UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA -“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”. FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA. GÉSSICA VALÉRIA MARTINS DA SILVA JULIA TETILA FERREIRA O ESPAÇO NO BERÇÁRIO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Presidente Prudente- SP 2018 GÉSSICA VALÉRIA MARTINS DA SILVA JULIA TETILA FERREIRA O ESPAÇO NO BERÇÁRIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de licenciatura em Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP como requisito parcial para a obtenção do titulo de graduado em pedagogia. Orientadora: Profª. Dra. Cinthia Magda Fernandes Ariosi Presidente Prudente- SP 2018 GÉSSICA VALÉRIA MARTINS DA SILVA JULIA TETILA FERREIRA O ESPAÇO NO BERÇÁRIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de licenciatura em Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Pedagogia. BANCA EXAMINADORA ________________________________ Prof(a). Dra.Cinthia Magda Fernandes Ariosi ________________________________ Prof(a). Nathália Ferraz Freitas ________________________________ Prof(a). Dra. Andréia Cristiane Silva Wiezzel Presidente Prudente, 23 de novembro de 2018. S586e SILVA, Géssica Valéria Martins da ; FERREIRA, Julia Tetila O espaço no berçário / Géssica Valéria Martins da Silva e Julia Tetila Ferreira. -- Presidente Prudente, 2018 33 p. + 1 CD-ROM Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura - Pedagogia) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente Orientadora: Cinthia Magda Fernandes Ariosi 1. Espaço de Desenvolvimento. 2. Bebê. 3. Ambiente Físico. 4. Berçário. I. Título Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus por me permitir chegar até aqui, sempre esteve comigo, por me dares força e ânimo através da minha fé, que não me deixou desistir diante das dificuldades, e me abençoou com este curso que me fez crescer e ser uma pessoa melhor. Agradeço a minha família minha mãe Elizabeth, meu pai Severino e meu irmão Izequiel, que estiveram sempre me incentivando e orando, obrigada por não desistirem de mim, tudo que fiz, foi por nós, essa vitória é nossa. Agradeço a minha melhor amiga Daniela que sempre foi como uma irmã pra mim, que orou muito para que eu conseguisse me formar, que esteve do meu lado desde o início do curso, quando mais precisei sempre esteve lá me apoiando. Agradeço as minhas amigas de curso Andressa, Daniele, Marina, Mirian, Tamires, que sempre me ajudaram a estudar e vencer as barreiras da universidade, passei momentos difíceis que cheguei a me desesperar e desanimar, pensei que não seria capaz de ultrapassar os desafios mas vocês me ajudaram e me mostraram que eu era sim capaz. Agradeço a minha prima Stephanie que sempre esteve se espelhando em mim, que sempre me viu como uma irmã mais velha, e não me deixou desistir, me apoiou em todos os momentos, sempre me dando ânimo, me falando o quanto me ama, e me incentivando a ser cada dia melhor, espero ser sempre o seu espelho. Agradeço a todos os meus amigos e comunidade de igreja que em oração, ou de alguma forma contribuíram para essa minha conquista. Agradeço a minha parceira de TCC Julia e a minha orientadora Cinthia, que me ajudaram a desenvolver esse trabalho, agradeço pela paciência, esforço, determinação. Géssica Valéria Martins da Silva AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me proporcionar força e fé. Agradeço a minha família, pai, mãe e irmão, por me dar apoio e incentivo em todos os momentos. Agradeço ao meu namorado, Thiago. Que esteve comigo do começo ao fim, vivenciando minhas angustias e felicidades, entendendo minha ausência nos finais de semana durantes esses meses, sempre me apoiando e me dando forças para que a conclusão deste trabalho fosse realizado. Agradeço meus amigos, Annye, Caroline, Gracielly, Isabelle, Jéssica, Liége, Ricardo e Tainá, ue me ajudaram, me deram forças e me incentivaram jamais pensar em desistir dos meus sonhos. Agradeço a minha parceira de Trabalho de conclusão de curso Géssica, que enfrentamos juntas um grande desafio, sempre uma ajudando a outra, para que esse trabalho fosse concluído. Agradeço a minha professora doutora e Orientadora Cinthia Magda Fernandes Ariosi, que esteve comigo diante de todos os problemas a serem enfrentados pela graduação que se dispôs de seu tempo para transmitir seu conhecimento. Julia Tetila Ferreira SILVA, Géssica Valéria Martins; FERREIRA, Julia Tetila. O espaço no berçário. 2018. p.33. Trabalho de Conclusão de Curso de licenciatura em Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP, Presidente Prudente, 2018. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo mostrar como devem ser os espaços não domiciliares coletivos e a importância da sua organização com foco no espaço físico da creche. Buscar mostrar os ambientes que são fundamentais, ou seja, que todas as creches deveriam ter, o tema foi escolhido a partir das vivências realizadas no Estágio Supervisionado de Prática de Ensino na Educação Infantil – Creche, realizado por duas alunas do curso de Licenciatura de Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia Unesp campus de Presidente Prudente. Uma experiência ocorreu em uma instituição privada e a outra em uma instituição pública. A instituição privada apresenta ambientes fundamentais para o conforto e aprendizagem das crianças, como sala de descanso, sala de atividades, sala de amamentação e lactário, que a creche pública não apresenta, é importante salientar que a instituição publica é antiga, por isso não dispões desses espaços, foi apenas se adaptando como podia. Durante a observação dos espaços das instituições e analisando alguns documentos. Compreendemos a importância que têm o espaço físico, se transformando em ambiente de acolhimento, que garanta conforto, segurança física, ofereça oportunidades e desafios para a construção da identidade e autonomia da criança, permitindo se expressarem em suas diversas linguagens, com uma postura que as respeitem como sujeitos sociais de direitos, respeitando o direito de ser criança. Os materiais e mobiliários que ficavam longe das crianças hoje devem ficar ao seu alcance. A organização deste ambiente pode mudar conforme o planejamento. Os espaços são importantes para que aconteça o desenvolvimento da criança, assim precisam ter sentido na sua organização. Quando elas se sentem à vontade, acolhidas no ambiente, elas demostram uma preferência por eles, assim como no parquinho, esses ambientes que elas mais gostam de estar se tornam um espaço que favorece melhor o seu desenvolvimento. Palavras-chave: Espaço de desenvolvimento.; Bebê.; Ambiente físico.; Berçário. SILVA, Géssica Valéria Martins; FERREIRA, Julia Tetila. The space in the nursery. 