1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE BACHARELADO EM GEOGRAFIA BEATRIZ MERCÊS DE SOUZA DOS SANTOS O ESTUDO TECNOTIPOLÓGICO DA CERÂMICA GUARANI DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS CASTELINHO, ALVIM E TAQUARUÇU DA ÁREA DO ALTO RIO PARANÁ – SP THE TECNOTYPOLOGICAL STUDY OF GUARANI CERAMICS FROM CASTELINHO, ALVIM AND TAQUARUÇU ARQUEOLOGICAL SITES FROM THE HIGH STREAM OF PARANÁ RIVER PRESIDENTE PRUDENTE 2022 2 BEATRIZ MERCÊS DE SOUZA DOS SANTOS O ESTUDO TECNOTIPOLÓGICO DA CERÂMICA GUARANI DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS CASTELINHO, ALVIM E TAQUARUÇU DA ÁREA DO ALTO RIO PARANÁ – SP Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista como requisito para a obtenção do título de Bacharela em Geografia. Orientadora: Profa. Livre-Docente Neide Barrocá Faccio PRESIDENTE PRUDENTE 2022 3 Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. S237e Santos, Beatriz Mercês de Souza dos O estudo tecnotipológico da cerâmica Guarani dos Sítios Arqueológicos Castelinho, Alvim e Taquaruçu da área do Alto Rio Paraná - SP / Beatriz Mercês de Souza dos Santos. -- Presidente Prudente, 2022 295 p. : il., tabs., fotos, mapas Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado - Geografia) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente 1. Geografia. 2. Arqueologia. 3. Cerâmica Guarani. 4. Jesuítas. I. Título. 4 BEATRIZ MERCÊS DE SOUZA DOS SANTOS O ESTUDO TECNOTIPOLÓGICO DA CERÂMICA GUARANI DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS CASTELINHO, ALVIM E TAQUARUÇU DA ÁREA DO ALTO RIO PARANÁ – SP Monografia em Geografia apresentada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (campus de Presidente Prudente) como requisito para a obtenção do título de Bacharela em Geografia. BANCA EXAMINADORA ____________________ Profa. Livre-Docente Neide Barrocá Faccio UNESP de Presidente Prudente Membros: ____________________ Profa. Ms. Diana Mirela da Silva Toso UNESP de Presidente Prudente ____________________ Profa. Ms. Larissa Figueiredo Daves USP Presidente Prudente, 23 de fevereiro de 2022. 5 À minha mãe, Maria Luiza, ao meu pai, Wilton e ao meu irmão, Júnior, que acreditaram no meu sonho e se esforçaram imensamente para me manter na universidade; Às finadas Eurly de Jesus Silva, Maria das Mercês dos Santos, Dirce da Conceição Aparecida e Ana Luiza de Souza, por iluminarem o meu caminho. 6 AGRADECIMENTOS Essa monografia é o resultado de cinco anos intensos de pesquisa no Laboratório de Arqueologia Guarani e Estudos da Paisagem (LAG), do Museu de Arqueologia Regional (MAR), pertencente à Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – campus de Presidente Prudente, do qual faço parte desde a primeira semana da minha graduação em Geografia. Não posso deixar de citar de que essa graduação só aconteceu, porque tive pessoas extremamente importantes, que confiaram incondicionalmente em mim. Por isso, dedico essa monografia: Ao meu ex-professor de Biologia Rony Nunes, que sempre foi mais do que um professor, foi um anjo na minha vida. Para além dos conselhos diários, ele me dizia: “Bia, você é da Unesp. Siga seu caminho”. Sou imensamente grata por tudo o que ele fez por mim; Ao meu ex-professor de Geografia Rodrigo Gonçalves Martins, que foi a minha inspiração para cursar Geografia e escolher a FCT/UNESP, sendo um exemplo de profissional, instigando sempre o senso crítico de seus alunos; À minha mãe, Maria Luiza, que sempre apoiou todos os meus sonhos e não hesitou em me deixar 540 km longe dela, com 17 anos de idade. No dia da minha partida, ela disse: “Agora estou sentindo o que minha mãe sentiu quando eu saí com 12 anos da Bahia”. Essa fala nunca saiu da minha cabeça e sempre me esforcei muito para que todo esse sofrimento que ela passou não fosse em vão; Ao meu pai, Wilton, que se formou em História com mais de 40 anos e que sempre me ensinou a importância da educação na vida de uma pessoa; Ao meu irmão, Wilton Júnior, que sempre apoiou as minhas decisões; 7 Ao meu namorado, Wilians Ventura, que acreditou em mim, quando nem eu acreditava e me ajudou imensamente em tudo o que precisei, principalmente com seu dom em tecnologia; À minha orientadora, Neide Barrocá Faccio, que me acolheu desde o primeiro dia no Laboratório, acreditou no meu potencial, me deu apoio e conselhos valiosíssimos, tanto na questão acadêmica quanto emocional, além de me proporcionar inúmeras oportunidades que nunca esquecerei; Aos meus amigos de graduação: Madu, Vitor, Bia Araújo, Mari, Nath e João Lucas, por todas as risadas, conselhos e fofocas; Aos meus amigos do Laboratório: Diana, Thiago, Eduardo, Larissa, Laura, José, Juliana, Paulo, Júlia Sousa, Júlia Araújo, Paula, Gustavo e Brendo, que nunca mediram esforços para me ajudar sempre que precisei (e como precisei!); À toda minha família, especialmente ao meu tio Felipe Douglas, pelo apoio e conselhos e às finadas Lili (minha tia) e Dinha (minha madrinha), que nunca soltaram a minha mão, mesmo estando em outro plano; À Nossa Senhora Aparecida, que fez milagres na minha família e me acolheu nos momentos de solidão e desespero; À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo fomento da pesquisa (Processo: 2019/26764-3). 8 “Uma flor nasceu na rua! Passam de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu”. (ANDRADE, 1945, p.28) 9 RESUMO: A presente monografia teve por objetivo estudar os materiais cerâmicos do Sítio Arqueológico Castelinho, localizado na área do Alto Rio Paraná, próximo à foz do Rio Santo Anastácio, no município de Presidente Epitácio, estado de São Paulo e compará-lo com os materiais cerâmicos dos Sítios Arqueológicos Alvim e Taquaruçu, localizados na Bacia do Rio Paranapanema, afluente do Alto Rio Paraná, bem como a identificação dos padrões de assentamento dos mesmos. Trata-se de três sítios de grupos agricultores ceramistas da Tradição Tupiguarani, com influência jesuítica comprovada por Faccio (1992) para o Sítio Alvim e Thomaz (1995) para o Sítio Taquaruçu. A análise cerâmica foi baseada na cadeia operatória de La Salvia e Brochado (1989) e no modelo tecnotipológico de Faccio (1992), que contemplou 117 peças dos Sítio Castelinho, 81 peças do Sítio Alvim e 207 do Sítio Taquaruçu. A identificação dos padrões de assentamento dos sítios assegura a importância da interdisciplinaridade entre a Geografia e a Arqueologia. PALAVRAS-CHAVE: Geografia; Arqueologia; Cerâmica Guarani; Jesuítas. ABSTRACT: The present monograph aimed to study the ceramic materials of the Castelinho Archaeological Site, located in the area of the Alto Rio Paraná, near the mouth of the Santo Anastácio River, in the municipality of Presidente Epitácio, state of São Paulo, and to compare it with the ceramic materials of the Alvim and Taquaruçu Archaeological Sites, located in the Paranapanema River Basin, a tributary of the Upper Paraná River, as well as the identification of their settlement patterns. These are three sites of ceramic farming groups of the Tupiguarani Tradition, with Jesuit influence proven by Faccio (1992) for the Alvim Site and Thomaz (1995) for the Taquaruçu Site. The ceramic analysis was based on the operative chain of La Salvia and Brochado (1989) and on the technotypological model of Faccio (1992), which included 117 pieces from Sítio Castelinho, 81 pieces from Sítio Alvim and 207 from Sítio Taquaruçu. The identification of the settlement patterns of the sites assures the importance of the interdisciplinarity between Geography and Archaeology. KEYWORDS: Geography; Archeology; Guarani ceramics; Jesuits. 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização dos Sítios Arqueológicos Castelinho, Alvim e Taquaruçu.................... 25 Figura 2- Localização dos sítios arqueológicos Tupiguarani e líticos do Município de Presidente Epitácio, SP ............................................................................................................... 28 Figura 3 - Cadeia operatória de produção cerâmica ................................................................... 31 Figura 4 - Unidades Geomorfológicas do Estado de São Paulo................................................. 38 Figura 5 - Localização do Sítio Castelinho, município de Presidente Epitácio, SP ................... 40 Figura 6 - Área do Sítio Arqueológico Castelinho antes da inundação (1999) ......................... 42 Figura 7 - Hipsometria do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ................................................................................................................................................ 43 Figura 8 - Localização do Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ............ 47 Figura 9 - Hipsometria do Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP............ 48 Figura 10 - Plano Cartográfico do Projeto Paranapanema de Morais (1995) ............................ 49 Figura 11- Imagem de satélite do Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP 50 Figura 12 - Localização do Sítio Taquaruçu, Município de Sandovalina - SP ......................... 51 Figura 13 - Mapa hipsométrico do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................................................................ 52 Figura 14 - Imagem de satélite do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................................................................ 53 Figura 15 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir dos fragmentos cerâmicos Conjunto 1. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ................. 72 Figura 16 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 2. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ............................................. 75 Figura 17 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 3. ....................... 77 Figura 18 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 5. ...................... 81 Figura 19 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 10. ..................... 88 Figura 20 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 11. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ............................................. 91 Figura 21 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 12. ..................... 93 Figura 22 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 13. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ............................................. 96 Figura 23 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 14. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ............................................. 98 Figura 24 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 15. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ........................................... 100 Figura 25 - Reconstituição gráfica de número 2. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 102 Figura 26 - Reconstituição gráfica de número 7. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 103 Figura 27 - Reconstituição gráfica de número 17. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 104 Figura 28 - Reconstituição gráfica de número 18. Sítio Arqueológico Castelinho, ................. 105 Figura 29 - Reconstituição gráfica de número 20. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 106 Figura 30 - Face externa e interna da borda de número 23. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 107 Figura 31 - Reconstituição gráfica de número 27. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 108 11 Figura 32 - Reconstituição gráfica de número 33. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 109 Figura 33 - Reconstituição gráfica de número 37. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 110 Figura 34 - Reconstituição gráfica de número 40. Sítio Arqueológico Castelinho Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 111 Figura 35 - Reconstituição gráfica de número 51. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 112 Figura 36 - Reconstituição gráfica de número 56 do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ....................................................................................................... 113 Figura 37 - Bordas de número 47 e 58 do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 114 Figura 38 - Reconstituição gráfica de número 65. Sítio Arqueológico Castelinho, ................. 115 Figura 39 - Bordas de número 60 e 83 do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 116 Figura 40 - Materiais cerâmicos da Fase Jacadigo na Terra Indígena Lalima ......................... 124 Figura 41 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha, a partir do Conjunto 1. Sítio Arqueológico Alvim, Município Pirapozinho – SP .................................................................. 131 Figura 42 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha a partir do Conjunto 2. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 133 Figura 43 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha a partir do Conjunto 3. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 135 Figura 44- Reconstituição gráfica da forma da vasilha a partir do Conjunto 4. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 137 Figura 45 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha a partir do Conjunto 5. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 139 Figura 46 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha a partir do Conjunto 6. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 142 Figura 47 - Reconstituição gráfica da forma da vasilha a partir do Conjunto 7. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 143 Figura 48- Reconstituição gráfica de número 122. Sítio Arqueológico Alvim, ....................... 145 Figura 49 - Reconstituição gráfica de número 124. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ....................................................................................................................... 146 Figura 50 - Reconstituição gráfica de número 128. Sítio Arqueológico Alvim, ...................... 147 Figura 51 - Reconstituição gráfica de número 206. Sítio Arqueológico Alvim, ...................... 148 Figura 52 -Reconstituição gráfica de número 271. Sítio Arqueológico Alvim, ....................... 149 Figura 53 - Reconstituição gráfica de número 737. Sítio Arqueológico Alvim, ..................... 150 Figura 54 - Reconstituição gráfica de número 4477. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ....................................................................................................................... 151 Figura 55 - Reconstituição gráfica (A). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 152 Figura 56 - Reconstituição gráfica (B). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 153 Figura 57 - Reconstituição gráfica (C). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 154 Figura 58 - Reconstituição gráfica (E). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 155 Figura 59 - Reconstituição gráfica (G). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 156 Figura 60 - Reconstituição gráfica (H). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 157 12 Figura 61 - Reconstituição gráfica (I). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 158 Figura 62 - Reconstituição gráfica (K). Sítio Arqueológico Alvim, ........................................ 159 Figura 63 - Reconstituição gráfica (L). Sítio Arqueológico Alvim, ....................................... 160 Figura 64 - Reconstituição gráfica do Conjunto 2. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Muncípio de Sandovalina - SP ....................................................................................................................... 175 Figura 65 - Reconstituição gráfica do Conjunto 3. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ............... 176 Figura 66 - Reconstituição gráfica do Conjunto 6. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ....................................................................................................................... 180 Figura 67 - Reconstituição gráfica do Conjunto 7. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................ 184 Figura 68 - Reconstituição gráfica do Conjunto 13. Fragmentos do Conjunto 13 sobre o desenho. ..................................................................................................................................... 191 Figura 69- Reconstituição gráfica do Conjunto 13. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ............... 192 Figura 70 - Reconstituição gráfica do Conjunto 19 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, .......... 213 Figura 71 - Reconstituição gráfica de número 3838. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP .................................................................................................................. 220 Figura 72 - Reconstituição gráfica de número 3846 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ......... 222 Figura 73 - Reconstituição gráfica de número 3862 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ......... 223 Figura 74 - Reconstituição gráfica de número 3865 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ........ 224 Figura 75 - Reconstituição gráfica de número 3889 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................ 225 Figura 76 - Reconstituição gráfica da peça de número 618. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................ 226 Figura 77 - Reduções indígenas no Guaíra 1610-1630 ............................................................ 259 13 LISTA DE FOTOS Foto 1- Área geral do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP . 44 Foto 2 - Área do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ......... 44 Foto 3 - Árvores presentes no Sítio Arqueológico Castelinho, .................................................. 45 Foto 4 - Concreto na margem do Rio Paraná .............................................................................. 45 Foto 5 - Solo antropogênico na área do Sítio Arqueológico Castelinho, .................................... 46 Foto 6 - Carvão presente no solo antropogênico na área do Sítio Arqueológico Castelinho, ..... 46 Foto 7- Face interna da cerâmica Conjunto 1. Sítio Arqueológico Castelinho, .......................... 71 Foto 8 - Face externa da cerâmica Conjunto 1. Sítio Arqueológico Castelinho, ........................ 71 Foto 9 - Reconstituição gráfica do Conjunto 1. Fragmentos do Conjunto 1 sobre o desenho. ... 72 Foto 10 - Face interna da cerâmica Conjunto 2. Sítio Arqueológico Castelinho, ....................... 73 Foto 11 - Face externa da cerâmica Conjunto 2. Sítio Arqueológico Castelinho, ...................... 73 Foto 12- Face interna do encaixe do Conjunto 2. ....................................................................... 74 Foto 13 - Face interna do encaixe do Conjunto 2. ...................................................................... 74 Foto 14 - Fragmentos cerâmicos do Conjunto 2 sobre a reconstituição gráfica. ........................ 75 Foto 15 - Face interna da cerâmica Conjunto 3. ......................................................................... 76 Foto 16 - Face externa da cerâmica Conjunto 3. ........................................................................ 76 Foto 17 - Fragmentos cerâmicos do Conjunto 3 sobre a reconstituição gráfica. ........................ 77 Foto 18 - Face interna da cerâmica Conjunto 4. ......................................................................... 78 Foto 19 - Face externa da cerâmica Conjunto 4. ........................................................................ 78 Foto 20 - Face interna da cerâmica Conjunto 5. ......................................................................... 79 Foto 21 - Face externa da cerâmica Conjunto 5. ........................................................................ 79 Foto 22 - Face interna do encaixe do Conjunto 5. Sítio Arqueológico Castelinho, .................... 80 Foto 23 - Face externa do encaixe do Conjunto 5. Sítio Arqueológico Castelinho, ................... 80 Foto 24 - Reconstituição gráfica do Conjunto 5. Fragmentos do Conjunto 5 sobre o desenho. . 81 Foto 25 - Face interna da cerâmica Conjunto 6. Sítio Arqueológico Castelinho, ....................... 82 Foto 26 - Face externa da cerâmica Conjunto 6. Sítio Arqueológico Castelinho, ...................... 82 Foto 27 - Face interna da cerâmica Conjunto 7. Sítio Arqueológico Castelinho, ....................... 83 Foto 28 - Face externa da cerâmica Conjunto 7. Sítio Arqueológico Castelinho, ...................... 83 Foto 29 - Face interna da cerâmica Conjunto 8. Sítio Arqueológico Castelinho, ....................... 84 Foto 30 - Face interna da cerâmica Conjunto 8. Sítio Arqueológico Castelinho, ....................... 84 Foto 31 - Face interna da cerâmica Conjunto 9. Sítio Arqueológico Castelinho, ....................... 85 Foto 32 - Face externa da cerâmica Conjunto 9. Sítio Arqueológico Castelinho, ...................... 85 Foto 33 - Face interna da cerâmica Conjunto 10. Sítio Arqueológico Castelinho, ..................... 86 Foto 34 - Face externa da cerâmica Conjunto 10. Sítio Arqueológico Castelinho, .................... 86 Foto 35 - Face externa do encaixe do Conjunto 10. Sítio Arqueológico Castelinho, ................. 87 Foto 36 - Reconstituição gráfica do Conjunto 10. Fragmentos do Conjunto 10 sobre o desenho. ..................................................................................................................................................... 87 Foto 37 - Face interna da cerâmica Conjunto 11. Sítio Arqueológico Castelinho, ..................... 89 Foto 38 - Face externa da cerâmica Conjunto 11. Sítio Arqueológico Castelinho, .................... 89 Foto 39 - Face interna do encaixe do Conjunto 11. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP .............................................................................................................. 