UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS Trabalho de Graduação Curso de Graduação em Geografia A importância do artesanato na Economia Solidária em Rio Claro -SP Ralf Luiz Marasca Pigatti Prof.Dr. Auro Aparecido Mendes Rio Claro (SP) 2015 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Geociências e Ciências Exatas Câmpus de Rio Claro RALF LUIZ MARASCA PIGATTI A IMPORTÂNCIA DO ARTESANATO NA ECONOMIA SOLIDÁRIA EM RIO CLARO- SP Trabalho de Graduação apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Rio Claro - SP 2015 Pigatti, Ralf Luiz Marasca A importância do artesanato na economia solidária em Rio Claro -SP / Ralf Luiz Marasca Pigatti. - Rio Claro, 2015 32 f. : il., gráfs. Trabalho de conclusão de curso (bacharelado - Geografia) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas Orientador: Auro Aparecido Mendes 1. Geografia urbana. 2. Empreendimentos solidários. 3. Cadeia produtiva. 4. Artesanato. I. Título. 910.13 P628i Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP RALF LUIZ MARASCA PIGATTI A IMPORTÂNCIA DO ARTESANATO NA ECONOMIA SOLIDÁRIA EM RIO CLARO- SP Trabalho de Graduação apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Comissão Examinadora Prof.Dr Auro Aparecido Mendes (orientador) Profª.Dr Silvia Aparecida Guarnieri Ortigoza Profª.Dr Ana Tereza Caceres Cortez Rio Claro, _____ de __________________________ de ________. Assinatura do(a) aluno(a) assinatura do(a) orientador(a) 3 Agradecimentos Agradeço, sobretudo aos meus pais, que me apoiaram em todos os momentos da minha vida. Agradeço, especialmente a minha companheira Mariana, que sempre me apoia e incentiva nos estudos, sempre me motivando e alegrando, tornando a vida mais doce. Agradeço, toda minha família que sempre esteve comigo. A todos meus amigos de Rio Claro e colegas de curso, que pude conhecer e compartilhar muitas alegrias e tristezas durante toda graduação. Agradeço, a todos os professores que contribuíram para minha formação, cada um à sua maneira e todos importantes. Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Auro Aparecido Mendes, por toda ajuda e apoio. A todos funcionários da UNESP, sempre gentis e prestativos. 4 Resumo: O presente trabalho pretende demostrar como o artesanato local do município de Rio Claro-SP vem colaborando para a evolução dos princípios e ideais da Economia Solidária, assim como a parceria entre o Laboratório de Estudos Territoriais (LAET) do departamento de Geografia e a Secretaria de Ação Social do município vem contribuindo para o mesmo. A partir de entrevistas realizas em campo, foi elaborada uma análise dos empreendimentos da cadeira produtiva artesanato. A análise procurou identificar as principais facilidades e dificuldades em trabalhar de forma solidária, assim como ressaltar a importância dos projetos de políticas públicas para desenvolver esse setor. O estudo procurou identificar quais os empreendimentos estão interessados e preparados para serem incubados por Incubadoras Tecnológicas em Cooperativas Populares. Palavras chave: Economia Solidária; Empreendimentos solidários; Cadeia Produtiva; Artesanato. Abstract The present study aim to demonstrate how the local craftwork from Rio Claro City, State of São Paulo, cooperates for the evolution of Solidarity Economy’s principles and ideas, as well as the partnership of Territorial Studies Laboratory (LAET), Geography Department (UNESP Rio Claro), and the Social Action Secretariat of Rio Claro County contribute for the same goal. An analysis of the enterprises of craftwork productive chain was elaborated from field interviews. The analysis identified the main facilities and difficulties to work in a solidarity way, and highlighted the importance of public policies projects to the sector development. The study identified which enterprises are interested and prepared to be helped by the Technological Incubators in Popular Cooperatives. Key-words: Solidarity Economy, Solidarity Enterprises, Productive Chain, Craftwork. 5 Sumário 1- Introdução. ................................................................................................. 6 2- Embasamento teórico ............................................................................... 8 3- Economia solidária: Breve Histórico.......................................................10 4 - Por um artesanato cada vez mais solidário em Rio Claro ..................... 12 4.1 Formação em Economia Solidária ....................................................... 27 5 - Considerações finais ................................................................................ 29 Referências: .................................................................................................... 