2018. p.33. Trabalho de Conclusão de Curso de licenciatura em Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP, Presidente Prudente, 2018. ABSTRACT The present work aims to show how the non - domiciliary collective spaces and the importance of their organization should be focused on the physical space of the day care center. In order to show the environments that are fundamental, in other words, that all daycare centers should have, the theme was chosen based on the experiences of the Supervised Internship of Teaching in Early Childhood Education - Nursery, carried out by two students of the Pedagogy Licentiate course of the Faculty of Sciences and Technology Unesp campus of Presidente Prudente. One of the experiences occurred in a private institution and the other in a public institution. The private institution presents fundamental environments for the comfort and learning of children, such as rest room, activity room, nursery and lactario, which the public day care does not present, it is important to point out that the public institution is an old building, so doesn’t dispose of these spaces, it was adapted as possible. During the observation of the spaces of the institutions and analyzing some documents we understand the importance of the physical space, transforming into a welcoming environment, which guarantees comfort, physical security, offers opportunities and challenges for the construction of the identity and autonomy of the child, allowing them to express themselves in their diverse languages, with a learning that respect them as social subjects , respecting the right to be a child. The materials and furniture that were far from the children today should be within their reach. The organization of this environment may change as planned. Spaces are important for the development of the child, so they need to make sense in your organization. When they feel comfortable, welcomed in the environment, the child show a preference for the place, as well as in the playground, these space that they like become an environment that favors their development better. Keywords: Developmental Space.; Toddler.; Physical Environment.; Nursery. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Professora fazendo atividade com alunos utilizando o mobiliário na altura das crianças. .................................................................................................. 22 Figura 2 – Alunos realizando brincadeiras lúdicas no espaço da sala .................... 23 Figura 3 – Parque externo e Solário ........................................................................ 24 Figura 4 – Parque externo com circuito realizado pelas professoras ...................... 24 Figura 5 – Parque interno, crianças brincando na piscina de bolinha ..................... 25 Figura 6 – Parque interno, aluno realizando atividade de movimento e equilíbrio ................................................................................................................... 26 Figura 7 – Refeitório ................................................................................................ 26 Figura 8 – Espaço da sala adaptado para duas turmas .......................................... 27 Figura 9 – Espaço da sala, onde eram realizadas todos os tipos de atividade ....... 28 Figura 10 – Varanda Externa................................................................................... 28 Figura 11 – Porta ao fundo dando acesso ao banheiro ........................................... 29 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11 2. ANALISES DE DOCUMENTOS ........................................................................ 14 2.1. Sala de repouso ....................................................................................... 18 2.2. Espaço de higiene ................................................................................... 19 2.3. Sala de atividades .................................................................................... 19 2.4. Sala de aleitamento materno ................................................................... 20 2.5. Solário ...................................................................................................... 21 2.6. Refeitório ................................................................................................. 21 3. OBSERVAÇÕES E VIVÊNCIAS DOS ESTÁGIOS ........................................... 22 4. COSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 32 5. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 33 11 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo discutir como devem ser os espaços não domiciliares, coletivos, focando na organização do espaço do berçário no processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças, através de analises de textos normativos, como Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. (2010); Parâmetros Básicos de Infraestrutura para a Instituições de Educação Infantil: Encarte1.