90 Foto 40 - Face externa do encaixe do Conjunto 11. Sítio Arqueológico Castelinho, ................. 90 Foto 41 - Reconstituição gráfica do Conjunto 11. Fragmentos do Conjunto 1 sobre o desenho. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ..................................... 91 Foto 42 - Face interna da cerâmica Conjunto 12. Sítio Arqueológico Castelinho, ..................... 92 Foto 43 - Face externa da cerâmica Conjunto 12. Sítio Arqueológico Castelinho, .................... 92 Foto 44 - Face interna da cerâmica Conjunto 13. Sítio Arqueológico Castelinho, ..................... 93 Foto 45 - Face externa da cerâmica Conjunto 13. Sítio Arqueológico Castelinho, .................... 94 14 Foto 46 - Face interna do encaixe do Conjunto 13. Sítio Arqueológico Castelinho, .................. 94 Foto 47 - Face externa do encaixe do Conjunto 13. Sítio Arqueológico Castelinho, ................. 95 Foto 48 - Fragmentos cerâmicos do Conjunto 13 sobre a reconstituição gráfica. ...................... 95 Foto 49 - Face interna da cerâmica Conjunto 14. Sítio Arqueológico Castelinho, ..................... 96 Foto 50 - Face externa da cerâmica Conjunto 14. Sítio Arqueológico Castelinho, .................... 96 Foto 51 - Fragmentos cerâmicos do Conjunto 14 sobre a reconstituição gráfica. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ............................................. 97 Foto 52 - Face interna da cerâmica Conjunto 15. Sítio Arqueológico Castelinho, ..................... 99 Foto 53 - Face externa da cerâmica Conjunto 15. Sítio Arqueológico Castelinho, .................... 99 Foto 54 - Reconstituição gráfica do Conjunto 15. Fragmentos do Conjunto 15 sobre o desenho. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ................................... 100 Foto 55 - Face externa e interna da borda de número 2. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 101 Foto 56 - Face externa e interna da borda de número 7. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 102 Foto 57 -Face externa e interna da borda de número 17. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 103 Foto 58 - Face externa e interna da borda de número 18. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 104 Foto 59 - Face externa e interna da borda de número 20. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 105 Foto 60 - Face externa e interna da borda de número 23. Sítio Arqueológico Castelinho, ...... 106 Foto 61 -Face externa e interna da borda de número 27. Sítio Arqueológico Castelinho, ....... 107 Foto 62 - Face externa e interna da borda de número 33. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 108 Foto 63- Face externa e interna da borda de número 37. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 109 Foto 64 - Cerâmica original de número 40. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ............................................................................................................ 110 Foto 65 - Face externa e interna da borda de número 51. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 111 Foto 66 - Face externa e interna da borda de número 56. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 112 Foto 67 - Face externa e interna das bordas de número 47 e 58. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ..................................................................................... 113 Foto 68 - Cerâmica original de número 65. Sítio Arqueológico Castelinho, ............................ 114 Foto 69 – Face externa e interna das bordas de número 60 e 83. Sítio Arqueológico Castelinho, ................................................................................................................................................... 115 Foto 70 - Fragmento de número 20 do Sítio Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ................................................................................................................................................... 125 Foto 71 - Face externa do Conjunto 1. Sítio Arqueológico Alvim, .......................................... 130 Foto 72 - Face interna do Conjunto 1. Sítio Arqueológico Alvim, ........................................... 130 Foto 73 - Comparação da peça de número 20 do Sítio Arqueológico Castelinho com o Conjunto 1 do Sítio Alvim ........................................................................................................................ 131 Foto 74- Face externa do Conjunto 2. Sítio Arqueológico Alvim, ........................................... 132 Foto 75 - Face interna do Conjunto 2. Sítio Arqueológico Alvim, ........................................... 132 Foto 76 - Fragmentos cerâmicos do Conjunto 2 do Sítio Alvim sobre a reconstituição gráfica. ................................................................................................................................................... 132 Foto 77 - Face externa do Conjunto 3. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 134 15 Foto 78 - Face interna do Conjunto 3. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 134 Foto 79 - Fragmentos cerâmicos do Conjunto 3 sobre a reconstituição gráfica. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 135 Foto 80 - Face externa do Conjunto 4. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 136 Foto 81 - Face interna do Conjunto 4. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho - SP .............................................................................................................................................. 136 Foto 82 - Face externa do Conjunto 5. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 137 Foto 83 - Face interna do Conjunto 5. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho - SP .............................................................................................................................................. 138 Foto 84 - Fragmentos cerâmicos do Conjunto 5 sobre a reconstituição gráfica. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 138 Foto 85 - Face externa do Conjunto 6 (parte 1). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ....................................................................................................................... 139 Foto 86 - Face interna do Conjunto 6 (parte 1). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ....................................................................................................................... 140 Foto 87 - Face externa do Conjunto 6 (parte 2). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ....................................................................................................................... 140 Foto 88 - Face interna do Conjunto 6 (parte 2). Sítio Arqueológico Alvim, ............................ 141 Foto 89 - Fragmentos cerâmicos do Conjunto 6 sobre a reconstituição gráfica. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 141 Foto 90 - Face externa do Conjunto 7. Sítio Arqueológico Alvim, .......................................... 142 Foto 91 - Face interna do Conjunto 7. Sítio Arqueológico Alvim, ........................................... 143 Foto 92 - Face externa e interna da borda de número 122. Sítio Arqueológico Alvim, ........... 144 Foto 93 - Face externa e interna da borda de número 124. Sítio Arqueológico Alvim, ........... 145 Foto 94 - Face externa e interna da borda de número 128. Sítio Arqueológico Alvim, ........... 146 Foto 95 - Face externa e interna da borda de número 206. Sítio Arqueológico Alvim, ........... 147 Foto 96 - Face externa e interna da borda de número 271. Sítio Arqueológico Alvim, ........... 148 Foto 97 - Reconstituição gráfica de número 271. Sítio Arqueológico Alvim, ......................... 149 Foto 98 - Reconstituição gráfica de número 737. Sítio Arqueológico Alvim, ......................... 150 Foto 99 - Face externa e interna da borda (A). Sítio Arqueológico Alvim, .............................. 151 Foto 100 - Face externa e interna da borda (B). Sítio Arqueológico Alvim, ............................ 152 Foto 101 - Face externa e interna da borda (C). Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ....................................................................................................................... 153 Foto 102 - Face externa e interna da borda (E). Sítio Arqueológico Alvim, ............................ 154 Foto 103 - Face externa e interna da borda (G). Sítio Arqueológico Alvim, ............................ 155 Foto 104 - Face externa e interna da borda (H). Sítio Arqueológico Alvim, ............................ 156 Foto 105 - Face externa e interna da borda (I). Sítio Arqueológico Alvim, ............................. 157 Foto 106 - Face externa e interna da borda (K). Sítio Arqueológico Alvim, ............................ 158 Foto 107 - Face externa e interna da borda (L). Sítio Arqueológico Alvim, ............................ 159 Foto 108 - Cerâmica do Sítio Arqueológico Taquaruçu de antiplástico mineral ...................... 167 Foto 109 - Cerâmica do Sítio Arqueológico Taquaruçu de antiplástico mineral. ..................... 168 Foto 110 - Cerâmica do Sítio Arqueológico Taquaruçu de antiplástico mineral, ..................... 168 Foto 111 - Face externa do Conjunto 1. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 173 Foto 112 - Face interna do Conjunto 1. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................................. 173 Foto 113 - Face externa do Conjunto 2. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 174 Foto 114 - Face interna do Conjunto 2. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ....................................................................................................................... 174 Foto 115 - Face externa do Conjunto 3. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 175 16 Foto 116 - Face interna do conjunto 3. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................... 176 Foto 117 – Face externa do conjunto 4. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 177 Foto 118 – Face interna do conjunto 4. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................................. 177 Foto 119 – Face externa do conjunto 5. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 178 Foto 120 – Face interna do Conjunto 5. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 178 Foto 121 – Face externa do conjunto 6. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 179 Foto 122 – Face interna do conjunto 6. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................................. 179 Foto 123 - Reconstituição gráfica do Conjunto 3. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................. 180 Foto 124 – Face externa do conjunto 7. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 181 Foto 125 – Face interna do conjunto 7. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................................. 181 Foto 126 – Face externa do conjunto 7. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 182 Foto 127 – Face interna do conjunto 7. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................................. 182 Foto 128 – Face externa do conjunto 7. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 183 Foto 129 – Face interna do conjunto 7. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................................. 183 Foto 130 - Face externa do conjunto 8. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................................. 184 Foto 131 - Face interna do conjunto 8. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................... 185 Foto 132 - Face externa do conjunto 8. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................................. 185 Foto 133 - Face interna do conjunto 8. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................... 186 Foto 134 - Face externa do conjunto 9. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................................. 186 Foto 135 - Face interna do conjunto 9. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................... 187 Foto 136 - Face externa do conjunto 10. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................ 187 Foto 137 - Face interna do conjunto 10. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 188 Foto 138 - Face externa do conjunto 11. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................ 188 Foto 139 - Face interna do conjunto 11. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 189 Foto 140 - Face externa do conjunto 12. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................ 189 Foto 141 - Face interna do conjunto 12. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 190 Foto 142 - Face externa do conjunto 13. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................ 190 Foto 143 - Face interna do conjunto 13. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 191 Foto 144 - Face externa do conjunto 14. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................ 192 Foto 145 - Face interna do conjunto 14. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 193 Foto 146 - Face externa do conjunto 15. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................ 193 Foto 147 - Face interna do conjunto 15. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 194 Foto 148 - Face externa do conjunto 16. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................ 194 Foto 149 - Face interna do conjunto 16. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 195 Foto 150 - Face externa do conjunto 17. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................ 195 Foto 151 - Face interna do conjunto 17. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................. 196 Foto 152 - Metadado da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ...................................... 196 Foto 153 - Moagem de cerâmica para pasta de colagem. ......................................................... 197 Foto 154 - Cerâmica moída para a pasta de colagem. .............................................................. 198 Foto 155 - Cerâmica moída com cola para pasta de colagem. Sítio Arqueológico Taquaruçu, 198 Foto 156 - Agrupamento dos fragmentos de parede do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina, SP. ............................................... 199 Foto 157 - Aplicação da pasta de colagem no fragmento de parede cerâmico – parte 1. ......... 199 Foto 158 - Aplicação da pasta de colagem no fragmento de parede cerâmico – parte 2. ......... 200 Foto 159 - Encaixe dos fragmentos cerâmicos do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ...................................................... 200 Foto 160 - Encaixe dos fragmentos cerâmicos do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina, SP. ....................................................... 201 Foto 161 - Aplicação da pasta de colagem como auxílio do instrumento de metal. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ...................................................... 201 Foto 162 - Retirada de excesso da pasta de colagem. Sítio Arqueológico Taquaruçu, ............ 202 17 Foto 163 - Grampos de metal para a sustentação dos fragmentos cerâmicos – parte 1. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ...................................................... 203 Foto 164 - Grampos de metal para a sustentação dos fragmentos cerâmicos – parte 2, Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ...................................................... 204 Foto 165 - Face externa das peças 512 e 513 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Sandovalina, SP. .............................................................................. 204 Foto 166 - Face interna das peças 512 e 513 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ..................................................... 205 Foto 167 - Decoração da face externa das peças 512 e 513 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina, SP ..................................... 205 Foto 168 - Face externa das peças 516, 517, 520 e 521 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ......................................... 206 Foto 169 - Face interna das peças 516, 517, 520 e 521 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ......................................... 206 Foto 170 - Decoração da face externa da peça 517 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalin - SP. ............................................... 207 Foto 171 - Face externa das peças 518, 519, 527 e 530 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina - SP. ........................................ 207 Foto 172 - Face interna das peças 518, 519, 527 e 530 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina - SP. ........................................ 208 Foto 173 - Face externa das peças 523 e 525 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina - SP. ...................................................... 208 Foto 174 - Face interna das peças 523 e 525 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina, SP. ....................................................... 209 Foto 175 - Face externa das peças 514, 515, 529, 531 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP .............................................. 209 Foto 176 - Face interna das peças 514, 515, 529, 531 do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina - SP. ........................................ 210 Foto 177 - Face externa dos fragmentos menores do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP .............................................. 210 Foto 178 - Face interna dos fragmentos menores do Conjunto 18 no contexto da Urna 1B Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ...................................................... 211 Foto 179 - Face externa do Conjunto 19 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ............................................................................. 211 Foto 180 - Face interna do Conjunto 19 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ............................................................................. 212 Foto 181- Reconstituição gráfica do Conjunto 19. Fragmentos do Conjunto 19 sobre o desenho. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP .............................................. 212 Foto 182 - Face externa do Conjunto 20 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ............................................................................. 213 Foto 183 - Face interna do Conjunto 20 no contexto da Urna 1B Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................ 214 Foto 184 - Face externa do Conjunto 21 no contexto da Urna 1B do ....................................... 214 Foto 185 - Face interna do Conjunto 21 no contexto da Urna 1B do ....................................... 215 Foto 186 - Face externa do Conjunto 22 no contexto da Urna 1B do ....................................... 215 Foto 187 - Face interna do Conjunto 22 no contexto da Urna 1B do ....................................... 216 Foto 188 - Face externa do Conjunto 22 no contexto da Urna 1B do ....................................... 216 Foto 189 - Face interna do Conjunto 22 no contexto da Urna 1B do ....................................... 217 Foto 190 - Encaixe das peças 526 e 528 separadas da face externa do Conjunto 22 no contexto da Urna 1B do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina, SP. ...................... 217 18 Foto 191 - Encaixe das peças 526 e 528 separadas da face interna do Conjunto 22 no contexto da ............................................................................................................................................... 218 Foto 192 - Encaixe das peças 526 e 528 juntas da face externa do Conjunto 22 no contexto da ................................................................................................................................................... 218 Foto 193 - Encaixe das peças 526 e 528 separadas da face interna do Conjunto 22 no contexto da ............................................................................................................................................... 219 Foto 194 - Face interna e externa da borda de número 3838. Sítio Arqueológico Taquaruçu, 220 Foto 195 - Face interna e externa da borda de número 3846. Sítio Arqueológico Taquaruçu, 221 Foto 196 - Face interna e externa da borda de número 3862. Sítio Arqueológico Taquaruçu, 222 Foto 197 – Face externa e interna da borda de número 3865. Sítio Arqueológico Taquaruçu, 223 Foto 198 - Face externa e interna da borda de número 3889. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................ 224 Foto 199 - Face interna da borda de número 618. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .................. 225 Foto 200 - Face externa ampliada da borda de número 618. Sítio Arqueológico Taquaruçu, .. 226 Foto 201 - Fragmento de telha jesuítica 564.1 do Conjunto 1 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................ 231 Foto 202 - Fragmento de telha jesuítica 564.2 do Conjunto 1 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................ 231 Foto 203 - Fragmento de telha jesuítica 564.3 do Conjunto 1 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................ 232 Foto 204 - Conjunto 1 de telha jesuítica completo Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................. 233 Foto 205 - Fragmento de telha jesuítica 443 do Conjunto 2 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................ 234 Foto 206 - Fragmento de telha jesuítica 3514 do Conjunto 2 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................................................................................................................................... 235 Foto 207 - Conjunto 2 de telha jesuítica completo do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ............ 