��������������������������� � � � Teresa Midori Takeuchi Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” Campus de São Paulo Instituto de Artes � � �������������������������������������������������� UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Instituto de Artes PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES – MESTRADO HARRY CLARKE E A LITERATURA: da Pintura em Vitrais à Ilustração de Livros TERESA MIDORI TAKEUCHI São Paulo, 2009 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Instituto de Artes PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES – MESTRADO HARRY CLARKE E A LITERATURA: da Pintura em Vitrais à Ilustração de Livros TERESA MIDORI TAKEUCHI ORIENTADOR: PROF. DR. JOSÉ LEONARDO DO NASCIMENTO Dissertação submetida à UNESP como requisito parcial exigido pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, linha de pesquisa em Abordagens Teóricas, Históricas e Culturais da Arte, sob a orientação do professor Dr. José Leonardo do Nascimento para obtenção do título de Mestre em Artes. São Paulo, 2009 FICHA CATALOGRÁFICA Takeuchi, Teresa Midori. Harry Clarke e a Literatura: da Pintura em Vitrais à Ilustração de Livros/ Teresa Midori Takeuchi. - São Paulo, 2009. 288 p.: il. color. Orientador: Prof. Dr. José Leonardo do Nascimento. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais). Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes. 1. Harry Clarke [1889-1931]. 2. Pintura em vitrais. 3. Ilustração de textos Literários. 4. Artes comparadas. Grande área: letras, lingüística e artes. Área: artes TERESA MIDORI TAKEUCHI HARRY CLARKE E A LITERATURA: da Pintura em Vitrais à Ilustração de Livros Dissertação submetida à UNESP como requisito parcial exigido pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, linha de pesquisa em Abordagens Teóricas, Históricas e Culturais da Arte, para obtenção do título de Mestre em Artes. COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Dr. José Leonardo do Nascimento Orientador (Instituto de Artes – Unesp) Prof. Dr. Omar Khouri (Instituto de Artes - Unesp) Profa. Dra. Lóris Graldi Rampazzo (Universidade São Judas Tadeu) Data da defesa: 02/12/2009 Em memória de meu pai Hirotomo Takeuchi Agradecimentos À minha mãe, por todo apoio infinito e carinho sempre presente. Ao Sérgio, pelo incentivo aos desafios e o companheirismo constante durante o íngreme percurso para que eu pudesse chegar até aqui. À minha filha Naomi, pelas alegrias e apoio nas horas difíceis. Aos colegas e funcionários do IA, especialmente à Marisa e à Ângela. Aos funcionários de todas as bibliotecas onde pesquisei: I.A.-UNESP, Belas Artes, Biblioteca Circulante, FFLHC, ECA-USP, aos empreendedores de sebos, enciclopédias virtuais e galerias de imagens em sites eletrônicos. Aos colegas de convivência, que em muitos momentos desta longa caminhada incentivaram e colaboraram de alguma forma para a realização desta dissertação. Ao ilustrador Odilon Moraes, por sua valorosa colaboração. Aos membros da Comissão Julgadora de Qualificação e Defesa, Profa. Dra. Claudete Ribeiro e Prof. Dr. Milton Sogabe pelas contribuições fundamentais no encaminhamento deste estudo. Agradecimentos especiais ao Prof. Dr. José Leonardo, não só pela orientação, mas pela confiança e dedicação dispensados nesta pesquisa e por toda a doçura de seus ensinamentos. A CAPES por ter-me concedido a bolsa e possibilitado a realização desta dissertação. “Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. Mas no fundo isso não tem muita importância. O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre. Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.” Shakespeare “Os livros são como espelhos; olhando-os, descobrimos quem somos” José Luís de Vilallonga Resumo Esta pesquisa consiste na análise do aspecto literário na produção artística do artesão e artista irlandês do início do século XX, Harry Clarke, e a sua habilidade em lidar com suportes diferenciados ao interpretar plasticamente obras literárias; inicialmente com a pintura em vitrais e, depois, com a ilustração de livros, sem abandonar o trabalho com os vitrais. Partindo do pressuposto de que o artista não é apenas um artesão especializado, mas comprometido com os novos desafios que a sociedade contemporânea apresenta, este texto objetiva apreciar alguns conteúdos que permitam o diálogo próximo entre pintura e poesia, ilustração e diferentes gêneros de obras literárias clássicas, reforçando a idéia de que as artes plásticas e as artes gráficas, interagindo com o texto literário, é um exercício para a leitura do mundo de maneira significativa e ao mesmo tempo lúdica. Palavras-chaves: Harry Clarke; pintura em vitrais; ilustração de textos literários; artes comparadas. Abstract This research involves the analysis of the literary’s aspects of artistic production of the Irish artist and craftsman of the early twentieth century, Harry Clarke, and his ability to deal with different media to interpret plastically literary works; initially with the stained glass and then with the illustration of books, without abandoning the first work. Based on the principle that the artist is not only an expert craftsman, as well as commited to the new challenges that contemporary society presents, this text aims to assess some contents that permit a close dialogue between painting and poetry, illustration and different genres of literary classics, reinforcing the idea that the fine arts and graphic arts, interacting with the literary text is an exercise in order to read the world in a meaningful way and at the same time in a playful way. Keywords: Harry Clarke, stained glass; illustration of literary texts; arts compared. LISTA DE ILUSTRAÇÕES (as imagens estão disponíveis no CD em anexo) Fig.01 - Henry Patrick Clarke (1889-1931). Fonte: http://www_bpib_com-illustrat-clarke.htm 27 Fig.02 The Consecration of St. Mel, Bishop of Longford, by St. Patrick, 1910, 67.3 x 60.3cm (detalhe). Fonte: http://www.crawfordartgallery.ie/OtherMedia/HClarkeStMel.html jpg239x266 pixels 88,6 KB 29 Fig.03 Cartão-postal do negócio administrado por J.Clarke & Filhos, c.1908 destacando o aspecto do design de um vitral. Fonte: BOWE, Nicola Gordon. The Life and Work of Harry Clarke. First paperback edition. Irishi: Irishi Academic Press, 1994, p.13. 