Ancistrus (Siluriformes, Loricariidae) has, actually, 68 nominal species and several species not identified yet. Repetitive sequences have been used in molecular cytogenetic analysis for identification of homologous chromosomes and interesting karyotypic markers that can assist in species identification works. Despite being widely studied in several organisms, there is still much to be understood about these sequences and their organization in the genome. This study aimed to isolate repetitive sequences in the genome of Ancistrus species in order to find possible markers for the genus, which could contribute to the understanding of the taxonomy of this group and to the understanding of the process of evolution of sex chromosomes of these species. Among the isolated sequences, there is a family of TC1/mariner transposon that showed to be present in all the chromosomes of the analyzed species, and two satellites DNAs that have accumulated in centromeric regions. Thus, this study resulted in data that could be contribute to understanding the karyotype evolution of Ancistrus genus as well as providing more information on the characteristics and evolution of sex chromosomes in fish. Key Words: Chromossomal mapping, genome sequence, satellite DNA, transposon, sex chromosome. 7 Sumário 1. INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................................... 8 2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 20 3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 21 3.1. MATERIAL .................................................................................................................. 21 3.2. MÉTODOS .................................................................................................................... 22 3.2.1 Extração de DNA de Tecidos Sólidos ..................................................................... 23 3.2.3 Clonagem ................................................................................................................. 25 3.2.4 Amplificação do DNA via PCR .............................................................................. 27 3.2.5 Sequenciamento ....................................................................................................... 29 3.2.6 Análise das sequências ............................................................................................ 29 3.2.7 Hibridação in situ fluorescente (FISH) .................................................................... 30 4. RESULTADOS .................................................................................................................... 33 4.1 Capítulo I: Characterization of a Tc1-like transposon in the Catfish, Ancistrus genera (Siluriformes: Loricariidae)...........................................................................................34 4.2 Capítulo II: Mapeamento cromossômico de dois DNAs satélites (peri)centroméricos no genoma de espécies de Ancistrus sp (Siluriformes: Loricariidae).......54 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 79 6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................80 6. ANEXOS..............................................................................................................................95 8 1. INTRODUÇÃO GERAL 1.1 Sequências repetitivas Diferentes espécies dos mais diversos grupos de eucariotos apresentam grande variação na quantidade de DNA, e esta variação não apresenta relação com a quantidade de genes apresentados e ocorre independentemente da complexidade do organismo (GREGORY, 2005). Esta ampla variação na quantidade de DNA nos genomas vem sendo atribuída a diferentes quantidades de DNAs repetitivos (DOOLITTLE; SAPIENZA, 1980; CAVALIER-SMITH, 1985; KIDWELL, 2002; GREGORY et al., 2007). DNAs repetitivos são sequências de DNA que se repetem diversas vezes, constituindo grandes frações do genoma eucarioto. Em plantas e anfíbios, podem representar até 80% do genoma (LEWIN, 2014) e 50% ou mais do genoma humano (THE GENOME INTERNATIONAL SEQUENCING CONSORTIUM, 2001). Os DNAs repetitivos podem ser classificados, de acordo com suas principais características, em sequências codificantes e não- codificantes, sendo as sequências codificantes representadas pelas famílias multigênicas que estão envolvidas na codificação de importantes proteínas e RNAs, e as não-codificantes representadas por sequências que apresentam repetições em tandem, tais como DNAs satélite (satDNA), minissatélites e microssatélites e sequências que apresentam repetições dispersas ao longo do genoma, como transposons e retrotransposons (CHARLESWORTH; SNIEGOWSKI; STEPHAN, 1994). As famílias multigênicas são sequências de DNA (genes) que apresentam similaridade estrutural e funcional, originados a partir de um gene ancestral comum (NEI; ROONEY, 2005). Dentre estas sequências, os genes que transcrevem os RNAs ribossomais (RNAr) são constituídos de sequências nucleotídicas muito conservadas evolutivamente e podem ser encontradas em todos os eucariotas organizadas em dois distintos grupos arranjados em tandem. O maior arranjo (DNAr 45S) é formado pelos genes que transcrevem os RNAs ribossomais 18S, 5.8S e 28S. Estes genes são separados por espaçadores intergênicos transcritos internos (ITS-Internal Transcribed Spacer), e cada cluster de DNAr 45S separado por espaçadores transcritos externos (ETS-External Transcribed Spacer) e por espaçadores intergênicos (IGS – Intergenic Spacer), e encontram-se em regiões cromossômicas específicas correspondentes às regiões organizadoras de nucléolos (RONs) (Figura 1) (EICKBUSH; EICKBUSH, 2007). 9 O outro arranjo é formado pelas sequências dos genes que transcrevem o RNAr 5S. Estes genes são bastante conservados e espaçados por sequências não transcritas (NTS-Non Transcribed Spacer) que são extremamente variáveis em tamanho e composição nucleotídica, e não está envolvido na formação das RONs (Figura 1) (EICKBUSH; EICKBUSH, 2007; MARTINS et al., 2010). Figura 1: Organização dos genes que codificam os RNAs ribossomais 18S, 5.8S, 28S (A) e 5S (B) em eucariotos. A - As posições dos três genes de RNAr (18S, 5.8S, 28S) estão representadas em azul e as regiões processadas estão em branco (ETS = Espaçadores Transcritos Externo; ITS = Espaçadores Transcritos Internos). Entre as unidades de transcrição estão os Espaçadores Intergênicos = IGS. B - NTS =Espaçador Não Transcrito. Adaptado de Martins et al., 2010. As sequências repetitivas organizadas em tandem têm sido classificadas de acordo com o comprimento do segmento repetido, sendo então divididas em três classes e identificadas como microssatélites, minissatélites e satélites (Levinson e Gutman 1987). Em geral, os satélites apresentam aproximadamente 100 a 300 pb e o número de cópias pode ser bastante variável. Os minissatélites estão presentes nas regiões eucromáticas dos genomas de vertebrados, invertebrados, fungos e plantas e apresentam aproximadamente 15 a 100 pb, de 1.000 a 5.000 cópias no genoma (CHARLESWORTH; SNIEGOWSKI; STEPHAN, 1994; FARAH, 1997; 10 DELGADO, 1998). Os microssatélites são geralmente constituídos de 1 a 6 nucleotídeos com repetições em tandem e localizam-se em sua maioria nas regiões não codificantes do genoma, mas também podem ocorrer em regiões codificantes (LITT; LUTY, 1989; TAUTZ, 1989; WEBER; MAY, 1989; TOTH; GÁSPÁRI; JURKA, 2000). Os elementos transponíveis (TEs), descobertos em 1950 por Bárbara McClintock, são classificados de acordo com o tipo intermediário de transposição, sendo da classe I aqueles que possuem intermediários de RNA e da classe II aqueles cujos intermediários são moléculas de DNA (KIDWELL, 2002). Os retrotransposons, pertencentes a classe I, se propagam através da ação da enzima transcriptase reversa que tem a capacidade de formar um filamento de DNA através de uma molécula RNA. Já os transposons, pertencentes a classe II, representam grande parte das sequências moderadamente repetidas do genoma eucariótico, evoluíram através da capacidade de se replicar fazendo cópias de si mesmos e movendo-se para outras regiões do genoma (FINNEGAN, 1989). Sequências repetitivas também podem estar presentes na eucromatina, rica em genes, podendo causar mutações prejudiciais aos genes. No entanto, são eventualmente eliminadas pela pressão seletiva (DEININGER et al., 2003). Estudos vêm demonstrando que as sequências repetitivas têm sido recentemente associadas a diversas funções como pode ser visto na revisão realizada por SHAPIRO (2010). Essas funções vão desde importante papel na estrutura dos cromossomos e no mecanismo de manutenção dos telômeros e centrômeros, devido ao fato de que a heterocromatina é encontrada nos centrômeros, telômeros e posições intersticiais ao longo dos braços cromossômicos, e várias proteínas se ligam por afinidade a estas sequências (PARDUE; DEBARYSHE, 2003; WONG; CHOO, 2004), até o envolvimento no processo de replicação do DNA (LI et al., 2002), de recombinação (BIET et al., 1999) e expressão gênica (LIU et al., 2001; PEASTON et al., 2004; HAN; BOEKE, 2005; VOLFF, 2006) e na origem e evolução de cromossomos sexuais e cromossomos supranumerários (LYON, 2000; BACHTROG, 2005, 2006; STEINEMANN; STEINEMANN, 2005; PARISE-MALTEMPI et al., 2007; MATSUNAGA, 2009; CIOFFI et al., 2010). São ainda utilizadas como marcadores citogenéticos importantes em estudos de evolução, organização do genoma e na identificação de rearranjos cromossômicos em diversos grupos de organismos (BIÉMONT; VIEIRA, 2006; MARTINS, 2007; OLIVEIRA et al., 2013). O grupo de peixes apresenta em seu genoma todos os tipos de DNAs repetitivos, e muitos trabalhos têm caracterizado este tipo sequência de DNA, descrevendo sua organização no genoma, e a relação destas com diferentes regiões cromossômicas, tais como regiões 11 centroméricas, teloméricas e regiões consideradas marcadores específicas de cromossomos sexuais e cromossomos B (LANFREDI et al., 2001; MARTINS, 2007; PARISE-MALTEMPI et al., 2007; FERREIRA; MARTINS, 2008; POLETTO; FERREIRA; MARTINS, 2010; VALENTE et al., 2011). Embora já exista na literatura muitos trabalhos envolvendo sequências repetitivas, há ainda muito o que estudar e compreender sobre essas importantes sequências no genoma de peixes, tendo em vista que este constitui um grupo extremamente diversificado que pode evoluir muito rapidamente, os quais representam mais da metade das espécies de vertebrados existentes, sugerindo a presença em seus genomas de poderosas ferramentas evolutivas (OZOUF-COSTAZ et al., 2004). 