RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 11/08/2023. 1 UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araraquara Fernanda Ali Kitagawa Efeito citotóxico transdentinário, grau de conversão e resistência de união à dentina de cimentos resinosos fotoativados Araraquara 2021 2 UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araraquara Fernanda Ali Kitagawa Efeito citotóxico transdentinário, grau de conversão e resistência de união à dentina de cimentos resinosos fotoativados Dissertação apresentada à Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Odontologia de Araraquara para obtenção do título de Mestre em Odontologia, na Área de Reabilitação Oral Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto de Souza Costa Araraquara 2021 3 4 Fernanda Ali Kitagawa Efeito citotóxico transdentinário, grau de conversão e resistência de união à dentina de cimentos resinosos fotoativados Comissão Julgadora Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Reabilitação Oral Presidente e Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto de Souza Costa 2o Examinador: Profa. Dra. Ana Paula Turrioni Hidalgo 3o Examinador: Prof. Dr. Gelson Luis Adabo Araraquara, 11 de agosto de 2021 5 DADOS CURRICULARES Fernanda Ali Kitagawa NASCIMENTO 16/05/1994 - Barretos - São Paulo FILIAÇÃO Roberto Kitagawa Sada Abo Alli 2014-2019 Graduação em Odontologia pela da Faculdade de Odontologia de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 2019-2020 Estágio de Docência em Patologia Bucal pela Faculdade Odontologia de Araraquara – UNESP 2019-2021 Pós-graduação em Reabilitação Oral pela Faculdade Odontologia de Araraquara – UNESP 6 Dedicatória Aos meus pais, Roberto e Sada, pelo esforço, dedicação e compreensão em todos os momentos da minha vida. Vocês são a plenitude do amor, do afeto e do amparo; chama que mantém acesa a perseverança, sorriso à cada conquista obtida, regaço para transpor cada percalço encontrado pelo caminho. Se hoje, estou concretizando sonhos, saibam que são vocês o meu alicerce, a minha base. Obrigada por todos os sacrifícios e esforços que concederam a mim e aos meus irmãos uma vida de amor e alegria. Vocês são meu porto seguro e devo tudo a vocês; amor para além da Eternidade. Aos meus irmãos, Eduardo, Henrique e Daniel, gratidão por serem meus maiores parceiros e amigos; por serem ouvidos, guarida, abraços, empatia e conselhos. Dividir a minha vida com vocês é uma alegria imensurável. Estaremos sempre juntos. Amo vocês! Às minhas Avós Natalina e Izabel. À minha Batiam e Vovó (in memoriam), por estarem comigo desde os meus primeiros dias, meus tombos, trocas de dentes e aniversário, amparando sem medir esforços, num carinho traduzido por histórias de vida, iguarias, blusas de lã e trocadinhos para comprar lanches. As senhoras são mulheres fortes e batalhadoras e agradeço a cada uma pelo amor e cuidado para com seus filhos e netos. 7 Agradecimentos Especiais Ao meu orientador, Dr. Carlos Alberto de Souza Costa, por me receber de braços abertos no Laboratório de Patologia Experimental e Biomateriais. Tenho profundo respeito e admiração pelo senhor, desde a graduação, onde aprendi o que é ser um pesquisador íntegro. Obrigada por me fornecer meios e suporte durante todo o desenvolvimento da minha pesquisa e, além disso, por todo esforço e tempo a mim dedicados. Sinto orgulho por ser sua orientanda. Ao senhor, minha eterna gratidão. À minha co-orientadora, Maria Luísa de Alencar e Silva Leite, por estar presente durante todas as etapas dessa jornada. Malu me recebeu com muito carinho, pegou em minha mão em diversos momentos e sempre, com muita educação e amor, muito me ensinou! Sou extremamente grata por tudo que fez e faz por mim; sem você, o caminho percorrido seria, certamente, muito mais difícil. Me espelho em você. À Profa. Dra. Josimeri Hebling, por sua enriquecedora contribuição ao trabalho. Obrigada pelo importante papel que teve durante minha formação como cirurgiã- dentista e durante a pós-graduação. Agradeço imensamente toda sua educação, delicadeza e maestria, a senhora é um exemplo para mim! À Profa. Dra. Fernanda Gonçalves Basso, pelo tempo despendido para contribuir com meu trabalho, por toda dedicação e ensinamentos que recebi de você. Ao Prof. Dr. Gelson Luis Adabo, por todas as contribuições prestadas durante o desenvolvimento da minha pesquisa. Obrigada pela disposição e dedicação que sempre demonstra! Ao Prof. Dr. Paulo Sérgio Cerri, obrigada pelo conhecimento compartilhado, por sua disponibilidade e todas as contribuições durante o desenvolvimento da minha pesquisa. 