36 Fig.04 Ilustração de Aubrey Beardsley para Salomé, de Oscar Wilde. Fonte: http://employees.oneonta.edu/farberas/arth/Images/ARTH200/Women/beardsley_climax_salomem.jpg 41kb 168x250 39 Fig.05 Ilustração de Aubrey Beardsley para Salomé, de Oscar Wilde. Fonte: http://images.google.com.br/oeillets.deviantart.com 800x1053 – 405 kb jpg 39 Fig.06 Esboço da dança de Salomé, do caderno de desenho de Harry Clarke, 1907. Fonte: BOWE, Nicola Gordon. The Life and Work of Harry Clarke., 1994, p.02 40 Fig.07 O Profeta Jeremias, de Moissac, c. 1115. Em pedra, frente à Igreja Abbey of Sant-Pierre Tarn-et Garonne, França. Fonte: http://www.ciaoadriano.com/Europe%202007/France/08_Around_Agen/Moissac/Moissac.htm 433x700 pixels 99kb 40 Fig.08 Ophelia, de Harry Clarke, 1925. Ilustração para Hamlet, de Shakespeare (aguada s/madeira). Fonte: BOWE, Nicola Gordon.The Life and Work of Harry Clarke, pág. 183. 41 Fig.09 Ilustração para “O sonho da mulher do pescador”, de Hokusai Katsushika, 1814. Fonte: http://shocklinesforum.yuku.com/topic/5003 img166.imageshack.us/img166/6678/thedreamofth 600 x 344 - 140k - jpg - 41 Fig.10 As Serpentes Aquáticas, de Gustav Klimt, 1904-7. Fonte: http://sentadanochao.blogspot.com/2009/10/la-esencia-de-klimt.html 660x360 pixels jpeg 109 kb 41 Fig.11. The Achievement of the Grail (1891-4) Tapeçaria de Edward. Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Galahad_grail. jpg960 x 332 - 86k - jpg 42 Fig.12 Jan Toorop, As Três Noivas, 1893. Desenho a cores, 78 x 98 cm. Burne-Jones, Museum and Art Gallery of Birmingh 42 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/33/Jan_Toorop_002.jpg 2536 x 2045 - 502k - jpg Fig.13 Alastair, ilustração em aquarela para Lady Wooton, de Oscar Wilde. Fonte: www.booksandthings.co.uk/Artwork/alastairsig3.JPG 976 x 1398 - 119k - jpg - 42 Fig.14 Le baiser d’Hélène, de Gustav-Adolf Moosa 1905. Fonte: http://servat.rene.free.fr/mossa/LeBaiserd%27H%E9l%E8ne2.jpg - 576 x 787 - 137k - jpg 43 Fig.15 A Meeting, 1918, c.31 x 18 cm. Vitral evocando as Baladas, de Heirich Heine. Fonte: www.bpib.com/illustrat/clarke5 -300 x 428 - 22k - jpg - 47 Fig.16 Cena de The Eve of St Agnes, 1923-4, Galeria Municipal Hugh Lane, Dublin (figs. 16 e 17) Fonte: BOWE, Nicola Gordon.The Life and Work of Harry Clarke, 1994, p. 180. 52 Fig 17 Decoração com motivos marinhos da parte de cima do vitral que evoca o poema de keats, 1923-4. 52 Fig.18 The Eve of St Agnes, 1919. Estudos para a pintura em vitral. Imagem disponível em: http://www.crawfordartgallery.com/ContactUs.html 53 Fig.19 Pormenor de uma das cenas que compõem o vitral para a poesia The Eve de St. Agnes, de John Keats. Fonte: http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewPicture&friendID=112576074&albumId=290694 64 Fig.20 Pormenor de um dos painéis, em posição invertida. Painel do vitral da Eve of St Agnes, 1924.Fonte: http://br.images.search.yahoo.com/search/images?p=harry+clarke+eve+of+st+agnes&ei=utf-8&y=Buscar&fr=yfp&js=1 65 Fig.21 Pormenor de uma das cenas do painel do vitral para o poema de Keats, Eve of Sta Agnes.Fonte: http://b6.acimages.myspacecdn.com/01428/68/71/1428571786_l.jpg Fonte:http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=112576074&albumID=290694&imageID= 1610935#a=290694&i=1610935 600x603 pixels, 104 KB. 66 Fig.22 The Eve of St Agnes, vitral, 157 x 105 cm., em vinte e dois painéis distribuídos nas duas seções, ilustrando o poema de Keats, 1923-4, Galeria Municipal Hugh Lane, Dublin. Fonte: Stained Glass Roomhttp://www.hughlane.ie/media/8377_HClarkeWindow.jpg25 May 2006. 69 Fig.23 Vitral para Rainhas, de Synge e de Ronsard. Fonte: 71 http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Gheeraerts_the_Younger Fig 24 Vitral para Rainhas, de Synge e de Ronsard. 268 x 450 pixels - 30.8kB – JPG. Fontes: http://www.irishartsreview.com/html/vol23_no2/clarke/caption3.htm 72 http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Gheeraerts_the_Younger Fig.25 Vitral para Rainhas, de Synge. 263 x 450 pixels - 42.8kB – JPG. Fonte:http://www.irishartsreview.com/html/vol23_no2/clarke/caption5.htm http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Gheeraerts_the_Younger 74 Fig.26 Vitral para Rainhas, de Synge. 263 x 450 pixels - 42.8kB – JPG. Fonte: 76 http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Gheeraerts_the_Younger Fig.27 Vitral para Rainhas, de Synge Fonte: 77 http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Gheeraerts_the_Younger Fig.28 Vitral para Rainhas, de Synge. Fonte: 79 http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Gheeraerts_the_Younger Fig.29Vitral para Rainhas, de Synge. 263 x 450 pixels - 32.7kB - JPG 82 Fonte: www.irishartsreview.com e http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Gheeraerts_the_Younger Fig.30. Perfil do retrato de Lady, de Giovanni Ambrogio Preda, c. 1500. Fonte: http://www.nationalgallery.org.uk/upload/img/predis-profile-portrait-lady-NG5752-fm.jpg 259x371 pixels 35 KB 84 Fig.31Vitral para Rainhas, de Synge. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Gheeraerts_the_Younger 84 Fig.32 Judith II, 1909, de Gustav Klimt. 323x682pixels 128 KB JPEG. Fontes: sexualityinart.wordpress.com www.wetcanvas.com/Museum/Artists/k/Gustav_Klimt/judith.html - 5k 85 Fig.33 Lady-in-Fancy-Dress, c.-1590-1600, de Marcus Gheeraerts. Fonte: http://4.bp.blogspot.com _b1DQEIMUXY/SD793Jt7fZI/AAAAAAAABBY/5P72wNppV1Q/s400/gr-mulher+gravida+-+marcus+gheeraerts.jpg 85 Fig.34. Vitral para Rainhas,de Synge 85 Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Gheeraerts_the_Younger Fig.35 Venus with a Mirror, de Ticiano, c. 1555. 267 x 450 pixels - 40.6kB – JPG. Fonte: http://www.irishartsreview.com/html/vol23_no3/ballagh/caption7.htm 86 Fig.36 Cena do filme de Roger Mitchell, Vênus (Jodie Whittaker) , 2006. Fonte: http://farm3.statc.flickr.com/2005/2407879288-aed 811 KB 500x191 pixels 86 Fig.37 H. Pormenor do vitral de Geneva evocando The Others, de Seumas O’Sullivan, 1929. Fonte: BOWE, Nicola Gordon The Life and Work of Harry Clarke, 1994. p.231. 