1.1.1 Elementos transponíveis da família TC1/mariner Graças ao avanço nas técnicas de sequenciamento tem sido possível confirmar que os elementos transponíveis dão origem a grande parte dos diversos elementos repetitivos (BÖHNE et al., 2008). A identificação e caracterização destes elementos transponíveis têm sido muito importantes para o estudo de DNA genômico, tendo em vista que esses desempenham papel estrutural e organizacional nos cromossomos, podendo induzir a formação de rearranjos cromossômicos ou atuando na prevenção de perdas teloméricas (CHARLESWORTH, 2001) e possivelmente representam o componente predominante do genoma dos eucariotos (FESCHOTTE, 2004). Cerca de 40% do genoma humano, 50% do genoma dos primatas, 40% do genoma de rato e camundongo e 34% do genoma de cachorro são constituídos por esses elementos (BÖHNE et al., 2008). Dependendo da família do elemento transponível e da espécie em que ele se encontra, há uma variação no número de cópias no genoma, de 10 a milhares (TAFALLA; ESTEPA; COLL, 2006). Porém, existe uma grande variação entre o número de cópias, distribuição e tipos de elementos transponíveis entre diferentes espécies, decorrentes de fatores como características intrínsecas dos elementos transponíveis (TEs) e as diferentes forças evolutivas que atuam sobre esses (CAPY et al., 1998). Os transposons são caracterizados pela presença de terminações repetidas invertidas e genes codificando para a enzima transposase (CHARLESWORTH; SNIEGOWSKI; STEPHAN, 1994). Os mecanismos de transposição variam entre uma classe e outra de transposons, porém o mecanismo mais conhecido é aquele mediado pela transposase que retira 12 e reintegra a sequência de DNA alvo a uma nova posição no genoma, sendo este mecanismo replicativo ou não (Figura 2). A transposição replicativa é aquela na qual o elemento é copiado, permanecendo uma cópia no sítio original, enquanto a outra é inserida em um novo sítio, contribuindo para um aumento do número de cópias do mesmo. Já na transposição não- replicativa não ocorre um aumento no número de cópia, pois o elemento sai do local de origem e se insere em um novo local (LEWIN, 2004). A sua capacidade de se espalhar em diversas cópias pode ser considerada como uma força motriz para a evolução do genoma e, realmente parece promover a variabilidade deste, o que pode levar a determinar mutações reguladoras e rearranjos cromossômicos (SYVANEN, 1984; CHARLESWORTH et al., 1994). Figura 2: Esquema representando a estrutura geral dos principais elementos transponíveis. Adaptado de Martins et al., 2010. Vários elementos da mesma família são encontrados em diferentes eucariotos, sugerindo que estes divergiram antes mesmo da divergência ocorrida entre a linhagem eucarionte (FESCHOTTE, 2004). Com base na similaridade entre as sequências de transposase e análises filogenéticas, os transposons podem ser classificados em dez famílias: Tc1/mariner, haT, elemento P, MuDR/Fokdback, Cacta, PiggyBac, Pif/Harbinger, Merlin, Transib e Banshee (FESCHOTTE; PRITHAM, 2007). A diversidade de classes de elementos transponíveis presentes no genoma de vertebrados, se dá essencialmente devido a evolução diferencial das famílias de elementos transponíveis, com cenários evolutivos que vão desde a completa extinção destes elementos do genoma até a introdução de uma linhagem específica dos mesmos (BÖHNE et al., 2008). 13 A descoberta de elementos transponíveis em DNA de eucariotos ocorreu por volta dos anos 50 (RADICE et al., 1994) e, desde então elementos como TC1/mariner têm sido isolados de diferentes espécies de peixes (RADICE et al., 1994; IZSVÁK; IVICS; HACKETT, 1995; IVICS et al., 1996; CAPRIGLIONE et al., 2002; KRASNOV et al., 2005; POCWIERZ- KOTUS; BURZYNSKI; WENNE, 2007; LIU et al., 2009). Os elementos TC1, primeiramente identificados em invertebrados como Caenorhabditis elegans, apresentam em torno de 1600 pb e compartilham estruturas semelhantes, conhecidas como regiões terminais longas invertidas (TIRs) que mostram uma sequência de 6 a 5 pb idênticas em/ou perto das extremidades altamente conservadas (CAGTG/CAGTC) e está amplamente distribuído entre os organismos, desde protozoários até vertebrados (EIDE; ANDERSON, 1985; BREZINSKY et al., 1990; AVANCINI; WALDEN; ROBERTSON, 1996). Acredita-se que devido a diversos eventos de mutações, deleções e inserções que os tornaram componentes permanentes do genoma, a grande maioria encontra-se de forma inativa (MISKEY et al., 2005). 1.1.2 DNAs satélites Uma das mais importantes regiões do cromossomo é o centrômero, que serve como base para a fixação do cromossomo ao fuso mitótico durante a divisão celular (ROSIC; KOHLER; ERHARDT, 2014). A constituição do centrômero, na maioria dos organismos, é de heterocromatina, muitas vezes referida como heterocromatina centromérica e heterocromatina pericentromérica, sendo essas regiões constituidas de sequências repetitivas, principalmente os DNAs satélites (CARROLL; STRAIGHT, 2006). Vários trabalhos demonstram que a localização dos DNAs satélites coincide com o padrão de bandeamento C dos cromossomos (região de heterocromatina constitutiva) (MIKLOS, 1985; JOHN, 1988; LOHE; HILLIKER; ROBERTS, 1993; LOHE; HILLIKER, 1995). Os primeiros estudos sobre DNA satélite começaram por volta de 1960, quando cientistas notaram que algumas sequências de nucleotídeos eram frequentemente repetidas, ao observarem o padrão de reassociação da dupla fita de DNA in vivo (WARING; BRITTEN, 1966). O termo "DNA satélite" originou-se então pelo fato de que este tipo de sequência foi inicialmente isolado em padrões de bandas satélites em experimentos de ultracentrifugação em 14 gradiente de densidade de Cloreto de Césio (CsCl), devido à diferença no teor de A + T do resto do DNA genômico, formando frações ou picos diferenciados (satélites) (ALBERTS et al.,2007; SZYBALSKI, 1968). DNAs satélites (satDNAs) são os componentes mais dinâmicos do genoma eucarioto e, caracterizam-se por apresentar repetições em tandem de aproximadamente 100 a 300 pb, em geral, com centenas ou milhares de cópias. Geralmente estão localizados nas regiões terminais e centroméricas e constituem o principal componente da heterocromatina (YUNIS; YASMINEH, 1971; MIKLOS, 1985; JUAN; PONS; PETITPIERRE, 1993; SHAPIRO; VON STERNBERG, 2005), porém alguns satélites são específicos de determinados cromossomos, como por exemplo de cromossomos sexuais ou cromossomos B (MESTRINER et al., 2000; PHILLIPS, 2001; STEIN; PHILLIPS; DEVLIN, 2001; ZIEGLER et al., 2003). Em geral, sequências repetitivas deste tipo apresentam alta identidade intraespecífica e baixa identidade interespecífica. Isto significa que as repetições não estão evoluindo de forma independente uma da outra entre os genomas (DOVER, 1986). A alta homogeneidade intraespecífica dessas repetições se dá pela evolução não- independente dos monômeros, denominada “Evolução em Concerto” dos monômeros, na qual as mutações são homogeneizadas em todos os membros de uma família, e concomitantemente fixadas dentro de um grupo de organismos ligados reprodutivamente (DOVER, 1982, 1986). O princípio da evolução em concerto das sequências repetitivas é baseado em diferentes mecanismos de deslizamento de replicação (slippage), círculo rolante de replicação, mecanismos de conversão semelhante ou algum outro mecanismo inexplicável em um tempo evolutivo relativamente curto, cossing-over desigual e conversão gênica (DOVER, 1982; OHTA; DOVER, 1984; revisado por CHARLESWORTH; SNIEGOWSKI; STEPHAN, 1994). Estes processos são mais eficientes dentro de subgrupos de DNAs satélites quando comparado com sequências localizadas em matrizes do mesmo cromossomo (DOVER, 1986), e por causa dessa diferença na taxa de homogeneização, monomeros adjacentes apresentam um maior grau de similaridade de sequência do que aqueles que se encontram em matrizes cromossômicas (WILLARD; WAYE, 1987; DURFY; WILLARD, 1989; SCHINDELHAUER, 2002; HALL, 2005; ROIZES, 2006). Sendo assim, o resultado final da evolução em concerto é uma maior homogeneidade de repetição dentro de linhagens (populações, subespécies, espécies, etc.) do que entre elas (DOVER, 1982; RUDD; WRAY; WILLARD, 2006; ELLINGSEN; SLAMOVITS; ROSSI, 2007). 15 Essas sequências podem sofrer alteração do número de cópias, mesmo entre espécies intimamente relacionadas, e este fenômeno pode ser acompanhado por alterações na sequência de nucleotídos (UGARKOVIĆ; PLOHL, 2002; CARABALLO; BELLUSCIO; ROSSI, 2010; PLOHL; METROVIC; MRAVINAC, 2012). Sendo assim, as famílias de DNA satélite podem distinguir entre si de acordo com a composição nucleotídica, tamanho da unidade de repetição, complexidade da sequência e tamanho das unidades de repetição (PLOHL; METROVIC; MRAVINAC, 2012). Existem muitos trabalhos que abordam a estrutura, localização e variabilidade dos satDnas (SAITO; EDPALINA; ABE, 2007; PLOHL et al., 2008; BUSSIEK et al., 2009; LARRACUENTE, 2014; VITTORAZZI; LOURENÇO; RECCO-PIMENTEL, 2014) e, embora alguns deles tragam hipóteses a respeito da função desses elementos, esta ainda não está claramente definida. Devido as suas “limitações” funcionais, foi proposto que a taxa evolutiva do DNA satélite seja rápida (WICHMAN, 1991), tornando-as valiosa ferramenta para estudos taxonômicos (BACHMANN et al., 1993) e das relações evolutivas entre espécies relacionadas (ARNASON; GRÉTARSDÓTTIR; WIDEGREN, 1992) Garrido-Ramos et al. 1994, 1995 e 1999; Robles et al., (2004); Viñas et al.,2004. No entanto, nos últimos dez anos, um número crescente de estudos abordam evidências de que DNAs satélites possam ser transcricionalmente ativos (revisto por UGARKOVIC, 2005; UGARKOVIĆ, 2011; ENUKASHVILY; PONOMARTSEV, 2013). CHARLESWORTH; LANGLEY; STEPHAN (1986) propuseram que a distribuição dos satDnas nos cromossomos é decorrente de um equilíbrio evolutivo entre a deriva genética, a seleção natural e a pressão de mutações. WILLARD (1998) e KOCH (2000) acreditam que o α-satélite humano exerce um papel no funcionamento dos centrômeros, e CSINK; HENIKOFF (1998) propuseram que os satDnas exercem uma função na manutenção de regiões que se replicam tardiamente, garantindo assim que o centrômero seja a última região a ser replicada. Já CHOO (2000) acredita que essas sequências não são necessárias para o centrômero tendo em vista que, em diversos organismos, desde fungos a mamíferos, essas sequências não se apresentam de forma conservada, sugerindo que não exista uma sequência nucleotídica de centrômeros conservada. Porém, trabalhos de MESTRINER et al. (2000), DE JESUS et al., 2003, MANTOVANI; MESTRINER; MOREIRA-FILHO (2004)(DE JESUS et al., 2003) por exemplo, demonstram a importância do DNA satélite como uma ferramenta para o esclarecimento da caracterização e evolução cariotípica. 