8 Aos meus amigos, Marlon Dias, Beatriz Voss, Igor Mendes Soares, Caroline Anselmi, Rafael Ribeiro, Uxua e Maria Luísa, que sempre, muito solícitos, me apoiaram e ajudaram durante todos os momentos em que precisei. A convivência com vocês tornou meus dias no laboratório mais felizes e leves. Obrigada pelas risadas, cafés, brincadeiras e ombro amigo quando necessário. Carrego vocês no meu coração! Aos membros e amigos do Laboratório de Patologia Experimental e Biomateriais, Taisa Pansani, Isabela Souza, Maria Luísa, Igor Mendes Soares, Marlon Dias, Beatriz Voss, Caroline Anselmi, Rafael Ribeiro, Uxua Zuta, Laís Cardoso e Larissa Mioto, nos bons e maus momentos. Esse mútuo apoio tornou a jornada muito mais prazerosa e leve. Admiro e aprendo todos os dias com vocês, obrigada! Aos amigos da turma de Mestrado em Odontologia, área de Reabilitação Oral da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, Cesar, Suellen, Isabela, Marlon, Marina, Amanda Ferro, Maydson, Bruno, Igor, Amanda Brandão, Mariana, Thaís e Juliana. À família Kitagawa e Abon Ali, meus tios, tias, primos e primas. Não sou nada sem minha família, minha eterna e plena gratidão a vocês. Vocês tornam a minha jornada mais linda e tranquila. Há muito amor entre nós! 9 Agradecimentos À Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, representado pelo digníssimo Diretor Prof. Dr. Edson Alves de Campos e pela Vice-Diretora Profª. Drª. Patrícia Petromilli Nordi Sasso Garcia. Aos Coordenadores do Programa de Pós-Graduação Odontologia, área de Reabilitação Oral da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, representado pelo Coordenador Prof. Dr. Joni Augusto Cirelli e pelo Vice-Coordenador Prof. Dr. Paulo Sergio Cerri. Aos Docentes Programa de Pós-Graduação Odontologia, área de Reabilitação Oral da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, por todos os ensinamentos transmitidos. Ao Laboratório de Patologia Experimental e Biomateriais do Departamento de Fisiologia e Patologia, Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, representado pelo Coordenador Dr. Carlos Alberto de Souza Costa, onde a maior parte desta pesquisa foi realizada. Ao Laboratório de Pesquisa do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, representado pela Coordenadora Profª. Drª. Josimeri Hebling, onde uma parte deste projeto desenvolvido. Ao Laboratório Multiusuário de Análises Químicas do Instituto de Química – Unesp, representado pelo Coordenador Prof. Dr. Eduardo Maffud Cilli, onde uma parte desta pesquisa foi realizada. À CAPES: O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de financiamento 001. 10 Kitagawa FA. Efeito citotóxico transdentinário, grau de conversão e resistência de união à dentina de cimentos resinosos fotoativados [Dissertação de Mestrado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2021. RESUMO O objetivo deste estudo foi avaliar a citotoxicidade transdentinária (CT), o grau de conversão (GC) e a resistência de união (RU) à dentina de cimentos resinosos fotoativados diretamente ou através de facetas cerâmicas (FC) com 1 mm de espessura. Células odontoblastóides MDPC-23 foram cultivadas sobre a superfície pulpar de discos de dentina adaptados em câmaras pulpares artificiais e em compartimentos de placas de acrílico. Os seguintes procedimentos foram realizados na superfície oclusal dos discos: CN- controle negativo (sem tratamento); SB- Single Bond Universal; TN- Tetric N-Bond Universal; AU- Ambar Universal APS; RV- RelyX Veneer; VE- Variolink Esthetic LC; AV- Allcem Veneer APS; RV+FC; VE+FC; AV+FC. Todos os materiais foram usados de acordo com as recomendações de seus fabricantes. A viabilidade (AlamarBlue assay) e morfologia (MEV) das células aderidas aos discos foi avaliada, e os extratos (meio de cultura + componentes dos materiais que se difundiram pela dentina) foram coletados e imediatamente aplicados sobre as células previamente cultivadas nas placas de 96 compartimentos. As células foram avaliadas quanto a viabilidade (Live-Dead assay), adesão e espalhamento (AE; F- actina), atividade de fosfatase alcalina (ALP, Timolftaleína) e formação de nódulos de mineralização (NM; Alizarin Red). O pH dos extratos obtidos de cada material foi determinado ao longo de 24 horas. O GC do topo e base de cada amostra fotoativada diretamente ou através da faceta foi avaliado por Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR). Para o teste de RU, a dentina condicionada com ácido fosfórico foi hibridizada com os sistemas adesivos relacionados com os respectivos cimentos resinosos, os quais foram fotopolimerizados diretamente ou através da FC. Os dados de CT, GC e RU foram submetidos ao teste ANOVA, complementado pelo pós-teste de Tukey (α=5%). De maneira geral, em todos os grupos onde os materiais resinosos foram usados, com exceção do grupo RV, foi observado redução da viabilidade, AE, bem como menor atividade de ALP e formação de NM em comparação ao CN (p<0,05). Os grupos onde o sistema adesivo AU foi usado isoladamente ou em associação com o cimento AV, apresentaram os maiores efeitos deletérios para as células MDPC-23. O pH dos materiais não influenciou a citotoxicidade. A interposição da FC entre a fonte de luz e os materiais resultou em menor GC. Não foi determinada diferença de RU à dentina para todos os cimentos resinosos avaliados, independente da interposição ou não da FC (p>0,05). De acordo com a metodologia empregada neste estudo, foi possível concluir que o cimento RV, associado ao sistema adesivo SB causou o menor efeito tóxico transdentinário sobre as células pulpares MDPC-23. A interposição de FC entre a fonte de luz e os cimentos resinosos não aumentou a CT ou interferiu na RU destes materiais à dentina, porém reduziu o GC. Palavras–chave: Citotoxicidade. Cimentos de resina. Dentina. Odontoblastos. 11 Kitagawa FA. Transdentinal cytotoxicity, degree of conversion and bond strength of light-cured resin cements to dentin [Dissertação de Mestrado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2021. ABSTRACT The aim of this study was to assess the transdentinal cytotoxicity (TC), degree of conversion (DC), and bond strength (μSBS) to dentin of light-cured resin cements, which were photoactivated or not through 1 mm thick ceramic veneer (CV). MDPC-23 odontoblast-like cells were seeded on the pulpal surface of dentin discs adapted to artificial pulp chambers and in acrylic plate compartments. The following procedures were performed on the occlusal surface of the discs: NC- negative control (no treatment); SB- Single Bond Universal; TN- Tetric N-Bond Universal; AU- Ambar Universal APS; RV- RelyX Veneer; VE- Variolink Esthetic LC; AV- Allcem Veneer APS; RV+CV; VE+CV; AV+CV. All dental materials were used according to manufacturer’s recommendations. The viability (AlamarBlue assay) and morphology (SEM) of the cells adhered to the discs was assessed and the extracts (culture medium + components that diffused through the dentin discs) were collected and immediately applied on previously seed cells in 96-well plates. The cells were evaluated concerning their viability (Live-Dead assay), adhesion and spreading (AS; F-actin), alkaline phosphatase activity (ALP; Timolphthalein) and mineralized nodules formation (MN; Alizarin Red). The pH of the extracts obtained from each material was determined over 24 hours. The DC of the top and bottom of each light-cured sample photoactivated directly or through the CV was evaluated by Fourier Transformed Infrared Spectroscopy (FTIR). For the microshear bond strength testing, acid-conditioned dentin was hybridized with the adhesive systems related to their respective resin cements, which were light-cured directly or through CV. The TC, DC and μSBS data were analyzed by ANOVA, complemented by the Tukey post-test (α=5%). Overall, in those groups in which the resinous materials were used, except the RV group, reduced the viability, adhesion and spreading of cells, as well as lower ALP activity and MN formation was observed in comparison with NC (p<0.05). The use of AU adhesive system associated or not with AV cement produced the greatest adverse effects for MDPC-23 cells. The pH from the materials did not influence the cytotoxicity. The interposition of CV between the light source and the resin cements resulted in lower DC. Concerning the μSBS to dentin, no statistical difference was observed for all resin cements, regardless the interposition or not of the CV (p>0.05). According to the methodology used in this in vitro study, one can conclude that the RV cement, associated with the SB adhesive system, caused the least transdentinal toxic effect to the odontoblast-like MDPC-23 cells. The interposition of the CV between the light source and the resin luting cements did not interfere with the TC and μSBS of these materials to dentin, however it reduced the DC. Keywords: Cytotoxicity. Resin cements. Dentin. Odontoblasts. 