90 Fig.38 Vitral de Geneva (181.6 x 101.6 cm), composto de oito painéis ilustrando cenas do século 20 da Literatura irlandesa. Comissão representativa do governo da Irlanda na Organização Internacional do trabalho em Geneva. Fonte: BOWE, Nicola Gordon The Life and Work of Harry Clarke, 1994. p.185 e artmuseumtouring.com 350 x 636 pixels - 108k – jpg 97 Fig 39 Cenas do vitral de Geneva referentes às ilustrações de ‘O prodígio do mundo ocidental,’ de John Millington Synge e de ‘The Others’, por Seumas O'Sullivan, 1929. Galeria de imagens de Tonykerr. Imagem disponível em: http://www.flickr.com/photos/tonykerr50/1988405359/ 99 Fig.40 Pormenor do Vitral de Geneva, 1929. Ilustrações para Os Semi-Deuses, de James Stephens e Juno e Paycock, de Sean Cosey. Fonte: BOWE, Nicola Gordon The Life and Work of Harry Clarke (capa). First paperback edition. Irishi: Irishi Academic Press, 1994. JPEG. 1181x1178 pixels 564 KB 100 Fig.41 Estudos em aquarela para o vitral de Juno e Paycock, de Sean O’Casey. JPEG 294x563 pixels – 24 kB. Fonte: 101 Fig.42 Estudos em aquarela para o vitral de A Condessa Cathleen, de W.B.Yeats. Fonte: http://www.flickr.com/photos/tonykerr50/1988405359/ 102 Fig.43 . Pormenor do vitral evocando o poema ‘Senhor Gilhooley’, de Liam O'Flaherty’ Disponível em: https://www.1st-art-gallery.com/thumbnail/133855/1/The-Geneva-Window-Depicting-$27the-Weaver$27s-Grave$27. 104 Fig.44 Pormenor do vitral evocando o poema ‘A sepultura do Tecelão, de O'Kellys e o poema ‘Na Música, de Joyce. jpg 598 x 437 pixels - 72k. Fonte: https://www.1st-art-gallery.com/thumbnail/133855/1/The-Geneva-Window- 106 Fig.45 Titânia and Bottom (Titânia e Profundo), pintado acidulado sobre lâminas de vidro cor rubi. Fonte: BOWE, Nicola Gordon. The Life and Work of Harry Clarke, 1994, p. 119. 109 Fig 46 Vitral de ‘Titânia and Bottom’ para Sheakespeare. O vitral foi acidentalmente quebrado, Clarke então chumbou os fragmentos sobre um painel. Fonte: BOWE, Nicola Gordon. The Life and Work of Harry Clarke, 1994, p. 139. Cerca de 1920, Clarke fez uma miniatura em aquarela esboçando o quarto ato de A Midsummer Night’s Dream (Sonhos de Uma Noite de Verão), de Shakespeare. 112 Fig. 47. Uma das ilustrações de H. Clarke salva para o projeto não publicado de A Balada do Velho Marinheiro (1913 a 1915), de Samuel Taylor Coleridge. Fonte: Fonte: http://www.bpib.com/illustrat/clarke.htm 123 Fig. 48. Ilustração para A Balada do Velho Marinheiro (1913 a 1915), de Samuel Taylor Coleridge. Fonte: http://blogs.myspace.com/index.cfm?fuseaction=blog.view&friendId=29816521&blogId=335458664 124 Fig. 49. Ilustração para A Balada do Velho Marinheiro (1913 a 1915), de Samuel Taylor Coleridge. Fonte: http://www.bpib.com/illustrat/clarke.htm 125 Fig 50 a, b. Capa de Fairy Tales by Hans Christian Andersen, ilustrado por Harry Clarke em 1916. Fonte: http://www.grandmasgraphics.com/graphics/hc_fairytales_colour/fairytales062a.jpg 129 Capa de The Fairy Tales of Andersen and Perrault, ilustrado por Harry Clarke, c.1934 (foto da autora). Fig. 51 a, b, c, d, e. Imagens da diagramação entre texto e imagens do livro The Fairy Tales of Andersen and Perrault, ilustrado por Harry Clarke, c.1934 (fotos da autora). 130 Fig. 52 a, b e c. Imagens do livro Fairy Tales by Hans Christian Andersen, ilustrado por Harry Clarke. Imagens da capa, 2ª capa e vinheta de entrada (fotos da autora). 131 Fig. 52 d, e. Imagem da capa e vinheta de entrada na folha de rosto. Fonte: Antiquarian/livros collectible: Hardcover: 1ª ed., 1916 e foto da autora, respectivamente Disponível em: http://www.nocloo.com/gallery2/y/harry-clarke-year-spring/-43k 132 Fig. 53. Ilustração para “O Rouxinol, do livro The Fairy Tales of Andersen and Perrault, c. 1934. 134 Fig. 54. Diagramação entre texto e Ilustração de Harry Clarke para “O Rouxinol”, de Andersen, 1911. Fonte: The Fairy Tales of Andersen and Perrault, c. 1934, p.24. (foto da autora). 135 Fig. 55. Ilustração de Edmund Dulac para “Princess Badoura and the King of China,” 1913 Fonte: http://farm1.static.flickr.com/91/218892505_04034be10b.jpg 285 x 349 – 141,9 kb - jpg – 136 Fig. 56. Ilustração de Kay Nielsen para “The Snow Queen”, de Andersen, 1924. Fonte: http://childillustration.blogspot.com/2009_03_01_archive.html 298 x 400 - 37k - jpg 136 Fig. 57. Ilustração para “O Rouxinol”, 1916 para os contos maravilhosos de Christian Andersen. Fonte: http://www.grandmasgraphics.com/graphics/hc_fairytales_bw/andersen112a.jpg 139 Fig. 58 Ilustração para “A Nova Roupa do rei”, 1916. Fonte: http://www.grandmasgraphics.com/graphics/hc_fairytales_colour/fairytales062a.jpg 142 Fig. 59. Ilustração para “A Sereiazinha’, 1916. Fonte: http://www.grandmasgraphics.com/graphics/hc_fairytales_bw/andersen210a.jpg 143 Fig. 60. Ilustração para ‘A Sereiazinha’, 1916 Fonte: http://www.grandmasgraphics.com/graphics/hc_fairytales_colour/fairytales212a.jpg 143 Fig. 61. Ilustração para A menina vendedora dos fósforos, 1916. 144 Fig. 62 a. Diagramação da ilustração para ‘O patinho Feio,’ 1916. Fonte: The Fairy Tales of Andersen and Perrault, c. 1934, p.119. (foto da autora). 145 Fig. 62 b. Ilustração para ‘O patinho Feio,’ 1916. Fonte: Fig. 66. Auguste Rodin: Aquela Que Foi a Bela Mulher do Forjador de Elmos, 1885. Fonte: 607 x 848 pixels - 73.1kB – JPG 158 Fig. 67. Harry Clarke: Detalhe da ilustração As Lamentações da Bela Vendedora de Elmos, de François Villon, 1928. 158 Fig. 68. “The day of the dead”, 1893, de Carlos Schwabe. Fonte: www.funprox.com/.../images/art/schwabe_grief. jpg256 x 400 - 21k - jpg - 160 Fig. 69. Ilustração para De Profundis, 1913, de Oscar Wilde. Fonte: BOWE, Nicola Gordon.The Life and Work of Harry Clarke, p.55. 160 Fig. 70. Goya: “La romería de San Isidro”. Óleo sobre muro, 1819-1823.Madri. Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:La_romer%C3%ADa_de_San_Isidro.jpg ,553 × 500 pixels, 487 KB 163 Fig. 71. Harry Clarke. ‘The Mad Mulrannies’, Ilustração para The Playboy of the western world, peça de J.M.Synge. Disponível em: 164 Fig. 73. Harry Clarke. Ilustração para o conto ‘O estranho caso do Sr. Valdemar,’ 1919. Fonte: 169 Fig. 79. Cena final em desenho de Produção Bartlett A. Carre; Daniel Haller no filme ‘The Black cat’, de Roger Corman, 1962. Fonte: 169 Fig. 80. Harry Clarke. Ilustração para ‘The Fall of the House of Usher,’ de Poe , 1919(detalhe). 169 Fig. 81. Ilustração de Classics Illustrated. A Queda da Casa de Usher, de Edgar Allan Poe. Adaptação e ilustrações de P. Craig Russel e de Jay Geldhof. São Paulo: Abril Jovem S.A, 1991, p. 23. 169 Fig. 82 a. Harry Clarke. Ilustração para ‘The Fall of the House of Usher,’ de Poe , 1919. Fonte: http://www.grandmasgraphics.com/graphics/hc_poe 170 Fig. 82 b. Harry Clarke. Detalhe da Ilustração para ‘The Fall of the House of Usher,’ de Poe , 1919. 