16 1.2 Considerações gerais sobre a ordem Siluriformes, com destaque para a família Loricariidae Os peixes compreendem um dos maiores e mais diversificados grupos dentre os vertebrados, encontrados em praticamente todos os tipos de corpos de água doce e salgada do planeta (NELSON, 2006). A região Neotropical compreende a área mais diversificada da ictiofauna de água doce do mundo, estendendo-se do norte do México até o centro da Argentina, sendo que as ordens mais representativas desta região são os Characiformes e os Siluriformes (LOWE-MCCONNELL, 1999; MORRONE, 2001). Os Siluriformes são um grupo de peixes que apresentam uma grande diversidade taxonômica e ecológica, e por este motivo tem sido alvo de muitos estudos (FINK; FINK, 1981; DE PINNA, 1998; BRITO, 2003). Tem a maioria de suas espécies habitando as regiões Tropicais e Neotropicais, com poucos representantes que alcançam o extremo sul da América do Sul ou o extremo norte da América do Norte (BURGESS, 1989; NELSON, 2006). Os Siluriformes sul-americanos apresentam uma ampla diversidade de formas, tamanho corporal e hábitats, especialmente na superfamília Loricaroidea. Este grupo apresenta apenas uma família exclusivamente marinha e duas que apresentam representantes marinhos e de água doce (RAPP PY-DANIEL, 2000). O grupo é composto por 39 famílias e 3707 espécies válidas (ESCHMEYER, 2015). Compreende peixes que geralmente habitam o fundo dos rios e riachos permanecendo escondidos entre as rochas e a vegetação e possuem formas e tamanhos variados, com hábitos principalmente noturnos (PAXTON; ESCHMEYER, 1995). Muitas espécies são carnívoras, mas outras se alimentam principalmente de algas que são raspadas das folhas, pedras e galhos submersos (NELSON, 1994). São caracterizados por apresentarem corpo sem escama, coberto por uma pele lisa ou por placas ósseas e apresentam barbilhões ao redor da boca, normalmente em três pares. As nadadeiras peitorais e dorsais geralmente apresentam espinhos providos de serras nas margens (BRITSKI; SATO; ROSA, 1984; FERREIRA; ZUANON; SANTOS, 1998). As famílias detritívoras mais conhecidas na América do Sul são: Prochilodontidae, Curimatidae e Loricariidae (DELARIVA; AGOSTINHO, 2001) e devido a este fato alimentar, algumas espécies são comuns e muito 17 abundantes em áreas de várzea da Amazônia central, representando uma significante parcela dos desembarques da pesca artesanal e comercial (PETRERE JR., 1978; GOULDING, 1980). Dentro da ordem Siluriformes, a família Loricariidae é considerada a mais numerosa com 919 espécies válidas (ESCHMEYER, 2015), porém novas espécies são regularmente descritas a cada ano, refletindo a rica biodiversidade da região Neotropical. São popularmente conhecidos como “cascudos” e caracterizam-se pela presença de um “escudo ósseo” que recobre todo o corpo e cabeça, além de apresentarem pequenas estruturas ósseas em forma de espinho chamadas de odontódeos e boca suctória com projeções carnosas (FISCH-MULLER, 2003). Apresentam grande capacidade adaptativa que pode ser exemplificada pela sua respiração, que além das brânquias, também é realizada pelas paredes vascularizadas do estômago, fato que lhe permite ficar fora da água por longo período. Em certos casos observa-se pronunciado dimorfismo sexual (MARIOTTO, 2008). 1.3 Gênero Ancistrus A tribo Ancistrini apresenta atualmente 262 espécies válidas, sendo a maior e mais diversificada em número de espécies dentre os loricarídeos. O gênero Ancistrus KNER, 1854, é um dos mais diversificados da tribo, com atualmente 68 espécies nominais e diversas espécies ainda não descritas (ESCHMEYER, 2015). Caracteriza-se pela ausência de placas e odontódeos na margem anterior do focinho, odontódeos interoperculares bem desenvolvidos e dimorfismo sexual devido a existências de pequenos barbilhões carnudos e moles no focinho, onde em sua maioria é numeroso e bifurcado nos machos e curtos e esparsos nas fêmeas e em machos jovens (MARIOTTO, 2008). Além disso, as espécies do gênero são caracterizadas pela ocorrência de cuidado parental de ovos e larvas, de modo que este comportamento ocorre principalmente entre os indivíduos machos (SABAJ; ARMBRUSTER; PAGE, 1999). Embora as espécies de Ancistrus estejam amplamente distribuídas na região Neotropical, as bacias dos rios Amazonas e Paraguai nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul abrigam o maior número e diversidade de espécies do gênero (FISCH-MULLER, 2003). 18 Do ponto de vista citogenético e evolutivo, as espécies do gênero Ancistrus fazem parte de um grupo bastante interessante, uma vez que além de mostrarem variação do número cromossômico, já foi relatada a existência de sistemas de cromossomos sexuais simples e múltiplos com heterogametia tanto feminina quanto masculina e ocorrência de polimorfismos cromossômicos envolvendo os cromossomos portadores da região organizadora de nucléolos para o grupo (ALVES; OLIVEIRA; FORESTI, 2003; MARIOTTO; MIYAZAWA, 2006; OLIVEIRA et al., 2007; MARIOTTO et al., 2009, 2013). MARIOTTO et al. (2013) sugeriram a existência de 13 citótipos, baseado em análises cromossômicas, para as espécies de Ancistrus encontradas nas bacias do Paraguai, Araguaia- Tocantins e Amazônica no estado do Mato Grosso, e ainda propõem a existência de possíveis novas espécies nesta região. Poucos são os gêneros de Ancistrini que tiveram seus cromossomos estudados e dentre as 23 espécies de sete gêneros, todos mostraram um número diploide supostamente ancestral de 2n=52 cromossomos, predominantemente meta e submetacêntricos (ARTONI; CARLOS BERTOLLO, 2001; SOUZA, 2003; DE OLIVEIRA; SOUZA; VENERE, 2006). Somente espécies do gênero Ancistrus mostraram um número diploide que desvia dessa condição e a presença de um alto número de cromossomos acrocêntricos com número diploide variando de 2n=34 a 2n=54 cromossomos. De acordo com ALVES; OLIVEIRA; FORESTI (2003) e DE OLIVEIRA; SOUZA; VENERE (2006), fusões cêntricas são os principais rearranjos que ocorrem no grupo dos Ancistrus, no qual a redução do número diploide parece ser uma tendência evolutiva. Outra interessante característica encontrada nos cariótipos de algumas das espécies de Ancistrus já estudadas é a presença de cromossomos sexuais heteromórficos. Sistemas do tipo ZZ/ZW e XX/XY foram encontrados em populações de Ancistrus cf. dubius do pantanal do Mato Grosso (MARIOTTO; ARTONI; MIYAZAWA, 2004; MARIOTTO; MIYAZAWA, 2006). Além desse sistema, foi também observado um interessante sistema do tipo X0 em Ancistrus n. sp.1 proveniente do Rio Vermelho localizado em Goiás (ALVES et al., 2006). Foram também descritos sistemas múltiplos dos tipos XX/XY1Y2 e Z1Z1Z2Z2/Z1Z2W1W2 para as espécies Ancistrus sp.1 “Balbina” e Ancistrus sp.2 “Barcelos” provenientes da Amazônia (DE OLIVEIRA et al., 2008). Levando em consideração a presença de diferentes tipos de sistemas de cromossomos sexuais em espécies de Ancistrus, tendo em vista que esses cromossomos possuem considerável 19 acúmulo de heterocromatina e que essas regiões são normalmente compostas por sequências de DNA repetitivo, o presente trabalho teve como objetivo isolar sequências repetitivas que pudessem estar relacionadas aos processos de origem e evolução dos cromossomos sexuais, além de encontrar possíveis marcadores que pudessem auxiliar no entendimento da evolução cariotípica deste grupo. O estudo deste tipo de sequências do DNA tem fornecido importantes informações sobre a natureza molecular dos cromossomos sexuais revelando dados sobre a evolução e possível origem deste tipo de cromossomo e também informações interessantes sobre os outros cromossomos dos complementos (PARISE-MALTEMPI et al., 2007; HASHIMOTO et al., 2009; DA SILVA, 2012; MARRETA; FALDONI; PARISE- MALTEMPI, 2012; DA SILVA; BUSSO; PARISE-MALTEMPI, 2013). 20 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral O objetivo do presente estudo foi isolar sequências repetitivas presentes no genoma de espécies de Ancistrus, analisar a organização destas sequências e suas distribuições cromossômicas na tentativa de auxiliar no entendimento das relações filogenéticas e cariotípicas que envolvem as espécies deste gênero, bem como contribuir com o entendimento dos mecanismos que possam estar relacionados com a evolução dos cromossomos sexuais no gênero. 2.2 Objetivos específicos:  Isolar e caracterizar sequências repetitivas presentes no genoma das espécies de Ancistrus localizadas nos córregos Flecha e Currupira;  Comparar o mapeamento cromossômico das sequências isoladas das espécies de Ancistrus localizadas nos córregos Flecha e Currupira com espécies localizadas no Córrego Pari e Rio Sangradouro;  Elucidar o possível envolvimento dos cromossomos portadores destas sequências na origem dos sistemas sexuais.  Caracterizar a estrutura cromossômica de algumas populações, pertencentes a bacia do Rio Paraguai, do gênero Ancistrus, descrevendo as características gerais de seus cariótipos; 21 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. MATERIAL As coletas dos exemplares do gênero Ancistrus abordados neste trabalho (Figura 3) foram realizadas em rios e córregos pertencentes a bacia do Rio Paraguai no estado de Mato Grosso, conforme mostra a figura 4. Estas coletas foram realizadas em parceria com o Prof. Dr. Liano Centofante (Universidade Federal do Mato Grosso) e a Profª Drª Sandra Mariotto (Instituto Federal do Mato Grosso). Foram analisados 34 indivíduos machos e fêmeas da espécia Ancistrus sp1 “flecha” pertencentes ao Córrego Flechas, 42 indivíduos machos e fêmeas da espécie Ancistrus sp “currupira” pertencentes ao Córrego Currupira, 19 individuos machos e fêmeas da espécie Ancistrus sp “pari” pertencentes ao Córrego Pari e 9 individuos machos e fêmeas da espécie Ancistrus sp “sangradouro” pertencentes ao Córrego Sangradouro. Indivíduos das populações do Córrego Sangradouro e Rio Pari foram utilizados para análise comparativa da localização e caracterização das sequências. Figura 3: Exemplares coletados. A - Rio Flecha, B - Córrego Currupira e C - Córrego Pari. Fonte: Própria autoria e MARIOTTO (2008). Figura 4: Mapa ampliado da rede hidrográfica do Rio Paraguai evidenciando os pontos de coleta (Triângulos vermelhos). A (Rio Flecha), B (Córrego Currupira), C (Córrego Pari) e D (Córrego Sangradouro). 22 Fonte Agencia Nacional das Águas (ANA). 3.2. MÉTODOS 3.2.1. Preparação de cromossomos mitóticos As preparações cromossômicas foram realizadas a partir do rim anterior dos exemplares coletados nos córregos Flecha e Currupira, seguindo a metodologia descrita por FORESTI; OLIVEIRA; FORESTI DE ALMEIDA-TOLEDO (1993), com adaptações de acordo com cada grupo. Foi preparado uma solução de fermento biológico (0,3 g de fermento biológico comercial + 0,3 g de açúcar + 10 mL de água destilada) de acordo com o descrito em Oliveira et al (1988) e injetado 1 mL a cada 100 g de peso do animal, e os exemplares foram deixados por 24 horas em aquário aerado. No dia posterior foi injetado intraperitonialmente uma solução aquosa de colchicina na concentração de 0,025%, correspondendo a uma quantidade de 0,1 mL/10g do animal. Os exemplares foram mantidos no aquário por 25 minutos sob observação e então sacrificados, retirando-se as regiões posterior e anterior do rim. Este material foi dissociado em solução hipotônica de KCl 0,075 M com o auxílio de uma seringa de vidro, sem agulha e armazenado na estufa a 37°C por 30 minutos. Em seguida foi adicionado 23 aproximadamente 10 gotas de fixador (metanol 3: ácido acético 1) ao material e então este foi centrifugado por 10 minutos a 900 rpm. O sobrenadante (suspensão celular) foi descartado e adicionou-se 10 mL de fixador ressuspendendo o material, que então foi centrifugado novamente por 10 minutos a 900 rpm. Este procedimento foi repetido duas vezes. O material foi ressuspenso novamente em uma quantidade suficiente de fixador para que se obtenha uma concentração satisfatória de células e armazenado em microtubos de 1,5 mL no freezer para posterior utilização. Para visualização e utilização do material em técnicas posteriores, foram utilizadas lâminas aquecidas a 60 °C para pingar o material gelado. Este procedimento faz com que o material espalhe melhor sobre a lâmina. 