(2006); Tempo e Espaço para a Infância e suas Linguagens nos CEIs, Creche e EMEIs da Cidade de São Paulo. (2006) entre outros artigos publicados sobre o tema, assim, podendo criar conclusões de como devem ser estruturadas cada espaço das instituições. O interesse por este tema surgiu através da realização do Estágio Supervisionado de Prática de Ensino na Educação Infantil – Creche, no ano de 2016, do curso de Pedagogia, momento em que foi observado todo espaço das instituições sede estágio. Primeiramente uma das alunas realizou-se estágio em um berçário de uma creche pública e depois a outra aluna realizou-se estágio em um berçário de uma creche privada. Durante os periodos em que estivemos nas escolas, observamos as diferenças de cada espaço físico e a organização dos espaços oferecidos para a aprendizagem e desenvolvimento saudável das crianças, e umas das questões que chamou atenção foi a falta de alguns espaços no berçário público, como lactário, sala de amamentação, o mal uso de outros espaços, falta de materiais para conforto das crianças, como colchonetes e etc. Notamos também a falta de oportunidade no berçário público, que diferente do berçário privado demonstrou uma busca maior em promover as crianças descobertas, desafios, aprendizagens que facilitam a interação de criança-criança e criança-adulto. De acordo com os Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil (2006) é necessário todo um preparo para a construção de um espaço de berçário adequado para poder receber os bebês e atender todas as suas necessidades, para que se tenha um desenvolvimento pleno: Assim como os demais espaços da instituição, o espaço destinado a esta faixa etária deve ser concebido como local voltado para cuidar e educar crianças pequenas, incentivando o seu pleno desenvolvimento. As crianças de 0 a 1 ano, com seus ritmos próprios, necessitam de espaços para engatinhar, rolar, ensaiar os primeiros passos, explorar materiais diversos, 12 observar, brincar, tocar o outro, alimentar-se, tomar banho, repousar, dormir, satisfazendo, assim, suas necessidades essenciais. Recomenda-se que o espaço a elas destinado esteja situado em local silencioso, preservado das áreas de grande movimentação e proporcione conforto térmico e acústico. (BRASIL, 2006, p.11) Considerando que existe um documento que oferece os referenciais de como estruturar um espaço adequado para que sejam destinadas as crianças, estes deveriam ser seguidos, mas nem sempre é assim. Algumas instituições educacionais foram construídas muito antes do documento surgir, deste modo não são adequadas, faltam lactários, cozinhas, espaço solar, dentro da sala, falta material de apoio para o desenvolvimento das crianças, faltam pisos que sejam adequados, enfim, essas instituições mais antigas foram se adaptando como conseguiam, mas não estão dentro dos padrões que deveriam seguir. Como deveriam ser os espaços nos berçários, garantindo conforto, segurança física, concedendo a criança acolhimento, atenção, estímulos e desafios? Os espaços físicos do berçário devem ser voltados para o cuidar e educar, com ambientes para ás crianças andarem, rolarem, brincarem, serem amamentadas, tomarem banho, dormirem e que permitam às crianças se desenvolverem em seus aspectos afetivos, sociais e linguísticos. Farias e Magalhães (2017) apresentam uma pesquisa na qual a participação das crianças na creche está completamente associada ao modo de organização do espaço. O espaço é concebido como elemento fundamental no trabalho com bebês e crianças pequenas. Ainda Farias e Magalhães (2017) defendem que a educação infantil precisa de um ambiente de aprendizagem planejado e que possibilite o desenvolvimento saudável, que seja pensado para as crianças pequenas, pois o cuidar e o educar vão sim além das indispensabilidades de alimentação, descanço e higiene. O professor deve promover na rotina a cultura por meio de música, literatura, pintura, entre outros, o que garante o desenvolvimento não é o espaço em si, mas sim a interação que acontece com os elementos que o espaço disponibiliza. Deste modo, iremos analisar o que dizem os documentos ja citados no inicio, que foram encontrado através buscas na CAPES, google acadêmico e dominio público, sobre a forma mais adequada de organização do espaço. Sendo assim, 13 teremos condições de definir e caracterizar um espaço para bebês em instituições não domiciliares coletivas que sejam capazes de atender todas as necessidades essenciais das crianças, como já foi mencionado. Acreditamos, também, que após nossas vivencias em nossos estágios obrigatórios, conseguimos refletir sobre os berçários que alteraram a sua configuração espacial. 14 2. ANALISES DE DOCUMENTOS Ao analisar os documentos normativos e artigos publicados, referentes à temática, verificou-se serem parecidos, com características particulares, mas, que retratam a mesma visão de espaço físico onde haja respeito à criança como sujeito histórico e produtor de cultura. Todos defendem o espaço como algo muito importante para o processo de aprendizagem e desenvolvimento. Percebemos que o artigo “Espaço físico como um dos elementos fundamentais para uma pedagogia da educação infantil” tem a intenção de indicar formas e possibilidades para regulamentar as instituições de educação infantil, do ponto de vista da organização do espaço (FARIA, 2001). No Brasil, somente no ano de 1997, pela primeira vez na história, aconteceram seminários com o intuito de estudar e discutir temas que possibilitassem criar critérios para credenciamento e funcionamento de instituições brasileiras de educação infantil, responsáveis pelo fomento e pela produção de dois documentos realizados por Ângela Barreto, ex-coordenadora geral da educação infantil do Ministério da Educação (MEC). Entretanto, passados 21 anos, a luta por uma educação infantil que garanta a todas as crianças o direito a infância e a melhores condições de vida, independente de classe social, cor, sexo, descendência, necessidades especiais ou qualquer outra diferenças continua.