171 Fig. 83. Ilustração de Classics Illustrated. A Queda da Casa de Usher, de Edgar Allan Poe. Adaptação e ilustrações de P. Craig Russel e de Jay Geldhof. São Paulo: Abril Jovem S.A, 1991, p. 36 170 Fig. 84. Cena do filme de Roger Corman, The Fall of the House of Usher’, 1960. Fonte: 171 Fig .85. Ilustração para ‘The Fall of the House of Usher’, de Poe, 1919. Fonte: http://farm4.static.flickr.com/3590/3564869670_dc9411ba23_o.jpg 720 kb 1500x2091 171 Fig. 86 a, b. Vinheta (e detalhe).para os contos de Poe, 1919. Fonte: http://www.grandmasgraphics.com/clarke3.php 173 Fig. 87. Myrna Fahey no papel de Madeleine Usher na cena do filme de Roger Corman, The Fall of the House of Usher, 1960. Fonte: 173 Fig. 88 a e b. Detalhe da Ilustração da fig. 85 e cena do filme de Roger Corman, The Fall of the House of Usher’, 1961. 174 Fig. 89 a, b e c. no sentido horário. Ilustração e detalhe para ‘The pit and the pendulum’, de Harry Clarke, 1919. Fonte: 175 Cena do curta metragem digital The Pit and the Pendulum. Fonte: http://farm2.static.flickr.com/1143/536210566_16e32230de.jpg (Produção: Ray Harryhausen. Diretor: Marc Lougee. Escritor(script) Matt Taylor e Mathew Alan Taylor). Fig. 90. Cartaz para o filme de Roger Corman, The pit and the pendulum, 1961.Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_Aj2Eh1cCJcc/SZv3tmZzdtI/AAAAAAAAAJM/qxsAKR3sU1w/s1600/pit%2Bpendulum.jpg 177 Fig. 91. Cena do filme de Roger Corman, The pit and the pendulum, 1961. Fonte: 177 Fig. 92. Ilustração para ‘The masque of the red death’, de Poe, 1919 (detalhe). Fonte: 180 Fig. 93. Cena do filme de Roger Corman, The masque of the red death, 1964. Fonte: 180 Fig. 94 a Harry Clarke. Vinhetas de introdução do conto ‘Morella’, de Poe, 1919. 183 Fig. 95. Ilustração para ‘Morella’, de Poe, 1919. 183 Fig. 96. Cenas do filme de Roger Corman, com Vincent Price e Leona Gage em ‘Morella’, 1962. Fonte: 184 Fig. 97 a e b. O beijo, 1907, de Gustav Klimt e Ria Munk On Her Deathbed, 1912. 185 Fig. 98.a e b. Capa requintada elaborada por Harry Clarke para Faust. e a assinatura de Clarke para um dos dois mil exemplares da Edição Limitada de Faust. Fonte: http://www.grandmasgraphics.com/clarke3.php 500x647 pixels 91 KB 187 Fig. 99 a,b. Pris nas cenas de Blade Runner, 1982 Fonte: http://www.cranik.com/images/bladerunner3.jpg 188 Fig. 100 Ilustração para Faust. “A tenda da Feiticeira”. Fonte: http://spiritoftheages.com/Harry%20Clarke%20Collection.htm 190 Fig. 101 Ilustração para Faust. ‘Prólogo no céu’. Fonte: http://spiritoftheages.com/Harry%20Clarke%20Collection.htm 366x500 pixels, JPEG 191 Fig. 102. Ilustração para Faust. ‘Adega de Auerbach em Leipzig’. http:/ /www.figureconcord.com/ublog/custom_graphics/clarke_faust .jpg 350 KB, 408x609 pixels. 191 As seguintes i lustrações para Faust foram colhidas do site: http://spiritoftheages.com/Harry%20Clarke%20Collection.htm Fig. 103. Ilustração para Faust.”Tenda da Feiticeira” 192 Fig. 104. Ilustração para Faust. “A Rua.” 193 Fig. 105, Ilustração para Faust. “No Jardim”. 193 Fig. 106, Ilustração para Faust. “Pavilhão no jardim”. 194 Fig. 107. Ilustração para Faust. “Floresta e Caverna”. 194 Fig. 108. Ilustração para Faust. “A noite de Valburga”. 195 Fig. 109. Ilustração para Faust. “Junto à muralha da cidade”. 195 Fig. 110. Ilustração para Faust. “A noite de Valburga”. 196 Fig. 111. Ilustração para Faust. “Sonho da noite de Valburga”. 197 Fig. 112. Ilustração para Faust. “Dia sombrio, campo”. 198 Fig. 113. Ilustração para Faust. “Cárcere”. 199 Fig. 114 a e b. Ilustração para Faust de Clarke e ilustração para ‘Um óculos para o Três olhos’, de Katsushika Hokusai. Fonte: HIDEA, Kokai. In Museu de Arte Oohara. Literatura e Arte. Periódico Primavera/outono, out/2006, p. 125. 200 Fig. 115. Cena de teatro (Margarida interpretada por Ella Bucchi), Hamburgo, 1957. Fonte: GOETHE, Johann Wolfgang Von. Fausto. Trad., notas e posfácio de Silvio Meira. Werther. Trad. Por Galeão Coutinho. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. XI e ilustração de Clarke. 201 Fig. 116.Cena de teatro , com direção de Antoine Vitez, Teatro de Ivry, Paris, s/ data. Fonte: GOETHE, Johann Wolfgang Von. Fausto. Trad., notas e posfácio de Silvio Meira. Werther. Trad. Por Galeão Coutinho. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. XXV. 201 As seguintes vinhetas para Faust foram colhidas do site: http://www.grandmasgraphics.com/graphics/hc_faust Fig. 117. Vinhetas para Faust, 1925. 202 Fig. 118. Vinhetas para Faust, 1925. 203 Fig. 119. Vinhetas para Faust, 1925. 204 Fig. 120. Vinhetas para Faust, 1925. 205 Fig. 121. Vinhetas para Faust, 1925. 206 Fig. 122. Vinhetas para Faust, 1925. 207 Fig. 123. Vinhetas para Faust, 1925. 208 Fig. 124. Vinhetas para Faust, 1925. 209 Fig. 125. Vinhetas para Faust, 1925. 210 Fig. 126. Vinhetas para Faust, 1925. 211 Fig. 127. Vinheta de entrada para o filme de Corman (1962), baseado nos contos de Mistério e Imaginação de Poe. Fonte: 213 Fig. 128. Vinhetas para Faust. Foto de Harry Clarke e vinheta para a obra Fairy Tales by Hans Christian Andersen. 218 Fig. 129 a, b. Capa e lombada de Selected Poems of Algernon Charles Swinburne, ilustrada por Clarke, 1928. 219 Fig. 130. Baixo-relevo na parede interna do pórtico de Moissac, Igreja de Saint Pierre Abbey, França, c. 1125. Fonte: http://ikarwkrakowie.blox.pl/resource/moissac9.jpg - Boston College Jeffery Howe, 1997. 220 Fig. 131 a e b. Capa e vinheta da folha de rosto para o livro Selected Poems of Algernon Charles Swinburne, 1928 221 As seguintes ilustrações para Swinburne foram colhidas no site: http://spiritoftheages.com/Selected%20Poems%20of%20Algernon%20Swinburne%20-%20Harry%20Clarke.htm Fig. 132. Vinheta interna do livro Selected Poems of Algernon Charles Swinburne, ilustrada por Clarke, 1928. Fonte:http://farm4.static.flickr.com/3336/3276184674_d8481f90cc_o.jpg 650kb 1500x1170 pixels 222 Fig. 133. Página Qui-rô dos Evangelhos de Lindisfarnec; 690. Fonte: BECKETT, Wendy. História da Pintura. Trad. por Mário Vilela. São Paulo: Ática, 1997, p. 30. 222 Fig. 134. Harry Clarke. Ilustração para “Satia Te Sanguine“, de Swinburne, 1919. 137x250 pixels 10 KB 225 Fig. 135. Harry Clarke. Ilustração para “Hesperia”, de Swinburne, 1928. 138x250 pixels 10,02 KB 227 Fig. 136. Harry Clarke. Ilustração para “Hymn to Proserpine”, de Swinburne, 1928. 138x250 pixels 10,3 KB 228 Fig..137. O rapto de Perséfone, de uma tumba em Vergina, Grécia, c. 340 a.C.. Fonte: http://www.portalartes.com.br/portal/imagens/persefone.gif 299 x 260 - 47k - gif 228 Fig. 138. Harry Clarke. Ilustração para “Félise,” de Swinburne, 1928. 137x250 pixels 10,25 KB 232 Fig. 139. Harry Clarke. Ilustração para “St Doroth,” de Swinburne, 1928. 234 Fig. 140. Harry Clarke. Ilustração para “Aholibah”, de Swinburne, 1928 (página dupla omitida para publicação). 