31 6 1- Introdução. No o atual sistema econômico Capitalista, vemos uma ampliação da divisão internacional do trabalho e da mão de obra assalariada pelo mundo, fato que transforma o sistema vigente em uma hegemonia. Tais características compuseram um cenário mundial onde tudo se transforma em mercadoria, inclusive o trabalho humano. São nessas condições que o trabalhador é explorado de maneira selvagem, sua mão de obra é exposta a competitividade das grandes empresas, colocando milhares de trabalhadores em condições precárias de trabalho. Procurando se defender, os trabalhadores começam a se organizar em cooperativas e sindicatos, Segundo Paul Singer em seu livro Introdução à Economia Solidária (2002), desde o século XIX existem experiências de aldeias solidárias na Europa, a mais famosa delas a cooperativa de compra dos Pioneiros Eqüitativos de Rochedale na Inglaterra, que foi sucumbida em poucos anos devido à pressão da classe patronal. Este tipo de organização trabalhista ajuda os indivíduos a conquistarem melhores condições de trabalho. E no Brasil não foi diferente, termos como economia informal e economia popular já eram discutido aqui desde os anos oitenta. No entanto o termo Economia Solidária vem crescendo bastante nos últimos anos, a partir do Grupo de Trabalho Brasileiro da Economia Solidária, criado em 2001 no Primeiro Fórum Social Mundial (FSM), derivaram pressões ao novo governo para a criação de políticas de apoio a Economia Solidária e a criação do Fórum Brasileiro da Economia Solidária. O termo se concretiza com a então criada Secretaria Nacional de Economia Solidaria (SENAES) em 2003, no governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então a secretaria vem criando políticas de apoio e financiamento de ações em ECOSOL. É neste contexto que a Economia Solidária vem resgatar as relações humanas dos trabalhadores, a falta de trabalho faz com que a população crie e recrie novas formas de organização do trabalho. Tendo como princípios a valorização social, a criatividade, o reconhecimento da mulher no mercado de 7 trabalho, respeito com a natureza, o cooperativismo e a solidariedade, essa nova maneira de fazer economia vem contrapor o sistema capitalista. Segundo Paul Singer: Uma sociedade em que predomine a igualdade entre todos os seus membros, seria preciso que a economia fosse solidária em vez de competitiva. Isso significa que os participantes na atividade econômica deveriam cooperar entre si em vez de competir. (SINGER, 2002, p.9). O Papel das Incubadoras Tecnológicas em Cooperativas Populares é de extrema importância para a continuação e ampliação dos trabalhos em Economia Solidária, oferecendo suporte à formação e desenvolvimento dos Empreendimentos Econômicos Solidários, as ITPC´s garantem a continuação desses trabalhos. 8 2- Embasamento teórico Antes mesmo do surgimento do capitalismo, quando a sociedade era regida pelos modos de produção escravista e feudal, a precarização do trabalho já era desumana. Com o surgimento e fortalecimento dos papéis do Estado, houve grande melhoria nos direitos dos trabalhadores. No entanto, em pleno século XXI, as denúncias de trabalho escravo por todo o mundo são corriqueiras. A cada crise cíclica do capitalismo, esse processo de precarização do trabalho se intensifica, e a vida do trabalhador no campo e da cidade fica cada vez mais difícil. Jornadas excessivas de trabalho, condições precárias de segurança, baixos salários e falta de estabilidade são algumas das más condições cotidianas que tornam a vida de milhares de cidadãos um verdadeiro caos. Este trabalho tem por objetivo demonstrar como uma nova maneira de produção, no contexto da Economia Solidária, vem mudando a qualidade de vida das pessoas em vários países, destacando a experiência de Rio Claro (SP). Assim sendo, torna-se necessário compreendermos as diferenças entre os meios de produção capitalista e solidário, assim como as relações de trabalho envolvidas. No livro “A Ideologia Alemã”, de Karl Marx, conseguimos compreender os primeiros pressupostos da produção social da vida. Segundo a teoria de Marx, todo e qualquer ser humano, para existir e fazer história, deve, antes de qualquer coisa, ter condição de comer, beber e habitar, conceito que seria uma das bases do materialismo. Dessa maneira, o trabalho torna-se primordial na existência do ser humano. Não é possível pensar, refletir e produzir antes de sanadas as necessidades anteriores. O primeiro fato histórico é, pois, a produção dos meios que permitem satisfazer as necessidades, a produção da própria vida material; trata-se de uni fato histórico, de uma condição fundamental de toda a história, que é necessário, tanto hoje 9 como há milhares de anos, executar dia a dia, hora a hora, a fim de manter os homens vivos (MARX, 2007,p14). Historicamente o trabalho vai sendo expropriado, perdendo o domínio dos meios de produção. Meios de produção, segundo a teoria marxista, são o conjunto de objetos, instrumentos, instalações, fontes de energia, matéria- prima etc., necessários para se realizar o trabalho (exemplos: máquinas, ferramentas, edifícios, combustível, energia elétrica etc.). Dessa maneira, os indivíduos são obrigados a vender sua única mercadoria, sua força de trabalho. É, nesse momento, que o trabalhador se expõe às diversas más condições do mercado, tornando-se mais e mais refém do capital. O Dicionário do Pensamento Marxista (BOTTOMORE, 2001) elucida a alienação