236 Foto 208 - Fragmento de telha jesuítica 3515 do Conjunto 3 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................................................................................................................................... 236 Foto 209 - Fragmento de telha jesuítica 3515 do Conjunto 3 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................................................................................................................................... 237 Foto 210 - Fragmento de telha jesuítica 1629 do Conjunto 3 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................................................................................................................................................... 238 Foto 211 - Conjunto 3 de telha jesuítica completo do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP .................................................................................................................. 238 Foto 212 - Fragmento de telha jesuítica 3503 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 239 Foto 213 - Fragmento de telha jesuítica 3505 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 240 Foto 214 - Fragmento de telha jesuítica 3507 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ....................................................................................................................... 241 Foto 215 - Fragmento de telha jesuítica 3508 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ....................................................................................................................... 242 Foto 216 - Fragmento de telha jesuítica 3509 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 243 Foto 217 - Fragmento de telha jesuítica 3513 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ....................................................................................................................... 244 Foto 218 - Fragmento de telha jesuítica 3506 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ....................................................................................................................... 245 Foto 219 - Fragmento de telha jesuítica 3512 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 246 Foto 220 - Fragmento de telha jesuítica 3504 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 246 Foto 221 - Fragmento de telha jesuítica 3510 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 247 Foto 222 - Fragmento de telha jesuítica 767 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ....................................................................................................................... 248 Foto 223 - Fragmento de telha jesuítica 849 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ..................... 248 19 Foto 224 - Fragmento de telha jesuítica 1122 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ....................................................................................................................... 249 Foto 225 - Fragmento de telha jesuítica 2339 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 250 Foto 226 - Fragmento de telha jesuítica 3448 do Sítio Arqueológico Taquaruçu .................... 250 Foto 227 - Fragmento de telha jesuítica 3501 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 251 Foto 228 - Fragmento de telha jesuítica 3502 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 252 Foto 229 - Fragmento de telha jesuítica 3511 do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ................... 252 Foto 230 - Vaso com pedestal do Sítio Arqueológico Castelinho, Presidente Epitácio -SP .... 257 Foto 231 - Vaso com incisão e suporte para cabo do Sítio Arqueológico Castelinho, Presidente Epitácio - SP .............................................................................................................................. 257 Foto 232 - Cachimbo do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Sandovalina – SP ............................ 258 20 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Sítios Tupiguarani em Presidente Epitácio, SP ....................................................... 26 Quadro 2 - Sítios Arqueológicos líticos encontrados em Presidente Epitácio, SP .................... 27 Quadro 3 - Padrão de assentamentos dos sítios arqueológicos .................................................. 53 Quadro 4 - Classificação dos vasos cerâmicos Guarani .......................................................... 117 Quadro 5 - Cadeia operatória de produção cerâmica de oito cambuchis caguabas. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP ........................................... 118 Quadro 6 - Cadeia operatória de produção cerâmica de 11 yapepós. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP .................................................................. 120 Quadro 7 - Cadeia operatória de produção cerâmica de quatro ñaetãs. Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP .................................................................. 122 Quadro 8 - Cadeia operatória de produção cerâmica de 14 cambuchis caguabas. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 161 Quadro 9 - Cadeia operatória de produção cerâmica de cambuchi. Sítio Arqueológico Alvim, ................................................................................................................................................... 163 Quadro 10 - Cadeia operatória de produção cerâmica de ñaembé. Sítio Arqueológico Alvim, ................................................................................................................................................... 163 Quadro 11 - Cadeia operatória de produção cerâmica de yapepó. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ................................................................................................. 164 Quadro 12 - Cadeia operatória de produção cerâmica de dois cambuchis caguabas. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Muncípio de Sandovalina – SP ....................................................... 227 Quadro 13 - Cadeia operatória de produção cerâmica de quatro yapepós. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Muncípio de Sandovalina – SP .............................................................................. 228 Quadro 14 - Cadeia operatória de produção cerâmica de dois ñaetãs. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Muncípio de Sandovalina – SP .............................................................................. 229 Quadro 15 - Cadeia operatória de produção das telhas jesuíticas. Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ............................................................................. 253 21 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Classes dos fragmentos cerâmicos do Sítio Arqueológico Castelinho, ..................... 66 Tabela 2 - Grau de queima dos fragmentos cerâmicos do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP ........................................................................................ 67 Tabela 3 - Acabamentos de superfície presente no Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP .............................................................................................................. 68 Tabela 4 - Conjunto de fragmentos de uma mesma vasilha cerâmica da área do ...................... 69 Tabela 5 - Tipos de bordas presente no Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio - SP .............................................................................................................................. 116 Tabela 6 - Classes dos fragmentos cerâmicos. Sítio Arqueológico Alvim, ............................. 127 Tabela 7 - Grau de queima dos fragmentos cerâmicos. Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ....................................................................................................................... 127 Tabela 8 - Acabamentos de superfície presente no Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP ....................................................................................................................... 128 Tabela 9 - Antiplástico/tempero presente na cerâmica Sítio Arqueológico Alvim, ................. 129 Tabela 10 - Conjunto de fragmentos de uma mesma vasilha cerâmica da área do Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................. 129 Tabela 11 - Tipos de bordas presente no Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP .............................................................................................................................................. 160 Tabela 12 - Classes da cerâmica da área do Sítio Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ................................................................................................................................................... 166 Tabela 13 - Antiplástico/tempero presente na cerâmica da área do Sítio Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP .................................................................................................................. 167 Tabela 14 - Grau de queima dos fragmentos cerâmicos do Sítio Arqueológico Taquaruçu, ... 169 Tabela 15 - Acabamentos de superfície presente no Sítio Arqueológico Taquaruçu, .............. 170 Tabela 16 - Conjunto de fragmentos de uma mesma vasilha da cerâmica da área do Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina - SP ....................................................... 171 Tabela 17 - Tipos de bordas presente no Sítio Arqueológico Taquaruçu, Município de Sandovalina – SP ....................................................................................................................... 227 Tabela 18 - Tipos de antiplástico presente nas telhas jesuíticas do Sítio Taquaruçu, Município de Sandovalina - SP .................................................................................................................. 230 22 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 24 1. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 30 2. O PADRÃO DE ASSENTAMENTO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS CASTELINHO, ALVIM E TAQUARUÇU ............................................................................ 36 2.1 A interdisciplinaridade da Geografia e Arqueologia ................................................... 37 2.1.1 Caracterização do Sítio Arqueológico Castelinho ..................................................... 40 2.1.2 Caracterização do Sítio Arqueológico Alvim ............................................................. 47 2.1.3 Caracterização do Sítio Arqueológico Taquaruçu .................................................... 51 2.2 O padrão de assentamento dos sítios arqueológicos ..................................................... 53 3. AS REDUÇÕES JESUÍTICAS NO BRASIL E O CONTATO COM OS GUARANI ... 