236 Fig. 141. Harry Clarke. Ilustração para ‘The Masque of Queen Bersabe”, de Swinburne. Fonte: http://16.media.tumblr.com/Tw6A5lHVFprtasl6LYbdNq48o1_500.jpg 500x428 pixels 193 KB 237 Fig. 142 “The Cyclops”, de Odilon Redon, c. 1914. Fonte: http://www.chess-theory.com/images1/11511_odilon_redon.jpg 282kb 716x909 pixels 237 Fig. 143 a ,b, c, d. Harry Clarke. Ilustrações para os poemas de Swinburne, 1928. Fontes: http://farm4.static.flickr.com/3450/3276184610_6fd876cd98.jpg, 64kb 497x500 http://farm4.static.flickr.com/3473/3275363683_87cbbc844a_o.jpg 404kb 1032x1170 http://farm4.static.flickr.com/3401/3276184508_bd44ac6640_o.jpg 160kb 1032x565 240 SUMÁRIO Introdução 19 I - Harry Clarke 1. A sua formação ............................................................................................................................................................. 27 1. 2. A influência de Artistas Gráficos e Mestres da escultura e da pintura .....................................................................40 II - Os Vitrais como um convite à Leitura Visual de Clássicos Literários ...................................................................47 1. Entre códigos: a pintura evocando poemas ................................................................................................................. 56 1.1. A Véspera de St Agnes ...............................................................................................................................................65 1.2. Rainhas, de John Millington Synge ............................................................................................................................71 1.3. O diálogo com a pintura renascentista, simbolista e com a arts and crafts .................................................................84 1.4. Vitral para o poema de Seumas O’Sullivan ................................................................................................................ 93 1.5. O Vitral de Geneva …………………………………………………………………………………………………. 97 1.6. A Midsummer Night’s Dream, de William Shakespeare……………………………………………………………108 III - Ilustrações de Obras Literárias:.............................................................................................................................. 119 1. A Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge.....................................................................................121 2. Os Contos de Fadas, de Christian Andersen ...............................................................................................................127 3. As Lamentações da Bela Vendedora de Elmos, de François Villon............................................................................154 4. De Profundis, de Oscar Wild………………………………………………………………………………………...159 5. The Mad Mulrannies, para The Playboy of the western world, de J.M. Synge………………………………………......163 6. Contos de Mistério e Imaginação, de Edgar Allan Poe................................................................................................164 7. Faust, de Johann Wolfgang Von Goethe. ..................................................................................................................187 7.1.Vinhetas para Faust ....................................................................................................................................................202 8. Seleções de poemas de Algernon Charles Swinburne................................................................................................219 8.1.Decoração para o livro de Swinburne ........................................................................................................................240 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES .......................................................................................................................................................244 GLOSSÁRIO..........................................................................................................................................................................................249 ANEXO...................................................................................................................................................................................................253 Canções, de Heirich Heine [1827]……………………………………………………………………………………………………………………….. 254 The Eve de St. Agnes (texto resumido por Harry Clarke……………………………………………………………………255 The Eve of St. Agnes, de John Keats [1919]……………………………………………………………………………….. 256 Queens, de John Millington Synge [1871-1909] ...............................................................................................................................258 Ode à Cassandre, de Pierre de Ronsard[1524 –1585] .........................................................................................................259 The Others [c.1909], de Seumas O’Sullivan(James Sullivan Starkey)................................................................................ 260 As baladas das Damas dos Tempos Idos, de François Villon [1431-1463?]........................................................................263 Sonho de uma noite de verão.................................................................................................................................................266 Trechos do texto original de Baladas do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge (1772-1834).. ………………………………………………………………………………..268 Algernon C. Swinburne Poems and Ballads[1865] Satia Te Sanguine (The Masque of Queen Bersabe)..…………………………………………………………………...269 Erigone (The Masque of Queen Bersabe).…………………………………………………………………………….. .270 Aholibah (The Masque of Queen Bersabe.………………………………………………………………………………271 Hesíone (The Masque of Queen Bersabe).