do trabalhador, uma das últimas etapas que envolvem o modo de produção capitalista. Finalmente, a venda da força de trabalho aliena o trabalhador da sua capacidade criativa de produção, que é, por força dessa venda, entregue ao capitalista, e de qualquer controle sobre o produto do seu trabalho. Na emergência da força de trabalho como mercadoria, as contradições da forma mercadoria entre o valor de uso e o valor de troca reaparecem como ALIENAÇÃO do trabalhador em relação ao seu trabalho e ao produto desse trabalho (BOTTOMORE, 2001,p254). Essas são algumas das características do modo de produção capitalista. Não pretendemos aqui nos aprofundarmos nesses aspectos mas, apenas, realçarmos que fazem parte do modo de produção de capitalista a exclusão, alienação e exploração material e imaterial dos trabalhadores. Contudo podemos compreender alguns dos pressupostos da teoria marxista, e, principalmente, por que as condições de trabalho nesse sistema tendem a ser tão precárias. O trabalho, quando se torna mercadoria e se aliena, fica à mercê 10 do mercado. A lógica do capitalista será sempre de acumular, para isso, deve manter as taxas de lucro elevadas. Os primeiros a sofrerem os efeitos desse sistema econômico é o trabalhador, dependente da venda de sua força de trabalho para sobreviver e submetido a condições de trabalho desumanas. 3- Economia solidária: Breve Histórico É na economia solidária que o trabalhador consegue realizar uma nova maneira de trabalhar e produzir, fugindo da lógica capitalista. Nessa economia, torna-se possível trabalhar com condições mais humanas e com outros objetivos. Nesse sistema, o mais importante não é o capital ou o mercado, mas a vida. O trabalho na economia solidária tem outros objetivos, suas raízes são fundadas em conquistas e lutas de movimentos sociais no campo e na cidade em diferentes países. Existem princípios que norteiam a economia solidária, tais como: autogestão, cooperação, democracia, solidariedade, respeito à natureza e valorização e promoção da dignidade do trabalho humano. Esses são os principais princípios que proporcionarão outra maneira de vida ao trabalhador. No Brasil não é diferente, por todo o território nacional milhares de trabalhadores encontram-se organizados em busca de melhores condições de trabalho e de vida. Em 2003, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi criada a Senaes, Secretaria Nacional de Economia Solidária, tendo, como secretário, o professor Paul Singer. Na cartilha Economia Solidária, outra economia acontece: Cartilha da Campanha Nacional de Mobilização Social, em que merece destaque a importância dada à Economia Solidária: Os trabalhadores e trabalhadoras estão se unindo para fazer Economia Solidária porque os frutos da economia dominante são muito amargos: desemprego, falta de terra para trabalhar, destruição do meio ambiente, ricos ficando cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres. É isso o que acontece quando o lucro vem em primeiro lugar (MTE,2007, p14). . 11 A Senaes funciona dentro do Ministério do Trabalho e Emprego, trabalhando em todo o país para a geração de renda, principalmente para as pessoas em situação de extrema pobreza. Dessa maneira, é a principal fomentadora em gerar empregos nos modelos da economia solidária. Trabalhadores de todo o país agora têm a oportunidade de buscar trabalho sem depender de chefes ou patrões, muitas vezes desenvolvendo a economia em toda uma comunidade. Agora pense em uma outra economia, onde em vez de individualismo, há união; em vez de competição, há cooperação; em vez de indiferença, há solidariedade; onde, no lugar da devastação do ambiente, há o cuidado com a natureza; e no lugar do autoritarismo de chefes ou patrões, há democracia com todos decidindo juntos e compartilhando igualmente o que se ganha ou se perde (MTE,2007, p5). A economia solidária, atualmente, é a principal forma de combate à pobreza extrema, dando oportunidades aos cidadãos que se encontram incluídos precariamente no mercado de trabalho. Gaiger (2003) a analisa da seguinte forma: Vendo-a seja como um campo de trabalho institucional, seja um alvo de políticas públicas de contenção da pobreza, seja ainda uma nova frente de lutas de caráter estratégico, visões, conceitos e práticas cruzam-se intensamente, interpelando-se e buscando promover a economia solidária como uma resposta para os excluídos, como base de um modelo de desenvolvimento comprometido com os trabalhadores, como saída diante do aprofundamento das iniquidades, das políticas neoliberais, do próprio capitalismo (GAIGER,2003, p3). Com base no que foi exposto, a seguir serão analisadas importantes iniciativas solidárias no que tange à organização da produção no município de Rio Claro. Este município encontra-se distante, aproximadamente, 170 km da 12 metrópole paulistana e conta com mais de dez anos de experiência em economia solidária. 