55 4. A ANÁLISE CERÂMICA DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS CASTELINHO, ALVIM E TAQUARUÇU ....................................................................................................................... 64 4.1 O SÍTIO ARQUEOLÓGICO CASTELINHO ............................................................. 65 4.1.1 Conjuntos de fragmentos cerâmicos de uma mesma vasilha da área do Sítio Arqueológico Castelinho ..................................................................................................... 69 4.1.2 Bordas do Sítio Arqueológico Castelinho ................................................................ 101 4.1.3 Cadeia operatória de produção cerâmica do Sítio Arqueológico Castelinho ......... 117 4.1.4 Características da Tradição Pantanal e o Sítio Arqueológico Castelinho .............. 123 4.2 O SÍTIO ARQUEOLÓGICO ALVIM ........................................................................ 126 4.2.1 Conjuntos de fragmentos cerâmicos de uma mesma vasilha da área do Sítio Arqueológico Alvim ........................................................................................................... 129 4.2.2 Bordas do Sítio Arqueológico Alvim ........................................................................ 144 4.2.3 Cadeia operatória de produção cerâmica do Sítio Arqueológico Alvim ................. 160 23 4.3 O SÍTIO ARQUEOLÓGICO TAQUARUÇU ............................................................ 165 4.3.1 Conjuntos de fragmentos de cerâmica de uma mesma vasilha da área do Sítio Arqueológico Taquaruçu ................................................................................................... 171 4.3.2 Processo de restauro e conjuntos no contexto da Urna 1B ..................................... 196 4.3.3. Bordas do Sítio Taquaruçu ..................................................................................... 219 4.3.4. Cadeia operatória de produção cerâmica do Sítio Arqueológico Taquaruçu ........ 227 4.3.5 As telhas jesuíticas do Sítio Arqueológico Taquaruçu ............................................ 229 4.3.5.1 Telhas jesuíticas do Sítio Arqueológico Taquaruçu com linhas digitais .............. 239 4.3.5.2 Telhas jesuíticas do Sítio Arqueológico Taquaruçu com cruz vazada .................. 244 4.3.5.3 Telhas jesuíticas do Sítio Arqueológico Taquaruçu com linhas associadas ......... 246 4.3.5.4 Telhas jesuíticas do Sítio Arqueológico Taquaruçu lisas ..................................... 248 4.3.6 Cadeia operatória de produção de telhas jesuíticas do Sítio Arqueológico Taquaruçu ......................................................................................................................... 253 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................255 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................260 REFERÊNCIAS..................................................................................................................262 ANEXOS............................................................................................................................267 24 1. INTRODUÇÃO PARTE B INTRODUÇÃO 25 A presente monografia tem o objetivo de estudar a cerâmica e o padrão de assentamento dos Sítios Arqueológicos Castelinho, Alvim e Taquaruçu, a fim de caracterizá-las e, consequentemente, identificar o possível contato da população Guarani do Sítio Arqueológico Castelinho com os jesuítas. Na Figura 1, temos a localização dos Sítios Castelinho, Alvim e Taquaruçu. Figura 1 - Localização dos Sítios Arqueológicos Castelinho, Alvim e Taquaruçu Fonte: DATUM SIRGAS (2000). Elaboração: Santos (2022). Inicialmente, o objetivo da pesquisa era analisar e classificar a cerâmica do Sítio Arqueológico Castelinho que, pelas suas características, apresentava influência jesuítica em sua cultura material, como vaso em forma de pedestal, decoração escovada e engobo vermelho na face interna e externa. Pela pouca quantidade peças doadas pelo proprietário (117 peças), decidimos compará-lo com dois outros sítios também localizados no Planalto Ocidental Paulista: o Alvim, estudado por Faccio (1992) e o Taquaruçu, estudado por Thomaz (1995). O Sítio Castelinho está localizado no município de Presidente Epitácio – SP, no alto curso do Rio Paraná, próximo à foz do Rio Santo Anastácio. Já o Sítio Alvim está localizado no município de Pirapozinho – SP e o Sítio Taquaruçu no município de Sandovalina – SP, sendo que estes dois sítios estão na margem do Rio Paranapanema. 26 No município de Presidente Epitácio, registra-se, também, a presença, de acordo com o Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), 38 sítios arqueológicos: 19 sítios Tupiguarani (Quadro 1) e 19 líticos (Quadro 2). Quadro 1 - Sítios Tupiguarani em Presidente Epitácio, SP Nome do Sítio Tradição Materiais Coordenadas Sítio Lagoa São Paulo - 2 Tupiguarani Lítico e cerâmico 391834/7597615 Sítio Alma de Gato Tupiguarani Lítico e cerâmico 395632/7620308 Sítio Aningá Tupiguarani Lítico e cerâmico 361212/7557357 Sítio Arará Tupiguarani Lítico e cerâmico 388111/7595426 Sítio Biguá Tupiguarani Lítico e cerâmico 360848/7556902 Sítio Colhereiro Tupiguarani Lítico e cerâmico 389665/7596637 Sítio Garça Moura Tupiguarani Lítico e cerâmico 361451/7557675 Sítio Garça Real Tupiguarani Lítico e cerâmico 364710/7566876 Sítio Maçarico Preto Tupiguarani Lítico e cerâmico 400081/7621317 Sítio Maçariquinho Tupiguarani Lítico e cerâmico 358232/7553130 Sítio Papagaio Tupiguarani Lítico e cerâmico 393406/7620605 Sítio Pato D’água Tupiguarani Lítico e cerâmico 378128/7584163 Sítio Sem-Fim Tupiguarani Lítico e cerâmico 395807/7619890 Sítio Siriri Tupiguarani Lítico e cerâmico 357260/7552209 Sítio Socó Boi Tupiguarani Lítico e cerâmico 364699/7567985 Sítio Socozinho Tupiguarani Lítico e cerâmico 365208/7569863 Sítio Cegonha Tupiguarani Cerâmica 367269/7573586 Sítio Talha-Mar Tupiguarani Cerâmica 388920/7619398 Sítio Trinta-Réis Tupiguarani Cerâmica 389871/7620701 Fonte: Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (IPHAN-SP). 27 Quadro 2 - Sítios Arqueológicos líticos encontrados em Presidente Epitácio, SP Nome do Sítio Tradição Categoria Coordenadas Sítio Cabeça Seca - Lítico 399539/7621448 Sítio Caburá - Lítico 378772/7586563 Sítio Fogo Apagou - Lítico 398390/7619081 Sítio Irerê - Lítico 379595/7584520 Sítio Maçarico de - Lítico 388094/7618263 Coleira Sítio Margozinha - Lítico 393755/7620637 Sítio Maria Faceira - Lítico 372515/7578153 Sítio Marreca Cabocla - Lítico 398422/7620941 Sítio Martin Pescador - Lítico 375973/7581579 Sítio Mutum - Lítico 374051/7580127 Sítio Pernalonga - Lítico 392575/7620859 Sítio Tapicuru - Lítico 381597/7582945 Sítio Tucano - Lítico 372854/7578579 Sítio Urubu - Lítico 373089/7579033 Sítio Córrego da Umbu Lítico 373751/7561551 Jacutinga 1 Sítio Córrego da Umbu Lítico 371227/7560616 Jacutinga 2 Sítio Córrego da Umbu Lítico 371412/7560895 Jacutinga 3 Sítio Córrego do Umbu Lítico 366341/7570172 Macaco 1 Sítio Córrego do Umbu Lítico 366148/7570172 Macaco 2 Fonte: Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (IPHAN-SP). Desses 38 sítios de Presidente Epitácio, não existe qualquer referência além do registro no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos/IPHAN-SP. Uma exceção é registrada para a área do Sítio Lagoa São Paulo – 2. 28 Figura 2- Localização dos sítios arqueológicos Tupiguarani e líticos do Município de Presidente Epitácio, SP Fonte: SEI (2020). Analisando a Figura 2, verifica-se que alguns sítios localizados no norte do Município de Epitácio estão, atualmente, submersos. Antes da formação do Lago da Usina Hidrelétrica Sérgio Motta, esses sítios estavam emersos, motivo pelo qual foi possível identificá-los. Os Sítios Arqueológicos Alvim e Taquaruçu já possuem influência jesuítica comprovada por Faccio (1992) e Thomaz (1995), respectivamente. Com base nas características desses dois sítios, iremos comparar com o Sítio Castelinho. O Sítio Arqueológico Castelinho é classificado como Guarani, Tradição Tupiguarani. Partindo desse pressuposto, o estudo da cultura material do período pré- histórico, nesse caso a cerâmica Tupiguarani, pôde ser realizado por meio das características tecnológicas e formais: a decoração, a morfologia, a função e o acabamento estético (FACCIO, 1992, 1998, 2011; DAVES, 2014). Oliveira (2008) destaca que “o estudo das cerâmicas, de um modo geral, para a arqueologia é relevante, pois a utilização destes artefatos está diretamente vinculada a comportamentos culturais e sociais” (p.14) De acordo com Schimitz (s/d), as aldeias com tradição Tupiguarani 29 serviram de base para a implantação de reduções jesuíticas, vilas, colônias, já que facilitavam o empreendimento devido à sua localização em pontos estratégicos, por um lado, próximo de rios que eram utilizados como meio de transporte e abastecimento e por outro, porque representavam um ponto central entre várias aldeias, facilitando o arrebatamento dos indígenas para a catequização (SCHIMITZ s/d apud THOMAZ, 1995, p.14). Nesta monografia apresentamos a identificação dos padrões de assentamento, bem como a análise dos materiais cerâmicos dos Sítio Arqueológicos Castelinho, Alvim e Taquaruçu, totalizando 321 fragmentos cerâmicos. Além disso, também analisamos 26 telhas jesuíticas do Sítio Taquaruçu. A análise do material cerâmico foi feita com base na cadeia operatória elaborada por La Salvia e Brochado (1989), que identifica a produção cerâmica em onze etapas: a obtenção de matéria prima, a técnica de processamento da pasta, o antiplástico, a manufatura, o acabamento superficial, a queima, a barbotina, a decoração, a utilização, a o reuso e, por último, o descarte. Por meio da cadeia operatória, utilizamos o modelo tecnotipológico proposto por Faccio (1992), que torna a vasilha cerâmica enquanto unidade de estudo, já que a maioria do material cerâmico no Brasil é coletado em formas de fragmentos, sendo raros os potes recuperados inteiros. Assim, os fragmentos cerâmicos provenientes da mesma vasilha são agrupados, de acordo com a sua distribuição na área do sítio, além dos diferentes atributos tecnológicos e estilísticos. O Sítio Castelinho e Alvim apresentam potes inteiros, o que é algo raro, além de também apresentar inúmeras decorações, exemplificando o quanto a Tradição Tupiguarani é perfeccionista e delicada. Já o Sítio Taquaruçu apresenta decorações mais simples, evidenciando o contato com os jesuítas. Estruturamos a presente monografia em quatro capítulos: I Materiais e Métodos; II O padrão de assentamento dos Sítios Arqueológicos Castelinho, Alvim e Taquaruçu; III As Reduções Jesuíticas no Brasil e o contato com os Guarani; IV A análise cerâmica dos Sítios Arqueológicos Castelinho, Alvim e Taquaruçu; V Resultados e Discussão; VI Considerações finais. 30 1. MATERIAIS E MÉTODOS 31 Foram analisados e comparados 404 fragmentos cerâmicos dos Sítios Arqueológicos Castelinho (117 peças), Alvim (81 peças) Taquaruçu (207 peças). No caso da cerâmica Guarani, o uso de acordelamento, de acordo com La Salvia e Brochado (1989, p. 154), “é o mais comum mesmo durante o contato com o europeu onde continuam produzindo para atender suas necessidades com as técnicas nativas (...)”