99Alfa, São Paulo, 53 (1): 99-106, 2009 “DESVIO DE LINGUAGEM”: DESCAMINHO CIENTÍFICO Márcio THAMOS1 RESUMO• : Embora seja uma ideia muito divulgada, considerar a poesia como “desvio de linguagem” é, do ponto de vista teórico, uma noção que não se sustenta. A ideia de “anomalia”, nesse caso, não é, na verdade, um conceito cientifi camente embasado senão uma metáfora do senso-comum aceita de modo denotado. As análises que admitem a “anormalidade” da fala poética como um postulado carecem de rigor metodológico e, portanto, não podem ser acolhidas pela linguística. PALAVRAS• -CHAVE: Desvio de linguagem. Linguagem científi ca. Linguagem poética. Norma da língua. Função poética. O princípio fundador da Linguística moderna, do qual todos os demais decorrem, é a dicotomia língua/fala, reconhecida por Ferdinand de Saussure (2003, p.26), que, para explicitá-la de maneira mais ou menos didática, diz o seguinte: “Pode-se comparar a língua a uma sinfonia, cuja realidade independe da maneira por que é executada.” A língua é assim entendida como uma rede de relações, distinta de toda realização prática de suas possibilidades. Em outras palavras, “a língua é uma forma e não uma substância.” (SAUSSURE, 2003, p.141). A língua, como puro sistema de signifi cação, é essencialmente uma forma. Mas a fala não se sustenta somente como substância, pois, abstraída da língua ela não teria qualquer poder expressivo, o que seria um contra-senso. Como afi rma Louis Hjemslev (1975, p.55), “[...] a substância depende exclusivamente da forma” e “não se pode, em sentido algum, atribuir-lhe uma existência independente.” A fala é, por assim dizer, uma substância enformada. Toda fala pressupõe uma língua, da qual depende, e um único signo tem o poder de evocar formalmente todo o sistema do qual faz parte. É só através da língua que se compreende a fala. Qualquer fala. A diversidade dos discursos não deve induzir a se pensar em subsistemas linguísticos. Uma língua permite muitas falas, ou tipos de fala, e, por mais variadas que possam ser, têm como forma sempre essa mesma língua. 1 UNESP – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Letras – Departamento de Lingüística. Araraquara – SP – Brasil. 14800-901 – marciothamos@uol.com.br. 100 Alfa, São Paulo, 53 (1): 99-106, 2009 O conceito de linguagem relaciona língua e fala. Quando se diz “linguagem poética” ou “linguagem científi ca”, por exemplo, não se deve deixar de ter em mente que há uma língua comum a essas linguagens. O que lhes dá especifi cidade é a fala. É assim que se poderia dizer, ao invés de e com mais propriedade, fala poética ou fala científi ca. A distinção entre língua e fala, base dos estudos linguísticos introduzidos por Saussure, talvez venha a ser superada no curso natural de desenvolvimento que segue a Semiótica. Contudo, não parece que já estejamos perto disso. Enquanto questões mais intrincadas, advindas da observação desse primeiro princípio estabelecido no Curso de Linguística Geral, vão tomando contorno e se esclarecendo, outras, bem mais simples, às vezes se obscurecem injustifi cadamente. Das estranhas ideias que se acabam infi ltrando nos estudos linguísticos, uma é, sem dúvida, a de anormalidade da linguagem artística. Vários termos são usados para assim caracterizá-la. Com respeito a eles, eis como se pronuncia o grupo µ: Parmi les équivalents proposés, souvent innocemment, on relève encore abus (Valéry), viol (J. Cohen), scandale (R. Barthes), anomalie (T. Todorov), folie (Aragon), déviation (L. Spitzer), subversion (J. Peytard), infraction (M. Thiry), etc., tous termes ayant de fortes connotations morales, voire politiques, et l’on comprend que d’aucuns aient réagi contre ce vocabulaire, qui pourrait ramener en somme à la théorie, fort en vogue au XIXe siècle, de l’art comme phénomène pathologique. (DUBOIS, J. et al., 1970, p.16)2. A noção de poesia como desvio de linguagem, amplamente difundida, tem um clássico defensor no Jean Cohen das Estruturas da linguagem poética. Nesse livro, ao procurar justifi car seu método, o autor diz: “O fato inicial em que se baseará nossa análise é que o poeta não fala como todo mundo. Sua linguagem é anormal, e tal anormalidade confere-lhe um estilo.” (COHEN, 1974, p.16). A primeira parte da assertiva é indiscutível: há algo específi co na fala do poeta que a torna diferente das demais. Contudo, qualifi cá-la como “anormal”, antes mesmo de qualquer conclusão que advenha da análise, é um procedimento, no mínimo, tendencioso. Note-se que a “anormalidade” da fala poética é tomada aí como um postulado, isto é, um preceito reconhecido sem prévia demonstração. A análise que parte de tal base difi cilmente poderia deixar de concluir que a poesia “[...] caracteriza-se pela sua negatividade, já que cada um dos processos ou ‘fi guras’ que constituem a linguagem poética em sua especifi cidade é uma maneira, diferente segundo os níveis, de violar o código da linguagem normal.” (COHEN, 1974, p.161). 