4 - Por um artesanato cada vez mais solidário em Rio Claro Uma parceria entre o Laet (Laboratório de Estudos Territoriais - IGCE- Unesp-Rio Claro) e a prefeitura municipal de Rio Claro, por meio da Secretaria de Assistência Social, possibilitou o desenvolvimento de um projeto nas cadeias produtivas solidárias nesse município. Uma das ações do projeto consistiu na aplicação de formulários aos empreendimentos econômicos solidários, com o objetivo de identificar os principais segmentos produtivos com potencialidades para a incubação, a ser realizada no Centro Público de Economia Solidária. O referido centro público funciona desde 2010 no antigo Departamento de Geografia-IGCE-Unesp-Rio Claro. O formulário aplicado foi fundamentado no Cadastro Nacional de Empreendimentos Solidários da Senaes, com as devidas adaptações necessárias ao município em estudo. O formulário aplicado continha 32 questões, voltadas para as áreas de produção, comércio e autogestão. As questões foram divididas entre objetivas e dissertativas, havendo espaço para o empreendedor formular sugestões e críticas. As aplicações dos formulários foram realizadas em diversos momentos e locais: durante o Fórum Municipal de Economia Solidária de Rio Claro, na feira de artesanato em um supermercado, na Praça dos Artesões, no Espaço Público de Economia Solidária e nas residências dos empreendedores, com agendamento prévio. Com base nos formulários aplicados, foi possível compreendermos melhor a cadeia produtiva do artesanato em Rio Claro e suas relações com a economia solidária. Foram respondidos 32 formulários a partir dos quais elaboramos interpretações e reflexões que serão apresentadas a seguir. No que diz respeito à forma de organização dos empreendimentos, constatamos que no artesanato o trabalho vem sendo realizado de forma individual, em grupo e individual e em grupo. 13 Fonte: Pesquisa de campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. Como podemos visualizar no gráfico, 64% dos entrevistados trabalham de forma individual. Tal fato demonstra a dificuldade dos empreendedores em trabalhar em grupo, de forma coletiva, sendo que apenas 21% dos empreendedores, aproximadamente, trabalhavam coletivamente. A maior dificuldade apresentada pelos artesões e pelas artesãs está na convivência. Trabalhar em grupo exige, portanto, a participação e a colaboração de todos, pois a organização deve estar de acordo com os interesses de todo o grupo. No entanto, ao que tudo indica, se o trabalho for coletivo, os resultados poderiam ser muito maiores do que aqueles obtidos individualmente. Apenas 15% dos entrevistados informaram trabalhar das duas maneiras, individualmente e em grupo. Notamos, portanto, a importância de uma incubadora com o fito de capacitar e organizar os empreendedores, visando ao diálogo e à colaboração. Dentre as razões que motivaram a criação dos empreendimentos, os entrevistados destacaram as seguintes (Gráfico 2): 21, 64% 7, 21% 5, 15% Gráfico 1- Formas de Organização: Individual Grupo Individual e Grupo 14 Fonte: Pesquisa de campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. Os motivos 3, 4 e 7 foram os mais mencionados. Em primeiro lugar, destacamos a necessidade de uma fonte complementar de renda, revelando que a economia solidária pode ser uma alternativa para aqueles que estão desempregados ou em situação de extrema pobreza. Em segundo lugar, os entrevistados destacaram o desejo de trabalharem por conta própria. A economia solidária oferece um escape para 12 9 22 20 3 1 18 2 1 7 0 5 10 15 20 25 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1- Uma alternativa ao desemprego. 2- Obtenção de maiores ganhos em um empreendimento associativo 3- Uma fonte complementar de renda para os(as) associados(as) 4- Desenvolvimento de uma atividade em que todos(as) são donos(as) 5- Condição exigida para se ter acesso a financiamentos e outros apoios 6- Recuperação por trabalhadores de empresa privada que faliu ou em processo falimentar 7- Motivação social, filantrópica ou religiosa 8- Desenvolvimento comunitário de capacidades e potencialidades 9- Alternativa organizativa e de qualificação 10- Outro. Qual? Gráfico 2- Motivos da criação do empreendimento 15 aqueles que estão excluídos do mercado de trabalho e sem possibilidade de mudança. Em terceiro lugar, os entrevistados explicaram que o artesanato, além de uma fonte de renda, constitui uma ação filantrópica e motivacional. Singer (1999) esclarece a importância da criação de novas alternativas ao desemprego: Para resolver o problema do desemprego é necessário oferecer à massa dos socialmente excluídos uma oportunidade real de se inserir na economia por sua própria iniciativa. Esta oportunidade pode ser criada a partir de um novo setor econômico, formado por pequenas empresas e trabalhadores por conta própria, composto por ex-desempregados, que tenha um mercado protegido da competição externa para seus produtos (SINGER,1999,p122 apud VARGAS & BALDISSERA,2012,p14). O Ministério do Trabalho e do Emprego destaca que um dos princípios da economia solidária é a cooperação: Cooperação em vez de forçar a competição. Convida-se o trabalhador a se unir a trabalhador, empresa a empresa, país a país, acabando coma “guerra sem tréguas” em que todos são inimigos de todos e ganha quem seja mais forte, mais rico e, frequentemente, mais trapaceiro e corruptor ou corrupto (MTE, 2007,p33). Na pesquisa realizada os artesãos destacaram a importância do trabalho coletivo (Gráfico 3). 