. A produção da cerâmica constitui um conjunto de etapas que corresponde à técnica e à tradição do artesão. Com isso, o primeiro passo é a obtenção da argila e, quando necessário, a sua plasticidade com a adição de materiais que não são plásticos, como o caco moído. Posteriormente, o artefato é confeccionado de acordo com determinada função, classificado por La Salvia e Brochado (1989), como utilitárias (artefatos fabricados para atender as necessidades mais gerais do cotidiano), especiais (artefatos fabricados para determinados produtos de uso especial) e exclusivas (artefatos para uso definidos em ritos religiosos sociais, não podendo ser utilizado para outro fim) (Figura 3). Figura 3 - Cadeia operatória de produção cerâmica Fonte: La Salvia e Brochado (1989). Organização: Santos (2020). Sendo assim, a análise da cerâmica partiu do modelo proposto por Faccio (1992): O pressuposto básico é tornar a vasilha cerâmica enquanto unidade de estudo (...). No entanto, na arqueologia brasileira, a grande maioria do material 32 cerâmico é coletada na forma de fragmentos, sendo raros os potes que conseguem ser recuperados inteiros. Assim, o encaminhamento proposto é agrupar os fragmentos provenientes de uma mesma vasilha através de análises de sua distribuição na área do sítio, dos planos de fratura e dos diferentes atributos tecnológicos e estilísticos (características da pasta, decoração, forma e dimensões) (FACCIO, 1992, p.82) Antes do início da análise tecnotipológica a cerâmica, quando fragmentada, foi reunida em conjuntos de fragmentos de uma mesma vasilha. A análise tecnotipológica foi adaptada às especificidades da área de estudo. Dessa forma, essa análise reuniu os seguintes atributos: • Primeira classe: fragmento de parede; fragmento de borda; fragmento de base; fragmento que contém parte da base/parede/borda; fragmento que contém parte da parede e da base/parede/borda; fragmentos que contêm parte da parede e da base; ombro; parede com furo de suspensão e polidor de sulco; • Segunda classe: tipo de antiplástico, sendo os mais comuns na cerâmica Tupiguarani o mineral; o mineral e caco moído; o mineral e carvão; o mineral, carvão e caco moído; • Terceira classe: tamanho do antiplástico; • Quarta classe: espessura da peça; • Quinta classe: grau de queima do material cerâmico, que são divididos em seis tipos:1. Seção transversal, sem presença de núcleo, cor uniforme, variando do laranja-tijolo ao amarelo; 2. Seção transversal, sem a presença de núcleo, com cor uniforme variando do cinza-claro ao pardo; 3. Seção transversal, com presença de núcleo central escuro, com camada interna e externa claras; 4. Seção transversal, sem presença de núcleo, com cor uniforme, variando do cinza para o preto; 5. Seção transversal com uma camada clara na parte interna e uma camada escura na externa; • Sexta classe: ausência de tratamento na face interna e externa; alisamento na face externa; alisamento na face interna; alisamento na face interna e externa; polimento 33 na face interna; polimento na face externa; polimento na face interna e externa; brunidura, isto é, enegrecimento e lustro; • Sétima classe: tipos de acabamento de superfície: liso; entalhado; ungulado; inciso; corrugado; escovado; ponteado; pinçado; engobo preto; engobo vermelho; engobo branco; engobo preto/vermelho; engobo preto/branco; engobo vermelho/branco; engobo laranja; pintado; digitado; marcado com tecido; canelado; serrungulado; engobo branco/inciso no contorno da garganta; corrugado associado ao escovado; corrugado associado ao ungulado; engobo branco associado ao corrugado; engobo branco associado ao inciso; pintura associado ao inciso, isto é, pintura vermelha sobre o engobo branco e incisão que contorna o lábio; liso associado ao corrugado dividido pelo ângulo da parede; maminolar; pintado/engobo branco; roletado; engobo branco/laranja e engobo vermelho/pintado; • Oitava classe: técnica de manufatura: roletado, modelado à mão e moldado. Também são analisadas as formas das bordas como a direta, a infletida, a contraída e a carenada. Assim, é possível analisar os tipos de bordas: simples; reforçada externa; reforçada interna, com reforço interno ou externo longo; com ponto angular e com suporte para a tampa e deve ser levada em consideração a forma, inclinação e espessura da borda; • Nona classe: forma do vasilhame: prato ou assador; tigela rasa; tigela funda; vaso profundo; vaso com contorno; vaso de contorno complexo e vaso de forma dupla. Com isso, é possível verificar o contorno do recipiente, como o contorno direto, o contorno infletido ou contorno complexo; • Décima a vigésima primeira classe: medição das peças cerâmicas em centímetros: diâmetros da boca; altura do vaso; largura da boca; largura da garganta e volume do vaso. Os tipos de base da cerâmica são: plana; convexa; côncava; plana com pedestal; pedestal de fruteira ou cônica; • Vigésima segunda classe: marcas de uso: fuligem na superfície externa, depressões circulares causadas por líquidas na face interna, desgaste por atrito na parte superior 34 da borda interna e pequenas depressões circulares densas, com diâmetro de até três milímetros na face interna; • Vigésima terceira classe: estado de conservação da peça arqueológica: alteração por desgaste, decomposição ação da água, ação de queimadas recentes; • Vigésima quarta classe: a descrição dos motivos e decorações pintadas e incisas, as bolotas de argila, os furos de suspensão e os polidores de sulco. As características analisadas como influência jesuítica no material cerâmico foram a decoração plástica escovada, a decoração com engobo vermelho na face interna e externa, lábios planos de bordas, apêndices e vasos em formato de pedestal. Ainda, para a caracterização dos tipos de vasilha, foram reconstituídas todas as bordas presentes em cada sítio no papel vegetal, por meio de seu diâmetro e, depois, passado para o programa CorelDraw®. Assim, conseguimos classificar os tipos de vasilha e, consequentemente, sua possível forma. Além disso, foram registradas informações sobre o nome do sítio, do município de localização, a data da análise e as coordenadas geográficas de localização. Na sequência, identificamos os campos referentes aos geoindicadores arqueológicos presentes, tais como: o tipo de relevo; a ocorrência e o tipo de rocha presente na área e/ou entorno do sítio, observando se há presença de cascalheira e/ou afloramentos rochosos; o tipo de solo e sua coloração,; as características acerca do curso d’agua mais próximo ao sítio e informações acerca de depósitos de argila, quando ocorrem; informações sobre a vegetação remanescente; o uso atual e os impactos sobre a área do sítio. Para isso, realizamos o trabalho de campo na área do Sítio Castelinho. A identificação dos geoindicadores nos permite entender a interdisciplinaridade entre a Geografia e a Arqueologia, sendo uma importante estratégia na verificação de paisagens de antigas ocupações de caçadores coletores e horticultores pré-coloniais. De acordo com Morais (1999), entender o entorno da ambientação dos sítios arqueológicos que foi construído e reconstruído pelo uso e ocupação do solo, ajuda a entender a vida e a cultura daquele povo. Assim, a cartografia se torna importante para a Arqueologia, especificamente o Sistema de Informações Geográficas (SIG) que, além de mapear, armazena, gerencia, resgata, exibe e cria dados que são referenciados geograficamente. 35 Com isso, conseguimos identificar o padrão de assentamento dos Sítios Arqueológicos Castelinho, Alvim e Taquaruçu, sendo este a distribuição de sítios arqueológicos em determinada área geográfica, refletindo as relações das comunidades do passado com o meio ambiente as relações entre elas próprias no seu contexto ambiental (MORAIS, 1999). Na presente monografia também foram levantadas inúmeras referências históricas, arqueológicas e geográficas nos principais bancos de dados presentes, como Athena (Unesp), SciELO, Capes, Minerva (UFRJ) e Google Acadêmico. Procuramos as palavras-chave: arqueologia, cerâmica Guarani, geoindicadores, geografia e arqueologia, influência jesuítica, jesuítas, reduções jesuíticas, tradição tupi-guarani, tradição pantanal e outros. 36 3. O PADRÃO DE ASSENTAMENTO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS CASTELINHO, ATAQUARUÇU 2. O PADRÃO DE ASSENTAMENTO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS CASTELINHO, ALVIM E TAQUARUÇU 37 2.1 A interdisciplinaridade da Geografia e Arqueologia Considerando que partiremos da interdisciplinaridade, perguntamo-nos: qual é a relação da Geografia com a Arqueologia nos estudos de sítios Guarani? Morais (1999) expõe as relações disciplinares entre a Geografia, a Geomorfologia e a Geologia, com a definição do “fator geo”. De modo simples, diz-se que as contribuições da (Geo)grafia, da (Geo)morfologia e da (Geo)logia para a Arqueologia constituem o fator geo. A contribuição poderá ser entendida em “dupla mão-de-direção”, caracterizando uma verdadeira interdisciplinaridade. Associa-se ao fator geo o uso de geotecnologias, aqui entendidos o sistema de posicionamento global – GPS, o sistema de informações geográficas – SIG, o sistema de sensoriamento remoto – SSR, a modelagem digital do terreno – MDT e os softwares do sistema CAD (computer aided design) e CAM (computer aided mapping) (MORAIS, 1999). O fator geo, segundo o autor, atua na Arqueologia, no âmbito de dois subcampos: a Geoarqueologia e a Arqueologia da Paisagem. Com isso, a interdisciplinaridade é uma importante estratégia na verificação da paisagem das antigas ocupações de caçadores coletores e de agricultores pré-coloniais, especificamente em relação à Geografia, Geomorfologia e Geologia. Essa aproximação permite-nos identificar os padrões de assentamento, além da análise da paisagem e os sistemas regionais de ocupação. Ainda, autores como Morais (1999; 2006), Faccio (1992; 1998; 2011; 2017), Kashimoto (1992), Bertrand e Bertrand (2009), evidenciam os fatores ambientais, como a geomorfologia e a hidrologia, sendo que o espaço geográfico produzido contribui para a compreensão da história social e ambiental – portanto da paisagem dessas ocupações. Os Sítios Arqueológicos Castelinho, Alvim e Taquaruçu estão localizados no Planalto Ocidental Paulista, sendo esta uma província geomorfológica do estado de São Paulo. Almeida, em 1964, dividiu o estado de São Paulo em cinco províncias geomorfológicas: Planalto Atlântico, Província Costeira, Depressão Periférica, Cuestas Basálticas e Planalto Ocidental (FACCIO, 1992) (Figura 4). 