(2001) A organização do espaço das instituições deve ser determinada por seus profissionais, de acordo com seus objetivos pedagógicos, contemplado os interesses da sociedade, família, e, principalmente, das crianças, possibilitando desenvolver uma identidade cultural e de pertencimento. As instituições de educação infantil precisam garantir, através de jogos e das brincadeiras, o desenvolvimento e aprendizagem. Importante ressaltar que o espaço físico não é só espaço em metro na educação infantil, devendo ser um ambiente de pertencimento da criança para sua socialização. Como dito anteriormente, cuidar e o educar são fundamentais, se realizados sempre ao mesmo tempo. O professor cuida e educa, da atenção e controla, valorando o aprendizado sobre vida em sociedade, sobre solidariedade, generosidade, cooperação e amizade. As instituições devem ser para as crianças 15 um lugar prazeroso, de bem-estar e conforto, onde tenham o direito de ser criança, potencializando “o imaginário, o lúdico, o artístico, o afetivo, o cognitivo, promovendo aventuras, descobertas, criatividade, desafios, aprendizagem, facilitando a interação criança-criança, criança-adulto e criança espaço.”pág.74 Ainda, oportunizar as crianças ambientes de vida em contexto educativo, de convívio com todas as diferenças: de gênero, idade, classe social, religião, etnias, culturas, raça, necessidades especiais, etc. Aperfeiçoando a tolerância e todos os valores de caráter coletivo, juntamente com a construção da sua identidade e autonomia. De acordo com (FARIA, 2001), cuidar e educar devem ser o principal objetivo da educação com crianças de 0 a 6 anos, para isso, o professor de creche e de pré- escola precisa ser diferente dos professores dos demais níveis de ensino. O trabalho dos professores precisa estar voltado para a infância, através da literatura, brinquedos, filmes, vídeos, música, teatro. Como construção da “educação infantil” produzida pelas crianças entre elas, mediante convívio entre crianças de faixas etárias diferentes, com adultos e com o mundo. Sendo essencial que desde pequena consiga se expressar por meio de suas diferentes linguagens, em espaços planejados para que isso aconteça. Conforme o documento já mencionado anteriormente “O espaço físico como um dos elementos fundamentais para uma Pedagogia da Educação Infantil” os Centros de Educação Infantil/CEI’s precisam ter espaços flexíveis e alteráveis que incorporem vários ambientes de vida em contexto educativo. O espaço interno e externo devem possibilitar a independência das crianças, e, o professor não deve ser ultra protetor, precisa permitir que experiências de autoconhecimento, de reconhecimento de perigo, de aprendizagem relativa à coragem aconteçam. Esses ambientes devem proporcionar atividades individuais, atividades com ou sem adultos, em grupos, atividades de concentração, fantasias, que contemplem todas as dimensões humanas. Assegurando o direito à brincadeira e o direito à infância. Também, que deem às crianças melhores condições de vida e acessibilidade, ou seja, a creche deve ter todos os seus equipamentos, objetos de uso das crianças em sua altura. (FARIA, 2001) 16 O documento que norteia e estabelece princípios para a Educação Infantil no Brasil é o Parecer CNE/CEB nº 20/09 (BRASIL, 2010), que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEIs), Resolução nº5, 9 de dezembro de 2009. [...]existe a necessidade de uma infraestrutura e de formas de funcionamento da instituição que garantam ao espaço físico constituir-se como um ambiente que permita um bem-estar promovido pela estética, pela boa conservação dos materiais, pela higiene, pela segurança e, principalmente, pela possibilidade de as crianças brincarem e interagirem − eixos fundamentais que perpassam toda a estrutura das DCNEIs. (BRASIL, 2009, p. 9) O professor, como supracitado, junto com as crianças prepara o espaço da educação infantil conforme o que é importante para o desenvolvimento, segundo seu entendimento, e que agregue valores familiares, culturais na proposta pedagógica. Esse documento visa construir o ambiente atribuído à educação infantil, promotor de aventura, descoberta, criatividade, desafios, aprendizagens, que facilite a interação. Também, de espaços como sala de repouso, sala de atividade, fraldário, lactário e solário, que favoreçam estímulos, conforto, segurança, e que permita o desenvolvimento da criança. O documento “Tempos e Espaços para Infância e suas linguagens nos CEIS, creches e EMEIS da cidade de São Paulo” (2006) é responsável por enaltecer o educar e cuidar, inseparáveis dos tempos e espaços de aprendizagem, como meio para assegurar que as crianças sejam respeitadas como sujeitos sociais de direitos, capazes de pensar e agir. O mundo é formado de costumes e valores e, as crianças, desde cedo, aprendem com os adultos e têm as maiores experiências com o professor, que são fundamentais para produção da cultura individual, e do entendimento quanto ao cuidar de si e cuidar do outro. O Educar é criar condições para aprendizagem de formas de agir que ajudem a criança a construir-se como sujeito histórico, no desenvolvimento da afetividade, motricidade, imaginação, raciocínio e linguagem na formação de sua autoimagem. O professor educa e cuida em todos os momentos, quando acolhe a criança, quando promove interações e inclusão, todavia, para que o educar e cuidar seja uma prática que ofereça qualidade, é necessário que os professores saibam projetar suas ações. 