3.2.1 Extração de DNA de Tecidos Sólidos A extração de DNA foi realizada a partir de fígado e/ou nadadeira dos espécimes fixados em metanol/etanol (1:1), seguindo basicamente o protocolo de fenol/clorofórmio/álcool isoamílico apresentado por SAMBROOK; RUSSEL (2001). Foi preparado um mix com as seguintes quantidades de soluções: Soluções Volume/Amostra NaCl 5 M 80 µL Tris HCl 2M pH 8 40 µL SDS 10% 200 µL EDTA 0,5 M pH 8 200 µL Rnase (10mg/µL) 40 µL Água autoclavada 3440 µL Volume Final 4000 µL Em uma cubeta, foram adicionados 4 mL da solução de digestão juntamente com pequenos pedaços de tecidos que foram homogeneizados. A solução foi levada ao banho maria a 50 ºC por 30 minutos e foram acrescentados 20 µL de Proteinase K (20mg/mL) e levada novamente ao banho maria a 50 ºC, em tubos de centrífuga cobertos com parafilm, durante 2-4 horas, homogeneizando o material periodicamente. Dentro da capela, foram acrescentados 400 24 µL de Fenol/Clorofórmio/Álcool isoamílico e, após agitar durante 15 minutos o material foi levado à centrífuga a 7000 rpm por 15 minutos. Após isso, o sobrenadante foi retirado cuidadosamente para um novo tubo e foram acrescentados 4 µL de NaCl a 5 M e duas vezes o volume coletado de Etanol absoluto. O material foi novamente centrifugado a 7000 rpm por 10 minutos e logo em seguida descartado o sobrenadante. Foram acrescentados 3 mL de etanol 70% e realizada novamente a centrifugação a 10000 rpm por 5 minutos, descartando o sobrenadante. Após secar em estufa por aproximadamente 1 hora o material foi ressuspendido em 100 µL de água autoclavada e armazenado em freezer. 3.2.3. Isolamento de sequências repetitivas O DNA genômico extraído foi digerido com diversas enzimas de restrição (HindIII, EcoRI, entre outras), porém a enzima com o melhor resultado no isolamento de sequências repetitivas foi a enzima de restrição Dra I. Para cada 100 ng de DNA adiciona-se 30 µL de DNA e 3 µL de enzima. Esta solução foi deixada a 37 °C (temperatura de acordo com a enzima utilizada) overnight. Porém após 7 horas de digestão, foi acrescentado mais 3 µL de enzima. Para precipitação e purificação do DNA digerido, no dia seguinte, foi adicionado 2 µL de NaCl à 5M e 200 µL de Etanol 100% gelado. Esta solução foi armazenada por duas horas a -80 °C. Após as duas horas a solução foi centrifugada e o sobrenadante foi descartado. Após secar, o DNA foi eluído em 10 µL de água destilada e armazenado no freezer para posterior utilização. Para visualização do produto da digestão foi aplicado 10 µL do produto com 2 µL de blue juice em gel de agarose 2,5 %, aplicando uma corrida lenta para que as bandas fossem separadas corretamente e assim, melhor visualizadas. A visualização do gel foi realizada em um transluminador de luz ultravioleta. As possíveis sequências repetitivas representadas nas bandas foram então purificadas para a dissociação do DNA da agarose de acordo com o protocolo do QIAquick PCR Purification Kit (Quiagen). As bandas foram cortadas com o auxílio de uma ponteira específica e uma pipeta de 1000 µL e, foram transferidas para um microtubo de 1,5 µL. Foi adicionado 200 µL de ADB buffer e colocado em banho maria a 55 ° C por aproximadamente 10 minutos (completa dissolução do gel). O líquido foi transferido para uma coluna e centrifugada a 14.000 rpm por 30 segundos. O sobrenadante foi descartado e 200 µL de Wash buffer foram 25 adicionados. A solução foi centrifugada por 30 segundos a 14.000 rpm. Estes dois últimos procedimentos foram repetidos. O líquido foi eliminado, a coluna foi transferida para um microtubo de 1,5 µL, 10 µL de água miliQ foram adicionados e a solução foi centrifugada a 14.000 rpm por 30 segundos. O DNA eluído no microtubo foi armazenado no freezer para posterior utilização. 3.2.3 Clonagem Para a realização da clonagem, foi realizada a preparação de células competentes de Escherichia coli da seguinte maneira: Soluções utilizadas: Solução 1 – Meio LB (Luria- Bertani) Volume Triptona 5 g Extrato de levedura 2,5 g NaCl 5 g Água 500 Volume Final 500 mL Solução 2 - Glicerol 50 % Volume Glicerol 2,5 mL Água 2,5 mL Volume Final 5 mL Solução 3 – 1 M CaCl2 Volume CaCl2 14,7 g Água destilada 100 mL Volume Final 100 mL 26 Solução 4 – 0,1 M CaCl2 Volume CaCl2 1M 10 mL Água destilada 90 mL Volume Final 100 mL Solução 5 – 0,1 M CaCl2+Glicerol 15 % Volume 1 M CaCl2 100 mL Glicerol 50% 300 mL Água destilada 600 mL Volume Final 1000 mL As soluções 1, 2 e 5 foram autoclavadas após preparação. As células de E. coli foram estriadas em uma placa contendo meio LB sólido e ampicilina, que foi armazenada em estufa a 37 °C overnight para o crescimento das bactérias. No dia posterior foi selecionada uma colônia de bactérias e a mesma foi colocada em 10 mL de meio líquido em um tubo falcon e armazenada a 37 °C overnight para o crescimento da bactéria. No terceiro dia, a OD (Optical Density – Densidade Ótica) do crescimento da bactéria foi mensurado e ao atingir o ponto entre 0,4-0,6 o tubo falcon com as bactérias foi colocado em gelo por 20 minutos. A solução foi centrifugada a 4 °C a 2500 rpm por 10 minutos. Foi adicionado 5 mL da solução 4, armazenado no gelo por 30 minutos e centrifugado a 4 °C a 2500 rpm por 10 minutos. Foi adicionado 1.300 µL da solução 5. Foram feitas alíquotas de 200 µL em tubos de 1,5 µL pré-resfriados. Os microtubos foram resfriados em nitrogênio líquido e armazenados em freezer a -80 °C para posterior utilização. Os fragmentos de DNA foram inseridos em vetores plasmidiais com o kit pMOs Blue (Amershan Biosciences) seguindo as especificações do fabricante. Em um tubo de 100 µL foi adicionado 2,5 µL de H2O milli-Q + 1 µL do tampão pK 10x + 0,5 µL de DDT 100 mM + 5 µL do produto a ser clonado. A reação de pk foi realizada no termociclador a 22 ºC por 40 minutos e depois aquecida a 75 ºC por 10 minutos também no termociclador. O tubo foi colocado no gelo por 2 minutos e depois foram acrescentados 1 µL (50ng/µL) do vetor pBluescript II KS+ e 1 µL (4U) de DNA ligase. O produto foi incubado overnight a 22 ºC e depois armazenado no freezer a - 20 ºC até a transformação das bactérias competentes. 27 Para o processo de transformação foram pipetadas 80 μL de células competentes em cada microtubo de 1,5 µL e adicionado 10 μL de produto ligação. Após misturar gentilmente, os tubos foram deixados no gelo por 30 minutos e em seguida foi dado um choque térmico por exatos 1 minutos e 30 segundos em banho maria a 42 ºC. Após mais 5 minutos em gelo foi adicionado 80 μL de meio Soc (RT) em cada tubo, que foram deixados no shaker por 1 hora a 37 ºC. A mistura foi então aplicada em placas preparadas com ampicilina e X-Gal. As placas foram incubadas em estufa a 37 ºC por aproximadamente 12 horas e armazenadas em geladeira. 3.2.4 Amplificação do DNA via PCR Os clones recombinantes foram testados através da técnica de PCR utilizando os primers universais M13, a fim de que o vetor contendo o inserto fosse amplificado, de acordo com o protocolo que segue. A tabela 2 traz as particularidades dos conjuntos de primers M13 bem como aqueles que foram posteriormente desenhados de acordo com cada sequência de interesse isolada. Nome Primer M13 F GTA AAA CGA CGG CCA G M13 R CAG GAA ACA GCT ATG AC KD7116-1 F TCACAACACACGTTTGTGGA KD7116-1 R AGAGCAGGCTTTGAATCGG KCL-1 F AAGCCTTGGTTGAATTTTAG KCL-1 R ATTTTACTAAACTAAAGGTTGT KCL-4 F GTGATATGTGATGCCCATTG KCL-4 R CTCAGATTGCACCCGGGA Tabela 2: Primers utilizados nas reações para obtenção das sequências isoladas no genoma de diferentes espécies de Ancistrus. 28 Foi preparado um mix com as seguintes quantidades de soluções: Soluções Volume Água autoclavada 4,78 µL Tampão 1 µL MgCl2 0,1 µL Primer F 0,4 µL Primer R 0,4 µL Mix dNTP 5mM 0,32 µL Taq Polimerase 0,1 µL DNA (100-200 mg/ µL) 3 µL Volume Final 10 µL A reação de PCR com o primer M13 foi realizada nas condições gerais de desnaturação a 95ºC durante 3 minutos, 34 ciclos de desnaturação a 95 ºC por 30 segundos, anelamento a 50ºC durante 1 minuto, extensão de 72ºC durante 2 minutos e elongação a 72 ºC por 5 minutos. A reação de PCR com os primers KD7116-1, KCL-1 e KCL-4 foi realizada seguindo as condições: desnaturação a 94 ºC durante 5 minutos, 30 ciclos de desnaturação a 94 ºC por 30 segundos, anelamento a 58 ºC durante 1 minuto, extensão de 72 ºC durante 1 minuto e elongação a 72 ºC por 7 minutos, para os primers KD7116-1 1 KCL4, e desnaturação a 94 ºC durante 5 minutos, 30 ciclos de desnaturação a 94 ºC por 30 segundos, anelamento a 54 ºC durante 1 minuto, extensão de 72 ºC durante 1 minuto e elongação a 72 ºC por 7 minutos, para o primer KCL1. Para a visualização dos resultados, foram aplicados 3 µL de produtos de PCR em gel de agarose 1,0%, corados com SYBR® Safe (10.000x) (Invitrogen®), em 2 µL de tampão de corrida blue juice (10x). O gel foi visualizado em transluminador de luz ultravioleta, a fim de verificar a qualidade dos fragmentos amplificados. Para a visualização do tamanho do produto gênico obtido foi utilizado o marcador de peso molecular 1 Kb Plus DNA Ladder (Invitrogen®). Os clones que se mostraram de tamanho suficiente para serem utilizados como sondas na hibridação in situ fluorescente foram armazenadas em glicerol em freezer -80C. 29 3.2.5 Sequenciamento Para o sequenciamento dos produtos de PCR, as amostras foram purificadas através do tratamento com a enzima ExoSAP-IT (GE Healthcare) utilizando-se 10 µL de produto de PCR, 2 µL ExoSAP e 2 µL H2O milli-Q autoclavada. A reação foi levada ao termociclador em um ciclo de 1 hora a 37 ºC seguido por um ciclo de 15 minutos a 80 ºC. Após a purificação, as amostras foram enviadas à empresa Macrogen Inc. (Seoul, Coréia) para o sequenciamento Sanger. O genoma da espécie pertencente ao Córrego Currupira foi sequenciado através do Next-generation sequencing (NGS) pela plataforma Solexa da Illumina. Esta técnica permite o uso da clonagem in vitro em uma plataforma sólida de vidro, processo também conhecido como PCR de fase sólida (FEDURCO et al., 2006; TURCATTI et al., 2008), não sendo necessário a produção de clones bacterianos, montagem das placas de sequenciamento e separação dos fragmentos em géis, permitindo assim, que milhares de leituras possam ser produzidas de uma só vez através da plataforma (CARVALHO, SILVA, 2010). 3.2.6 Análise das sequências A sequências foram alinhadas com o programa ClustalW (THOMPSON; HIGGINS; GIBSON, 1994) presente no software BioEdit (HALL, 1999). Aquelas sequências que correspondiam a fragmentos do vetor foram retiradas das sequências consenso utilizando a ferramenta online de edição VecScreen (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/VecScreen/). A ferramenta BLAST – Basic Local Alignment Search Tool (ALTSCHUL et al., 1990), no National Center for Biotechnology Information (NCBI), website (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/blast) foi utilizada para comparação das sequências obtidas com sequências já depositadas no banco de dados, bem como Censor (KOHANY et al., 2006), RepeatMasker, website (http://www.repeatmasker.org/cgi- bin/WEBRepeatMasker) e ORF Finder, no National Center for Biotechnology Information (NCBI), website (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/gorf/gorf.html). Os reads obtidos do sequenciamento genômico de nova geração (NSG) foram pré- processados através da ferramenta FASTX-TOOLKIT (Gordon e Hannon 2010) ou seja, filtrados e agrupados seguindo parâmetros pré-estabelecidos no próprio programa. Os clusters foram formados a partir do programa RepeatExplorer (NOVAK et al 2013) utilizando os parâmetros padrões do próprio programa. A procura de sequências de DNA satélite foi 30 primeiramente realizada através da análise de densidade dos gráficos de acordo com Novák et al (2010) e em seguida pelo programa Tandem Repeat Finder (BENSON, 1999). O programa de BioEdit também foi utilizado para alinhamento dessas sequências. 