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 14 2 PROPOSIÇÃO .............................................................................................. 17 2.1 Objetivos Específicos .............................................................................. 17 3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 18 3.1 Citotoxicidade de Monômeros Resinosos ............................................ 18 3.2 Cimentos Resinosos ................................................................................ 24 4 MATERIAL E MÉTODO ............................................................................... 31 4.1 Fase 1: Citotoxicidade Transdentinária de Cimentos Resinosos Fotoativados ................................................................................................... 31 4.1.1 Preparo das facetas cerâmicas ........................................................... 31 4.1.2 Obtenção dos discos de dentina ........................................................ 32 4.1.3 Cultivo das células odontoblastóides MDPC-23 ................................ 34 4.1.4 Procedimento experimental ................................................................. 35 4.1.5 Viabilidade das células cultivadas na dentina (Alamar Blue) ............ 40 4.1.6 Viabilidade das células nos compartimentos (Live/Dead).... ............. 40 4.1.7 Adesão e espalhamento celular (F-actina) .......................................... 41 4.1.8 Avaliação da morfologia celular (MEV) ............................................... 41 4.1.9 Atividade de fosfatase alcalina (ALP) .................................................. 41 4.1.10 Deposição de nódulos de mineralização (Alizarin Red) .................. 43 4.1.11 Análise de pH ....................................................................................... 43 4.2 Fase 2: Avaliação do Grau de Conversão .............................................. 44 4.2.1 Procedimento experimental ................................................................. 44 4.3 Fase 3: Resistência de União à Dentina dos Cimentos Resinosos Fotoativados ........................................................................................... 46 4.3.1 Confecção das amostras ...................................................................... 46 4.4 Análise Estatística .................................................................................... 49 5 RESULTADOS .............................................................................................. 50 5.1 Fase 1: Citotoxicidade Transdentinária dos Cimentos Resinosos ....... 50 5.1.1 Viabilidade das células MDPC-23 cultivadas na superfície 13 pulpar de discos de dentina (Alamar Blue) ......................................... 50 5.1.2 Viabilidade das células MDPC-23 cultivadas nos compartimentos das placas de acrílico e expostas aos extratos (Live/Dead) .............. 51 5.1.3 Adesão e espalhamento das células MDPC-23 expostas aos extratos (F-actina) .................................................................................. 53 5.1.4 Avaliação da morfologia das células MDPC-23 cultivadas sobre a superfície pulpar dos discos de dentina (MEV) ............................... 55 5.1.5 Atividade de fosfatase alcalina (ALP) .................................................. 57 5.1.6 Deposição de nódulos de mineralização (Alizarin Red) .................... 58 5.1.7 Análise do pH......................................................................................... 60 5.2 Fase 2: Avaliação do Grau de Conversão .............................................. 61 5.3 Fase 3: Resistência de União à Dentina dos Cimentos Resinosos Fotoativados ............................................................................................. 