16 Fonte: Pesquisa de campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. A comercialização e a venda se destacam como as principais atividades coletivas. Em Rio Claro, observamos que a comercialização dos produtos ainda é a maior forma de trabalho coletivo. Embora a venda seja individual em algumas feiras, verificamos que essa prática de comercialização tem contribuído para um avanço na organização dos trabalhos e comercialização de forma coletiva. Mesmo a produção sendo individual, a comercialização muitas vezes é feita coletivamente, um indivíduo representa todos aqueles que não puderam estar na feira. Em relação ao uso da infraestrutura, o uso coletivo se realiza na comercialização dos quiosques na “Praça do Artesão”, localizada em frente ao 12 8 20 4 7 11 8 2 4 1 0 5 10 15 20 25 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Gráfico 3-Indique o que é realizado de forma coletiva: 1-Produção 2-Prestação do serviço ou trabalho 3- Comercialização - venda 4- Troca de produtos ou serviços 5- Uso de equipamentos (s) (máquinas,ferramentas,lojas etc.) 6- Uso da infraestrutura (prédios, armazéns, sedes, lojas etc.) 7- Aquisição (compra ou coleta) de matéria-prima e insumos 8- Poupança ou crédito 9- Obtenção de cliente ou serviços para os (as) sócios (as) 10-Outro. Qual? 17 Shopping Center Rio Claro. Todos os quiosques são utilizados por dois ou mais empreendimentos, sendo que alguns trabalham individual ou coletivamente no mesmo espaço. O Centro Público da Economia Solidária também é outra infraestrutura em que muitos empreendimentos se referem ao uso coletivo. Esse espaço foi conquistado pelo convênio Laet/Unesp e funciona no antigo Departamento de Geografia, localizado na rua 10, Santana. Alguns grupos se reúnem para produzir e se organizar, além da programação que já é realizada pela prefeitura, como cursos, palestras, oficinas, fóruns, etc. Alguns empreendimentos mais organizados já compram mercadoria coletivamente. Fonte: Pesquisa de campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. 1 26 2 10 17 1 0 5 10 15 20 25 30 1 2 3 4 5 6 7 Gráfico 4- Origem da matéria-prima ou do insumo: 1- Aquisição de outros empreendimentos de ES 2- Aquisição de empresa privada 3- Associados (as) 4- Aquisição de produtores(as) não sócios(as) 5- Doação 6- Coleta (materiais recicláveis ou matéria-prima para artesanato) 7- Outra. Qual? 18 A grande maioria compra matérias-primas de empresas privadas e apenas um artesão declarou comprar de outro empreendimento solidários. A compra coletiva ou entre os próprios empreendimentos solidários seria uma forma de atender às demandas de todo o grupo e de fortalecer os elos produtivos entre todos os envolvidos. A incubação desses empreendimentos tornaria tal prática mais acessível e viável, formando uma rede solidária Alguns artesãos declararam adquirir matérias-primas por meio de doação ou reciclagem, prática comum na Economia Solidária, que demonstra a preocupação com a sustentabilidade ambiental. Fonte: Pesquisa de campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. Apenas 14% dos empreendimentos trocam seus produtos, enquanto 75% somente os comercializam. A troca na economia solidária é prática muito comum, fortalecendo os grupos e o mercado na comunidade local. Cabe salientar que não apenas produtos são trocados, mas serviços, conhecimentos e informações. A relação de troca é muito diferente da vendedor-consumidor, uma vez que não existem vencedores ou perdedores. Nesse sentido, todos saem ganhando, pois a troca é feita quando ambas as partes estão de acordo. 33; 75% 6; 14% 4; 9% 1; 2% Gráfico 5- Destino dos produtos e/ou serviços? Vendidos Trocados Parte é vendida ou trocada e parte é destinada ao consumo de sócios(as) Os produtos e serviços são exclusivamente destinados ao autoconsumo de sócios(as) 19 Uma pessoa toma conta de algum doente, outra ensina matemática ao filho do vizinho, um grupo organiza uma festa junina, outro grupo coloca a laje em uma casa, uma cultiva no quintal ervas medicinais que oferece a todos que precisam. Assim, uma série de trabalhos ou serviços são realizados sem receber moeda em troca. Alguém pode questionar que este tipo de trabalho não tem valor. Porém, existe um valor que mobiliza essas atividades: A RECIPROCIDADE. A certeza de que está sendo usada a sua potencialidade para fazer algo útil por aqueles que estão próximos. Usufruir do seu trabalho para produzir um bem. Não o bem no sentido econômico, mas um bem social. Esses trabalhos, trocados de diversas formas, possibilitam uma vida melhor para várias pessoas, seja individual ou coletivamente (BRASIL, SENAES/TEM, 2006, p5). No que concerne às maiores dificuldades encontradas pelos empreendedores, merecem destaque as seguintes: a falta de capital de giro e a estrutura de comercialização inadequada. A maioria dos artesãos vive do que vendem no