……………………………………………………………………………....272 BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................................................................................................273 19 INTRODUÇÃO necessidade de se estudar o tema - ������� ���� � � �� ��� ��� ���� ��� ���� ��� �������������� ��������� ������� surgiu a partir do questionamento da perda do espaço das ilustrações na linguagem gráfica destinada ao público juvenil e adulto nos livros nacionais e estrangeiros. Podemos citar como exemplos imediatos, a comparação entre uma edição da obra – Balada do Velho Marinheiro de Samuel T. Coleridge, ilustrada por Doré e traduzida por Alípio Correia de Franca Neto, edição bilíngüe, de 2005 do Ateliê Editorial, São Paulo. Esta edição de luxo contém quarenta e três ilustrações distribuídas ao longo das páginas ocupando a página inteira. Em contrapartida, temos a mesma obra, de outra edição bilíngüe de 2006, da Disal editora, São Paulo, traduzida por Weimar de Carvalho, com a inserção de apenas duas ilustrações de Doré ao longo das cento e quarenta e três estrofes do poema. Podemos também comparar à obra da Ateliê Editorial com a da edição da Abril Cultural (1978) dos contos reunidos na obra Histórias extraordinárias (tradução de Breno Silveira e outros), de Edgar Allan Poe, que tem apenas duas ilustrações de Antônio Miguel Cotrin, uma na capa e a outra na folha de rosto. Um dos motivos do escasso espaço reservado para as ilustrações talvez se deva à visão adotada pela maioria dos produtores de livro segundo a qual para conquistar à clientela adolescente ou adulta, basta a linguagem verbal. Ou seja, o escritor ou o poeta têm uma autonomia tal que a ilustração pode até desfavorecer a venda do livro, por encarecer seu custo. A não ser que o escritor seja ao mesmo tempo ilustrador e que conceba o livro com esses dois componentes: o texto literário e a linguagem visual. A 20 Estas particularidades poderiam contribuir para a perda do espaço das ilustrações nas edições destinadas para o público juvenil ou adulto. Por outro lado, o artista plástico como ilustrador também nos exige um estudo do seu processo de autonomização do seu campo artístico em relação ao literário. Com o surgimento de novas tecnologias, é natural que a mais nova faça repensar a anterior, sendo que o livro, neste contexto, tornou-se um meio “lento” de transmissão de informação, além de ficar pouco atraente, obrigando os editores a repensarem os projetos atuais com rigor e critério. Nesse sentido, as ilustrações com qualidade artística poderiam voltar a ser aquele elemento diferenciador para a atração de novos leitores. Portanto, a proposta deste estudo de caso é traçar a biografia de Harry Clarke e observar a sua habilidade em transitar entre as duas linguagens e suportes artísticos: a pintura em vitrais e a ilustração gráfica, debatendo a relação entre as imagens da pintura em vitrais, ilustrações e a literatura. É interessante ressaltar que o seu primeiro trabalho, de caráter religioso, tornou-o consagrado em seu país. Como ilustrador, Clarke ampliou o seu campo de atuação no mercado cultural. Essa sua necessidade de um novo referencial e um novo suporte exige uma melhor compreensão desse fenômeno sociocultural. No contexto da sociedade de consumo, esse fenômeno é verificado na segunda metade do século XIX, quando artistas colaboravam ativamente na realização de livros para ilustrar textos literários. Harry Clarke era conhecido como artesão de vitrais no início do século XX em seu país. Ou seja, mesmo como artesão, Harry Clarke saiu do anonimato ao expor os seus vitrais pintados nos salões de arte, ganhando prêmios e bolsas de estudo. Esta particularidade de sua carreira o projetou como ilustrador, possibilitando o reconhecimento de um editor para o seu talento, dando-lhe a oportunidade de exercer a sua habilidade de desenhista ilustrador também no suporte da arte impressa. 21 A escolha deste artista como objeto de estudo se deve primeiramente pelo meu contato com os contos de fadas da Madame le Prince de Beaumont (1711-1780); de Christian Andersen (Dinamarca, 1805-1875), entre outros, e por estar pesquisando ilustradores de contos infanto-juvenis brasileiros, conhecidos ou anônimos. Após esse contato, pude observar com mais cuidado, alguns ilustradores europeus consagrados. Neste livro, as ilustrações que mais me chamaram a atenção foram as de Harry Clarke e a maneira pela qual o artista manteve a conexão entre diversas vertentes criativas, oriundas da pintura e da literatura, enriquecendo a sua produção. Seu trabalho, no entanto, tem sido negligenciado pelos historiadores, uma vez que a maior parte da atenção voltada para o renascimento cultural irlandês do século XX tem-se dirigido somente para seus expoentes literários. Por outro lado, ilustradores da mesma época tornaram-se conhecidos, como os ingleses Walter Crane e Arthur Rackham, o francês Edmund Dulac ou então o dinamarquês Kay Nielsen. H. Clarke chegou a ilustrar alguns contos de Edgar Allan Poe, como o conto “A máscara da morte rubra” publicado em 1919 e Fausto, do Goethe (1925) que até hoje nos impressionam por sua criatividade, pelas ricas texturas e pelo impacto causado pela maestria com que lida com as tonalidades do preto. Suas vestimentas são ricamente estampadas, suas imagens esguias, incorporando-as na paisagem ou na decoração detalhadamente ornamentadas com texturas. Artesão e ilustrador, ao mesmo tempo em que gerou um produto cultural voltado para o público infanto-juvenil e adulto, Clarke produziu obras de caráter religioso que conservam a “aura” 1 que Walter Benjamin pressupôs para obras de valor 1 Termo utilizado por Walter Benjamin, “Aura” é proveniente de algo cultuado em seu valor de caráter único e insubstituível, que estava desaparecendo com a possibilidade de reprodução técnica, ou seja, a fotográfica. 22 único, como no caso dos vitrais de igrejas. Os vitrais de Harry Clarke, produzidos no início do século XX, foram apreciados por sua finalidade religiosa, cultivada por uma atitude de contemplação no ambiente de culto. Nesse momento, a sua arte era produzida em meio à conturbação da instabilidade política gerada pelas lutas de independência na Irlanda. Harry Clarke, vinculado ao seu círculo social que englobava artistas, poetas e dramaturgos, visualizava a iminente desintegração cultural da Irlanda. Assim, a classe artística formadora de opiniões, movida por essa inquietação, propunha por meio das manifestações culturais, despertar a consciência da mentalidade nacional. Assim, arte e literatura se engajaram no movimento de revivalismo celta, cujo objetivo era resgatar a cultura irlandesa. Clarke então passou a evocar, nas pinturas em vitrais, poesias, baladas e peças teatrais, traduzindo-as por meio da visualidade das linhas e da vivacidade dos valores cromáticos proporcionada pela infiltração da luz. Seu estilo retratado nas figuras de santos e santas, baladas, personagens de poemas e peças teatrais pintados nos vitrais foi conservado quando o artista tornou-se ilustrador, paralelamente à atividade de vitrais. Nesta nova linguagem gráfica de “reprodutibilidade técnica”, talvez o caráter aurático esteja conservado no suporte livro. Neste objeto cultural, amplia-se o processo de circulação de idéias e o contato com a arte e a literatura, dessacralizando o caráter aurático de uma obra de arte. Com o desenvolvimento da tecnologia industrial na Inglaterra, os livros começaram a ser impressos em larga escala e já no início do século XX, tornam-se produto de consumo cultural, período conhecido como “Idade do Ouro” dos livros BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: ___Magia e técnica, arte e política: obras escolhidas, p. 165. São Paulo: Brasiliense, 1996. 