3.2.7 Hibridação in situ fluorescente (FISH) Para a técnica de FISH, a marcação das sondas foi realizada utilizando a técnica de Nick Translation, descrita abaixo, seguindo o protocolo de PINKEL; STRAUME; GRAY (1986) com modificações de DA SILVA; DE BORBA; PARISE-MALTEMPI (2012). Marcação de sonda por Nick Translation: Foi preparado um mix com as seguintes quantidades de soluções: Soluções Volume/Amostra 10x NT Buffer 2 µL dCTP 0,4mM 2 µL dATP 0,4mM 2 µL dGTP 0,4mM 2 µL dTTP 0,4mM 0,7 µL Água autoclavada 2,78 µL Digoxigenina ou Biotina 0,52 µL Produto do PCR 5 µL DNA polimerase I/DNAse I 3 µL Volume Final 20 µL O programa para a marcação da sonda por Nick Translation seguiu as condições gerais de 16 ºC durante 90 minutos, seguidos de 10 minutos a 65 ºC e temperatura de manutenção a 10 ºC. 31 Tratamento das lâminas As preparações citológicas foram pingadas nas lâminas em banho maria a 60 ºC e as lâminas foram deixadas com a suspensão de células em estufa a 37 ºC por pelo menos 1 hora para fixar bem o material sobre a mesma. Cada lâmina foi desidratada em série alcoólica 70, 90 e 100% por 5 minutos e incubada em 100 µl de Rnase (0,4 % Rnase/2xSSC) a 37 ºC por 1 hora em câmara úmida. As lâminas foram lavadas três vezes por 5 minutos em 2xSSC e desidratadas em série alcoólica 70, 90 e 100% por 5 minutos. Desnaturação dos cromossomos O DNA cromossômico foi desnaturado com formamida 70 % em 2xSSC, a 70 ºC. Em geral, o tempo de desnaturação foi de 50 segundos. As lâminas foram desidratadas em série alcoólica (gelada a -20 ºC) 70, 90 e 100% por 5 minutos. Desnaturação da sonda A solução de hibridação foi preparada com 6 L da sonda marcada e 24 L do tampão de hibridação (Hybuffer) por lâmina em um microtubo de 100 L. A solução de hibridação foi desnaturada em termociclador a 95 °C por 10 minutos e cada lâmina foi montada com 30 L de solução de hibridação contendo a sonda, cobertas com lamínula, e o conjunto mantido voltado para baixo overnight a 37 ºC em câmara úmida. Lavagens e Detecção As lamínulas foram retiradas cuidadosamente e lavadas em 2xSSC a 72 ºC por 10 minutos e uma vez com PBD (1g de leite em pó + 20 L de 20xSSC + 500 L de Triton + 100 L de água) a 45 °C por 5 minutos. Cada lâmina foi incubada com 4 L de Anti digoxigenina rodamina + 26 L PBD por 40 minutos a 37 ºC. Foram feitas três lavagens por 5 minutos com PBD a 45 ºC. 32 Double FISH Para detecção de duas sondas marcadas com Biotina e Digoxigenina cada, foi realizado a técnica de Double FISH na qual na fase de detecção as lâminas foram incubadas com 50 L de PBD + 4 L de Anti digoxigenina rodamina + 0,5 L de Alexa. Montagem das lâminas Para montagem das lâminas foram colocados aproximadamente 10 L de solução de DAPI + antifading (Vectashiled) sobre cada lâmina. As lâminas foram cobertas com lamínula, e armazenadas em geladeira no escuro. A observação das lâminas foi realizada em um microscópio Olympus BX51 acoplado a um modelo de câmera digital Olympus D71 e as imagens foram capturadas pelo software DP controller. 33 4. RESULTADOS Os resultados obtidos neste trabalho permitiram a elaboração de dois artigos científicos que serão submetidos para publicação. 34 Capitulo I Artigo a ser submetido a revista Mobile Genetics. Characterization of a TC1-like transposon in the Catfish, Ancistrus genera (Siluriformes: Loricariidae) Keteryne Rodrigues da Silva1, Sandra Mariotto2, Liano Centofante3, Patricia Pasquali Parise-Maltempi1 1Laboratório de Citogenética Animal – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Campus de Rio Claro – Av 24A, 1515 Jardim Bela Vista- 13600- 000- Rio Claro/SP, Brasil; 2Instituto Federal de Ciências e Tecnologia do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil; 3Instituto de Biociências, UFMT Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil. Correspondence to: Patricia Pasquali Parise-Maltempi. E-mail address: parise@rc.unesp.br Telephone: +55 19 3526-4148 Address: Instituto de Biociências, UNESP Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Rio Claro, Departamento de Biologia, Laboratório de Citogenética. Av. 24 A, 1515. CEP: 13506-900. Rio Claro, SP, Brasil. 35 Abstract The Tc1 mariner element is widely distributed among organisms and have been already described in different species of fish. Among the order of the Siluriformes, the family Loricariidae is considered the second most numerous among neotropical fish, and are popularly known as “cascudo”. The genus Ancistrus has 68 nominal species and these species are part of an interesting group of taxonomical and cytogenetic point of view, since besides showing a variation of chromosome number, ranging from 2n=40 to 2=52 chromosomes, has been reported the existence of simple and multiple sexual chromosome system and the occurrence of chromosomic polymorphisms involving the nucleolar organizing region bearing chromosomes. In this study, it was isolated a repetitive element by restriction enzyme, from an Ancistrus specie belonging to Rio Flecha, localized at basin from Paraguay river (Brazilian Mato Grosso state), that showed similarity with the transposable element Tc1 mariner. Its chromosomal location is distributed in heterochromatic regions and along the chromosomal arms of all specimens covered in this study, confirming the pattern dispersed of this element found in other studies carried out in other species. Thus, this result reinforces the hypothesis that the sequence AnDraI is really a dispersed element isolated. The results obtained in this study can help uncover the evolutionary history of the group, since studies involving transposons have aided phylogenetic studies of various species of fish. Key Words: Repetitive DNA, enzyme digestion, chromosomal mapping, transposable elements, fluorescent in situ hybridization. 36 Introduction The genome of eukaryotes consists mostly of large amount of repetitive DNA, which has been associated with a lot of functions in the genome, as can be seen in the review carried out by SHAPIRO1. These functions range from important role in the structure of chromosomes, the telomere and centromeres maintenance mechanism2,3, involvement in DNA replication process4, of recombination5 and gene expression6–9, in origin and evolution of sex and supernumerary chromosomes10–12, besides being used as important markers for cytogenetic studies of evolution, the genome organization and identification of chromosomal rearrangements in various groups of organisms13–15. Basically, the repetitive sequences are represented by tandem repeats, such as satellite DNA, minisatellite, and microsatellite repeats or dispersed along the DNA such as retrotransposons and transposons16. The transposable elements (TEs) are classified according to the type of intermediate transposition, being of class I those that possess RNA intermediates and class II those whose intermediates are DNA molecules17. Transposons, belonging to Class II, representing most of the moderately repeated sequences of the eukaryotic genome, can be located in the region of constitutive heterochromatin and / or interspersed along the chromosomes and evolved through the ability to replicate making copies of themselves and moving treated to other regions of the genome18. Transposons can be transposed through two different mobilization mechanisms: replicative transposition, in which the element is copied, one copy remaining at the original site, while another is inserted at a new site, contributing to an increase in the number of copies of it; non- replicative transposition, in which the element out of the old site and is part of a new location without increasing the number of copies19. When transposed, if the transposition occurs within promoter regions, introns, untranslated regions, can affect the expression of this gene20 and, although most of these mutations are harmful, the transposition of these elements have contributed to diversification of species due to generation of new alleles21. Its ability to spread in multiple copies may be regarded as a driving force for the evolution of the genome and, indeed seems to promote the variability of the genome, which may lead to a determination regulatory mutations and chromosomal rearrangements16,22. 37 Based on the similarity between the sequences and phylogenetic analysis of the transposase, the transposable elements can be classified in ten families: Tc1/mariner, haT, elemento P, MuDR/Fokdback, Cacta, PiggyBac, Pif/Harbinger, Merlin, Transib and Banshee23. Since the discovery of transposable elements in eukaryotes, elements such as Tc1 / mariner have been isolated from different fish species18,24–29. This element, belonging to a superfamily of transposons, presents 1000 to 2000 bp17, characterized by a simple structure with two inverted terminal repeats (TIRs) of approximately 28 bp. Also has an ORF (Opening Read Frame) encoding the transposase30 and is widely distributed among organisms, from protozoa to vertebrates. However, due to various events mutations, deletions and insertions which become permanent component of the genome29, the majority is currently in an inactive form31. The genus Ancistrus belongs to the Loricariidae, considered the second most numerous among Neotropical fish family, and are popularly known as “cascudos”. Currently there are 68 nominal species32 and it is one of the most diverse of subfamilies of Ancistrinae. Its taxonomy is very confusing, having an absence of identification at taxonomic, being restricted to specialists33. Based on chromosomal analysis, MARIOTTO et al.34 suggested the existence of 13 cytotypes for the Ancistrus species found in the Paraguay basin, Araguaia-Tocantins and the Amazon in the state of Mato Grosso, as well as the existence of possible new species in this region, which show variation in chromosome number, diploid number ranging from 2n = 34 to 2n = 5 chromosomes, the presence of simple and multiple sex chromosome systems with both heterogametic sex and occurrence of chromosomal polymorphisms involving the chromosomes carrying the nucleolar organizing region for the group35–39. Systems of ZZ/ZW and XX/XY sex chromosomes were found in populations of Ancistrus cf. dubius and Ancistrus sp 08 from wetland Mato Grosso37,40, the X0 system in Ancistrus n. sp.1 from “Rio Vermelho” located in Goiás36 and multiple systems of XX/XY1Y2 and Z1Z1Z2Z2/Z1Z2W1W2 for the species Ancistrus sp.1 "Balbina" and Ancistrus sp.2 "Barcelos" from Amazon41. The species covered in this study, Ancistrus