dia a dia. Assim sendo, qualquer problema que inviabilize a comercialização de seus produtos torna-se uma grande dificuldade econômica. Muitas vezes os empreendimentos não têm fluxo de caixa suficiente para investir em mercadorias ou melhorias. Nas grandes feiras, a compra de matérias-primas suficiente é um problema. Em relação à estrutura de comercialização, muitos empreendimentos reclamam a falta de lugares fixos adequados para comercializar seus produtos. Outra dificuldade consiste no deslocamento até as feiras com todo o material necessário para trabalhar. A alternativa “agentes do mercado”, que representa as grandes lojas centrais, também é apontada como uma dificuldade, pois as mesmas vendem mercadorias industrializadas que são semelhantes às produzidas artesanalmente. Essas mercadorias acabam roubando, dessa forma, uma parcela da clientela que compra dos artesãos. 20 Fonte: Pesquisa de Campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. O meio de divulgação principal utilizado pelos artesãos foi a internet, principalmente via redes sociais. A eficiência e gratuidade desses meios de comunicação têm ajudando muito os pequenos empreendimentos. Feiras e 11 5 1 5 4 4 5 5 16 5 11 3 2 16 3 7 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Gráfico 6- Principais dificuldades na comercialização dos produtos e/ou serviços 1- O empreendimento tentou, mas não conseguiu encontrar quantidade suficiente de clientes 2- Ninguém do empreendimento quer cuidar das vendas 3- Ninguém do empreendimento sabe como se faz uma venda (argumentação, negociação, etc.) 4- O empreendimento já sofreu muitos calotes e não sabe como evitar 5- Os preços praticados pelo empreendimento são muito altos 6- Os clientes exigem um prazo para o pagamento 7- Os compradores só compram em grande quantidade 8- Dificuldade em manter a regularidade do fornecimento 9- Falta de capital de giro para vendas a prazo 10- Falta de registro legal para a comercialização (emitir nota fiscal, etc.) 11- Agentes do mercado (concorrentes, atravessadores, monopólios) 12- Transporte/ estradas 13- Preço inadequado dos produtos (baixo, desvalorizado) 14- Estrutura para comercialização (local, espaço, equipamento, etc.) 15- Outra dificuldade: 16- Nenhuma dificuldade. 21 divulgação “boca a boca” também aparecem como forma de divulgação, sendo que a gratuidade é outro fator que influencia nessas escolhas. O investimento nas mídias tradicionais, como rádio, jornal e televisão, ainda é completamente inacessível para esse segmento produtivo. No entanto, mesmo com as mídias gratuitas, muitos empreendimentos não realizam nenhuma divulgação de seu trabalho. A assessoria de comunicação e marketing é fundamental para o crescimento e divulgação dos empreendimentos, evidenciando novamente a importância de uma Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários no município. Fonte: Pesquisa de Campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. 6 1 1 9 12 13 11 0 2 4 6 8 10 12 14 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Gráfico 7- Principais meios de divulgação do empreendimento 1- Cartazes, catálogos, folders e panfletos 2- Jornais e revistas 3- Rádios e comerciais e educativas 4- Rádios comunitárias 5- TVs (mídia televisiva) 6- Feiras e exposições eventuais 7- Divulgação "boca a boca" 8- Outro. Qual? 9- Nenhuma alternativa 22 Na pesquisa realizada constatamos que outra dificuldade enfrentada pelos artesãos é a falta de capital para realizarem investimentos. Os principais investimentos realizados pelos artesãos foram: 31% para ampliação de estoque e matérias-primas, 21% para capacitação de mão de obra e 20% para aquisição e renovação de equipamentos (Gráfico 8). Verificamos, também, que 16% dos artesãos não realizaram nenhum investimento nos últimos 12 meses. Fonte: Pesquisa de campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. No que tange ao acesso a crédito, verificamos que 61% dos entrevistados nunca buscaram crédito ou financiamento; 9% conseguiram crédito e 30% buscaram, mas não conseguiram (Gráfico 9). Com base nesses dados, torna-se importante ressaltarmos a necessidade de se avançar em termos de créditos e finanças solidárias na economia solidária de Rio Claro. 1; 2% 10; 20% 16; 31% 0; 0% 3; 6% 11; 21% 2; 4% 8; 16% Gráfico 8- Tipo de investimento realizado no empreendimento nos últimos 12 meses Infraestrutura física (prédios, construção etc.) Equipamentos (aquisição, renovação) Ampliação de estoque de matérias- primas Abertura de filiais Abertura de lojas/espaços de comercialização Capacitação de mão de obra Outro.Qual? Nenhum 23 Fonte: Pesquisa de campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. A pesquisa revelou que 70% dos entrevistados afirmaram que seu empreendimento econômico é solidário. Verificamos, portanto, que tais artesãos conhecem os princípios da economia solidária e desejam, cada vez mais, praticá-los, principalmente no que se refere ao trabalho coletivo (Gráfico10) . 