17 Geralmente ao imaginar em um espaço infantil visualizamos o chão, teto, paredes, todas as partes que proporcionam experiências e desafios para as crianças pequenas, mas, neste local o adulto deve ser o mediador entre a criança e a cultura no processo de humanização, a construção do ambiente deve acontecer através da exploração pelo sentido, podendo ser mudado e reinventado a qualquer momento. No mais, espaço funciona como um educador: a maneira como está organizado, os materiais e como a criança e o adulto ocupam e interagem com o espaço, revelam uma concepção pedagógica. Entender que os espaços internos e externos da sala de referência proporcionam aprendizagens e contribuem para a socialização dos bebês, é compreender que os mesmos devem ser pensados, preparados e planejados de maneira que favoreçam as trocas de saberes e segurança aos mesmos. (FARIAS; MAGALHÃES, 2017, p.135). Compreende-se a necessidade de pensar um ambiente que acolha e provoque experiência, que tenham sentido para a criança, construído e organizados com a participação dela. A ambientação do espaço pedagógico contribui com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança, o ideal da organização do espaço é que tudo fique no alcance da criança, que ela tenha acesso a tudo, tenha autonomia, respeitando-a como sujeito de direitos. A ambientação do espaço pedagógico contribui com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança, o ideal da organização do espaço é que tudo fique no alcance da criança, que ela tenha acesso a tudo. De acordo com os Parâmetros Básicos de Infraestrutura para instituições de Educação Infantil (2006), elaborado com base no estudo para ampliação do atendimento da Educação Infantil de Rede Municipal de ensino de Belo Horizonte, entendemos quais os espaços que podem fazer parte de uma instituição de educação infantil para as crianças de 0 a 6 anos. Descreve para as crianças de 0 a 1 ano espaços voltados para o cuidar e o educar de modo a incentiva-las a se desenvolverem, pois as crianças necessitam de espaços, logo, as instituições devem ter sala de repouso, sala para atividade, fraldário, sala de aleitamento materno, solário e refeitório. 18 Como disposto no documento da secretaria de educação: [...]os espaços de berçário giram em torno de quatro princípios importantes: proporcionar um ambiente organizado e ao mesmo tempo flexível; proporcionar conforto, segurança e ao mesmo tempo desafios; proporcionar a interação com as diferentes linguagens e proporcionar o bem-estar das crianças. (BRASIL, 2013, p.24) Esses quatro princípios estão elaborados para promover, exclusivamente, o bem estar e desenvolvimento da criança, pensando em todos os aspectos, do conforto à hora de atividades, lazer, ou alimentação. 2.1. Sala de repouso Como o berçário é um espaço de crianças de rotação entre 0 a 1 ano, precisa contemplar tudo de forma próxima, facilitando a locomoção dos professores e das crianças. Também, deve promover desafios e descobertas para as crianças, como mostra nos documentos. Por conseguinte, o local de repouso, de acordo com o documento, deverá corresponder. [...]O espaço do repouso deverá permitir às crianças a tranquilidade necessária ao sono, o que irá variar de criança para criança. Como a possibilidade de vigília ao sono por parte dos adultos é fundamental, consequentemente o tamanho e a quantidade dos berços deverão ser compatíveis com as dimensões do espaço onde se localizam. O uso de catres ou colchonetes deverá sempre estar priorizado por permitir uma reorganização desse espaço para a realização de outras atividades e uma melhor circulação dos adultos. Objetos de conforto para embalar o sono serão bem-vindos para contemplar as necessidades e os interesses de cada criança. (BRASIL, 2013, p.24). O espaço para o repouso das crianças precisa despertar uma sensação de tranquilidade necessária para o sono, mediante vigília, ter berços com tamanho e quantidade adequados. A sala de repouso sendo um ambiente que contenha berços ou algo semelhante para as crianças dormirem com conforto e segurança, “que tenha no mínimo 50 cm entre os berços para a circulação dos professores”p.11, com piso liso que não seja escorregadio e fácil para limpar. Com janelas de abertura no mínimo “1/5 da área do piso permitindo ventilação, iluminação natural e visibilidade”p.12, e portas com visores largos que permitam a comunicação entre as salas (Brasil, 2006). 19 2.2. Espaço de higiene É bem provável que todos os educadores saibam o quanto é importante a hora do banho do bebê, e quanto isso faz parte do desenvolvimento integro de cada um, assim, cumprindo as necessidades que existem no documento, possa dar suporte suficiente para que a criança sinta-se confortável e instigada a conhecer mais sobre seu corpo. Em relação ao espaço de higiene. As crianças são trocadas e banhadas, entendendo-se esses momentos como de importantes aprendizagens, razão pela qual esse espaço deverá ser convidativo e interessante para as crianças. Móbiles poderão estar pendurados no teto próximo ao trocador, assim como espelhos colocados no teto e nas paredes poderão possibilitar que a criança se enxergue e, através dessa ação, identifique-se e conheça as diferentes partes de seu corpo. Os armários colocados nesse espaço deverão priorizar a guarda das roupas de cama, das fraldas, das roupas de reserva das crianças e de outros acessórios pertinentes à higiene, como higienizadores, toalhas e sabonetes. (BRASIL, 2013, p. 24-25). Um fraldário para a higienização das crianças, e troca de fraldas, com janelas de abertura no mínimo de 1/8 da área do piso garantindo ventilação, iluminação natural, com a bancada para troca de fraldas com 100cm x 80 cm e altura de 85cm com colchonete ou trocador. “Pequeno tanque para pré-lavagem das fraldas de pano, um vaso sanitário de tamanho normal, banheira, ducha de água quente e fria, armários ou prateleiras para guarda fraldas e produtos de higiene” (Brasil, 2006, p.14). 