sp1 “flecha”, belonging to the “Rio Flecha” in the Paraguay River Basin has 2n = 44 chromosomes. Thus, taking into account the presence of different types of sex chromosome systems in species of Ancistrus, given that these chromosomes have considerable accumulation of heterochromatin and that these regions are usually composed of repetitive DNA 38 sequences, this work aimed to isolated repetitive sequences that could be related to the process of origin and evolution of the sex chromosomes. Studies by 12,42–45, with this type of DNA sequences has provided important information about the molecular nature of the sex chromosomes revealing data on the evolution and possible origin of this type of chromosome as well as interesting information about the other chromosomes of the complements. Results Analysis of AnDraI sequence After isolation of repetitive sequences with restriction enzymes, it was possible to observe the formation of a band of approximately 700 bp. The product from this band was then cloned, resulting in 34 recombinant clones, from which one, named AnDraI was used in this study. The sequence of this clone had 618 bp and GC% content: 44.34. According with the databases consulted: Blast 2.0 RepeatMasker and Censor, the sequence obtained showed greater than 86% identity with the type of transposon Mariner/Tc1 of Xenopus tropicalis. In the analysis performed for possible coding regions, an ORF region of frame 3+ 188 bp (87-275) was found. As conserved domain, a region of approximately 180 nucleotides which corresponds to HTH_Tnp_Tc3_2_Transposase was found. By submitting this sequence in the protein data bank (Blastx), similarities were found with transposases of several species, including, Rana pipiens, Xenopus, Dicentrarchus labrax, Salmo salar and Cyprinus Carpio (Figure 1). PCR analysis of the sequence Tc1-like in specimens from other populations Amplification of AnDraI element by polymerase chain reaction in the genome of other specimens of other populations: Ancistrus sp “currupira” of Córrego Currupira, Ancistrus sp “pari” of Córrego Pari and Ancistrus sp “sangradouro” of Córrego Sangradouro revealed homogeneous length fragments in all specimens, both male and female. 39 Chromosomal mapping of the transposon Hybridization in situ chromossomic performed on Ancistrus sp1 “flecha” which the sequence was obtained, revealed signals throughout all the chromosomes with preferably located in pericentromeric regions, with no difference between male and female (Figure 2). Cross-Fish conducted in individuals from other localities also showed results similar to that found in the Rio Flecha specimens (Figure 2). Discussion The elements Tc1, first identified in invertebrates as Caenorhabditis elegans, have around 1600 pb and share similar structures, known as Terminals Reversed regions (TIRs) that show a sequence of 6 to 5 pb identical in/or near of the highly conserved ends (CAGTG/CAGTC)46,47. However, there is a great variation between the number of copies, distribution and types of transposable elements, between different species arising from factors such as intrinsic characteristics of the transposable elements (TEs) and the different evolutionary forces that act on these48. The Tc1 Mariner element isolated in this work presents 618 pb, of which 532 pb paired with TcMar-Tc1 of Xenopus (Siluriana) tropicalis, equivalent to 86.08% of this element, in other words, appears to share a very similar structure with transposon type Tc1 of other species. This element appears well distributed throughout all the chromosomes of all specimens of Ancistrus, in view of that these specimens belong to distinct localities and isolated among themselves Paraguay's basin, and different karyotypes. Works that have not yet published (personal communication) indicate that such specimens present chromosomes rich in heterochromatin in centromeric regions. Thus, it can be said that, at least among the specimens analyzed, which may belong to different species, this element presents the same homogeneous pattern of distribution. It can be inferred that, despite the low number of sample size, in view of that the genus presents currently 68 nominal species, this is a possible element present in the genome of the genus Ancistrus. Although the Siluriformes group have a scientific and economic 40 very important, their systematic and taxonomy are still highly problematic and, in this context, the results obtained in this study can help uncover the evolutionary history of the group as well as their taxonomy, since studies involving transposons have aided phylogenetic studies of various species of fish18,26,29,49,50. Repetitive sequences may be present in centromere and telomeres of chromosome eukaryotic, rich regions in heterochromatin, as well as regions over the interstitial chromosomal arms51. The in situ hybridization experiments in the chromosomes of Ancistrus sp showed that the Tc1-like element is located throughout all the chromosomes with preferential markings in heterocromatic regions along the chromosomal arms, corroborating the results found in other studies carried out in other species, evidencing a pattern to disperse these elements18,52,53. The results found in the literature about the genomic organization of transposons, suggest that these elements are in different ways among the different groups of fish54, as for example in the Oreochromis niloticus species14-16, Perciformes Antarctic53 and in species of the subfamily Hypoptopomatinae56, in which these elements can be found scattered throughout the genome. However, in species as Tetraodon nigroviridis56,57 and in most of the species of ciclideos58,59 they can be found accumulated in chromosomic regions rich in constitutive heterochromatin. Among the Siluriformes, the elements Rex1 and Rex3, in Hisonotus leucofrenatus, Pseudotocinclus tietensis and Parotocinclus maculicauda species, presented dispersed distributions patterns in the genome, similar to the pattern found for the transposable element AnDraI55, as well as a new dispersed element, BamHI, isolated by Ferreira et al60, in the genome of Hisonotus leucofrenatus. The genomic organization result of the Tc1 like element obtained in this work reinforces the hypothesis that the sequence AnDraI isolated is a disperse element, and reinforces the hypothesis proposed by FERREIRA et al.54 in which all transposable elements behave similarly inside of a family or subfamily. The identification of a growing number of transposable elements, particularly in fish, has helped to understand the relationship of these elements with genomic rearrangements61. Thus, the data obtained in the present work can also contribute in this context, as well as help in understanding of the genome of fish, and auxiliary in the problematic taxonomic resolution of Ancistrus. 41 Methodology Material The Ancistrus covered in this study were collected in the Rio Flecha, Córrego Currupira, Córrego Pari and Córrego Sangradouro in the Paraguay River Basin. The collected material was taken to the Animal Genetics Laboratory at the Federal University of Mato Grosso, where the chromosome preparations were obtained. Methods Preparation of mitotic chromosomes The chromosome preparations were made from the kidney of specimens collected following the methodology described by FORESTI et al.62 The material was stored in a freezer at -20 °C. Obtaining repetitive sequences The extraction of genomic DNA was performed from liver and fin of the specimens collected, basically following the protocol phenol / chloroform / isoamyl alcohol made by SAMBROOK & RUSSELL63. The extracted genomic DNA was digested with various restriction enzymes to isolation of repetitive sequences in a proportion of 30 uL DNA (100 ng) in 3 uL of enzyme. This solution was left at 37 °C (temperature according to the enzyme used) overnight and after 7 hours of digestion was further added 3 uL of enzyme. For precipitation and purification of the digested DNA 2 uL of 5M NaCl and 200 of ice cold 100% ethanol was added. This solution was stored for two hours at -80 °C and centrifuged after two hours digested DNA was eluted in 10 uL of distilled water and analyzed in agarose gel 1% stored in the freezer for later use. The bands of potential repetitive sequences were then purified according the QIAquick PCR Purification Kit protocol (Qiagen). To perform the cloning competent bacteria were used prepared in the laboratory according to chemical transformation with CaCl264. The DNA fragments were inserted into plasmid vectors with pMOS Blue Kit (Amersham Biosciences) following the manufacturer's specifications. 42 DNA amplification via PCR The recombinant clones were subjected to PCR (Polymerase Chain Reaction) for amplification using the universal primers M13 F - GTA AAA CGA CGG CCA G and M13 R - CAG GAA ACA GCT ATG AC under the following conditions: denaturation at 95 °C for 3 minutes, 34 cycles of denaturation at 95 °C for 30 seconds, annealing at 50 for 1 minute, 72 °C extension for 2 minutes and elongation at 72 °C for 5 minutes. After sequencing, the divergent primers were designed KD7116F – TCA CAA CAC ACG TTT GTG GA and KD7116R – AGA GCA GGC TTT GAA TCG G manually, which was synthesized by SIGMA company. Subsequently, the amplification of the sequence with the primer KD7116-1 also in other possible different species from other populations was performed following conditions: denaturation at 94 for 5 minutes, 30 cycles of denaturation at 94 °C for 30 seconds, annealing at 58 °C for 1 minute 72 °C extension for 1 min and elongation at 72 °C for 7 minutes. Fluorescence in situ hybridization In situ hybridization was performed following the protocol PINKEL et al.65 with some modifications of DA SILVA et al.43 The fluorescent probes were labeled with digoxigenin by nick translation. The slides were mounted with antifading solution containing DAPI and chromosomes observed using an Olympus BX51 microscope and digital camera model D71. The images were captured using the DP Controller software. DNA sequencing The amplified and purified DNA by treatment with ExoSAP enzyme (USB) was sequenced by the method of SANGER et al.67 through outsourcing of services by MacroGen company (Korea). The editing of the sequences was performed on the program BioEdit68 using the Clustal W tool69 for performing alignment of the sequences. For the characterization of the tools sequences were used: BLAST - Basic Local Alignment Search Tool70 at National Center for Biotechnology Information (NCBI) website (http: //www.ncbi.nlm.nih.gov/blast); CENSOR71; RepeatMasker, website (http://www.repeatmasker.org/cgi-bin/WEBRepeatMasker) and ORF Finder, the National Center for Biotechnology Information (NCBI) website (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/ gorf / gorf.html). 