3; 9% 10; 30% 20; 61% Gráfico 9- Acesso a crédito ou financiamento nos últimos 12 meses Sim Não Não Buscou 24 Fonte: Pesquisa de campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. A força de vontade em participar e de se envolver com a Economia Solidária é algo muito importante e que deve ser considerado. Conforme Amorim, Loch e Schmidt (2008): A economia solidária surge então como uma alternativa a este modelo de exclusão. Surge como possibilidade de se resgatar valores humanos que levem a uma formação social mais igualitária. Sem prever patrões e empregados, compradores e vendedores da força de trabalho, mas vendo trabalhadores iguais. A possibilidade de participação do trabalhador no processo de trabalho, a retomada da sua autonomia, aspectos resgatados pelos ideais do cooperativismo, podem tornar o trabalho pleno de sentidos, fonte de criação e de vida, agora se opondo ao estranhamento, à sua forma enfadonha, geradora de sofrimento, pobreza e miséria humana, tão comuns ao modo de produção de mercadorias (AMORIM, LOCH, SCHMIDt,2008, p67). 23; 70% 7; 21% 3; 9% Gráfico 10- Seu empreendimento é solidário? Sim.por quê? Não. Tem interesse em trabalhar desta forma? Não respondeu 25 Por último, foi perguntado se o artesão tem interesse em ser incubado na Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários a ser criada em Rio Claro. Essa foi uma das questões mais importantes para a pesquisa realizada, pois nesse momento é possível identificar quais grupos têm interesse na incubação. Após a análise das respostas, foi possível identificar quais são os grupos que se encontram em condições de participarem do processo de incubação (Gráfico 12). . Fonte: Pesquisa de Campo, 2014. Org.: Pigatti e Mendes, 2014. Aproximadamente 73% dos entrevistados declararam ter interesse em participar de processo de incubação. Constatamos que 21% dos artesãos não têm interesse em serem incubados, declarando dificuldades em trabalhar coletivamente. Dentre as principais respostas dadas pelos artesãos, demonstrando o interesse em serem incubados, destacam-se as seguintes: 24; 73% 7; 21% 2; 6% Gráfico 12-No caso da instalação de uma incubadora solidária em Rio Claro você teria interesse em ser incubado? Sim. por quê? Não. por quê? Não sabe responder 26 - “Adquirir conhecimento”; - “Gosto muito em trabalhar em grupo”; - “Toda ajuda é positiva”, - “Quero participar e tenho vontade de ajudar”; - “Sempre aprender”; - “Me especializar mais e buscar melhores alternativas de venda”; - “Seria ótimo pra que eu possa levar meu trabalho mais a sério e bem organizado”. Os grupos Colmeia Azul, Tapetex-Total, Artnatural, Joias da Terra- Biojoias, Bolfer Artesanato foram os entrevistados que se demonstraram mais interessados em participar do processo de incubação. 27 4.1 Formação em Economia Solidária Após a elaboração dessa pesquisa, foi inaugurado um novo espaço de comercialização para a cadeia produtiva do artesanato, localizado na Rua 1, entre Avenidas 4 e 6, ao lado da Antiga Estação Ferroviária. É um espaço totalmente gratuito, sem cobrança de taxas, água ou luz. Os interessados em utilizar o espaço deveriam se cadastrar no Programa de Economia Solidária do município e realizar a solicitação pelo serviço Atende Fácil da Prefeitura, além de acordar com os princípios da Ecosol. Duas turmas de interessados foram formadas, uma em julho e outra em setembro de 2015. O processo de escolha dos empreendimentos que seriam contemplados com o uso do espaço foi de extrema importância para o crescimento dos ideais solidárias. Ambos os grupos passaram por um processo de formação econômica solidária, que foi estruturado em três dias da seguinte maneira: No primeiro dia, foi realizada uma dinâmica visando o trabalho coletivo. A atividade constitui-se em formar uma rede com barbante entre os participantes, que passavam o barbante enquanto se apresentavam e diziam qual é seu sonho. A dinâmica ajuda a harmonizar o grupo e criar empatia entre os participantes, além de ser um momento de descontração. Em um segundo momento, foi realizado uma contextualização da Economia Solidária, detalhando as origens, os princípios, os principais fomentadores e projetos de apoio a área. No segundo dia, foi realizado uma capacitação sobre consumo consciente e formação de preço. Em uma roda de conversa, o grupo debateu sobre a maneira que poderiam contribuir para tornar o planeta sustentável. Depois, em exercício prático, o grupo listou todos os encargos envolvidos na formulação de preço, como mão-de-obra, horas de trabalho e lista de material. Esse exercício ajuda a visualizar a quantidade de processos envolvidos na produção de uma determinada mercadoria. No terceiro e último dia, o grupo coletivamente elaborou o regimento interno dos quiosques da estação. O regimento constitui-se em regras básicas 28 de convivência, onde os próprios participantes as formularam. As regras são voltadas para a utilização e bom convívio do espaço e podem ser alteradas a qualquer momento. Esse pequeno processo de capacitação, contribuiu para o grupo iniciar as atividades no espaço de forma mais harmoniosa e colaborativa. Isso demostra como um pequeno processo de formação pode mudar a realidade dos empreendimentos, tornando-os mais colaborativos e solidários. A participação de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares é de extrema importância na construção de uma economia mais solidária. 