2.3. Sala de atividades Existe o local onde os bebês irão trabalhar o processo cognitivo, motor, social e interacional, onde serão aprimoradas as atividades pedagógicas realizadas pelos professores. Portanto, a área destinada à brincadeira deverá oportunizar as crianças o estar no chão, o arrastar-se, o engatinhar, o estar com os outros e o interagir com diferentes materiais. Esse espaço deverá constituir-se em um laboratório onde acontecem as experiências sensoriais, sociais e motoras. Alguns critérios podem ser priorizados: espaço para as crianças que ainda não se deslocam e espaço para os bebês que se deslocam. Para as 20 crianças que ainda não conseguem locomover-se, convém dispor de um tatame ou tapete almofadado. Esse espaço não precisa ser fixo e poderá ser deslocado para outros locais, inclusive solário e praça central, contemplando um dos princípios explicitados nas DCNEI: “os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos espaços internos e externos às salas de referência das turmas e à instituição”. Para as crianças que já se locomovem engatinhando, arrastando-se ou caminhando, deverá estar previsto um espaço para ampla movimentação, sendo a área central do espaço da sala o ideal. As paredes desse espaço poderão ter elementos de texturas diferentes, evitando-se o uso de EVA e de plástico, bem como ter barras afixadas, tanto no sentido vertical quanto no sentido horizontal, servindo de apoio às crianças para que se coloquem de pé. (BRASIL, 2013, p.25) Deste modo, listamos três espaços destinados para o completo desenvolvimento do bebê, locais onde aprendem a interagir socialmente, a experimentar novas experiências proporcionadas pelo professor e principalmente pelo espaço, em si, destinado e dedicado a ele. Quanto às salas de atividades, que sejam para realização de atividades diversas, devem ser organizadas de forma “estimulante, confortável, aconchegante, segura, adequada à proposta pedagógica da instituição, permitindo o desenvolvimento da criança”(BRASIL, 2006, p.12). 2.4. Sala de aleitamento materno Deve haver ambiente para o aleitamento materno, onde a mãe podera fazer a ordenhação do leite tranquilamente, e com total privacidade. É importante que o ambiente destinado à sala de apoio à amamentação seja favorável ao reflexo de descida do leite. São facilitadores deste reflexo: ambiente tranquilo e confortável, que permita a adequada acomodação da nutriz, sem interrupções e interferências externas e que dê privacidade à mulher.(BRASIL, 2015, p.12) A sala devera conter mobiliado com cadeiras ou poltronas de encosto para estimular a amamentação de 1,5m², com bancadas, prateleiras ou armários que contenham brinquedos, com altura acessível de 65cm, além de fraldas e materiais para higiene. Será necessário ter uma pia onde possa ser ultilizada a água fria e lavatorio para ser feito a limpeza e higiene dos seios e das mãos na hora da coleta. Incluindo um freezer ou geladeira para que seja armazenado o leite materno, em temperatura, diariamente monitorada com termometro. (BRASIL,2015) 21 2.5. Solário O espaço do solário deverá se um espaço aberto que permita o acesso ao banho de sol. A área do local deverá ser compativel com 1,50m² a cada crianças existente no local. O solário precisa necessariamente estar ao lado de uma sala de atividades, excluindo degraus para a circulação de carrinhos e passagens dos bebês. Devendo ser um local único para a faixa etária. 2.6. Refeitório Por fim, um ambiente para refeição das crianças devem seguir: [...]o refeitório deve ainda possibilitar a socialização e a autonomia das crianças. Recomenda-se que seja articulado com a cozinha, contando com mobiliário móvel, que viabilize diferentes organizações do ambiente. Deve seguir o dimensionamento de 1 m² por usuário e capacidade mínima de 1/3 do maior turno,3 uma vez que não é necessário nem recomendável que todas as crianças façam as refeições ao mesmo tempo.(BRASIL, 2006, p.22) O mobiliário precisa atenteder o conforto das crianças, para os bebês que ainda não conseguem sentar sozinhos, é necessario que tenha cadeirões. Para aquelas crianças que ja tem autonomia de sentar sozinha, a utilização de cadeira e mesas na altura delas, ou bancos e mesas em conjutos. A cozinha precisa ficar articulada junto com o refeitório. As crianças precisam ter os alimentos e utensílios em sua altura, para que proporcione seu próprio manuseio. Assim, prevendo também bebedouros com altura adequadas para elas.(BRASIL, 2006). Para vislumbrar como esses ambientes foram observados durante o estágio segue o próximo item que destaca, justamente, como as instituições estão estruturando esses espaços. 22 3. OBSERVAÇÕES E VIVÊNCIAS DOS ESTÁGIOS Através dos estágios realizados, tivemos a oportunidade de observar e analisar, de acordo com os referenciais documentos, se as instituições não domiciliares, em que estávamos, ofereciam lugares adequados conforme as leis exigem. Um dos estágios realizados, foi em uma instituição privada que fica no município de Presidente Prudente-SP próximo ao centro. O entorno do bairro possui uma escola de ensino fundamental pública, uma escola de ensino médio pública, e também outra escola privada, possui um comércio com, padaria, loja de roupas, espaço para prática esportiva, hospital. Fica próximo a prefeitura, a delegacia, assim, visto como um bairro seguro por esta próximo a delegacia. Atende noventa crianças de zero a dois anos, seu horário de funcionamento é das 07h00 ás 18h30min com o funcionamento de segunda à sexta. O berçário tinha crianças de um ano e seis meses a um ano e oito meses, contava com cerca de dezesseis alunos matriculados e duas professoras. A instituição possuía uma sala de atividades, salas para descanso, parque externo (solário), parque interno, cozinha, refeitório, sala de amamentação e lactário. A sala de atividades possuía armário embutido, utilizado para guardar matérias pedagógicos, com uma ótima iluminação das janelas, piso de cerâmica mobiliário pequeno atendendo os tamanhos das crianças. Figura 1- Mobiliário na altura das crianças Fonte: Acervo das autoras, 2016. 23 A sala de descanso desfrutava de pisos de cerâmica, mas, sobre eles eram colocados tapetes emborrachado de E.V.A e um tapete de material plástico, havia uma janela grande, um armário embutido de madeira para guardar os objetos das crianças: roupas e produtos pessoais de higiene. Possuía um colchão no chão, um baú de brinquedos, uma televisão, um carrinho e um bebê conforto, usado para fazer as crianças dormirem, embora passassem pouco tempo nessa sala, apenas em horários de banho e repouso. Figura 2 – Espaço da sala Fonte: Acervo das autoras, 2016. O parque externo não era grande, era formado por uma varanda com cerâmica e outra parte cimentada, que possuía cobertura, e o restante com grama e descoberto(solário), pequenas árvores, pia para lavar as mãos e alguns brinquedos ao ar livre. 