23 ilustrados. Harry Clarke então amplia o seu campo de atuação. De artesão de vitrais passa a atuar também como ilustrador e tem em George Harrap, editor de Londres, seu novo ‘mecenas’. A partir daí verificaremos que a escolha de Harry Clarke por um novo suporte e uma nova poética não foi adotada de uma hora para outra e de maneira tranqüila. Pelo contrário, travou-se o conflito entre a representação de inspiração sacra ou romântica, antagônica com a vertente simbolista, que explora tendência lúgubre e de natureza onírica, revelando os desejos profundos do inconsciente. Clarke também estava sintonizado com outros movimentos artísticos da época. Inspirado na ideologia ruskiniana, o movimento Arts and Crafts que propunha o entrosamento entre artesanato e produto industrializado por meio de uma estética que valorizava formas orgânicas inspiradas na natureza. Ruskin dizia que “a vida sem a indústria é um atraso, mas a indústria sem a arte é uma brutalidade”. 2 Esses motivos de ordem interior e exterior se justificam pela intenção do artista de ser reconhecido por um público maior por meio da mídia gráfica. A abordagem de sua produção artística, pautada em um estudo de caso, descreve a série de ilustrações na produção literária e indaga em que medida a pintura de vitrais deu suporte para aquele novo meio de expressão artística. A partir desse diálogo entre linguagens, surge a questão da relação entre o imagético e o textual. Esta questão é compreendida segundo a analogia crítica entre a pintura e a poesia, da obra clássica de Lessing - Laokoonte ou sobre os limites da Pintura e da Poesia (1776), traduzida por Márcio Seligmann-Silva (1998) e nos estudos de percepção estética de 2 AMARAL, Cláudio. John Ruskin e o Desenho no Brasil. São Paulo: tese FAU-USP, 2005. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp314.asp 24 Etienne Souriau, em A Correspondência das Artes - Elementos de Estética Comparada (1892), obra traduzida por Maria Cecília e Maria Helena (1983). Os textos de Romam Jacobson em Lingüística e Comunicação (1965), traduzidos por Izidoro Bliksten e José Paulo Paes (1995) e a análise de Valdevino de Oliveira em Poesia e Pintura - Um Diálogo em Três Dimensões (1999), também contribuem para elucidar esta questão no estudo comparativo entre as linguagens compreendido como conteúdos sígnicos. Neste estudo é também considerada a relação entre a ilustração e outros gêneros da literatura, dando prosseguimento à reflexão ainda permeada no diálogo travado entre texto e imagem. Propõe-se examinar como a ilustração se organiza e se inter- relaciona com o discurso literário, tomando-se as obras de Harry Clarke como uma espécie de porta-voz imagético dos dilemas de seu tempo. Tal diálogo será baseado nas reflexões de alguns ilustradores e teóricos sobre o assunto, tais como Rui de Oliveira, Luís Camargo, Odilon Moraes, entre outros. Assim, o estudo das imagens produzidas pelo artista é apresentado na seguinte ordem: no primeiro segmento, o trabalho de Harry Clarke é pautado sociologicamente na relação entre a criação artística do artista e a sociedade. Nesse contexto, é destacada a formação artística do artista a partir de fontes biográficas que desenham o seu perfil. Para tanto, são preciosas as referências de Nicola Gordon Bowe (1994) por contribuir para a elucidação de muitos aspectos da carreira do artista. Ressalta-se assim, as características estéticas que mais pesaram no seu trabalho, sobretudo a Art-Nouveau, a Arts and Crafts, o Simbolismo e a sua vertente decadentista. No segundo segmento, a abordagem inicial será Harry Clarke como artesão de vitrais por ter sido este o suporte artístico ao qual ele dedicou a maior parte de sua vida e o primeiro meio de expressão que o tornou consagrado, apesar de as ilustrações 25 terem sido produções artísticas simultâneas. Durante o levantamento de suas obras, as reflexões de alguns teóricos serão essenciais para a análise da tessitura entre a pintura, a ilustração e a literatura, base de minha reflexão. No terceiro segmento, apresentamos o jovem Clarke enfrentando o desafio que não ousou recusar, assumindo experimentar um outro meio para expressar a sua arte: o livro. Este suporte vinha se aperfeiçoando na sua técnica de impressão e de confecção desde a Revolução Industrial do século XIX, permitindo a criação de efeitos decorativos. Artistas gráficos e pintores de cavalete se interessavam pelos processos de impressão há pouco desenvolvidos, produzindo resultados criativos. Sendo o livro um suporte privilegiado entre escritores e poetas, muitos artistas- artesão colaboraram para a maior divulgação de suas obras como ilustradores e designers. O termo design gráfico, que surgia a partir da segunda metade do século XIX, abarcou as atividades tradicionais do artesão medieval, que herdava tanto das artes plásticas como do artesanato tradicional de séculos anteriores. Neste capítulo também serão consideradas as ilustrações mais significativas do artista, propondo a discussão intersemiótica3 entre a literatura e a ilustração. Serão considerados os vínculos entre texto e imagem, permitindo visualizar aspectos intertextuais, parâmetros que podem ser aplicados às produções artísticas mais significativas de Clarke. 