38 Figura 4 - Unidades Geomorfológicas do Estado de São Paulo Fonte: Faccio (2019) De acordo com Suarez (1991), no Planalto Ocidental Paulista ocorreram as rochas de Formação Caiuá, Formação Bauru, sedimentos sobre a Formação Caiuá, sedimentos sobre a Formação Bauru, depósitos de caráter coluvionar de formação mais recente do que os sedimentos, depósitos de várzeas e fundos de vales. Ainda, a Formação Caiuá é constituída por arenitos de origem continental e a Formação Bauru por arenitos, siltitos e argilitos. Para identificarmos o padrão de assentamento dos sítios arqueológicos em questão, primeiramente é necessário compreender a análise espacial, que pode ser entendida, segundo Morais (1999/2000), como a distribuição de sítios e artefatos, isto é, o reconhecimento sistemático dos padrões espaciais dos sítios arqueológicos, que auxilia na compreensão da inserção dos antigos assentamentos na paisagem. Dado a análise espacial, temos o Sistema Regional de Ocupação, sendo este a a coordenação entre sítios ou conjunto de sítios de certa região, demonstrando relações concomitantes por contemporaneidade, similaridade ou complementariedade [...] por exemplo, um conjunto de sítios caçadores coletores que, embora bastante espalhado geograficamente, mantém alguma coesão. O conjunto de sítios 39 coordenados pela proximidade de um fator comum, de qualquer natureza, constitui um sistema local de sítios arqueológicos. (MORAIS, 1999/2000, p. 202). Com isso, o Padrão de Assentamento consiste nas estratégias socioespaciais das antigas comunidades, que influenciaram na distribuição do povoamento pelo espaço geográfico. Assim, o “fator geo”, segundo Morais (1999/2000) e Pereira (2011), visa extrair informações pertinentes à análise dos padrões de assentamento, sua relação com o meio físico e biótico, a recomposição dos principais traços da paisagem à época das ocupações, com o propósito de “subsidiar a tentativa de identificação das estratégias de sobrevivência das comunidades indígenas do passado” (MORAIS, 1999/2000, p. 8). De acordo com Faccio (2019), os assentamentos do Planalto Ocidental Paulista, especificamente Guarani, estão localizados, geralmente, em terras férteis, em áreas de média para baixa vertente, próximo a lagoas, nascentes e córregos do Rio Paranapanema, sendo evidenciados depósitos de argila, afloramentos rochosos e seixos de vários tamanhos, predominando os de arenito e silexito. Especificamente no Vale do Rio Paranapanema, Faccio (1998) e Pereira (2011) evidenciam que as ocupações de grupos ceramistas Guarani foram instalados em vertentes, em terras férteis, próximo a um rio ou ribeirão, além de corredeiras, fontes de argila, nascentes de água, depósitos de cascalheiras ou afloramentos de arenito silicificado. Já os Sítios Arqueológicos Guarani do Alto Rio Paraná, segundo Kashimoto e Martins (2009), estão situados em locais de topografia elevada e, consequentemente, protegidos pelas cheias anuais, possuem solos férteis, estão próximos a cursos de água, como lagoas e canais fluviais, além de fontes de matéria prima lítica e argilosa. De acordo com Faccio (2019), os Guarani do Planalto Ocidental Paulista ocupavam as áreas de Floresta Estacional Semidecidual, na média e baixa vertente dos rios Paraná e Paranapanema, sendo as ocupações de maior porte inseridos nesses dois rios e as ocupações de menor porte inseridos em rios menores. Como objetos dessa monografia, analisamos três sítios arqueológicos, considerados de grande porte, pela quantidade de peças e sua localização em rios grandes, como o Sítio Castelinho (Rio Paraná), além do Sítio Alvim e Taquaruçu (Rio Paranapanema). 40 2.1.1 Caracterização do Sítio Arqueológico Castelinho O Sítio Arqueológico Castelinho está localizado no município de Presidente Epitácio, Estado de São Paulo, região do alto curso do Rio Paraná, próximo à foz do Rio Santo Anastácio (Figura 5). Figura 5 - Localização do Sítio Castelinho, município de Presidente Epitácio, SP (Coordenadas: 22k 378349/7584709) Fonte: Santos (2019). Podemos observar, de acordo com a Figura 5, que o Sítio Castelinho está localizado próximo de chácaras do município de Presidente Epitácio – SP, vendidas de forma irregular após a formação do lago da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta. O agravante, é que nessas Áreas de Preservação Permanente foram construídas pousadas ou casas para uso nos finais de semana. Assim, além do fato de a área ter sido impactada pela formação da lagoa proveniente da UHE Sérgio Motta, não teve garantida a preservação da Área de Preservação Permanente. Nos anos 2000, o Ministério Público passou a vistoriar essas áreas e solicitar a retirada de escadas e quiosques próximos às margens do rio. Contudo, 41 as casas ou outras edificações construídas, algumas muito próximas à lâmina d’água do lago da UHE Sérgio Motta, continuam na área. A Companhia Energética de São Paulo, segundo a CESP (2019) e Santos e Souza (2021), surgiu da fusão de cinco companhias de hidrelétricas estaduais e seis empreendedoras hidrelétricas privadas comandadas pelo Estado. A CESP foi composta por três Usinas Hidrelétricas, sendo elas a Porto Primavera, Paraíbuna e Jaquari, instaladas na bacia hidrográfica do Rio Paraná, no oeste do Estado de São Paulo e no Rio Paraíba do Sul, no Leste do Estado. Atualmente, o que foi a CESP está sob o poder de uma multinacional. A Usina Hidrelétrica Porto Primavera, mais conhecida como Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, teve sua construção iniciada em 1988, buscando cumprir a geração de riquezas para acionistas e promover o aumento da capacidade produtiva. De acordo com Santos e Souza (2011), apesar das hidrelétricas terem que suprir as necessidades do progresso industrial, os impactos devastadores, tanto ambientais quanto sociais, não são colocados em pauta, causando mudanças agressivas e involuntárias. Diante do exposto, acreditamos que boa parte dos fragmentos cerâmicos do Sítio Arqueológico Castelinho está submerso (Figura 6). Analisando de forma cooperativa a Figura 6, verifica-se que no período de 1999 a 2021, há a inundação da área em que está localizado o Sítio Arqueológico Castelinho, reforçando nossa hipótese de que muitos fragmentos estão submersos. Em entrevista com morador da área do Sítio Castelinho no dia 5 de agosto de 2021, foi informado que o avanço e recuo da área do lago desmorona a barreira onde estão os vestígios arqueológicos. Essa ação da água já levou mais de 50 metros da área. Ainda, o mesmo informou que a área tinha muita cerâmica. O município de Presidente Epitácio é caracterizado pelo clima do tipo úmido, seu período de seca varia de 1 a 2 meses e a temperatura é caracterizada como subquente, com média de 18° C em todos os meses. A litologia do município é a Formação Rio Paraná, além da classe de rochas ser classificada como sedimentar. A vegetação é pioneira, com influência fluvial e/ou lacustre herbácea sem palmeiras, o tipo de solo é o arenoquartzosos profundos, a cobertura sedimentar é inconsolidada (IBGE, 2021) e o sítio está em uma planície fluvial do Rio Santo Anastácio. 42 Figura 6 - Área do Sítio Arqueológico Castelinho antes da inundação (1999) e depois da inundação (2021), Município de Presidente Epitácio – SP Fonte: Google Earth (1999 e 2021) Organização: Santos (2021) Analisando a Figura 7, verifica-se a hipsometria da localização do Sítio Arqueológico Castelinho, que está no perfil de elevação na margem do Rio Paraná, a 300 metros de altitude. 43 Figura 7 - Hipsometria do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP Fonte: TOPODATA (2020); LAG (2021) Elaboração: Larissa Figueredo Daves (2021). Em nosso trabalho de campo percebemos que o Sítio Arqueológico Castelinho está em uma área com solo arenoso, por conta do Rio Paraná e Santo Anastácio, com árvores médias, algumas com espinhos e com intervenção nitidamente humana, já que algumas áreas estão com o tronco das árvores pintados, há energia elétrica, além da presença de cadeiras próximas ao leito do rio, indicando que as pessoas utilizam o local (Fotos 1, 2 e 3). Na Foto 1, conseguimos observar as árvores médias e pequenas, algumas com o tronco pintado, a grama um pouco amarelada, devido à falta de chuva na região, os postes de energia elétrica e, ao fundo, o Rio Paraná. 44 Foto 1- Área geral do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP Fonte: Santos (2021). Na Foto 2, podemos observar que há a presença de uma vegetação arbórea ao lado do sítio, com árvores médias, muitas com espinhos e solo recoberto por folhagens secas e, ao fundo, o Rio Paraná. Foto 2 - Área do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP Fonte: Santos (2021). 45 Na Foto 3, conseguimos observar ainda mais as árvores da área do Sítio, além do solo relativamente limpo, indicando a intervenção humana. Foto 3 - Árvores presentes no Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP Fonte: Santos (2021). Próximo ao leito do rio, há a presença de vários concretos vazados com areia em seu interior. Temos como hipótese de que o Ministério Público colocou as tubulações de concreto para conter os moradores de utilizarem o rio e, ainda, conter a água na margem, já que o solo está sendo erodido (Foto 4). Foto 4 - Concreto na margem do Rio Paraná Fonte: Santos (2021). 46 Verificou-se, no Sítio Castelinho, a presença de solo antropogênico, conhecido popularmente por “Terra Preta de Índio” (Foto 5). Os solos antropogênicos possuem fertilidade natural alta, que é atribuída ao elevado conteúdo de carbono orgânico e às propriedades físico-químicas das substâncias húmicas1 (EMBRAPA, 2006). Foto 5 - Solo antropogênico na área do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP Fonte: Santos (2021). Na Foto 5, podemos observar que o lago formado pela UHE Engenheiro Sérgio Motta está erodindo o solo da área do Sítio Castelinho, reforçando nossa hipótese de que parte do material cerâmico está submerso. Na Foto 6, observamos o carvão presente no solo antropogênico, fruto da ocupação Guarani na área. Foto 6 - Carvão presente no solo antropogênico na área do Sítio Arqueológico Castelinho, Município de Presidente Epitácio – SP Fonte: Santos (2021). 1 Substâncias húmicas são uma mistura complexa, dispersa e heterogênea de vários compostos orgânicos sintetizados por meio da matéria orgânica. 47 2.1.2 Caracterização do Sítio Arqueológico Alvim O Sítio Arqueológico Alvim, localizado no Município de Pirapozinho, estado de São Paulo, é fruto das pesquisas arqueológicas realizadas no trecho paulista da Bacia do Rio Paranapanema, em 1988, por meio de um programa de pesquisas fornecido pela Universidade de São Paulo, denominado Projeto Paranapanema, correspondendo a 47.775 km² da área (FACCIO, 1992) (Figura 8). Figura 8 - Localização do Sítio Arqueológico Alvim, Município de Pirapozinho – SP Fonte: Datum Sirgas (2000) Elaboração: Santos (2021). O Rio Paranapanema, palco do Projeto Paranapanema, é afluente do Rio Paraná superior, nasce no município de Capão Bonito e é dividido em três seccões: bacia superior, bacia média e bacia inferior. A partir do final dos anos 1930 foram implantados empreendimentos hidrelétricos de grande porte na extensão do Rio Paranapanema, sendo estas: Paranapanema (1936), Jurumirina (1962), Xavantes (1970), Salto Grande (1958), Canoas 1 (1998), Canoas 2 (1998), Capivara (1977), Taquaruçu (1991) e Rosana (1987) (MORAIS, 1999). 48 A Figura 9 apresenta o mapa de hipsometria do