2 Não obstante, três páginas à frente, os autores, sem se dar conta, acabam por engrossar a lista dos termos que condenam, ao empregar a expressão “distorsion du langage” para caracterizar a poesia, o que demonstra quão arraigada está tal ideia. 101Alfa, São Paulo, 53 (1): 99-106, 2009 Eis a questão que precisa ser revista do ponto de vista metodológico: a ideia de “anomalia”, nesse caso, não é, de maneira nenhuma, um conceito cientifi camente embasado, sendo antes, na verdade, uma metáfora do senso-comum aceita a priori – e de modo denotado. Não há problema em que se traduza em termos de certo estranhamento a impressão causada por um texto poético (de fato, é próprio da poesia arrebatar-nos de uma condição mental, por assim dizer, mais ordinária e mundana). Contudo, é preciso perceber aí o sentido fi gurado da expressão para não transformá-lo arbitrariamente em pressuposto indutivo. As análises estatísticas, em geral, gozam de grande prestígio, pelo caráter científi co que, em princípio, a leitura de dados objetivos lhes confere. Nada contra tais análises. Mas, antes de acatar as conclusões que elas sugerem, é preciso que se lhes reconheça a correção dos critérios. Se é verdade que o poeta não fala como todo mundo, é menos certo que nem todo mundo fala como o cientista ou o pesquisador acadêmico? Pois bem, a teoria que considera a poesia como “desvio” ou “impertinência” de linguagem refere-se convictamente “à prosa científi ca como a norma da língua” (COHEN, 1974, p.152). Segundo o próprio autor, “A noção de ‘desvio’ é uma noção complexa e variável, que não se pode manejar sem precaução”. Por isso, diz ele, “[...] esforçamo-nos sempre por estabelecer primeiro a norma a partir de uma base positiva, pedindo à linguagem escrita dos cientistas que sirva de referência.” (COHEN, 1974, p.158). Daí as análises de Jean Cohen partirem sempre de comparações entre textos científi cos e textos artísticos. No caso, entenda-se bem, trata-se do cotejo estilístico entre teses acadêmicas e obras poéticas. A inadequação do método adotado para demonstrar a suposta anormalidade da linguagem poética revela-se por inteiro na escolha de um “modelo de fala” arbitrariamente eleito para a análise, pois, se “normal” é aquilo que se tem por comum, ordinário, habitual, é um erro evidente tomar a linguagem científi ca, a fala do homem de ciência, como referência. Sabe-se que, a fi m de se fazer inequívoco ou, seria melhor dizer, a fi m de provocar um efeito de sentido de “precisão” ou de “seriedade acadêmica”, o discurso científi co assume como regra procedimentos que não são típicos de outros contextos e procura deliberadamente desfazer certas fi guras de linguagem que, entretanto, ocorrem de modo frequente e espontâneo na fala cotidiana3. Além do mais, o discurso acadêmico, em geral, está eivado de jargão científi co, isto é, uma espécie de gíria profi ssional. Ora, de tal perspectiva, o estilo científi co em si mesmo não deixaria de confi gurar um desvio de linguagem. Se há uma norma aceitável da língua, ela se encontra na linguagem ordinária, na fala média do dia-a-dia, ou seja, na língua em sua expressão coloquial, por ser a mais amplamente divulgada e compreendida. Em 3 Basta aqui lembrar a atenção constante exigida na adoção neutral da 3ª pessoa singular bem como o esforço de objetividade que rejeita tantas vezes a admissão de uma metáfora num texto de caráter científi co. 102 Alfa, São Paulo, 53 (1): 99-106, 2009 que pese a difi culdade de defi ni-la, é lícito admiti-la teoricamente. Denotação e conotação, conceitos que levam a situar o discurso científi co num ponto oposto ao da poesia, não revelam diferenças essenciais, mas tão-somente estilísticas, no seio da linguagem4. A fala coloquial é, por natureza, a que se situa no ponto médio e, consequentemente, a que deve servir de referência a todos os outros tipos de fala. K. Bühler, observando os três fatores fundamentais da comunicação humana, o remetente (primeira pessoa), o referente (terceira pessoa) e o destinatário (segunda pessoa), postulava três funções básicas da linguagem que a eles correspondem; respectivamente, a emotiva (centrada em quem fala), a referencial (enfocando aquilo de que se fala), e a conativa (voltada a quem se fala). A partir desse modelo tradicional, Roman Jakobson (1973), em seu ensaio “Linguística e Poética”, fez observarem-se três outros fatores