62 6 DISCUSSÃO ................................................................................................ 63 7 CONCLUSÃO .............................................................................................. 75 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 76 ANEXO ....................................................................................................... 88 14 1 INTRODUÇÃO A preocupação dos pacientes com as características que definem o padrão estético de seus dentes, fez com que os materiais cerâmicos odontológicos ganhassem evidência, visto que replicar a anatomia e os detalhes dos elementos dentais é um dos principais objetivos da Odontologia Estética Moderna1. Desde que as facetas laminadas cerâmicas conseguem reproduzir o policromatismo, translucidez e textura dos tecidos dentários, o que pode estabelecer e devolver o sorriso natural e harmônico requerido pelos pacientes, este tipo de material passou a ser bastante usado quando a demanda por resultado estético é alta2,3. Além de reproduzir as características dos dentes, as peças protéticas também devem ter adequada adesão às estruturas dentárias remanescentes. Desde que estes dois fatores são fundamentais para o sucesso do tratamento estético, torna- se imprescindível o uso clínico de cerâmicas e materiais adesivos de alta qualidade4. Por muitos anos, os cimentos resinosos duais, os quais são ativados por reação química e luz, foram a principal escolha dos cirurgiões dentistas, especialmente devido à baixa irradiância das primeiras unidades fotopolimerizadoras disponíveis no mercado5. Com o passar do tempo, os cimentos duais perderam espaço, principalmente em decorrência do elevado conteúdo de co-iniciadores à base de amina terciária, o que frequentemente causava alterações na cor das peças protéticas devido a contínua oxidação do material adesivo6-8. Bragança et al.9 relataram que cimentos resinosos ativados exclusivamente por luz são os materiais adesivos mais indicados para cimentação de laminados cerâmicos, pois a delgada espessura da peça protética permite adequada polimerização do cimento subjacente. Além de apresentar ampla gama de cores, esses cimentos fotoativados também proporcionam maior tempo de trabalho, o que facilita a remoção de excessos antes de proceder a polimerização do material5. Mais recentemente, pastas de prova (try-in) passaram a ser fornecidas juntamente com os cimentos resinosos fotoativados, de tal forma que o profissional pudesse fazer, em conjunto com seu paciente, a avaliação da tonalidade da faceta cerâmica previamente sua cimentação definitiva10. Assim, esta categoria de cimentos resinosos tem sido considerada uma ótima opção para uso clínico, particularmente para cimentação de laminados cerâmicos5,11. 15 O mecanismo de interação dos cimentos resinosos convencionais com a dentina envolve, previamente a sua aplicação, o condicionamento ácido do substrato dentinário. Este procedimento resulta na exposição de fibrilas de colágeno parcialmente desnaturadas, entrelaçadas em meio a túbulos dentinários que passam a exsudar fluído do interior da polpa para a superfície de dentina desmineralizada12. Neste momento, espera-se que a aplicação do sistema adesivo sobre o substrato dentinário desmineralizado e úmido resulte na formação de uma camada híbrida homogênea e estável. Porém, o limitado grau de conversão monomérica dos sistemas adesivos, o que pode ser agravado pelo excesso de umidade local, faz com que muitos monômeros livres tóxicos não reagidos se difundam pelos túbulos dentinários para causar danos às células pulpares13-15. Assim, uma das etapas mais importantes para o sucesso clínico de restaurações indiretas a longo prazo é a adequada fotopolimerização do material cimentante16. Num trabalho recente, Strazzi-Sahyon et al.17 relataram que o elevado grau de conversão monomérica promovido pela irradiação emitida pelos aparelhos fotopolimerizadores é essencial para assegurar boas propriedades ópticas e mecânicas, bem como menor agressão ao complexo dentina-polpa. Porém, mesmo em condições ideais, o grau de conversão monomérica não é completo e reações adversas podem ocorrer nos tecidos bucais devido à elevada concentração local de monômeros tóxicos residuais liberados dos materiais resinosos15. Durante a instalação de peças protéticas, a polimerização dos cimentos fotoativados pode ser negativamente afetada pela espessura da porcelana, a qual tem potencial para atenuar a intensidade de luz capaz de alcançar o material adesivo18,19. Além do tipo de fotopolimerizador, outros fatores, tais como a presença de oxigênio, distância entre a fonte de luz e o cimento, intensidade e tempo de irradiação, também podem interferir na conversão monomérica de materiais resinosos fotopolimerizáveis20-24. A ausência ou atenuação da irradiância capaz de alcançar o material cimentante, também pode ocorrer devido a tonalidade ou baixa translucidez da cerâmica usada na confecção da peça protética25. Assim, é possível considerar que, independente da causa e origem, o excesso de monômeros livres liberados pelos materiais resinosos aplicados sobre a dentina permeável pode tornar os produtos e/ou a técnica de cimentação não biocompatível com o complexo dentina-polpa15,26. Estudos prévios demonstraram que o contato de monômeros com diferentes tipos 16 celulares causa efeitos tóxicos e genotóxicos, o que pode resultar em graves efeitos teciduais14, 27,28. Muitos pesquisadores já relataram os efeitos citotóxicos de diversos monômeros, tais como o 2-hidroxietil metacrilato (HEMA), bisfenol A-glicidilmetacrilato (Bis-GMA), dimetacrilato de trietileno glicol (TEGDMA) e uretano dimetacrilato (UDMA), os quais podem ser encontrados nos adesivos dentinários e cimentos resinosos usados em procedimentos clínicos29-32. Com base nas informações apresentadas até aqui e considerando os limitados dados científicos disponíveis na literatura, torna-se importante, neste momento, avaliar, de maneira objetiva e comparativa, a adesão à dentina e a citotoxicidade transdentinária de diferentes cimentos resinosos fotopolimerizáveis e seus protocolos de aplicação clínica, bem como determinar a possível interferência da faceta cerâmica sobre estas propriedades requeridas para materiais usados na cimentação de peças protéticas. Os resultados obtidos com a completa execução deste estudo, poderão contribuir para a seleção de cimentos resinosos capazes de fornecer maior segurança de aplicação clínica, o que é indispensável para o sucesso das mais variadas terapias atualmente empregadas na Odontologia Estética. 75 7 CONCLUSÃO De acordo com a metodologia usada no presente estudo laboratorial in vitro, foi possível concluir que: 1. Apenas o cimento resinoso RelyX Veneer pode ser considerado atóxico, pois não causou redução significativa da viabilidade e adesão, bem como da atividade de fosfatase alcalina e formação de nódulos de mineralização pelas células MDPC- 23. A interposição da faceta cerâmica entre a fonte de luz e os materiais resinosos não teve influência sobre a citotoxicidade transdentinária dos produtos avaliados; 2. Os materiais resinosos irradiados através da interposição de uma faceta cerâmica de 1 mm de espessura entre eles e a fonte de luz, apresentaram grau de conversão significativamente menor do que aqueles irradiados diretamente; 3. Todos os materiais resinosos apresentaram resistência de união à dentina, cujos valores variaram de 8,2 à 12,0 MPa. A interposição de facetas cerâmicas entre a fonte de luz e os cimentos resinosos não interferiu na resistência de união imediata desses materiais dentários com a dentina. 76 REFERÊNCIAS* 1. Moshaverinia A. 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Disponível no site da Biblioteca: http://www.foar.unesp.br/Home/Biblioteca/guia-de-normalizacao- atualizado.pdf http://www.foar.unesp.br/Home/Biblioteca/guia-de-normalizacao-atualizado.pdf http://www.foar.unesp.br/Home/Biblioteca/guia-de-normalizacao-atualizado.pdf 77 9. Bragança GF, Mazão JD, Versluis A, Soares CJ. Effect of luting materials, presence of tooth preparation, and functional loading on stress distribution on ceramic laminate veneers: a finite element analysis. J Prosth Dent. 2021; 125(5): 778-87. 10. Daneshpooy M, Pournaghi Azar F, Alizade Oskoee P, Bahari M, Asdagh S, Khosravani SR. Color agreement between try-in paste and resin cement: effect of thickness and regions of ultra-translucent multilayered zirconia veneers. J Dent Res Dent Clin Dent Prospects. 2019; 13(1): 61-7. 11. Scotti N, Comba A, Cadenaro M, Fontanive L, Breschi L, Monaco C, et al. 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