29 5 - Considerações finais A pesquisa desenvolvida permitiu, a partir da cadeia produtiva do artesanato, constatar que a economia solidária em Rio Claro apresenta alguns aspectos que merecem ser potencializados, tais como: a vontade dos artesãos em aprender, de desejarem trabalhar de forma coletiva e cooperada, principalmente. Contudo, ficaram evidenciados alguns problemas que precisam urgentemente ser equacionados, quais sejam: capacitação, investimentos, créditos, finanças, infraestruturas, pontos fixos de comercialização e divulgação, por exemplo. Ficou evidenciado, também, o interesse de vários artesãos ou grupo de artesãos em serem incubados, com o fito de funcionarem conforme os princípios que norteiam a economia solidária e, assim, fortalecerem-se. Já foram identificados em vários territórios no município de Rio Claro segmentos produtivos que apresentam potencialidade e que desejam realizar suas atividades de forma solidária, dentre eles, os seguintes: agricultura familiar, construção civil e alimentação. O estudo das cadeias produtivas em economia solidária mostrou-se, conforme a pesquisa realizada, de grande valia para a compreensão dos nexos, conexões e sinergias existentes na compra das matérias-primas, nos processos produtivos, na comercialização, no consumo e no pós-consumo. Enfim, o entendimento das redes solidárias de produtos, bens e serviços torna- se fundamental para o desenvolvimento territorial. Ficou constatado, ainda, que na economia solidária em Rio Claro é imprescindível o apoio dos governos federal, estadual e municipal, por meio de políticas públicas, para a manutenção das iniciativas e ações que estão em curso. Esperamos, com a pesquisa desenvolvida, ter contribuído com subsídios importantes para a realização de novas investigações científicas com as outras cadeias produtivas, para a elaboração de políticas públicas e para a 30 resolução dos problemas identificados, lembrando que em economia solidária só permanece aquilo que é construído dialógica e coletivamente. 31 Referências: Ação pública e economia solidária: uma perspectiva internacional. FRANÇA FILHO, Genauto Carvalho et al (Orgs.). Porto Alegre: Ed. Da UFRGS, 2006. p. 259-267 ( Artigo: Políticas públicas de economia solidária no Brasil:características, desafios e vocação) Ana Lucia Cortegoso e Miguel Gambelli Lucas (Organizadores). Psicologia e economia solidária: interfaces e perspectivas.- São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008 AMORIM, L. M.; LOCH, C. L.; SCHMIDt, L. L. Economia Solidária: Possibilidade De (Re)Humanização Do Trabalho. Revista de Ciências da Administração. v. 10, n. 20, p. 59-71, jan./abr. 2008 Auro Aparecido Mendes, Ana Tereza Caceres Cortez e Silvia Aparecida Guarnieri Ortigoza (Orgs).Desfazendo os nós do capital: território, ação social e economia solidária-Bauru,SP:Canal 6,2013 AZAMBUJA, Lucas Rodrigues . Os Valores da Economia Solidária. Sociologias. Porto Alegre, ano 11, nº 21, jan./jun. 2009, p. 282-317 BRASIL, SENAES/TEM, SDT/MDA: Cartilha 2, Serie Feiras da Economia Solidária, Programa Nacional de Fomento de Feiras de Economia solidária: Participe das Trocas Solidarias, A troca é o princípio da vida. 2006 DICIONÁRIO DO PENSAMENTO MARXISTA / Tom Bottomore, editor; Laurence Harris, V.G. Kiernan, Ralph Miliband, co-editores; [tradução, Waltersir Dutra; organizador da edição brasileira, revisão técnica pesquisa bibliográfica suplementar, Antonio Moreira Gumarães]. – Rio de Janeiro; Jorge Zahar Ed.,2001. Economia solidária, outra economia acontece: Cartilha da Campanha Nacional de Mobilização Social – Brasília: MTE, SENAES, FBES, 2007. 36 p Economia solidária e incubação: uma construção coletiva de saberes. / Organizado por Robinson Henrique Scholz. – São Leopoldo: Oikos, 2014. GAIGER, Luiz Inácio Germany. A economia solidária diante do modo de produção capitalista. Caderno crh, Salvador, n. 39, p. 181-211, jul./dez. 2003. GAIGER, L. I. O mapeamento nacional e o conhecimento da economia solidária. Revista da ABET (2013). LAVILLE, J. L. Mudança social e teoria da economia solidária. Uma perspectiva maussiana. Sociologias, v. 16, n. 36, p. 60-73, 2014 MARX, Karl, 1818-1883.A ideologia alemã: crítica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas (1845-1846) / Karl Marx, Friedrich Engels; 32 supervisão editorial, Leandro Konder; tradução, Rubens Enderle, Nélio Schneider, Luciano Cavini Martorano. - São Paulo: Boitempo, 2007 NOVAES, H. T. O fetiche da tecnologia: a experiência das fábricas recuperadas. São Paulo: Expressão Popular, 2010. 352p. NUNES, D. Incubação de empreendimentos de economia solidária: uma aplicação da pedagogia da participação. Annablume, 2009. SENAES – Secretaria Nacional de Economia Solidária. Formação em economia solidária projeto casa brasil. SINGER, P. Introdução à economia solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.