24 Figura 3- Parque externo e solário Fonte: Acervo das autoras, 2016. Esse ambiente era utilizado pela professora para circuitos e brincadeiras com as crianças individualmente, aproveitando o espaço existente fora da sala de aula. Assim, podendo em um ambiente aberto propiciar contato ao ar livre, luz solar, ou chuva. Figura 4- Parque externo com circuito Fonte: Acervo das autoras, 2016. O parque interno continha alguns brinquedos: de escalar, subir e descer, piscina de bolinha, casinha de plástico, duas janelas grandes de vidro que 25 possibilitava visão para a rua e o parque externo. O piso era de cerâmica, local onde as crianças podiam brincar livremente, com ou sem monitoramento dos professores. Figura 5- Parque interno - piscina de bolina Fonte: Acervo das autoras, 2016. Os brinquedos de espuma existentes dentro do parque interno são utilizados era quando há a impossibilidade de realização de atividades dentro da sala de aula ou no parque externo. Figura 6- Parque interno - atividades de movimento e equilíbrio Fonte: acervo das autoras, 2016. O refeitório continha mobiliário adequado na altura das crianças, que permitia que elas se sentassem sozinhas, piso em cerâmica, onde realizavam lanches e almoço, usando tocas para manter a higiene. Uma mesa ficava com a comida e com os pratos, copos, talheres de plástico. Cada turma tinha o seu horário de lanche e de almoço. 26 Figura 7- Refeitório Fonte: Acervo das autoras, 2016. Os banheiros possuíam trocador, pia, chuveiro, duas banheiras que, após cada banho, era higienizadas com álcool. O sanitário, com altura que não permitia a criança fazer o uso sozinha, a criança que estava desfraldando precisava da ajuda da professora ou estagiária. O lactário era um espaço grande com armário e uma pia. No armário eram guardadas as mamadeiras, leite e vitamina. Também, continha uma geladeira onde se armazenavam leite materno. A cozinha era pequena: com um fogão, uma geladeira, uma despensa para guardar alimentos e um armário para guardar as panelas. O brincar e o cuidar funcionavam junto, neste espaço privado era visível que as professoras educam e cuidam das crianças, a todo tempo. O educar era trabalhar com as crianças a fala, a gentileza, para terem uma boa convivência com os colegas, sempre explicando o que pode ou não pode, e o motivo. As professoras cantavam, dançavam com as crianças, utilizavam DVD, brinquedos, livros, tintas para enriquecerem o processo de aprendizagem, principalmente por meio das brincadeiras que ajudavam a desenvolver suas habilidades cognitivas, afetivas, emocionais, psicomotoras, em um clima de relacionamento pessoal autêntico, por meio do carinho e elogios. O segundo estágio foi realizado em instituição pública no município de Santo Anastácio-SP, localizada em um bairro perto do centro da cidade. No bairro possuia duas escola de ensino fundamental e medio, uma estadual e outra privada. Também 27 se encontra no entorno da instituição um posto de saúde e um estádio de futebol do município. A instituição desfrutavam de 85 crianças matriculadas, de 4 meses à 4 anos. Atendendo de berçário até maternal, com período integral, iniciando às 07h30min e encerrando às 17h00. Como foi observado, as condições estruturais são bastante diferentes. Os espaços de sala eram adaptados para serem compartilhados, contava com nove crianças no berçário 1 (entre quatro meses a um ano), oito no berçário 2 (com oito crianças entre um ano e dois meses a um ano e oito meses). Figura 8 – Espaço da sala adaptado para duas turmas Fonte: Acervo das autoras, 2016. O espaço era insuficiente para locomoção das crianças, pois, no mesmo local havia três berços e dois armários: um para guardar objetos dos alunos como bolsas e roupas e no outro eram guardados roupas da creche e materiais das professoras. Haviam caixas de brinquedos sobrepostas por falta de espaço, uma mesa, e quatro bebês confortos utilizados na hora das refeições. Chão era de cimento queimado em toda sala. 28 Figura 9- Espaço da sala Fonte: Acervo das autoras, 2016. Existia também uma área fora da sala, chamado de varanda, dada a visão para a rua e a frente da escola, um lugar amplo, onde as crianças podiam se movimentar um pouco mais; era utilizado para realização de atividades. Figura 10- Varanda externa Fonte: Acervo das autoras, 2016. O banheiro das crianças era dentro da sala, um espaço pequeno com um chuveiro e uma banheira para o banho. Os sanitários não eram usados, serviam para colocar caixas de objetos pedagógicos, entre outros objetos relacionados ao kit de banho etc. 29 Figura 11- Porta ao fundo dando acesso ao banheiro Fonte: Acervo das autoras, 2016. O banheiro, era um dos lugares mais críticos do espaço destinado às crianças, o ambiente era extremamente prejudicado pelo mau uso dos equipamentos e materiais acumulados. Através do estudo dos documentos e das observações durante os estágios desenvolvemos uma percepção crítica que possibilita relacionarmos teoria com a prática, o espaço idealizado com o experenciado. Os espaços não domiciliares observados mostram duas realidade, uma que atende quase todos os aspectos necessários para se oferecer uma educação qualitativa aos bebês, e outro que necessita melhorar, de um modo geral, para assegurar um nível de qualidade. Comparando as duas instituições a creche pública e a privada, são visíveis as diferenças, posto que há falta espaços funtamentais no berçário público: o lactário e sala de amamentação, falta de materias de conforto como colchonetes, o mobiliário na altura das crianças, e ainda, a falta de atividades que promovam autonomia da criança. Compreendemos o fato de algumas instituições educacionais existirem antes dos documentos surgirem, logo, não são adequadas. Entendemos que há uma adaptação, o que não garante conforto e segurança física, não oferecendo a criança um bom acolhimento, atenção, estímulos nem desafios. 