da comunicação verbal: o contato (ou canal), o código (isto é, a própria língua) e a mensagem (o texto em si mesmo considerado), aos quais correspondem as respectivas funções da linguagem: a fática, reconhecível em enunciados de pouca carga informativa, do tipo “Alô, você está-me ouvindo?”, que serviria apenas para testar o canal, ou em frases reticentes como, num esboço de diálogo, “— Tudo bem? / — Tudo bem. / — Pois é, tudo bem... Será que vai chover?”, cujo objetivo precípuo seria tão-somente manter o contato; a metalinguística, quando a linguagem volta-se para si mesma, procurando-se traduzir, de que o dicionário de uso é o maior exemplo; e a poética, que evidencia a preocupação com o arranjo dos elementos na construção da mensagem, chamando a atenção para esta. Desse modo, completando o modelo de Bühler, Jakobson (1973, p.123) apresenta o seguinte esquema para os seis fatores envolvidos na comunicação verbal: Contexto Remetente Mensagem Destinatário .................................. Contato Código E o esquema correspondente das funções da linguagem (JAKOBSON, 1973, p.129): 4 A respeito, veja-se o texto de Alceu Dias Lima (1992a) “Denotação e conotação”. 103Alfa, São Paulo, 53 (1): 99-106, 2009 Referencial Emotiva Poética Conativa Fática Metalinguística Os seis fatores estão presentes em todo ato de comunicação linguística, e, de acordo com a função dominante que em cada um se verifi que, o enunciado será caracterizado como emotivo, referencial, conativo, fático, metalinguístico ou poético, ressaltando-se assim seu pendor para o remetente, o referente, o destinatário, o contato, o código ou a mensagem. De acordo com o próprio Roman Jakobson (1973, p.123), “[a] diversidade reside não no monopólio de alguma dessas diversas funções, mas numa diferente ordem hierárquica de funções. A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante”. Não se imagina dizer que um enunciado em que se destaque a função fática, ou a metalinguística, por exemplo, seja um “desvio de linguagem”. Por que razão se haveria de considerar como tal um enunciado em que seja dada ênfase à mensagem, isto é, em que predomine a função poética? A poesia é uma fala. Por suas características próprias, difere naturalmente das demais. Isso, no entanto, não permite qualifi cá-la como desvio de linguagem, pois, nesse caso, seria impossível manter qualquer coerência do ponto de vista da análise estilística, uma vez que, havendo de ordinário uma ou outra função dominante em cada ato de comunicação verbal, todos, sem exceção, deveriam ser classifi cados como desvios, já que também possuem qualidades expressivas peculiares, como consequência do destaque então conferido a determinado fator da linguagem. Não se trata aqui de condenar retoricamente o termo desvio pela negatividade com que defi ne a poesia, mas, antes, de fazer notar que ele induz a exageros classifi catórios e, por conseguinte, a análises duvidosas. Empregadas em sentido metafórico, expressões desse tipo não representam em si mesmas qualquer problema e são, sem dúvida, legítimas do ponto de vista do uso tradicional. No entanto, no momento em que se quer transformá-las em conceitos linguísticos, conferindo-lhes caráter científi co com base nos preceitos metodológicos aqui apontados, desvia-se de fato da justa apreciação da questão. A noção de anormalidade, elevada à categoria de conceito operante da teoria poética, leva à ideia de compartimentação estanque da linguagem − sempre una em si mesma − em linguagens, como se as diversas falas, ou textos, produzidos numa única língua formassem subsistemas ou grupos mais ou menos autônomos que chegam 104 Alfa, São Paulo, 53 (1): 99-106, 2009 a se opor radicalmente. Um entendimento mais razoável da questão poderia ser esquematicamente assim representado, fi gurando-se a linguagem como uma linha una e indivisível: língua fala científi ca (fala ensaística) fala coloquial (fala prosística) fala poética Uma noção simples e útil nesse caso é a que reconhece o texto literário como predominantemente narrativo ou descritivo e o texto científi co como predominantemente dissertativo. Aquele tendendo, pois, à expressão concreta ou fi gurativa, este, à expressão temática, abstrata; aquele buscando a todo instante a conotação, este, insistindo a todo custo na denotação. Interpolando-se naturalmente os gêneros e tipos de discurso na prática enunciativa, uma língua possibilita a estruturação de muitas falas, pois a linguagem percorre a todo instante caminhos variados (nas esquinas e encruzilhadas que eles formam, a poesia costuma se postar sedutora à espera de uma carona). A poesia não se processa no silêncio de invioláveis castelos de