43 References 1. Shapiro JA. Mobile DNA and evolution in the 21st century. Mobile DNA 2010; 1:4; http://www.mobilednajournal.com/content/1/1/4 2. Pardue M-L, DeBaryshe PG. Retrotransposons Provide an Evolutionarily Robust Non-Telomerase Mechanism to Maintain Telomeres. Annu Rev Genet 2003; 37:485–511; http://www.annualreviews.org/doi/abs/10.1146/annurev.genet.38.072902.093115 3. Wong LH, Choo KHA. Evolutionary dynamics of transposable elements at the centromere. Trends Genet 2004; 20:611–6; http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0168952504002835 4. Li YC, Korol AB, Fahima T, Beiles A, Nevo E. Microsatellites: Genomic distribution, putative functions and mutational mechanisms: A review. Mol Ecol 2002; 11:2453–65; http://doi.wiley.com/10.1046/j.1365-294X.2002.01643.x 5. Biet E, Sun JS, Dutreix M. Conserved sequence preference in DNA binding among recombination proteins: An effect of ssDNA secondary structure. Nucleic Acids Res 1999; 27:596–600; http://nar.oxfordjournals.org/lookup/doi/10.1093/nar/27.2.596 6. Liu Z, Li P, Kocabas A, Karsi A, Ju Z. Microsatellite-Containing Genes from the Channel Catfish Brain: Evidence of Trinucleotide Repeat Expansion in the Coding Region of Nucleotide Excision Repair Gene RAD23B. Biochemical and Biophysical Research Communications 2001; 289:317–24; http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0006291X01959789 7. Peaston AE, Evsikov AV, Graber JH, de Vries WN, Holbrook AE, Solter D, Knowles BB. Retrotransposons regulate host genes in mouse oocytes and preimplantation embryos. Dev Cell 2004; 7:597–606; http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1534580704003259 8. Han JS, Boeke JD. LINE-1 retrotransposons: Modulators of quantity and quality of mammalian gene expression? BioEssays 2005; 27:775–84; http://doi.wiley.com/10.1002/bies.20257 44 9. Volff JN. Turning junk into gold: Domestication of transposable elements and the creation of new genes in eukaryotes. BioEssays 2006; 28:913–22; http://doi.wiley.com/10.1002/bies.20452. 10. Lyon MF. LINE-1 elements and X chromosome inactivation: A function for “junk” DNA? Proc Natl Acad Sci 2000; 97:6248–9; http://www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.97.12.6248 11. Steinemann S, Steinemann M. Retroelements: tools for sex chromosome evolution. Cytogenetic Genome Research 2005; 110:134–43; http://www.karger.com/doi/10.1159/000084945 12. Parise-Maltempi PP, Martins C, Oliveira C, Foresti F. Identification of a new repetitive element in the sex chromosomes of Leporinus elongatus (Teleostei: Characiformes: Anostomidae): new insights into the sex chromosomes of Leporinus. Cytogenetic Genome Research 2007; 116:218–23; http://www.karger.com/doi/10.1159/000098190 13. Biémont C, Vieira C. Genetics: junk DNA as an evolutionary force. Nature 2006; 443:521–4; http://www.nature.com/doifinder/10.1038/443521a 14. Martins C. Chromosomes and repetitive DNAs: a contribution to the knowledge of fish genome. In: Pisano E, Ozouf-Costaz C, Foresti F, Kapoor BG (eds): Fish Cytogenetics. Science; 2007. page 421–53; http://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/home_depto/Cesar/documentos/ Capitulos_Livros/4a-ChromRepetitivea.pdf 15. Oliveira SG, Cabral-de-Mello DC, Moura RC, Martins C. Chromosomal organization and evolutionary history of Mariner transposable elements in Scarabaeinae coleopterans. Mol Cytogenet 2013; 6:54; http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3906913&tool=pmcentrez &rendertype=abstract 16. Charlesworth B, Sniegowski P, Stephan W. The evolutionary dynamics of repetitive DNA in eukaryotes. Nature 1994; 371:215–20; from: http://www.nature.com/nature/journal/v371/n6494/pdf/371215a0.pdf 17. Kidwell MG. Transposable elements and the evolution of genome size in eukaryotes. Genetica 2002; :49–63; http://link.springer.com/10.1023/A:1016072014259 45 18. Capriglione T, Odierna G, Caputo V, Canapa A, Olmo E. Characterization of a Tc1-like transposon in the Antarctic ice-fish, Chionodraco hamatus. Gene 2002; 295:193–8; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12354653 19. Lewin B. Retrovirus and retroposons. In: Gene VIII. 2004. page 487–511. 20. Maksakova IA, Romanish MT, Gagnier L, Dunn CA, Van de Lagemaat LN, Mager DL. Retroviral elements and their hosts: insertional mutagenesis in the mouse germ line. PLoS Genet 2006; 2:2; http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=1331978&tool=pmcentrez &rendertype=abstract 21. Kapitonov VV, Jurka J. Self-synthesizing DNA transposons in eukaryotes. Proc Natl Acad Sci U S A 2006; 103:4540–5; http://www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.0600833103 22. Syvanen M. The evolutionary implications of mobile genetic elements. Ann Rev Genet 1984; 18:271–93; papers2://publication/uuid/2CC08E63-0810-47ED-BF7E- B0C8717800DC 23. Feschotte C, Pritham EJ. DNA Transposons and the Evolution of Eukaryotic Genomes. Annu Rev Genet 2007; 41:331–68; http://www.annualreviews.org/doi/abs/10.1146/annurev.genet.40.110405.090448 24. Radice AD, Bugaj B, Fitch DH, Emmons SW. Widespread occurrence of the Tc1 transposon family: Tc1-like transposons from teleost fish. Mol Gen Genet 1994; 244:606–12; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7969029 25. Ivics Z, Izsvak Z, Minter A, Hackett PB. Identification of functional domains and evolution of Tc1-like transposable elements. Proc Natl Acad Sci U S A 1996; 93:5008–13; http://www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.93.10.5008 26. Izsvák Z, Ivics Z, Hackett PB. Characterization of a Tc1-like transposable element in zebrafish (Danio rerio). Mol Gen Genet 1995; 247:312–22; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7770036 27. Liu D, You C, Liu S, Liu L, Duan W, Chen S, Yan J, Liu Y. Characterization of a Novel Tc1-Like Transposon From Bream (Cyprinidae, Megalobrama) and Its Genetic Variation in the Polyploidy Progeny of Bream–Red Crucian Carp Crosses. J Mol Evol 2009; 69:395–403; http://link.springer.com/10.1007/s00239-009-9295-5 46 28. Krasnov A, Koskinen H, Afanasyev S, Mölsä H. Transcribed Tc1-like transposons in salmonid fish. BMC Genomics 2005; 6:107; http://www.biomedcentral.com/1471-2164/6/107 29. Pocwierz-Kotus A, Burzynski A, Wenne R. Family of Tc1-like elements from fish genomes and horizontal transfer. Gene 2007; 390:243–51; http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0378111906007013 30. Wallau GL, Huan-Van A, Capy P, Loreto ELS. The evolutionary history of mariner-like elements in Neotropical drosophilids. Genetica 2011; 139:327–38; http://link.springer.com/10.1007/s10709-011-9552-6 31. Miskey C, Izsvák Z, Kawakami K, Ivics Z. DNA transposons in vertebrate functional genomics. Cell Mol Life Sci 2005; 62:629–41; http://link.springer.com/10.1007/s00018-004-4232-7 32. ESCHMEYER W. Catalog of Fishes: : GENERA, SPECIES, REFERENCES. [Internet]. World Wide WebAvailable from: http://www.calacademy.org/scientists/projects/catalog-of-fishes 33. Britski HA, Silimon KZ de S de, Lopes BS. Peixes do Pantanal: manual de identificação. 2a ed. 2007. 34. Mariotto S, Centofante L, Vicari M, Artoni R, Moreira Filho O. Chromosomal diversification in ribosomal DNA sites in Ancistrus Kner, 1854 (Loricariidae, Ancistrini) from three hydrographic basins of Mato Grosso, Brazil. Comp Cytogenet 2011; 5:289–300; http://compcytogen.pensoft.net/articles.php?id=1733 35. Alves AL, Oliveira C, Foresti F. Karyotype variability in eight species of the subfamilies Loricariinae and Ancistrinae ( Teleostei , Siluriformes , Loricariidae ). Caryologia 2003; 56:57–63; http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00087114.2003.10589308 36. Alves AL, Oliveira C, Nirchio M, Granado Á, Foresti F. Karyotypic relationships among the tribes of Hypostominae (Siluriformes: Loricariidae) with description of XO sex chromosome system in a Neotropical fish species. Genetica 2006; 128:1–9; http://link.springer.com/10.1007/s10709-005-0715-1 37. Sandra M, Miyazawa CS. Ancistrus cf. dubius (Siluriformes, Ancistrinae), a complex of species. 1. Chromosomic characterization of four populations and occurence of sexual chromosomes of type XX/XY, in the pantanal basin of Mato Grosso, Brazil. 47 Caryologia 2006; 59:299–304; http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00087114.2006.10797929 38. De Oliveira RR, Feldberg E, Dos Anjos MB, Zuanon J. Karyotype characterization and ZZ/ZW sex chromosome heteromorphism in two species of the catfish genus Ancistrus Kner, 1854 (Siluriformes: Loricariidae) from the Amazon basin. Neotrop Ichthyol 2007; 5:301–6; http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 62252007000300010&lng=en&nrm=iso&tlng=en 39. Mariotto S, Centofante L, Miyazawa CS, Bertollo LAC, Filho OM. Chromosome polymorphism in Ancistrus cuiabae Knaack, 1999 (Siluriformes: Loricariidae: Ancistrini). Neotrop Ichthyol 2009; 7:595–600; http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 62252009000400006&lng=en&nrm=iso&tlng=en 40. Mariotto S, Artoni RF, Miyazawa CS. Occurrence of sexual chromosome, of the type ZZ/ZW, in Ancistrus cf. dubius (Loricariidae, Ancistrinae) of the Paraguay River Basin, Mato Grosso, Brazil. Caryologia 2004; 57:327–31; http://www1.unifi.it/caryologia/past_volumes/57_4/57-4_1249.pdf 41. de Oliveira RR, Feldberg E, dos Anjos MB, Zuanon J. Occurrence of multiple sexual chromosomes (XX/XY1Y2 and Z1Z1Z2Z2/Z1Z2W1W2) in catfishes of the genus Ancistrus (Siluriformes: Loricariidae) from the Amazon basin. Genetica 2008; 134:243–9; http://link.springer.com/10.1007/s10709-007-9231-9 42. Hashimoto DT, Laudicina A, Bortolozzi J, Foresti F, Porto-Foresti F. Chromosomal features of nucleolar dominance in hybrids between the Neotropical fish Leporinus macrocephalus and Leporinus elongatus (Characiformes, Anostomidae). Genetica 2009; 137:135–40; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19430915 43. da Silva EL. Estudo da organização estrutural de elementos repetitivos isolados do genoma de Leporinus elongatus em diferentes espécies da família Anostomidae ( Teleostei , Characiformes ). 2012; 44. Marreta ME, Faldoni FLC, Parise-Maltempi PP. Cytogenetic mapping of the W chromosome in the genus Leporinus (Teleostei, Anostomidae) using a highly repetitive DNA sequence. J Fish Biol 2012; 80:630–7; http://doi.wiley.com/10.1111/j.1095- 8649.2011.03199.x 48 45. da Silva EL, Busso a F, Parise-Maltempi PP. Characterization and genome organization of a repetitive element associated with the nucleolus organizer region in Leporinus elongatus (Anostomidae: Characiformes). Cytogenet Genome Res 2013; 139:22–8; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23037972 46. Brezinsky L, Wang GVL, Humphreys T, Hunt J. The transposable element Uhu from Hawaiian Drosophila — member of the widely dispersed class of Tc1-like transposons. Nucleic Acids Res 1990; 18:2053–9. 47. Avancini RMP, Walden KKO, Robertson HM. The genomes of most animals have multiple members of the Tc1 family of transposable elements. Genetica 1996; 98:131–40; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8976061 48. Capy P, Langin T, Anxolabehere D, Bazin C. Dynamics and evolution of transposable elements. Mol Biol Intell Unit 1998; :197. 