30 De acordo com o que apresenta os documentos é evidente que a creche privada oferece melhores espaços físicos para a aprendizagem e desenvolvimento saudável das crianças, o berçário privado busca promover nas crianças descobertas e desafios que facilitam a interação. Igualmente destacam que os berçários devem ser voltados para o cuidar e educar, e a instituição privada apresenta os espaços para a criança andar, rolar, brincar, ser amamentada, tomar banho, dormir, fazer atividades. Para isso os ambientes são planejados e permitem que a criança se desenvolva em suas diversas linguagens, contém ambientes para ampliarem experiências e se desenvolverem em todas dimensões humanas. O espaço é o local onde as experimentações acontecem, um laboratório de experiências, lugar onde as crianças vão criar, explorar vivências que proporcionam o seu desenvolvimento. Se forem acolhedores e pensados nas interações e experiências, o espaço possibilitam o respeito às crianças como sujeitos. A creche pública estagiada não proporciona o que as crianças necessitam, mas vale ressaltar que é um lugar antigo, contruida antes dos documentos e diretrizes serem publicados e oficializados. Houve uma reorganização do espaço para poder atender a população e foram feitas varias adaptações para que o espaço pudesse atingir o mínimo de conforto necessário. O berçário foi adaptado para uma lotação de crianças que não é adequado, mas, preciso para abrigar as crianças que careciam, tendo sido feito o máximo junto ao corpo administrativo da escola e a prefeitura da cidade para atender as necessidades das crianças. Mesmo com a falta de materiais adequados para uma sala de atividade, ou um espaço ideal para um lugar de repouso, o ambiente contém um pouco de cada. Todavia, o espaço não cria oportunidade para as crianças da mesma forma que a escola privada. Os espaços pequenos e divididos com outras turmas fazem com que as crianças não aproveitem, não explorem devidamente o local que é oferecido para elas, as vezes limitando até as atividades que seriam realizadas. Um exemplo a ser dado: a hora do banho-preparada como atividade diferenciada através de utilização de sonorização e de todo um reconhecimento do corpo para o bebê - não pode ser 31 feita, por que o ambiente do banheiro não oferece condições para esse momento. Também, os primeiros passos do bebê, quando ele precisa arriscar seus passos e é inteceptado por outras crianças que estão ocupando o mesmo local. Contudo, podemos observar que o espaço do berçário não é simplesmente um local para as crianças passarem o tempo. É, um dos principais motivadores do desenvolvimento infantil, nele são permitidos andar, correr, engatinhar, reconhecer novos objetos, novos sons, novas cores, se relacionar com o outro, desenvolver seu sistema cognitivo, social, emocional e linguístico. 32 4. COSIDERAÇÕES FINAIS Todos os espaços na escola são importantes no processo de ensino e aprendizagem das crianças, pois promovem interações entre criança-criança, criança-adultos e deles com o mundo. O espaço escolar deve ser organizado de uma maneira que favoreça esse desenvolvimento do coletivo, propiciando a socialização e troca de experiências. As escolas precisam oferecer espaços que possibilitem as crianças a alongar sua experiência e se desenvolver em todas as proporções humanas, afetiva, motora, cognitiva, imaginaria, criativa, expressiva e linguísticas. A organização dos espaços são fundamentais para o desenvolvimento da criança, construindo, assim, suas potencialidades e propondo novas habilidades, sendo elas motoras, cognitivas ou afetivas. A criança que vive em um ambiente construído para ela e por ela vivenciado, é capaz de expressar suas emoções e exibir novas maneiras de pensar, bem como maneiras de viverem e se relacionar com o mundo. Através das analises de documentos e comparações de vivências realizadas nos estágios chegamos a conclusão de como o espaço da credibilidade para a criança ser e se desenvolver, assim podendo construir o seu melhor. Aprimorando o seu todo através das experiências proporcionadas pelo espaço, pela manipulação dos objetos e vivências diferenciadas. 33 5. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Guia para implantação de salas de apoio à amamentação para a mulher trabalhadora / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. BRASIL. Organização do espaço físico, dos brinquedos e materiais para bebê e crianças pequenas: manual de orientação pedagógica: módulo 4. Brasília: MEC/SEB, 2012. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros básicos de infraestrutura para instituições de educação infantil: Encarte 1. Brasília : MEC, SEB, 2006. BRASIL. Ministério da Educação Básica. Práticas Cotidianas na educação infantil – Bases para a reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília, 2009. BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. DIRETORIA DE CURRÍCULOS E EDUCAÇÃO INTEGRAL COORDENAÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL. Projeto de fortalecimento institucional das secretarias municipais de educação na formulação e implementação da política municipal de educação infantil. Brasilia, 2013. FARIA, A. L. G. O espaço físico como um dos elementos fundamentais para uma Pedagogia da Educação Infantil. In: FARIA, A. L. G. e PALHARES, M. S. (orgs). Educação Infantil Pós-LDB: rumos e desafios.- 3ª ed.- Campinas: Autores Associados FE/ Unicamp, 2001. FARIAS, Cristiane dos Santos; MAGALHÃES, Cassiana. Participação das crianças pequenas na creche por meio da organização do espaço. Humanidades & Inovação, [S.l.], v. 4, n. 5, dec. 2017. Disponível em: .Acesso em: 02 out. 2018. SÃO PAULO (SP) , Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Tempos e espaços para a infância e suas linguagens nos CEIs, creches e EMEIs da cidade de São Paulo /Secretaria Municipal de Educação. - São Paulo : SME / DOT, 2006. https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/278