cristal, protegida de todo contágio social. Ela é viva, pertence à língua e se integra à linguagem como um todo. Expressões como “um trabalho de fôlego”, “um serviço puxado”, “uma vida mansa”, “o sol nascente”, “a lua cheia”, “cachorro louco”, “contornar um problema”, “encerrar uma questão”, “destacar-se (numa atividade)”, “fechar um contrato”, “quebrar um galho”, “despertar o interesse” são exemplos da inesgotável potência lúdica que a fala coloquial com toda a naturalidade carrega em si – justamente o que caracteriza a fala poética. E quem duvidará de que, mesmo no discurso científi co, se possam encontrar procedimentos essencialmente poéticos? Quem suporta manter um discurso denotativo sem permitir que, em algum momento, recursos da expressão fi gurada venham, de modo sorrateiro, nele se instalar? Deve-se observar, com Johan Huizinga (1996, p.7), que “Por detrás de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora, e toda metáfora é jogo de palavras”, pois a linguagem, como vívida expressão do espírito humano, jamais deixa de trazer em seu bojo o componente lúdico típico da cultura. A Botânica, por exemplo, defi ne “mata ciliar” como “mata que margeia rio, riacho ou córrego”5, mas não se pode deixar de ver nessa expressão, técnica em princípio, a imagem poeticamente construída pela analogia com o olho humano. Pode-se sempre levantar o argumento de que se trata de catacrese, isto é, o emprego de um termo fi gurado, na falta de um termo próprio; mas, nesse caso, à pobreza imaginativa que recusa a expressão “mata 5 Cf. o verbete “galeria”, no Novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa (FERREIRA, 1997). 105Alfa, São Paulo, 53 (1): 99-106, 2009 ribeirinha”, por inconveniente teor popular, não deixaria de ocorrer solução mais sofi sticadamente adequada como, talvez, “mata justafl uvial”. Melhor ainda seria apropriar-se de um exemplo como “capilaridade”6, este sim correspondendo a uma ideia que se presume inicialmente abstrata (pelo emprego do sufi xo -idade). “Capilaridade” em anatomia, por exemplo, refere-se à qualidade do “vaso sanguíneo, de diâmetro muito reduzido, que interliga as arteríolas e as vênulas”7. Por força do contexto em que se emprega, facilmente se esquece a simplicidade com que se cunhou primeiro o termo: em bom português, para a compreensão geral, basta dizer que “capilaridade” designa a qualidade daquilo que é tão fi no quanto um fi o de cabelo. Vê-se que a necessidade de expressão do cientista não é assim tão radicalmente oposta à do poeta; fato que se compreende com tranquilidade, uma vez que se entenda, como entende Alceu Dias Lima (1992b, p.70), que “a única língua compatível com a sabedoria e com o homem é a da poesia.” THAMOS, M. Language deviation: a scientifi c sidetrack. Alfa, São Paulo, v.53, n.1, p.99-106, 2009. ABSTRACT: From a theoretical standpoint, despite of being widespread, the idea of poetry as • “abnormal language” is unacceptable. In fact, such a notion of “anomaly” rather than being a scientifi c concept is a denotative-understood metaphor, for it is inadequately based on common sense. The analyses that assume poetical speech as deviation lack methodological rigor and should not, therefore, be accepted by linguists. KEYWORDS: Language deviation. Scientifi c language. Poetic language. Standard language. • Poetic function. REFERÊNCIAS COHEN, J. Estrutura da linguagem poética. Tradução de A. Lorencini e A. Arnichand. São Paulo: Cultrix, 1974. HJELMSLEV, L. Prolegômenos a uma teoria da linguagem. Tradução de J. Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Perspectiva, 1975. FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 4.ed. Tradução de João Paulo Monteiro. São Paulo: Perspectiva, 1996. JAKOBSON, R. Lingüística e poética. In: ______. Linguística e comunicação. 6 Apresentado pelo Prof. Dr. Alceu Dias Lima, em seu curso de pós-graduação “A forma da fábula”, na FCL da UNESP/CAr, em 1996. 7 Cf. o verbete “capilar”, no Novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa (FERREIRA, 1997). 106 Alfa, São Paulo, 53 (1): 99-106, 2009 6.ed. Tradução de Isidoro Blikstein e Jose Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1973. p.118-162. DUBOIS, J. et al. Rhétorique générale. Paris: Larousse, 1970. LIMA, A. D. Denotação e conotação. In: LIMA, A. D. et al. Latim: da fala à língua. Araraquara: UNESP-FCL, 1992a. p.89-94. LIMA, A. D. O golpe do latim. In: LIMA, A. D. et al. Latim: da fala à língua. Araraquara: UNESP-FCL, 1992b. p.67-70. SAUSSURE, F. de. Curso de linguística geral. 25.ed. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. São Paulo: Cultrix, 2003. Recebido em abril de 2008. Aprovado em agosto de 2008.