49. Goodier JL, Davidson WS. Tc1 Transposon-like Sequences are Widely Distributed in Salmonids. J Mol Biol 1994; 241:26–34; http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0022283684714707 50. Leaver MJ. A family of Tc1-like transposons from the genomes of fishes and frogs: evidence for horizontal transmission. Gene 2001; 271:203–14; http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0378111901005303 51. Csink AK, Henikoff S. Something from nothing: the evolution and utility of satellite repeats. Trends Genet 1998; 14:200–4; http://www.cell.com/article/S0168952598014449/fulltext 52. Schemberger MO, Oliveira JIN, Nogaroto V, Almeida MC, Artoni RF, Cestari MM, Moreira-Filho O, Vicari MR. Construction and characterization of a repetitive DNA library in Parodontidae (Actinopterygii: Characiformes): a genomic and evolutionary approach to the degeneration of the W sex chromosome. Zebrafish 2014; 0:1–10; http://online.liebertpub.com/doi/abs/10.1089/zeb.2014.1013 53. OZOUF-COSTAZ C, BRANDT J, KÖRTING C, PISANO E, BONILLO C, COUTANCEAU J-P, VOLFF J-N. Genome dynamics and chromosomal localization of the non-LTR retrotransposons Rex1 and Rex3 in Antarctic fish. Antarct Sci 2004; 16:51–7; http://www.journals.cambridge.org/abstract_S0954102004001816 49 54. Ferreira DC, Porto-Foresti F, Oliveira C, Foresti F. Transposable elements as a potential source for understanding the fish genome. Mob Genet Elements 2011; 1:112– 7; http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.4161/mge.1.2.16731 55. Ferreira DC, Oliveira C, Foresti F. Chromosome mapping of retrotransposable elements Rex1 and Rex3 in three fish species in the subfamily hypoptopomatinae (Teleostei, Siluriformes, Loricariidae). Cytogenet Genome Res 2011; 132:64–70; http://www.karger.com/doi/10.1159/000319620 56. Dasilva C, Hadji H, Ozouf-Costaz C, Nicaud S, Jaillon O, Weissenbach J, Roest Crollius H. Remarkable compartmentalization of transposable elements and pseudogenes in the heterochromatin of the Tetraodon nigroviridis genome. Proc Natl Acad Sci U S A 2002; 99:13636–41; http://www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.202284199 57. Fischer C, Bouneau L, Coutanceau J-P, Weissenbach J, Volff J-N, Ozouf-Costaz C. Global heterochromatic colocalization of transposable elements with minisatellites in the compact genome of the pufferfish Tetraodon nigroviridis. Gene 2004; 336:175– 83; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15246529 58. Valente GT, Mazzuchelli J, Ferreira I a., Poletto a. B, Fantinatti BE a, Martins C. Cytogenetic mapping of the retroelements Rex1, Rex3 and Rex6 among cichlid Fish: New insights on the chromosomal distribution of transposable elements. Cytogenet Genome Res 2011; 133:34–42; http://www.karger.com/doi/10.1159/000322888 59. Gross MC, Schneider CH, Valente GT, Porto JIR, Martins C, Feldberg E. Comparative cytogenetic analysis of the genus Symphysodon (Discus Fishes, Cichlidae): Chromosomal characteristics of retrotransposons and minor ribosomal DNA. Cytogenet Genome Res 2009; 127:43–53; http://www.karger.com/doi/10.1159/000279443 60. Ferreira DC, Oliveira C, Foresti F. A new dispersed element in the genome of the catfish Hisonotus leucofrenatus (Teleostei: Siluriformes: Hypoptopomatinae). Mob Genet Elements 2011; 1:103–6; http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3190325&tool=pmcentrez &rendertype=abstract 61. Koga A, Iida A, Hori H, Shimada A, Shima A. Vertebrate DNA Transposon as a Natural Mutator: The Medaka Fish Tol2 Element Contributes to Genetic Variation 50 without Recognizable Traces. Mol Biol Evol 2006; 23:1414–9; http://mbe.oxfordjournals.org/cgi/doi/10.1093/molbev/msl003 62. Foresti F, Oliveira C, Foresti de Almeida-Toledo L. A method for chromosome preparations from large fish specimens using in vitro short-term treatment with colchicine. Experientia 1993; 49:810–3; http://link.springer.com/10.1007/BF01923555 63. Sambrook J, Russel MG. Molecular Cloning: A Laboratory Manual. third edn. New York: Cold Spring Harbor Laboratory Press; 2001. 64. Mandel M, Higa A. Calcium-dependent bacteriophage DNA infection. J Mol Biol 1970; 53:159–62; http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0022283670900513 65. Pinkel D, Straume T, Gray JW. Cytogenetic analysis using quantitative, high- sensitivity, fluorescence hybridization. Proc Natl Acad Sci U S A 1986; 83:2934–8; http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=323421&tool=pmcentrez &rendertype=abstract 66. da Silva EL, de Borba RS, Parise-Maltempi PP. Chromosome mapping of repetitive sequences in Anostomidae species: implications for genomic and sex chromosome evolution. Mol Cytogenet 2012; 5:45; http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3541136&tool=pmcentrez &rendertype=abstract 67. Sanger F, Nicklen S, Coulson AR. DNA sequencing with chain-terminating inhibitors. Proc Natl Acad Sci U S A 1977; 74:5463–7; http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=431765&tool=pmcentrez &rendertype=abstract 68. Hall T. BioEdit: a user-friendly biological sequence alignment editor and analysis program for Windows 95/98/NT. Nucleic Acids Symp. Ser.1999; 41:95–8; http://jwbrown.mbio.ncsu.edu/JWB/papers/1999Hall1.pdf 69. Thompson JD, Higgins DG, Gibson TJ. CLUSTAL W: improving the sensitivity of progressive multiple sequence alignment through sequence weighting, position- specific gap penalties and weight matrix choice. Nucleic Acids Res 1994; 22:4673–80; http://nar.oxfordjournals.org/lookup/doi/10.1093/nar/22.22.4673 51 70. Altschul SF, Gish W, Pennsylvania T, Park U. Basic Local Alignment Search Tool Department of Computer Science. 1990; :403–10; http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0022283605803602 71. Kohany O, Gentles AJ, Hankus L, Jurka J. Annotation, submission and screening of repetitive elements in Repbase: RepbaseSubmitter and Censor. BMC Bioinformatics 2006; 7:474. Figure Legends Figure 1: Comparison of the amino acids sequence of Transposase expected of KD7116 with Tc1-like transposase of other species. X. t. – Xenopus tropicalis; S. s. – Salmo salar; C. c. – Cyprinus carpio; D. l. – Dicentrarchus labrax. Figure 2: In situ fluorescence hybridization using KD7116-1 as probe in Ancistrus chromosomes: A – female of Rio Flecha; B – Male of Rio Flecha; C – Female of Córrego Currupira; D – Male of Córrego Currupira; E – Female of Córrego Pari; F – Male of Córrego Pari; G – Female of Córrego Sangradouro e H – Male of Córrego Sangradouro.Capitulo II – Este artigo não está no formato para envio para publicação uma vez que os resultados precisam ser melhor compreendidos. 52 Figures Figure 1 53 Figure 2 54 Capitulo II Mapeamento cromossômico de dois DNAs satélites centroméricos no genoma de espécies de Ancistrus sp (Siluriformes: Loricariidae) Keteryne Rodrigues da Silva1 Sandra Mariotto2 Liano Centofante3 Diogo Cavalcante Cabral-de-Mello1 Patrícia Pasquali Parise-Maltempi1 Resumo: DNAs satélites (satDNAs) são os elementos mais dinâmicos presentes no genoma de eucariotos, localizados em geral nas regiões terminais e centroméricas, constituindo regiões de heterocromatina. Dentre as possíveis funções apresentadas, os DNAs satélites podem ser utilizados como marcadores citogenéticos auxiliando na compreensão das relações filogenéticas entre diversos táxons no esclarecimento de problemas citotaxonômicos. O gênero Ancistrus apresenta atualmente 68 espécies nominais e apresenta uma taxonomia ainda muito confusa, além de apresentarem grande variação cariotípica, número diploide que vai de 2n=40 a 2n=52 cromossomos, bem como a existência de sistemas de cromossomos sexuais simples e múltiplos. Os DNAs satélites abordados neste estudo foram obtidos a partir da técnica de sequenciamento de baixa cobertura Illumina next-generation sequencing (NGS), resultando em 175 clusters. O SatAn1 apresentou 152 pb e o SatAnd2 142 pb, ambos localizados em regiões centroméricas, porém SatAn1 apresenta menor número de cópias. Palavra-chave: Sequenciamento genômico, Cross-FISH _____________________________________________________________________ 1 Instituto de Biociências, UNESP Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, Departamento de Biologia, Laboratório de Citogenética. Av. 24 A, 1515. CEP: 13506-900. Rio Claro, SP, Brasil. 2Instituto Federal de Ciências e Tecnologia do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil; 3Instituto de Biociências, UFMT Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil. 55 Introdução O genoma de eucarioto contém grande quantidade de sequências repetitivas, agrupadas de acordo com suas organizações, que podem ser em tandem ou dispersas ao longo do genoma (CHARLESWORTH; SNIEGOWSKI; STEPHAN, 1994). DNAs satélites (satDNAs) são os componentes mais dinâmicos do genoma eucarioto e, caracterizam- se por apresentar repetições em tandem de aproximadamente 100 a 300 pb, em geral, com centenas ou milhares de cópias (MARTINS, 2007). O comprimento mais comum dentre os monômeros é de 150-180 pb e 300-360 pb, detectado em diversos satélites em plantas e animais (SCHMIDT; HESLOP-HARRISON, 1998; HENIKOFF; AHMAD; MALIK, 2001). Em geral, satDNAs estão localizados nas regiões terminais e centroméricas e constituem o principal componente da heterocromatina, bem como DNA intercalar em cromossomos autossomos (YUNIS; YASMINEH, 1971; JOHN; GABOR MIKLOS, 1979; JUAN; PONS; PETITPIERRE, 1993; SHAPIRO; VON STERNBERG, 2005; PETROVIĆ et al., 2009). Alguns DNAs satélites são específicos de determinados cromossomos, como por exemplo cromossomos sexuais ou cromossomos B (MESTRINER et al., 2000; PHILLIPS, 2001; STEIN; PHILLIPS; DEVLIN, 2001; ZIEGLER et al., 2003). A quantidade de DNA satélite no genoma varia significativamente entre as espécies, por vezes, superior a 50% do DNA total (JOHN F. ELDER; TURNER, 1995; SCHMIDT; HESLOP-HARRISON, 1998) e, consequentemente, estão envolvidos na grande variação no tamanho do genoma de eucariotos (DOOLITTLE; SAPIENZA, 1980; CAVALIER-SMITH, 1985; KIDWELL, 2002; GREGORY et al., 2007). Estudos mais recentes apresentam o significado funcional de DNAs satélites, contestando a interpretação de que essas sequências fossem DNA lixo. Em peixes, podem ser marcadores citogenéticos úteis (LANFREDI et al., 2001; CANAPA et al., 2002; SAITO; EDPALINA; ABE, 2007; FERREIRA; MARTINS, 2008), utilizados para compreender relações filogenéticas entre diversos táxons (DE LA HERRÁN et al., 2001; SAITO; EDPALINA; ABE, 2007), para esclarecer problemas na citotaxonomia (MANTOVANI; MESTRINER; MOREIRA-FILHO, 2004), auxiliar a evidenciar as prováveis origens de cromossomos supranumerários (MESTRINER et al., 2000; DE JESUS et al., 2003; ARTONI et al., 2006; VICARI et al., 2011), e na caracterização de 56 cromossomos sexuais (DEVLIN; STONE; SMAILUS, 1998; STEIN; PHILLIPS; DEVLIN, 2001; MACHADO et al., 2011; SCHEMBERGER et al., 2011; DA SILVA; BUSSO; PARISE-MALTEMPI, 2013; PUCCI et al., 2014). A família Loricariidae, constituída por peixes popularmente conhecidos como “cascudos”, é um dos mais diversificados da tribo Ancistrini. O gênero Ancistrus apresenta atualmente 68 espécies nominais (ESCHMEYER, 2015), e uma taxonomia ainda muito confusa, além de grande variação cariotípica, as quais podem ser relacionadas a variação do número cromossômico, que vai de 2n=40 a 2n=52 cromossomos, bem como com a existência de sistemas de cromossomos sexuais simples e múltiplos com heterogametia tanto