3 Plaza defende que no processo da intersemiose ocorre a tradução entre signos que se inter-relacionam entre si, como nos termos da semiose ilimitada de Peirce, quando percebemos um signo como significante de outro signo e assim sucessivamente. Assim, a criação artística passa a ser entendida como uma “recriação” de algo anterior, reportando-a à origem referencial. Plaza sugere deste modo, uma tradução criativa de um outro “original”, nas “circunstâncias que se encontram na sua época, determinadas pelos fatos e as tradições.” PLAZA, 2003, p. 05) 26 Trata-se de um artista pouco divulgado no Brasil devido à natureza de sua obra, que consiste em trabalhos no vitral e a sua dificuldade da reprodução fotográfica e a perda de espaço das ilustrações de obras literárias na mídia gráfica. Este fato tem limitado a divulgação dos melhores trabalhos de Clarke. Apenas em suas ilustrações de livro, Clarke foi capaz de atingir uma grande popularidade, notavelmente com as duas edições dos trabalhos de Edgar Allan Poe que foram best-sellers internacionais, mas apenas conhecidos no âmbito dos aficionados por clássicos ilustrados da literatura. Estes talvez fossem alguns dos motivos do silêncio pelo qual a obra de Clarke foi colocada, pois são escassas as informações encontradas sobre este artista além do estudo realizado por Bowe, mesmo na mídia virtual. Porém, podemos verificar em documentos iconográficos encontrados no meio eletrônico, que são acompanhados de algumas análises sobre suas obras, como as quais o pesquisador José Manuel Ventura Royas (2005) procurou complementar acerca das influências que Clarke tomou como fontes de inspiração para dialogar com outros mestres da pintura. 27 I - Harry Clarke 1. A sua formação Henry Patrick Clarke, ou Harry Clarke, como era conhecido, nasceu em 17 de março de 1889, em Dublin, Irlanda. Joshua Clarke, seu pai, mudou-se para Dublin em 1886, três anos após ter–se casado com Bridget MacGonigle de Sligo, iniciando seu próprio negócio em vitrais decorativos J. Clarke & filhos na Rua North Frederick, 33, Dublin. Por isso Harry foi capaz de receber formação na arte desde a mais tenra idade. Educado primeiro na Marlborough Street, na Dublin Art School, deixando, porém, a escola na idade de catorze anos, começando a sua vida profissional primeiramente no escritório de um arquiteto e depois, como um aprendiz, na empresa de vitrais de seu pai. Graduou-se, orientado pelos jesuítas na Belvedere College, próximo à oficina de seu pai. De acordo com a pesquisa de Bowe, a revista da escola registrou que seus contemporâneos em Belvedere recordam de Harry como um menino reservado e bastante sensível, um pouco separado da difícil vida escolar, mas bem-querido por seus companheiros ilustres entre eles por sua habilidade em desenho. Richard Marcus comenta sobre a vida de Harry Clarke: (...) quando Clarke graduou-se na escola de arte, ficou seriamente doente por um ano. Para sua melhor recuperação pensou-se então que o ar litorâneo o faria bem e assim passou a viver em uma casa menor fora da costa oeste com alguns estudantes companheiros. Era aqui que selecionou tanto a inspiração da terra e do mar para as formas que apareceriam em seu trabalho no futuro. 4 4 Richard Marcus sobre o documentário Harry Clarke – Darkness in Light, 2007, disponível em: http://www.epicindia.com/magazine/Film/dvd-review-harry-clarke-darkness-in-ligh, p. 1 (acesso 27/04/008). Fig. 01 - Henry Patrick Clarke (1889- 1931) 28 Harry Clarke, que constantemente estava com a saúde debilitada, persuadiu seu pai que iria para as Ilhas Aran estudar os nativos e seus hábitos, sendo local de perfeito descanso. Assim foi para Inishare, em agosto de 1909, com seu amigo Austin Molloy, um companheiro estudante da Escola de Arte, que era igualmente talentoso em pintura em preto e branco e nas pinturas em tela. O clima estava bom e Harry leu muitos livros nos seus feriados, e esta foi a primeira de muitas viagens anuais a Inishere. Austin Molloy e ele poderiam sair todos os dias com livros de registro e de pinturas e esboços. Em 1905, Clarke tem aulas noturnas no curso de vitrais na Escola Metropolitana de Arte em Dublin, na Rua Kildare, como discípulo de George William Russel (que escrevia sob o pseudônimo Æ, ou ainda A.E.). No ano seguinte Clarke foi a Londres por dois meses estudar na South Kensington Schools of Design (Escola de Design Kensington do Sul). Isso o possibilitou ter contatos com concursos e a conviver com outros estudantes. No mesmo ano foi introduzida, no Setor de Comércio da Irlanda, a lei de fomento aos utilizadores da marca irlandesa, o que levou à valorização dos produtos nativos. Esse fato permitiu que os alunos de Alfred Child da Dublin Metropolitan School of Art e os Estúdios Clarke submetessem, em 1910, seus desenhos para os setores de arte e esboços na seção de indústrias de decoração à Exibição Internacional da Irlanda. Entre suas mais destacadas recompensas foi nesse mesmo ano, quando Harry Clarke participou da Competição Nacional Educativa de Vitrais em 1910, onde 29 Fig. 02 - The Consecration of St. Mel, Bishop of Longford, by St. Patrick, 1910, 67.3 x 60.3cm (detalhe). ganhou três medalhas ouro e duas bolsas de estudo, patrocinadas pela Secretaria do Departamento de Agricultura e Instrução Técnica. O vitral selecionado para a premiação foi a Consecration of St.Mel, Bishop de Longford, by St. Patrick (Consagração de São Mel, Bispo de Longford, por São Patrício, conforme conferimos na fig. 02), atualmente localizado na Galeria Municipal de Arte de Crawford, em Cork, Irlanda. Este trabalho demonstra a maturidade que o direcionou precocemente para o seu campo de especialização. Sua formação continuou através da bolsa de estudos e ganhou a medalha de ouro na arte dos vitrais na Competição Nacional Educativa por três vezes consecutivas. O pesquisador Jose Ventura Royas5 comenta que esse prêmio o fez abrir as portas que lhe permitiu viajar a Paris e a Chartres em 1914, ano em que o vitral que lhe fez jus ao prêmio foi selecionado para a exposição no Museu do Louvre. Clarke viu a sua exposição enquanto viajava a Paris com a bolsa de estudos, estudando os vitrais das grandes catedrais. Também, nesse ano, contraiu matrimônio com Margaret Crilley, uma mulher de personalidade oposta à sua, serena e decidida. Seu irmão Walter casou-se com Minnie, a irmã de sua esposa. Concluindo a sua formação artística, Clarke viajou para Londres, onde procurou emprego como ilustrador de livros. Na Editora Harrap, de Londres, ele começou com duas encomendas que nunca foram concluídas: “A violação da fechadura” (The Rape of the Lock), de Alexander Pope e Baladas do Velho Marinheiro (Rime of the Ancient Mariner), de Samuel Taylor Coleridge (destruído em 1916 durante a revolta conhecida como a “Páscoa sangrenta”), ambas de 1913. Foi uma 5 Ver ROYAS, José Manuel Ventura. Harry Clarke: algunas perspectivas en torno a su obra, 2005. Disponível em: